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DISCIPLINA: 
APRENDIZAGEM, CURRÍCULO, CULTURA E 
CONHECIMENTO ESCOLAR.
Capítulo III: TEORIAS DO CURRÍCULO
TEORIAS DO CURRÍCULO
 Currículo é tudo aquilo que uma sociedade considera necessário que 
os alunos aprendam ao longo de sua escolaridade. Como quase todos 
os temas educacionais, as decisões sobre currículo envolvem 
diferentes concepções de mundo, de sociedade e, principalmente, 
diferentes teorias sobre o que é o conhecimento, como é produzido e 
distribuído, qual seu papel nos destinos humanos. Pode-se agrupar 
essas teorias em duas grandes vertentes: o currículo centrado no 
conhecimento e o currículo centrado no aluno.
 A primeira vertente é a mais antiga e remonta a tempos em que o 
conhecimento não se separava da crença religiosa. O currículo é 
entendido como fonte de um saber fixo, universal e inquestionável e a 
escola como lugar de assimilar esse conhecimento de acordo com 
algumas regras, das quais o Trivium e o Quadrivium são os exemplos 
mais clássicos porque formavam o conjunto da sete artes liberais 
ensinadas nas universidades da Idade Média. Os estudos começavam 
com aquilo que "disciplina" o pensamento: gramática, lógica e retórica, 
ou seja, ensinar a pensar e a expressar o pensamento de acordo com 
as regras da gramática. 
TEORIAS DO CURRÍCULO
 A vertente centrada no aluno entende que o currículo escolar deve ser 
constituído do conhecimento reconstruído pelo aluno a partir de suas 
próprias referências culturais e individuais. As muitas variantes dessa 
vertente têm em comum a concepção do conhecimento como 
emancipação, mas diferem significativamente no que diz respeito ao 
papel do professor e da escola. 
 Para as mais radicais, a educação escolar deve ser abolida porque é 
apenas transmissora de ideologia (Michael Apple, 2004) ou de 
arbitrários culturais (Bourdieu & Passeron, 2008). Já para seguidores 
de teóricos como Cesar Coll (2006) ou Emília Ferreiro e Ana Teberosky
(1988), o conhecimento é emancipador se envolver a participação do 
aluno e se o professor for antes de mais nada um facilitador da 
reconstrução do conhecimento. Sua didática requer atividade e vínculo 
do aluno com o saber; em lugar de frontal, é distribuída entre professor 
e alunos.
TEORIAS DO CURRÍCULO
 Diante da polarização entre a concepção de currículo centrado no 
conhecimento e a concepção de currículo centrado no aluno, alguns 
acadêmicos norte americanos como Hilda Taba (1962) e Ralph Tyler 
(1969) restringiram o conceito de currículo à organização de conteúdos 
a serem ensinados, qualquer que seja a concepção de conhecimento. 
Criticada como tecnicista, essa vertente perdeu força nas últimas 
décadas, mas ainda frequenta esporadicamente a cultura pedagógica 
dos Estados Unidos, motivo pelo qual às vezes parece que, naquele 
país, currículo é o mesmo que metodologia e recurso de ensino.
 Diferentemente da concepção do currículo centrado no conhecimento, 
essa nova perspectiva considera a apropriação sistemática do mesmo, 
necessária, mas não suficiente porque é preciso ir além e aplicá-lo às 
situações que demandam a intervenção humana. Da mesma forma, 
diferentemente da concepção do currículo centrado no aluno, 
considera insuficiente a reconstrução do conhecimento 
descomprometida com a intervenção na realidade.
TEORIAS DO CURRÍCULO
 A didática dessa vertente propõe facilitar não só a reconstrução do 
conhecimento, como também sua mobilização para intervir em 
situações de diferentes graus de complexidade. De preferência, 
demanda que o conhecimento seja reconstruído para um projeto ou 
um objetivo o que o torna inseparável da intenção e do valor. Por 
essa razão o currículo não é centrado nem no aluno nem no 
conhecimento, mas na aprendizagem e no resultado, entendido 
como aquilo que o aluno é capaz de saber e fazer. Por essa razão é 
também denominado currículo referenciado em competências. 
