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IMUNOLOGIA DAS PESSOAS COM SÍNDROME DE DOWN E SUA EXPRESSÃO CLÍNICA Sumário TITULO- MODELO DE APLA .................................................................. 0 FACUMINAS ............................................. Erro! Indicador não definido. Imunologia das pessoas com Síndrome de Down e sua expressão Clinica ........................................................................................................................... 3 MODULADORES DO SISTEMA IMUNOLÓGICO NA SÍNDROME DE DOWN ................................................................................................................ 5 MUDANÇA DO PARADIGMA IMUNOLÓGICO NA SÍNDROME DE DOWN ................................................................................................................ 7 ALTERAÇÕES MOLECULARES ........................................................... 10 IMUNIDADE CELULAR ......................................................................... 13 IMUNIDADE HUMORAL ........................................................................ 17 ABORDAGENS TERAPÊUTICAS ......................................................... 19 Síndrome de Down e as infecções bacterianas recorrentes .................. 20 Síndrome de Down e a resposta às vacinas .......................................... 22 Associação da SD com doenças autoimunes ........................................ 23 Doença Celíaca ..................................................................................... 23 Doenças da tireoide ............................................................................... 25 Outras Doenças Autoimunes ................................................................. 27 Mudança na expectativa de vida dos pacientes com SD e causas de mortalidade ....................................................................................................... 28 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................... 30 file://///192.168.0.2/v/pedagogico/EDUCAÇÃO/ABORDAGEM%20INTERDISCIPLINAR%20EM%20SÍNDROME%20DE%20DOWN/IMUNOLOGIA%20DAS%20PESSOAS%20COM%20SÍNDROME%20DE%20DOWN%20E%20SUA%20EXPRESSÃO%20CLÍNICA/IMUNOLOGIA%20DAS%20PESSOAS%20COM%20SINDROME%20DE%20DOWN%20E%20SUA%20EXPRESSÃO%20CLÍNICA.docx%23_Toc106785491 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia-se com a ideia visionária e da realização do sonho de um grupo de empresários na busca de atender à crescente demanda de cursos de Graduação e Pós-Graduação. E assim foi criado o Instituto, como uma entidade capaz de oferecer serviços educacionais em nível superior. O Instituto tem como objetivo formar cidadão nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em diversos setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e assim, colaborar na sua formação continuada. Também promover a divulgação de conhecimentos científicos, técnicos e culturais, que constituem patrimônio da humanidade, transmitindo e propagando os saberes através do ensino, utilizando-se de publicações e/ou outras normas de comunicação. Tem como missão oferecer qualidade de ensino, conhecimento e cultura, de forma confiável e eficiente, para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. E dessa forma, conquistar o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos de qualidade. Imunologia das pessoas com Síndrome de Down e sua expressão Clinica A síndrome de Down (SD) ou trissomia do cromossomo 21 é a mais frequente causa genética de retardo mental, ocorrendo aproximadamente em 1 a cada 800 nascimentos, sem distinção de sexo, etnia ou situação socioeconômica. Além das alterações morfológicas típicas os portadores de SD apresentam elevada morbimortalidade por doenças infecciosas, quando comparada a controles pareados por sexo e idade, vivendo sob as mesmas condições ambientais. As infecções respiratórias são as mais frequentes, ocorrendo 62 vezes mais na SD que em crianças ditas normais, sendo a pneumonia a maior causa de mortalidade. Trissomia A maior frequência de salinizações é representada pela constatação de que a leucemia incide 20 vezes mais em portadores de SD que na população geral. As doenças autoimunes são também frequentes, sendo comum o achado de tireoidites autoimunes e alopecia. A maior incidência de infecções, incluindo as de caráter recidivante e a maior taxa de mortalidade entre os indivíduos trissômicos, associadas à frequência de malignizações e doenças autoimunes, sugerem haver alterações do sistema de