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1 SISTEMAS DE GESTÃO DE SAÚDE E SEGURANÇA OPERACIONAL 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós- Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 4 2. PRINCÍPIOS DA ISO 45001 ................................................................................. 7 3. O PLANEJAMENTO EM SSO DEVE CONTEMPLAR .......................................... 8 4. IMPLEMENTAÇÃO ............................................................................................... 9 5. PRINCIPAIS BENEFÍCIOS DA GESTÃO SSO .................................................. 10 6. OS SISTEMAS DE GESTÃO EM SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM AUXÍLIO À PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS OCUPACIONAIS............ 11 6.1. O CONCEITO DE SISTEMAS DE GESTÃO EM SEGURANÇA ........................ 12 6.2. SISTEMAS DE GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO ........... 14 6.3. A NORMA BS 8800 ............................................................................................ 15 6.4. A NORMA OHSAS 18001 ................................................................................... 17 6.5. A INSPEÇÃO DO TRABALHO ........................................................................... 19 7. PRINCIPAIS REQUISITOS DOS SISTEMAS DE GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO ........................................................................................... 21 7.1. POLÍTICA, OBJETIVOS E PROGRAMAS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO ............................................................................................................... 21 7.2. IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS, AVALIAÇÃO E CONTROLE DOS RISCOS ... 22 7.3. EXIGÊNCIAS LEGAIS E OUTRAS ..................................................................... 24 7.4. ESTRUTURA E RESPONSABILIDADE ............................................................. 24 7.5. TREINAMENTO, CONSCIENTIZAÇÃO E COMPETÊNCIA ............................... 24 7.6. CONSULTA E COMUNICAÇÃO ......................................................................... 25 7.7. PREPARAÇÃO E ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS ...................................... 25 7.8. MEDIÇÃO E MONITORAMENTO DO DESEMPENHO ...................................... 26 7.9. ACIDENTES, INCIDENTES, NÃO-CONFORMIDADES, AÇÕES PREVENTIVAS E CORRETIVAS ........................................................................................................ 27 7.10. DOCUMENTAÇÃO E CONTROLE DE DOCUMENTOS, DADOS E GESTÃO DE REGISTROS ....................................................................................................... 28 7.11. AUDITORIA E ANÁLISE CRÍTICA PELA ADMINISTRAÇÃO ...................... 29 8. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 30 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA ............................................................................ 32 4 1. INTRODUÇÃO Figura 1: Gestão em segurança e saúde no trabalho. Fonte: http://sesisc.org.br/pt-br/seguranca-saude-trabalho As organizações não atuam isoladamente; diversas partes que podem ter um interesse legítimo na abordagem adotada por uma organização para com a SSO incluem: empregados; consumidores, clientes, fornecedores; a comunidade; os acionistas; os empreiteiros; os seguradores, assim como as agências governamentais encarregadas de zelar pelo cumprimento dos regulamentos e leis. Esses interesses precisam ser reconhecidos. A importância do gerenciamento da SSO já foi enfatizada em relatórios oficiais recentes sobre acidentes de monta e tem recebido atenção cada vez maior da legislação sobre SSO. O bom desempenho de saúde e segurança não é casual. As organizações devem dispensar a mesma importância à obtenção de altos padrões de gerenciamento de SSO como o fazem com respeito a outros aspectos chaves de suas atividades empresariais. Isto requer a adoção de uma abordagem estruturada para com a identificação, avaliação e controle dos riscos relacionados com o trabalho. Há inúmeras vantagens em se estabelecer um sistema de gestão da saúde e segurança ocupacional – ISO 45001, formal e certificável, dentre elas: 1. Um ambiente de trabalho seguro. https://www.verdeghaia.com.br/blog/iso-45001-tudo-o-que-voce-precisa-saber/ 5 2. Aumento da conscientização a respeito dos riscos. 3. Redução das indenizações e prêmios de seguros. 4. Redução da responsabilidade legal pela demonstração da devida diligência. 5. Melhoria no desempenho dos negócios. 6. Imagem positiva da organização e outras. A norma foi desenvolvida a partir de uma necessidade global, de se determinar padrões internacionais, que permitissem a divisão das melhores práticas desenvolvidas no mundo. Daí, surgiu a necessidade da nova Estrutura de Alto Nível – Anexo SL. Esta foi definida pela ISO, para as normas de sistema de gestão, bem como, para uma abordagem integrada. Isto é, alinhamento entre os padrões de sistema de gestão, como por exemplo, da ISO 9001:2015 e ISO 14001:2015. Estrutura do Anexo SL – ISO 45001 Figura 2: Trabalho. Fonte: https://www.verdeghaia.com.br/vantagens-sistema-de-gestao-em-sso/ O anexo SL tem a finalidade de facilitar a integração dos sistemas de gestão, assim como a interpretação dos requisitos normativos, o que ocorre durante a https://www.verdeghaia.com.br/blog/paises-se-preocupam-criar-cultura-sso/ https://www.verdeghaia.com.br/vantagens-sistema-de-gestao-em-sso/ 6 implementação da ISO 45001, com o seu sistema de gestão da saúde e segurança ocupacional. A estrutura do Anexo SL é apresentado em 10 itens: 1. Escopo 2. Referências Normativas 3. Termos e definições 4. Contexto da organização 5. Liderança 6. Planejamento 7. Suporte 8. Operação 9. Avaliação de desempenho 10. Melhoria Uma organização é responsável pela saúde e segurança ocupacional de seus trabalhadores e de outros que podem ser afetados por suas atividades. Esta responsabilidade