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GESTÃO DE CUSTOS E INVESTIMENTOS AMBIENTAIS E EM SUSTENTABILIDADE 1 SUMÁRIO NOSSA HISTÓRIA ...................................................................................................... 2 1. INTRODUÇÃO .......................................................................................... 3 1.1 Investimento Ambiental .......................................................................... 4 2. MEIO AMBIENTE E CUSTOS ................................................................... 5 1. ............................................................................................................... 6 2.1 Custos da Qualidade Ambiental............................................................. 6 2.1.1 Custos Convencionais ....................................................................... 7 2.1.2 Custos Potencialmente Ocultos ......................................................... 7 2.1.3 Custos com Contingências ................................................................ 9 2.1.4 Custos de Imagem e Relacionamento ............................................... 9 3. GASTOS E BENEFÍCIOS AMBIENTAIS ................................................. 10 3.1 Processo de Preservação .................................................................... 11 3.2 Processo de Controle .......................................................................... 12 3.3 Processo de Recuperação ................................................................... 13 3.4 Redução de Custos por Meio da Otimização dos Recursos ................ 14 2. 15 3.5 Redução de Custos por Meio da Eliminação de Multas e Taxas ......... 15 3. 15 3.6 Redução de Custos com a Vendas de Reciclados .............................. 15 3.7 Redução de Custos por Meio de Economias Atuais ............................ 16 4. ESTUDOS DE CASOS ............................................................................ 16 5. GESTÃO DE CUSTOS AMBIENTAIS ..................................................... 22 6. CICLO DE VIDA DOS PRODUTOS ........................................................ 24 6.1 Logística Reversa ................................................................................ 25 8. REFERÊNCIAS ....................................................................................... 29 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia-se com a ideia visionária e da realização do sonho de um grupo de empresários na busca de atender à crescente demanda de cursos de Graduação e Pós-Graduação. E assim foi criado o Instituto, como uma entidade capaz de oferecer serviços educacionais em nível superior. O Instituto tem como objetivo formar cidadão nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em diversos setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e assim, colaborar na sua formação continuada. Também promover a divulgação de conhecimentos científicos, técnicos e culturais, que constituem patrimônio da humanidade, transmitindo e propagando os saberes através do ensino, utilizando-se de publicações e/ou outras normas de comunicação. Tem como missão oferecer qualidade de ensino, conhecimento e cultura, de forma confiável e eficiente, para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. E dessa forma, conquistar o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos de qualidade. 3 1. INTRODUÇÃO De acordo com Silva e Quelhas (2006), a valorização das questões ambientais e sociais no segmento empresarial, atendendo às novas exigências legais, de mercado e da sociedade tem determinado a redefinição das responsabilidades das empresas. No mercado financeiro percebe-se uma tendência de reconhecer um risco adicional para empresas que não incorporem esses conceitos, existindo diversas instituições que têm declarado incluir o risco ambiental e social em seus modelos tradicionais de avaliação de crédito corporativo. O conceito de desenvolvimento sustentável e seus princípios questionam as tradicionais formas de produção, o comportamento humano, e a organização e o funcionamento das cidades, exigindo novos padrões para o crescimento econômico. A concepção de sustentabilidade tem sido incorporada pelas empresas no sentido de redefinir suas responsabilidades em relação ao meio ambiente e a sociedade. Embora o desenvolvimento econômico sustentável seja uma responsabilidade a ser dividida entre os governos, o segmento corporativo, e os consumidores, o papel das empresas na redução da degradação do meio ambiente é fundamental. Além disso, empresas têm recursos financeiros, conhecimento tecnológico e capacidade institucional, bem como a visão internacional e de longo prazo para encontrar soluções para os problemas ambientais. Nos últimos anos algumas mobilizações da sociedade em prol do meio ambiente como boicotes de consumo, preferências dinâmicas de consumo e outras exigências de consumidores nessa área, têm afetado fundamentalmente as estratégias de negócios, bem como o valor do negócio principal de várias empresas. Esse cenário tem levado muitas empresas a adotar formalmente estratégias e programas ambientais. Assim, empresas podem contribuir individualmente para o desenvolvimento sustentável a partir da inovação nos seus produtos e processos a fim de usar mais eficientemente a matéria-prima, melhorando a imagem corporativa ou do produto, reduzindo os riscos dos problemas com a responsabilidade ambiental e melhorando 4 as condições de trabalho. Essas inovações podem contribuir simultaneamente na direção de atingir as metas econômicas, ambientais e sociais, na chamada condição "win-win-win" quando a melhoria da performance ambiental, a maior satisfação do cliente é acompanhada da melhor performance econômica da empresa. 