vigilância imunológica e consequentemente uma resposta imune alterada. Tem sido relatadas anormalidades nos compartimentos celular, humoral e fagócito. Embora as alterações verificadas no sistema imune sejam múltiplas, não configuram um padrão de imunodeficiência típica da SD. Cuadrado, observou semelhanças das características imunofenotípicas da SD com as de um subtipo de CVID relatadas por Wright et al, como esplenomegalia, anergia cutânea, aumento da formação de granulomas, relação CD4/CD8 anormal, aumento de CD8 expressando CD-57, diminuição de CD4 expressando CD45RA. MODULADORES DO SISTEMA IMUNOLÓGICO NA SÍNDROME DE DOWN Alguns distúrbios imunológicos que ocorrem na síndrome de Down assemelham-se aos que ocorrem no processo natural de envelhecimento de indivíduos normais, como por exemplo a degeneração e involução tímica mais acelerada e alterações no processo de amadurecimento linfocitário no timo. Assim, o volume glandular é menor, com a camada cortical adelgaçada, células epiteliais tímicas queratinizadas, corpúsculos de Hassal volumosos, ocorrendo ainda depleção acentuada de timócitos do parênquima glandular e redução da timulina. O nível sérico de zinco, tal qual nos indivíduos idosos, acha-se reduzido, tanto por ingesta diminuída como por menor absorção. Este oligoelemento age como substrato para a estabilidade do parênquima tímico e para o amadurecimento linfocitário, além de estimular a fagocitose. A inevitável involução tímica que acompanha o processo natural de envelhecimento nos indivíduos normais e que se manifesta precocemente na síndrome de Down, decorre da diminuição da produção de timulina. Este hormônio somente tem atividade reguladora sobre o timo quando ligado ao zinco (Zn-FTS). A redução dos níveis de timulina ativa (Zn-FTS) associa-se à degeneração e involução do timo e aos distúrbios de maturação de timócitos. Em estudos experimentais, a reposição de zinco em camundongos velhos restaurou os níveis normais de Zn-FTS, reduziu os níveis de timulina livre, recuperando ainda a vitalidade do estroma tímico e também o processo de amadurecimento de timócitos. Os hormônios tireoidianos, de crescimento (GH) e fator de crescimento insulina-símile (IGF-1) regulam positivamente a produção de timulina. Na síndrome de Down, estes hormônios podem estar diminuídos, reduzindo consequentemente a timulina. O tratamento destas deficiências hormonais restaura os níveis séricos da timulina.. Embora ainda não seja totalmente compreendida, a maior expressão de genes relacionados à produção de componentes do sistema imune, como moléculas de adesão, ou sensibilidade dos receptores para IFN-γ decorrente da trissomia do cromossomo 21 podem estar relacionadas aos distúrbios imunológicos verificados na SD. A necessidade de estimulação precoce e educação especializada submete o portador de SD à institucionalização parcial ou total, expondo um indivíduo imunologicamente ineficiente a um maior contato com agentes infecciosos. Um número elevado de indivíduos com SD são portadores assintomáticos de antígenos de hepatite B (HBsAg-positivos),não sendo ainda claro se este fenômeno se deve à incompetência imunológica ou à exposição aumentada ao vírus. MUDANÇA DO PARADIGMA IMUNOLÓGICO NA SÍNDROME DE DOWN Por muito tempo, acreditou-se que na SD ocorria uma senescência precoce de todas as áreas do organismo. O sistema neurológico dos pacientes Down parece envelhecer mais rapidamente. Um exemplo é o aparecimento precoce da doença de Alzheimer, a qual pode aparecer por volta dos 40 anos nestes pacientes. Além disso, a perda de elasticidade da pele e cataratas em idades não tão avançadas corroborava tal impressão. As doenças relacionadas com o sistema imune vinham sendo analisadas neste mesmo contexto. Por outro lado, estudos recentes mostram que, ao contrário do que se pensava, a deficiência do sistema imunológico já está presente desde a sua própria formação e não decorre, apenas devido ao envelhecimento. Fetos com SD apresentam alteração dos parâmetros usados na avaliação da função tímica: anatomia tímica anormal e baixa contagem de linfócitos TREC (em inglês: T receptor excision circles) que são usados como marcadores da função tímica. É provável que isso ocorra porque alguns genes que controlam a divisão e proliferação dos timócitos estejam presentes no cromossomo 21. Além disso, já foi descrito uma diminuição do número de células B e T naive a partir do nascimento, menor expansão e proliferação das células de memória que, em conjunto, levam a um