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Aula 1 - Evolução urbana e energia

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Evolução urbana e energia
Apresentação
A evolução urbana está intimamente ligada às opções energéticas disponíveis no mundo. Desde o 
período paleolítico, o homem busca energia para se aquecer, proteger-se e se alimentar. Essa 
necessidade constante fez com que o campo energético fosse uma das áreas que mais recebeu 
investimentos ao longo da evolução da sociedade mundial, colaborando muito para o crescimento 
dos países.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai entender, por meio de um panorama histórico da 
energia no mundo, como as diversas formas de captação de energia funcionam e como a energia 
interfere na vida urbana. Além disso, vai aprender sobre as formas de captação de energia 
tradicionais e sustentáveis e sobre as grandes mudanças acarretadas no mundo a partir desses 
sistemas.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Definir como a evolução urbana se relaciona com a energia. •
Explicar como o sistema energético influencia na evolução urbana.•
Exemplificar sistemas de geração de energia tradicionais e sustentáveis.•
Desafio
De acordo com o Ministério de Minas e Energia, em 2016, mais de 90% da energia produzida no 
Brasil vinha de fontes renováveis. No entanto, quase 65% dessa energia é produzida por meio das 
usinas hidrelétricas, e, apesar de ser considerada limpa, produz muitos danos ao meio ambiente.
Neste Desafio, imagine que você vai construir um condomínio de edifícios em Cuiabá, Mato 
Grosso. A seguir, acompanhe mais detalhes dessa região. 
 
O que você pode propor para que não haja surpresas nas contas e que, ainda assim, os ambientes 
fiquem satisfatoriamente climatizados?
Infográfico
A energia pode ser captada de diversas formas (termelétrica, eólica, hidrelétrica, solar, nuclear, etc.),
 para depois ser transformada em energia elétrica. As formas de captação que têm ganhado espaço 
são as renováveis, que não causam danos ao meio ambiente e que aproveitam as potencialidades 
climáticas.
No Infográfico a seguir, entenda como funciona a geração de energia fotovoltaica, captada por 
meio da radiação solar. 
Confira. 
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/a2f73f9f-c222-4872-8450-90e61e3ae1cb/90b4d776-c7ed-4c18-b259-ee820d7ad77f.png
Conteúdo do livro
O homem está sempre procurando maneiras de otimizar o seu dia a dia. O uso de energia elétrica, 
por exemplo, impulsionou a urbanização e promoveu diversas mudanças. Hoje, há uma intensa 
busca por práticas renováveis de obtenção de energia que possam ser economicamente viáveis e 
que não prejudiquem o meio ambiente.
No capítulo Evolução urbana e energia, da obra Conforto ambiental, você vai conhecer a origem da 
captação energética pelo homem, bem como acompanhar sua evolução até os dias de hoje, 
identificando como ela pode contribuir para a construção de cidades mais sustentáveis. 
Boa leitura.
CONFORTO 
AMBIENTAL 
Ana Cristina 
Castagna
Evolução urbana e energia
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Definir como a evolução urbana se relaciona com a energia.
  Explicar como o sistema energético interfere na evolução urbana.
  Exemplificar sistemas de geração de energia tradicionais e sustentáveis.
Introdução
Neste capítulo, você vai estudar como o homem desenvolveu os principais 
sistemas de geração de energia e os tipos de energia consumidas desde 
a Antiguidade até os dias de hoje. Você vai verificar de que maneira a 
sociedade evoluiu a partir do advento do consumo energético e como isso 
influenciou no desenvolvimento da vida urbana. Ainda, você vai identificar 
formas alternativas para a captação da energia elétrica, o principal tipo 
de consumo energético do planeta. Ao final do capítulo, será explicado 
como a evolução dos sistemas de geração de energia pode transformar a 
vida do homem dentro e fora das grandes cidades nas próximas décadas.
Tipos de energia e o seu uso ao longo da história
A história do desenvolvimento energético pode ser confundida com a própria 
evolução da sociedade humana. A busca do homem por formas de otimizar 
o dia a dia existe desde os tempos da pedra lascada. No período Paleolítico, 
o ser humano, ainda nômade, buscava energia para se aquecer, alimentar-se 
e iluminar os períodos em que não contava com a luz solar e atingiu esses 
objetivos por meio do fogo.