inclui promover e proteger sua saúde física e mental. A adoção de um sistema de SSO, destina-se a permitir que uma organização forneça locais de trabalho seguros e saudáveis, evitando lesões e problemas de saúde relacionados ao trabalho e melhore, continuamente, seu desempenho de SSO. https://www.verdeghaia.com.br/blog/iso-45001-2018-e-publicada-saude-e-seguranca-no-trabalho/ 7 2. PRINCÍPIOS DA ISO 45001 A ISO 45001 segue os mesmos princípios que regem a ISO 14001, os principais são: Contexto da organização: Onde a organização apresenta as questões internas e externas, bem como as necessidade e expectativas das partes interessadas relacionadas. Sistema de gestão e a interação dos processos: As normas define que a organização incluaos processos e suas interações. Liderança e Política: A organização deve estabelecer uma política para saúde e segurança ocupacional, assegurar o seu cumprimento e estar comprometida com o Sistema de Gestão, bem como demostrar o comprometimento e liderança em relação ao SGSSO. Gestão de riscos e oportunidades: A organização vai levantar os riscos e oportunidades do negócio da organização e também do Sistema de Gestão Integrado. Para atender este item normativo recomenda-se utilizar a Matriz SWOT: Forças e Fraquezas (ambiente interno) e Oportunidades e Ameaças (ambiente externo). Planejamento: Um plano para cumprir a política de saúde e segurança ocupacional deve ser definido. Para que a implementação de um Sistema de Gestão em SSO. 8 3. O PLANEJAMENTO EM SSO DEVE CONTEMPLAR Figura 3: Planejamento. Fonte: https://www.verdeghaia.com.br/vantagens-sistema-de-gestao-em-sso/ Todo Planejamento deve contemplar alguns passos para que a implementação de um Sistema de gestão em SSO possa ocorrer de maneira segura e confiável. * Identificação de perigos e riscos à segurança e saúde do trabalhador. * Estabelecimento as funções, responsabilidades e autoridades organizacionais para todos os níveis pertinentes da organização. * Levantar os riscos e oportunidades do negócio e do sistema de gestão de SSO. * Estabelecimento de objetivos e metas para saúde e segurança ocupacional. * Desenvolvimento de planos de ação associados aos alcances dos objetivos e metas estabelecidos. * Monitoramento dos fornecedores de produtos e serviços, evitando possíveis desvios e penalizações devido ao enquadramento da organização contratante como co- responsável pela empresa contratada. * Gestão de pessoas garantindo desenvolvimento de suas competências e etc. https://www.verdeghaia.com.br/vantagens-sistema-de-gestao-em-sso/ 9 4. IMPLEMENTAÇÃO A organização deve capacitar as pessoas envolvidas e prover os mecanismos de apoio necessários à efetiva implementação das ações planejadas. A organização deve capacitar as pessoas envolvidas e prover os mecanismos de apoio necessários à efetiva implementação das ações planejadas. Avaliação de desempenho: A organização deve mensurar, monitorar e avaliar seu desempenho quanto a saúde e segurança ocupacional. Análise Crítica e Melhoria: A organização deve avaliar criticamente e aperfeiçoar continuamente seu sistema de gestão da saúde e segurança ocupacional para melhorar seu desempenho. Proporcionado o aumento de desempenho de SSO; promovendo a participação dos trabalhadores; comunicação dos resultados na melhoria contínua para os trabalhadores e etc. Portanto, a organização comprometida com a gestão de SSO, oferece locais de trabalho seguros e saudáveis, evitando lesões e problemas de saúde relacionado ao trabalho e melhora continuamente o desempenho em SSO. Uma boa gestão de SSO melhora a qualidade de vida dos colaboradores, aumentando significativamente a produtividade e conseqüente os números do negócio. 10 5. PRINCIPAIS BENEFÍCIOS DA GESTÃO SSO Figura 4: Benefícios da Gestão SSO. Fonte: https://certificacaoiso.com.br/ohsas-18001/ De acordo com o BSI Group, dentre os principais benefícios da gestão de saúde e segurança ocupacional (SSO) podemos citar, por exemplo: Criação das melhores condições de trabalho possíveis na sua organização; Identificação de perigos e definição de controles para gerenciá-los; Redução de acidentes e doenças de trabalho, reduzindo custos e inatividade; Engajamento e motivação dos funcionários com condições de trabalho melhores e mais seguras; Demonstração de conformidade para clientes e gestão de fornecedores. https://www.verdeghaia.com.br/blog/blog-conheca-os-beneficios-da-gestao-de-riscos-iso-31000/ https://www.verdeghaia.com.br/blog/gestao-de-fornecedores-voce-faz/ 11 6. OS SISTEMAS DE GESTÃO EM SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM AUXÍLIO À PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS OCUPACIONAIS Figura 5: Medidas de controle de riscos. Fonte: https://monografias.brasilescola.uol.com.br/engenharia/saude-seguranca-no-trabalho- estudo-sobre-acidentes-no-trabalho.htm Ao longo da história humana, muitas mortes, doenças e mutilações de trabalhadores tiveram como causa direta ou indireta seu ambiente de trabalho. Desde as épocas mais remotas, atividades laborais apresentam riscos em potencial, frequentemente concretizados em lesões que afetam a integridade física, a saúde do trabalhador (MELO JÚNIOR; RODRIGUES, 2005). Neste contexto, o estudo da saúde e da segurança no trabalho coloca em pauta um problema que preocupa o mundo: a ocorrência dos acidentes de trabalho. 12 De acordo com Santana, Nobre e Waldvogel (2005) os acidentes de trabalho ainda não são considerados prioridade no Brasil, apesar de suas conseqüências indesejadas. Evidência disso é a escassez de dados oficiais sobre esses acidentes, devido, em parte, às inadequações do sistema de registro e ao fato de se restringirem aos trabalhadores com carteira de trabalho. Apesar da evolução nos estudos relacionados ao tema, de acordo com Rocha (1997), as relações entre as atividades laborais e a doença permaneceram praticamente ignoradas há até cerca de 250 anos, apesar de os problemas com a saúde dos trabalhadores remontarem a muito tempo. O grande desafio que permeia o tema da “Segurança no trabalho” refere-se não somente ao reconhecimento das causas, efeitos e sua gestão, mas também sua efetiva aplicação, para que as normas às quais se referem possam ir além de promessas irrealizável ou, ainda, nas palavras de Sebastião Geraldo de Oliveira, “uma declaração de boas intenções para se tornar realidade algum dia”. (OLIVEIRA, 2010). 