1.1 Investimento Ambiental Segundo Vellani e Nakao (2009) o termo investimento pode ter diferentes significados: Investimento pode ser o total do ativo menos o passivo de funcionamento, tratando-se da área de finanças. Investimento pode ser representado pelas participações em empresas, quando se trata da análise de balanço. Outro significado para investimento pode, também, ser toda aquisição de ativos visando benefícios futuros. O termo Investimento Ambiental é definido como todos os gastos incorridos, e a incorrer, para aquisição de ativos que tenham relação com os processos de preservação, controle e recuperação do meio ambiente visando benefícios futuros. Os gastos podem representar: Ativos de vida curta: Insumos para o processo produtivo; Ativos de vida longa: Aquisição de máquinas. A função desses ativos (vida curta e vida longa) deve ser exclusivamente preservar, controlar, e recuperar o meio ambiente. Figura 1 – Investimento em sustentabilidade Fonte: Lima, 2016. 5 2. MEIO AMBIENTE E CUSTOS Para Kraemer (2003) A busca pela preservação do meio ambiente tomou forma e começou sensibilizar a sociedade e as autoridades. Após anos de intensas discussões, conclui-se que a ausência de crescimento ou desenvolvimento é nociva ao meio ambiente e que a grande questão atual é torná-lo sustentável. A variável ambiental é um aspecto significativo a ser considerado e tratado na estratégia das organizações. A gestão ambiental, por sua vez, deve ser gerida eficientemente, monitorando-se os custos de controle, a poluiçãoe os custos das falhas da falta de controle de gestão. Os custos da qualidade ambiental devem ser utilizados na avaliação e melhoria da posição de competitividade das companhias, com relação aos seus concorrentes. Daí a sua importância. A gestão de custos da qualidade ambiental é uma ferramenta fundamental para o gerenciamento do sistema de gestão ambiental, pois fornece elementos para a alta administração das empresas à tomada de decisões, direcionando a melhoria do desempenho ambiental. Desse modo, o gerenciamento ambiental passa a ser um fator estratégico que a alta administração das organizações deve analisar. A Gestão Ambiental inclui uma série de atividades que devem ser administradas, tais como: Formular estratégias de administração do meio ambiente; Assegurar que a empresa esteja em conformidade com as leis ambientais; Implementar programa de prevenção à poluição Gerir instrumentos de correção de danos ao meio ambiente Adequar os produtos às especificações ecológicas; Monitorar o programa ambiental da empresa. Além dessa ferramenta, a problemática ambiental envolve também o gerenciamento dos assuntos pertinentes ao meio ambiente, por meio de: Sistemas de gestão ambiental; Busca pelo desenvolvimento sustentável; Análise do ciclo de vida dos produtos; Passivos ambientais. 6 1. 2.1 Custos da Qualidade Ambiental Segundo Kraemer (2003) a interface entre a competitividade e a preservação do meio ambiente se dá por meio da gestão dos custos da qualidade ambiental. Para se adequarem à nova postura de preservação ambiental e buscarem uma política de qualidade ambiental na gestão da organização, as empresas devem se preocupar também com os custos da relação meio ambiente e meio empresarial, destacando estes custos dos demais. Os custos da qualidade ambiental referem-se à definição, criação e montagem de um sistema de controle da qualidade ambiental, bem como da avaliação, de conformidade com os objetivos e metas derivados da política ambiental, de normas legais e outros compromissos assumidos pela empresa, além de outros custos associados com as consequências de falhas ambientais, acidentes e incidentes. A implantação de um sistema de custos da qualidade ambiental, basicamente, segue os mesmos procedimentos empresariais tradicionais que consistem em: SAIBA MAIS! Passivo ambiental são as obrigações contraídas pela empresa perante terceiros, que têm como origem um gasto ambiental (ativos, custos, despesas etc). Constituem-se obrigações ambientais aquelas decorrentes de compras de ativos ambientais, de elementos consumidos durante o processo de produção e aqueles provenientes de penalidades impostas às organizações por infração à legislação ambiental, por danos ao meio ambiente e à propriedade de terceiros. Para a ONU existem três tipos de obrigações decorrentes do passivo ambiental: 1) Legais – são as provenientes de instrumentos legais. 2)Construtivas – são aquelas que a empresa se propõe a cumprir espontaneamente, excedendo as exigências legais. 3)Justas– refletem a consciência de responsabilidade social, ou seja, a empresa cumpre em razão de fatores éticos e morais. 