déficit da função linfocitária. Não é ainda totalmente claro, mas é possível que além das anormalidades do timo, os linfócitos T e linfócitos B também sejam funcionalmente defeituosos. As alterações linfocitárias descritas, seja de linfócitos T ou B, levam a uma desorganização do sistema imune, com produção alterada de citocinas, o que irá dificultar a comunicação celular e o correto funcionamento do sistema imune. Na tabela 1 estão representados os principais achados imunológicos nos pacientes com SD. Tabela 1. Principais achados imunológicos nos pacientes com síndrome de Down Linfócitos-T Linfócitos-T CD3+ Diminuído/normal Linfócitos T auxiliar (CD4+) Diminuído Linfócitos T citotóxicos (TCD8) Diminuído/normal Proliferação de linfócitos-T Diminuído/normal Timo Pequeno, estrutura anormal Razão Th1/Th2 Aumentado Razão CD4/CD8 Linfócitos B Diminuído Linfócitos-B CD19+ Diminuído Proliferação de linfócitos-B Imunoglobulinas Diminuído IgG Aumentado após 2 anos de idade IgM Diminuído IgA Normal Autoanticorpos Resposta à vacinas Aumentado Tétano Diminuída Polissacarídeo pneumocócico Diminuída/normal Conjugado meningocócico Diminuída Pertussis (Coqueluche) Diminuída Hepatite B Diminuída Hepatite A Normal Influenza Diminuída/Normal Pólio (oral) Resposta às infecções bacterianas Diminuída ALTERAÇÕES MOLECULARES Sepse Maior susceptibilidade/gravidade Pneumonias Maior susceptibilidade/gravidade Infecções de vias aéreas superiores Doenças autoimunes Aumentada Tireoide Maior prevalência Diabetes mellitus Maior prevalência do tipo 1 Doença celíaca Neoplasias Maior prevalência Hematológicas Maior prevalência Não hematológicas Menor prevalência Novo estudo mostra alterações genéticas A capacidade lítica dos polimorfo nucleares é efetuada pela atividade de superóxidos e outros radicais, que provocam danos celulares oxidativos, eliminando particularmente fungos e bactérias, como Candida e Staphyloccocus. A enzima cobre-zinco-superóxidodismutase-1 (CuZnSOD-1), que converte rapidamente superóxidos em peróxido de hidrogênio, é codificada por um gene localizado no cromossomo 21. A carga gênica extra determinada pela trissomia está diretamente relacionada ao achado de níveis elevados de Cu-Zn-SOD-1, cerca de 50 a 150% em relação aos grupos de controle. Estes níveis são capazes de provocar drástica redução de superóxidos em polimorfonucleares de portadores de trissomia do cromossomo 21, afetando sua capacidade lítica, o que explica parcialmente nestes indivíduos a incidência anormal de infecções por germes que requeiram estritamente superóxidos para sua destruição, como as bactérias catalase-positivas, ou ainda a ocorrência de danos intracelulares, contribuindo para o processo de envelhecimento precoce. Leuciotos polimorfonucleares A enzima CuZnSOD-1 tem grande avidez por zinco, sugerindo assim que por estar elevada nos portadores de SD, poderia contribuir para uma redução ainda maior dos níveis séricos deste oligoelemento e para a redução de timulina. Os genes IFN-AR1, IFN-AR2 e IFN-GT, relacionados a sensibilidade de receptores para interferon-γ (IFN-γ), foram mapeados no cromossomo 21, cuja trissomia pode conferir aos portadores de SD uma sensibilidade muito aumentada àquela citocina, relatada até 5 vezes maior em SD que em controles normais. Como o IFN-γ tem atividade antiviral, esta hipersensibilidade pode ter um efeito protetor. Por outro lado, o IFN-γ inibe a proliferação de linfócitos T, diminuindo assim sua capacidade de gerar respostas citotóxicas. A interleucina-2 (IL-2), também importante na proliferação de linfócitos T, tem sua produção reduzida nos portadores de SD, colaborando também para a menor resposta citotóxica. As células tímicas dos portadores de SD expressam 2 a 4 vezes mais mRNA-IFN e mRNA-TNF, verificando-se nestes indivíduos níveis elevados de IFN-γ e TNF-α quando comparados a controles normais. Como estas citocinas são indutoras da produção de ICAM-1 (CD-54), níveis aumentados destas moléculas de adesão são encontrados nos portadores de SD. No Cr21 localiza-se também o gene codificador para o ligante natural do ICAM-1, que é o fragmento β (CD-18) da molécula de adesão LFA-1 (Leucocyte function-associated antigen -1) que encontra-se em níveis elevados nos indivíduos trissômicos, devido a maior carga gênica. É bem estabelecido que a interação entre timócitos e estroma tímico necessária para a maturação destas células se dá pela ligação das moléculas de adesão LFA-1/ICAM-1. Como estes se encontram em níveis elevados nos portadores de