6.1. O CONCEITO DE SISTEMAS DE GESTÃO EM SEGURANÇA Figura 6: Sistema de Gestão de segurança. Fonte: https://www.tecnoprev.net/sgi. Segundo Benite (2004), um Sistema de gestão de Segurança e Saúde no Trabalho é um conjunto de iniciativas, consubstanciadas através de políticas, programas, procedimentos e processos que integram a atividade da organização com o intuito de facilitar o comprimento dos pressupostos legais e, ao mesmo tempo, conotar 13 coerência à própria concepção filosófica e cultural da organização, de modo a conduzir suas atividades com ética e responsabilidade social. Ainda segundo o autor, o enfoque sistêmico contemporâneo perfilhado pelos domínios da Segurança e Saúde no Trabalho constitui um teorema de um processo evolutivo, quer ao nível da perspectiva dessas questões no âmbito organizacional, quer dos próprios modelos lógicos de gestão operacional. O caminho percorrido ao longo da história pode não ter sido simples e espontâneo, mas foi um grande desafio que o ser humano teve que acolher e sobrepujar. Neste mesmo raciocínio, colocam-se para as organizações contemporâneas os sistemas de gestão da segurança e bem-estar nos ambientes ocupacionais. Mais do que uma simples ferramenta para a gestão de riscos, um sistema de gestão representa um desafio operacional para as organizações que admitem sua aplicação, na medida em que pressupõe, constrói uma abordagem estruturada para com a identificação, avaliação e controle dos riscos decorrentes de sua atividade e um esforço que deve resultar numa melhoria contínua do desempenho e no desenvolvimento contínuo de melhores práticas (VELOSO NETO, 2007). A melhoria contínua, além de requisito essencial em um sistema de gestão, é um pressuposto dos processos de acompanhamento e medição de desempenho, os quais se embasam em um conjunto de indicadores e nos resultados de desempenho que os mesmos obtêm. Contudo, essa lógica de melhoria contínua e desenvolvimento de melhores práticas não condiz por completo com os modelos atuais de monitoramento e medição de desempenho emmatéria de Segurança e Saúde no Trabalho, tradicionalmente baseados em fatores de negatividade que não refletem os elementos críticos de sucesso, a estratégia e a visão de uma organização para os domínios em questão. Os fatores críticos de sucesso podem ser definidos como “ações ou aspectos que devem dar suporte às estratégias adotadas, contribuindo para o alcance dos objetivos e metas estabelecidas” (DANIEL, 1961; ROCKART, 1978; PANDOLFI, 2005) e a sinistralidade pode ser considerada um fator crítico de sucesso, porém, existem outros aspectos que influenciam para o sucesso de uma gestão eficiente e eficaz dos riscos ocupacionais, o que implica a necessidade da existência de uma matriz estruturada 14 de resultados de desempenho que integre indicadores de natureza reativa e pró-ativa, refletindo a visão e a estratégia organizacional para a área. 6.2. SISTEMAS DE GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO Para construir-se um sistema de gestão, em geral, e particularmente de Segurança e Saúde no Trabalho, não é necessário seguir nenhum referencial normativo. Um sistema de gestão, segundo Pinto (2005), deve considerar uma estrutura operacional e ter estabelecido as atividades de planejamento, as práticas e procedimentos e definido as responsabilidades e recursos, de modo a que possa ser assegurada, no caso da SST, a identificação dos perigos e a avaliação e controle dos riscos. Para se fixar políticas e objetivos estratégicos, planejar as ações para atingir e avaliar o grau de concretização dos resultados não é necessário recorrer a nenhum documento normativo. Contudo, as grandes vantagens desses documentos, é que favorecem a eliminação ou minimização dos riscos para os trabalhadores e para as partes interessadas que possam estar expostos a riscos, assegurar a estrutura operacional, as atividades de planejamento, as responsabilidades, as práticas, os procedimentos, os processos e os recursos para desenvolver, executar, prosseguir, rever e manter a política de SST da organização além de promover a melhoria contínua de desempenho, garantindo o rigor técnico-científico de operacionalidade que lhe esteja consignado e permitir a obtenção da declaração de conformidade, através de certificação ou reconhecimento (PINTO, 2005; RODRIGUES; GUEDES, 2003). Porém, muitas organizações no Brasil ainda possuem uma visão restrita em relação à segurança, medicina do trabalho e saúde ocupacional e o tratamento dessas questões normalmente se restringem à coleta de dados estatísticos, ações reativas a acidentes de trabalho e respostas a causas trabalhistas. Mas é visto que o processo de evolução e reações pró-ativas em segurança e saúde ocupacional são muitas vezes iniciadas através de sistemas de gestão e normas como a OHSAS 18001 (Occupational Health and Safety Assessment Series) e BS 8800 (British Standard). Esses principais sistemas de gestão e normas atualmente utilizados serão melhor descritos nos tópicos subseqüentes. 