7 Preparação do gerenciamento geral do programa de custos da qualidade ambiental; Identificação dos itens de custos da qualidade ambiental; Identificação dos centros de responsabilidade (centros de custos); Preparação dos formulários de coleta de dados dos custos da qualidade; Treinamento das pessoas responsáveis pela obtenção dos dados e do pessoal da contabilidade; Levantamento dos custos pelas pessoas responsáveis (coleta de dados); Preparação dos relatórios de análise. Para melhor entendimento dos conceitos dos custos da qualidade ambiental e da sua padronização atribuem-se quatro categorias de custos da qualidade ambiental e a seguinte classificação: 2.1.1 Custos Convencionais Incluem os custos que, na maior parte das vezes, recebem atenção especial na contabilidade gerencial, tais como: Investimentos em equipamentos; Matériaprima; Mão-de-obra; Materiais indiretos. Incluem todos custos associados aos aspectos ambientais tangíveis de tais processos e atividades. Seu controle conduz ao aumento da eficiência produtiva, pro eliminar o desperdício. 2.1.2 Custos Potencialmente Ocultos São aqueles ligados a todas as atividades necessárias para que a empresa se mantenha em conformidade com as leis e outras políticas ambientais inerentes à própria organização. Por exemplo, os custos com: Monitoramento ambiental; 8 Figura 2 – Monitoramento Ambiental Fonte: Avatz Ambiental, 2017. Treinamento; Relatório ambiental. SAIBA MAIS! Qual a diferença entre gerenciamento e monitoramento ambiental? O gerenciamento ambiental engloba um conjunto de ações efetuadas de modo ordenado para entender, prever e intervir na qualidade ambiental de um meio específico. Nesse contexto, emprega- se os instrumentos e métodos mais adequados para alcançar variados objetivos. O monitoramento ambiental é um instrumento básico para viabilizar o gerenciamento. Ele é útil sobretudo nas regiões contaminadas por se referir à coleta sistemática de informações, visando a evolução de variáveis do meio. Os dados recolhidos servem para fundamentar as decisões para as etapas de gerenciamento ambiental. 9 2.1.3 Custos com Contingências São os gastos que podem ou não ocorrer devido a futuros custos de: Regulamentações; Multas e penalidades Gastos com recuperação de recursos naturais danificados, etc. Se o fato gerador de tais custos é conhecido antecipadamente, possibilita à empresa definir ações a fim de evitá-los. 2.1.4 Custos de Imagem e Relacionamento Envolvem a percepção e o relacionamento que os acionistas, comunidade e governo desenvolvem com a companhia. Apesar de difícil quantificação, o desempenho ambiental pode melhorar ou prejudicar o relacionamento da empresa com terceiros, e os impactos gerados podem ter custos e/ou implicações financeiras. 10 3. GASTOS E BENEFÍCIOS AMBIENTAIS Vellani e Nakao (2009) definem custos ambientais como gastos ambientais incorridos diretamente e indiretamente na produção e despesas como os gastos com o gerenciamento dos processos de preservação, controle e recuperação do meio ambiente. Existe uma diferença entre custo e despesa ambiental: Custos ambientais: Considera-se como os gastos em função do processo de preservação simultaneamente ao processo produtivo; Moraes et al. (2016) apresenta um compilado de diferentes definições, considerando que não há um consenso sobre o conceito de custos ambientais, conforme mostra o Quadro 1. Quadro 1 - Definições de custos ambientais AUTOR CUSTOS AMBIENTAIS Hansen e Mowen (2003) São custos incorridos porque existe, ou porque pode existir, uma má qualidade ambiental. Eagan e Joeres (2002) São os custos pagos pela empresa devido aos impactos ambientais resultantes da manufatura de seus produtos. Jasch (2003) Compreendem os custos internos e externos que surgem devido a danos ao meio ambiente ou à sua proteção. Regatschnig e Schnitzer (1998) São custos que podem aparecer como resultado das atividades ambientais da empresa, ou seja, atividades estabelecidas em lei ou voluntárias, que visam evitar, reduzir, tratar ou dispor os seus rejeitos e emissões, mas que podem ser resultantes da falta de políticas ambientais na organização. Fonte: Moraeset al.,2016. 11 Despesas ambientais: Considera-se como aqueles incorridos sem estar diretamente relacionados com o sistema produtivo da empresa, como por exemplo, os gastos administrativos incorridos em função da causa ambiental e as taxas e emolumentos decorrentes da legislação ambiental. Gastos com a recuperação e reparos de danos classificam-se como resultado não operacional, como perda. Os gastos ambientais classificam-se em três processos. 3.1 Processo de Preservação Conjunto de atividades que objetiva resolver o problema ambiental em sua raiz, isto é, evitar o surgimento da poluição ou pelo menos proteger o meio ambiente da poluição gerada pelo processo produtivo. Essa atividade intervém na causa dos danos à natureza. Investimentos nessa atividade significa que a empresa está interessada na preservação na natureza, está comprometida a contribuir para o desenvolvimento sustentável da sociedade com empresas que atendam às necessidades ecológicas da sociedade e geremriquezas aos seus acionistas. Exemplos de atividades do processo preservação: Operar equipamentos que amenizam ou eliminam poluição; Compra de equipamentos para proteção da natureza como filtros; Reciclar resíduos tóxicos e sucatas. 12 Figura 3 – Esquema da instalação de filtro em chaminé – Empresa ArcelorMittal Fonte: Folha Vitória, 2016. 