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Psicopedagogia Clínica (FPC) Sumário UNIDADE I – O atendimento psicopedagógico: o processo do diagnóstico. Introdução à Análise Funcional ........................................................................................ 3 UNIDADE II – Análise Funcional........................................................................................ 8 UNIDADE III – Anamnese .................................................................................................. 12 UNIDADE IV – Os métodos e as técnicas na clínica psicopedagógica ................... 15 BIBLIOGRAFIA UTILIZADA .............................................................................................. 24 UNIDADE I – O atendimento psicopedagógico: o processo do diagnóstico. Introdução à Análise Funcional Para começar assista ao vídeo abaixo: Crianças com Dificuldade de Aprendizagem (disponível no AVA – Ambiente virtual de Aprendizagem). Você pode verificar, no vídeo, que há diversos fatores que influenciam no processo da aprendizagem ocasionando dificuldades. Do ponto de vista da Psicologia Cognitivo-Comportamental, o processo de aprendizagem surge no período infantil e, estende-se pela vida afora. A aprendizagem está relacionada com a maneira como um indivíduo percebe o mundo a sua volta, como o compreende e pensa a seu respeito. E, junto a isso, acrescentam-se os fatores genéticos. A teoria da aprendizagem, vista sob essa ótica, enfoca esse processo através das influências ambientais no processo de formação da inteligência das crianças, principalmente na capacidade de uma criança aprender por comportamentos recompensados e outros que são ou desencorajados ou punidos. Agora, leia o artigo disponível no AVA: Análise funcional do comportamento O artigo aborda a questão do comportamento e o trata como algo que se mantém pelas consequências que ele provoca. O comportamento humano é adaptativo. Dessa forma, uma dificuldade de aprendizagem implica , na verdade, numa tentativa do organismo de se adaptar ao meio a qualquer preço. Nesse contexto, a explicação de uma dificuldade não é causal. Veja as seguintes “explicações” do porquê uma criança não aprende; “ele é preguiçoso” “ele não quer” “ele tem tdh”, etc. A pergunta que o profissional pode fazer, do ponto de vista da teoria comportamental para entender o comportamento humano e, no caso em questão, relativo às dificuldades de aprendizagem é: “o que aquela pessoa tem como consequência ao agir daquela maneira? Ou ao deixar de agir? Pode-se perguntar também: “qual o valor que tem para aquela pessoa ao agir daquela maneira?” Perguntas como essas fazem alusão ao fato de que o ser humano em geral busca a sobrevivência da espécie, tal como no evolucionismo, e, no caso em questão, uma sobrevivência psicológica. Sendo assim, todo comportamento, além de um porquê, também tem uma finalidade. Essa finalidade é o que o terapeuta precisa descobrir. O processo de descobrir a finalidade do comportamento em Psicologia Comportamental chama-se análise funcional. A análise funcional vai trabalhar com a ideia da existência de que mudança na ou nas variáveis independentes agem sobre uma ou mais variáveis dependentes, o que constitui uma relação funcional. A mudança numa variável relaciona-se com uma mudança na outra. O foco, nessa perspectiva, não é um agente causador da dificuldade, mas o processo da dificuldade. Sendo assim, não se falaria em dificuldade de aprendizagem, por mostrar algo estático, mas teria de se expressar numa linguagem diferente que mostre ação, pois