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A Evolução do Urbanismo através de suas Teorias

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2 
 
SUMÁRIO 
 
1. Apresentação ---------------------------------------------------------------------------- 3 
2. Introdução ------------------------------------------------------------------------------- 4 
3. Capítulos --------------------------------------------------------------------------------- 5 
3.1 Teorias e Teóricos do Urbanismo Utópico ------------------------------------ 5 
3.2 Teorias e Teóricos do Urbanismo Higienista --------------------------------- 6 
3.3 Teorias e Teóricos do Urbanismo da Era Industrial ------------------------ 7 
3.4 Teorias e Teóricos do Urbanismo Moderno ---------------------------------- 8 
4. Conclusão ------------------------------------------------------------------------------- 10 
5. Referências ----------------------------------------------------------------------------- 12 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
1. Apresentação 
 
A palavra Urbanismo usada atualmente para definir a ciência que procura entender e 
solucionar os problemas urbanos, englobando malha urbana e sua morfologia, planos 
urbanos, legislação e direito relativo à cidade, como também obras públicas e pensamentos 
urbanos, tem sua aplicação surgida muito antes da criação do termo. Quando se trata história 
do urbanismo é imprescindível estudar desde as primeiras cidades que se tem conhecimento 
e que tenha comprovações da existência de alguma espécie de organização no seu espaço 
urbano. 
Segundo Harquel (1998) Após uma longa fase preparatória, a concepção urbana 
desenvolve-se no ocidente. Tendo como maneira progressiva uma parte da humanidade se 
distanciando da visão do espaço urbano condicionado pela religiosidade, pelo sagrado, por 
práticas e representações sociais de concepções do mundo. Essa visão de que a organização 
do espaço urbano está ligada a religião é herdada da Antiguidade greco-romana. Já na Idade 
Média, são as autoridades políticas e econômicas que estabelecem um domínio sob o espaço 
urbano, mesmo a sociedade estando imersa em um ambiente extremamente religioso. A 
partir do Renascimento, os fundamentos de um pensamento urbanístico, se encontram 
colocados, mas a ruptura com o passado não está de fato consumado, tendo dois opostos, a 
razão que se apresentava cada vez mais forte e a utopia ainda presente nas portas da cidade. 
É na Revolução industrial que um novo conceito de cidade nasce, o Urbanismo Moderno 
surge provocando uma rejeição às velhas concepções de cidade e faz o uso da utopia para 
propor um planejamento na ocupação do espaço urbano. O pensamento urbanístico moderno 
se apresenta entre a ideologia e o pensamento científico. 
O urbanismo desde as primeiras civilizações até os dias de hoje se expressou de 
forma diferente, surgiu de forma tímida sem mesmo ter definição ainda, mas já existia uma 
maneira de organizar o espaço urbano desde a antiguidade clássica, nos dias de hoje se tem 
um urbanismo mais presente baseado em teorias, metodologias e experiências que norteiam 
o planejamento Urbano das cidades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
2. Introdução 
 
