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1 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S 2 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S 3 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S Núcleo de Educação a Distância GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira. O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho. O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem. 4 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S Prezado(a) Pós-Graduando(a), Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional! Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as suas expectativas. A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra- dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a ascensão social e econômica da população de um país. Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida- de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos. Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas pessoais e profissionais. Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi- ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atu- ação no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe- rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de ensino. E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a) nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial. Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos conhecimentos. Um abraço, Grupo Prominas - Educação e Tecnologia 5 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S 6 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas! É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo- sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve- rança, disciplina e organização. Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho. Estude bastante e um grande abraço! Professora: Adriana Penna 7 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc- nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela conhecimento. Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in- formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao seu sucesso profisisional. 8 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S CAPÍTULO 01 INTRODUÇÃO 16A Importância das Informações Contábeis no Processo Decisório __ CAPÍTULO 02 CONTABILIDADE BÁSICA Conceitos e Aplicações ________________________________________ 13 Normas Brasileiras de Contabilidade ____________________________ 20 17O Operador do Direito Tributário ______________________________ Princípios Contábeis ___________________________________________ 21 CAPÍTULO 03 ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL/TRIBUTÁRIA Mecanismo de Contas ________________________________________ 28 Lançamentos Contábeis _______________________________________ 30 Métodos de Escrituração ______________________________________ 30 Livros Societários e Fiscais ______________________________________ 31 Introdução ao Estudo do Patrimônio ___________________________ 33 Fatos Contábeis _______________________________________________ 34 Aspectos Legais da Escrituração Contábil _______________________ 35 9 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S A Ideia da Escrituração Contábil como Exigência Fiscal ___________ 36 Perícias Contábeis _______________________________________________ 37 Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) ___________________________________________________________ 38 CAPÍTULO 04 O SIMPLES NACIONAL, A MICRO EMPRESA E AS EMPRESAS DE PE- QUENO PORTE CAPÍTULO 05 O ALCANCE DA LEI N. 11.638/07 E A LEI N. 11.941/09 Referências ____________________________________________________ 58 10 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S Dentre as várias áreas em que se desdobra ou que se especia- liza a Contabilidade, encontramos a Contabilidade Tributária, cujo obje- to de estudo concentra, obviamente, os tributos. Todos sabemos que o objetivo maior de uma organização empre- sarial, qualquer que seja seu objeto, como produzir bem ou prestar serviços, é gerar lucro para seus proprietários ou acionistas, embora saibamos tam- bém que ela possui uma função social uma vez estar inserida na sociedade. Pois bem, além de diretamente atender a necessidade e dese- jos das pessoas e demais instituições de uma nação, a empresa gera empregos e paga impostos, assim, contribui de forma indireta, para o desenvolvimento econômico da nação. Continuando a construção do arcabouço que pretendemos de- senvolver ao longo desta apostila, voltemos à Contabilidade! Para SÉRGIO DE IUDÍCIBUS E JOSÉ CARLOS MARION INTRODUÇÃO C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S 10 11 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S (1999, p. 56) a contabilidade tem por objeto o estudo do patrimônio, atra- vés da utilização de métodos especialmente desenvolvidos para coletar, registrar, acumular, resumir e analisar todos os fatos que afetam a situ- ação patrimonial das pessoas físicas ou jurídicas, seja esse patrimônio resultante da consolidação de patrimônios de outras entidades distintas ou a subdivisão do patrimônio de uma entidade em parcelas menores que mereçam ser acompanhadas em suas mutações e variações. Essas informações contábeis, que acompanham as mutações e variações possuem muitos usuários, dentre eles os usuários internos que são representados pelos administradores e funcionários e os usuários externos que são os acionistas, credores e autoridades governamentais. Pessoas que, direta ou indiretamente, tenham interesse na avaliação da si- tuação e do desenvolvimento da entidade (PORTON; LONGARAY, 2006). Assim, a Contabilidade, segundo HENRY FAYOL (1994), cons- titui-se no órgão de visão das empresas. Nesse sentido, deve revelar, a qualquer momento, a posição e o rumo do negócio. Deve dar informações exatas, claras e precisas sobre a situação econômica da empresa. Enten- de-se desta premissa, que uma boa contabilidade, simples e clara, que dê ideia exata das condições da empresa, é um poderoso meio de direção. A contabilidade influencia a tomada de decisões em uma em- presa à medidaque o gestor se utiliza das informações por ela gerada. Há, por parte dos administradores, necessidade de informações ade- quadas e oportunas para subsidiar o processo decisional das empre- sas. O fato de se poder contar com as informações em tempo hábil é de fundamental importância para o processo decisório da empresa. A Contabilidade Tributária, por sua vez, é um campo de estudo e de aplicação das Ciências Contábeis, que se ocupa da contabilização por meio de lançamentos adequados das operações das empresas que produzam o fato gerador dos tributos incidentes sobre lucros ou resulta- dos superavitários que geram obrigações tributárias principais. No Bra- sil os referidos tributos são de legislação da União, basicamente Impos- to de Renda (IR) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Outros tributos brasileiros exigem escrituração e cálculos diver- sos, não só da União, mas também dos estados, municípios e Distrito Fe- deral. A rigor, essa especialização não faz parte da Contabilidade Tributária, mas de uma atividade específica conhecida como Escrita ou Escrituração Fiscal, cuja realização depende de conhecimento da legislação de cada tri- buto (Direito Financeiro), sem envolver conhecimentos mais amplos sobre Teoria Contábil e Economia Empresarial, por exemplo. LUIZ MARTINS OLIVEIRA et al (2003) conceituam a Contabilidade Tributária como o ramo da contabilidade responsável pelo gerenciamento dos tributos incidentes nas diversas atividades de uma empresa, ou grupo de 12 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S empresas, adaptando ao dia-a-dia empresarial as obrigações tributárias, de forma a não expor a entidade às possíveis sanções fiscais e legais. LÁUDIO CAMARGO FABRETTI (2001, p. 27) conceitua a Con- tabilidade Tributária como “o ramo da contabilidade que tem por objetivo aplicar na prática conceitos, princípios e normas básicas da contabilida- de e da legislação tributária, de forma simultânea e adequada.” De maneira simplificada, mas não menos importante, podemos dizer que Contabilidade Tributária é uma expressão utilizada para designar o conjunto de ações e procedimentos visando apurar e conciliar a geração de tributos de uma entidade. Também chamada de “Contabilidade Fiscal”. A escrituração contábil regular propicia informações importan- tes para a apuração de tributos. Daí dizer-se que a contabilidade pres- ta-se a cálculos diversos nesta apuração, como, por exemplo: 1. Base de cálculo do PIS e COFINS. 2. Lucro apurado para fins de IRPJ e CSLL. 3. Registro de tributos compensáveis (IRF e outras retenções tributárias). Desta forma, é imprescindível aos contribuintes manterem es- treito controle sobre sua situação patrimonial, já que informações incor- retas podem gerar distorções na apuração dos tributos devidos. Pois bem, para atender aos objetivos específicos do curso, não podemos nos furtar a estudar, analisar e entender a Contabilidade Tri- butária como ramo da Ciências Contábeis que visa aplicar as normas básicas da Contabilidade e da Legislação Tributária, apurando correta- mente o resultado econômico do exercício social (lucro contábil) e, em seguida, atender de forma extra contábil às exigências das legislações do Imposto de Renda pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), determinando a base de cálculo fiscal para a formação das provisões destinadas ao pagamento desses tribu- tos, as quais serão abatidas do resultado contábil, para a determinação do lucro líquido do período base apurado. Ressaltamos em primeiro lugar que embora a escrita acadêmica tenha como premissa ser científica, baseada em normas e padrões da aca- demia, fugiremos um pouco às regras para nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos científicas. Em segundo lugar, deixamos claro que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores, incluindo aqueles que con- sideramos clássicos, não se tratando, portanto, de uma redação original. Ao final do módulo, além da lista de referências básicas, en- contram-se muitas outras que foram ora utilizadas, ora somente consul- tadas e que podem servir para sanar lacunas que por ventura surgirem ao longo dos estudos. 13 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A SCONCEITOS E APLICAÇÕES A evolução da Contabilidade, principalmente a sua ciência, de- senvolvida e utilizada, é rica em detalhes e interessante não somente do ponto de visto histórico, mas principalmente em termos de progressos e avanços, entretanto, não é pertinente ao momento, contá-la. Vamos fazer um recorte e situar a ciência e seus operadores exatamente no século XXI. Mercado globalizado, competição acirrada, carga tributária alta são alguns dos motivos que levam qualquer profissional, a deter um conhecimento vasto e qualificado. Diante das novas necessidades do mercado, que dispõe de muitas informações em reduzido espaço de tempo, e devido às inova- ções tecnológicas, é exigido do profissional ética, agilidade diante dos problemas, auxílio na tomada de decisões, além de manter-se atualiza- CONTABILIDADE BÁSICA C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S 13 14 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S do continuamente. HILÁRIO FRANCO (1999, p. 86) já afirmava que as expec- tativas da sociedade crescem continuamente, uma vez que ela vê a profissão contábil como capaz de enfrentar os desafios do futuro e de cumprir suas responsabilidades. A profissão tem, portanto, de avaliar e reconhecer até onde ela pode atender às expectativas da socieda- de, sempre crescentes, adaptando-se às novas situações, e assim, seu crescimento será assegurado. Isso exigirá constante comparação entre as expectativas da sociedade e a capacitação dos membros da profissão para atender a essas expectativas. Ela terá, portanto, de atualizar constantemente seus conhecimentos para justificar sua afirmação de que pode atender às necessidades da sociedade. Antigamente, o mercado de trabalho não exigia dos profissio- nais da área de Contabilidade o ensino superior, por isso a figura do técnico de Contabilidade supria as necessidades deste mercado. Diante das expectativas em torno do crescimento do profissional contábil, po- demos verificar que este, vem buscando a evolução e amadurecimento para atender o mercado. Igualmente ao operador do direito somam-se as mais variadas competências e habilidades para atender com esmero a quem solicitar seus préstimos. A Contabilidade disponibiliza neste século muitas áreas de atu- ação para este profissional: a) Planejamento Empresarial: planejador tributário; analista