Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
APG – SOI V Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/5º Período 1 @emilly.lorenaa APG 6 - Cadê o cálcio que estava aqui? 1) REVISAR O METABOLISMO ÓSSEO Os ossos são o principal reservatório de cálcio do corpo, armazenando 99% do cálcio corporal total. Uma maneira de manter o nível de cálcio sanguíneo é controlar as taxas de reabsorção de cálcio do osso para o sangue e de depósito de cálcio do sangue no osso. A função do osso na homeostasia do cálcio é ajudar a “tamponar” o nível de Ca2+ sanguíneo, liberando Ca2+ no plasma sanguíneo (usando os osteoclastos) quando o nível diminui e absorvendo Ca2+ (usando os osteoblastos) quando o nível aumenta. A troca de Ca2+ é regulada por hormônios, sendo o paratormônio (PTH), secretado pelas glândulas paratireoides, o mais importante deles, que AUMENTA o nível de Ca2+ sanguíneo. A secreção de PTH opera via sistema de retroalimentação (feedback) negativa. Se algum estímulo faz com que o nível sanguíneo de Ca2+ caia, as células da glândula paratireoide (receptores) detectam essa alteração e intensificam sua produção de uma molécula conhecida como monofosfato de adenosina cíclico (AMP cíclico). O gene para o PTH no núcleo de uma célula da glândula paratireoide (o centro de controle) detecta o aumento intracelular do AMP cíclico. Em consequência disso, a síntese de PTH aumenta e mais PTH é liberado no sangue. A presença de níveis mais elevados de PTH aumenta a quantidade e a atividade dos osteoclastos (efetores), acelerando o ritmo de reabsorção óssea. A liberação resultante de Ca2+ do osso para o sangue traz de volta o nível sanguíneo de Ca2+ ao normal. O PTH também atua nos rins (efetores) para diminuir a perda de Ca2+ pela urina, aumentando a calcemia. Além disso, o PTH estimula a formação de calcitriol (a forma ativa da vitamina D), um hormônio que promove a absorção de cálcio dos alimentos do sistema digestório para o sangue. Quando o Ca2+ do sangue sobe acima do normal, células parafoliculares na glândula tireoide secretam calcitonina (CT). A CT inibe a atividade dos osteoclastos, intensifica a captação de Ca2+ sanguíneo pelo osso e acelera a deposição de Ca2+ nos ossos. O resultado final é que a CT promove a formação óssea e diminui o nível de Ca2+ do sangue. Apesar desses efeitos, a função da CT na homeostasia do cálcio normal é incerta, pois pode estar completamente ausente sem causar sintomas. Todavia, a calcitonina proveniente do salmão é efetiva no tratamento da osteoporose porque retarda a reabsorção óssea. Os ossos podem ser divididos morfologicamente em 2 tipos: TRABECULAR: está mais ligado à função metabólica; CORTICAL: é o maior responsável pela resistência mecânica. O osteoblasto, o osteoclasto e osteócito são as principais células envolvidas na formação e reabsorção do esqueleto e, dependendo de sua ação, ocorre mais ou menos formação de massa óssea. Esse é um dos determinantes da resistência do osso. Além dessas células, estão presentes células de revestimento e componentes orgânicos e inorgânicos. As células ósseas não trabalham independentemente umas das outras, existe um mecanismo interligado de controle para formação, remodelação, crescimento e consolidação de fraturas. 2) DEFINIR A EPIDEMIOLOGIA, ETIOLOGIA, FATORES DE RISCO, FISIOPATOLOGIA, MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA OSTEOPOROSE Osteoporose literalmente significa “osso poroso”, uma doença sistêmica caracterizada por redução da massa óssea, deterioração da microarquitetura e piora da qualidade do osso = DIMINUIÇÃO DA RESISTÊNCIA ÓSSEA! Com o aumento da porosidade, os ossos vão ficando cada vez mais fracos e com risco significamente maior de fraturas. É uma condição crônica, de etiologia multifatorial e é mais perceptível quando ocorre uma fratura. Pode ser considerado um problema de saúde pública em praticamente todo o mundo e uma preocupação crescente em virtude da sobrevida da população. As fraturas mais comuns associadas à osteoporose são as de quadril, coluna e punho, sendo que a frequência das 2 APG – SOI V Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/5º Período 2 @emilly.lorenaa primeiras aumenta com a idade tanto em homens como em mulheres e são, sem dúvida, mais graves. A osteoporose afeta aproximadamente 75 