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Prévia do material em texto

Direitos Sociais e 
Competências em 
Serviço Social
Material Teórico
A Instrumentalidade no Trabalho do Assistente Social
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.a Mariana Aparecida da Silva 
Prof.a Dr.a Maria Raimunda Chagas Vargas Rodriguez
Revisão Técnica:
Prof. Me. Denis Barreto da Silva
Revisão Textual:
Prof.a Ms. Luciene Oliveira da Costa Santos
• A Instrumentalidade do Trabalho e o Serviço Social
• O Exercício Profissional, a Atuação do Assistente Social 
e Possíveis Mediações
• Novos Desafios para a Mediação Profissional
 · Entender a instrumentalidade do trabalho e o Serviço Social em seus 
espaços de trabalho;
 · Estudar como se dá o exercício profissional e a atuação dos assistentes 
sociais frente às expressões da questão social;
 · Conectar a instrumentalidade do exercício profissional como mediação.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
A Instrumentalidade no Trabalho 
do Assistente Social
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Não se esqueça 
de se alimentar 
e se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como o seu “momento do estudo”. 
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas, dentre elas: artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também 
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, 
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato 
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE A Instrumentalidade no Trabalho do Assistente Social
Contextualização
Fonte: iStock/Getty Images 
Para iniciarmos nossa abordagem sobre a instrumentalidade do trabalho dos 
assistentes sociais, a reportagem abaixo traz uma informação importante para a 
reflexão profissional.
A percepção contextual, a análise de conjuntura, e a capacidade dos profissionais 
em realizar a mediação entre a realidade e o que seria ideal, constituem ferramentas 
para o trabalho dos assistentes sociais.
Odária Batini (2009) intitula essa capacidade do profissional como atitude 
investigativa, aquela que ultrapassa as barreiras do imediatismo e das situações 
aparentes e se conecta à essência dos fatos.
Para você, o que torna um profissional defasado atualmente?
Acesse o link a seguir: https://goo.gl/q4ATQM
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A Instrumentalidade do Trabalho 
e o Serviço Social
Contextualizando a categoria trabalho devemos nos atentar a sua essência social: 
o homem transforma a natureza através de seu trabalho e ao mesmo tempo é 
transformado por ela. Porém essa troca só é possível através das mediações entre 
o real e o ideal que o ser humano é capaz de realizar nos contextos em que convive.
Para Marx, o trabalho, como categoria ontológica, é a esfera privilegiada 
da humanização: é pelo trabalho que o homem transforma a natureza e a 
si próprio, por intermédio de diferentes mediações, das quais a principal 
é a criação de seus instrumentos. (BAPTISTA, 2014: 14)
Neste sentido, Baptista (2014: 14) cita alguns autores que ressaltaram a capa-
cidade do homem em transformar o mundo através de sua práxis. Por exemplo, 
é citado Vásquez o qual cita que “a práxis é a atividade material do homem que 
transforma o mundo natural e social para fazer dele um mundo humano.” 
Seguindo nessa contextualização de práxis dada por Vásquez, o autor distingue 
três tipos de práxis: a produtiva, a utilitária e a de conhecimento. A produtiva 
se refere à transformação da natureza, a utilitária à capacidade interventiva do 
homem na natureza e a de conhecimento faz referência à capacidade humana em 
se tornar consciente do mundo real e do ideal. A realidade alimenta as percepções 
do pensamento humano quanto a meio em que está inserido.
Para prosseguirmos é importante destacar que Marx, definiu o trabalho como 
categoria ontológica, ou seja, aquela capaz de dar saltos evolutivos, avançar a partir 
da capacidade teleológica do homem, que consegue vislumbrar os resultados de 
suas projeções desde o início do processo. Como cita Baptista:
O homem é o único ser que constrói a sua história, indo além do reino das 
necessidades em busca do reino da liberdade, para o que deve transcender 
os limites da naturalidade: ele é sujeito e objeto de sua criação, mundo 
humano-social. (BAPTISTA, 2014: 15)
O homem é capaz de interagir com outros homens enquanto ser particular, 
individual e genérico, como cita Baptista (2014). Particular e individual por que é 
único e o seu “eu” é motivador de sua realidade, e genérico por estar interagindo 
socialmente através do seu trabalho, modificando a si e a natureza.