 Essa concepção superadora da polarização é sintonizada com as 
novas fronteiras de aprendizagem que vêm sendo abertas pelo uso 
pedagógico das tecnologias da informação e comunicação. As 
Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) estão se 
revelando um recurso pedagógico capaz de potencializar o ensino 
baseado em projetos e a organização de situações problema, 
estratégias pedagógicas pertinentes na concepção do currículo 
referenciado em competências.
TEORIAS DO CURRÍCULO
 TEORIAS DO CURRÍCULO: CONCEPÇÕES, VERDADES E CONTRADIÇÕES: 
- Etimologicamente a palavra currículo vem do grego Curriculum que quer 
dizer “pista de corrida”. E isso nos leva a entender que o significado do 
currículo é uma trajetória, um caminho, uma trilha percorrida pelo homem 
no sentido de compreender o mundo, a sociedade. Só que esse currículo 
é uma questão de identidade e poder segundo Silva (2010). 
- Para gerar uma discussão compreensiva faz-se necessário destacar 
alguns conceitos de currículo para que haja um entendimento das teorias 
que norteiam o trabalho de muitas escolas e de muitos educadores. 
De acordo com Lopes (2006):
[...] o currículo se tece em cada escola com a carga de seus participantes, 
que trazem para cada ação pedagógica de sua cultura e de sua memória 
de outras escolas e de outros cotidianos nos quais vive. É nessa grande 
rede cotidiana, formada de múltiplas redes de subjetividade, que cada um 
de nós traçamos nossas histórias de aluno/aluna e de 
professor/professora. O grande tapete que é o currículo de cada escola, 
também sabemos todos, nos enreda com os outros formando tramas 
diferentes e mais belas ou menos belas, de acordo com as relações 
culturais que mantemos e do tipo de memória que nós temos de escola 
[...]. 
TEORIAS DO CURRÍCULO
- Essa visão de currículo existe uma consonância com as ideias da Silva 
(2005, p.15):
“O currículo é sempre resultado de uma seleção: de um universo mais 
amplo de conhecimentos e saberes seleciona-se aquela parte que vai 
constituir precisamente o currículo”. 
Nesse mesmo raciocínio o mesmo autor diz que “a seleção que constitui o 
currículo é o resultado de um processo que reflete os interesses 
particulares das classes e grupos dominantes”. 
Segundo Sacristán (2000):
O currículo deve ser entendido como processo que envolve uma 
multiplicidade de relações, abertas ou tácitas, em diversos âmbitos, que 
vão dá prescrição à ação, das decisões administrativas às práticas 
pedagógicas, na escola como instituição e nas unidades escolares 
especificamente. Para compreendê-lo e, principalmente, para elaborá-lo e 
implementá-lo de modo a transformar o ensino, é preciso refletir sobre 
grandes questões. Em essência, o currículo deveria contribuir para a total 
e plena construção da identidade dos alunos e, além disso, deveria 
também estimular as capacidades, as competências, o discernimento e a 
análise crítica dos alunos. Essa é uma concepção mais construtiva do 
currículo e não representa aquilo que de fato o currículo está inserido.
TEORIAS DO CURRÍCULO
 E que de acordo com Amorim (2010), partindo de uma concepção de 
currículo que o compreende como aquilo que ocorre nas escolas e 
salas de aulas como resultado da interação entre os sujeitos do ato 
educativo e o objeto de conhecimento, entende-se que este artefato 
está em complexas relações de poder. (AMORIM, 2010, p.456). 
 Essa sim é uma das concepções que revela a fundo o que de fato o 
currículo atual representa. Quando se refere à questão da relação de 
poder com o currículo, está implícito que este artefato é um produto ou 
uma peça de reprodução e alienação de um pequeno grupo social que 
detém em particular a seleção daquilo que será ensinado para o aluno 
no decorrer de sua trajetória educacional.