Já no período Neolítico, o homo sapiens desenvolveu as primeiras técnicas 
de armazenamento da energia excedente, quando iniciou a fabricação de 
cerâmicas, olaria, artesanato e até mesmo a construção. Esse avanço, con-
comitantemente ao desenvolvimento da agricultura e da domesticação dos 
animais, foi crucial para que o homem deixasse de ser nômade para se tornar 
sedentário, conforme lecionam Roaf, Crichton e Nicol (2009). As grandes 
civilizações do mundo antigo (aproximadamente 4000 a. C.) passaram a 
fazer a conversão energética a partir da água e do vento, o que acarretou em 
um grande salto evolutivo na agricultura e na pecuária, conforme apontam 
Farias e Sellitto (2011).
Ainda segundo Farias e Sellitto (2011), a partir da Idade Média, o desen-
volvimento de equipamentos mecânicos tornou possível a multiplicação da 
força extraída das diferentes fontes energéticas. Os egípcios foram pioneiros 
na utilização do vento para o transporte, por meio da navegação. Vem da 
China e da Pérsia a cultura dos moinhos, aparato criado para fazer a moagem 
mecânica de grãos por meio da energia proveniente da água (Figura 1). 
Figura 1. Moinho de água.
Fonte: Adaptada de Angyalosi Beata/Shutterstock.com.
Os moinhos chegaram à Europa no século XIII e foram adaptados para 
serem utilizados na indústria têxtil, madeireira e metalúrgica. A primeira 
versão do moinho de vento (Figura 2) foi patenteada na Holanda, conforme 
lecionam Farias e Sellitto (2011).
Evolução urbana e energia2
Figura 2. Moinho de vento na Holanda.
Fonte: Adaptada de Svetlana Orusova/Shutterstock.com.
O século XVII também foi marcado pela invenção da máquina a vapor, 
adaptada para acionar equipamentos industriais e meios de transporte, como 
as locomotivas. A invenção da máquina a vapor foi responsável por tornar a 
Inglaterra o primeiro país industrial do mundo. Aliado a isso, no processo que 
culminou na Revolução Industrial, houve a substituição da lenha pelo carvão 
mineral fóssil nas máquinas a vapor. O carvão se manteve como o principal 
combustível usado no mundo até a década de 1960, quando foi ultrapassado 
pelo petróleo e os seus derivados, ainda conforme Farias e Sellitto (2011).
Com o advento da indústria automotiva, houve também um grande cresci-
mento no consumo de petróleo. A partir da fundação da indústria petrolífera, 
o petróleo passou a ser matéria-prima para outros combustíveis, como gasolina, 
óleo diesel, além de produtos plásticos e asfalto, por exemplo. A extração e a 
industrialização do petróleo podem causar contaminações ambientais, libe-
ração de gases tóxicos, emissão de calor e potencialização da ocorrência de 
desastres naturais. Isso, aliado à instabilidade do preço, os conflitos gerados 
a partir de sua extração, além de ser uma fonte não renovável de energia, traz 
a necessidade da sociedade contemporânea substituí-lo por outras formas de 
obtenção energética, de acordo com Farias e Sellitto (2011).
3Evolução urbana e energia
Como fontes renováveis para a obtenção de energia, pode-se citar a biomassa, a 
energia eólica, a energia solar e a energia nuclear. Essas são algumas fontes alternativas 
que podem gerar a energia elétrica, que é uma energia secundária (obtida a partir de 
fontes de energia primária). Atualmente, a energia elétrica é a energia mais utilizada 
em todo o mundo para as mais diversas finalidades, tanto em escala doméstica quanto 
industrial, conforme apontam Farias e Sellitto (2011). 
A eletricidade foi descoberta ainda no séculoXVI, porém, a utilização 
para o consumo direto, em forma de luz elétrica, foi demonstrada por Thomas 
Edison em 1882, quando ele descobriu a geração de corrente contínua para 
acender um filamento, a lâmpada. A corrente elétrica pode ser transmitida por 
longas distâncias, o que possibilitou seu uso nos centros urbanos.
Até a década de 1970, em função da abundância dos combustíveis fósseis e 
da competitividade das usinas hidrelétricas e termelétricas, a pesquisa por fontes 
renováveis não obteve muito investimento. O processo de geração de energia por 
meio de usinas hidrelétricas, apesar de corresponder a uma fonte renovável, causa 
muito impacto ambiental, com o desmatamento e as disfunções da fauna e flora 
a partir das represas (Figura 3). As usinas termelétricas geralmente utilizam 
combustíveis fósseis, como o carvão ou óleo, e, por isso, não são renováveis.