A prática profissional envolve relações complexas no campo de trabalho. 
Segundo Baptista (2014), essas relações:
Por um lado, expressam determinado tipo de intervenção no âmbito das 
práticas sociais; por outro, resultam de uma especialização do trabalho 
coletivo no contexto da sociedade, determinada pela divisão sociotécnica 
do trabalho. (BAPTISTA, 2014: 17)
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UNIDADE A Instrumentalidade no Trabalho do Assistente Social
Primeiramente, a prática profissional, segundo o trecho acima, é caracterizada pe-
los movimentos históricos de cada sociedade, ou seja, é historicamente determinada.
No segundo momento, o foco está no trabalho profissional, em que nos tornamos 
trabalhadores assalariados e passamos pelo processo de compra e venda da nossa 
força de trabalho.
Historicamente o Serviço Social enfrenta percalços entre a teoria e a prática, 
pois a realidade se mostra complexa e diversificada, o que gera expectativas quanto 
às estratégias de intervenção elaboradas pelos profissionais.
Um dos pontos diferenciais para a categoria profissional é o desenvolvimento 
de pesquisas e o envolvimento no meio acadêmico, que possibilita o resgate e 
manutenção do conhecimento dos profissionais, a partir da necessidade de 
investigação da realidade, a então postura investigativa dos profissionais. 
Esse envolvimento dos profissionais com a área científica, desenvolvendo 
pesquisas a partir das vivências cotidianas, desmistifica o caráter agregado à profissão 
de possuir apenas uma práxis interventiva, sendo que, em seu desenvolvimento e 
amadurecimento histórico, conseguiu agregar conhecimento teórico-metodológicos 
que diferenciam as ações de intervenção da categoria. Neste sentido, a prática dos 
assistentes sociais adquire multifaces de atuação.
A postura investigativa acabara se tornando uma exigência para os profissionais 
que já estão no mercado de trabalho e para os novos entrantes, pois configura-
se como uma forma de rompimento com o imediatismo das ações no cotidiano 
de trabalho.
Portanto, coloca-se como exigência da própria intervenção profissional 
do assistente social a atitude investigativa, pois ela aguça o espírito da 
descoberta, tornando-se condição para a ultrapassagem do aparente, 
evidenciando a essência dos fenômenos nos seus nexos e conexões.(BATINI, 2009: 55)
Primeiramente, torna-se primordial que o profissional possua clareza de suas 
atitudes e funções nos espaços de trabalho, o que permite uma atuação e possíveis 
mediações que possuam maior profundidade do real. 
Se observarmos a história do Serviço Social percebemos que, essencialmente 
foi entendida como uma profissão de benemerência, e que qualquer pessoa 
poderia exercer, por exemplo, como vontade de ajudar o próximo, em um sentido 
totalmente assistencialista e filantrópico.
Continuando nessa perspectiva percebemos também que a regulamentação do 
Serviço Social como curso superior, com espaço nas universidades, contribuiu para 
a construção de um novo perfil e percurso profissional para os assistentes sociais, 
seguindo dialogicamente a teoria elaboradas pelas ciências sociais e humanas.
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11
No link abaixo, você pode acessar a lei nº 8.662, de 7 de junho de 1993, Lei de Regulamen-
tação da Profi ssão que dispões sobre a atuação do Assistente Social e dá outras providências.
https://goo.gl/6ecmqm
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O Exercício Profissional, a Atuação do 
Assistente Social e Possíveis Mediações
A apropriação da prática profissional acontece a partir da interação do meio 
em que os profissionais estão inseridos, como vimos anteriormente, e desenvolve 
suas competências considerando novas questões e demandas que surgem 
nesses contextos.
Nesse sentido, o profissional é impulsionado a realizar mediações como estratégia 
de trabalho, pois são elas que atribuem sentido à práxis, mas o que é mediação?