milhões de pessoas na Europa, nos EUA e no Japão, sendo 1 em cada 3 mulheres acima de 50 anos e 1 em 5 homens. As mulheres apresentam 80% das fraturas de antebraço, 75% das fraturas de úmero, 70% das fraturas do quadril e 58% das fraturas de coluna. As estatísticas no Brasil mostram que aproximadamente 10 milhões de pessoas têm osteoporose, sendo que a prevalência de fraturas ao longo da vida é de 37,5% em homens e 21% em mulheres. Avalia-se que 1 em cada 4 mulheres e 1 em cada 8 homens terão osteoporose e fraturas decorrentes dessa fragilidade óssea. Existe uma projeção para o ano de 2050 de que a incidência de fratura de quadril no mundo aumentará em 310% nos homens e 240% nas mulheres. A osteoporose pode ser idiopática, situação em que a condição clínica é denominada osteoporose primária (hereditária). É subdividida em: Osteoporose pós-menopausa (tipo I); Osteoporose senil, relacionada à idade do indivíduo (tipo II). Também pode ocorrer como doença secundária (fatores ambientais = doença associada) a uma série de condições clínicas, como anormalidades endócrinas e neoplasias: Hiperparatiroidismo; Diabetes melito; Ingestão de corticosteroides; Menopausa cirúrgica; Tumores da medula óssea; Mieloma múltiplo. Os fatores de risco da osteoporose são divididos em: GENÉTICOS E BIOLÓGICOS: Idade avançada; Sexo feminino; História familiar; Raça branca; Escoliose; Osteogênese imperfeita; Menopausa precoce. COMPORTAMENTAIS E AMBIENTAIS: Alcoolismo; Tabagismo; Inatividade e sedentarismo; Má nutrição; Baixa ingestão de cálcio; Amenorreia induzida por excesso de exercícios; Dieta com alta ingestão de fibras, fosfatos e proteínas. FISIOPATOLOGIA O tecido ósseo encontra-se em constante remodelação, e, em condições normais, existe um equilíbrio entre o que é formado e o que é retirado. Após a 3ª década de vida, a reabsorção começa a superar a formação, dessa forma, inicia-se a perda de massa óssea, com osteopenia e em casos mais graves, com osteoporose. + Dessa forma, a patogênese sugere um desequilíbrio entre a reabsorção e formação ósseas, de tal modo que a reabsorção excede a formação de osso. A osteoporose pós-menopausa é considerada primária, pela deficiência estrogênica. Os fatores hormonais desempenham um papel significativo no desenvolvimento de osteoporose, levando ao desequilíbrio na atividade dos osteoclastos e osteoblastos. Manifesta-se com perda de osso esponjoso e predisposição a fraturas vertebrais e da porção distal do rádio. A perda de massa óssea é maior no início da menopausa, quando os níveis de estrogênio estão em queda. A diminuição dos níveis de estrogênio está associada a um aumento nas citocinas (interleucina-1, interleucina-6 e TNF), que estimulam a produção de precursores de osteoclastos. A deficiência de estrogênio também influencia a diferenciação dos osteoclastos via receptores RANK, uma vez que o estrogênio estimula a síntese de osteoprotegerina (OPG) que inibe a formação de osteoclastos, e também diminui a responsividade dos precursores de osteoclastos ao RANK, dessa forma, com a menopausa, essa inibição da produção de osteoclastos se perde. A osteoporose senil também pode ser considerada primária, devida ao envelhecimento do esqueleto e à deficiência de cálcio. APG – SOI VEmilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/5º Período 3 @emilly.lorenaa As alterações na densidade óssea relacionadas com a idade ocorrem em todas as pessoas e contribuem para o desenvolvimento da osteoporose em ambos os sexos. As alterações nas células e na matriz dos ossos relacionadas com a idade apresentam um forte impacto sobre o metabolismo ósseo. Os osteoblastos de idosos apresentam uma redução do potencial de replicação e biossíntese, em comparação àquele das pessoas mais jovens. Os fatores de crescimento que estimulam a atividade osteoblástica também perdem seu potencial, com o decorrer do tempo. Assim, a capacidade de sintetizar osso está diminuída! Além disso, a diminuição da atividade física que usualmente acompanha o envelhecimento também pode contribuir para a perda de massa óssea nos idosos, já que as forças mecânicas são estímulos importantes para o remodelamento ósseo. A osteoporose secundária está associada a muitas condições, incluindo distúrbios endócrinos, distúrbios de má absorção, malignidades, alcoolismo