fi- nanceiro; contador geral; auditor interno; contador de custos; contador gerencial; atuário. b) Ensino: Professor; pesquisador; escritor; conferencista. c) Autônomo: auditor independente; consultor; empresário con- tábil; investigador contábil; perito de fraudes. d) Em órgão público: contador público; agente ou auditor fiscal; tribunal de contas; oficial contador e outros cargos públicos. Mas o que faz esse profissional? Como é o processo de traba- lho exigido pela legislação? Segundo SÉRGIO DE IUDÍCIBUS (2000, p. 23), o objetivo básico da contabilidade “[...] pode ser resumido no fornecimento de informações econômicas para os usuários, de forma que propiciem decisões racionais”. Para isso, “[...] seria necessário um conhecimento do modelo decisório do usuário, a fim de delinear o conjunto e informações pertinentes”. Conforme MÁRCIA MARTINS MENDES DE LUCA (1998, p. 20), a contabilidade é um elemento essencial a qualquer organismo econômico, visto que demonstra as necessidades e transformações econômicas pelas quais ele passa. Assim, estas informações, nortea- 15 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S doras para obom desempenho de qualquer instituição organizada, são distribuídas via relatórios contábeis a todas as pessoas envolvidas com o processo de crescimento da empresa, para que as tomadas de deci- sões sejam executadas de forma consistente e eficiente. Nesse sentido, a contabilidade constitui um sistema de infor- mação e avaliação para a tomada de decisões de uma empresa, já que fornece aos seus usuários demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, física e de produtividade, com relação à entidade objeto de contabilização. A tomada de decisões desempenha um papel relevante na contabilidade. Sua importância tem sido ressaltada frequentemente nas definições dos objetivos da contabilidade. Entretanto, para que a conta- bilidade consiga atender a esse objetivo e, consequentemente, as ne- cessidades dos seus usuários, mister se faz que essa informação seja útil, oportuna, tempestiva, confiável e relevante. Mais uma vez quem relata com propriedade a situação é SÉR- GIO DE IUDÍCIBUS (2000, p. 19) ao dizer que a contabilidade pode ter seus objetivos estabelecidos considerando-se duas abordagens: na primeira ela deve fornecer informações iguais para todos os usuários; na segunda a contabilidade precisa dar informações diferenciadas con- forme a necessidade individual de cada um. Ele sugere, ainda, uma terceira abordagem em que a contabi- lidade comporia um banco de dados com informações contábeis per- mitindo que cada usuário possa acessá-lo de forma flexível, ou seja, consiga extrair dados para atender sua vontade ou seus parâmetros. A dificuldade identificada sempre recai sobre o usuário da infor- mação contábil (principalmente o interno), pois fazer uma avaliação do modelo de cada tipo de tomador de decisão seria impraticável dentro da Teoria da Contabilidade. A contabilidade, como ferramenta voltada para o fornecimento de informações, tem no seu bojo a preocupação com o usuário, pessoa que irá receber o produto informação. A importância do usuário esta ex- plícita em várias definições de contabilidade e em seus objetivos. A tomada de decisões, quase sempre, é estudada na visão do investidor e do credor, ambos usuários externos. Raramente é enfocada sua utilidade para o gestor (usuário interno). Desse modo, conforme JONI YOUNG (2006), os relatórios e as práticas contábeis, ao longo do tempo, foram sendo definidos para atender somente a esse tipo de usuário. Cada tomador de decisão julga, por sua vez, qual informação contábil é útil, e este julgamento é influenciado por fatores como: os tipos de decisão a serem tomadas, os métodos de decisão a serem 16 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S usados, a informação obtida através de outras fontes e a capacidade do tomador de decisões em processar a informação. Considerando a contabilidade como fornecedora de informa- ções, KIRSI-MARI VIHERMAA (2008) destaca que a identificação des- tes usuários e das finalidades, pelas quais estes necessitam destas in- formações, afeta os métodos de coleta, mensuração e transmissão das informações contábeis. Neste sentido, a autora identifica três grupos de usuários da informação contábil: a)Gestores: As informações contábeis se destinam a auxiliar o processo decisório; b)Stakeholders: Geralmente, estão interessados nas informa- ções econômicas e financeiras de uma entidade; c) Governos: As informações são utilizadas para fins de tributa- ção e/ou regulamentação. Neste mesmo sentido, HORNGREN, SUNDEM e STRATTON (2004, p. 4) descrevem que, sendo o objetivo da contabilidade auxiliar na tomada de decisão, três seriam os grupos dos usuários das informa- ções contábeis: 1. Gestores internos que usam a informação para o planeja- mento e controle, a curto prazo, de operações rotineiras. 2. Gestores internos que usam a informação para tomar deci- sões não rotineiras (por exemplo, investir em equipamentos, determinar o preço de produtos e serviços, decidir a que produtos dar relevo ou não) e formular as políticas gerais e planos de longo prazo. 3. Usuários externos, tais como investidores e autoridades go- vernamentais, que usam a informação para tomar decisões a respeito da empresa. As formas como estes grupos utilizam as informações contá- beis, permitem a classificação destas em duas categorias: i) Informações gerenciais: transmitem conteúdos que auxiliam os gestores em suas tarefas organizacionais, em especial, no processo decisório; ii) Informações financeiras: transmitem conteúdo sobre os fe- nômenos econômicos da entidade. A IMPORTÂNCIA DAS INFORMAÇÕES CONTÁBEIS NO PROCES- SO DECISÓRIO A contabilidade é uma das responsáveis por fornecer informa- ções sobre a gestão das organizações. As informações contábeis as- sumem relevância primordial na tomada de decisões acertadas, visto 17 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S que fornecem análises temporais, avaliações e subsídios para diversas circunstâncias, envolvendo o patrimônio da empresa. Estas informações influenciam as tomadas de decisão, motivan- do os membros de uma organização a agirem visando atingir as metas e os objetivos desta. Entretanto, conforme atesta a literatura estrangeira, de acordo com ADELA DEACONU, CRINA FILIP E ANUTA BUIGA (2008, p. 1), as informações contábeis somente serão utilizadas nas tomadas de decisões, se os usuários puderem avaliar a qualidade dessas informações. Segundo ELDON HENDRIKSEN e MICHEL VAN BREDA (1999, p. 135), é necessário estudar como os usuários das informações contábeis tomam decisões para que, ao determinar como isso ocorre, sejamos capazes de deduzir que informação teria mais valor para eles. No estudo das decisões tomadas pelos usuários, bem como do impacto dessas decisões sobre o fornecimento de informações, os teóricos da contabilidade têm adotado dois enfoques: normativo e positivo. Ainda de acordo com esses autores, é importante estudar o en- foque positivo, que consiste em perguntar como as pessoas realmente tomam decisões, pois este enfoque permite identificar a informação que é mais útil. O OPERADOR DO DIREITO TRIBUTÁRIO Os operadores do Direito Tributário, entendendo-se estes como os contadores tributários, juristas, auditores e quaisquer outros que lidam com as questões fiscais, precisam continuamente interpretar normas tributárias com marcante presença de conceitos contábeis. Para contribuir e fazer fluir as suas interpretações e decisões, é preciso compreender como a linguagem contábil se insere no conjunto das normas jurídicas, ou seja, como ela se deforma, transforma e ganha perfil de juridicidade (MARTINEZ, 2010). Para qualquer operador do Direito Tributário, bem como para profissionais contábeis que enfrentam as questões tributárias, a contabili- dade tem papel da maior relevância, constituindo, entre outros aspectos: i) meio de prova de eventos tributários; ii) elemento estrutural na fenomenologia da incidência tributária; iii) fundamento para deveres instrumentais (obrigações aces- sórias). Em vários tributos do sistema brasileiro, a linguagem contábil permeia de forma marcante o fenômeno da incidência tributária; assim, torna-se crucial entender como essa linguagem contábil irá adaptar-se à linguagem jurídica. 18 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S A contabilidade desempenha papel relevante tanto no Direito Tributário Substantivo - na definição do objeto do comportamento (paga- mento do tributo), identificando e mensurando as variações patrimoniais - quanto no Direito Tributário Formal - servindo para prescrever deve- res instrumentais associados à escrituração contábil-fiscal. A linguagem contábil permeia com tamanha intensidade as relações jurídicas em ge- ral, que, provavelmente, a Contabilidade seja área de conhecimento não jurídico das mais juridicizadas, circunstância normalmente reconhecida pelos próprios profissionais da área contábil (MARTINEZ,2010). A linguagem contábil possui fundamentalmente função descri- tiva, voltada prioritariamente a relatar todos os eventos econômicos que têm reflexo sobre o patrimônio de determinada entidade. Na descrição das transações econômico- financeiras, a linguagem contábil procura, através de seus métodos e procedimentos, evidenciar estática e dinami- camente o que ocorreu com o patrimônio, bem como descrever o valor do conjunto patrimonial em determinado período e como este variou entre um período e outro. O Direito e a Contabilidade são áreas do conhecimento que ca- minham juntas e se complementam desde longa data, acompanhando a evolução da sociedade. A Contabilidade, orientada para o controle e registro dos atos e fatos da administração econômica, serve como fer- ramenta para, entre outras funções, a prestação de contas entre sócios ou às autoridades responsáveis pela arrecadação de tributos. Nesse contexto, verifica-se que, na prática, a linguagem con- tábil, além das normas e princípios próprios da Contabilidade, mantém fortes laços com instrumentos normativos presentes no Direito Positivo. Justifica-se, portanto, a necessidade de os operadores do Direito co- nhecerem o sentido jurídico da linguagem contábil. A Contabilidade, como técnica informativa financeira, tem ser- vido como meio de prova idôneo no campo jurídico. Já no mundo antigo, o Direito utilizava os informes contábeis como meio probatório nos contratos de crédito. Com o surgimento do Direito Mercantil, durante a Idade Média, nas prósperas cidades italia- nas, o Direito passa a normatizar de forma mais aprofundada a Con- tabilidade. O Direito, nessa fase da história, regulamentou as formas pelas quais a técnica contábil poderia ser utilizada como meio de prova, e instituiu a obrigação da escrituração contábil, atitude que se conserva até nossos dias (GERTZ MANERO, 1969 citado por MARTINEZ, 2010). Desde o final do século XVIII, no campo do Direito Público, em particular do Direito Tributário, a técnica contábil se converteu no instru- mento mais usado para computar os créditos fiscais e para a satisfação das necessidades do erário. 