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Avaliação de Impacto Ambiental

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André Henrique Rosa
Leonardo Fernandes Fraceto
Viviane Moschini-Carlos
Organizadores
M514 Meio ambiente e sustentabilidade [recurso eletrônico] / 
 Organizadores, André Henrique Rosa, Leonardo Fernandes 
 Fraceto, Viviane Moschini-Carlos. – Dados eletrônicos. – 
 Porto Alegre : Bookman, 2012. 
 Editado também como livro impresso em 2012. 
 ISBN 978-85-407-0197-7
 1. Meio ambiente. 2. Sustentabilidade. I. Rosa, André 
 Henrique. II. Fraceto, Leonardo Fernandes. III. Moschini- 
 Carlos, Viviane. 
CDU 502-022.316
Catalogação na publicação: Natascha Helena Franz Hoppen CRB10/2150
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Análise de impactos 
e riscos ambientais
FLÁVIO HENRIQUE MINGANTE SCHLITTLER
processo de avaliação de impactos ambien-
tais no Brasil é um instrumento legal, fun-
damentado na Constituição Brasileira e 
preconizado na Política Nacional do Meio 
Ambiente (Lei Federal nº 6.938, de 31 de 
agosto de 1981). Com isso, o processo segue 
diretrizes apropriadas, que são observadas 
pela atuação do Conselho Nacional do 
Meio Ambiente (CONAMA) e de seus simi-
lares nos estados da federação brasileira. 
Essas diretrizes estabelecem relações de in-
terdependência entre a legislação ambiental 
Objetivos do capítulo
Existe impacto ambiental quando uma atividade produz uma alteração no meio ou 
em qualquer um de seus componentes. Analisar os impactos ambientais é qualificar 
e quantificar estas alterações. Essas análises avaliam a qualidade ambiental com e 
sem determinada ação ou empreendimento. É necessário que se realizem essas ava-
liações antes da realização de um projeto, com o objetivo de efetuar o planejamento 
e a formulação de propostas do ponto de vista ambiental, ou seja, considerando 
todos os fatores ambientais. Isto deve acontecer por parte do empreendedor da ati-
vidade ou ação e por parte das autoridades públicas quando aprovam, ou rejeitam, 
uma proposta ou uma determinada alternativa. A análise de riscos ambientais é uma 
atividade correlata à análise de impactos e que pode, inclusive, ocorrer em conjunto 
com esta. Risco é conceituado como uma situação de perigo, com a imediata possi-
bilidade de um evento indesejável ocorrer. A análise de riscos envolve a identificação, 
avaliação, gerenciamento e contenção de riscos ao ambiente e também à saúde pú-
blica. Os estudos de riscos ambientais antecipam eventos ambientalmente maléficos, 
planejando ações de controle e de emergência.
INTRODUÇÃO
Inicialmente, é preciso que se faça uma clara 
identificação da diferença entre o processo 
de avaliação de impactos ambientais (AIA) 
e a etapa de avaliação dos impactos que de-
correm de determinada ação ou empreen-
dimento e que têm presença obrigatória 
nos estudos de impactos ambientais (EIA/
RIMA) e similares, como relatórios am-
bientais preliminares (RAP), relatórios am-
bientais simplificados (RES) e outros. O 
220 Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (Orgs.)
vigente e a postulação de licenciamentos 
ambientais por parte dos empreendedores, 
tanto de origem particular quanto pública.
Existe um impacto ambiental quando 
uma ação ou atividade produz uma altera-
ção no meio ou em algum de seus compo-
nentes (Bolea, 1977).
Fundamentalmente, nos estudos de 
impactos ambientais, objetiva-se quantificar 
essas alterações, já que são variáveis relativas, 
posto que podem ser positivas ou negativas, 
grandes ou pequenas, etc. Por outro lado, 
na definição de impacto ambiental, deve-se 
con siderar dois aspectos importantes. O eco-
lógico, orientado para os estudos de impac-
tos biológicos e geofísicos, e o humano, que 
contempla os aspectos sociais, políticos, eco-
nômicos e culturais. Os estudos de impacto 
ambiental devem avaliar as consequências de 
uma ação, com o intuito de prevenir a quali-
dade do ambiente que haverá no meio após a 
execução desta ação ou projeto. 