SD, poderão haver interações inapropriadas que resultarão em deleção aumentada de timócitos e consequentemente migração de linfócitos imaturos para a periferia. IMUNIDADE CELULAR As alterações no processo de maturação decorrentes da maior expressão de moléculas de adesão, explicam o menor número de linfócitos maduros Tαβ (LT-αβ) e a elevação dos linfócitos imaturos Tγδ (LT-γδ) encontrados no timo, na circulação periférica e no baço destes indivíduos. A inversão entre os níveis de linfócitos maduros TCRαβ e imaturos TCRγδ conduz a uma incapacidade ou ineficácia em montar uma resposta inflamatória além de interferir com o processo de apresentação de antígenos por linfócitos T aos linfócitos B (ver capítulo Embriologia - Biologia do Desenvolvimento”). Linfócito Os linfócitos Tγδ (LTγδ), que formam a maior sub-população de linfócitos na SD secretam níveis normais de IFN-γ que tem efeito antiproliferativo. Por outro lado, secretam baixos níveis de IL-2, citocina que estimula a proliferação celular. Assim, a proliferação é duplamente prejudicada pela imaturidade dos linfócitos. O número de células NK, citotóxicas naturais, importantes na vigilância imunológica por eliminarem vírus e células neoplásicas, é elevado, porém às Célula NK custas de linfócitos de baixa capacidade citolítica. Este aumento do número de células NK é importante a ponto de promover uma inversão na relação CD-4+/ CD-8+. Os neutrófilos que participam da defesa contra bactérias e fungos, e os monócitos contra protozoários e fungos, migram para o local da infecção (quimiotaxia), englobam os micro-organismos (fagocitose) e destroem-nos com superóxidos (oxidação).Encontrados em número normal, os neutrófilos e monócitos tem suas funções de quimiotaxia e fagocitose deficientes, por mecanismos ainda não esclarecidos, embora alguns pesquisadores tenham demonstrado certa recuperação destas funções com a suplementação de zinco. A oxidação é precária, devido à maior expressão de CuZnSOD-1, convertendo maciçamente superóxidos em peróxido de hidrogênio. Segmentado eosinofilos O número absoluto de eosinófilos também está diminuído e pode se relacionar com a menor incidência de asma e com níveis baixos de IgE em pessoas SD. Isto refletirá a maior sensibilidade das células do portador de SD ao IFN-γ, uma vez que esta citocina é antagonista da IL-4, indutora da produção e manutenção dos níveis de IgE e diferenciação de eosinófilos. As múltiplas alterações no compartimento celular do sistema imune na SD estão presentes de maneira inconstante e apresentam significado clínico incerto. Exceto os distúrbios das células NK, todos os demais achados podem estar presentes desde a vida fetal. IMUNIDADE HUMORAL É provável que as alterações quantitativas e qualitativas encontradas nas imunoglobulinas devam-se a defeitos nos mecanismos de controle homeostático dos linfócitos T, em seu processo de apresentação antigênica às células B envolvendo sua proliferação e diferenciação, do que por defeitos intrínsecos de células B. Parte deste e de outros problemas imunológicos da SD é causada pela maturação inadequada de timócitos que dá origem a uma maior população de linfócitos T imaturos, LT-γδ que de linfócitos T maduros, LTαβ. As alterações encontradas nas imunoglobulinas provavelmente não se relacionam diretamente à trissomia do cromossomo 21, visto não se conhecer nenhum gene relacionado à produção de anticorpos que se localize no cromossomo 21. Um possível mecanismo é a deficiência de selênio, cuja reposição provocou aumento significativo de IgG2 e IgG4. Verificou-se que a resposta imunológica antígeno/anticorpo às vacinas antipneumocócica, antitetânica, anti HBV e contra salmonelas produziu níveis menores e menos duradouros de anticorpos em portadores de SD do que em grupos de indivíduos normais, sugerindo que as revacinações devam acontecer mais frequentemente nos portadores da SD. Os níveis de IgG são normais até aproximadamente 5 anos de idade, quando então começam a se elevar, provavelmente por estimulação policlonal devida a infecções de repetição. Observa-se então uma elevação das subclasses IgG1 e IgG3 e uma diminuição de IgG2 e IgG4. A IgG2 é primariamente direcionada contra antígenos polissacárides de bactérias encapsuladas como H. influenzae ou S. pneumoniae. Estudos mostram que a resposta antígeno/anticorpo às vacinas contendo lipopolissacárides do pneumococo está diminuída. A IgG4, cujos níveis normais são muito baixos concentra-se preferencialmente em mucosas. Na síndrome de Down seus