 Muito se pergunta como o currículo atual se baseia. E muitas são as 
dúvidas em torno desta questão. Mas, Silva (2010, p.35) diz que “o 
currículo da escola está baseado na cultura dominante: ele se 
expressa na linguagem dominante, ele é transmitido atravésdo código 
cultural dominante”. E o mesmo autor continua dizendo na página 46 
que “o currículo está estreitamente relacionado às estruturas 
econômicas e sociais mais amplas”. 
TEORIAS DO CURRÍCULO
 Por outro lado: Assim, o currículo é concebido como uma 
produção social, como um artefato que expressa à construção 
coletiva daquela instituição e que organiza o conjunto das 
experiências de conhecimentos a serem proporcionados aos 
educandos. Essa produção social, portanto, só pode ser 
pensada e organizada de forma coletiva, por toda a comunidade 
escolar. (AMORIM, 2010, p. 457). 
 Analisando essa concepção entende-se que o currículo deveria 
ser organizado coletivamente pelos membros da comunidade 
escolar. Ao falar dessa comunidade refiro-me a todos, sejam os 
gestores, professores, os alunos, os pais dos alunos e a todos 
que fazem parte direta e indiretamente do processo educacional.
TEORIAS DO CURRÍCULO
 Ao analisar o contexto histórico do currículo percebe-se que ele 
surgiu pela primeira vez nos Estados Unidos, anos vinte como tema 
particular, ou seja, como um objeto de estudo e pesquisa. Segundo 
Silva (2010) o currículo surgiu: Em conexão com o processo de 
industrialização e os movimentos migratórios, que intensificavam a 
massificação da escolarização, houve um impulso, por parte de 
pessoas ligadas, sobretudo à administração da educação, para 
racionalizar o processo de construção, desenvolvimento e testagem
de currículo. (SILVA, 2010, p.120).
 Com essa conotação de campo específico de estudo, Bobbitt em 
um de seus livros chamado The Curriculum via o currículo como um 
sistema racional de rendimentos educacionais, cuidados e medidos 
com rigor específico. O padrão estabelecido por essa visão é um 
modelo de fábrica. Então, o que ele queria dizer é que os alunos, os 
aprendizes devem ser demandados como uma peça manufaturada.
TEORIAS DO CURRÍCULO
 Segundo essa concepção curricular de Bobbitt, Silva (2010) nos diz 
que “o currículo é supostamente isso: a especificação precisa de 
objetivos, procedimentos e métodos para a obtenção de resultados 
que possam ser precisamente mensurados”. O que precisa ser dito 
é que Bobbitt com relação aos outros teóricos foi criar uma ideia 
específica, ou seja, uma idéia própria de “currículo”.
 TEORIAS TRADICIONAIS: 
- As teorias baseadas nos modelos tradicionais simplesmente não 
se preocupam em discutir, questionar ou problematizar 
radicalmente as organizações educacionais, às configurações 
influentes de conhecimento, ou a estrutura social preponderante 
que atua disfarçadamente nas escolas. Elas valorizam: ensino, 
aprendizagem, avaliação, metodologia, didática, organização, 
planejamento, eficiência e objetivos.
TEORIAS DO CURRÍCULO
- Elas estão no patamar ou de acordo com o modelo econômico em 
que vive a maioria dos países. Nesse sentido, o currículo em si atua 
de forma capitalista. Como nos mostra Silva (2010):
O currículo é capitalista. O currículo reproduz – culturalmente- as 
estruturas sociais. O currículo tem um papel decisivo na reprodução 
da estrutura de classes da sociedade capitalista. O currículo é um 
aparelho ideológico do Estado capitalista. O currículo transmite a 
ideologia dominante. O currículo é, em suma, um território político. 
(SILVA, 2010, p.148).
- E isso nos leva a entender que no pano de fundo dessas teorias 
existe um processo de reprodução do currículo. Como nos mostra 
Silva (2010, p.30) “as teorias tradicionais eram teorias de aceitação, 
ajuste e adaptação”. Quando se fala de aceitação, ajuste e 
adaptação isso nos leva a acreditar que essas teorias apenas 
reproduzem e se relacionam em conexão com os aparelhos 
ideológicos do Estado.