As cidades atuais são resultado de um processo histórico, a forma de se pensar o 
espaço urbano com o passar dos anos foi se modificando. Nesse sentido, para compreender 
esse cenário que hoje nos é apresentado é necessário entender as principais teorias que 
nortearam a construção, adequação e desenvolvimento de nossas cidades. 
 O crescimento populacional europeu advindo da origem da indústria, que acelerou o 
surgimento de novas cidade e transformações nas que já existiam refletiu bem a necessidade 
se estudar e propor soluções para problemas urbanos, assim surge o urbanismo como ciência 
e suas variadas vertentes. 
O Urbanismo Utópico surgido no século XIX, tinha em suma seu foco a idealização 
da cidade, em que se defendia a necessidade de recomeça-las, ditando novas formas de se 
construir o espaço urbano e como consequência novas formas de vivenciá-lo. Nesse 
contexto, essa vertente do urbanismo é conhecida pela oposição de seus teóricos ao processo 
de industrialização, foi a partir desse pensamento que surgiu a proposta de cidades-jardins. 
O Urbanismo Higienista surge entre os séculos XIX e XX da possibilidade de 
proporcionar um espaço urbano mais limpo, ventilado e iluminado o tornando mais salubre, 
pois os médicos da época chegaram à conclusão que os centros urbanos e a forma como eles 
se encontravam tinha relação diretamente proporcional com o aumento de epidemias. 
Com a revolução industrial as fabricas de produção foram crescendo chamando a 
atenção das pessoas que antes viviam no campo e agora passam a viver na cidade em busca 
de emprego nessa nova realidade de industrias. Com a chegada dessas pessoas e a precisão 
de se estabelecerem surgem novos bairros e subúrbios. Bem como o sistema viário que se 
adaptou aos meios de transporte da época. Assim o Urbanismo da Era Industrial se 
caracteriza pela adequação do espaço urbano a partir do crescimento industrial 
O Urbanismo Moderno pressupõe o modelo de cidade global, influenciado pela ideia 
do progresso e da indústria. Apoiado na Carta de Atenas seu princípio era o funcionalismo 
e zoneamento - defendiam a ideia que a cidade deveria ser dividida por zonas de acordo sua 
determinada função, rompimento com as formas tradicionais de edifícios e cidade, uso de 
novos materiais e tecnologias. 
Esse trabalho discorre de forma clara e concisa as principais teorias do urbanismo ao 
procurar propor o entendimento de como essas teorias relacionam com as cidades atuais, 
possui base referenciais bastante recorrente quando se trata de urbanismo. Dessa forma 
poderá contribuir para estudos referentes ao tema. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
3. Capítulos 
 
3.1 Teorias e Teóricos do Urbanismo Utópico 
 
Os teóricos do urbanismo utópico descrevem a cidade ideal como um local 
de melhor organização social, não se limitando apenas a descrever a sua 
concepção de cidade ideal, mas sim pondo em prática, acreditavam que o 
espaço físico era capaz de promover uma transformação social, tem-se como 
representantes do Urbanismo Utópico: 
- Robert Owen: De acordo a ORSI (2009) Devido a sua aproximação com a 
realidade de da classe operaria no período da revolução industrial, Owen 
acreditava e deixou explicito em sua obra “Na Adress Deliver to the 
Inhabitants of New Lamark” que uma nova era deveria começar, na qual o 
progresso trazido pela revolução industrial iria “destruir a pobreza, a 
imoralidade e a miséria” que teria causado. Para ele seria necessário criar 
núcleos modelos que ofereciam condições adequadas de vida com moradias 
salubres e estimulava a produção de diversos produtos, comunidades 
autônomas e autossuficientes. Nesse contexto criou o Projeto New Lamark e 
o Projet New Harmony que seriam comunidades ideais para Owen, 
autossuficientes, nelas havia a indústria, escola primária para as crianças - 
pois era uma das suas principais preocupações-, cozinha comunitária, área de 
lazer e área para agricultura. 
Esse teórico acreditava que seria possível viver uma cidade de harmonia e 
cooperação. 
- Charles Fourier: De acordo ORSI (2009) É um crítico da “civilização”, 
considerava o trabalho industrial alienante. Acreditava que o cooperativismo 
acabaria com as diferenças sociais. Nesse sentindo, ele propõe uma espécie 
de mescla entre o campo e a cidade e a racionalização dos setores urbanos. 
Ele via a sua ideia como um modelo cientifico, acreditando que a reforma 
social era algo atingível. Propõe ainda um novo tipo de cidade – o falanstério- 
onde tudo era coletivo, e as pessoas viveriam em harmonia. Uma das 
premissas de Fourier é a racionalização do espaço, que se apresenta em 
oposição a desordem da cidadeindustrial, também se preocupava com a 
salubridade. 
- Willian Morris: Segundo ORSI (2009) Critico do modo de vida da sociedade 
 industrial e acreditava na reforma socialista. Se preocupava com os problemas 
 da cidade e da arquitetura, tinha pensamento saudosista pois enaltecia as 
 construções medievais, acreditava no fim da diferença entre campo e cidade, 
 rejeitava a ideia de modelos arquitetônicos seguidos pois acreditava na 
 diversidade e originalidade das construções. 
Nesse aspecto de acreditar que os modelos de arquitetura não devem ser
 ditados ele se diferenciava de Owen e Fourier, no entanto se
 aproximava dos mesmo quando defende a igualdade social e união entre
 campo e cidade. 
- Ebenezer Howard: De acordo ABIKO, ALMEIDA E BARREIROS (1995) 
Propõe a criação de cidade-jardim onde estabelece três princípios que dão 
base a sua teoria: eliminação da especulação dos terrenos; controle do 
crescimento e limitação da população e deveria existir um equilíbrio 
funcional entre cidade e campo. 
6 
 