Essas avaliações devem ser realizadas 
antes que algum projeto seja realizado, pois 
com isso podem-se efetuar um melhor pla-
nejamento e uma melhor e mais consistente 
formulação de propostas alternativas para o 
ambiente.
Todo e qualquer levantamento prévio 
realizado em áreas cuja divisão seja política, 
tais como municípios, regiões administrati-
vas, ou mesmo estados, ou ainda áreas com 
individualização geográfica, tais como ba-
cias, baixadas litorâneas, estuários, espigões 
divisores, “cuestas”, etc., são importantes na 
medida em que servem como parâmetros 
para a análise ambiental da área, cujos fato-
res ambientais, tanto do ponto de vista geo-
biofísico, como do socioeconômico, devem 
ser considerados como agentes e receptores 
potenciais do impacto ambiental, que são 
os principais fatores ambientais que devem 
integrar a análise ambiental de uma deter-
minada área. Obrigatoriamente, devem ser 
considerados, na avaliação de um possível im-
pacto ambiental, os seguintes agentes modi-
ficadores do meio: poluição atmosférica e 
da água, uso e degradação dos solos, subs-
tâncias radioativas, ruído, alterações na bio-
cenose (fauna e flora), uso do território e 
dos recursos naturais, mudanças no uso do 
território, expropriação do terreno e espe-
culações imobiliárias, doenças, variação da 
população, taxa de emprego, incrementos 
econômicos (comércio, serviços, etc.), lo-
cais histórico-culturais que possam ser afe-
tados, moradia, infraestrutura viária e sani-
tária, serviços comunitários e equipamen-
tos urbanos.
Literalmente, impacto significa mudan-
ça. Qualquer mudança positiva ou negativa 
de um ponto qualquer. Uma análise de im-
pacto ambiental, então, é um estudo das 
prováveis mudanças de várias característi-
cas socioeconômicas e biogeofísicas de um 
ambiente que deve resultar de uma ação 
proposta ou pendente.
Então, é necessário desenvolver uma 
completa compreensão da ação proposta, o 
que deve ser feito e que tipo de materiais, 
trabalho humano e os recursos que estarão 
envolvidos, além de obter uma completa 
compreensão do ambiente afetado e qual a 
natureza biogeofísica e socioeconômica que 
será modificada pela ação. É necessário, 
também, projetar a ação proposta para o 
futuro e determinar os possíveis impactos 
nas características do ambiente, quantifi-
cando as mudanças quando possível e di-
vulgando os resultados da análise de manei-
ra que possam ser utilizados no processo de 
tomada de decisão.
O procedimento exato que deve ser 
seguido no desenvolvimento de cada análi-
se de impacto ambiental não é simples e di-
reto. Isto se deve basicamente ao fato de que 
muitos e variados projetos são propostos 
para diferentes ambientes. Cada combina-
ção resulta numa única relação causa-con-
dição-efeito, e cada combinação deve ser es-
tudada individualmente para que seja de-
senvolvida uma análise compreensível.
As equipes que preparam os estudos 
de impactos ambientais devem ser multi-
Meio ambiente e sustentabilidade 221
disciplinares, com diferentes profissionais 
que trabalham com os variados componen-
tes do ambiente. Assim, formadas por gru-
pos de biólogos, economistas, engenheiros, 
ecólogos, sociólogos, planejadores, quími-
cos, agrônomos, arquitetos e outros espe-
cialistas ou generalistas, estas equipes de-
senvolvem a análise dos impactos ambien-
tais com base interdisciplinar. O estudo 
deve envolver a coleta de dados, tanto de 
campo como de fontes de recursos existen-
tes. Com base nestes dados e no julgamento 
dos analistas, projeções de mudanças no 
ambiente são feitas, finalizando-se estas pro-
jeções na forma de documentação.
As avaliações de impacto ambiental 
nasceram nos Estados Unidos (Jain et al. 
1977), como consequência da lei nacional de 
política ambiental, a NEPA (National Envi-
ronmental Policy Act), de 01 de Janeiro de 
1970, e é exatamente onde se tem feito a 
maior parte de estudos deste tipo e onde se 
tem desenvolvido a maioria dos métodos 
empregados.
AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS 
AMBIENTAIS NO BRASIL
Resolução CONAMA 
no 01 de 23 de janeiro de 1986
Embasada juridicamente na Política Nacio-
nal do Meio Ambiente, esta resolução defi-
ne, no Brasil, anecessidade e obrigatorieda-
de da apresentação de estudo de impactos 
ambientais para empreendimentos, de na-
tureza privada ou pública, considerados po-
tencialmente impactantes. A própria reso-
lução 01/86 condiciona que dependem do 
EIA/RIMA, e da sua aprovação pelo órgão 
estadual ou pelo CONAMA (Conselho Na-
cional do Meio Ambiente), o licenciamento 
de atividades modificadoras do meio am-
biente, as seguintes ações e empreendimen-
tos: estradas de rodagem com duas ou mais 
faixas de rolamento; ferrovias, portos e ter-
minais de minério, petróleo e produtos quí-
micos; aeroportos; oleodutos; gasodutos; 
minerodutos; emissários de esgotos sani-
tários; linhas de transmissão superiores a 
230 Kv; obras hidráulicas como irrigação, 
saneamento, drenagem, canais de navega-
ção, retificação de cursos d’água, diques, 
etc; extração de combustíveis fósseis (pe-
tróleo, xisto, carvão); extração de miné-
rios; aterros sanitários, processamento e 
destino final de resíduos tóxicos ou peri-
gosos; usina de geração de eletricidade 
(qualquer que seja a fonte primária – hi-
dráulica, termoelétrica); complexo de uni-
dades industriais e agroindustriais (petro-
químicas, siderúrgicas, cloroquímicas, des-
tilarias de álcool, hulhas, extração e cultivo 
de recursos bióticos); distritos industriais e 
zonas estritamente industriais (ZEI); explo-
ração econômica de madeira ou lenha, em 
áreas superiores a 100 ha ou menores; pro-
jetos urbanísticos (superiores a 100 ha), ou 
em áreas consideradas de relevante interes-
se ambiental, a critério do IBAMA ou dos 
órgãos estaduais e municipais; qualquer ati-
vidade que utilize carvão vegetal, em quan-
tidade superior a 10 ton/dia; e projetos 
agropecuários que contemplem áreas supe-
riores a 1.000 ha ou menores, neste caso, 
quando se tratar de áreas significativas em 
termos percentuais ou de importância do 
ponto de vista ambiental, inclusive nas 
áreas de proteção ambiental (APAs).
O EIA deve atender à legislação, em 
especial os objetivos expressos na lei da Po-
lítica Nacional do Meio Ambiente, com as 
seguintes diretrizes:
 1. Contemplar todas as alternativas tec-
nológicas e de localização do projeto, 
confrontando-as com a hipótese da 
não execução do projeto.
 2. Identificar e avaliar sistematicamente 
os impactos ambientais gerados nas 
fases de implantação e operação da ati-
vidade.
222 Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (Orgs.)
 3. Definir os limites da área geográfica a 
ser direta ou indiretamente afetada 
pelos impactos, denominada área de 
influência do projeto, considerando, 
em todos os casos, a bacia hidrográfica 
na qual se localiza.
 4. Considerar os planos e programas go-
vernamentais, propostos e em implan-
tação na área de influência do projeto e 
sua compatibilidade.
10.2.2 Diagnóstico ambiental
O diagnóstico ambiental da área de influên-
cia do projeto contemplará a descrição e a 
análise dos recursos ambientais e suas inte-
rações considerando os meios físico, bioló-
gico e socioeconômico.
a) Meio físico: o subsolo, as águas, o ar e o 
clima, destacando os recursos minerais, 
a topografia, os tipos e aptidões do solo, 
os corpos d’água, o regime hidrológico, 
as correntes marinhas, as correntes at-
mosféricas;
b) Meio biológico e os ecossistemas naturais: 
a fauna e a flora, destacando as espécies 
indicadoras da qualidade ambiental, as 
de valor científico e econômico, as raras 
e as ameaçadas de extinção, e as áreas de 
preservação permanente.
c) Meio socioeconômico: o uso e ocupação 
do solo, os usos da água e a economia da 
região, destacando os sítios e monu-
mentos arqueológicos, históricos e cul-
turais da comunidade, as relações de de-
pendência entre a sociedade local, os re-
cursos ambientais e a potencial utili zação 
futura desses recursos.