19 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S Outros ramos do Direito (penal, trabalhista e civil) utilizam as técnicas contábeis para seus objetivos particulares, pela legislação ex- pressa que trata de aspectos contábeis. Esse conjunto de instrumentos jurídicos prescritivos que regulam a técnica contábil pode, com finalidades didáticas, ser classificado como um ramo próprio do Direito, sendo definido a priori pelo fato de tais instru- mentos terem um objeto comum: a normatização da técnica contábil. É possível dizer que o Direito Contábil, “segmento” do Direito, tem como con- teúdo a ordem normativa que trata da linguagem contábil (conhecimento contábil) juridicizada (VIANDIER, 2003 apud MARTINEZ, 2010). Adota-se aqui a doutrina segundo a qual o Direito é uno e in- terligado, sendo irrelevantes as supostas “autonomias científicas” dos seus diversos ramos. Portanto, a identificação do Direito Contábil tem como propósito definir um espaço do saber jurídico, didaticamente iden- tificado. Entretanto, ressalte-se que esse aspecto não compromete a visão sistêmica, nem o cânone da unidade, sobre o qual urge analisar o Direito. Adicionalmente, o Direito Contábil, como todos os demais “seg- mentos” do Direito, funda-se na Teoria Geral do Direito. Podemos dizer que o Direito Contábil está na intersecção do Direito e da Contabilidade, ou seja, entre os conhecimentos jurídicos e os conhecimentos contábeis. O Direito Contábil Positivo é, então, o conjunto de instrumentos jurídicos prescritivos que regulam a técnica contábil, constituindo, para fins didáticos, ramo autônomo do Direito, em virtude da unidade que se obtém da análise de um tema comum: a técnica contábil. Entre os as- pectos aos quais o Direito Contábil se reporta, cabe destacar: i) a obrigatoriedade da escrituração contábil; ii) a contabilidade como meio de prova; iii) a elucidação dos conceitos contábeis (LAUZAINGHEIN et al. 2004 citado por MARTINEZ, 2010). Nesse contexto, a Ciência do Direito Contábil trataria do con- junto de enunciados declarativos que têm como propósito descrever o conjunto das normas jurídicas contábeis. Essa ciência estudaria o conteúdo das normas jurídicas contá- beis, em concepção sistêmica para o Direito. O cientista do Direito Contá- bil deve fazer considerações críticas do direito-objeto (e portanto de sua linguagem). Ao refletir sobre a natureza do objeto do Direito Contábil, ele constrói o que poderia ser entendido como a doutrina jurídico-contábil. É importante ter em vista que a Contabilidade estuda os fatos que produzem variações patrimoniais, classificando-os de modo a for- necer elementos para a orientação da riqueza. Alguns dos métodos do qual ela se serve foram juridicizados, o 20 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S que se justifica pela necessidade de salvaguardar os direitos individuais decorrentes das relações jurídicas. Os métodos usados pela Contabilidade para registrar fatos contábeis de interesse jurídico sofrem as limitações impostas pelas leis e demais instrumentos normativos. Segundo ANGELIS (2008, p. 20 citado por MARTINEZ, 2010), “os fatos contábeis não serão jurídicos enquanto não ingressarem pela porta do Direito, como fontes materiais. Um fato contábil e um dever de natureza contábil são irrelevantes na esfera jurídica se não se materia- lizarem em linguagem jurídica competente”. O Direito incide sobre os fatos contábeis, mas a natureza destes é diferente, pois a Contabilidade tem por objeto essencial a grandeza econô- mica do patrimônio e suas variações em face dos atos de gestão, enquanto o Direito aprecia os fenômenos do ponto de vista da harmonia social. Portanto, podemos inferir que nem todas as relações de Direito correspondem a fatos contábeis e nem todos os fatos contábeis criam relações jurídicas novas. São bastante estreitas as relações da Contabilidade com vá- rias das subáreas do Direito. O Direito Comercial e o Direito Societário - o segundo, principalmente – contêm normas de escrituração aplicáveis a todas as empresas. O Direito Industrial e a Legislação Trabalhista devem ser con- sultadas em assuntos ligados à contabilidade de custos. Os diversos ramos do Direito Público, particularmente o Direito Constitucional e o Direito Administrativo, estabelecem normas que de- vem ser seguidas na escrituração das operações de contabilidade públi- ca. No Direito Processual, no Direito Penal e, principalmente, no Direito Tributário, encontramos normas que a contabilidade não pode ignorar. NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE As Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC) constituem-se num conjunto de regras e procedimentos de conduta que devem ser ob- servados como requisitos para o exercício da profissão contábil, bem como os conceitos doutrinários, princípios, estrutura técnica e procedimentos a serem aplicados na realização dos trabalhos previstos nas normas aprova- das por resolução emitidas pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC). As Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo CFC de- vem seguir os mesmos padrões de elaboração e estilo utilizados nas normas internacionais e compreendem as Normas propriamente ditas, as Interpretações Técnicas e os Comunicados Técnicos. 21 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S As Normas Brasileiras de Contabilidade classificam-se em Pro- fissionais e Técnicas e estabelecem preceitos de conduta profissional e padrões e procedimentos técnicos necessários para o adequado exer- cício profissional. A Interpretação Técnica tem por objetivo esclarecer a aplica- ção das Normas Brasileiras de Contabilidade, definindo regras e pro- cedimentos a serem aplicados em situações, transações ou atividades específicas, sem alterar a substânciadessas normas. O Comunicado Técnico tem por objetivo esclarecer assuntos de natureza contábil, com a definição de procedimentos a serem observados, considerando os interesses da profissão e as demandas da sociedade. A inobservância às Normas Brasileiras de Contabilidade cons- titui infração disciplinar sujeita às penalidades previstas nas alíneas de “c” a “g” do art. 27 do Decreto-Lei nº 9.295/46, alterado pela Lei nº 12.249/10, e ao Código de Ética Profissional do Contador. PRINCÍPIOS CONTÁBEIS Os Princípios de Contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos científico e profissional. Considerando a estrutura conceitual básica da Contabilidade, SÉRGIO DE IUDÍCIBUS; JOSÉ CARLOS MARION (2000, p. 97) e ou- tros estudiosos os classificam em postulados, princípios e convenções. Os postulados são premissas básicas para existência da con- tabilidade, ou seja, são a base para a existência da contabilidade, ou ainda, uma proposição ou observação de certa realidade que pode ser considerada não sujeita a verificação. De acordo com EDSON COR- DEIRO DA SILVA (2008) não precisam ser comprovadas, porque ocorre uma aceitação geral por parte das pessoas. Os postulados são considerados pela Resolução n.º 750/1993 – CFC como Princípios Fundamentais e são compostos de: • Entidade Contábil: a pessoa física ou jurídica para quem é mantida a contabilidade. O Patrimônio da entidade não se confunde com o dos seus sócios. • Continuidade: o trabalho contábil é contínuo. Refere-se à en- tidade que está funcionando com prazo indeterminado. Os princípios orientam quanto aos procedimentos que devem ser seguidos na realização dos registros contábeis; são preceitos básicos. As convenções delimitam o campo de atuação dos princípios, estabelecendo critérios a serem observados na aplicação dos mesmos. 22 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S Os princípios contábeis adotados nas Normas Brasileiras de Contabilidade não se opõem aos da estrutura conceitual básica da Con- tabilidade. No entanto, estes apresentam maior abrangência e classifi- cação científica, sendo, portanto, mais completos e mais específicos em relação a atuação do contador. Os princípios Fundamentais de Contabilidade são aqueles elencados no art. 3º da Resolução citada anteriormente. Prescreve ain- da o § 2º, do art. 1º, da mesma norma que “na aplicação dos Princípios Fundamentais de Contabilidade há situações concretas e a essência das transações deve prevalecer sobre seus aspectos formais”. Ou seja, a cada situação o contabilista deve analisar se a forma jurídica confere com a essência econômica do fato contábil. Caso não confira a essên- cia deve prevalecer sobre a forma. Alguns autores consideram essa assertiva como um princípio “embrionário”. De acordo com HERALDO DA COSTA REIS (1995, p. 7), os princípios contábeis constituem a essência das doutrinas e teorias rela- tivas à ciência da contabilidade, segundo entendimento dominante no universo científico profissional brasileiro. CHARLES HORNGREN (1985, p. 394), por sua vez, afirma que os princípios contábeis transformaram-se em princípios de aceita- ção geral por consenso, sendo ainda que tal consenso não é influencia- do somente pela análise lógica formal, mas também pela experiência, pelo uso e pela necessidade prática. Segundo SÉRGIO DE IUDÍCIBUS (2004), as convenções contábeis delimitam ou qualificam melhor o tipo de comportamento ne- cessário do contador em face dos amplos graus de liberdade que os postulados e princípios lhe permitem exercer. São restrições que re- presentam o complemento dos postulados e princípios delimitando-lhes conceitos e atribuições (IUDÍCIBUS; MARION, 2000, p. 121). São nor- mas de caráter prático que devem ser consideradas como guias. Con- servadorismo, Consistência, Materialidade e Objetividade são as quatro convenções aceitas pelos doutrinadores. Os princípios são aplicáveis à contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o Patrimônio das Entidades. São Princípios de Contabilidade : 23 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S 24 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S A observância dos Princípios de Contabilidade é obrigatória no exercício da profissão e constitui condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC). Por exemplo, o princípio de competência, que exige o registro das receitas e despesas no período que ocorrerem, não pode ser subs- tituído por adoção do regime de caixa (onde as receitas e despesas são registradas somente por ocasião de seu pagamento) (ZANLUCA, 2012). As convenções contábeis determinam limites no procedimento de atuação do contador; definem e até alteram parcialmente o conteú- do dos princípios, melhorando mais seu significado. São características das convenções contábeis: • Objetividade - os registros contábeis têm que estar suporta- dos por documentos que geram transações ou evidências que ajudam na avaliação. • Materialidade - toda informação contábil origina um custo e só tem sentido executar a informação se o benefício (o usuário ou sistema) representar um valor maior que o custo da informação (papel, equipamen- to, salários, encargos etc.) registrado pela contabilidade, por exemplo: pe- quenos valores gastos com passagens de ônibus, metrô, postagens de correspondências, entre outros, podem acarretar vários lançamentos con- tábeis; então, para evitar um grande número de registros, faz-se periódica, semanal, quinzenal ou mensalmente, um único lançamento desses lança- mentos, sempre considerando a documentação que suporta tais gastos. • Consistência - significa que, uma vez adotado determinado critério contábil, não deverá ser mudado sem um motivo sério e em períodos apropriados para tal modificação; por exemplo, se a empresa escolhe um tipo de controle de estoque com base no critério de apura- ção do custo, como, por exemplo, custo médio, PEPs etc., consistente- mente, deverá utilizar esse tipo de controle pelo menos até terminar o período (exercício social) de maneira que não comprometa a qualidade das informações contábeis já apuradas. • Conservadorismo - manter a coerência na comunicação das informações; uma boa conduta do contador é a de se resguardar para não gerar expectativas futuras que possam não se cumprir. Segundo os Princípios Fundamentais da Contabilidade (PFC), a contabilidade esco- 25 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S lherá o que apresentar o menor valor atual para o ativo e o maior para as obrigações representadas no passivo (SILVA, 2008). 26 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S Para que a Contabilidade atinja um dos seus objetivos que é de apresentar uma demonstração correta, torna-se necessário que, em cada operação, o raciocínio seja o mesmo, isto é, cada operação que a empresa faz deve ter origem e fim. Antes de abordar os aspectos legais, é importante ressaltar que sem escrituração não há contabilidade, sem contabilidade não há gestão e sem gestão o empresário fica sujeito a grandes problemas em função da responsabilidade assumida com governo, fornecedores e funcionários. Não fazer escrituração é aventurar-se e são poucas as chances de sucesso. A legislação estabelece tratamentos diferentes para as empre- sas em função do seu porte e ramos de atividade. As micro e pequenas empresas têm atenção especial no sistema tributário, estando dispen- sadas de algumas formalidades, no entanto devem escriturar os fatos ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL/ TRIBUTÁRIA C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S 26 27 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S contábeis, poisa contabilidade não é feita exclusivamente para o fisco. A Contabilidade é o principal instrumento da gestão patrimonial e deve atender aos interesses de todos os usuários da informação con- tábil. Obviamente que a principal aplicação da contabilidade é o campo gerencial, mas pela grande diversidade de usuários ela deve assumir uma posição de independência. Notadamente, há conflitos entre as necessidades dos empre- sários e as necessidades do governo na produção das informações contábeis. Por uma parte, a contabilidade é reconhecida pela grande importância em todas as entidades, por outra parte, recebe uma dema- siada carga de regulamentações governamentais. As instituições financeiras e as companhias de capital aberto estão sujeitas às regulamentações da Lei n. 6404/76 e vinculadas às normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários. Em princípio essas instituições são mais regulamentadas por exercerem importan- te papel na economia através da capitação de recursos no mercado financeiro, mediante a venda de ações nas Bolsas de Valores. Daí a necessidade e a importância da auditoria independente para assegurar a veracidade e transparência das peças contábeis. Segundo o art. 177 da Lei n. 6404/76 com algumas inclusões dadas pela Lei. 11.638/07, a escrituração da companhia será mantida em registros permanentes, com obediência aos preceitos da legislação co- mercial e desta lei e aos princípios de contabilidade geralmente aceitos, devendo observar métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo o regime de competência. § 1º As demonstrações financeiras do exercido em que houver modificação de métodos ou critérios contábeis, de efeitos relevantes, deverão indicá-la em nota e ressaltar esses efeitos. § 2º A companhia observará em registros auxiliares, sem modi- ficação da escrituração mercantil e das demonstrações reguladas nesta lei, as disposições da lei tributária, ou de legislação especial sobre a atividade que constitui seu objeto, que prescrevam métodos ou critérios contábeis diferentes ou determinem a elaboração de outras demonstra- ções financeiras. § 3° As demonstrações financeiras das companhias abertas observarão, ainda, as normas expedidos pela Comissão de Valores Mo- biliários e serão obrigatoriamente auditadas por auditores independen- tes registrados na mesma comissão. § 4° As demonstrações financeiras serão assinadas pelos ad- ministradores e por contabilistas legalmente habilitados. A lei. 11.638/07 incluiu ainda a necessidade de registrar as de- monstrações financeiras em livros auxiliares, sem modificação da escri- 28 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S turação mercantil. Resumindo, a criação de uma nova possibilidade, além da que já estava prevista na Lei da S/A, de segregação entre a escrituração mer- cantil e a escrituração tributária, pois agora há a alternativa de adotar as disposições da legislação tributária na escrituração mercantil, e não ape- nas em livros auxiliares. Para isso, após a apuração da base de cálculo para a tributação, devem ser efetuados os ajustes necessários para que as demonstrações financeiras fiquem em consonância com a Lei das S/A e os princípios fundamentais da contabilidade e estas demonstrações de- verão ser auditadas pelo auditor independente registrado no CVM. MECANISMO DE CONTAS O método utilizado para registrar os fatos contábeis é o Método das Partidas Dobradas, inventado no século XIV e que veio sendo aper- feiçoado ao longo dos séculos, consistindo em fazer débitos e créditos no mesmo valor para cada operação. A cada débito deve corresponder um ou mais créditos no mesmo valor do débito e vice versa ou, para cada crédito, deve corresponder um ou mais débitos no mesmo valor do crédito. A funcionalidade desse método requer algumas regras, como: De forma bem simplificada: para lançamento a débito, deve corresponder um lançamento a crédito e vice versa. Inúmeros autores são unânimes em afirmar que o método das partidas dobradas permite a visualização da situação de uma certa en- tidade no presente mediante o registro dos fatos passados ao longo da vida da empresa. Outras vantagens apontadas são: - O método fornece mecanismos para evitar erros devido à du- alidade necessária. - É fundamental uma contabilidade sistemática e em ordem de transações para se empregar o método. Este método diz que todo débito corresponde a um crédito de mesmo valor; isso significa que em todo lançamento contábil são usadas, 29 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S no mínimo, duas contas, uma de débito e outra de crédito do mesmo valor. Geralmente usa-se o razonete em T como mostra a ilustração abaixo: O razonete é empregado principalmente para fins didáticos. Ele mostra todos os valores lançados a débito, lado esquerdo do “T” e/ ou a crédito, lado direito, da conta num certo período, além do respecti- vo saldo, indicado no lado esquerdo, se for devedor, ou no lado direito, se credor. O razonete nada mais é que uma razão simplificada. Assim sendo, a conta devedora é sempre inscrita em primeiro lu- gar e ocupa a coluna da esquerda, enquanto a conta credora é sempre inscrita em segundo lugar e ocupa a coluna da direita. A conta credora deve estar antecipada pela partícula “a”. A soma dos valores dos débitos deve ser sempre igual à soma dos valores dos créditos (SANTOS et al, 2004). A conta é uma denominação contábil para um fato acontecido, ele pode ser repetitivo e ter a mesma natureza. Existem contas Patri- moniais (ativo, passivo e patrimônio líquido) e as contas de resultado (receitas, custos, despesas, perdas e ganhos). Em outras palavras e ao mesmo tempo reforçando o dito, quan- do se trata de débito e crédito, temos alguns tipos de conta: Enfim, as contas registram as variações patrimoniais, mostram 30 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S as espécies de fatos contábeis que determinaram as modificações no resultado. LANÇAMENTOS CONTÁBEIS O lançamento representa um registro de um fato contábil con- siderando o método das partidas dobradas; é feito em ordem cronoló- gica e seguindo as normas e os princípios contábeis. O lançamento é uma parte da escrituração. Os principais elementos do lançamento são: data de operação; conta debitada; conta creditada; histórico e valor em moeda nacional. MÉTODOS DE ESCRITURAÇÃO Por definição, escrituração é o registro dos fatos patrimoniais de forma contínua e metódica, tendo como apoio a documentação rela- tiva a estes fatos; isto é, o conjunto de lançamentos contábeis. A escrituração completa é composta pelos lançamentos con- tábeis e pelas demonstrações financeiras elaboradas no encerramento de cada exercício social, podendo ser manual, mecanizado ou por pro- cessamento de dados. Todo lançamento deve estar apoiado em documentos hábeis e idôneos e adequados ao tipo de operação, na sequência temos o Registro dos fatos no livro Diário; Transcrição dos registros para o livro Razão; Elaboração do Balancete de Verificação; Apuração do Resul- tado e elaboração das demonstrações contábeis (Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício), transcrevendo-se estas demonstrações no livro Diário. As demonstrações pode-se definir como o processo de presta- ção de informações úteis, oportunas e adequadas, conforme a necessi- dade do usuário. A escrituração contábil de uma companhia é exigida pela le- gislação comercial. A legislação do Imposto de Renda, artigo 251 do Regulamento do Imposto de Renda (RIR/99) e artigo 177, § 22, Lei nº 6.404/76, estabelece que a pessoa jurídica sujeita à tributação baseada no lucro real deve conservar os registros contábeis, observando as leis comerciais e fiscais, as quais devem constar todas as transações feitas pela empresa, os resultados apurados nas atividades em todo o terri- tório nacional, apresentandolucros, rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior (BARROS, 2003). 31 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S Vale a pena ressaltar que a legislação do Imposto de Renda esta- belece três maneiras de tributação dos rendimentos das pessoas jurídicas e das empresas individuais a elas equiparadas (SANTOS et al , 2004): - Declaração de rendimentos com base no lucro real (anual ou trimestral). - Declaração de rendimentos com base no lucro presumido. - Declaração de rendimentos com base no lucro arbitrado. As empresas que têm filiais, sucursais ou agências podem ter contabilidade descentralizada, se assim desejar. Se a empresa optar pela descentralização, deverá, ao final de todo mês, incorporar na escri- turação da matriz os resultados dos demais estabelecimentos, segundo o artigo 252 do RIR/99 (BARROS, 2003). A escrituração deve ser totalmente preenchida em idioma e moeda corrente nacionais, com individualização e clareza, por ordem cronológica de dia, mês e ano, sem intervalos em branco nem entre- linhas, borraduras, rasuras, emendas e transporte para as margens. Devem ser também observados os métodos e critérios contábeis unifor- mes no tempo, com obediência às disposições legais e aos princípios fundamentais de Contabilidade. Os registros contábeis têm que ser consistentes e baseados nos documentos, livros, papéis, geradores dos registros. A empresa deve seguir os princípios e as técnicas estabelecidas pela contabilida- de; pois a fiscalização verificará se a empresa segue as regras e os padrões contábeis. Quanto aos erros cometidos, deverão ser corrigidos mediante lançamento de estorno, transferência ou complementação. Em relação aos registros contábeis necessários para atender à legislação tributária, referente à determinação do lucro real, quando não devem, por sua natureza completamente fiscal, considerar a escri- turação comercial, ou forem diferentes dos lançamentos dessa escritu- ração, são realizados no Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR), ou em livros auxiliares (SILVA, 2008). LIVROS SOCIETÁRIOS E FISCAIS A escrituração comercial deve ter uma ordem uniforme, usando livros e papéis adequados, cujo número e espécie ficam a critério da pessoa jurídica; ela pode ser mecanizada ou manual, conforme o artigo 257 do RIR/99. As empresas, de modo geral, são obrigadas a usar e a manter uma série de livros obrigatórios por exigência da legislação mercantil, tributária, trabalhista e Previdenciária. 32 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S Os registros contábeis são feitos nos conhecidos livros de es- crituração, local em que a empresa lança todos os fatos administrativos. Os principais livros de escrituração usados pela contabilidade são o diá- rio e o razão, porém existem outros livros que são também obrigatórios. Os livros contábeis obrigatórios são os seguintes: • Livro diário - legislação comercial. • Livro razão - legislação fiscal. • Livros societários exigidos por lei das sociedades par ações (Lei nº 6.404/76, artigo 100) - registro de ações nominativas, livro de transferência de ações nominativas, atas das assembleias gerais, pre- sença dos acionistas, atas das reuniões da diretoria, atas e pareceres do conselho fiscal, registro de partes beneficiárias nominativas, livro de transferência de partes beneficiárias nominativas, atas de reuniões do conselho de administração. • Livros fiscais (quando aplicável) - registro de inventário, regis- tro de entradas (compras), livro de Apuração do Lucro Real do Impos- to de Renda (LALUR), registro permanente de estoque, e razão auxi- liar (controle patrimonial), livros de entradas, saídas e de apuração do ICMS, IPI, ISS etc. • Livros trabalhistas - registro de empregados e ocorrência e inspeção do trabalho, entre outros. • Livros facultativos e auxiliares - razão auxiliar de clientes e razão auxiliar de fornecedores e registro de duplicatas. Algumas formalidades legais (quando for o caso) são exigidas para os livros contábeis obrigatórios, tais como: devem ser encaderna- dos, numerados e rubricados em todas as suas folhas e registrados na Junta Comercial quando a sociedade for comercial ou no Cartório de Registros Especiais quando a sociedade for civil. Possuirá termo de abertura e de encerramento, ressalvada a permissão de utilizar fichas, o que revogou implicitamente a obrigação, no caso de encadernação. Isso tudo se refere às formalidades extrínse- cas para os livros obrigatórios contábeis. As formalidades intrínsecas são: • individualização e clareza; • forma mercantil; • ordem cronológica; • registros contínuos e correntes. O emprego do livro diário é obrigatório e contém o registro bá- sico de toda a escrituração da contabilidade. Devem ser lançados, dia a dia, todos os atos ou transações da atividade, ou que mudem ou pos- sam vir a mudar a situação patrimonial da empresa; deve também ser registrado na Junta Comercial (SILVA, 2008). 33 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S Ainda sobre as formalidades, por ser obrigatório, o Diário está su- jeito às formalidades legais extrínsecas e intrínsecas, ou seja, o livro Diário tradicional pode ser substituído por fichas (contínuas, em forma de sanfona, soltas ou avulsas). Porém, a adoção desse sistema não exclui a empresa de obediência aos requisitos intrínsecos, previstos na lei fiscal e comercial para o livro Diário. As empresas que utilizam fichas são obrigadas a adotar o livro próprio para a inscrição das demonstrações financeiras. O Livro Razão é um livro de grande utilidade para contabilida- de porque registra o movimento de todas as contas. A escrituração do livro Razão passou a ser obrigatória a partir de 1991. Na Contabilidade moderna, o Razão é escriturado em fichas. O Livro Conta-Correntes é o livro auxiliar do Razão. Serve para controlar as contas que representam Direitos e Obrigações para a em- presa. O livro Caixa também é auxiliar. Nele são registrados todos os fatos administrativos que envolvam entradas e saídas de dinheiro. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO PATRIMÔNIO O patrimônio é um conjunto de bens materiais e imateriais, di- reitos e obrigações de uma entidade física ou jurídica. Os bens e di- reitos são estipulados como os ativos da entidade e as obrigações ou dívidas são consideradas o passivo da entidade. A diferença entre ativo e passivo é denominada patrimônio líquido. Segundo GUALTER BARRETO (2003) os bens representam tudo o que pode ser avaliado economicamente e que venha a satisfazer as necessidades do ser humano. Os bens podem ser classificados em: 1. Tangíveis, corpóreos, concretos ou materiais - eles existem como coisa ou objeto. Exemplos: dinheiro, estoque, veículos, instala- ções, equipamentos etc. 2. Intangíveis, incorpóreos, abstratos ou imateriais - não exis- tem fisicamente, porém significam uma aplicação de capital fundamental aos propósitos da companhia, cujos valores são direitos de propriedade que são legalmente conferidos aos seus detentores. Exemplo: marcas (Coca-Cola, Marlboro, Windows, etc.); patentes (invenções de todos os tipos); direitos autorais; ponto comercial; ações ou quotas de capital de outras companhias etc. Os direitos são todos os valores recebidos de terceiros, que podem ser vendas a prazo ou valores de nossa propriedade que se acham em posse de terceiros, como, por exemplo, duplicatas a receber, 34 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S aluguéis a receber, etc. As obrigações representam as dívidas ou compromissos de qualquer tipo assumidos diante de terceiros, como duplicatas a pagar, aluguéis a pagar, impostos etc. Considerando do ponto de vista contábil, o patrimônio tem dois aspectos: 1. Aspecto quantitativo - constituído pelas espécies de elemen- tos que formam o patrimônio, que correspondem a diversos tipos de bens econômicos heterogêneos, comomáquinas, edificações, dinheiro, valores a pagar e a receber, estoques, entre outros. 2. Aspecto qualitativo - é avaliado em moeda e é representado pela diferença aritmética entre os bens e direitos e as obrigações sob o âmbito econômico-financeiro; isso se chama patrimônio líquido. FATOS CONTÁBEIS São os eventos que provocam alterações no Patrimônio de En- tidade e, portanto, devem ser registrados pela contabilidade. Existem fatos que modificam determinadas operações; esses fatos são importantes, pois mudam o resultado operacional bruto de período correspondente, tais como as compras e as vendas. As receitas brutas de vendas e os serviços são compostos pelo produto da venda de bens e o preço dos serviços prestados, enquanto as receitas líquidas de vendas e os serviços equivalem às receitas bru- tas menos os impostos que incidem sobre as vendas, as vendas cance- ladas e os abatimentos e/ou descontos concedidos. Temos atos administrativos que são aqueles que não provocam alterações nos elementos do Patrimônio ou Resultado, portanto, não inte- ressam a Contabilidade. Os fatos administrativos são os acontecimentos que de alguma forma alteram o patrimônio das entidades, quer sob o as- pecto qualitativo, quer sob o aspecto quantitativo. Estes são chamados de fatos contábeis, por exemplo: emissão de cheque, compra de veículos, etc. Quanto aos fatos que modificam as compras, pode-se dizer que o custo das mercadorias ou matérias-primas adquiridas para reven- da ou industrialização envolve: a) O preço da aquisição de determinada compra, incluindo os gastos com serviços aduaneiros. b) O custo do transporte até o estabelecimento do comprador e o respectivo seguro. c) Os impostos devidos na aquisição ou importação com exce- ção do ICMS e IPI. 35 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S d) As devoluções de compras, compras anuladas, devolvidas ou canceladas. e) Os descontos obtidos e/ou abatimentos sobre compras. Todos esses custos descritos modificam os valores efetivos das compras. Os fatos contábeis são classificados em: • Fatos permutativos - trocam os elementos patrimoniais (con- tas) do Ativo e/ou do Passivo, ou somente do Patrimônio Líquido, sem que aconteça aumento ou diminuição do Patrimônio Líquido (sem afetar o resultado); como exemplo temos comprar mercadorias a vista (trocar bens por bens). • Fatos modificativos - modificam o Patrimônio Líquido por uti- lizar contas de resultado em importância igual à que alterou o Ativo ou o Passivo, e são: - aumentativos ou positivos quando ocasionam o aumento do Patrimônio Líquido (+ PL); - diminutivos ou negativos quando trazem diminuição ao Patri- mônio Líquido (- PL). • Fatos mistos (mistura dos fatos permutativos e modificativos – trocam os elementos patrimoniais e, ao mesmo tempo, alteram o Pa- trimônio Líquido (afetando o resultado) para mais ou para menos, e são: - aumentativos ou positivos quando ocasionam o aumento do Patrimônio Líquido (+ PL); - diminutivos ou negativos quando trazem diminuição ao Patri- mônio Líquido (- PL). (SILVA, 2008). ASPECTOS LEGAIS DA ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL Hoje, a Contabilidade obedece a um critério consistente e uni- forme de escrituração, não apenas por determinação da Lei das Socieda- des por Ações (Lei n.° 6.404/76, alterada pela Lei n.° 9.457/97), e agora também pelos dispositivos do Novo Código Civil (artigos 1.179 a 1.195 da Lei n.° 10.406/02, em vigor desde 11/01/2003), mas, outrossim, em obediência aos princípios e convenções estabelecidos pelo CFC em suas Resoluções Técnicas, de modo a permitir ao Contador, seja na condição de empregado seja na de profissional liberal, um correto procedimento no exercício de sua profissão, mormente no que respeita à coleta, classifica- ção e registro de dados oriundos dos fatos contábeis, mediante um plano de contas adequado e suficiente inclusive para implementar procedimen- tos das áreas de Controle Interno, Auditoria Interna ou Externa, Perícias, Apuração e Análise de Custos, Elaboração de Orçamentos, Avaliação e 36 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S Controle Patrimonial è elaboração das Demonstrações Contábeis (balan- ços), além de outras análises econômico-financeiras nas diversas espé- cies de empresas (RIBEIRO, 2005). E tudo porque, como concebido, o exercício regular da atividade empresarial, a qual se constitui no núcleo básico da microeconomia deriva- da do universo maior da Economia, pressupõe necessariamente uma con- tabilidade organizada, rigorosamente em dia, capaz de gerar informações consistentes e a cargo de profissionais habilitados, de modo a relevar os fatos de que precisa o empresário moderno em suas tomadas de decisões. Deste modo, a escrituração das operações realizadas pelo em- presário atende não só uma exigência legal, do ponto de vista das leis comerciais e fiscais, como também à necessidade do próprio adminis- trador empresarial que precisa conhecer diariamente os resultados de seu próprio negócio a fim de corrigir o rumo das suas decisões. Significa dizer que a escrituração contábil visa a atender no mínimo três objetivos essenciais para o empresário-administrador: (a) servir de instrumento para sua tomada de decisões admi- nistrativas, fiscais, financeiras e empresariais; (b) constituir suporte para informações de interesse de tercei- ros, como os sócios, fornecedores, investidores, bancos credores, ór- gãos públicos interessados em licitar, entre outros; e; finalmente, (c) servir ao Fisco, da respectiva entidade tributante, na verifi- cação do cumprimento da legislação tributária e das obrigações fiscais. Em resumo, a escrituração tem funções gerencial, documental e fiscal, destacando os elementos que formam o patrimônio aziendal e a tomada de decisões (RIBEIRO, 2005). A IDEIA DA ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL COMO EXIGÊNCIA FISCAL A escrituração contábil não é, portanto, como muita gente pensa, um procedimento técnico que visa tão somente a atender uma exigência fiscal. Enquanto que para a doutrina contábil qualquer empresa, comer- cial, industrial ou de prestação de serviços, seja lá de que porte for, deve manter um mínimo de contabilidade escriturada em livros próprios, para o Fisco, em especial para o Imposto de Renda, o dever de escriturar só é atribuído à pessoa jurídica que se sujeita à tributação pelo Lucro Real, como dispõe o art. 251 do Regulamento do Imposto de Renda (RIR/99), editado pelo Decreto n° 3.000, de 26/11/1999, ou seja, aquele lucro oriun- do do resultado líquido do período de apuração, demonstrado pela con- tabilidade, reajustado pelas adições de custos, despesas, encargos, pro- visões, participações e outros valores não dedutíveis na determinação do 37 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S lucro real, além de resultados, rendimentos e outros valores não incluídos na apuração do lucro líquido, e pelas exclusões que poderão ser feitas do referido lucro líquido de valores cuja dedução estejam autorizados pela legislação e que não precisam compor o lucro real, assim como parte do prejuízo fiscal que também pode ser compensado (RIBEIRO, 2005). Ainda assim, a legislação do imposto de renda não interfere nos métodos ou critérios adotados pelo contribuinte na configuração de sua contabilidade. O que interessa para a fiscalização do Imposto de Renda é a forma como foi apurado o resultado ou lucro líquido final do período, o qual servirá de base de cálculo para o imposto. Portanto, o Fisco somente busca detectar irregularidades, omissões, fraudes e crimes contra a ordem tributária, que deem causa a uma autuação fiscal, independentemente do sistema contábil adotado pela empresa. Por essa razão, e como a comprovar a flexibilidade do proce- dimento fiscal, a lei prevê uma forma de tributação mais simplificada, do que a apuração pelo lucro real, dispensando, em parte, a apuração contábil do resultado. É achamada tributação pelo Lucro Presumido, prevista nos artigos 516 e seguintes do Regulamento do Imposto de Renda, na qual, a empresa pode manter escrituração contábil para con- trole interno, embora, para efeitos fiscais, fique dela dispensada, man- tendo apenas Livro Caixa, além do Razão e Inventário para controle dos estoques, afora mais algum livro fiscal obrigatório, dispensando a apuração do lucro líquido a cada mês ou trimestre, para determinar o imposto de renda devido (RIBEIRO, 2005). PERÍCIAS CONTÁBEIS É exatamente na atividade pericial, especialmente nas áreas cível, tributária, trabalhista e previdenciária, que o Contador coloca-se no dever concreto de bem interpretar o direito objetivo, posto que é atra- vés da resposta precisa que dá ao quesito formulado sobre fato técnico que o juiz irá se louvar para concluir sua decisão, não obstante não fica o juiz adstrito ao laudo pericial para formar sua convicção, visto poder valer-se de outros meios de prova existentes nos autos. Logicamente que descabe ao perito emitir juízo de valor em seu laudo e muito menos formular interpretação jurídica de situações verificadas, devendo apenas restringir-se à descrição do fato concreto tal como ele se apresenta, como está registrado, observado ou mes- mo calculado. Da mesma forma, quando levado a produzir um cálculo trabalhista ou previdenciário, por exemplo, não deve ir além da correta 38 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S interpretação da respectiva lei, reproduzindo o cálculo correto ou com- parando-o com o realizado. Essa é mais uma razão pela qual o Contador se obriga não só a conhecer como também a interpretar corretamente os dispositivos da respectiva lei, especialmente nos casos em que demandam cálculos, muitas vezes complexos, cuja execução só mesmo um técnico tem con- dições de determinar. É o caso dos cálculos trabalhistas, cuja determi- nação depende da fiel interpretação dos dispositivos da legislação, de modo a confirmar as verbas pleiteadas. O mesmo ocorre na área previdenciária, visando a determinar a renda mensal inicial de uma aposentadoria, o reajuste desse benefício de acordo com os índices oficiais de atualização, ou o cálculo correto da contribuição devida, entre outros casos, obrigando o profissional a estar sempre atualizado com a legislação que lhe serve de base às suas perícias técnicas. BALANÇO PATRIMONIAL E A DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE) O Balanço Patrimonial, assim como as demais informações contábeis, deve propiciar aos usuários uma base segura às suas deci- sões, pela