Nesse sentido, ele não só propõe a construção de parques e bosques próximos 
aos espaços já construídos, como também uma espécie de “cinturão verde” 
limitando o espaço urbano. 
As suas propostas são bem especificas, definindo como a cidade será dividida 
e a quantidade de bulevares, bem como sua metragem, como as casas, parques 
e os centros deverão ser construídos objetivando sempre a organização e 
padronização do espaço, levando em consideração a higiene. 
 
 
3.2 Teorias e Teóricos do Urbanismo Higienista 
 
O Urbanismo Higienista, decorre de um período de crescimento populacional 
e desenvolvimento da indústria. Para GONÇALVES JR a situação urbana se 
encontrava: 
“Como num formigueiro, aglomeravam-se ao redor das 
fábricas, ao longo de ruas imundas, nas quais o esgoto, que 
corria a céu aberto, e montanhas de lixo dominavam a 
paisagem. Epidemias proliferavam sem controle, e as 
condições desumanas de trabalho nas fábricas não mediam 
horas nem respeitavam idade.” (GONÇALVES JR. et. al., 
2006, p. 15-16) 
 
Essa vertente surge tendo sua preocupação voltada para as condições de
 insalubridade das cidades superlotadas sem sistemas básicos sanitários,
 em que doenças se espalhavam com muita facilidade. Nesse sentido defende
 a criação de saneamento básico, bem como a limpeza desses centros
 urbanos e combate as pragas. 
Os estudos médicos dão base para teorias e projetos de “limpeza” das cidades 
– e muitas vezes eles propunham mudanças urbanas, também chamam a 
atenção dos gestores a frente desse problema social. Dentre os teóricos do 
urbanismo higienista têm-se: 
- Alexandre Parent-Duchatelet: De acordo Chasles (2016): Médico 
considerado o “pai da higiene pública” na França, tinha consciência do papel 
importante que o ar e a água tinham na saúde pública. Desenvolveu ideias 
para o ordenamento da água e o tratamento de resíduos. Nesse contexto surge 
o Rambuteau que era prefeito de Paris na época e seguindo recomendações 
do médico Duchatelet, iniciou obras de aberturas de avenidas, construção de 
esgotos e passeios, plantação de árvores, multiplicação de fontes de água... 
- George Haussmann surge alguns anos depois dos anteriores e foi um 
administrador francês que propôs o Plano de Reforma de Paris, nesse plano 
ele tinha como objetivo atingir uma cidade organizada, padronizada e limpa 
através de reformas nas ruas e na captação de ventilação e iluminação natural 
de modo que essas duas propiciassem uma melhoria na salubridade dos 
bairros. 
- Max Von Pettenkofer: De origem alemã é um importante higienista da 
segunda metade do século XIX, interessava-se pelo estudo químico do 
ambiente, do terreno e das suas modificações como causa das epidemias. 
Com base nos seus estudos sobre a epidemia de cólera em 1869, ele conclui 
que o solo impregnando era uma das causas da manifestação da doença. Dessa 
7 
 