Figura 3. Usina hidrelétrica de Itaipu, na divisa entre Brasil e Paraguai: disfunções 
ambientais em função tanto da construção quanto da necessidade de represar água.
Fonte: Adaptada de Axbzz/Shutterstock.com.
Evolução urbana e energia4
A energia nuclear, apesar de ser considerada limpa pela baixa emissão 
de CO2 e demais gases que contribuem para o efeito estufa, possui grande 
rejeição, já que pode provocar impactos socioambientais severos ao longo 
da cadeia produtiva do urânio, conforme lecionam Farias e Sellitto (2011). 
Além disso, há um trauma relacionado com os grandes desastres das usinas 
de Chernobil e Fukushima, por exemplo.
O acidente nuclear de Chernobil, ocorrido na cidade ucraniana de mesmo nome em 
1986, deu-se a partir de uma explosão no interior da usina nuclear. A partir disso, grandes 
quantidades de partículas radioativas foram lançadas na atmosfera, espalhando-se 
por boa parte do território da antiga União Soviética e Europa Ocidental. Foi o pior 
acidente nuclear já registrado e, segundo o Greenpeace Brasil (2015a), nos mais de 30 
anos que o separam da atualidade, mais de 100 mil pessoas já foram contaminadas 
pela radiação, adquirindo doenças ou morrendo em decorrência dela.
O acidente de Fukushima aconteceu a partir de um terremoto que atingiu o Japão 
em 2011, ocasionando o derretimento de três reatores nucleares, contaminando o 
solo, os lençóis freáticos e o oceano. Até hoje não se tem uma estimativa segura da 
extensão da contaminação e do número de vítimas. Esses dois acidentes são os únicos 
da história com classificação 7 — a máxima — na Escala de Acidentes Nucleares, 
conforme aponta o Greenpeace Brasil (2015b).
Há um movimento muito grande na atualidade em favor de práticas reno-
váveis de obtenção de energia que possam ser economicamente viáveis e não 
prejudiciais ao meio ambiente. A energia solar, por exemplo, obtida a partir 
de células fotovoltaicas e armazenada em forma de baterias, já é amplamente 
utilizada no Estados Unidos e na Europa. No Brasil, a abundância dos ventos 
faz com que a energia eólica ganhe muito espaço. A utilização de biomassa, 
isto é, fontes orgânicas que fazem a transformação da energia solar em energia 
química e, então, produzem combustíveis como o biodiesel e o etanol, também 
tem ganhado muito espaço nos últimos anos. Entretanto, a transição é muito 
lenta, principalmente nas cidades, onde os meios de transporte ainda são, em 
esmagadora maioria, alimentados por meio de derivados do petróleo. É preciso 
uma total renovação de frota para que se altere a fonte da energia, conforme 
apontam Farias e Sellitto (2011).
A seguir, vamos estudar a relação da energia com o desenvolvimento e a 
modernização dos centros urbanos.
5Evolução urbana e energia
Energia e cidade
A eletricidade é muito importante no processo de evolução das sociedades, 
não só impulsionando a industrialização, mas também alterando a estrutura 
urbana, por meio de sistemas de iluminação, transportes, aparelhos domésticos, 
etc. O uso de energia elétrica impulsionou a urbanização, promovendo diversas 
mudanças. As atividades, antes mediadas pelo dia e pela noite, agora podem 
se estender por mais tempo, conforme leciona Ferreira (2013).
Há alguns fatores cruciais que fazem com que a energia gerada chegue aos 
consumidores O primeiro é a maneira de transmiti-la. Com o início da utilização 
da energia elétrica, foi necessário o planejamento de uma estrutura de linhas 
de transmissão dentro das cidades, de modo que a energia chegue para todas as 
residências e indústrias. Todos conhecemos os fios elétricos, que, de maneira 
a facilitar sua instalação, são externos, mas também podem ser subterrâneos. 
Além disso, é necessário construir subestações em pontos estratégicos da cidade, 
onde transformadores (Figura 4) adaptam a tensão chegada da usina, para que 
possa ser consumida, conforme lecionam Farias e Sellitto (2011).