15 6.3. A NORMA BS 8800 A norma britânica BS 8800 foi a primeira tentativa bem sucedida de se estabelecer uma referência normativa para implementação de um sistema de gestão de segurança, saúde e meio ambiente (OLIVEIRA; OLIVEIRA; ALMEIDA, 2010). Esta norma vem sendo utilizada na implementação de um sistema de gestão de segurança e saúde visando a melhoria contínua das condições do meio ambiente de trabalho. Os princípios desta norma estão alinhados com os conceitos e diretrizes das normas da série ISO 9000 (Sistema da Qualidade) e série ISO 14000 (Gestão Ambiental) (QUELHAS; ALVES; FILARDO, 2003). Segundo Quelhas, Alves e Filardo (2003), o princípio básico de um sistema de gestão baseado em aspectos normativos cria a necessidade de determinar parâmetros de avaliação que incorporem não só os aspectos operacionais, mas também, a política, o gerenciamento e o comprometimento da alta administração com o processo e mudança e melhoria contínua das condições de segurança, saúde e trabalho. Tais aspectos têm fundamental importância, pois na maioria das vezes estas melhorias exigem, além do comprometimento, altos investimentos que necessitam de planejamento de curto, médio e longo prazo para correta execução. Através desta nova visão, todos dentro do processo produtivo são responsáveis, principalmente os gerentes e supervisores. A administração deve identificar os riscos e orientar os trabalhadores com atitudes pró-ativas, mostrando e orientando, visto que nem todas as empresas são obrigadas pela legislação a ter em seu grupo de trabalho um profissional de segurança. Segundo a norma britânica BS 8800, as organizações não atuam isoladamente, ou seja, diversas partes podem ter um interesse legítimo na implantação de um sistema de gestão. Essas partes são: empregados, consumidores, clientes, fornecedores, comunidade, acionistas, empreiteiros, assim como as agências governamentais encarregadas de zelar pelo cumprimento dos regulamentos e leis. A norma BS 8800 trata-se de um guia que se destina a ajudar as organizações a desenvolverem uma abordagem gerencial de segurança e saúde ocupacional que possibilite proteger os empregados cuja saúde e segurança podem ser afetadas pelas 16 atividades organizacionais. Muitas dessas características gerenciais de segurança e saúde ocupacional se confundem com práticas consistentes de gerência defendidas por proponentes da excelência da qualidade e dos negócios. Segundo Quelhas, Alves e Filardo (2003), os elementos apresentados na norma são essenciais para um sistema de gerenciamento eficaz. Os fatores humanos, incluindo a cultura, a política, e outros dentro das organizações, são fatores decisivos para a eficácia do sistema de gerenciamento e precisam ser considerados na implementação da norma. Um ciclo de aperfeiçoamento contínuo no gerenciamento e a forma como se integra ao sistema global de gerenciamento são expostos na Figura 1, levando em consideração todos os estágios de implementação. Figura 7: – PDCA aplicado ao gerenciamento de Segurança e Saúde Ocupacional.(BS 8800) Fonte: Adaptado de Quelhas, Alves e Filardo (2003). O texto da norma se divide 4 capítulos, tratando-se do escopo, referências normativas, definições e os itens que devem ser observados no sistema de gestão. O primeiro capítulo trata do escopo da norma, que é a orientação sobre o desenvolvimento de sistemas de gerenciamento de segurança e saúde ocupacionais e as ligações com outras normas de sistemas de gerenciamento. No segundo capítulo, a norma menciona que faz referência a publicações que proporcionam informações ou orientação mais detalhada, que poderão ser consultadas complementarmente. O 17 Capitulo 3 aborda uma série de definições, tais como do que são: acidente, auditoria, fatores externos, perigo, identificação de perigo, objetivos de saúde e segurança, vigilância de saúde, problema de saúde, incidente, fatores internos, sistema de gerenciamento, organização, risco, avaliação de riscos, levantamento da situação, alvo. E, por fim, o capítulo 4 da norma traz as diretrizes que a empresa deve seguir, tendo como base para sua organização a norma ISO 14000. 6.4. A NORMA OHSAS 18001 A norma britânica BS 8800 incentivou muitas entidades normativas a elaborar, em 1988, um conjunto de normas denominadas OHSAS – Occupational Health and Safety Assessment Series, visando a realização de auditorias e a certificação de programas de gestão de segurança, saúde e meio ambiente. Segundo Benite (2004), essa foi uma ação de continuidade à sua conduta pioneira no domínio da normalização, a British Standards Institution, considerada como “o berço das normas de sistemas de gestão”. A entidade estruturou um documento estratégico baseado em três princípios básicos: i) minimizar os riscos ocupacionais, ii) refinar o desempenho organizacional e iii)estabelecimento de uma imagem organizacional responsável face aos mercados de atuação. Esse sistema de normatização teve por intuito a substituição de todas as normas e guias desenvolvidas previamente pelas entidades participantes (norma única) e ser utilizada em nível internacional e como base a norma BS8800:1996, uma vez que, já se encontrava mundialmente difundida e implementada. Este referencial demorou nove meses a ser concebido e assumiu-se como a resposta mais eficaz e célere às necessidades das organizações. Por conseguinte tornou-se o referencial normativo mais utilizado da contemporaneidade e aquele que mais favorece o enfoque sistêmico e de melhoria contínua exigida às organizações que a conformam. referência a publicações que proporcionam informações ou orientação mais detalhada, que poderão ser consultadas complementarmente. O Capitulo 3 aborda uma série de definições, tais como do que são: acidente, auditoria, fatores externos, 18 perigo, identificação de perigo, objetivos de saúde e segurança, vigilância de saúde, problema de saúde, incidente, fatores internos, sistema de gerenciamento, organização, risco, avaliação de riscos, levantamento da situação, alvo. E, por fim, o capítulo 4 da norma traz as diretrizes que a empresa deve seguir, tendo como base para sua organização a norma ISO 14000. 