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Atividade 2 | FICHAMENTO II | A pesquisa historica_ teoria e metodo - 050521

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
INSTITUTO DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
DISCIPLINA: METODOLOGIA DA PESQUISA HISTÓRICA 
PROFESSOR: ÁTILA DE ALMEIDA 
ACADÊMICA: MACARENA CAVALCANTE MAIRATA
	ARÓSTESGUI, Julio. A pesquisa histórica: teoria e método. Bauru,SP. Edusc: 2006. Capítulo 8: p.465-487.
CAPÍTULO 8
O PROCESSO METODOLÓGICO E A DOCUMENTAÇÃO HISTÓRICA
A ausência de atenção para os problemas que se encontram no processo metodológico da pesquisa histórica e algumas das orientações convencionadas para execução de uma coerente pesquisa, são apontadas pelo autor ao longo do capítulo. Esses problemas e suas “soluções” no que concerne à metodologia da pesquisa, são o norte do trabalho do autor acerca do que é pesquisa histórica.
O processo metodológico da historiografia
Para o autor, a pesquisa histórica está mais próxima “à improvisação, à intuição e ao bom senso do pesquisador”, (pág. 466). Entretanto, o autor frisa que uma pesquisa histórica “deve responder a um plano como forma de orientar o trabalho do historiador”, (pág. 466). 
O plano da pesquisa
O autor relata que a metodologia do trabalho historiográfico herdou elementos ultrapassados da historiografia tradicional - do século 19 -, como "a falta de explicitação de seus pressupostos e a falta de previsão de seus desenvolvimentos da pesquisa", (pág. 467). Dois elementos do método historiográfico são apontados pelo autor: A recolha dos fatos e a construção do relato. 
A recolha dos fatos, consistia "(...) na consulta dos documentos e o agrupamento de informação factual", já a construção do relato, reunia os fatos e os punha numa sequência cronológica, " (...) que em si, conteria sua própria lógica como curso da história", (pág. 467). O autor também aponta que os "narrativismo historiográficos, antigo e modernos", seguem uma concepção do discurso histórico e um esquema de trabalho que incluem "(...)imaginação, variedade de temas e auxílio de outras metodologias", (pág. 467). 
Sobre como planejar a pesquisa histórica, para o autor, o "historiador tem de estabelecer um "desenho" ou um itinerário (...), que sirva de guia para seu trabalho e de orientação na busca de conclusões sobre um objeto histórico (...)", (pág. 468). E que devem atender o que se quer “conhecer, como conhecer e a comprovação do conhecido” e serem livres, do que o autor chama de “espartilhos”, para assim, oferecer uma “riqueza de conclusões'', (pág. 468). 
O autor reitera que uma pesquisa histórica precisa estar bem instrumentada e definida e que o pesquisador, tenha necessita ter ciência, clareza, dos “objetivos, seus meios ou instrumentos", que irão nortear a pesquisa, para que assim, haja a necessária coerência na pesquisa, (pág. 469).
O "problema" histórico
Para Aróstesgui, as motivações para um historiador iniciar uma pesquisa historiográfica são diversas e, também, intuitivas. Movida muitas vezes por inquietações que podem ser “de insatisfações com os acontecimentos, surgimento de novos pontos de vista, teorias e curiosidade sociais", (pág. 470). Aróstesgui indica que as origens de tais motivações perpassam pelo campo ideológico, político e de outro gênero "alheio aos interesses da ciência'', (pág. 470). 
Com o progresso historiográfico há o surgimento de campos históricos, novos enfoques para temas que anteriormente não passaram por um rigor metodológico ou que não obtiveram uma resolução, com isso, Aróstesgui salienta que é necessário que o historiador trabalhe com “rigor metodológico adequado”, já que alguns temas não foram tratados da forma devida por falta de capacidade teórica, (pág. 471). Novos temas e novas pesquisas, enfatiza o autor, não são pertinentes somente à história, mas às ciências naturais e as sociais, sendo a história escrita “novamente em cada geração", (pág.471).
A dicotomia "história geral" / "monografia setorial"
O autor aponta os quatro planos de pesquisas históricas que, adotadas, auxiliam a elucidar a pesquisa, (pág.472): o da sequência temporal, o do espaço ou espaço sócio-histórico, o da sociedade global e o dos fenômenos sócio-históricos particulares. Além desses planos, há também as perspectivas formais e instrumentais como: a espacial, a cronológica e a sistemática (pág.472). 
Uma "história" nunca é definida, a princípio, sem a explicitação do lapso cronológico em que ocorre, (Pág - 473). (...) uma história trata de um processo social que não é universal, há de ser localizada de forma que assinale o espaço físico em que ocorre, seja um território - um Estado, uma região, um município - ou o que chamamos de um espaço sócio-histórico quando a história não tem uma determinação territorial (...)", (Pág - 473). A história geral é um trabalho de síntese histórica que pretende dar conta das determinações totais de um fenômeno histórico ao qual se acederá a partir do conjunto dessas perspectivas , (Pág - 473).