Figura 4. Subestação de energia: equipamento comum e necessário nas cidades.
Fonte: Adaptada de Celpa (2017).
A Revolução Industrial foi um marco no desenvolvimento das cidades. Impul-
sionada também pela energia elétrica, foi durante a Revolução que as máquinas 
passaram a substituir a força humana e dos animais e a liberar o tempo do ser 
humano para sua função intelectual, inclusive a de inventar novos aparelhos que 
facilitassem seu próprio cotidiano, conforme apontam Farias e Sellitto (2011).
O advento do automóvel e de aparelhos eletrodomésticos mudou completa-
mente a rotina das pessoas, o que também refletiu no desenvolvimento urbano. 
Evolução urbana e energia6
É possível concluir que, quanto mais um país investe no setor energético, mais 
ele se desenvolve, já que a utilização de energia está intimamente ligada com a 
evolução da sociedade por meio da urbanização, das transições demográficas 
e dos sistemas de governo. Silva Filho (2003) afirma que há uma diferença 
brutal entre o consumo de energia dos países pobres e dos mais ricos e que a 
escala da economia de um país pode ser medida pelo seu consumo energético.
Com o aumento da produção industrial, foi necessário, para escoar a produção, 
implementar melhores soluções de transporte, incentivando a construção de 
estradas, aeroportos, ferrovias e rotas aquáticas. Isso fez com que a mobilidade 
passasse por um grande avanço, conforme apontam Farias e Sellitto (2011).
O aumento da produtividade acarretou a invenção de novos setores da indústria 
da sociedade, aqueles que não apenas se dedicam a sanar as necessidades básicas do 
ser humano, mas também proporcionam o aumento da qualidade de vida por meio 
de equipamentos de lazer e prazer humanos. Nos países em que a industrialização 
foi mais evidente, como Europa e Estados Unidos, esses processos ocorreram de 
forma mais equilibrada em todos os setores, gerando menos desigualdade social. O 
consumo energético possibilitou a construção de cidades maiores, com infindáveis 
alternativas de moradia, trabalho, lazer e qualidade de vida para seus habitantes.
Estamos habituados a conviver com a eletricidade em atividades corriquei-
ras, por meio de iluminação e climatização artificiais, abertura e fechamento 
de portas, sistemas de segurança, computadores, semáforos, estações de 
tratamento de esgoto, equipamentos hospitalares, gadgets domésticos, todos 
impulsionados pela abundância de energia, conforme aponta Ferreira (2013). 
Entretanto, com o aumento populacional, principalmente nos grandes centros, 
a demanda energética também sofreu severa expansão. Em meados do século 
XX, acompanhamos o boom dos equipamentos eletroeletrônicos, e, com a 
abundância dos combustíveis fósseis, construímos cidades que chegam a 
desperdiçar a energia produzida.
Conforme Roaf, Crichton e Nicol (2009), edifícios que possuem desperdício energético, 
por exemplo, são aqueles que, por não serem adaptados ao local, produzem microclimas 
que exigem o total condicionamento de seus espaços internos. Plantas baixas mal 
projetadas exigem a constante iluminação artificial, mesmo nos períodos mais iluminados 
do dia. Também deixamos de captar a luz solar, por ainda não termos desenvolvidoos 
equipamentos de captação dessa energia em larga escala para todos os níveis sociais. 
7Evolução urbana e energia
Atualmente, lidamos de maneira natural com os frequentes blecautes 
ocorridos nas grandes cidades, os conflitos gerados pelo controle da extração 
de petróleo e produção dos seus derivados e o aumento do custo de vida gerado 
pelo aumento do valor da energia e dos combustíveis. É chegada a hora de 
repensar nosso consumo energético e a maneira como captamos e distribuímos 
essa energia, conforme sugerem Roaf, Crichton e Nicol (2009).
As fontes renováveis de geração de energia
Conforme vimos acima, a captação e a distribuição de energia e combustíveis 
na atualidade se dão, majoritariamente, por meio de sistemas não renováveis, 
como o petróleo e as termelétricas. Muito da energia elétrica vem também 
das hidrelétricas, que, apesar de serem consideradas fontes limpas, produzem 
muitos danos ao meio ambiente, conforme lecionam Farias e Sellitto (2011).