a linguagem funcional é uma linguagem de processos. A dificuldade de aprendizagem seria substituída, numa linguagem funcional, por “ João não lembra do que leu após ler uma página”. Percebe como a linguagem funcional capta o processo?! Veja melhor o exemplo abaixo: “Uma criança, quando necessita de atenção ou ajuda, aprende a captar o olhar de adultos', O trecho acima podee ser reescrito de maneira mais aceitável da seguinte forma: 'O contato visual com adultos pode se tornar um evento reforçador para uma criança, e também um evento discriminativo, estabelecendo a ocasião na qual essa criança poderá vir a ser reforçada por esses adultos'. Vejamos quais são os passos para chegarmos a essa transformação: 1) A identificação e a descrição do efeito comportamental (definir 'captar o olhar de adultos' e 'necessitar de atenção ou ajuda' versus definir 'estabelecer contato visual com adultos'). 2) A busca de uma relação ordenada entre variáveis ambientais (presença ou não de adultos, ocorrência de situações 'problema', intervenções do adulto, solução ou eliminação da situação 'problema', etc.) e variáveis comportamentais relacionadas (i.e., relevantes) a esse efeito (descrever as condições em que ocorrem os comportamentos mencionados em 1; descrever as variações nessas condições e possíveis variações nos comportamentos). 3) A formulação de predições confiáveis baseadas nas descrições dessas relações (inferências ou suposições que serão postas a prova, 'presença de adultos' como estímulos discriminativos, 'intervenção de adultos' como estímulos reforçadores, etc.). 4) A produção controlada desses efeitos predizíveis (demonstração da confiabilidade das inferências e/ou aplicação do conhecimento).” Observa-se, pelo exemplo, que ficou claro que a linguagem cotidiana não é funcional e, não favorece a análise funcional. Como profissional que vai elaborar um trabalho, a linguagem mais apropriada para o estudo em questão seria uma linguagem de descrição de processos, como o exemplo quis mostrar. É uma linguagem científica. O uso dessa linguagem vai exigir do profissional uma capacidade melhor de observar o que está ocorrendo para efetuar o processo de identificação das variáveis relacionadas ao comportamento. Você observou que no exemplo acima, surgem as variáveis ambientais e as variáveis comportamentais. Quais as relações entre elas? Tem-se os seguintes elementos: qual ou quais as características do ambiente? Qual ou quais os comportamentos ocorridos no ambiente? Qual ou quais são os efeitos? Tem-se aqui um tripé que vai caracterizar a análise funcional. Qual a ou as relações entre esses três elementos? Perceba como, ao observar dessa maneira, o foco vai de um aspecto causal para uma descrição de processos? Nessa perspectiva, o profissional não atua sobre a causa específica, mas sobre a relação entre as variáveis. Por último, veja abaixo o processo de execução! UNIDADE II – Análise Funcional Para começar assista ao vídeo abaixo: Análise Funcional do Comportamento Caro Psicopedagogo, vamos observar um pouco mais sobre a Análise Funcional. Essa é um termo empregado por psicólogos analistas do comportamento durante atividades científicas, didáticas e de prática clínica. Dada a sua ampla utilização, o termo pode ser utilizado pelo psicopedagogo num contexto clínico. A análise funcional é definida como "a identificação de relações relevantes, controláveis, causais e funcionais aplicáveis a um conjunto específico de comportamentos-alvo para um cliente individual". Assim, psicopedagogo, temos os procedimentos de decidir qual informação