A pesquisa monográfica tem, por sua vez, duas orientações básicas. Ou é uma história "temática", que corresponde também às habituais especializações historiográficas de acordo com as especializações das ciências sociais no estudo das sociedades: as histórias política, econômica, social, cultural, etc., e todas as suas múltiplas sub-especializações possíveis, ou é uma história "territorial" que representa a tentativa de globalização do processo histórico sobre um determinado território, que no caso, da orientação monográfica deverá versar sobre um campo territorial razoavelmente abarcável pelo pesquisador, (Pág - 474).
A historiografia que se produz é parte da cultura de uma época e faz parte, pois, da história dessa época, (Pág. 475).
As operações lógicas da pesquisa histórica
Não há possibilidade de uma boa pesquisa sem uma definição clara, em todas as dimensões às quais nos referimos antes, dos problemas pesquisados, (Pág - 475). (...) Definir com precisão, o quanto antes, em um dado momento do trabalho, a entidade real e os limites do que se quer pesquisa é um passo inevitável e indiscutível de todo processo metodológico, (Pág. 476). 
A construção das primeiras hipóteses
Não há exploração possível da realidade senão aquela que for "dirigida" por certas presunções explicativas. Tais presunções encaixam-se, por sua vez, em um marco duplo de valor diferente. Da forma mais condicionantes, é evidente que o desenvolvimento metodológico só existe no interior de uma aparato explicativo de suficiente valor teórico. Raras vezes uma pesquisa começa na teoria. O normal é que venha completar um determinado tipo de conhecimento - pense-se, por exemplo, que esta é a origem de muitas pesquisas territoriais (regionais, locais) de temas históricos de maior alcance (...) (Pág. 476).
Em um nível de generalidade mais baixo, as pré-condições explicativas se enquadram em costumes da escola, em costume científico em cada momento apresentado como plausíveis. Em todo caso, toda pesquisa, como os mais reputados metodólogos têm afirmado, parte de perguntas. As perguntas dirigem a pesquisa e as possíveis respostas, ainda que pouco elaboradas, surgem ao pesquisador a cada passo de sua pesquisa (...), (Pág - 477).
O pesquisador histórico, ainda que de forma implícita e mesmo inconsciente, busca seus fatos do passado servindo ao propósito de explicar por quês. É possível que uma pesquisa história se detenha na mera "descrição" (...). Construir hipóteses é uma tarefa que está sempre ligada à formulação das perguntas e que se faz necessária desde que são reunidos os primeiros fatos pertinentes no fenômeno que se pesquisa, (Pág - 477).
Mas sem a construção de hipóteses não é possível dar conta, ao final de uma pesquisa, das razões pelas quais uma situação histórica é como é. O ideal da ciência é que uma hipótese não seja mais do que um instrumento que nos permite ir colecionando dados, que orienta a busca de novas evidências empíricas, que ilumina a leitura dos documentos ou determina as perguntas a serem feitas às fontes - independente de quais sejam -. Uma hipótese é algo que, por definição, servepara ser confrontada com os dados e que deve ser sistematicamente posta à prova, (Pág. 478).
Raramente uma primeira hipótese explicativa de um problema, fenômeno ou grupo de fenômenos, em qualquer ciência e também na historiografia, sobrevive ao longo de uma pesquisa. As primeiras hipóteses costumam ser erradas, totalmente ou em parte. Pesquisa é justamente ir destruindo essas primeiras hipóteses e, se for preciso, mudar toda a orientação da busca de novas realidades e verdade. Existem processos históricos para os quais não temos tido explicações satisfatórias mas sim muitas hipóteses de trabalho, (Pág - 478).
Da observação à explicação da história
A observação é, em princípio, uma atitude de conhecimento comum, é a fonte de toda experiência e dela surge todo conhecimento fundamentado. O conhecimento científico apóia-se na observação sistemática, massiva, ordenada e dirigida e o mais diversificada possível. As hipóteses e a observação da realidade constituem uma armação dialética que não pode ser fragmentada. Uma não pode existir sem a outra, (Pág - 479).
(...) "Observação histórica" é, desde já, uma expressão bastante usada pelos preceptista clássicas para defendê-la ou refutá-la (...). O problema é ainda mais singular devido a algumas conotações específicas que o estudo do passado tem:
1) As fontes são sempre mediatas;
2) Costuma-se dizer que nos encontramos "com comportamento singulares de sistemas singulares";
3) Encontramo-nos frente a realidades de extrema complexidade, tanto pelo número de dados como pelo caráter de suas relações, (Pág. 479).
(...) No terreno historiográfico, essas realidades dão pleno sentido àquelas palavras de Marc Bloch acerca de que "os documentos não falam senão quando se sabe interrogá-los". Como é possível observar o passado? A resposta é que a construção dos dados históricos se faz sobre "vestígios" ou "testemunhos" e estes são observáveis, (Pág. 479).
(...) A historiografia não pode observar o passado humano: nem a cosmologia, o passado do universo, nem a geologia, o da terra, nem a psicologia, os estados mentais ou mentes sucessivas que um homem atravessa. Mas as ciências estudam fenômenos que estão à vista ou que não estão. (...) A historiografia não é o estudo do passado, mas o estudo do comportamento social temporal, e parte desse comportamento está à vista…(Pág. 480).