3.2 Processo de Controle Objetiva supervisionar, controlar, administrar, planejar os processos de preservação e recuperação. Processo para manter a poluição como o desejado, verificar e auditar os produtos e serviços para descobrir desvios do planejado fornecendo feedback e assim evitar que danos maiores possam exigir gastos futuros volumosos. Investir no processo de controle significa que a empresa está interessada em acompanhar o efeito de seu processo produtivo no meio ambiente e evitar que o realizado seja diferente do planejado. Exemplificam esse grupo atividades como: Auditar processos ambientais; Inspecionar produtos; Desenvolver medidas de desempenho ambiental; Testar contaminação; Verificar desempenho ambiental de fornecedores; Medir níveis de contaminação; Executar estudos ambientais; 13 Desenvolver sistemas de gestão ambiental; Obter certificado ISO 14001. Figura 4 - Certificação ISO 14001:2015 – Empresa Geometral Engenharia Fonte: Geometral Engenharia, 2020. 3.3 Processo de Recuperação Conjunto de atividades que objetiva trabalhar determinado local para recuperá- lo da poluição, para limpá-lo do agente poluidor, restaurá-lo para voltar a ter valor de uso. Quando certa empresa incorre em muitos gastos com essas atividades significa que seus produtos e serviços estão sendo processados com ineficiências, pois 14 quando a atividade fim da empresa exige desembolsos para reverter determinado local a sua situação natural para possibilitar, novamente, o seu uso indica que há desperdícios embutidos nos poluentes. Esse grupo deveria ser o menos representativo do total dos gastos ambientais incorridos. Exemplificam as atividades do processo de recuperação gastos como: Limpar lago poluído; Limpar manchas de petróleo; Limpar solo contaminado; Indenizar danos pessoais (relacionado ao meio ambiente); Restaurar terra ao estado natural. Além dos gastos ambientais, ressalta-se também os benefícios, que podem ser classificados como: 3.4 Redução de Custos por Meio da Otimização dos Recursos Refere-se às economias de gastos geradas devido às medidas ambientais visando uso racional dos recursos com o mínimo de desperdícios. Com o uso SAIBA MAIS! Leia o artigo:“Brasileiro usa substância da casca da laranja para limpar soloscontaminados”. Disponível em: https://trcsustentavel.com.br/brasileiro-usa- substancia-da-casca-da-laranja-para-limpar-solos-contaminados/ Assista aos vídeos: Ambievo Recoy: Lavagem de Solo Contaminado. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=9Hl6Chsg1vU&feature=emb _logo Ambievo Tecnologia: Terpenos P. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=MBVlT9766d0&feature=emb _logo 15 inteligente dos recursos, com o mínimo de ineficiências, os gastos com esses recursos serão menores. Investir, por exemplo, em atividade preservação pode ter como consequência positiva um melhor uso dos recursos evitando desperdícios e diminuindo custo. 2. 3.5 Redução de Custos por Meio da Eliminação de Multas e Taxas Refere-se à diminuição ou eliminação dos gastos que vinham sendo pagos nos anos anteriores por causa da não conformidade com a legislação ambiental. Por exemplo, após investir em filtros e outros acessórios que evitam o despejo da poluição nos ecossistemas a empresa deixará de pagar multas, pois, a emissão de poluentes estará de acordo com a legislação ambiental. 3. 3.6 Redução de Custos com a Vendas de Reciclados Refere-se a redução de custos com vendas de resíduos e sucatas que não teriam valor e prejudicariam o meio ambiente sem o tratamento adequado. Investimentos em equipamentos e insumos para reciclagem resultam em vendas de sucatas recicladas e resíduos tratados. O valor dessa venda reduz custos. A confrontação do total do investimento para possibilitar a reciclagem com o valor presente do fluxo de caixa gerado com a venda indicará a viabilidade do investimento possibilitando a empresa proteger o meio ambiente, conseguir vantagem competitiva e gerar valor. Essa entrada de capital não pode ser considerada como SAIBA MAIS! De acordo com o Portal G1, em uma empresa, o que geraria um custo de cerca de R$ 3 mil para descartar 15 toneladas de cacos de vidro em aterros sanitários, é vendido para uma empresa de reciclagem e rende R$ 1.500 mensalmente. Leia a reportagem completa: “Empresários faturam com a venda e reciclagem de sucata de vidro” Disponível em: http://g1.globo.com/economia/pme/noticia/2015/02/empresarios- faturam-com-venda-e-reciclagem-de-sucata-de-vidro.html 16 receita ambiental pois na essência houve redução de custos com a venda de resíduos e não com o produto ou serviço da atividade fim da empresa. 3.7 Redução de Custos por Meio de Economias Atuais Refere-se a economia obtida com a gestão dos gastos ambientais nos processos de preservação, controle e recuperação do meio ambiente no período atual. Por exemplo, após a implementação da gestão ambiental, no decorrer do tempo, a gestão dos gastos ambientais identifica maneiras de diminuir esses gastos, nas atividades dos processos de preservação, controle e recuperação, gerando assim, um benefício com redução dos gastos ambientais no período analisado. 4. ESTUDOS DE CASOS Vellani e Nakao (2009), com o intuito de analisar se a redução de custos é fator relevante na decisão de investir no meio ambiente, apresentam casos a fim de conhecer na prática o que o mundo empresarial vem fazendo em relação aos investimentos ambientais. São exemplos de empresas que investiram no meio ambiente ou que tenha alguma relação com investimentos ambientais. 