coletar, delinear o problema, decidir que ações proceder e avaliar as mudanças. O principal instrumento conceitual adotado para a realização de análises funcionais é o conceito de contingência: "uma formulação das interações entre um organismo e o seu meio ambiente, para ser adequada, deve sempre especificar três coisas: 1) a ocasião na qual ocorreu a resposta, 2) a própria resposta e 3)as consequências reforçadoras. As relações entre elas constituem as 'contingências de reforço'" (Skinner, 1975, p.182). "é apenas quando analisamos o comportamento sob contingências conhecidas de reforço que podemos começar a ver o que ocorre na vida cotidiana. Fatos que inicialmente desprezamos começam a comandar a nossa atenção, e coisas que inicialmente nos chamavam a atenção aprendemos a descontá-las ou ignorá-las. (...) Em outros termos, não mais encaramos o comportamento e o ambiente como coisas ou eventos separados, mas nos preocupamos com a sua inter- relação. Procuramos as contingências de reforço. Podemos então interpretar o comportamento com mais sucesso" (Skinner, 1975, p.184). Decifrar um comportamento significa entender sua função, que pode variar de um indivíduo a outro, entre situações e no tempo. De forma geral, as funções relacionam-se com a aquisição da obtenção de estímulos apetitivos (ou prazerosos) ou a evitação de estímulos aversivos. Psicopedagogo, seu papel é verificar as relações entre as variáveis e, sua relação com o trabalho. Quando você proceder à analise funcional de um comportamento, das informações sobre a vida atual e passada do indivíduo, e selecionar aquelas variáveis que parecem ter relação causal com o comportamento analisado, você só terá certeza da escolha das variáveis corretas após sua manipulação (em geral, durante a processo de intervenção). Assim, num primeiro momento, você estabelece hipóteses. Por fim, observe abaixo um conjunto de quadros exemplos extraídos dos trabalhos de COSTA, Silvana Elisa Gonçalves de Campos & MARINHO, Maria Luiza, 2002. Os quadros apresentam um processo de Análise Funcional. Observe a presença de três momentos: • identificação dos comportamentos antecedentes: pensamentos e acontecimentos; • descrição do comportamento atual; • consequências do comportamento atual: ganho, perda, punição. UNIDADE III – Anamnese Para começar assista ao vídeo abaixo: EOCA- Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem Nesse primeiro vídeo você poderá assistir sobre a EOCA, instrumento apresentado na disciplina Fundamentos de Psicopedagogia Institucional. Agora, assista ao vídeo abaixo: Anamnese Psicopedagógica: COMO? QUANDO? POR QUÊ? Após assistir aos vídeos disponíveis em seu AVA, leia as considerações a seguir. É interessante que seja realizada uma entrevista com a família e, se for possível será abordado a escuta e a história de vida do indivíduo. (vide modelo de Anamnese disponível no AVA). Nesse, momento teremos a escuta dos pais, onde poderá ser observado o que eles pensam sobre as questões referentes à aprendizagem, o que eles esperam com a intervenção e outras demandas. Você pode observar o relacionamento dos pais entre si e deles com a criança. Essa entrevista pode ser dividida em mais de uma sessão. Será investigado, da parte dos pais, o histórico pessoal e escolar da criança, incluindo desenvolvimento, interesses e traumas. A entrevista pode e deve ser realizada também com a criança. Vale lembrar que em outra disciplina (Psicopedagogia Institucional), foi apresentado o modelo EOCA (Entrevista, Operativa Centrada na Aprendizagem). Você ouvirá a criança para