níveis são ainda mais reduzidos, favorecendo um aumento na frequência de infecções em especial do aparelho respiratório. Há um aumento da prevalência de deficiência de IgG4 em crianças portadoras de síndrome de Down que apresentam infecções de repetição (pneumonia, otite, sinusite), indicando que este grupo poderia ser beneficiado com o uso de imunoglobulina intravenosa. Os níveis séricos de IgA são normais até a idade de 5 anos quando então começam a se elevar. Já a IgM, normal até a adolescência, acha-se consideravelmente reduzida no adulto. Os níveis de IgE são geralmente mais baixos, podendo ser a explicação para a menor incidência de doenças atópicas na SD. Contudo, os dados de literatura são conflitantes, havendo estudos que mostram grupos de portadores de SD com níveis séricos de imunoglobulinas dentro de limite normais. Alguns estudos relacionam a SD com maior incidência de Doença Celíaca. Embora sejam demonstrados títulos elevados de IgA e IgG contra caseína, βlacto globulina, gliadina e glúten, estes achados permanecem controversos. Em um grupo de pacientes com imunoglobulinas elevadas contra os citados alimentos, o anticorpo anti-endomíseo estava elevado em apenas um paciente. Todas as crianças eram assintomáticas, sendo que as biópsias intestinais de todo o grupo foram normais, até mesmo no paciente que tinha o anticorpo anti-endomíseo elevado. Este estudo confronta-se com diversos relatos de maior incidência de Doença Celíaca nas pessoas com SD. ABORDAGENS TERAPÊUTICAS Os distúrbios do sistema imune na SD são múltiplos, conforme visto nos parágrafos anteriores, e a contribuição de cada um deles para um estado de imunodeficiência permanece obscura, até mesmo porque a maioria dos indivíduos sindrômicos não exibe manifestações de doença imunológica. A adoção de medidas modernas de cuidados gerais, a maior vigilância médica, as vacinações apropriadas e o desenvolvimento de novos antibióticos e quimioterápicos tem contribuído para o declínio das infecções como causa de mortalidade. O esquema de imunizações na SD deve incluir vacina anti-Haemophyllus influenzae B, Varicela, anti-pneumocócica, anti-Hepatite B, anti-Hepatite A, antiRov (Rotavírus) e antigripal, além da vacinação elementar. Alguns estudos mostram que os distúrbios imunológicos da SD poderiam conduzir a uma anticorpogenese deficiente em resposta às vacinações. Tal fato sugere que deve haver revacinações mais frequentes, porém ainda se necessitam melhores observações. Em instituições para portadores de síndrome de Down, a adoção de medidas de higienização ambiental e do instrumental lúdico-pedagógico após a utilização pelos alunos e a lavagem das mãos de monitores, instrutores e professores foi capaz de reduzir o número de infecções em 38%, o número de consultas médicas em 34% e o absenteísmo escolar em 47%. O reconhecimento de que o zinco é um cofator essencial para diversas etapas de amadurecimento para várias funções celulares e também para a função tímica, levou ao desenvolvimento de estudos sobre suas possibilidades terapêuticas, sendo usado o sulfato de zinco, 1mg de zinco elementar/kg/dia, por quatro meses. Da mesma forma, o selênio parece ter implicações na restauração dos níveis adequados de imunoglobulinas, quando usado na dose de 10µg/kg/dia, por 6 meses. Em casos específicos de infecções severas ou de repetição, pode-se recorrer ao uso de imunoglobulina intravenosa, embora a literatura não apoie seu uso contínuo como profilático. As degenerações estruturais e hormonais tímicas e as alterações na maturação de linfócitos, podem se beneficiar com reposição de fatores tímicos. A utilização de timoestimulina (TP-1 Serono®, Leucogem®) em crianças com infecções respiratórias recorrentes foi benéfica, reduzindo a freqüência e a morbidade dos acometimentos. Observou-se também boa resposta terapêutica ao uso de moduladores derivados de antígenos bacterianos específicos (Biostim®, Broncho-vaxon®) em crianças com SD que apresentavam infecções respiratórias recorrentes e disfunções de polimorfo nucleares. No grupo estudado, houve redução do número e da morbidade das infecções, com boa tolerância aos medicamentos. Uma possível explicação é a estimulação da produção de interleucina-12 (IL-12), a qual induziria maior resposta inflamatória por linfócitos T auxiliares-1. Síndrome de Down e as infecções bacterianas recorrentes As infecções (principalmente pneumonia bacteriana) ainda representam uma das maiores causas de morbidade e mortalidade em pacientes Down de