compreensão do estado em que se encontra a entidade, seu desempenho, sua evolução, riscos e oportunidades que oferece. Segundo o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), a informa- ção contábil deve ser, em geral e antes de tudo, veraz e equitativa, de forma a satisfazer as necessidades comuns a um grande número de dife- rentes usuários, não podendo privilegiar deliberadamente a nenhum deles, considerando o fato de que os interesses nem sempre são coincidentes. O Balanço abriga as contas patrimoniais, ou seja, as contas de Ativo e Passivo. No ativo as contas são dispostas em ordem de liqui- dez, ou ordem de transformação de recursos em bens numerários, por isso todo balanço inicia com a conta caixa (bens numerários) por já ser líquida; no passivo as contas são dispostas em ordem de exigibilidade, que seria a ordem de preferência de pagamento ou liquidação da dívida. A apresentação do Balanço Patrimonial é obrigatória para to- das as empresas, salvo aquelas amparadas pelo regime de micro-em- preendimentos, e deve ser “levantado” anualmente ou em períodos infe- riores como é o caso das empresas ligadas ao sistema financeiro e das sociedades anônimas de capital aberto, estas vinculadas à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O exercício social, por sua vez, terá duração de doze meses e 39 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S não necessariamente deverá coincidir com o ano civil. Neste ponto é in- teressante frisar os conceitos de circulante e realizável a longo prazo. Cir- culantes são os bens e direitos que serão convertidos em dinheiro “bem numerário” até o exercício social seguinte. Os demais direitos a receber após o exercício social seguinte serão considerados como realizáveis a longo prazo. Então, caso o exercício social da empresa coincida com o ano civil, e estivermos em abril do ano 1; as vendas a prazo recebíveis até 31 de dezembro do ano 2 serão consideradas duplicatas a receber circulante. Porém, se esta mesma venda tiver vencimento a partir de 01 de janeiro do ano 3, a duplicata a receber será considerada como reali- zável a longo prazo. O Ativo é subdividido em três grandes grupos: o Ativo Circu- lante; o Ativo Realizável a longo Prazo e o Ativo Permanente. O Ativo Permanente por sua vez, divide-se em três subgrupos a saber: Investi- mentos, Imobilizado e Diferido. O Passivo, de acordo com a lei n. 6404/76, divide-se em qua- tro grupos: o Passivo Circulante, o Passivo Exigível a Longo Prazo, os Resultados e Exercícios Futuros e o Patrimônio Líquido. O Patrimônio Líquido se subdivide em: Capital Social, Reservas de Capital, Reservas de Reavaliação, Reservas de Lucros e Lucros ou Prejuízos Acumulados. Os elementos do Ativo têm natureza devedora por receberem aplicações de recursos. Aumentam de saldo pelos débitos em conta, os débitos tem o mesmo raciocínio de que a conta deve a alguém que os financiou. Os elementos do Passivo têm natureza credora por serem fon- te ou origens de recursos. Aumentam de saldo pelos créditos cm suas contas, os créditos significam que a conta emprestou recursos a alguém. A Demonstração dos Resultados do Exercício (DRE) foi institu- ída pelo artigo 187 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 (Lei das Sociedades por Ações). A DRE tem como objetivo principal apresentar de forma vertical resumida o resultado apurado em relação ao conjunto de operações realizadas num determinado período, normalmente, de doze meses. É um resumo ordenado das receitas e despesas da empresa em determinado período. Através dessa demonstração, pode-se verifi- car o resultado que a empresa obteve (lucro ou prejuízo) no desenvolvi- mento de suas atividades durante um determinado período, geralmente igual a um ano. A DRE pode ser simples para micro ou pequenas empresa que não requeiram dados pormenorizados para a tomada de decisão, como é o caso de bares, farmácias, mercearias, boutiques, etc. A DRE completa, exigida pela Lei n. 6404/76, fornece maiores 40 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S minúcias para a tomada de decisão: grupos de despesas, vários tipos de lucros, destaque dos tributos, etc. De acordo com a legislação mencionada, as empresas deve- rão na Demonstração do Resultado do Exercício discriminar: • a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das ven- das, os abatimentos e os impostos; • a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercado- rias e serviços vendidos e o lucro bruto; • as despesas com as vendas, as despesas financeiras, de- duzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais; • o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas; • o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto; • as participações de debêntures, empregados, administrado- res e partes beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de emprega- dos, que não se caracterizem como despesa; • o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social. Na determinação da apuração do resultado do exercício serão computados em obediência ao princípio da competência: a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, indepen- dentemente de suarealização em moeda; e, b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorri- dos, correspondentes a essas receitas e rendimentos. 41 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S Antes do surgimento do Simples Nacional no ano de 2007, houve a implantação da Lei nº 9.317, de 05 de dezembro de 1996. Esta visou à simplificação do pagamento de impostos para as micro e peque- nas empresas, através do Sistema Integrado de Pagamento de Impos- tos e Contribuições – SIMPLES, sendo incluídos: • IRPJ (Imposto de Renda Pessoas Jurídicas); • PIS/PASEP (Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público); • CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido); • COFINS (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social); • IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e, • Contribuições para a Seguridade Social, a cargo de pessoa O SIMPLES NACIONAL, A MICRO EMPRESA EMPRESA E AS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S 41 42 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S jurídica. O Simples Federal possibilitou a muitas empresas que tinham um faturamento relativamente baixo, mudarem suas condições de Lu- cro Real ou Presumido, ao passarem a ser vistas como micro e peque- nas empresas, tendo seu imposto reduzido. A Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006 (altera- da pela LC 139 de 10 de novembro de 2011), que entrou em vigor em 1º de julho de 2007 foi criada para as ME’s (Micro Empresas): entidades que possuem uma receita bruta anual de até 360.000,00 (trezentos e sessen- ta mil reais) e EPP’s (Empresas de Pequeno Porte): as que ultrapassem esse valor, com o limite de até 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais). Essa lei possibilita a simplificação da contabilidade, tornando mais rápida a comunicação com os órgãos federais, estaduais e municipais. O Simples Nacional superou o Simples Federal, pelo fato de incluir mais dois impostos: o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mer- cadorias e Serviços) e o ISS (Imposto sobre Serviços), destinados às Receitas: estadual e municipal, respectivamente. Houve a possibilidade de opção de algumas atividades que an- tes não se enquadravam no sistema Simples, assim como escritórios contábeis, escolas técnicas de línguas e construção civil. Outra significante mudança ocorreu na base de cálculo do im- posto onde, ao invés de considerar o valor acumulado durante o ano corrente, será preciso saber a média das receitas nos últimos 12 meses. Art. 3º - Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram- -se microempresas ou empresas de pequeno porte, a sociedade empre- sária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário a que se refere o art. 966 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), devidamente registrados no Regis- tro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que: I - no caso da microempresa, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); e, II - no caso da empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e ses- senta mil reais) e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais). § 1º Considera-se receita bruta, para fins do disposto no caput deste artigo, o produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas opera- ções em conta alheia, não incluídas as vendas canceladas e os descon- tos incondicionais concedidos. 43 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S § 2º No caso de início de atividade no próprio ano-calendário, o limite a que se refere o caput deste artigo será proporcional ao núme- ro de meses em que a microempresa ou a empresa de pequeno porte houver exercido atividade, inclusive as frações de meses. § 3º O enquadramento do empresário ou da sociedade simples ou empresária como microempresa ou empresa de pequeno porte bem como o seu desenquadramento não implicarão alteração, denúncia ou qualquer restrição em relação a contratos por elas anteriormente firmados. § 4º Não poderá se beneficiar do tratamento jurídico diferencia- do previsto nesta Lei Complementar, incluído o regime de que trata o art. 12 desta Lei Complementar, para nenhum efeito legal, a pessoa jurídica: I - de cujo capital participe outra pessoa jurídica; II - que seja filial, sucursal, agência ou representação, no País, de pessoa jurídica com sede no exterior; III - de cujo capital participe pessoa física que seja inscrita como empresário ou seja sócia de outra empresa que receba tratamento jurídi- co diferenciado nos termos desta Lei Complementar, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste artigo; IV - cujo titular ou sócio participe com mais de 10% (dez por cento) do capital de outra empresa não beneficiada por esta Lei Com- plementar, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste artigo; V - cujo sócio ou titular seja administrador ou equiparado de outra pessoa jurídica com fins lucrativos, desde que a receita bruta glo- bal ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste artigo; VI - constituída sob a forma de cooperativas, salvo as de con- sumo; VII - que participe do capital de outra pessoa jurídica; VIII - que exerça atividade de banco comercial, de investimen- tos e de desenvolvimento, de caixa econômica, de sociedade de crédi- to, financiamento e investimento ou de crédito imobiliário, de corretora ou de distribuidora de títulos, valores mobiliários e câmbio, de empresa de arrendamento mercantil, de seguros privados e de capitalização ou de previdência complementar; IX - resultante ou remanescente de cisão ou qualquer outra forma de desmembramento de pessoa jurídica que tenha ocorrido em um dos 5 (cinco) anos-calendário anteriores; X - constituída sob a forma de sociedade por ações. Segundo o § 1º do art. 13, o recolhimento na forma deste artigo não exclui a incidência dos seguintes impostos ou contribuições, devi- dos na qualidade de contribuinte ou responsável, em relação aos quais será observada a legislação aplicável às demais pessoas jurídicas: 44 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S I - Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou Relativas a Títulos ou Valores Mobiliários - IOF; II - Imposto sobre a Importação de Produtos Estrangeiros - II; III - Imposto sobre a Exportação, para o Exterior, de Produtos Nacionais ou Nacionalizados - IE; IV - Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR; V - Imposto de Renda, relativo aos rendimentos ou ganhos lí- quidos auferidos em aplicações de renda fixa ou variável; VI - Imposto de Renda relativo aos ganhos de capital auferidos na alienação de bens do ativo permanente; VII - Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmis- são de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira - CPMF; VIII - Contribuição para o Fundo de Garantia do Tempo de Ser- viço - FGTS; IX - Contribuição para manutenção da Seguridade Social, rela- tiva ao trabalhador; X - Contribuição para a Seguridade Social, relativa à pessoa do empresário, na qualidade de contribuinte individual; XI - Imposto de Renda relativo aos pagamentos ou créditos efetuados pela pessoa jurídica a pessoas físicas; XII - Contribuição para o PIS/PASEP, COFINS e IPI incidentes na importação de bens e serviços; XIII - ICMS devido: a) nas operações ou prestações sujeitas ao regime de substi- tuição tributária; b) por terceiro, a que o contribuinte se ache obrigado, por força da legislação estadual ou distrital vigente; c) na entrada, no território do Estadoou do Distrito Federal, de petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, bem como energia elétrica, quando não destinados à comer- cialização ou industrialização; d) por ocasião do desembaraço aduaneiro; e) na aquisição ou manutenção em estoque de mercadoria de- sacobertada de documento fiscal; f) na operação ou prestação desacobertada de documento fiscal; g) nas operações com bens ou mercadorias sujeitas ao regime de antecipação do recolhimento do imposto, nas aquisições em outros Estados e Distrito Federal: 1. com encerramento da tributação, observado o disposto no inciso IV do § 4º do art. 18 desta Lei Complementar; 2. sem encerramento da tributação, hipótese em que será co- brada a diferença entre a alíquota interna e a interestadual, sendo ve- 45 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S dada a agregação de qualquer valor; h) nas aquisições em outros Estados e no Distrito Federal de bens ou mercadorias, não sujeitas ao regime de antecipação do recolhimento do imposto, relativo à diferença entre a alíquota interna e a interestadual; XIV - ISS devido: a) em relação aos serviços sujeitos à substituição tributária ou retenção na fonte; b) na importação de serviços; XV - demais tributos de competência da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, não relacionados nos incisos anteriores. § 5º-B Sem prejuízo do disposto no § 1º do art. 17 desta Lei Complementar, serão tributadas na forma do Anexo III desta Lei Com- plementar as seguintes atividades de prestação de serviços: I - creche, pré-escola e estabelecimento de ensino fundamen- tal, escolas técnicas, profissionais e de ensino médio, de línguas es- trangeiras, de artes, cursos técnicos de pilotagem, preparatórios para concursos, gerenciais e escolas livres, exceto as previstas nos incisos II e III do § 5º-D deste artigo; II - agência terceirizada de correios; III - agência de viagem e turismo; IV - centro de formação de condutores de veículos automoto- res de transporte terrestre de passageiros e de carga; V - agência lotérica; VI - VII - VIII - (REVOGADOS) IX - serviços de instalação, de reparos e de manutenção em ge- ral, bem como de usinagem, solda, tratamento e revestimento em metais; XI - XI - XII - (REVOGADOS) XIII - transporte municipal de passageiros; XIV - escritórios de serviços contábeis, observado o disposto nos §§ 22-B e 22-C deste artigo. XV - produções cinematográficas, audiovisuais, artísticas e culturais, sua exibição ou apresentação, inclusive no caso de música, literatura, artes cênicas, artes visuais, cinematográficas e audiovisuais. § 5º-C Sem prejuízo do disposto no § 1º do art. 17 desta Lei Com- plementar, as atividades de prestação de serviços seguintes serão tributa- das na forma do Anexo IV desta Lei Complementar, hipótese em que não estará incluída no Simples Nacional a contribuição prevista no inciso VI do caput do art. 13 desta Lei Complementar, devendo ela ser recolhida se- gundo a legislação prevista para os demais contribuintes ou responsáveis: I - construção de imóveis e obras de engenharia em geral, in- clusive sob a forma de subempreitada, execução de projetos e serviços de paisagismo, bem como decoração de interiores; 46 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S II - III - IV - V - (REVOGADOS) VI - serviço de vigilância, limpeza ou conservação. § 5º-D Sem prejuízo do disposto no § 1º do art. 17 desta Lei Complementar, as atividades de prestação de serviços seguintes serão tributadas na forma do Anexo V desta Lei Complementar: I - cumulativamente administração e locação de imóveis de ter- ceiros; II - academias de dança, de capoeira, de ioga e de artes marciais; III - academias de atividades físicas, desportivas, de natação e escolas de esportes; IV - elaboração de programas de computadores, inclusive jogos eletrônicos, desde que desenvolvidos em estabelecimento do optante; V - licenciamento ou cessão de direito de uso de programas de computação; VI - planejamento, confecção, manutenção e atualização de pá- ginas eletrônicas, desde que realizados em estabelecimento do optante; VII - VIII - (REVOGADOS) IX - empresas montadoras de estandes para feiras; X - XI - (REVOGADOS) XII - laboratórios de análises clínicas ou de patologia clínica; XIII - serviços de tomografia, diagnósticos médicos por imagem, registros gráficos e métodos óticos, bem como ressonância magnética; XIV - serviços de prótese em geral. § 5º-E Sem prejuízo do disposto no § 1º do art. 17 desta Lei Complementar, as atividades de prestação de serviços de comunicação e de transportes interestadual e intermunicipal de cargas serão tributa- das na forma do Anexo III, deduzida a parcela correspondente ao ISS e acrescida a parcela correspondente ao ICMS prevista no Anexo I. § 5º-F As atividades de prestação de serviços referidas no § 2º do art. 17 desta Lei Complementar serão tributadas na forma do Anexo III desta Lei Complementar, salvo se, para alguma dessas atividades, houver previsão expressa de tributação na forma dos Anexos IV ou V desta Lei Complementar. § 5º-G As atividades com incidência simultânea de IPI e de ISS serão tributadas na forma do Anexo II desta Lei Complementar, deduzi- da a parcela correspondente ao ICMS e acrescida a parcela correspon- dente ao ISS prevista no Anexo III desta Lei Complementar. § 5º-H A vedação de que trata o inciso XII do caput do art. 17 desta Lei Complementar não se aplica às atividades referidas no § 5º-C deste artigo. § 6º No caso dos serviços previstos no § 2º do art. 6º da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003, prestados pelas micro- 47 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S empresas e pelas empresas de pequeno porte, o tomador do serviço deverá reter o montante correspondente na forma da legislação do mu- nicípio onde estiver localizado, observado o disposto no § 4º do art. 21 desta Lei Complementar. § 7º A sociedade de propósito específico de que trata o art. 56 desta Lei Complementar que houver adquirido mercadorias de microem- presa ou empresa de pequeno porte que seja sua sócia, bem como a empresa comercial exportadora que houver adquirido mercadorias de empresa optante pelo Simples Nacional, com o fim específico de expor- tação para o exterior, que, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contado da data da emissão da nota fiscal pela vendedora, não comprovar o seu embarque para o exterior ficará sujeita ao pagamento de todos os impos- tos e contribuições que deixaram de ser pagos pela empresa vendedora, acrescidos de juros de mora e multa, de mora ou de ofício, calculados na forma da legislação que rege a cobrança do tributo não pago, aplicável à sociedade de propósito específico ou à própria comercial exportadora. § 8º Para efeito do disposto no § 7º deste artigo, considera-se vencido o prazo para o pagamento na data em que a empresa ven- dedora deveria fazê-lo, caso a venda houvesse sido efetuada para o mercado interno. § 9º Relativamente à contribuição patronal previdenciária, de- vida pela vendedora, a sociedade de propósito específico de que trata o art. 56 desta Lei Complementar ou a comercial exportadora deverão recolher, no prazo previsto no § 8º deste artigo, o valor correspondente a 11% (onze por cento) do valor das mercadorias não exportadas nos termos do § 7º deste artigo. § 10. Na hipótese do § 7º deste artigo, a sociedade de propósito específico de que trata o art. 56 desta Lei Complementar ou a empresa comercial exportadora não poderão deduzir do montante devido qual- quer valor a título de crédito de Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI da Contribuição para o PIS/PASEP ou da COFINS, decorrente da aquisição das mercadorias e serviços objeto da incidência. § 11. Na hipótese do § 7º deste artigo, a sociedade de propósito específico ou a empresa comercial exportadora deverão pagar,também, os impostos e contribuições devidos nas vendas para o mercado interno, caso, por qualquer forma, tenham alienado ou utilizado as mercadorias. § 12. Na apuração do montante devido no mês relativo a cada tri- buto, o contribuinte que apure receitas mencionadas nos incisos IV e V do § 4o deste artigo terá direito a redução do valor a ser recolhido na forma do Simples Nacional calculada nos termos dos §§ 13 e 14 deste artigo. § 13. Para efeito de determinação da redução de que trata o § 12 deste artigo, as receitas serão discriminadas em comerciais, indus- 48 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S triais ou de prestação de serviços na forma dos Anexos I, II, III, IV e V desta Lei Complementar. § 14. A redução no montante a ser recolhido do Simples Nacio- nal no mês relativo aos valores das receitas de que tratam os incisos IV e V do § 4º deste artigo corresponderá: I - no caso de revenda de mercadorias: a) ao percentual que incidiria sobre o montante total de receita, caso não houvesse nenhuma redução, previsto no Anexo I desta Lei Com- plementar, relativo à COFINS, aplicado sobre a respectiva parcela de recei- ta referida nos incisos IV ou V do § 4º deste artigo, conforme o caso; b) ao percentual que incidiria sobre o montante total de receita, caso não houvesse nenhuma redução, previsto no Anexo I desta Lei Complementar, relativo à Contribuição para o PIS/PASEP, aplicado so- bre a respectiva parcela de receita referida nos incisos IV ou V do § 4º deste artigo, conforme o caso; c) ao percentual que incidiria sobre o montante total de recei- ta, caso não houvesse nenhuma redução, previsto no Anexo I desta Lei Complementar, relativo ao ICMS, aplicado sobre a respectiva parcela de receita referida nos incisos IV ou V do § 4º deste artigo, conforme o caso; II - no caso de venda de mercadorias industrializadas pelo con- tribuinte: a) ao percentual que incidiria sobre o montante total de receita, caso não houvesse nenhuma redução, previsto no Anexo II desta Lei Com- plementar, relativo à COFINS, aplicado sobre a respectiva parcela de recei- ta referida nos incisos IV ou V do § 4º deste artigo, conforme o caso; b) ao percentual que incidiria sobre o montante total de receita, caso não houvesse nenhuma redução, previsto no Anexo II desta Lei Complementar, relativo à Contribuição para o PIS/PASEP, aplicado so- bre a respectiva parcela de receita referida nos incisos IV ou V do § 4º deste artigo, conforme o caso; c) ao percentual que incidiria sobre o montante total de recei- ta, caso não houvesse nenhuma redução, previsto no Anexo II desta Lei Complementar, relativo ao ICMS, aplicado sobre a respectiva parcela de receita referida nos incisos IV ou V do § 4º deste artigo, conforme o caso; d) ao percentual que incidiria sobre o montante total de recei- ta, caso não houvesse nenhuma redução, previsto no Anexo II desta Lei Complementar, relativo ao IPI, aplicado sobre a respectiva parcela de receita referida nos incisos IV ou V do § 4º deste artigo, conforme o caso. Sobre os impostos, uma inevitável consequência da mudança foi o aumento dos impostos para contribuintes do setor de comércio vare- jista. Empresas que pagavam 3% sobre o faturamento no DARF Simples (Documento de Arrecadação da Receita Federal – Simples), passaram a 49 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S recolher aos cofres públicos 4% no DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional), ou seja, houve um aumento de quase 34%. Outro comentário interessante se dá a respeito do ICMS. Em primeira instância, o Simples Nacional aboliu o recolhimento da dife- rença de alíquota para compras fora do Estado, incluindo-o no DAS. No entanto, a partir do dia 30 de agosto de 2007, as empresas foram obrigadas novamente a recolherem essa diferença. Portanto, além do ICMS sobre os produtos das compras fora do Estado, que já era devido com o Simples Federal, as companhias estão contribuindo também com esse imposto na guia DAS. Vale lembrar também que, para algumas atividades de empre- sas prestadoras de serviços, que até então não pagavam o imposto previdenciário patronal (incluído na guia do Simples Federal), com a entrada da nova lei, a contribuição foi devida desde agosto de 2007 até dezembro do mesmo ano. Com isso, além do valor descontado do funcionário, tiveram que ser pagos mais 20% sobre seu salário, aumen- tando extraordinariamente a carga tributária. Algumas das atividades prejudicadas foram: salões de beleza, borracharias, transportes de cargas, entre outras. Porém, uma boa no- tícia é que a partir de 1º de janeiro de 2008, essas empresas ficaram livres novamente do INSS patronal, tendo em vista que houve um erro na elaboração da lei (PEREIRA, 2007). 