saber, através dela, o motivo da consulta e também deixa-la consciente do processo. Quando você está lidando com a questão da aprendizagem, o seu foco não é no diagnóstico, mas no levantamento do potencial do paciente. Isso é muito importante para que não sejam criados rótulos. Para levantar esses potenciais, a EOCA pode ser útil bem como as provas operatórias de Piaget ou outras formas de avaliação psicopedagógica. Pode ser interessante que você realize o contato com a escola em algum momento da entrevista. Talvez, o melhor momento possa ser após a entrevista com os pais e a criança, para evitar ficar influenciado pela visão da escola, principalmente se esta for negativa. Aqui, o que se recomenda é a entrevista diretamente com a professora. E é importante que seja dada a devolutiva para a escola/professora. Pode ser que ainda seja necessário o contato com outros profissionais para colaborar na construção de uma visão clara do que ocorre com a criança, inclusive, observando se ela já não apresenta um laudo. Outra questão é que o contato com algum outro profissional pode ocorrer ao longo da entrevista e, também no final, num processo de encaminhamento. Em relação à devolutiva para a família, esta deve ser dada na forma de um resumo de como foi o processo, procurando oferecer as respostas às questões que foram levantadas pelos responsáveis. Nesse momento, o psicopedagogo apresenta a proposta de trabalho e os desafios que poderão se apresentar. Em relação à entrevista, há que se destacar dois pontos quando esta é realizada com os responsáveis. Um deles é o conhecimento da gestação. O relato dos dados circunstanciais do período anterior ao nascimento poderá conter informações sobre as condições de gestação e a expectativa do casal em relação à criança. Essas informações não precisam ser objetivas, mas, quando são dadas, contém uma carga afetiva. É nessa carga que você deve prestar atenção também. Você pode perguntar qual a influência desse período na criança. Sem levar em consideração as diversas teorias, sabe-se que, a mãe influencia através dos seus sentimentos a criança. E, esta pode carregar esses sentimentos ao longo da vida. Um detalhe importante em relação a anamnese: saiba que você pode mudar as perguntas, acrescentando, mudando ou tirando as questões. A anamnese não pode ser mais importante que as pessoas. O outro ponto a ser destacado na entrevista é referente ao período após o nascimento, período a ser explorado pelo psicopedagogo no que diz respeito a relação mãe-filho. O que será buscado aqui é o que significou, o que representou essa experiencia e seu conteúdo emocional Agora, observe o modelo de anamnese (disponível no AVA) e compare com outros que você possa encontrar e elabore o seu. Para complementar seus estudos assista também ao vídeo: Roteiro de Observação - Parte I - Como iniciar um diagnóstico psicopedagógico UNIDADE IV – Os métodos e as técnicas na clínica psicopedagógica Para começar assista ao vídeo abaixo: Instrumentos de Avaliação Psicopedagógica O vídeo acima é bem interessante para situar o uso de testes por parte dos psicopedagogos, já que testes também são utilizados pelos psicólogos. Se você não assistiu, assista, pois é muito importante. Agora, assista também ao vídeo abaixo: Provas Operatórias de Jean Piaget Nesse vídeo você pode observar uma referência às provas operatórias, as quais irão avaliar os processos cognitivos relacionados às fases de desenvolvimento infantil em função do desenvolvimento do sistema nervoso. O psicopedagogo, ao aplicar as provas, durante uma avaliação