forma, para preveni-la ele propõe controle do solo através de sistemas de 
drenagem e de esgotos, canalização do esgoto, fornecimento de água potável, 
Recolhimento do lixo e a pavimentação, visando favorecer a limpeza do 
terreno, medidas que tiveram impacto positivo sobre as condições higiênicas 
da cidade. 
- Carlos Rath: Com base nas recomendações de Pettenkofer, esse higienista 
desenvolveu um importante estudo sobre as camadas dos solos e a água de 
São Paulo, o que deu base ao abastecimento de água da cidade. Ele definiu 
também pontos insalubres e deu ideia de onde devia se organizar alguns 
elementos urbanos, dentre outras contribuição feitas por ele na organização 
urbana de São Paulo. 
 
 
 
3.3 Teorias e Teóricos do Urbanismo da Era Industrial 
 
O urbanismo da Era Industrial está ligado ao crescimento populacional gerado 
pelos avanços técnicos e científicos do século XIX. Esse avanço tecnológico 
ocorrido no mundo, gerou primeiro um crescimento urbano observado na 
Europa que logo se espalhou pelo mundo e o grande fenômeno ligado a isso 
é a ideia do êxodo rural. Em função dessas novas de sociabilidade, 
econômicas e culturais vão acabar surgindo muitas cidades, tendo cada uma 
delas sua função, mas também funcionando em conjunto. Ao mesmo tempo 
que cidades eram criadas houve um desenvolvimento e uma ordenação urbana 
nas cidades já existentes. 
Nos grandes centros urbanos o centro vai se modificando sendo ocupando por 
escritórios e mercado, o que o torna um lugar caro de se morar, com isso as 
pessoas vão mudando o seu local de moradia para os subúrbios, que surgiu 
também com a possibilidade de se locomover na cidade em que as pessoas 
podem circular pela cidade de forma rápida, pode-se sair de onde mora para 
o lugar em que trabalha em um curto espaço de tempo. Dentre os urbanistas 
desse movimento têm-se: 
- Ildefonso Cerdá: De acordo a Costa foi um engenheiro urbanista e político 
catalão, responsável pelo plano de expansão de Barcelona, tendo como 
objetivo aumentar a área total de expansão, propor a organização das ruas e 
padronização das quadras, captação de iluminação e ventilação natural. a 
ideia dele era um traçado que permitia a união entre a cidade nova projetada 
e o núcleo antigo de Barcelona. Nesse projeto de expansão ele distribuiu 
parques, indústria, comércio e residências de forma equilibrada. O sistema de 
transporte é elemento fundamental para o funcionamento da cidade. A rua 
como fornecedora de infraestrutura. 
- Tony Garnier: Arquiteto e urbanista de origem francesa defende a ideia de 
cidade industrial a partir de seu projeto para a cidade de Lyon na França. 
Nesse projeto ele demonstra preocupação com a salubridade. Propõe área 
verde entre as casas, traçado da cidade em linhas retas, locação dos 
estabelecimentos públicos no centro da cidade, isolamento do hospital. Já 
defendia a ideia de que os edifícios fossem separados de acordo as suas 
funções. E como uma adequação ao sistema industrial, a cidade para ele 
deveria ser construída em torno da indústria. 
8 
 
- Arturo Soria y Mata: Urbanista espanhol, propôs a construção da cidade 
linear. Considerava que os problemas da urbanização advinham do problema 
de locomoção. Nesse sentindo a cidade linear surge com o intuito de resolver 
tal problemática, a organização desta se dava em linha com uma via central 
de 50 metros e com comprimento que fosse necessário, sendo a estrutura 
principal. A infraestrutura precisa para a cidade era disposta no centro dessa 
rua. Para ele todas as habitações deviam está nas mesmas condições. Em seu 
projeto não havia concentração de edifícios, a cidade poderia crescer 
indefinidamente e permitia contato direto entre campo e cidade. Defendia que 
a cidade linear iria colocar um fim na especulação imobiliária, no 
congestionamento no centro da cidade e não haveria a marginalização das 
pessoas que habitavam a periferia. 
 