1. Empresa de transporte de gás natural teve que pagar mais de $400 milhõespara a limpeza de resíduos químicos liberados no meio ambiente. 2. Devido à explosão ocorrida em 15 de março de 2001 de uma plataforma de extração de petróleo, com posterior submersão, sua imagem e seu patrimônio foram afetados, tendo como reflexo imediato do acidente a desvalorização das ações nas bolsas de valores em 7,78%. Nesses primeiros exemplos, o investimentoem desenvolvimento sustentável, no caso 1, evitaria futuros custos com multas e indenizações, ou seja, reduziriam os desembolsos. E no caso 2, mesmo investindo em controle ambiental, um desastre ecológico acarretou perdas ambientais relevantes, indicando que além do investimento é necessário um gerenciamento ambiental eficiente e eficaz. 17 3. Bristol-Myers Squibb Company, fez uma análise do ciclo de vida do produto para identificar e reduzir os impactos negativos ao meio ambiente e constatou que cada análise custa $25.000 e produz uma economia de $340.000. Outro projeto, e mais um exemplo de gestão ambiental almejando vantagem competitiva, dos laboratórios Bristol-Myers é a instalação de um sistema de reciclagem de solventes usados na cromatografia líquida de alto desempenho. O sistema custou $12.500 e produziu uma economia de $35.000. 4. Spa, principal franqueada da Coca-Cola no Brasil, em sua unidade situada em Jundiaí/SP, introduziu controles ambientais e economizou R$ 600.000,00 com a diminuição de água, energia e o gerenciamento de resíduos. Figura 5 – Notícia da iniciativa Coca-Cola Fonte: Portal Tratamento de Água, 2019. 5. Bahia Sul, produtora de celulose e papel, situada no sul da Bahia, reduziu o consumo de água específico de 64,9 m³ / t de produto (1994) para 53,5 m³ / t (meados de 1996), introduziu programa de coleta seletiva de resíduos sólidos, arrecadando R$ 450.000,00 somente com a sua venda. 6. DSM, produtora de borracha EPDM (borracha sintética), situada no polo de Triunfo/RS, introduziu programa de coleta seletiva de resíduos sólidos, reduziu a geração de efluentes líquidos e de resíduos industriais, contabilizando economias de R$ 60.000,00. De acordo com informações obtidas na empresa, o fato se deu no segundo semestre de 1996, e o total daeconomia de custos gerado pelo conjunto dos programas de controle ambiental implantados no período foi de R$100.000,00. 18 7. O proprietário de uma empresa canadense foi condenado a seis meses de prisão, em 1990, como penalidade porque sua empresa descarregava efluentes tóxicos em um rio. Nos EUA, também em 1990, um júri federal condenou o presidente de uma empresa ótica, a Borjohn Optical Technology Inc., pela emissão de substâncias tóxicas no esgoto local. A empresa foi multada em US$ 50 mil e seu presidente, John Borowski, foi sentenciado a vinte e seis meses de prisão, além de ter sido multado em US$ 400 mil. A Borjohn Optical entrou para o index nacional das “companhias sujas” e tornou-se “inelegível” para contratos, garantias e empréstimos relacionados ao governo federal. 8. A Fosfofértil Ultrafértil, CSN-Paraná, Termoelétrica Araucária investiram, em parceria, num projeto ambiental. A Estação de Tratamento de Água Industrial de Araucária (Sanepar) fornecerá a essas empresas água de reuso do rio Iguaçu, cujas águas estão tão poluídas que não há sinal de peixes. As empresas deixarão de pagar 2,60 reais por 1000 litros para pagar entre 0,49 a 0,59 real por 1000 litros de água de reuso. O gerente da fábrica da Fosfofértil, disse à revista Exame que para fabricar toneladas de uréia, amônia e enxofre, a empresa consome 480.000 litros de água por hora. Mais da metade disso é extraída da represa Rio Verde pela Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), da Petrobrás. O restante provém de água de reuso vendida pela Sanepar e é utilizado na produção de vapor, no resfriamento das torres e na limpeza das caldeiras. “Investir na reciclagem foi uma decisão estratégica”, disse o gerente. Do total do investimento de 8,6 milhões de reais a Sanepar, a termelétrica Araucária entrou com 4,7 milhões, a CSN-Paraná, com 1,8 milhão e a Fosfofértil fechou um contrato de 20 anos pagando a taxa mais alta (0,59 real por 1000 litros fornecidos). 9. Mutupiranga Industrial Ltda., sediada em Nilo Peçanha (BA) apresentou o projeto Programa de Gerenciamento de Resíduos e subprodutos e ganhou o prêmio CNI de Ecologia – 2001, na modalidade Micro e Pequena indústria. O projeto consiste na reutilização interna dos resíduos gerados no processo produtivo, como a borra oleosa resultante da extração do azeite de dendê, que é utilizada como matéria-prima para a produção de 100 toneladas de sabão em pedra, e dos resíduos da fibra e do pó de casca que são utilizados como combustível nas duas caldeiras de geração de vapor e energia elétrica da empresa. Atualmente, a produção de sabão em pedra gera uma receita mensal de aproximadamente R$ 29 mil representando 20% do faturamento. Com a geração interna de energia elétrica, a empresa também deixa de 19 comprar energia da concessionária local, economizando R$ 6,8 mil/mês, e com a comercialização externa dos resíduos, economiza