O mundo todo passa por um momento de conscientização para a redução 
da emissão de gases que colaboram com o efeito estufa e o superaquecimento 
da Terra, assim como para a utilização de fontes renováveis de geração de 
energia. O Brasil, com seu amplo território e seus grandes ventos, tem um 
grande potencial de geração de energia eólica e já começou a produzi-la, 
conforme apontam Farias e Sellitto (2011).
A energia eólica se caracteriza pelo aproveitamento da energia cinética dos 
ventos para transformá-la em energia elétrica. Segundo a Aneel, a primeira 
turbina eólica conectada à rede de energia elétrica foi instalada em 1976, 
na Dinamarca. As turbinas eólicas (Figura 5) precisam ser instaladas em 
locais com grande incidência de ventos, comumente em faixas litorâneas. As 
turbinas precisam se conectar com as redes de distribuição elétrica. Tal fato, 
juntamente com o ruído das turbinas e as interferências eletromagnéticas do 
material utilizado para sua fabricação, são os principais pontos negativos 
desse sistema. É uma energia completamente renovável, e os custos para sua 
instalação caem ano após ano. O Brasil ainda está muito aquém da produção 
de países desenvolvidos como Estados Unidos e Alemanha, mas tem recebido 
incentivos para aumentá-la.
Evolução urbana e energia8
Figura 5. Turbinas de geração de energia eólica.
Fonte: Adaptada de BGSmith/Shutterstock.com.
Outra forma renovável de captação de energia são as placas solares (Fi-
gura 6). Os painéis compostos por células fotovoltaicas captam a luz solar e 
a transformam em energia elétrica, que então é armazenada em baterias ou 
conectada ao sistema local de abastecimento de energia. Apesar de ainda 
possuírem preço elevado no Brasil, têm sido utilizadas cada vez mais, já que 
temos uma ampla capacidade de captar a luz solar. Na Alemanha, após um 
programa de incentivo do governo, a maior parte da energia elétrica passou 
a ser produzida por meio de sistemas renováveis, principalmente as placas 
fotovoltaicas, mesmo o país não estando nas condições mais favoráveis para 
a captação da luz solar, conforme aponta Calixto (2017).
Figura 6. Casas com painéis fotovoltaicos na Europa.
Fonte: Adaptada de DutchScenery/Shutterstock.com.
9Evolução urbana e energia
O grande desafio que temos é a adaptação dessas tecnologias — muito 
mais recentes do que as tradicionais — ao pleno funcionamento na rotina 
das cidades. O que se percebe atualmente é uma tentativa global de conciliar 
os interesses comerciais da produção de energia com a preservação do meio 
ambiente, sem prejudicar o consumo energético da população. Essa alternativa 
só será possível por meio da substituição dos sistemas de captação tradicionais, 
isto é, não renováveis, pelas alternativas mais sustentáveis.
Algumas cidades e bairros ao redor do mundo já demonstram a eficiência das fontes 
renováveis de energia e são exemplos a serem seguidos por cada vez mais localidades. 
A cidade de Feldheim, próxima à capital alemã Berlim, é um desses exemplos. Segundo 
a Deustsche Welle, atualmente 100% da energia dessa cidade é obtida por meio de 
vento, biogás e luz solar, captada e distribuída através da rede de distribuição integrada 
sob a terra. Apesar de pequena, abrigando cerca de 128 mil residências, a cidade é um 
exemplo que inspira todo o País, que tem a meta de fazer o mesmo até o ano de 2050.
O Brasil possui um clima tropical e é farto de rios, ventos e luz solar. 
Segundo o Ministério de Minas e Energia (BRASIL, c2018), em 2016, mais 
de 90% da energia produzida no país era proveniente de fontes renováveis. 
Entretanto, quase 65% é produzida por meio das usinas hidrelétricas. Apesar 
de ter havido um crescimento de aproximadamente 30% na produção de 
energia eólica entre 2015 e 2016, esse tipo de energia representa apenas 6,7% 
da energia produzida no Brasil. A biomassa representa 9,3%, a energia solar, 
apenas 0,02%, e a energia nuclear representa 1,3% (BRASIL, c2018). Atual-
mente, os três principais estados produtores de energias renováveis limpas do 
Brasil são Minas Gerais, Ceará e Rio Grande do Sul.
Segundo Pereira et al. (2006), a capital de Minas Gerais, Belo Horizonte, 
pode ser considerada como um grande exemplo brasileiro de cidade sustentável. 