 
 
3.4 Teorias e Teóricos do Urbanismo Moderno 
 
A partir de 1928 foi iniciado o movimentodenominado Congresso 
Internacional de Arquitetura Moderna – CIAM, onde acontecia debates, 
reuniões e decisões que eram postas em documentos. No CIAM de 1933 foi 
construído o documento principal desse movimento intitulado Carta de 
Atenas tendo como mentor Le Corbusier. A partir desse documento surgiu o 
Urbanismo Moderno que tinha como base uma espécie de desprezo a cidade 
antiga, defendia a ideia de construir uma cidade completamente nova com 
construções altas, imponentes, com grandes espaços vazios entres elas, áreas 
verdes, captação de ventilação e iluminação. Essa vertente tem caráter 
funcionalista, cidades pensadas a partir de suas funções. 
A circulação é concebida como uma função distinta, independente em relação 
às edificações, com diferenciação de vias segundo velocidades. De acordo a 
Carta de Atenas (1933) as construções deviam ser: 
“Edifícios altos, que conquistam a vista, a luz, o ar, 
espaçados entre si, tornam-se as únicas formas 
correta de construção moderna”. 
- Frank Lloyd Wright: Seu estilo se liberta da tradição concebendo o plano
 livre e o espaço orgânico. Choay define a teoria urbana de Wright como um 
“antiurbanismo”, cuja principal característica é a organicidade. 
Wright acreditava que para criar um modelo de cidade adequado às 
necessidades do homem contemporâneo era necessária uma reformulação no 
pensamento urbano. Esse teórico defendia a qualidade de vida para todas as 
classes sociais, criticava o modo de vida nas cidades, dizia que a metrópole 
condicionava a alienação do indivíduo ao produzir a mecanização da vida 
humana, acreditava que para reverter esse processo de alienação era 
primordial a aproximação do homem com a natureza, pois para ele o contato 
com a natureza iria acabar com a agitação e a violência dos centros urbanos. 
Segundo ORSI (2009) Wright foi responsável pelo projeto Broadacre City em 
que ele expressa os seus ideais, concedendo a cada cidadão um acre de 
extensão isolando assim, as famílias em uma grande área verde, que deveria 
ser utilizada para a agricultura familiar. O conjunto urbano deveria apenas 
servir para o trabalho, a vida social ocorreria em locais apropriados. Em 
9 
 
oposição à centralidade da cidade industrial, em Broadacre a descentralização 
é levada ao extremo, diluindo o conceito de cidade convencional. Os edifícios 
estariam diluídos pelo terreno, acompanhando a topografia, é o conceito de 
arquitetura orgânica. 
- Charles-Édouard Jeanneret – Le Corbusier: O principal representante do 
urbanismo moderno. Propõe a aplicação da distinção das varias funções 
existentes na cidade: habitar, trabalhar, lazer e circular. Nesse sentido a 
residência se torna o elemento mais importante da cidade, mas sendo 
indissociável do setor de serviço. Le Corbusier entendia que as áreas verdes 
deveriam permear toda a cidade, ao invés de serem parques pontuais para ele 
essas áreas verdes deveriam formar um espaço único. 
Acredita que a rua convencional, onde se misturam os diferentes meios de 
transporte deve ser substituído por um sistema de percursos separados 
distribuídos pela cidade-parque. 
Le Corbusier também define os cinco pontos da Arquitetura Moderna sendo 
eles: planta livre – para ele ter uma estrutura independente permite a locação 
das paredes, fachada livre – fachada projetada sem impedimentos partindo do 
mesmo princípio da fachada livre, pilotis – estruturas que elevam a construção 
permitindo a criação de uma área livre no térreo, terraço jardim – teto verde 
a possibilidade de se recuperar o solo ocupado pela edificação reproduzindo-
o para a cobertura e grandes aberturas na fachada. 
- Lúcio Costa: Arquiteto e Urbanista foi precursor do urbanismo moderno no 
Brasil. A sua forma de projetar ficou marcada pela releitura da linguagem 
moderna já que uniu elementos da estética racionalista aos da arquitetura 
colonial brasileira. Suas obras são modernas, mas adaptadas ao clima tropical, 
usando elementos tradicionais do Brasil. Costa foi responsável pelo projeto 
do “plano piloto” de Brasília que seria o plano de construção da cidade. Nesse 
projeto ele aplicou muito bem os conceitos de urbanismo definidos por Le 
Corbusier. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
4. Conclusão 
 