3.2 A norma OHSAS 18001 A norma britânica BS 8800 incentivou muitas entidades normativas a elaborar, em 1988, um conjunto de normas denominadas OHSAS – Occupational Health and Safety Assessment Series, visando a realização de auditorias e a certificação de programas de gestão de segurança, saúde e meio ambiente. Segundo Benite (2004), essa foi uma ação de continuidade à sua conduta pioneira no domínio da normalização, a British Standards Institution, considerada como “o berço das normas de sistemas de gestão”. A entidade estruturou um documento estratégico baseado em três princípios básicos: i) minimizar os riscos ocupacionais, ii) refinar o desempenho organizacional e iii) estabelecimento de uma imagem organizacional responsável face aos mercados de atuação. Esse sistema de normatização teve por intuito a substituição de todas as normas e guias desenvolvidas previamente pelas entidades participantes (norma única) e ser utilizada em nível internacional e como base a norma BS8800:1996, uma vez que, já se encontrava mundialmente difundida e implementada. Este referencial demorou nove meses a ser concebido e assumiu-se como a resposta mais eficaz e célere às necessidades das organizações. Por conseguinte tornou-se o referencial normativo mais utilizado da contemporaneidade e aquele que mais favorece o enfoque sistêmico e de melhoria contínua exigida às organizações que a conformam. 19 Figura 8: Ciclo de melhoria contínua do OHSAS:18001. Fonte: Adaptado de Benite (2004). Como evidenciado, existem referências normativas relativas à configuração sistêmica da gestão dos domínios da SST nas organizações, mas a única que obtém reconhecimento internacional é a OHSAS 18001:1999, pois sua estrutura foi pensada para ‘alinhar’ com outras normas e sistemas de gestão já existentes, concretamente a ISO 9001:2000 (Sistemas de Gestão da Qualidade) e a ISO 14001:1996 (Sistemas de Gestão Ambiental) (RODRIGUES; GUEDES, 2003). Além disso, pode ser utilizada por toda e qualquer organização independentemente do seu setor de atividade e dimensão (FEIGENBAUM, 2000). 6.5. A INSPEÇÃO DO TRABALHO Um bom desempenho em saúde e segurança no trabalho requer uma abordagem estruturada para identificar os perigos e avaliar e controlar o trabalho relacionado a riscos. Isto leva as empresas a darem a mesma importância a altos padrões de SST que dão valor a outros aspectos-chave de suas atividades de negócio (DE CICCO, 1997). O interesse na abordagem destes sistemas inclui funcionários, clientes, fornecedores, seguradoras e órgãos regulamentadores e fiscalizadores, e os sistemas em questão se aplicam a qualquer organização que tenha por interesse: 20 a) Estabelecer um sistema de gestão para eliminar ou minimizar riscos aos funcionários e outras partes interessadas que possam estar expostos aos riscos ocupacionais associados às suas atividades; b) Implantar, manter e melhorar continuamente seu sistema de gestão de segurança e saúde no trabalho; c) Assegurar-se sua conformidade com os padrões previamente definidos em questão de segurança; d) Demonstrar tais conformidades a terceiros; e) Buscar certificação de seu sistema por uma organização externa; f) Realizar auto-avaliação e gerar a possibilidade de benchmarking. Porém, não é suficiente declarar as medidas preventivas, pró-ativas e as vantagens que a sua implantação trazem. Além das medidas preventivas, estão previstas no ordenamento jurídico brasileiro medidas repressivas e sanções diretas para os violadores das normas de proteção à saúde do trabalhador. A inspeção do trabalho (por intermédio dos auditores-fiscais do trabalho) é que aplica as sanções diretas para os violadores da norma e exige o cumprimento da lei, aplicando a penalidade aos infratores (BOTELHO, 2011). Desta forma, para que os direitos à saúde e segurança do trabalhador sejam cumpridos, faz-se necessária a interferência efetiva da inspeção do trabalho. Contudo, a fiscalização do trabalho no Brasil ainda não atingiu um patamar adequado, já que é insuficiente e conta com a impunidade aos infratores da lei. Neste sentido Oliveira (2010) explica que a evolução no sistema de inspeção do trabalho poderá, de fato, contribuir decisivamente para a proteção da saúde dos trabalhadores. 21 7. PRINCIPAIS REQUISITOS DOS SISTEMAS DE GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO Figura 9: Sistema de Gestão de segurança e saúde do trabalho. Fonte: http://www.revistaespacios.com/a17v38n02/17380223.html. 7.1. POLÍTICA, OBJETIVOS E PROGRAMAS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO Segundo a norma BSI-OHSAS 18001 (1999), a empresa deve implementar uma política de segurança e saúde no trabalho, autorizada pela alta administração, que claramente estabeleça os objetivos gerais de segurança e saúde e o comprometimento com a melhoria do desempenho em segurança e saúde. Através da implantação desta política, define-se um direcionamento geral para a empresa e as diretrizes de atuação em relação à segurança e saúde do trabalho. Estas diretrizes devem ser compostas por requisitos que efetivamente sejam cumpridos pela empresa e que sejam evidenciados de maneira clara. A empresa deve fundamentar, com base em sua política os objetivos e os respectivos programas de gestão da segurança e saúde no trabalho. O desdobramento da política e missão da empresa em objetivos quantificados feito sucessivamente ao longo de todos os níveis da organização, de maneira a permitir que cada pessoa saiba exatamente de que forma contribui, faz com que a empresa seja facilmente manobrável, tornando-se mais ágil e dinâmica. Segundo a norma BSI-OHSAS 18001 (1999), os programas de gestão de Segurança e Saúde devem ser analisados criticamente em intervalos regulares e 22 planejados. Onde houver necessidade, estes programas devem ser revisados para atender às mudanças nas atividades, produtos, serviços, ou condições operacionais da organização. Os objetivos a serem estabelecidos devem ser mensuráveis sempre que possível, a utilização de objetivos não mensuráveis só é recomendada quando a empresa não encontrar formas adequadas para realizar o seu acompanhamento de forma qualitativa. Os objetivos devem ser comunicados de forma eficaz a fim de que as pessoas possam contribuir para atingi-los. 7.2. IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS, AVALIAÇÃO E CONTROLE DOS RISCOS Para a norma BSI-OHSAS 18001 (1999) a organização deve estabelecer e manter procedimentos para a contínuaidentificação de perigos, avaliação de riscos e a implementação das medidas