cerca de R$ 7,86 mil/mês, perfazendo um total anual de R$ 94,32 mil, ou seja, 6% do faturamento da empresa em um ano. 10. AGCO do Brasil Comércio e Indústria Ltda ganhou o Prêmio CNI de Ecologia 1999 com um projeto de implementação de Tecnologias Limpas em várias etapas do projeto. O investimento teve um custo de aproximadamente R$ 1.885,00 e trazendo benefícios econômicos da ordem de R$ 103.864,00 por ano. Santos (2013) apresenta demais prêmios recebidos pela AGCO pelas suas atuações ambientais, alguns deles são: 2012 - Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul - Categoria: Medalha e o Certificado de Responsabilidade Social 2012 - Relatório Socioambiental AGCO América do Sul 2011 - 18º Prêmio Expressão Ecologia - A AGCO América do Sul recebeu o prêmio pelo case Gestão Corporativa de Meio Ambiente, Segurança e Saúde Ocupacional. 2011 - Ranking Benchmarking 2011 - Os Melhores da Gestão Socioambiental Corporativa - AGCO - Unidade Valtra do Brasil Ltda., Projeto Integrado Biodiesel - 100% Biodiesel; 2010 - Troféu Onda Verde na 17ª edição do Prêmio Expressão de Ecologia, a maior premiação ambiental da região Sul 2009 - 5º Prêmio Mogi News/Chevrolet de Responsabilidade Social – Categoria Relação com a Comunidade, projeto Programa de Educação ambiental – unidade: Mogi das Cruzes 2009 - Prêmio Expressão Ecologia 17ª Edição como o projeto Gestão de Recursos Hídricos na AGCO América do Sul 2009 - Prêmio Programa Benchmarking Ambiental Brasileiro – 7ª Edição, com o projeto Reuso de Água – Unidade: Mogi das Cruzes 2008 - Prêmio Expressão de Ecologia - Categoria Gestão Ambiental / Gestão dos Resíduos Sólidos 2008 - Prêmio Programa Benchmarking Ambiental Brasileiro - 6ª edição, com o projeto Reciclar para o Social 2007 - Vencedor da 5ª edição do Programa Benchmarking Ambiental Brasileiro com projeto Reuso de Água 20 2006 - Prêmio Expressão de Ecologia - Prêmio Destaque - Responsabilidade Social Empresarial no Sul do Brasil 2006 - Destaque em Meio Ambiente da 2º Pesquisa de Meio Ambiente e Indústrias do Rio Grande do Sul promovido pelo Conselho de Meio Ambiente da FIERGS e Editora Expressão 2006, 2005 e 2004 - Reconhecimento Responsabilidade Social no prêmio Empresas Socialmente Responsáveis da ONG Parceiros Voluntários e Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Canoas/RS 2005 - Certificado de Responsabilidade Social da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul 2005 - Prêmio Expressão de Ecologia - Categoria Conservação de Insumos de Produção/ Projeto Reuso da Água 2005 e 2004 - Parceiro Ambiental da Prefeitura Municipal de Canoas/RS 2004 - 3º Prêmio Balanço Social, promovido pela Aberje, Apimec, Instituto Ethos, Fides e Ibase 2003 e 2002 - Prêmio Expressão de Ecologia - Gestão Ambiental 2002 - Prêmio Sul de Energia da Revista Expressão - Conjunto de ações visando a redução do consumode energia 2001, 2000 e 1999 - Prêmio Expressão de Ecologia - Categoria Controle da Poluição Industrial/ Gestão de Resíduos Industriais 1999 - Prêmio CNI de Ecologia - Categoria Conservação de Insumos de Produção, promovido pela Confederação Nacional da Indústria. 21 22 Quadro 2 - Produção Mais Limpa AGCO Fonte: Santos, 2003. 5. GESTÃO DE CUSTOS AMBIENTAIS Para Kraemer (2003) a gestão dos custos ambientais é um instrumento estratégico para aumentar e reduzir os custos, conduzindo a um processo de mudanças em desenvolvimento contínuo. É por intermédio da gestão dos custos ambientais que se fortalece os sistemas de gestão ambiental existentes ou facilita o estabelecimento de sistemas padronizados. Ela gera informações básicas, ajuda a formar consciência e a criar estrutura que podem ser utilizadas como primeiros passos para o processo ISO 14001. Vellani e Nakao (2009) completa que a gestão dos gastos ambientais visando o desenvolvimento sustentável poderá trazer vantagem competitiva dependendo do posicionamento das empresas para gerir seus custos ambientais, suas despesas ambientais e do emprego da mentalidade ecológica na sua missão, estratégias, metas e objetivos. As informações de gastos ambientais devem ser fornecidas à gestão definindo, medindo, classificando e atribuindo os custos ambientais aos processos, produtos e outros objetos de custo de interesse e as despesas aos períodos onde foram incorridos, quando possível. E devem ser relatados e classificados separadamente de forma que os gestores possam avaliar seu impacto na rentabilidade da empresa. Os relatórios de custos ambientais são essenciais para a organização que pretende melhorar seu desempenho ambiental e controlar os seus gastos ambientais, pois estes, são importantes para a definição da rentabilidade da empresa e por identificar os montantes despendidos em cada categoria. Dependendo da estrutura de gastos ambientais das empresas, eles podem afetar a rentabilidade, pois podem representar uma fatia relevante dos gastos operacionais. Por exemplo, suponha que dos gastos ambientais, apenas 20% são das categorias de prevenção, controle e reciclagem. Assim, 80% dos gastos ambientais 23 são gastos de falhas, de ineficiência, gastos com recuperação, ou seja, gastos que existem por causa do mau desempenho ambiental. Por exemplo, voltando ao caso 1, a empresa obteria benefícios com a eliminação de gastos, multas e indenizações, se tivesse investido nas