e determinados medicamentos, como já dito. O hipertireoidismo acelera o turnover ósseo; Algumas malignidades (mieloma múltiplo) secretam fator de ativação de osteoclastos, causando perda óssea significativa. O álcool é um inibidor direto dos osteoblastos e também pode inibir a absorção de cálcio. Os corticosteroides são a causa mais comum de osteoporose relacionada a medicamentos, seu uso a longo prazo no tratamento de distúrbios como AR e DPOC está associado a uma alta taxa de fraturas. O uso prolongado de medicamentos que aumentam a excreção de cálcio, como antiácidos contendo alumínio, corticosteroides e anticonvulsivantes, também está associado à perda óssea. Ainda, há a osteoporose prematura que está sendo observada com uma frequência maior em mulheres atletas, em consequência do aumento na prevalência de transtornos alimentares e amenorreia. A combinação entre nutrição inadequada e treinamentos intensos pode diminuir a proporção crítica de gordura corporal-músculo necessária à ocorrência normal das menstruações e para a produção de estrogênio pelo ovário. Dessa forma, a diminuição dos níveis de estrogênio combinada à ausência de cálcio e vitamina D das deficiências nutricionais resulta em perda da densidade óssea e aumento do risco de fraturas. RESUMINDO: A osteoporose é caracterizada pela diminuição da resistência óssea, que é definida pela quantidade e qualidade do osso. Haverá um desequilíbrio entre a formação e reabsorção óssea que vai ser definido por diversos fatores como a deficiência de estrogênio, fatores genéticos e bioquímicos (deficiência de vitamina D ou hiperparatireoidismo primário) ou intervenção do crescimento e desenvolvimento no pico de massa óssea (uso de corticosteroides na infância). A principal característica da osteoporose é o osso histologicamente normal, diminuído em quantidade. Todo o esqueleto é afetado na osteoporose pós-menopausa e senil, mas certos ossos tendem a ser mais severamente impactados. Na osteoporose pós-menopausa o aumento da atividade dos osteoclastos afeta principalmente os ossos ou porções de ossos que possuem maior área de superfície, como o compartimento esponjoso dos corpos vertebrais. Na osteoporose senil o córtex é adelgaçado pela reabsorção subperiosteal e endosteal e os sistemas de Haver estão alargados. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS A osteoporose é uma doença insidiosa que pode evoluir durante muitos anos sem qualquer sintoma = ASSINTOMÁTICA, a não ser que ocorra fratura! Como já dito, as fraturas mais comuns são por compressão vertebral, fratura do punho e da região do quadril/fêmur proximal e fraturas dos arcos costais, da pelve e do úmero. Evidentemente, a manifestação clínica de fratura do corpo vertebral, por compressão, é dor na região dorsolombar, que piora com o caminhar e com a movimentação do paciente, melhorando com o repouso. As demais fraturas apresentam o quadro clínico de emergência característico de cada uma delas. APG – SOI V Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/5º Período 4 @emilly.lorenaa DIAGNÓSTICO HISTÓRIA CLÍNICA: é importante que se faça uma história clínica completa, incluindo idade e outros problemas de saúde, medicamentos utilizados, história família de osteoporose, menarca e menopausa, tabagismo e identificação de fraturas recentes. EXAME FÍSICO: a característica principal de pacientes com osteoporose mais grave ou que já tiveram várias fraturas vertebrais é a diminuição da estatura associada à gibosidade (curvatura da coluna vertebral) da coluna dorsal e muitas vezes acompanhada de dores generalizadas ou miofasciais em coluna cervical e dorsal. EXAMES DE LABORATÓRIO: Antes de iniciar o tratamento é recomendável que se peça: Avaliação da função renal; Cálcio sérico; Níveis de fosfatase alcalina; Vitamina D; Fósforo sérico; Deve-se avaliar o hipertireoidismo e o hiperparatireoidismo com as dosagens de TSH e PTH. O hiperparatireoidismo pode ser secundário aos baixos níveis de vitamina D ou à ingesta insuficiente de cálcio. EXAMES DE IMAGEM: na maioria das situações clínicas, é difícil reconhecer a osteoporose pelo exame radiográfico convencional, desde que não haja fratura até a ocasião do exame. RAIO-X: é recomendado para se ter uma ideia da integridade do esqueleto ósseo. É pouco sensível, permitindo