de controle necessárias. Estes devem incluir: - Atividades de rotina e não-rotina; - Atividades de todo o pessoal que têm acesso ao local de trabalho (incluindo subcontratantes e visitantes); - Instalações Segundo norma BSI-OHSAS 18001 (1999), a organização deve garantir que os resultados dessas avaliações e os efeitos dos controles sejam considerados para o estabelecimento dos objetivos de Segurança e Saúde no Trabalho, devendo documentar e manter tais informações atualizadas. Tomando como base o pressuposto de que é impossível ocorrer um acidente e suas conseqüências sem a presença de um perigo, as empresas devem buscar o total conhecimento dos perigos e riscos existentes em seus ambientes de trabalho, estabelecendo uma sistemática que permita a criação de um inventário dos perigos e riscos existentes, contemplando a avaliação dos riscos envolvidos, devendo ser pró- ativo e com objetivo garantir que todos os perigos atuais e futuros sejam identificados e tratados adequadamente. 23 O gerenciamento de riscos é de fundamental importância, pois auxilia a tomada de decisão na área de Segurança e Saúde e permitir melhor alocação de recursos, além de subsidiar o processo de definição de medidas de controle, podendo avaliar quais riscos são toleráveis e quais devem ser controlados. Estes dados também devem subsidiar o estabelecimento dos objetivos e programas, direcionando os recursos para as áreas mais importantes, o que resulta em uma melhoria na relação custo-benefício. Deve-se notar a importância deste requisito pois o desempenho de segurança e saúde está diretamente ligado à eficácia de sua implementação, ou seja, se os perigos e riscos forem mal identificados ou avaliados, todas as ações decorrentes serão realizadas de forma inadequada. A empresa, baseando-se na identificação de perigos e avaliação de riscos, deve identificar quais são os processos que podem contribuir para a eliminação dos perigos ou para a redução dos riscos, e estabelecer os controles necessários, considerando diversos fatores, entre eles: o nível de risco existente, os custos, a praticidade do controle e a possibilidade de se introduzir novos perigos, a fonte (perigo), o meio e o homem, e quanto mais próximos os controles estiverem das fontes mais eficientes e efetivos eles serão. Os controles operacionais na fonte, devem dar prioridade à eliminação dos perigos ou evitar que eles existam, pois uma vez que não existe o perigo, não haverá o acidente. Deve-se destacar que essa forma de controle pode demandar a aplicação de novas tecnologias, mudanças significativas nos processos e conseqüentemente maiores investimentos para se obter resultados mais significativos. Os controles nos meios baseiam-se na criação de barreiras para prevenir que o homem fique exposto a um determinado perigo, sem que este seja eliminado. Uma vez aplicadas, operando corretamente e com as devidas manutenções, as barreiras não demandam ações por parte das pessoas. Uma das maiores dificuldades em relação a esse tipo de controle é que, muitas vezes, as barreiras são removidas ou tornadas inoperantes, expondo as pessoas ao risco. Esse tipo de controle, em alguns casos, pode criar uma falsa sensação de segurança, podendo gerar graves acidentes. O controle sobre as pessoas baseia-se no estabelecimento de parâmetros para a forma de pensar e agir dos trabalhadores, como intuito de que os processos ocorram de maneira segura. Este deve ser utilizado como último recurso, somente nos casos 24 em que não é possível conseguir uma forma praticável de tornar o ambiente de trabalho intrinsecamente seguro. 7.3. EXIGÊNCIAS LEGAIS E OUTRAS Para a norma BSI-OHSAS 18000 (1999), a organização deve estabelecer e manter procedimento para identificar e acessar a legislação e outras exigências de Segurança e Saúde no Trabalho que lhe são aplicáveis. A organização deve manter estas informações atualizadas. Deve comunicar informações relevantes sobre legislação e outras exigências aos seus empregados e a outras partes interessadas. A falta de um processo adequado para identificação e aplicação de legislações e normas nas empresas pode contribuir para o seu descumprimento e as conseqüentes multas, embargos e acidentes. 7.4. ESTRUTURA E RESPONSABILIDADE Segundo a norma BSI-OHSAS 18001 (1999), a responsabilidade final sobre segurança e saúde no trabalho pertence à alta administração. A organização deve designar um membro da alta administração (por exemplo, em uma grande organização, um diretor ou um membro do comitê executivo) com a particular responsabilidade de assegurar que o sistema de gestão de Segurança e Saúde no Trabalho seja devidamente implementado e atende aos requisitos em todas as situações e locais de operação da organização. A administração deve fornecer recursos essenciais para a implementação, controle e melhoria do sistema de gestão de Segurança e Saúde no Trabalho. 7.5. TREINAMENTO, CONSCIENTIZAÇÃO E COMPETÊNCIA Para a norma BSI-OHSAS 18001 (1999), a empresa deve estabelecer um procedimento para identificar e prover as competências necessárias para se exercer cada um dos cargos existentes, podendo considerar as seguintes fontes: 25 - Demandas relacionadas aos objetivos e programas de gestão de Segurança e Saúde no Trabalho; - Requisitos legais e outras exigências; - Procedimentos e instruções de segurança; - Resultados de avaliações de desempenho de equipes; - Identificação dos perigos e avaliação dos riscos; - Antecipação das necessidades de sucessão de gerentes e da força de trabalho; - Alterações em processos, ferramentas e equipamentos. As competências podem ser estabelecidas em documentos, que é utilizado como base para a realização de novas contratações, mudanças de funções e para a identificação de necessidades de novos treinamentos, para a garantia de que não haja pessoas inabilitadas realizando atividades. 