atividades de preservação, controle, reciclagem e recuperação do meio ambiente num momento passado. Um recente exemplo no Brasil de redução de custos com investimento em meio ambiente foi o caso Fosfofértil Ultrafértil, CSN-Paraná, Termoelétrica Araucária, que em conjunto com a Sanepar investiram 8,6 milhões de reais num projeto de fornecimento de água de reuso. As empresas deixarão de pagar 2,60 reais por 1000 litros para pagar entre 0,49 a 0,59 real por 1000 litros de água de reuso. O caso 3, Bristol-Myers, exemplifica benefícios econômicos financeiros. A empresa instalou um sistema de reciclagem de solventes usados na cromatografia líquida de alto desempenho. O sistema custou $12.500 e produziu uma economia de $35.000. Outro exemplo é o caso 4, Spa, mesmo não tendo o valor total dos gastos com controle, certamente, o investimento foi feito por mostrar-se em harmonia com a gestão econômica da empresa. O caso 5, Bahia Sul, mesmo, também, não tendo o valor do investimento, demonstra que a gestão dos resíduos pode gerar receitas. Gerou receitas de 450.000 reais com a venda de produto reciclado. Além disso, a empresa reduziu o consumo de água específico de 64,9 m³ / t de produto para 53,5 m³ / t. O caso 9, Mutupiranga Industrial Ltda., também não informa o valor do investimento, mas demonstra que somente com uma gestão de resíduos pôde obter relevantes benefícios econômicos financeiros. Observe que somente com a comercialização externa dos resíduos a empresa economizou cerca de R$ 7,86 mil/mês, perfazendo um total anual de R$ 94,32 mil, ou seja, 6% do faturamento da empresa em um ano. 24 6. CICLO DE VIDA DOS PRODUTOS Segundo Kraemer (2003) o ciclo de vida do produto tem sido estudado em ampla gama de contextos organizacionais, influenciando as relações comerciais entre países exportadores e importadores, tendo como preocupações de caráter ambiental aspectos que compreendem desde o processo produtivo e seus produtos, o uso, até o posterior descarte. A avaliação do ciclo de vida do produto é definida como uma técnica para avaliação dos aspectos ambientais e dos impactos potenciais, associados a um produto, compreendendo etapas que vão desde a retida da natureza das matérias- primas elementares que entram no sistema produtivo (berço) à disposição final (túmulo). A análise do ciclo de vida pode ser utilizada com um enfoque gerencial para vários propósitos, pois ajuda no seguinte: A identificar oportunidades de melhoramentos dos aspectos ambientais, considerando as várias fases de um sistema de produção; Na tomada de decisão, por exemplo, no estabelecimento de prioridades ou durante o projeto de produtos e processos, podendo levar à conclusão de que a questão ambiental mais importante para uma determinada empresa pode estar relacionada ao uso de seu produto, e não as suas matérias-primas ou ao processo produtivo; Como parte do processo para avaliar a seleção de componentes feitos de diferentes materiais; Na avaliação da performance ambiental. Propõe-se a responder às questões e às dúvidas mais comuns quando da concepção de um produto, como: Que embalagens causam menos danos ao meio ambiente: retornáveis ou recicláveis? Quais dessas alternativas são mais viáveis economicamente? Essas e outras questões são importantes, pois as empresas são responsáveis pelo produto até a disposição final, conforme a legislação brasileira atual. 25 Vellani e Nakao (2009) apresenta o caso da Eastman Kodak que projetou suas máquinas fotográficas descartáveis para facilitar a reciclagem. As máquinas descartáveis têm componentes codificados em cores. Esses componentes podem ser separados e usados para construir câmeras novas. Aproximadamente 86% de cada câmara nova são feitos de materiais reciclados. Estima-se que 5 milhões de unidades tenham sido reciclados desde a introdução desse produto, totalizando aproximadamente 350.000 quilos de materiais. Esse caso demonstra a gestão do ciclo de vida dos produtos. Esse tipo de gestão consiste em ações tomadas que provocam projeção, desenvolvimento, produção, comercialização, distribuição, operação, manutenção, atendimento e descarte de um produto para que os lucros do ciclo de vida sejam maximizados. Uma oportunidade de obter vantagem competitiva. 6.1 Logística Reversa Leite (2002) apresenta de forma sintética a evolução das definições de Logística Reversa, resumidas no Quadro 3. Quadro 3–Definições de Logística Reversa AUTOR LOGÍSTICA REVERSA C.L.M. (1993) Logística reversa é um amplo termo relacionado às habilidades e atividades envolvidos no gerenciamento de redução, movimentação e disposição de resíduos de produtos e embalagens... Stock (1998) Logística Reversa: em uma perspectiva de logística de negócios, o termo refere-se ao papel da logística no retorno de produtos, redução na fonte, reciclagem, substituição de materiais, reuso de materiais, disposição de resíduos, reforma, reparação e remanufatura... Rogers e Tibben- Lembke (1999) Processode planejamento, implementação e controle da eficiência, do custo efetivo do fluxo de matérias-primas, estoques de processo, produtos acabados e as respectivas informações, desde o ponto de consumo até o ponto de origem, com o propósito de recapturar valor ou adequar o seu destino 26 Dornier et al (2000) Logística é a gestão de fluxos entre funções de negócio. A