O Urbanismo começou a ser aplicado no território europeu. Por volta do século 
XIX já surgiam suas vertentes que foram se expandindo por todo o mundo até chegar ao 
Brasil. 
Nesse contexto, segundo VILLAÇA e LEME (1999) o planejamento urbano no 
Brasil passou por 4 fases, a primeira delas ocorrida entre 1875 e 1930 foi chamada de 
Planos de Embelezamento, eram planos com bases em tradições europeias e se traduzia 
em propostas de alargamento de vias, retirada das pessoas de baixa renda que viviam em 
áreas centrais, implantação de infraestrutura como saneamento, jardins e praças. LEME 
(1999) ainda cita que nesses planos surgiu a criação de uma legislação urbanística, como 
também a reforma e reurbanização das áreas portuárias; a segunda chamada de Planos 
de Conjunto aconteceu entre 1930 e 1965 foi a partir desse momento que a integração 
com os bairros além do centro passaram a ser discutidas, assim começam a fazerem o 
zoneamento e a legislação urbanística de controle do uso e ocupação do solo; o terceiro 
Plano de Desenvolvimento ocorreu entre os anos de 1965 e 1971 foi marcado pela 
inviabilidade de implantação, pois foi nesse período que incorporaram aos planos outros 
aspectos além dos físicos e territoriais agora se tinha os econômicos e sociais tornando 
esse plano muito abrangente e por consequência com muitos problemas a serem 
resolvidos; por fim a quarta fase se expressa nos Planos sem mapas acontecendo entre 
os anos de 1971 a 1992 que abandona os diagnósticos técnicos dos planos anteriores, 
surgiu como resultado da dificuldade de implantação destes. Para VILLAÇA (1999) essa 
fase foi marcada por planos simples. 
“Nos anos de 1970, os planos passam da complexidade, 
do rebuscamento técnico e da sofisticação intelectual 
para o plano singelo, simples – na verdade, simplório – 
feito pelos próprios técnicos municipais, quase sem 
mapas, sem diagnósticos técnicos ou com diagnósticos 
reduzidos se confrontados com os de dez anos antes.” 
(VILLAÇA, 1999, p. 221). 
Foi durantes esses planos que surgiram as primeiras cidades planejadas e as 
reformas nas já existentes do Brasil, sendo as primeiras delas Belo Horizonte, São Paulo 
e Rio de Janeiro. Nesse sentido, baseada na ideia urbanística europeia de modernidade. 
Belo Horizonte foi concebida em período contemporâneo ao discurso clássico acerca dos 
valores racionais e representativos das cidades capitais (técnicos, topográficos, 
econômicos e simbólicos) e dos primeiros debates sobre planejamento urbano no Brasil 
(ANGOTTI-SALGUEIRO, 2001. Já a cidade do Rio de Janeiro, se destaca os planos de 
reforma baseados no urbanismo higienista, um dos planos mais representativos para o 
Rio foi o de Pereira Passos que previa o melhoramento da cidade através de criação de 
avenidas conectadas ligando a Lapa à Tijuca e a São Cristovão. Em São Paulo também 
acontece uma espécie de reforma baseada na vertente higienista. 
No Brasil ainda tem as cidades planejadas a partir do século XIX baseados nos 
modelos de cidade-jardim previstos por Howard, têm-se Goiânia planejada de modo que 
na cidade houvesse a valorização de praças, parques e outras áreas verdes. Brasília hoje 
capital do país se destaca por seu característico planejamento moderno, foi uma cidade 
projetada pelo Lúcio Costa juntamente com Oscar Niemeyer, esses deixaram expressos 
seus ideais modernos em toda concepção da cidade. Ainda tem Palmas que foi construída 
semelhante à Brasília, cidade considerada atual. Também há a restauração urbana de 
Curitiba, que envolveu aprimoramento em todas as áreas. 
11 
 