Fonte: iStock/Getty Images
Segundo a definição presente em dicionários, medição é o ato ou efeito de mediar, 
ou seja, considerando os nossos estudos, a mediação é o exercício de interlocução, 
o que há de interação entre o mundo real e o mundo das ideias. Realizamos esse 
movimento em qualquer momento de nossos dias, por exemplo:
Quando lemos um livro e conseguimos em alguns (ou vários) momentos conectá-
lo à nossa vivência, estamos realizando mediações entre o real e a teoria. Isso 
também ocorre com nossos estudos acadêmicos, pois é a prática que possibilita a 
absorção do conteúdo teórico-metodológico.
Continuando na direção das mediações, Battini (2009) elucida que mediação é
Propriedade inerente ao complexo da realidade enquanto totalidade 
concreta, a mediação é a categoria que oferece efetividade a todas as 
demais presentes na reflexão de um fenômeno, apresentando-se como a 
relação entre o mediato e o imediato. (BATTINI, 2009: 61)
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UNIDADE A Instrumentalidade no Trabalho do Assistente Social
Porém, passar da imediaticidade, ou seja do aparente para o essencial dos 
fatos, é um exercício complexo devido à diversidade das questões que são postas 
aos profissionais.
Yolanda Guerra (2007), nos traz que os projetos profissionais críticos nos 
mostram campo privilegiado para a prática profissional e a partir da crítica do 
cotidiano podemos realizar mediações.
O cotidiano é o lugar onde a reprodução social se realiza por meio da 
reprodução dos indivíduos (Netto, 1987), razão pela qual é um espaço 
ineliminável e insuprimível, no qual configuram-se três características [...]
(GUERRA, 2007: 13)
Vamos então nos aprofundar nessas três características da cotidianidade 
citadas acima.
1- A primeira característica, é a da diferencialidade e refere-se às diferentes 
respostas e soluções que os sujeitos necessitam para atender demandas que também 
são muito diversificadas entre si.
[...] o sujeito dirige totalmente sua atenção para demandas muito diferentes 
entre si, no intuito de responder a elas. Por ser de naturezas diversas, 
ocupam integralmente a atenção dos sujeitos; (GUERRA, 2007: 13)
2- A segunda característica, é da imediaticidade que diz respeito às ações 
e respostas do cotidiano que se limitam ao imediato, ou seja, as demandas são 
respondidas apenas em sua superficialidade, o que nos leva a terceira característica;
[...] as ações desencadeadas na vida cotidiana tendem a responder, 
fundamentalmente, às demandas imediatas da reprodução social dos 
sujeitos. (GUERRA, 2007: 13)
3- A característica da superficialidade extensiva, que fala sobre a priorização 
de responder às demandas de forma genérica, nem sempre os profissionais 
conseguem deixar a análise superficial e imediata das demandas que recebem. 
Percebemos que as possibilidades de aprofundamento crítico são cerceadas pelas 
condições de trabalho disponíveis aos profissionais.
[...] considerando que as demandas do cotidiano são extensivas, amplas, 
difusas, diferenciadas e imediatas, os sujeitos acabam por encaminhá-las 
de maneira superficial, dado que a prioridade da vida cotidiana está em 
responder aos fenômenos na sua extensividade, e não na sua intensividade. 
(GUERRA, 2007: 13)
Outro aspecto para aprofundarmos, é a configuração institucional dos espaços 
de trabalho. As demandas institucionais fazem com que as ações sejam imediatistas, 
assim como aparecem no cotidiano, o que dá aos assistentes sociais a marca de 
resolutores de problemas.
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Para superar essas demandas e o famoso profissional “enxuga gelo” ou “apaga 
incêndios”, há conjuntos de saberes importantes que Guerra (2007) explica para 
desvendarmos a realidade institucional. São os saberes explicativos e interventivos.
Esses saberes são importantes para a prática profissional, pois os assistentes sociais 
necessitam em sua intervenção dentro dos espaços institucionais, compreender e 
analisar a realidade social e organizacional através do sistema de mediações para 
perceberem as singularidades que envolvem as determinações mais amplas das 
demandas cotidianas.