psicopedagógica, pode utilizar no mínimo três provas operatórias para avaliar o processo de raciocínio da criança. Agora, observe instruções detalhadas no vídeo abaixo: Psicopedagogia (Aplicação das PROVAS OPERATÓRIAS) Por último, observe as instruções abaixo: COMO UTILIZAR AS PROVAS OPERATÓRIAS DE PIAGET? PROVA 01 – CONSERVAÇÃO DE PEQUENOS CONJUNTOS DISCRETOS DE ELEMENTOS Pedir que o aluno escolha uma das coleções de fichas e as coloque lado a lado formando uma fila. Fazer em baixo a mesma fila com as fichas de outra cor. Perguntar ao aluno se estas filas têm a mesma quantidade. De acordo com a resposta da criança, separar as fichas da fila de baixo. Perguntar se as duas filas possuem a mesma quantidade. Por quê? Onde tem mais? Onde tem menos? Para uma resposta conservativa perguntar: se estalinha está mais comprida, será que ela tem mais fichas? Para uma resposta não conservativa perguntar: você se lembra que antes as duas fileiras tinham a mesma quantidade? O que você acha agora? Após dar as fichas vermelhas para o aluno e ficar com as azuis. Perguntar: Quantas fichas eu tenho na mão? Responda sem contar. Como você sabe? AVALIAÇÃO DA PROVA: NÍVEL 1 – CONDUTAS NÃO CONSERVATIVAS (ATÉ 4 OU 5 ANOS) – o aluno não conserva a noção quando modificada e poderá ou não resolver a questão de quantidade. NÍVEL 2 – CONDUTAS INTERMEDIÁRIAS (ENTRE 5 E 6 ANOS) – o aluno consegue conservar quando há a troca mas vacila na resposta e não justifica o porquê. Consegue resolver a questão da quantidade. NÍVEL 3 – CONDUTAS CONSERVATIVAS (APÓS 6 ANOS) – tem noção de identidade (tem o mesmo, não tirou e não botou nada), tem noção de reversibilidade (se esticar não muda) e tem noção de compensação (uma está com as fichas mais perto e o outro com as fichas mais longe). PROVA 02 – CONSERVAÇÃO DE QUANTIDADES DE LÍQUIDOS – TRANSVASAMENTO Fazer a criança constatar que os recipientes a serem usados são iguais. Colocar a mesma quantidade de líquido em duas garrafas iguais e pedir que ela coloque esta quantidade em dois copos diferentes. Perguntar para a criança se ela beber o que há no copo 1 e no copo 2 estará bebendo a mesma quantidade? Modificar a atividade para o uso de copos iguais e de garrafas diferentes. Colocar a água em dois copos iguais e passar para duas garrafas diferentes. Fazer a mesma pergunta novamente. AVALIAÇÃO DA PROVA: NÍVEL 1 – JULGAMNETOS OSCILANTES ENTRE CONSERVAÇÃO E NÃO CONSERVAÇÃO (ENTRE 5 E 6 ANOS) – predomínio da não conservação. Considera-se que tem mais no mais alto, oscilando as suas respostas (hora tem mais e hora tem menos). As justificativas dadas não são claras. NÍVEL 2 – CONDUTAS INTERMEDIÁRIAS OSCILANTES ENTRE CONSERVAÇÃO E NÃO CONSERVAÇÃO (ENTRE 6 E 7 ANOS) – oscila nas suas respostas principalmente pela contra argumentação. Melhoram as justificativas mas estas ainda não são bem claras. NÍVEL 3 – NOÇÃO CONSERVATIVA ( A PARTIR DE 7 ANOS) – realiza a operação, justifica e a resposta é mantida mesmo com a contra-argumentação. PROVA 03 – NOÇÃO DE QUANTIDADE DE MATÉRIA (QUANTIDADE CONTÍNUA) Faça as duas bolas de massa de modelar iguais. Pergunte para a criança: se fossem bolos e nos fossemos comer, estas duas teriam a mesma quantidade? O que devo fazer para ficarem iguais? Agora transforme uma das bolas em uma salsicha. Pergunte para a criança: será que tem a mesma quantidade na bola e na salsicha? Como você sabe? A salsicha é mais comprida que a bola? Ela tem a mesma quantidade? Você não lembra que as bolas tinham a mesma quantidade? O que você acha agora? E se eu transformar a salsicha em uma bola agora elas ficam iguais? E