É perceptível que o urbanismo no Brasil surgiu comideologias do urbanismo 
europeu, nos dias atuais têm-se um urbanismo voltado para a tentativa de tentar resolver 
os problemas dos centros urbanos já existentes através de planos diretores, legislação de 
uso e parcelamento do solo, zoneamento. Problemas seculares como crescimento 
populacional, aumento de veículos, crescimento das populações de baixa renda vivendo 
em áreas de risco ainda desprovidas de infraestruturas mínimas que permeiam nossa 
realidade ate os dias atuais, os tornando mais difíceis de serem solucionados. 
A tradição das nossas cidades mudou, hoje os espaços urbanos estão cada vez 
mais voltado para os transportes, as pessoas perdem seu espaço nas ruas e avenidas. Os 
centros urbanos funcionam como concentração do comercio tendo sua vitalidade 
somente durante o dia. As praças não são mais lugares de lazer, somente de passagem. 
A falta de segurança trazidas pelo desenvolvimento urbano é enorme. Precisamos cada 
vez mais de planejamento urbano. 
 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5. Referências 
 
- ABIKO, A.K. ALMEIDA, M.A.P. BARREIROS, M.A.F. Urbanismo: História e 
Desenvolvimento. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, 1995. 
- CHASLES. Virginie. Saúde urbana e higienismo, o exemplo da França. Revista 
do Instututo de estudos Brasileiros, Brasil, n. 64. p. 65-74, ago. 2016. 
- CHOAY, Françoise. O Urbanismo. Editora Perspectiva, 2005; 
- FONSECA, M. A. O Lugar Da Fabrica: História e Evolução Urbanistica. 2010 55 p. 
Dissertação (Mestrado em Arquitetura) - Universidade da Beira Interior, Portugal, 2010 
[Orientador: Professor Doutor Jacek Domiczack]. 
- HAROUEL, Jean-louis. História do Urbanismo. Editora Papirus, 1998. 
 - LEME, Maria Cristina da Silva. A formação do pensamento urbanístico no Brasil:
 1895-1965. In: LEME, Maria Cristina da Silva; FERNANDES, Ana; GOMES,
 Marco Aurelio Filgueiras (org.) Urbanismo no Brasil 1895-1965. São Paulo: Studio
 Nobel/FAU USP/FUPAM, 1999 
- ORSI, L. R. Arquitetura e Utopia: O Contexto Histórico e o Urbanismo no Século XXI. 
2009 100 p. Trabalho Conclusão do curso de Arquitetura – Universidade Estadual Paulista, 
São Paulo, 2009. [Orientador: Professor Paulo Masseran] 
- SALGADO, Ivone. Carl Friederich Joseph Rath: o ‘higienismo’ na formação 
do corpus disciplinar do urbanismo na cidade de São Paulo. Arquitextos, São 
Paulo, ano 10, n. 113.01, Vitruvius, out. 2009. 
<https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/10.113/18>. 
 - VILLACA, Flavio Jose Magalhaes. Uma contribuição para a história do
 planejamento urbano no Brasil. In: O processo de urbanização no Brasil[S.l: s.n.],
 2010. 
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https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/10.113/18

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