Os saberes explicativos orientam os profissionais para que situem cons-
cientemente sua prática à formação sócio-histórica de países e regiões, ao 
contexto institucional e as relações de poder que se apresentam nessa análise 
de conjuntura.
Os saberes interventivos dizem respeito aos projetos traçados pelos profissio-
nais a partir de sua análise de conjuntura, pois assim que esses projetos são traça-
dos, os assistentes sociais precisam tomar conhecimento e definir de forma objetiva 
quais os objetivos e o que precisa ser atingido, além de quais instrumentais, táticas 
e estratégias podem ser utilizadas para colocá-los em prática.
Para desvendar a realidade institucional, um conjunto de saberes de 
diferentes graus deve ser acionado: 1) os fundamentos da ordem social; 
2) as formações sócio-históricas dos países e regiões; 3) a conjuntura 
econômico-social atual; 4) o contexto institucional; 5) as relações de 
poder presentes; 6) os interesses em disputas, as forças sociais que estes 
interesses representam; 7) o que se quer atingir (objetivos e metas a curto, 
médio e longo prazo); 8) os instrumentos que permitem o alcance dos 
objetivos; 9) as táticas e estratégias a serem utilizadas, bem como quando 
e onde, dentre outros. Assim, cabe ao assistente social fundamentar-se 
em saberes explicativos e em saberes interventivos. (GUERRA, 2007: 19)
Na direção desses saberes podemos dar respostas diferentes às demandas que se 
apresentam, podemos sair da imediaticidade, da alienação presentes no cotidiano 
e refletir sobre a práxis.
No link abaixo você pode brevemente relembrar a instrumentalidade do Serviço Social e a 
mediação como categoria para a atuação profi ssional.
https://goo.gl/KmXwHS
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O processo de conhecimento da realidade depende da análise do que se expressa 
no cotidiano, como estudamos até então, seria a capacidade de interlocução do 
profissional com sua realidade e ir além dela.
Não só os assistentes sociais, mas outros profissionais realizam análises 
do particular para a totalidade em um movimento dialético. Por aproximações 
sucessivas às situações que se apresentam nos espaços de trabalho, os profissionais 
conseguem se apropriar e ultrapassar a realidade posta.
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UNIDADE A Instrumentalidade no Trabalho do Assistente Social
O processo de conhecimento assim concebido, portanto, é condição para 
a apreensão do real, devendoser compreendido em sua complexidade, o 
que inclui a relação intelecto-razão-realidade que se plasma na subsunção 
do universal, do singular e do particular. (BATTINI, 2009: 65)
Se considerarmos a cotidianidade, a ação profissional é capaz de dar diferentes 
respostas a esse contexto. Baptista elucida que existem três tipos de respostas: 
1- Respostas imediatas;
2- Respostas reiterativas;
3- Respostas criadoras;
As respostas imediatas dizem respeito ao que está na superficialidade e que são 
dadas pelos profissionais nem sempre passadas pelo processo da racionalização.
A respostas reiterativas estão relacionadas ao movimento de repensar o real, ou 
seja, a partir as situações emergentes, o profissional consegue formular criticamente 
novas estratégias para o seu enfrentamento.
Já as respostas criadoras estão conectadas à novas propostas interventivas 
pelos profissionais, porém é importante ressaltar que essa criação é um momento 
posterior à análise de conjuntura e possíveis mediações que o profissional conseguiu 
realizar no contexto em que está inserido. Torna-se vital a auto-racionalização e a 
auto-observação da prática profissional.
Nessa reflexão, deve-se ter claro que o pensamento não é um fato 
independente, mas está ligado intimamente à ação: a forma e o conteúdo 
do pensamento variam com a situação sobre a qual pensamos. Ele não 
cria o mundo, mas num determinado mundo, com uma determinada 
estrutura, uma determinada forma de pensamento pode ser, em certo 
momento, adequada ou não para uma determinada intencionalidade. 
(BAPTISTA, 1995: 117)
A auto-racionalização é o controle que o indivíduo possui de seus impulsos e 
ações a a partir da planificação de objetivos.