apenas a percepção da diminuição da densidade óssea quando já ocorreu uma perda de pelo menos 30% de sua massa. Deve procurar por perda do trabeculado ósseo e afilamento da cortical óssea. TC: pode ajudar no diagnóstico, mas é pouco utilizada por ser cara e não trazer maiores benefícios que outros métodos. BIÓPSIA ÓSSEA: é realizada em casos em que seja necessária a elucidação de determinada condição do metabolismo ósseo. DENSITOMETRIA: pode fornecer informações importantes sobre a densidade mineral óssea. É o exame mais utilizado e pode ser considerado o padrão-ouro. É importante na detecção da baixa massa óssea e no controle de evolução em pacientes que já apresentaram osteopenia ou osteoporose. As indicações para o exame são: Mulheres com deficiência de estrógeno e fatores de risco para osteoporose; Indivíduos em tratamento prolongado com glicocorticoides; Indivíduos com anormalidades na coluna vertebral; Indivíduos com hiperparatireoidismo primário; Controle terapêutico da osteoporose. Os equipamentos mais modernos podem medir a densidade mineral óssea do esqueleto axial e nas vértebras em menos de 5 minutos. A densitometria emite pouca radiação, sendo bastante segura e permitindo que o técnico que faz a aquisição dos dados permaneça na sala do aparelho, sem a necessidade de uso de proteção de chumbo. Considera-se normal quando o T-score varia de 0 a -1; osteopenia, quando varia de -1 a -2,5; e osteoporose, quando a massa óssea fica abaixo de -2,5 desvios- padrão. TRATAMENTO A prevenção e a detecção precoces da osteoporose são essenciais para a prevenção de deformidades e fraturas correlatas. É importante identificar as pessoas em grupo de alto risco, de modo que se possa iniciar a tratamento precocemente = quanto mais precoce é o tratamento, melhor é o prognóstico do paciente. Assim, o trabalho de prevenção deve ser realizado em crianças, em adolescentes e também em adultos jovens, chamando a atenção para a necessidade de nutrição adequada, prática constante de exercícios físicos e apropriada ingestão de cálcio e vitamina D. De acordo com Notelovitz, foi proposto o “triângulo terapêutico”, que pode ser utilizado por mulheres de qualquer idade e cujas arestas consistem em exercícios para estimular a formação de osso “novo”, boa nutrição(cálcio, para melhor mineralização do tecido neoformado) e concentração normal de estrógenos (para equilibrar a velocidade de perda óssea). EXERCÍCIOS: A prática de exercícios com suporte de peso, como caminhar e subir escadas, aumenta a densidade óssea. CÁLCIO E VITAMINA D: Consumir uma quantidade adequada de nutrientes, especialmente cálcio e vitamina D, é útil, especialmente antes de a densidade óssea máxima ser atingida (cerca de 30 anos de idade), mas APG – SOI V Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/5º Período 5 @emilly.lorenaa também após esse período. A vitamina D ajuda o corpo a absorver cálcio. TERAPIA MEDICAMENTOSA: O tratamento medicamentoso é geralmente recomendado, mas é utilizada tanto para prevenção como para tratamento. Ao tratar pessoas com osteoporose, os médicos também gerenciam outros quadros clínicos e fatores de risco capazes de piorar a osteoporose. BISFOSFONATOS (alendronato, risedronato = orais, ibandronato = oral ou EV e ácido zoledrônico = EV): são úteis na prevenção e tratamento de todos os tipos de osteoporose e geralmente são os primeiros medicamentos utilizados = 1ª linha! Os bisfosfonatos reduzem o turnover ósseo e, assim, reduzem a perda óssea e o risco de fraturas = inibição da enzima FPPS, responsável pela produção do citoesqueleto dos osteoclastos, então, inibindo a enzima ocorre a apoptose do osteoclasto. O bisfosfonato oral deve ser tomado em jejum, sendo que nenhum outro alimento, bebida ou medicamento deve ser consumido por 30 a 60 minutos após o bifosfonato ser tomado, pois os alimentos no estômago podem diminuir a absorção do medicamento. Além disso, o paciente não deve se deitar por pelo menos 30 minutos depois de tomar o medicamento, pois pode irritar a mucosa do esôfago. É contraindicado para mulheres gravidas ou que estejam amamentando, pessoa que têm baixos níveis de cálcio no sangue e pessoas que têm doença renal grave. CALCITONINA: ela inibe a decomposição óssea e é outro medicamento que pode ser usado no tratamento, mas