TEORIAS DO CURRÍCULO
 TEORIAS CRÍTICAS: 
- Essas teorias nascem e se configuram como críticas através de 
diversos movimentos sociais principalmente nos anos 60, 
período este que foi marcado por inquietações e mudanças no 
tecido de alguns países, principalmente na França e nos 
Estados Unidos. Dessa maneira, Silva (2010) nos mostra que os 
diversos movimentos que fizeram parte dessas mudanças 
foram:
Os movimentos de independência das antigas coloniais 
européias; os protestos estudantis na França e em vários outros 
países; a continuação do movimento dos direitos civis nos 
Estados Unidos; os protestos contra a guerra do Vietnã; os 
movimentos de contracultura; o movimento feminista; a liberação 
sexual; as lutas contra a ditadura militar no Brasil. (SILVA, 2010, 
p.29).
TEORIAS DO CURRÍCULO
- Todos esses movimentos sociais contribuíram para a 
configuração e para a confirmação, do que são hoje as teorias 
críticas. Essas teorias também nascem através do “movimento 
de conceptualização”, movimento este que era contra a 
concepção tecnicista do currículo. Caracterizou-se como um 
movimento de insatisfação, de inquietação e de crítica aos 
padrões tecnocráticos estabelecidos pelos primeiros modelos de 
currículo, como o de Bobbitt e de Tyler. 
 TEORIAS PÓS-CRÍTICAS: 
- Nesse tipo de teoria, o currículo é entendido com algo que gera 
uma referência de gêneros. Caracterizam-se por criticar a fundo 
todo tipo de depreciação de progresso cultural e histórico de 
grupos étnicos. Colocam-se a favor do reconhecimento das 
formas culturais dos mais diversos grupos sociais.
TEORIAS DO CURRÍCULO
- As teorias pós-críticas posicionam-se na busca por um currículo 
multicultural (identidade, alteridade e diferença), currículo este 
que implica na capacidade de entender,B respeitar e apreciar a 
outra cultura mesmo esta sendo a cultura diferente. São teorias 
baseadas nas ideias de aceitação, de prestígio e familiaridade 
amigável entre e com as diversas culturas existentes. 
- Essas teorias são ainda mais problematizadoras que as críticas, 
como se fosse estender cada vez mais nossa compreensão com 
relação aos processos de dominação, a síntese da atividade de 
poder desenvolvidas nas semelhanças de gênero, etnia, raça e 
sexualidade. 
TEORIAS DO CURRÍCULO
- Dessa maneira, Silva (2010, p.149-150) nos ensina que “as 
teorias pós-críticas olham com desconfiança para conceitos 
como alienação, emancipação, libertação, autonomia, que 
supõem, todos, uma essência subjetiva que foi alterada e 
precisa ser restaurada”. 
- Outra verdade é que essas teorias não só ampliam como 
também modificam ainda mais aquilo que as teorias críticas 
problematizaram e questionaram no curso de ações. Elas 
esclarecem que o poder não pode de forma alguma ser 
centralizado. Nas teorias pós-críticas, entretanto, o poder torna-
se descentralizado. O poder não tem mais um único centro, 
como o Estado, por exemplo. “O poder está espalhado por toda 
a rede social”. (Silva, 2010, p.148).
TEORIAS DO CURRÍCULO
- As teorias pós-críticas olham para a subjetividade e afirmam que 
ela é sempre social. São contra todo tipo de conhecimento 
congruente, centralizado e singular, como também, a função do 
modelo que o currículo exerce nas escolas e nas instituições de 
ensino. 
 A compreensão das teorias sobre currículo se faz 
importante para compreendermos a história e os interesses 
que envolvem a sua construção a fim de que percebamos 
com olhar mais crítico nossos currículos, o que eles trazem 
e fazem e em que precisam ser reelaborados, com vistas a 
promover mudanças.

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