“[...] é o controle sistemático, pelo indivíduo, de seus impulsos ( o controle 
é o primeiro passo do indivíduo que deseja planificar sua vida, guiada por 
princípios e dirigida para objetivos). (BAPTISTA, 1995: 117)
A auto-observação tem por finalidade levar o indivíduo a auto- transformação 
a partir de reflexões pessoais sobre suas ações. Vivemos em uma sociedade em 
que esse exercício é difícil de ser executado devido à característica individualista 
do Capitalismo.
A auto-observação visa principalmente a uma auto-reorganização, 
autotransformação, interna: refletir sobre si mesmo e sobre suas ações 
com o objetivo de transformar-se. (BAPTISTA, 1995: 117)
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Observamos como é complexa a interação profi ssional com os contextos de trabalho. 
Na sua opinião, como é possível realizar as mediações a partir da auto-racionalização e 
auto-observação?
A partir dos conceitos estudados desenvolva um apontamento pessoal sobre a temática, 
como exercício de fi xação. Será uma ferramenta importante para os seus estudos.
 
Fonte: musingmind.org
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Contextualizando o debate sobre auto-observação profi ssional, a reportagem abaixo 
complementa o estudo desde o início. Leia com atenção para observar os aspectos apontados 
pela reportagem sobre a importância da atualização profi ssional durante a construção da 
carreira. https://goo.gl/2ab7Cu
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Novos Desafios para a Mediação 
Profissional
A questão social vem se modificando, o que observamos é a intensificação de 
suas características que são reforçadas pela desigualdade gerada pelo processo de 
acumulação capitalista.
Fonte: musingmind.org Fonte: iStock/Getty Images Fonte: iStock/Getty Images
As imagens acima retratam o contexto social atual. Visualizamos algumas das 
faces da questão social: temos o aumento da população em situação de rua que 
expressam a exclusão de uma maioria do mercado de trabalho, com taxas altas 
de desemprego.
15
UNIDADE A Instrumentalidade no Trabalho do Assistente Social
Também nos deparamos com a realidade dos jovens em conflito com a lei 
que sofrem a influência do individualismo característico do modelo econômico e 
social excludente 
E uma realidade expressiva mundialmente que é o envelhecimento da população. 
A imagem nos mostra também um aspecto que está se desenvolvendo, que é o 
aumento da expectativa de vida.
As imagens trazem desafios do cotidiano da prática profissional dos assistentes 
sociais. Os três eixos temáticos são universos particulares de atuação e que 
necessitam de articulações e propostas interventivas cada vez mais atualizadas.
 Nessa direção percebemos a importância da mediação para os profissionais, 
pois a partir das conexões com a realidade concreta trazida pelos usuários da 
assistência social, o profissional pode racionalizar as estratégias de atuação.
Observe os casos abaixo:
1. Pensemos na população em situação de rua: possuímos serviços públicos 
que realizam a abordagem à esse público na cidade de São Paulo, por 
exemplo. No cotidiano profissional, a área técnica e a equipe de orientadores 
socioeducativos precisam realizar articulações com a rede de serviços, 
tanto na área da assistência social, quanto na saúde, educação e outras 
áreas de conhecimento. Esse tipo de serviço está referenciado ao Centro 
de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) regionalizado. 
Pense na atuação desse serviço cotidianamente, como você articularia um 
caso considerando as perspectivas do serviço de abordagem social e da 
equipe profissional do CREAS? 
2. Agora abordemos a questão do envelhecimento da população. O atendi-
mento à população idosa torna-se cada vez mais complexo, pois a seguridade 
social, em seu tripé – Saúde, Previdência Social e Assistência Social - está 
defasada pela lógica de redução de direitos sociais em detrimento dos interes-
ses do capital. A aposentadoria, por exemplo, já não é mais garantia de um 
envelhecimento seguro para a população, principalmente para a população 
mais jovem. Outra questão que se apresenta com relação à população idosa 
são os cuidados que se dispensam a esse público com o decorrer do tempo, 
pois se o idoso perde sua autonomia para o auto-cuidado torna-se mister o 
acompanhamento sistemático da situação seja por familiares, ou pelo Estado, 
o que envolve um monitoramento assíduo desse público, principalmente ao 
encontro da elaboração de políticas públicas focalizadas para essas questões.