se eu fizer a salsicha de novo? Agora vou fazer bolas pequenas. Elas ficam com a mesma quantidade? AVALIAÇÃO DA PROVA NÍVEL 1 – CONDUTAS NÃO CONSERVATIVAS (ATÉ 5 ANOS) – não consegue conservar quando muda a bola, mesmo com a contra argumentação. NÍVEL 2 – CONDUTAS INTERMEDIÁRIAS (ENTRE 5 E 6 ANOS) – julga igual ou diferente, mas muda com a contra-argumentação. As justificativas não são claras. NÍVEL 3 – CONSERVAÇÃO (A PARTIR DOS 7 ANOS) – realiza a conservação e justifica. PROVA 04 – CONSERVAÇÃO DE COMPRIMENTO Mostrar duas fitas, sendo uma larga e outra estreita. Perguntar para o aluno: se na estrada A a gente vai caminhar a mesma coisa que na estrada B? A estrada A é menos comprida, mais comprida ou a mesma coisa que a estrada B? Deforme as fitas e pergunte se a formiguinha vai caminhar a mesma coisa se caminhar nestas duas estradas? Depois faz o mesmo fazendo curvas. AVALIAÇÃO DA PROVA NÍVEL 1 – CONDUTAS NÃO CONSERVATIVAS (ATÉ 6 ANOS) – quando transformadas as fitas não conserva e não justifica. NÍVEL 2 – CONDUTAS CONSERVATIVAS (APÓS 7 ANOS) – conserva e justifica. PROVA 05 – CONSERVAÇÃO DE PESO O professor utiliza a balança mostrando, com o auxílio de diferentes materiais, como é o uso de uma balança. O examinador dá, para o aluno, dois pedaços de massa de modelar e pede para que faça duas bolas. Usa a balança para mostrar o peso. Depois transforma uma das bolas em uma salsicha. Pergunta: você pensa que a salsicha pesa a mesma coisa que a bola ou é mais pesada? Depois transforma a bola em mini pizza e depois em pedaços de 8 a 10 bolas pequenas. Sempre pergunta o que pesa mais. AVALIAÇÃO DA PROVA NÍVEL 1 – NOÇÃO NÃO CONSERVATIVA (6 A 7 ANOS) – o peso é julgado mais ou menos pesado em cada transformação e ele não sabe justificar o porquê. NÍVEL 2 – NOÇÃO INTERMEDIÁRIA (7 ANOS) – os julgamentos oscilam entre a conservação e na não conservação. NÍVEL 3 – NOÇÃO CONSERVATIVA (A PARTIR DE 8 ANOS) – os pesos são julgados iguais e sabe justificar o porquê. PROVA 06 – CONSERVAÇÃO DE VOLUME O professor leva o aluno a constatar a mesma quantidade de água nos dois copos usados. Depois pede que ele faça duas bolas iguais, que tenham a mesma quantidade. Depois pergunta: se você puser esta bola dentro do vidrinho o que acontecerá com a água lá dentro? Por que você acha isto? Se colocarmos a água no outro vidrinho, a água subirá o mesmo que este, mais, ou menos? Depois ele transforma uma das bolas em uma salsicha e faz o gesto de colocá- la no vidro. Pergunta: se eu coloco esta salsicha aqui a água subirá a mesma coisa que no outro copo, mais ou menos? Faz o mesmo procedimento com a mini pizza e as 8 a 10 bolinhas pequenas. AVALIAÇÃO NÍVEL 1 – CONDUTAS NÃO CONSERVATIVAS (8 A 9 ANOS) – o peso varia conforme a justificativa dada e muitas vezes não consegue justificar. NÍVEL 2 – CONDUTAS INTERMEDIÁRIAS (10 ANOS) – as respostas variam de acordo com a noção de não conservação e de conservação e consegue justificar com confiança mesmo que esteja errado. NÍVEL 3 – CONDUTAS CONSERVATIVAS (11 A 12 ANOS) – demonstram a noção de conservação e justificam as suas colocações. PROVA 07 – MUDANÇA DE CRITÉRIO (DICOTOMIA) Distribuir aos alunos fichas azuis e vermelhas, redondas e quadradas, pequenas e grandes. O examinador coloca as fichas na mesa e pergunta para o aluno o que ele está vendo. Você pode juntar todas as fichas que combinam? Ponha junto todas que são iguais. Ponha junto todas que tem alguma coisa igual. Ponha junto as que se parecem. Por que você as colocou assim? Agora gostaria que você fizesse apenas dois grupos. Por que você