Não obstante, a questão essencial não é essa, mas a de que as ciências que não estudam, ou não estudam sempre, fenômenos que podem ser vistos têm de conhecer a realidade através de vestígios, testemunhos, relíquias. (...) Os testemunhos históricos são "observáveis", são compiláveis, acumuláveis e tratáveis sistematicamente de acordo com uma definição prévia e estrita de uma tipologia dos "fatos" que estamos buscando, (Pág - 480).
A observação da história é a observação das fontes. O conhecimento da história não se reduz, porém, exclusivamente à exploração das fontes, mas se apóia também em conhecimento "não baseado em fontes", como disse Topolsky, o que é uma maneira simples de dizer que as fontes não funcionam sem um aparato teórico-crítico (...), (Pág - 480).
O problema metodológico da observação histórica através das fontes é, afinal, o de saber se a observação empírica é um processo que tem de estar orientado estritamente a partir de instâncias metodológicas que vão além do empírico, a partir das teorias, das hipóteses, das conjecturas, ou se vale um ingênuo indutivismo que crê que a primeira coisa a ser feita é o agrupamento dos fatos, (Pág - 481).
(...) O historiador, salvo no que se refere à história do presente, não pode construir suas fontes, tem de se valer das que existem. O historiador não pode preparar pesquisas de opinião, nem pode "fabricar" documentação, fora dos “procedimentos” da história oral. A descoberta das fontes é, portanto, o primeiro trabalho de observação. Mas as fontes não podem ser descobertas senão a partir das hipóteses prévias. (...), (Pág - 481).
A confrontação das hipóteses com os fatos, e vice-versa, conduzirá a pesquisa para a acumulação de um conjunto importante de "dados" sobre alguma realidade que aparecerá cada vez mais definida e delimitada. Esse universo dos dados poderá ter sido melhorado, otimizado, com a aplicação de diversas técnicas de trabalho, qualitativas ou quantitativas, (...) (Pág. 481).
O método de explicação. O desfecho lógico do processo de uma pesquisa é, como já afirmamos, a construção de uma explicação, (...). A explicação histórica é, como qualquer outra, mais um processo, uma cadeia de argumentos ordenados, do que uma única proposição acabada. Essa cadeira que compõe a explicação adota geralmente a forma de exposição que segue o caminho: relato > argumentos > generalizações > explicações, e que pode orientar a construção de um texto, (Pág. 482).
(... ) O produto final da historiografia tem como veículo praticamente exclusivo, ainda
que em alguma de suas partes com outras possibilidades, a linguagem verbal. A historiografia, como a maior parte das produções das ciências sociais, se expressa em textos, não em equações, nem em diagramas, nem em software ou em metalinguagens, (Pág. 483).
A linguagem natural, falada ou escrita, pode descrever um sistema social e seu comportamento através de muitos caminhos diferentes. Pode fazer alusão primeiro aos elementos, depois às relações simples, aos subsistemas e, por último, à entidade global do sistema considerado, (Pág. 484). O relato histórico simples pode ser assimilado ao que a descrição dos fenômenos, sua caracterização, sua taxonomização, representa em qualquer método da ciência social e,inclusive, da natural. O nível da descrição é logicamente anterior ao da explicação, mas metáfora existe sempre em todo discurso científico (Pág. 485).
Um livro de história descreve um sistema, dizemos. A descrição e explicação de um sistema devem basear-se na apresentação do elemento ou na relação significativa, na variável, na relação entre variáveis ou na relação entre os subsistemas (...). A descrição de uma história pode começar por qualquer lugar e nela empregar a metáfora, (Pág - 485).
Desde a história geral à micro-história, desde a história total à biografia individual, o que define a historicidade própria de uma situação é alguma variável especialmente significativa (...). Entre aqueles que não conhecem suficientemente a forma de operar da ciência, muitas vezes produz escândalo a situação frequente de discordância palpável entre as "explicações", as "interpretações" (...), (Pág - 486).
Alguns autores, pouco documentados de maneira de funcionar a explicação na ciência, têm falado de um específico "relativismo histórico", manifestação do "relativismo cognitivo" (...), (Pág - 487). Para poder responder adequadamente, conviria partir de um fato bem estabelecido na metodologia da ciência: um mesmo conjunto de dados pode fazer diferentes explicações (...), (Pág - 487). Um conjunto de fenômenos pode ser explicado de diversas maneiras, sem que possamos dizer de nenhuma das explicações que ela seja falsa, (Pág - 487). A confrontação de explicações é essencial no desenvolvimento científico, (Pág. 487).
Na historiografia é normal que se apresentem diversas "interpretações" para fenômenos ou conjunto de fenômenos (...). A melhor interpretação é aquela que explica mais coisas, que leva em conta um número maior de elementos e que, ao contrário, tem a arquitetura mais simples, mas sem artifícios, (Pág. 487).