Pense nas questões contidas na descrição acima e em quais seriam suas consi-
derações sobre a temática e sobre a análise de contexto que pode ser realizada 
para a busca do entendimento e aprofundamento do mesmo.
A análise dos casos acima é um exercício para a prática profissional. A entrada 
no século XXI trouxe novas realidades para o Serviço Social, o que foi fortalecido 
pela tentativa de ruptura da profissão com os preceitos conservadores que foram 
cristalizados no histórico da área. A questão social apresenta-se de forma ampliada.
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[...] ao exponenciar a questão social com revigorados dispositivos de 
produção e reprodução de pobreza e desigualdade, ela os processa 
mediante a redução e o recorte dos direitos sociais. É no enfrentamento 
dessas expressões que se situam os principais desafios da profissão, 
exigindo dela que, sem ignorar os seus limites, amplie as suas 
possibilidades, articulando a sua intervenção com o movimento de 
outras categorias profissionais e sintonizando suas ações com as forças 
sociais que operam na sociedade (e, por vezes, no interior do Estado) 
para reverter as políticas e as estratégias que conduzem à barbarização 
da vida social. (NETTO in BAPTISTA, 2015, p. 24)
As relações e questões profissionais postas aos assistentes sociais são complexas 
e necessitam de articulações niveladas à sua complexidade. Nesse contexto é que 
observamos a importância de atualização profissional e constante interação acadê-
mica através do envolvimento e desenvolvimento de projetos de pesquisa, carreira 
docente. A conexão dos conceitos teóricos-metodológicos com a prática fazem do 
profissional assistente social um profissional privilegiado para o entendimento da 
conjuntura sócio-econômica e política da contemporaneidade, como estudaremos 
em momento posterior.
Importante!
• Estudamos;
• A Instrumentalidadedo trabalho dos assistentes sociais;
• A mediação como categoria de instrumentalidade profi ssional do Serviço Social;
• A necessidade de realizar mediações nos espaços de trabalho ocupados pelos 
assistentes sociais, bem como a constante atualização profi ssional para lidar com 
demandas emergentes no trabalho.
Em Síntese
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UNIDADE A Instrumentalidade no Trabalho do Assistente Social
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
Política Social: Temas & Questões
PEREIRA, P.A.P. Política Social: temas & questões. 2ed. São Paulo: Cortez, 2009.
Lutas Sociais e Redes de Movimento no Final do Século XX
VIANA,M.R. Lutas Sociais e redes de movimento no final do século XX. Serviço 
Social & Sociedade, São Paulo, ano XXI, n.64, p.34-56, nov.2000
Questão Social no Capitalismo
IAMAMOTO,M.V. A Questão Social no Capitalismo. In Revista Temporalis, Ano II, 
n. 3º, ABEPSS Janeiro a Junho de 2001.
Razão e Desrazão: A Lógica das Coisas e a Pós-Modernidade
FREDERICO,C. Razão e Desrazão: a lógica das coisas e a pós-modernidade. In: 
Serviço Social e Sociedade Nº 55 Ano XVII, São Paulo: Cortez, 1997.
18
19
Referências
BAPTISTA, M.V. A Prática Profissional do Assistente Social: teoria, ação, 
construção d conhecimento. 26 ed. São Paulo: Cortez, 2015.
GUERRA, Y,. O Projeto Profissional Crítico: estratégia de enfrentamento das 
condições contemporâneas da prática profissional. Serviço Social & Sociedade, nº 
91, ano XXVIII, EDITORA, setembro 2007.
CHIAVENATO, I. Teoria Geral da Administração. 6 ed. São Paulo: Campus, 2012.
MARX,K. O Capital: Crítica da Economia Política. V.1, L.1,T.2. São Paulo: Abril, 1984.
NETTO,J.P; BRAZ,M. Economia Política: uma introdução crítica. 8 ed. São 
Paulo: Cortez, 2012.
19

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