Além de diversos programas para a redução da emissão de gases poluentes, a 
cidade é referência na produção de energia elétrica proveniente da luz solar. 
Hoje em dia, segundo o MME (2016), mais de 3 mil edifícios (residenciais, 
comerciais, públicos, hospitais, clubes, etc.) são dotados de placas fotovol-
Evolução urbana e energia10
taicas, que, juntos, reduzem em 22 mil toneladas anuais a emissão de gases 
nocivos, por utilizarem uma fonte limpa e renovável de produção de energia. 
O estádio Mineirão (Figura 7), por exemplo, possui uma usina de energia solar 
fotovoltaica em sua cobertura. A totalidade da energia elétrica consumida no 
estádio é produzida por meio delas, e o excedente é cedido para a companhia de 
distribuição, que chega a alimentar mais de 1.200 residências. Essa quantidade 
de energia excedente, de acordo com os programas de incentivo à geração 
de energia, é creditada ao estádio, que pode consumir nos momentos em que 
produz menor quantidade.
Figura 7. Estádio Mineirão com usina de energia solar fotovoltaica.
Fonte: Adaptada de Minas Gerais... (2017).
O Brasil ainda está aquém da sua capacidade de produção de energia 
renovável limpa. Apesar disso, possuímos as condições climáticas ideais para 
tal, e o incentivo para a produção é crescente a partir tanto dos órgãos públicos 
quanto da própria população, cada dia mais conscientizada com a preservação 
ambiental. As referências dos países desenvolvidos são inspiradoras para que 
possamos fazer o mesmo. Certamente estamos no caminho certo.
11Evolução urbana e energia
100% reneable Community. Go100%, [2018]. Disponível em: <http://www.go100percent.
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ROAF, S.; CRICHTON, D.; NICOL, F. A adaptação de edificações e cidades às mudanças 
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pdf>. Acesso em: 29 nov. 2018.
Evolução urbana e energia12
Leituras recomendadas
BOWEN, A. A primeira cidade alemã 100% sustentável. Deutsche Welle, 22 jun. 
2015. Disponível em: <https://www.dw.com/pt-br/a-primeira-cidade-alemã-100-
-sustentável/a-18528053>. Acesso em: 29 nov. 2018.
SOUZA, C. L.; AWAD, J. C. M. Cidades sustentáveis cidades inteligentes: desenvolvimento 
sustentável num planeta urbano. Porto Alegre: Bookman, 2012.
13Evolução urbana e energia
Conteúdo:
Dica do professor
Em meio à verdadeira revolução energética que ocorre no mundo nos últimos anos, é possível ter 
atitudes em diversas escalas para produzir energia de fontes renováveis e, também, colaborar com 
um planeta mais sustentável. Alterar pequenos hábitos pode ser um grande exemplo, 
principalmente para as próximas gerações.
Nesta Dica do Professor, veja algumas sugestões que visam a otimizar seu consumo energético.
Acompanhe, a seguir.
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Exercícios
1) A história do desenvolvimento energético pode ser confundida com a própria história do 
homem. O fogo exerceu uma importância muito grande no período paleolítico, já que 
permitia ao ser humano aquecer-se, alimentar-se e iluminar os períodos escuros.
Quais foram as principais características, já no período neolítico, que fizeram com que o 
homem deixasse de ser nômade para se tornar sedentário?
A) Prática de desmatamento, caça e fabricação de potes.
B) Armazenamento de energia excedente, domesticação dos animais e desenvolvimento da 
agricultura. 
C) Prática da caça, desenvolvimento da agricultura e o crescente aquecimento global.
D) Armazenamento da energia excedente, crescente aquecimento global e desenvolvimento da 
agricultura. 
E) Desenvolvimento da agricultura, prática de desmatamento e construção de abrigos.
2) A Revolução Industrial foi a transição da Europa para novos processos de manufatura a 
partir do final do século XVIII.
Sob o ponto de vista da energia, o que foi crucial para alavancar a Revolução Industrial?
A) A utilização de carvão mineral fóssil nas máquinas a vapor.
B) A descoberta da energia eólica.
C) A utlização de petróleo nas máquinas a vapor. 
D) O incentivo à energia nuclear.
E) A invenção das placas fotovoltaicas.