Análise dos impactos
A análise dos impactos presentes nos docu-
mentos de estudos de impactos ambientais 
ou similares, constitui-se, sem dúvida, em 
item primordial para a correta identificação 
causa-efeito, para o cálculo dos valores e 
magnitudes dos indicadores de impacto e 
para a mensuração, valoração e interpreta-
ção dos efeitos ambientais e sua possível 
prevenção (SANCHEZ, 2002). Os chamados 
indicadores de impacto são parâmetros que 
proporcionam a medida da grandeza do 
impacto no tocante aos aspectos quantitati-
vos e qualitativos.
Existem várias e diferentes técnicas 
para se avaliar os impactos ambientais de-
correntes de determinada ação ou empreen-
dimento. Os principais e mais utilizados são:
a) listagens de controle;
b) matrizes;
c) sobreposição de cartas;
d) métodos quantitativos;
e) redes de interação.
Listagens de controle
São utilizadas para uma avaliação rápida de 
impactos, de forma qualitativa, identifican-
do-os para tipos específicos de projetos a 
fim de que todos os itens sejam abordados. 
Os itens considerados em uma lista são de 
natureza ampla e os impactos prováveis são 
qualificados. Os fatores ambientais listados 
são associados e caracterizados com a natu-
reza do impacto.
Matrizes
Consistem em duas listagens de controle, 
dispostas em forma de matriz, uma das lis-
tagens com as atividades (ações) do projeto 
e outra com os fatores ambientais que 
podem ser afetados por essas atividades. O 
cruzamento entre essas listas permite iden-
tificar as relações causa e efeito, ou seja, o 
impacto ambiental. As matrizes se caracteri-
zam por serem muito flexíveis, adaptando-se 
às diversas situações e projetos a serem ana-
Meio ambiente e sustentabilidade 223
lisados. A matriz mais conhecida e mais uti-
lizada é a matriz de Leopold (Leopold et al., 
1971). Na sua concepção original, possui 88 
linhas (aspectos ambientais) e 100 colunas 
(atividades) perfazendo um total de 8.800 
quadrículas. O preenchimento de uma qua-
drícula representa a identificação de um 
impacto para o qual são atribuídos valores 
de 1 a 10 quanto a dois aspectos. O primeiro 
é a definição da magnitude do impacto 
sobre um setor específico do ambiente. O 
segundo aspecto é a medida do grau de im-
portância de uma determinada ação sobre o 
fator ambiental. Se o impacto for positivo, 
deve-se indicar com um sinal positivo antes 
do valor de magnitude.
A matriz deve vir acompanhada de 
um texto que aborde os aspectos mais rele-
vantes dos impactos identificados.
Superposição de cartas
Elabora-se um inventário onde os fatores 
ambientais são mapeados. Esses dados são in-
terpretados em função da localização das ati-
vidades e traduz-se em mapas de capacidade 
para cada atividade. A área de estudo é subdi-
vidida em unidades geográficas (quadrícu-
las). Para cada unidade são levantadas infor-
mações sobre os fatores ambientais e os inte-
resses da comunidade. Esses interesses são 
agrupados por categorias não conflitantes 
(econômicas, sociais, paisagísticas), limitadas 
quanto à abrangência de identificação de im-
pactos, pois só utilizam dados que podem ser 
representados pela cartografia. No entanto, 
esta limitação pode ser contornada com a uti-
lização de um Sistema de Informação Geo-
gráfica (SIG). Assim torna-se extremamente 
eficaz para a definição de padrões espaciais e 
localização dos efeitos e impactos, pois as pre-
visões são feitas por unidade de área.
Esse método é adequado para síntese e 
importante na elucidação de relações espa-
ciais complexas e é recomendável nos pro-
jetos de desenvolvimento regional e naque-
les com configuração linear (ferrovias, ro-
dovias, oleodutos e outros).
Métodos quantitativos
Os impactos são quantificados e transfor-
mados em unidades padronizadas, ponde-
radas em função da importância relativa, e 
manipulados matematicamente. Obtêm-se 
índices de impacto total para um número 
de alternativas a serem comparadas. Um 
exemplo clássico é o Sistema Battelle – Co-
lumbus (DEE et al 1973), que foi desenvol-
vido para avaliar projetos de recursos hídri-
cos e manejo de qualidade de água, mas 
que, no entanto, podem ser adaptados para 
outros tipos de empreendimentos.
Os tópicos de interesse são divididosem quatro categorias: ecologia, poluição 
ambiental, estética, interesse humano e so-
cial. Cada categoria é composta por um 
conjunto de componentes. Cada compo-
nente compreende um conjunto de fatores, 
totalizando 78 variáveis.