todas as idades, apesar dos avanços no diagnóstico e nas formas de tratamento. O sistema imunológico da pessoa Down tem maior dificuldade de combater os patógenos, principalmente bactérias capsuladas como o pneumococo, o que favorece a ocorrência de infecções; aumenta o risco de morte e recorrência. As infecções de repetição causam grande impacto emcrianças com SD, causando atraso no desenvolvimento, problemas comportamentais e menor índice de qualidade de vida relacionada à saúde, quando comparadas com crianças sem tais infecções. Estudo realizado com 1332 pessoas com SD na Austrália mostrou que nas diferentes fases da vida, as pneumonias ainda são a causa de morte mais comum, representando 33% das mortes na infância e adolescência (0-18 anos), 23% na idade adulta (19-40 anos), e quase 40% entre os idosos (>40 anos) . Muitas vezes, as infecções podem estar associadas a outras doenças, como as cardiopatias congênitas, o que contribui para o aumento da mortalidade. No Brasil, um estudo realizado com 45 crianças associou positivamente infecção recorrente ou sepse com a presença de cardiopatias congênitas. Ainda nesse estudo, encontrou-se dois casos de deficiência de IgG2, duas crianças com número diminuído de linfócitos CD4+ e cinco com redução de atividade das células NK(14). Farias et al., descreveram as cardiopatias congênitas encontradas em 127 crianças Down no Brasil e em relação à presença de infecções graves, pneumonia e sepse foram diagnosticadas em 23,6% e 5,5% dos casos, respectivamente. Dentre os casos de pneumonia, 70% das crianças apresentavam cardiopatia e nos casos de sepse, em 85% eram cardiopatas. É de crucial importância que o clínico esteja atento às condições que favoreçam a ocorrência de infecções do trato respiratório. Deve orientar seu paciente quanto a medidas de prevenção, tais como evitar aglomerações, procurar precocemente atendimento médico quando apresente sinais e/ou sintomas respiratórios e mobilização precoce do leito quando acamado. Além disso, atenção redobrada para pacientes com SD que apresentem quadro infeccioso recorrente, sendo recomendada a pesquisa de imunodeficiência humoral (anticorpos) e celular nesses pacientes, uma vez que o diagnóstico precoce permite que a adequada conduta terapêutica seja rapidamente iniciada. Ressalta-se ainda que alterações anatômicas e funcionais como estreitamento do conduto auditivo, menor movimentação ciliar, hipotonia e outras condições presentes no paciente inerentes à SD podem contribuir para o aumento do número de infecções. Síndrome de Down e a resposta às vacinas A vacinação do paciente Down apresenta algumas peculiaridades, tendo em vista as características do seu sistema imune. Em pessoas com SD, a menor taxa de linfócitos T e B presentes já ao nascimento associada à deficiência funcional dessas células dificulta a resposta imune adaptativa a antígenos das vacinas. Aspectos imunológicos da Síndrome de Down. É provável que a resposta ao antígeno vacinal seja mais lenta, de menor intensidade e se apresente com menor avidez dos anticorpos. Sendo assim, para algumas vacinas, a soro conversão tende a ser menos eficiente na formação de memória imunológica quando comparada à população em geral. A resposta deficiente às vacinas na SD já foi descrita tanto para vacinas dependentes da resposta T-auxiliar, como a de tétano e influenza A, assim como para as independentes da resposta T-auxiliar, como a observada com polissacarídeo pneumocócico (PPV). Estudo realizado no Brasil por Ferreira et al., mostrou soro conversão satisfatória para hepatite A em crianças com SD (94% de resposta positiva). No entanto em relação à vacina para hepatite B, estudo realizado por Nisihara et al., com 140 crianças e adolescentes com SD vacinadas com esquema tríplice para hepatite B, apontou que apenas 47,6% delas conseguiram efetiva imunização (anticorpo anti-Hbs positivo). Tal fato causa preocupação, uma vez que atualmente mais jovens Down têm vida sexual ativa e ficam expostos à contaminação pelo vírus da hepatite B. Principalmente pela disponibilidade, é recomendável que seja solicitado o exame anticorpo anti-HBs para se verificar se houve soro conversão. O calendário vacinal na SD segue um calendário específico. Além das vacinas normalmente recebidas nas Unidades Básicas de Saúde, deve-se receber a vacina contra a influenza sazonalmente e a vacina contra hepatite A após o 1 ano de vida. Crianças Down prematuras ou cardiopatas também devem receber palivizumabe, para prevenir infecção