definição atual de logística engloba maior amplitude de fluxos que no passado. Tradicionalmente as companhias incluíam a simples entrada de matérias-primas ou o fluxo de saída de produtos acabados em sua definição de logística. Hoje, no entanto, essa definição expandiu-se e inclui todas as formas de movimentos de produtos e informações... Bowersox e Closs (2001) Apoio ao Ciclo de Vida” como um dos objetivos operacionais da Logística moderna referindo-se ao prolongamento da Logística além do fluxo direto dos materiais e a necessidade de considerar os fluxos reversos de produtos em geral. Fonte: Autora, 2020. As diversas definições e citações de Logística Reversa até então revelam que o conceito ainda está em evolução face às novas possibilidades de negócios relacionados ao crescente interesse empresarial e o interesse de pesquisas nesta área na última década. Entende-se a Logística Reversa como a área da Logística Empresarial que planeja, opera e controla o fluxo, e as informações logísticas correspondentes, do retorno dos bens de pós-venda e de pós - consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, através dos Canais de Distribuição Reversos, agregando-lhes valor de diversas naturezas: Econômico; Ecológico; Legal; Logístico; Imagem corporativa; Entre outros. A Figura 6 reúne duas grandes áreas de atuação da Logística Reversa, que têm sido tratadas independentemente até então, diferenciadas pelo estágio ou fase do ciclo de vida útil do produto retornado. Esta distinção se faz necessária, embora existam inúmeras interdependências, pois o produto logístico e os Canais de 27 Distribuição Reversos pelos quais fluem, bem como os objetivos estratégicos e técnicas operacionais utilizadas em cada área de atuação são, via de regra, distintos. Figura 6 - Logística Reversa – Área de Atuação e Etapas Reversas Fonte: Leite, 2002. Logística Reversa de Pós - Venda: Específica área de atuação que se ocupa do equacionamento e operacionalização do fluxo físico e das informações logísticas correspondentes de bens de pós - venda, sem uso ou com pouco uso, que por diferentes motivos retornam aos diferentes elos da cadeia de distribuição direta, que se constituem de uma parte dos Canais Reversos pelo qual fluem estes produtos. o Seu objetivo estratégico é o de agregar valor a um produto logístico que é devolvido por razões comerciais, erros no processamento dos pedidos, garantia dada pelo fabricante, defeitos ou falhas de funcionamento no produto, avarias no transporte, entre outros motivos. Este fluxo de retorno se estabelecerá entre os diversos elos da cadeia de distribuição direta dependendo do objetivo estratégico ou motivo de seu retorno. Logística Reserva de Pós – Consumo:Área de atuação da Logística Reversa que igualmente equaciona e operacionaliza o fluxo físico e as informações correspondentes de bens de pós - consumo descartados pela sociedade em geral que retornam ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo através de canais de distribuição reversos específicos. Constituem-se bens de pós-consumo os produtos em fim de vida útil ou usados com possibilidade de utilização e os resíduos industriais em geral. o Seu objetivo estratégico é o de agregar valor a um produto logístico constituído por bens inservíveis ao proprietário original, ou que ainda possuam condições de 28 utilização, por produtos descartados por terem atingido o fim de vida útil e por resíduos industriais. Estes produtos de pós-consumo poderão se originar de bens duráveis ou descartáveis e fluírem por canais reversos de Reuso, Desmanche, Reciclagem até a destinação final. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente “A logística reversa é um instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada”. Figura 7 – Ciclo da Logística Reversa 4. 5. 6. 7. Fonte: IGUI Ecologia, 2018. 29 8. REFERÊNCIAS AVATZ AMBIENTAL. Qual a diferença entre gerenciamento e monitoramento ambiental?2017. Disponível em: http://avatz.com.br/gerenciamento-e- monitoramento-ambiental/. Acesso em: 09 de outubro de 2020. FOLHA VITÓRIA. Arcelor vai instalar filtro em chaminé para reduzir poluição em Vitória. 2016. Disponível em: https://www.folhavitoria.com.br/geral/noticia/02/2016/arcelor-vai-instalar-filtro-em- chamine-para-reduzir-poluicao-em-vitoria. Acesso em: 09 de outubro de 2020. GEOMETRAL ENGENHARIA. Certificação ISO 14001:2015. 2020. Disponível em: http://www.geometralengenharia.com.br/servicos/7/certificacao-iso-14001-2015. Acesso em: 09 de outubro de 2020. IGUI ECOLOGIA. Logística Reversa. 2018. Disponível em: https://www.iguiecologia.com/logistica-reversa/. Acesso em: 09 de outubro de 2020. KRAEMER, Maria Elisabeth Pereira. Gestão dos custos da qualidade ambiental. Pensar Contábil - Conselho Regional de Contabilidade do RJ. maio/jul. 2003. LEITE, Paulo Roberto. Logística reversa. Nova área da logística empresarial. Revista tecnologística. Editora Publicare.São Paulo, maio / 2002. LIMA, Carina. Investimento em sustentabilidade: vantagem competitiva ou apenas mais uma despesa? 2016. Disponível em: https://viridis.energy/pt/blog/investimento-em-sustentabilidade-vantagem-competitiva- ou-apenas-mais-uma-despesa. Acesso em: 08 de outubro de 2020. MMA – Ministério do Meio Ambiente. Logística Reversa. 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