As medidas ou estimativas dos parâ-
metros ambientais são transformadas e 
normalizadas através de curvas específicas 
ou funções, em índices de qualidade am-
biental (IQA), para permitir a comparação 
entre os impactos. Este índice varia de 0 a 1. 
Quando a variável possui apenas juízo de 
valor, a população é consultada.
Cada variável possui um valor de im-
portância relativa dentro do sistema, que é 
fixado para projetos similares e baseia-se no 
julgamento da equipe multidisciplinar.
Multiplica-se o IQA de cada fator am-
biental e seu peso. A somatória desses pro-
dutos resulta no valor para o meio ambien-
te. Faz-se o cálculo para o ambiente sem o 
projeto (partindo-se de medidas reais dos 
parâmetros ambientais) e com o projeto e 
suas várias alternativas.
O impacto ambiental é expresso pela 
diferença do valor do ambiente com e sem a 
ação, mais as várias alternativas.
224 Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (Orgs.)
Redes de interação
Identificam os impactos indiretos. Funda-
mentam-se na construção de fluxogramas 
ou redes de interação que apresentam a su-
cessão de impactos ambientais gerados pelas 
diversas fases do empreendimento (constru-
ção, operação, desativação). Identificam os 
processos e as sequências pelos quais os im-
pactos diretos e indiretos são produzidos.
Não se trata de um sistema de avalia-
ção de impactos, pois, apesar de identificar 
as alterações, não há previsão de magnitude 
(quantificação) ou importância relativa, não 
havendo também previsão para a participa-
ção da comunidade no processo.
Medidas mitigadoras
As medidas mitigadores referem-se aos im-
pactos negativos detectados no estudo, vi-
sando amenizar, ou mitigar, seus efeitos de-
letérios sobre o ambiente e seus componen-
tes. Normalmente seguem uma classificação 
genérica que pretende caracterizar estas 
medidas, baseada em diferentes aspectos. 
Assim, as medidas mitigadoras adotadas 
podem ser classificadas quanto:
a) Natureza (preventiva ou corretiva).
b) Fase (construção, operação, desativação).
c) Fator afetado (físico, biológico, antrópi-
co).
d) Prazo de validação (curto, médio ou 
longo).
e) Responsabilidade (empreendedor ou po-
der público).
Observação: Deverão ser mencionados 
os impactos não mitigáveis e que não po-
dem ser evitados.
Programa de monitoramento
Indicação e justificativa de parâmetros sele-
cionados para acompanhamento por parte 
do empreendedor, com a produção periódi-
ca e sistemática de relatórios enviados ao 
órgão ambiental, ou outros, contendo:
a) Rede de amostragem, seu dimensiona-
mento e distribuição espacial.
b) Metodologia de coleta e análise das 
amostras.
c) Periodicidade.
d) Metodologia do processamento das infor-
mações levantadas.
Observação: Quando necessário, e de 
acordo com a natureza do empreendimen-
to, deverá ser apresentado ao órgão am-
biental um Plano de Recuperação de Áreas 
Degradadas (PRAD), aplicável após sua de-
sativação.
Relatório de impactos 
ambientais (RIMA)
O RIMA não tem vida própria. Ele só tem 
existência em função de um estudo de im-
pacto ambiental (EIA) que é o instrumento 
que lhe oferece substância e conteúdo. O 
RIMA deve ser apresentado de forma obje-
tiva e adequada ao entendimento do públi-
co, acompanhado e ilustrado por mapas, 
gráficos e figuras. Sua acessibilidade deve 
ser garantida pelo órgão ambiental, que, 
sempre que julgar pertinente, realizará uma 
audiência pública com a participação dos 
agentes envolvidos, da comunidade e de-
mais interessados.
O RIMA conterá os objetivos e justifi-
cativas do projeto, sua relação e compatibi-
lidade com políticas setoriais, planos e pro-
gramas governamentais; a discriminação 
do empreendimento e suas alternativas tec-
nológicas e locacionais, matérias-primas, 
área de influência, fontes de energia, pro-
cessos e técnicas operacionais, os prováveis 
efluentes, emissões, resíduos de energia, 
empregos diretos e indiretos a serem gera-
dos; a síntese dos resultados dos estudos de

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