pelo vírus sincicial respiratório (VSR). Vários estudos já foram feitos sobre a resposta vacinal aos diferentes imunógenos. Na tabela 1 apresentamos o que se pode esperar em relação à soro conversão nos pacientes com SD para algumas vacinas utilizadas. No entanto, fica evidente que embora recebam a vacina, nem sempre os mesmos estarão protegidos. Associação da SD com doenças autoimunes Diversos autores já demonstraram a associação entre a SD e doenças autoimunes, sendo que as mais prevalentes em diferentes populações foram a tireoidite autoimune e doença celíaca. Doença Celíaca Doença Celíaca A doença celíaca (DC) se manifesta em sua forma clássica através de sinais e sintomas de má absorção intestinal, com a presença de vômitos, diarreias, dores abdominais, flatulência e eliminação de fezes volumosas, espumosas ou gordurosas. No entanto, a apresentação da DC é extremamente variável podendo ocorrer de uma forma silenciosa ou latente, o que pode causar confusão diagnóstica. A prevalência de DC em pacientes Down de acordo com a literatura é variável, ficando entre 4,6% até 13% o que representa uma prevalência de 20 a 200 vezes maior do que na população em geral. No Brasil, Nisihara et al., descreveram uma prevalência de DC confirmada em 5,6% (1:20) dos pacientes com SD, significativamente aumentada quando comparada com a população em geral da mesma área geográfica (0,5%; 1:417). Cabe ressaltar que no indivíduo com SD, existe a tendência de se considerar alguns dos sintomas gastrointestinais como consequências naturais próprias da síndrome. Dessa forma, é frequente o atraso no diagnóstico da DC nestes pacientes ou até mesmo a sua inexistência. Assim, recomenda-se a realização de testes sorológicos sensíveis e específicos como o anticorpo anti-endomisial e anticorpos anti- transglutaminase tecidual para a triagem para DC nas pessoas com SD após os dois anos de idade, mesmo que não apresentem sintomas evidentes da DC. Caso o resultado do exame sorológico seja positivo, a confirmação deve ser feita com biópsia duodenal. O conhecimento da maior prevalência da DC deve alertar pediatras e clínicos para o risco do não diagnóstico e complicações da DC não tratada. Doenças da tireoide As manifestações das alterações da função tireoidiana na SD podem variar do hipertireoidismo ao hipotireoidismo, sendo este último o mais frequente. Nos pacientes mais jovens há predomínio de quadros congênitos (hipotireoidismo) e no adulto, de doenças autoimunes, com detecção de anticorpos antitireoide (antitireoglobulina e antimicrossomal). Os achados mais frequentes das disfunções tireoidianas nos pacientes com SD são diminuição da produção dos hormônios tireoidianos e aumento nos níveis séricos de hormônio estimulante da tireoide (TSH). Estudo realizado em 72 pacientes com SD atendidos no ambulatório do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná demonstrou que 42,9% dos pacientes apresentaram aumento nas concentrações de TSH e 15,4% positividade para o anti-TPO e doença de Hashimoto confirmada. Outra manifestação que pode ocorrer no paciente Down é o hipotireoidismo subclínico (HS). Este é definido como uma elevação suave do TSH, com níveis de T4 livre normal e ausência de sintomas. Pacientes Down e com HS podem apresentar uma maior frequência de hipotonia moderada à grave em comparação com pacientes com SD e um TSH normal. O aumento do TSH pode estar relacionado com disfunções tireoidianas inerentes à SD, neste caso a elevação geralmente não é definitiva, resolvendo-se espontaneamente em mais de 70% das vezes. Convémressaltar, que além da sintomatologia das disfunções tireoidianas passarem facilmente despercebidas, algumas vezes podem ser atribuídas à própria síndrome. Sendo assim, a avaliação da função tireoidiana é fundamental e deve ser realizado periodicamente em pacientes com SD, mesmo na ausência de manifestações clínicas características. A triagem anual é recomendada pelo protocolo da American Academy of Pediatrics (AAP), apesar de referências como a U.S. Preventive Services Task Force ainda sugerirem falta de evidências. Mesmo assim, esta conduta deve ser adotada, na medida em que o diagnóstico precoce impede a deficiência hormonal responsável por prejuízos no desenvolvimento físico e mental dos pacientes. Além disso, evita que os pacientes portadores de hipotireoidismo subclínico com anticorpo antitireóide positivo, por exemplo, evoluam para um quadro de disfunção tireoidiana definida. Ressalta-se também que é frequente que doenças autoimunes