O advento da energia elétrica e da indústria automotiva mudou muito a rotina da sociedade, 
liberando o tempo do ser humano para sua função intelectual.
3) 
Afirma-se que a escala da economia de um país pode ser medida pelo seu consumo 
energético. Por quê?
A) Porque os países pobres investem muito em transporte e os países ricos em indústria. Essa 
característica acaba fazendo diferença no PIB dos países e faz os países ricos gastarem mais 
energia.
B) Porque países pobres desenvolvem a agricultura e os ricos possuem mais lazer, incentivando 
o turismo local.
C) Porque países ricos produzem e consomem mais energia, desenvolvendo a indústria e os 
transportes. Assim, libera-se a função intelectual de sua sociedade, que retroalimenta a 
indústria com inovações, produzindo e consumindo ainda mais energia.
D) Porque os países ricos mecanizam a agricultura e liberam o tempo de sua sociedade para as 
atividades intelectuais.
E) Porque os países pobres não usam energia renovável, assim investem muito tempo extraindo 
os combustíveis fósseis, como carvão mineral e petróleo.
4) As chamadas "fontes limpas de energia" não oferecem riscos para a população e não poluem 
o meio ambiente com suas liberações gasosas, não contribuindo, portanto, para o efeito 
estufa e para o superaquecimento do planeta.
Cite as duas fontes totalmente limpas de energia mais difundidas na atualidade.
A) Petróleo e eólica.
B) Hidrelética e solar.
C) Solar e nuclear.
D) Solar e eólica.
E) Eólica e hidrelétrica.
5) A biomassa, energia muito sustentável, produzida a partir de matéria orgânica, tem ganhado 
muito espaço nos últimos anos em diversos lugares do mundo, dentre eles o Brasil.
Como pode ser resumido esse tipo de energia?
A) É proveniente da matéria orgânica dos animais. O gás oriundo da decomposição dessa 
matéria é armazenado e encanado conforme as necessidades das cidades.
B) Um misto de energia mecânica proveniente dos animais com energia solar da biosfera, 
produzindo resíduos orgânicos que produzem combustíveis derivados do petróleo.
C) Composta por matéria orgânica de origem vegetal ou animal obtida por meio da 
decomposição de uma variedade de recursos, como madeira, resíduos agrícolas, como da 
cana de açúcar, e até do lixo. A decomposição da biomassa produz energia química e, a partir 
daí, combustíveis como o biodiesel e o etanol.
D) Um misto de energia solar com eólica, produzida nos canaviais. Pode ser utilizada na 
produção de açúcar, sendo combustível para as suas máquinas de extração do suco de cana.
E) Composta por matéria orgânica obtida por meio da decomposição apenas de recursos 
vegetais, como a cana de açucar. A decomposição da biomassa produz energia química e, a 
partir daí, combustíveis como o biodiesel e o etanol.
Na prática
Além das placas fotovoltaicas, já muito difundidas na geração de energia nas cidades, você sabia 
que edifícios também podem produzir sua própria energia a partir do vento? Com condições 
climáticas favoráveis e equipamentos adequados, as edificações podem aproveitar todo o potencial 
energético fornecido pelo meio ambiente.
Na Prática, conheça o caso da sede da Oklahoma Medical Research Foundation, edifício equipado 
com turbinas eólicas que captam a energia do vento.
Confira.
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Um dia em Chernobil
Neste vídeo, o apresentador Felipe Castanhari visita Chernobil e mostra como foi esse terrível 
acidente nuclear. Confira.
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Chernobil e Fukushima: acidentes diferentes com as mesmas 
consequências
No link sugeridoa seguir, acompanhe um belíssimo e sensível ensaio fotográfico sobre as 
consequências desses acidentes nucleares.
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Energias renováveis
A seguir, verifique as estratégias que o Brasil está começando a adotar no sentido da utilização de 
fontes renováveis de energia.
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https://br.sputniknews.com/infograficos/2018042611082733-chernobyl-fukushima-acidentes-nucleares/
http://www.ebc.com.br/especiais/energias-renovaveis
A primeira cidade 100% sustentável da Alemanha
Acesse o site indicado e conheça o vilarejo próximo a Berlim que produz 100% de sua energia por 
meio de fontes renováveis.
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https://www.dw.com/pt-br/a-primeira-cidade-alem%C3%A3-100-sustent%C3%A1vel/a-18528053

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