não é prescrito com frequência. Não foi provado que a calcitonina diminua o risco de fraturas, mas pode ajudar a aliviar a dor causada pelas fraturas vertebrais. A calcitonina geralmente é administrada através de um spray nasal. Seu uso pode diminuir os níveis sanguíneos de cálcio, assim, esses níveis devem ser monitorados. TERAPIA HORMONAL: o estrogênio, por exemplo, ajuda a manter a densidade óssea em mulheres e pode ser usada para prevenção ou tratamento. Essa terapia é mais eficaz quando iniciada em até quatro a seis anos após a menopausa, mas iniciá-la posteriormente ainda pode desacelerar a perda óssea e reduzir o risco de fraturas. APÓS A MENOPAUSA: Deve ser indicada para mulheres sintomáticas com <60 anos, que estejam na perimenopausa ou com <10 anos de menopausa e não apresentem contraindicações formais para o seu uso. RALOXIFENO: é um medicamento semelhante ao estrogênio, que pode ser útil na prevenção e tratamento da perda óssea, mas não tem alguns dos efeitos colaterais negativos do estrogênio. O raloxifeno é utilizado em pessoas que não podem ou preferem não tomar bifosfonatos = paciente com osteoporose e que tem câncer de mama. O raloxifeno pode reduzir o risco de fraturas vertebrais e pode reduzir o risco de câncer de mama invasivo. 3) INTERPRETAR AS CONSEQUÊNCIAS DA FRATURA NA OSTEOPOROSE As fraturas são a mais comum e mais séria consequência da osteoporose. Podem causar outras complicações, incluindo dor crônica, incapacidade, hospitalização, depressão e descondicionamento físico. Fraturas osteoporóticas, principalmente da coluna e do quadril, estão associadas com mortalidade prematura. FRATURAS DO PUNHO: são as mais precoces, ocorrem principalmente em mulheres, na faixa dos 50-60 anos de idade. São decorrentes de quedas e acontecem pela tentativa de proteção, quando, para evitar que a face sofra trauma direto. FRATURAS DA COLUNA: acometem tanto homens como mulheres e se tornam mais frequentes com avanço da idade. Podem ser consideradas a complicação mais comum na osteoporose. Além de diminuírem a qualidade de vida, por provocarem dores, podem alterar a postura, levando a um quadro de cifose e diminuição da altura por causa do achatamento das vertebras. Tanto a flexão da coluna quanto a compressão axial impõem uma grande pressão na região superior das vértebras, podendo provocar fratura nesse local. A fratura típica que leva à postura cifótica é aquela que se dá na região anterior das vértebras, com preservação da altura posterior. APG – SOI V Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/5º Período 6 @emilly.lorenaa Pode haver comprometimento significativo da função respiratória pela compressão da caixa torácica, assim como dor na “neoarticulação” formada entre a última costela e a asa do ilíaco. A alimentação também fica comprometida, uma vez que a compressão do estômago pode dar uma sensação de empachamento, mesmo com ingesta de pequenas quantidades de alimento. As dores, consideradas o principal sintoma, tendem a regredir em 2 a 3 meses. Porém, de 33 a 75% dos pacientes podem evoluir com dores crônicas. FRATURA DO QUADRIL: podem ser consideradas as mais graves, e estão associadas a alto custo de tratamento e taxas também elevadas de mortalidade. As mulheres, que em geral sofrem esse tipo de fratura quando são mais jovens que os homens, têm taxa de mortalidade de até 20% no 1º ano após a fratura. Os homens ao quebrarem o quadril, têm taxa de moralidade de até 50% no 1º ano após a fratura. A explicação para isso é o fato de as fraturas acontecerem mais tardiamente nos homens, uma fase de maior fragilidade e de comorbidades mais expressivas. REFERÊNCIAS TORTORA, G. J; DERRICKSON, B. Princípios de anatomia humana. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. FILHO, Tarcisio Eloy Pessoa de B.; CAMARGO, Olavo Pires de; CAMANHO, Gilberto L. Clínica Ortopédica . Barueri, SP: Editora Manole, 2012. NORRIS, Tommie L. Porth - Fisiopatologia. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2021. KUMAR, Vinay; ABBAS, Abul; ASTER, Jon. Robbins & Cotran Patologia - Bases Patológicas das Doenças. 9. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2016. HEBERT, Sizínio; FILHO, Tarcísio E. P. B.; XAVIER, Renato; e outros Ortopedia e Traumatologia. 5ª. ed. Porto Alegre: Grupo A, 2017..
Compartilhar