sejam concomitantes no paciente com SD, inclusive DC associada com doença de tireóide. A DC é uma doença disabsortiva, com atrofia das vilosidades do intestino delgado. O clínico deve atentar para pacientes que recebem medicação via oral para tratamento de hipotireoidismo e não atingem níveis hormonais adequados, devem ser investigados para DC, uma vez que o mesmo não consegue absorver corretamente a levotiroxina. Outras Doenças Autoimunes Ectoparasitose, a doença do carrapato Além de se investigar as doenças da tireóide e a DS nos pacientes com SD, cabe ao médico generalista um olhar cuidadoso à pele do paciente Down. A deficiência imunológica dos pacientes portadores da SD provavelmente está ligada à maior susceptibilidade às ectoparasitoses e às infecções de pele, sejam elas bacterianas, fúngicas ou virais. Os médicos devem estar atentos a este fato, uma vez as infecções de pele e mucosas podem ser a porta de entrada para agentes causadores de infecções invasivas, como pneumonia, endocardite bacteriana e meningite. Dentre as doenças de pele observadas nos pacientes com SD do que na população em geral encontra-se o vitiligo, que tem uma frequência entre 0,38% a 2,9% da população mundial. É recorrente na literatura a afirmação da frequência aumentada em indivíduos com SD, contudo ainda faltam estudos consistentes que estimem essa evidência na prática médica. Recente estudo relatou uma possível ligação fisiopatológica entre a psoríase e a SD, a partir da apresentação de uma série de casos de pacientes com psoríase crônica em placas e concomitan te SD. Contudo, somente um número maior de pesquisas deverá ser realizado para comprovar tal hipótese. Mudança na expectativa de vida dos pacientes com SD e causas de mortalidade A combinação de fatores como a vida em sociedade, ao invés de uma vida mais restrita a instituições de saúde; o acompanhamento clínico feito de forma precoce e contínua, aliada à melhora da saúde da população em geral e esforços exaustivos para inclusão social dos pacientes com SD aumentou não somente a qualidade de vida, mas também gerou um expressivo aumento na expectativa de vida dos pacientes Down. Os prospectos de sobrevivência aumentaram drasticamente na criança com SD, passando de menos de 50% de sobrevida até um ano de idade para mais de 90% em um período de 50 anos. Ao mesmo tempo, a estimativa de vida que era de 25 anos em 1983 passou para 49 anos em 1997 e atualmente atinge cerca de 60 anos em populações de países desenvolvidos. Dessa forma, cada vez com maior frequência, pessoas adultas com SD agora chegam aos consultórios de clínicos gerais e médicos especializados no tratamento de idosos. É esperado que parte desses profissionais tenham a sensação que não estão suficientemente preparados para atender um adulto com SD, dado as peculiaridades que a síndrome apresenta. Um estudo prospectivo publicado em 2008 avaliou o efeito da menor capacidade cognitiva e funcional e comorbidade física sobre o risco de morte ao longo do tempo em um grupo de pessoas com SD, com idade acima de 45 anos. Os autores concluíram que a idade, a presença de demência e as restrições de mobilidade são os mais importantes preditores de mortalidade, além das já conhecidas complicações respiratórias. Assim, ao contrário do que se observa na população em geral, não são os fatores responsáveis pelo aumento do risco cardiovascular os principais determinantes da sobrevivência nesse grupo de pessoas. Outro aspecto interessante está relacionado às neoplasias. Crianças com SD têm um risco de desenvolver leucemia 10 a 20 vezes maior do que a população em geral. Tanto a leucemia linfoblástica aguda (LLA) quanto a mielóide aguda ocorrem em uma frequência igual de 1 em cada 300 pacientes com SD. Embora já se conheçam diversos oncogenes relacionados à leucemia e que são localizados no cromossomo 21, o mecanismo de leucogênese ainda não está bem claro. Por outro lado, o perfil epidemiológico dos tumores observados na SD, demonstraram que alguns deles são menos frequentemente observados em grupos de pessoas com SD do que na população geral. Por exemplo, tumores com alta prevalência na população geral como neoplasia colorretal, pulmão, pele, mama e uterinos são raros em pessoas com SD. Estes dados sugerem que pode haver no cromossomo 21 genes que protejam do câncer. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. ÄHMAN L, Bäck E, Bensch K, Olcén P (1993) Scand J Infect Dis 25:16-23; 2. 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