colocou assim? Como a gente poderia chamar este monte? E este aqui? Será que você poderia arrumar em dois grupos diferentes destes? Após tentar uma terceira classificação. AVALIAÇÃO DA PROVA NÍVEL 1 – COLEÇÕES FIGURAIS (4 A 5 ANOS) – classificam por uma característica, mudando o critério e não utilizando todas as possibilidades. NÍVEL 2 – INÍCIO DA CLASSIFICAÇÃO (5 A 6 ANOS) – faz classificações por critérios diferentes, mas não antecipa o uso dos critérios. NÍVEL 3 – DICOTOMIA SEGUNDO TRÊS CRITÉRIOS (APÓS 7 ANOS) – realiza a classificação nos três critérios e antecipa o uso destes. PROVA 08 – QUANTIDADE DA INCLUSÃO DE CLASSES Verificar se a criança conhece o nome das flores a serem usadas. Quais os nomes das flores que você conhece? Perguntar das margaridas e rosas. Perguntar se neste ramo há mais margaridas ou rosas? Dizer que você precisa de um ramo só de margaridas e pedir que o aluno separe. Perguntar qual o ramo que tem mais, o de margaridas ou o de rosas? Por quê? Se eu dou para você as margaridas o que fica no outro ramo? Eu vou fazer um ramo só de margaridas e você fica com as rosas. Quem vai fazer o ramo maior? Como você sabe? AVALIAÇÃO DA PROVA NÍVEL 1 – AUSÊNCIA DE QUANTIFICAÇÃO INCLUSIVA (5 A 6 ANOS) – identifica que há mais margaridas do que rosas mas erra na subtração das classes. NÍVEL 2 – CONDUTAS INETERMEDIÁRIAS ( 6 A 7 ANOS) – hesita nas respostase se confunde na contra-argumentação. NÍVEL 3 – EXISTÊNCIA DE QUANTIFICAÇÃO INCLUSIVA (A PARTIR DOS 7 OU 8 ANOS) – responde corretamente a todas as questões. PROVA 09 – INTERSECÇÃO DE CLASSES Coloque o círculo da prova com as fichas redondas amarelas no meio da junção dos dois círculos. Por fora deixe as redondas vermelhas e as quadradas vermelhas e amarelas. Perguntar por que o aluno acha que eu deixei as redondas amarelas no meio. Há mais fichas vermelhas ou amarelas? Há mais fichas quadradas ou redondas? Há mais fichas redondas do que amarelas? Há a mesma coisa, mais ou menos fichas quadradas do que amarelas? Como é que você sabe? Você pode me mostrar? O que tem no círculo preto? E no azul? AVALIAÇÃO DA PROVA NÍVEL 1 – SEM NOÇÃO DE INTERSECÇÃO (4 A 5 ANOS) – responde às perguntas em separado, mas não compreende a intersecção e a inclusão. NÍVEL 2 – CONDUTAS INTERMEDIÁRIAS ( 6 ANOS) – faz repetições e pode dar algumas respostas corretamente. NÍVEL 3 – NOÇÃO DE INTERSECÇÃO (7 A 8 ANOS) – dá respostas corretas. PROVA 10 – SERIAÇÃO DE BASTONETES Dá o material em desordem para que ele monte. Pedir que ele faça uma escadinha com o material, colocando-os do maior ao menor. Se ele não souber demonstrar com três pauzinhos. Pedir que o aluno feche os olhos e retirar um dos bastonetes. Depois pedir para o aluno recolocar no local correto. Dizer que ele vai lhe dar um bastonete de cada vez para você fazer uma escadinha no papelão. AVALIAÇÃO DA PROVA NÍVEL 1 – AUSÊNCIA DE SERIAÇÃO (3 A 5 ANOS) – de 3 a 4 anos existe a ausência de série e não compreende a proposta. De 4 a 5 anos faz série de 3 a 4 bastões, se confunde com o todo e não consegue intercalar os outros. NÍVEL 2 – CONDUTA INTERMEDIÁRIA (5 A 6 ANOS) – compara cada bastão para fazer a série. NÍVEL 3 – ÊXITO OBTIDO POR MÉTODO OPERATÓRIO (7 anos em diante) –antecipa os critérios e realiza corretamente as atividades. PROVA 11 – PROVA DE COMBINAÇÃO DE FICHAS DUPLAS PARA PENSAMENTO FORMAL Pedir que o aluno faça, com estas fichas, o maior número de combinações possíveis. Tente fazer com as fichinhas todas as duplas que puder, não pode repetir. É valida fazer a combinação visual com um par. Cores das fichas – vermelho, azul, verde, amarelo, laranja, preto. AVALIAÇÃO DA PROVA NÍVEL 1 – AUSÊNCIA DE CAPACIDADE COMBINATÓRIA (11 ANOS) – não consegue fazer muitas combinações e não estabelece critérios. NÍVEL 2 – CONDUTAS INTERMEDIÁRIAS (12 ANOS) – faz combinações mas não consegue prever o número total de combinações. NÍVEL 3 – CONDUTAS OPERATÓRIAS (13 ANOS EM DIANTE) – chega a descobrir até 30 duplas e justifica suas combinações. PROVA 12 – PERMUTAÇÕES POSSÍVEIS COM UM CONJUNTO DETERMINADO DE FICHAS Procurar fazer o mesmo exercício anterior com o uso de quatro fichas simultaneamente. Avaliação é a mesma. MATERIAL PARA AS PROVAS DE PIAGET PROVA 1 – 20 fichas de papelão grosso sendo dez azuis e 10 vermelhas. PROVA 2 – 2 garrafas plásticas de água mineral e dois copos de tamanho diferente. PROVA 3 – duas massas de modelar de pote PROVA 4 – duas fitas de 15cm e 10cm. PROVA 5 – uma balança e duas massas de modelar de pote. PROVA 6 – 2 vidros com água e duas massas de modelar. PROVA 7 – 6 círculos azuis de 25mm, 6 círculos vermelhos de 50mm, 6 quadrados azuis de 50mm, 6 quadrados vermelhos de 25mm, 1 tampa de caixa de papelão e 2 caixas baixas. PROVA 8 – 1 ramalhete com 10 margaridas e 3 rosas. PROVA 9 – 5 fichas redondas amarelas, 5 fichas quadradas amarelas, 1 folha de papelão com dois círculos interligados sendo 1 preto e o outro azul. PROVA 10 – bastonetes graduados de 16 a 10 cm com intervalo de 0,6 entre cada bastão e 1 anteparo de papelão. PROVA 11 – 6 FICHAS DE CORES DIFERENTES. Fonte: https://atividadeparaeducacaoespecial.com/inclusao-como-aplicar-as- provas-operatorias-de-piaget/ https://atividadeparaeducacaoespecial.com/inclusao-como-aplicar-as-provas-operatorias-de-piaget/ https://atividadeparaeducacaoespecial.com/inclusao-como-aplicar-as-provas-operatorias-de-piaget/ BIBLIOGRAFIA UTILIZADA ANDRADE, MS de. Psicopedagogia clínica: manual de aplicação prática para diagnóstico de distúrbios do aprendizado. São Paulo: Póluss Editorial, 1998. BORGES, K.k, Machado, A.C & Bello, S.F. (2019). Transtornos específicos de aprendizagem no contexto clínico e educacional. In Sociedade Brasileira de Psicologia, R. Gorayeb, M.C. Myazaku & M. Teodoro (Orgs), POROPSICO – Programa de Atualização em Psicologia Clínica e da Saúde: Ciclo 3 (pp. 71-103). Porto Alegre: Artmed Panamericana. (Sistema de Educação Continuada a Distância, v.3). COSTA, Silvana Elisa Gonçalves de Campos; MARINHO, Maria Luiza. Um modelo de apresentação de análise funcionais do comportamento. Estud. psicol. (Campinas), Campinas , v. 19, n. 3, p. 43-54, Dec. 2002. Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103- 166X2002000300005&lng=en&nrm=iso>. access on 24 Aug. 2020. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-166X2002000300005. MATOS, Maria Amélia. Análise funcional do comportamento. Estud. psicol. (Campinas), Campinas , v. 16, n. 3, p. 8-18, dez. 1999 . Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103- 166X1999000300002&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 07 ago. 2020. https://doi.org/10.1590/S0103-166X1999000300002. Provas piagetianas – Disponível em: <https://atividadeparaeducacaoespecial.com/inclusao-pdf-ilustrado-com-as-provas- operatorias-de-piaget/>. Acessado em 10.08.2020 Provas piagetianas – Disponível em: <https://atividadeparaeducacaoespecial.com/inclusao-como-aplicar-as-provas- operatorias-de-piaget/>. Acessado em 12.08.2020 ZUMPANO, Gabriela. Psicopedagogia: processo histórico, ambientes e técnicas de atuação. 2013. https://doi.org/10.1590/S0103-166X1999000300002
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