7.6. CONSULTA E COMUNICAÇÃO A norma BSI-OHSAS 18001 (1999) determina que a empresa deve possuir um procedimento que estabeleça a sistemática para assegurar uma boa comunicação entre a gerência e os trabalhadores e vice-versa, entre a empresa e todas as partes interessadas. A comunicação entre os trabalhadores e a gerência deve ser desenvolvida por meio de um procedimento que proporcione uma sistemática confiável. 7.7. PREPARAÇÃO E ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS Segundo a norma BSI-OHSAS 18001 (1999), a organização deve analisar criticamente os planos e procedimentos de preparação e atendimento a emergências, especialmente após a ocorrência de incidentes ou situações de emergência. Com base nos perigos existentes, deve-se identificar as hipótese de emergências, considerando todos os novos perigos que possam surgir e suas 26 decorrentes hipóteses de emergência, como por exemplo, novas instalações, novos equipamentos, introdução de novos materiais e serviços. Nenhuma atividade pose ser realizada de maneira totalmente segura. Desta forma, a empresa deve ter planos ou procedimentos que definam como agir em uma eventual situação de emergência, o que poderá se tornar a diferença entre um pequeno acidente e evento catastrófico. Araujo (2006b) cita que a eficácia da resposta durante as emergências é uma função da quantidade e qualidade do planejamento, dos treinamentos e simulados realizados. 7.8. MEDIÇÃO E MONITORAMENTO DO DESEMPENHO Para a norma BSI-OHSAS 18001 (1999), as empresas devem aumentar sua capacidade de julgamento analítico por meio da obtenção de informações atualizadas que lhes permitam construir estratégias consistentes para abordar seus problemas. Devem também, identificar quais elementos chave para o desempenho em Segurança e Saúde no Trabalho (processos, programas, objetivos,procedimentos etc.) devem ser medidos e monitorados, estabelecendo procedimentos para a coleta, processamento dos dados e para a avaliação das informações de modo que permita a tomada de decisões e a intervenção. Este requisito estabelece alguns elementos que devem obrigatoriamente ser medidos e monitorados, como por exemplo, o atendimento dos objetivos e das leis e normas aplicáveis, os acidentes e quase- acidentes. Recomenda-se que o Sistema de Gestão de Segurança e Saúde contemple entre seus elementos mecanismos adequados para obter e processar informações que sejam capazes de proporcionar não somente interpretações adequadas sobre os eventos passados, mas assegurar a compreensão dos processos organizacionais a fim de que essas informações possam ser incorporadas ao ciclo de melhoria contínua. Este requisito também exige que, com base em suas formas de medição e monitoramentos, devem ser identificados e controlados os equipamentos de medição utilizados. Essa exigência busca assegurar que os equipamentos utilizados estejam adequados ao seu uso e com a precisão exigida, garantindo a confiabilidade das medições realizadas. 27 7.9. ACIDENTES, INCIDENTES, NÃO-CONFORMIDADES, AÇÕES PREVENTIVAS E CORRETIVAS Para a norma BSI-OHSAS 18001 (1999), estes procedimentos devem requerer que toda ação preventiva e corretiva proposta seja analisada criticamente durante o processo de avaliação de riscos antes de sua implementação. Qualquer ação preventiva ou corretiva tomada para eliminar as causas das não-conformidades, reais ou potenciais, deve ser adequada à magnitude dos problemas, e proporcional aos riscos de segurança e saúde no trabalho encontrado. A organização deve implementar e registrar quaisquer mudanças nos procedimentos documentados resultantes das ações preventivas e corretivas. A empresa deve estabelecer um procedimento com a sistemática para a identificação e para a análise das não-conformidades, acidentes e incidentes, e para a subsequente tomada de ações corretivas e preventivas. Quando a empresa cria um espaço facilitador para tratar dos problemas ali existentes, nas suas dimensões de efeitos e causas, é possível melhorar, de forma considerável, a visão dos problemas em sua verdadeira essência e dar-lhes a solução adequada. Assim, este requisito tem ligação direta com o conceito de retroação, pois objetiva garantir ao sistema de gestão uma melhoria do desempenho com base nos problemas detectados, sejam eles reais ou potenciais. O procedimento exigido por este requisito deve contemplar os seguintes itens básicos: - Formas de identificação das não-conformidades, acidentes e quase- acidentes; - Técnicas utilizadas para a investigação das causas; - Forma de planejamento das ações necessárias (de correção, corretivas ou preventivas), incluindo a definição de prazos e responsáveis; - Forma de acompanhamento da implementação das ações planejadas; - Forma de avaliação da eficácia das ações implementadas. 28 As ações corretivas e preventivas devem ser analisadas pelo processo de identificação de perigos e riscos, pois os acidentes ou quase-acidentes poderem ser resultantes de um perigo que não foi identificado, ou que não foi controlado de maneira eficaz, além da possibilidade de surgirem perigos resultantes das ações estabelecidas. 7.10. DOCUMENTAÇÃO E CONTROLE DE DOCUMENTOS, DADOS E GESTÃO DE REGISTROS Segundo a norma BSI-OHSAS 18001 (1999), os registros de segurança e saúde no trabalho devem ser legíveis, identificáveis e rastreáveis às atividades envolvidas. Os registros de segurança e saúde no trabalho devem ser arquivados e mantidos de maneira que possam ser rapidamente recuperados e protegidos contra danos, deterioração ou perda. O tempo de retenção deve ser estabelecido e registrado. Registros devem ser mantidos, de acordo com a necessidade do sistema e da organização, para demonstrar conformidade com esta especificação OHSAS. O objetivo deste requisito é assegurar que a empresa mantém sob controle todos os registros gerados, os quais comprovam a implementação e operação do sistema de gestão de segurança e saúde no trabalho e servem como fontes de informação para a retroação do sistema. A norma BSI-OHSAS 18001 (1999) estabelece que o Sistema de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho deve ser baseado em documentos, pois parte do princípio de que a documentação é um elemento chave para a realização de qualquer processo que envolva comunicação, permitindo que o conhecimento existente relativo à Segurança e Saúde no Trabalho seja mantido e aperfeiçoado de forma contínua, mesmo com a mudança das pessoas. Deve-se também ser desenvolvido um manual ou documento similar que contemple essas informações, explicando o funcionamento do Sistema de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho em linhas gerais. Todos os documentos desenvolvidos para o sistema de gestão devem ser controlados por meio de um procedimento que assegure que eles sejam criados e distribuídos de forma organizada, permitindo a sua correta utilização. 29 7.11. AUDITORIA E ANÁLISE CRÍTICA PELA ADMINISTRAÇÃO A norma BSI-OHSAS 18001 (1999), cita que a organização deve estabelecer e manter um programa de auditorias e procedimentos para a execução de auditorias periódicas do sistema de gestão de segurança e saúde no trabalho. Devendo ser baseado nos resultados das avaliações de risco das atividades da organização, e nos resultados de auditorias anteriores. Os procedimentos de auditoria devem abranger o escopo, a frequência, as metodologias, as competências, bem como as responsabilidades e requisitos para conduzir auditorias e relatar os resultados. Desta forma, a empresa deve possuir uma sistemática para realização de auditorias internas do sistema a fim de garantir sua implementação, manutenção e melhoria contínua. Esta é uma etapa essencial para dar consistência ao ciclo de melhoria contínua e contribuir para a aprendizagem organizacional. A norma BSI-OHSAS 18001 (1999), que a alta administração da organização deve, em intervalos por ela determinados, analisar criticamente o sistema de gestão de segurança e saúde do trabalho para assegurar sua contínua conveniência, adequação e eficácia. O processo de análise crítica pela administração deve garantir que as informações necessárias sejam coletadas para permitir que a administração realize a avaliação. Esta análise crítica deve ser documentada. A análise crítica deve abordar a possível necessidade de mudanças na política, objetivos e outros elementos do sistema de gestão de segurança e saúde do trabalho, à luz dos resultados das auditorias do sistema de gestão, das mudanças das circunstâncias e do comprometimento com a melhoria contínua. Este requisito tem como foco o desempenho global do sistema de gestão de segurança e saúde do trabalho e não a análise de dados específicos, visto que estes devem ser tratados pelos demais elementos do sistema (medição e monitoramento, ação corretiva e preventiva etc.). Os resultados das auditorias e análise crítica devem gerar adequações e ações corretivas sobre o sistema de gestão de segurança e saúde no trabalho, garantindo sua contínua adequação à realidade da empresa e buscando a melhoria contínua do desempenho. 30 8. CONSIDERAÇÕES FINAIS Através de pesquisa bibliográfica, foi possível estabelecer o objetivo principal dos sistemas de gestão de segurança e saúde no trabalho, como a constituição de uma estrutura gerencial embasada no princípio da melhoria contínua e na atuação pró-ativa que permita identificar, avaliar e controlar os perigos e riscos existentes nos ambientes de trabalho, mantendo-os dentro de limites aceitáveis e que não se tornem causas de acidentes. Desta maneira, este sistema de gestão pode ser utilizado como uma ferramenta organizacional, propiciandoa melhoria de desempenho de segurança e saúde no trabalho em organizações de diversos setores. A disseminação dos conceitos de forma adequada nas empresas propicia um ambiente favorável à melhoria do desempenho em segurança e saúde no trabalho e para a implementação dos sistemas de gestão. Pode-se concluir que quando os conceitos são poucos conhecidos ou mal aplicados pelos profissionais responsáveis pelo sistema de gestão, influenciam de maneira direta no desempenho em segurança e saúde no trabalho e repercutindo nos custos decorrentes da falta de segurança e saúde nos ambientes de trabalho e na prática da responsabilidade social. Muitas empresas têm sua gestão de segurança e saúde voltada apenas em ações voltadas para o atendimento aos requisitos legais, atuando de forma reativa e não apresentando resultados significativos. Esta realidade pode ser decorrência de não se adotar uma visão sistêmica na abordagem da gestão de segurança e saúde no trabalho. Assim, a conceituação deste sistema de gestão apresenta uma visão geral do tema, podendo subsidiar a criação de uma visão sistêmica, fator fundamental para a implantação e perenização dos sistemas de gestão de segurança e saúde no trabalho de forma eficaz. A idéia de estabelecer uma cultura de segurança pode parecer simples, mas será difícil se todas as partes não estiverem completamente comprometidas com a segurança. A demanda por uma mudança cultural e a quebra de uma série de paradigmas torna este tema complexo. No entanto, interessa, ou deveria interessar às empresas, ao governo, aos trabalhadores e à sociedade, quer pelos elevadíssimos custos que os acidentes de trabalho geram, quer pelos aspectos sociais e humanos que envolvem. 31 Assim, as empresas voltadas essencialmente para o atendimento legal devem adotar uma nova postura, considerando o desempenho em segurança e saúde no trabalho como um dos componentes fundamentais ao seu desempenho global e, portanto, integrante de sua estratégia. 32 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA ALEVATO, H. M. R. Trabalho e Neurose: enfrentando a tortura de um ambiente em crise. Rio de Janeiro: Quartet, 1999. BENITE, A. Sistema de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho Para Empresas Construtoras, São Paulo: Dissertação de Mestrado. Engenharia de Produção, Escola Politécnica da Universidade de São Paulo – USP, 2004. BERGAMINI, C. W. Motivação nas organizações. São Paulo: Atlas, 1997. BLEWETT, V. Beyond Lost Time Injuries: Positive Performance Indicators for OHS. 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