50 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S Algumas considerações são importantes em virtude da promul- gação da Lei nº 11.638/07, em 28 de dezembro de 2007, que altera, revoga e introduz novos dispositivos à Lei das Sociedades por Ações (Lei nº 6.404/76), especificamente em relação ao capítulo XV, que trata de assuntos de natureza contábil. Foi introduzido o conceito de Sociedade de Grande Porte, às quais se aplicam, mesmo que não constituídas sob a forma de socieda- des por ações, as disposições da Lei n. 6.404/76 sobre escrituração e ela- boração de demonstrações financeiras e a obrigatoriedade de auditoria independente, por auditor registrado na Comissão de Valores Mobiliários. No contexto acima, poderia ocorrer a interpretação apressada de que as sociedades limitadas não enquadradas no conceito de So- ciedade de Grande Porte não haviam sido alcançadas pelas normas internacionais de contabilidade. O ALCANCE DA LEI N. 11.638/07 E A LEI N. 11.941/09 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S 50 51 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S No entanto, a Lei n. 11.638/07 criou a possibilidade da Comis- são de Valores Mobiliários (CVM), Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Banco Central do Brasil (BACEN) e demais órgãos e agências reguladoras celebrarem convênios com entidade que tenha por objeto o estudo e a divulgação de princípios, normas e padrões de contabilidade e de auditoria, podendo, no exercício de suas atribuições regulamenta- res, adotar, no todo ou em parte, os pronunciamentos e demais orienta- ções técnicas editadas (SILVA, 2009). O principal objetivo da nova Lei, que entrou em vigor em 1º de janeiro de 2008, que teve sua origem com o projeto de Lei nº 3.741/2000, é a atualização das regras contábeis brasileiras e aprofundar a harmo- nização dessas regras com os pronunciamentos internacionais, em es- pecial os emitidos pelo International Accouting Standards Board (IASB), por meio dos International Financial Reporting Standards (IFRS). Silva (2009) apresenta alguns pontos considerados de grande relevância e as principais alterações produzidas pela Lei nº 11.638/07 (embora algumas já passadas), dentre as quais destacam as seguintes: 1) As companhias deverão informar através de Notas Explica- tivas, nas demonstrações financeiras encerradas em 31 de dezembro de 2007, os eventos mencionados na nova Lei, que terão reflexos no exercício de 2008, e demais efeitos relevantes sobre o patrimônio dos exercícios de 2007 e 2008. 2) Substituição da Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos – DOAR, pela Demonstração dos Fluxos de Caixa – DFC (art. 176, IV). 3) A Demonstração de Valor Adicionado – DVA, passa a ser obrigatória, no conjunto das demonstrações financeiras, no que concer- ne a sua elaboração e divulgação (art. 176, V). 4) Segregação entre a forma de escrituração mercantil e a con- tábil, desde que após a apuração do lucro para efeito de tributação, sejam realizados os ajustes necessários, para que as demonstrações fi- nanceiras sejam elaboradas de acordocom a Lei nº 6.406/76 e os Prin- cípios Fundamentais de contabilidade. Essas demonstrações deverão ser auditadas por auditores independentes, devidamente registrados na CVM, conforme art. 177, § 2º, II – da Lei 11.638/07. 5) Criação de 02 (dois) novos grupos de contas, conforme art. 178, § 1º, “c” e § 2º, “d”): - Ativo Permanente, a conta de bens intangível e Patrimônio Líquido, a conta de Ajustes de Avaliação Patrimonial. 6) Determinou novos critérios para a classificação e avaliação das aplicações em instrumentos financeiros, em especificamente os de- rivativos, conforme (art. 183, VIII e art. 184, III). 52 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S Em consonância com as regras internacionais de contabilidade esses instrumentos financeiros são classificados em 03 (três) categorias: 6.1) o valor que se pode obter em um mercado ativo com a negociação de outro instrumento financeiro de natureza, prazo e riscos similares; 6.2) o valor presente líquido dos fluxos de caixa futuros para instrumentos financeiros de natureza, prazo e risco similares; ou, 6.3) o valor obtido por meio de modelos matemático-estatísti- cos de precificação de instrumentos financeiros. 7) A Lei introduziu o conceito de Ajuste a valor presente para as operações ativas e passivas de longo prazo e para as relevantes de curto prazo, que deverão ser realizadas de acordo com as Normas Internacionais, conforme (art. 183, VIII e art. 184, III). 8) O ordenamento jurídico obriga as empresas a realizar, perio- dicamente, a análise para verificar o grau de recuperação dos valores registrados no ativo imobilizado, intangível e no diferido (art. 183, § 3º). 9) Houve alteração no critério de avaliação de coligadas, pois no balanço patrimonial da companhia, os investimentos em coligadas sobre cuja administração tenha influência significativa, ou de que parti- cipe com 20%(vinte por cento) ou mais do capital votante, em controla- das e em outras sociedades que façam parte de um mesmo grupo ou estejam sob controle comum, serão avaliados pelo método da equiva- lência patrimonial. (art. 248). 10) Criação de Reservas de Incentivos Fiscais, com a conta- bilização sendo realizada diretamente no resultado do exercício, como estabelece a norma internacional (art. 195 – A). 11) Faculdade das companhias fechadas que poderão optar por observar as normas sobre demonstrações financeiras expedidas pela CVM para as companhias abertas. 12) As sociedades de grande porte, assim definidas, aquelas que possuem um ativo total superior a 240 milhões ou receita bruta su- perior a 300 milhões, a obrigatoriedade de manter a escrituração e de elaborar as demonstrações financeiras de acordo com a Lei Societária. 13) A Lei nº 11.638/07, conforme estabelecido no seu art. 9º, determinou que a referida lei terá eficácia a partir do primeiro dia útil seguinte ao da sua publicação, ou seja, 01 de janeiro de 2008. 14) A Lei também estabelece novas regras para as reservas de reavaliação, conforme determina o art. 6º, onde os saldo existentes nas reservas de reavaliação deverão ser mantidos até sua efetiva realização ou estornados até o final do exercício social em que esta lei entra em vigor. 15) A Lei nº 11.638/2007, estabeleceu também, a contabili- zação a valor de mercado dos ativos e passivos em reorganizações 53 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S (incorporação, fusão e cisão, que envolvam partes independentes e vinculadas à transferência de controle. Com a nova determinação, re- organizações societárias de partes independentes (cujo conceito não é previsto na Lei das S/A, utilizadas como meio de aquisição do controle de uma empresa, devem observar a esta forma de contabilização. Considerando as novas mudanças determinadas pela Lei nº 11.638/07, os novos conceitos e os novos controles que deverão ser adotados pelas empresas, entendemos importante, que as Entidades enquadradas nas novas regras, se preparem para os ajustes necessá- rios decorrentes dessas alterações (MEDEIROS, 2008). A Lei n. 11.941, de 27 de maio de 2009, oriunda da conversão da Medida Provisória nº 449, de 03 de dezembro de 2008, trouxe uma série de dispositivos interessantes para os contribuintes. Além de versar sobre parcelamento especial, remissão de dívida e processo adminis- trativo, a Lei n. 11.941/09 consignou dispositivos que trazem a possibi- lidade de novas interpretações quanto à responsabilidade tributária dos sócios e administradores de pessoas jurídicas com dívidas tributárias, tanto por isso, o assunto será apresentado nesta unidade. O artigo 1º, §§ 15, 16 e 17 da Lei n. 11.941/09, estabelece o seguinte: “Art. 1º Poderão ser pagos ou parcelados, em até 180 (cento e oitenta) meses, nas condições desta Lei, os débitos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil e os débitos para com a Pro- curadoria-Geral da Fazenda Nacional, inclusive o saldo remanescente dos débitos consolidados no Programa de Recuperação Fiscal - REFIS, de que trata a Lei nº 9.964, de 10 de abril de 2000, no Parcelamento Especial - PAES, de que trata a Lei nº 10.684, de 30 de maio de 2003, no Parcelamento Excepcional - PAEX, de que trata a Medida Provisória nº 303, de 29 de junho de 2006, no parcelamento previsto nº art. 38 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, e no parcelamento previsto no art. 10 da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002, mesmo que tenham sido excluídos dos respectivos programas e parcelamentos, bem como os débitos decorrentes do aproveitamento indevido de créditos do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) oriundos da aquisição de matérias- -primas, material de embalagem e produtos intermediários relaciona- dos na Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI), aprovada pelo Decreto nº 6.006, de 28 de dezembro de 2006, com incidência de alíquota 0 (zero) ou como não tributados. (...) § 15. A pessoa física responsabilizada pelo não pagamento ou recolhimento de tributos devidos pela pessoa jurídica poderá efetuar, nos mesmos termos e condições previstos nesta Lei, em relação à tota- 54 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S lidade ou à parte determinada dos débitos: I - pagamento; II - parcelamento, desde que com anuência da pessoa jurídica, nos termos a serem definidos em regulamento. § 16. Na hipótese do inciso II do § 15 deste artigo: I - a pessoa física que solicitar o parcelamento passará a ser solidariamente responsável, juntamente com a pessoa jurídica, em re- lação à dívida parcelada; (...) § 17. Na hipótese de rescisão do parcelamento previsto no in- ciso II do § 15 deste artigo, a pessoa jurídica será intimada a pagar o saldo remanescente calculado na forma do § 14 deste artigo. Diante do disposto, é fácil interpretar que a pessoa física só será responsabilizada pelas dívidas tributárias da pessoa jurídica se op- tar em parcelar a dívida em nome próprio. Segundo entendimento de LEONARDO RIBEIRO PESSOA (2009) o texto estampado nos supracitados dispositivos evidencia que os sócios e administradores não podem ser responsabilizados automa- ticamente pela Fiscalização ou pelo Poder Judiciário, sem que tenham expressamente solicitado o parcelamento dos débitos tributários em nome próprio. Essa é a novidade trazida pela nova legislação. Assim, os créditos tributários constituídos a partir de 28 de maio de 2009 (data da publicação da Lei n. 11.941, de 27.05.2009), não poderão ser cobrados dos sócios e administradores através do instituto da responsabilidade tributária solidária, salvo na hipótese de solicitação de parcelamento em nome próprio do sócio ou administrador da dívida tributária da pessoa jurídica. Os dispositivos supracitados põem fim à celeuma há muito de- batida nos tribunais. Atualmente, tramitam milhares de execuções fis- cais que possuem em seus polos passivos sócios e administradoresde pessoas jurídicas que sequer permanecem nos quadros da sociedade ou jamais solicitaram parcelamento em nome próprio. A defesa desses sócios e administradores ganha um novo ar- gumento, qual seja, a nova disciplina da responsabilidade tributária so- lidária estampada na Lei n. 11.941/09 (PESSOA, 2009). A interpretação dos novos dispositivos da Lei n. 11.941/09 corroboram o entendimento de que, nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação tributária principal pelo contri- buinte pessoa jurídica, respondem solidariamente com este, nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis, os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas, nos termos do artigo 134 do Código Tributário Nacional. 55 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S Assim, o Fisco não poderá incluir na sujeição passiva tributá- ria os sócios de uma extinta pessoa jurídica, pelo simples fato de não encontrar patrimônio da sociedade. Agora, ganha força a interpretação no sentido de que o Fisco terá que provar quais foram os atos que os sócios intervieram ou se omitiram que ensejaram a dívida fiscal. Embora seja prática comum do Fisco incluir no rol de devedores aquele sócio com participação societária ínfima, tal procedimento agora, poderá ser rechaçado com mais um argumento legal, pois, desejou o legislador consignar que os sócios ou administradores só responderão nos atos que intervierem, corroborando o prescrito no artigo 134 do CTN. É importante destacar também que os dispositivos da Lei n. 11.941/09 reforçam o entendimento de que os sócios e diretores de em- presas ativas e que continuam exercendo suas atividades empresárias só poderão ser responsabilizados pessoalmente por dívidas tributárias da pessoa jurídica, nas hipóteses expressamente previstas no artigo 135 do CTN, in verbis: “Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos cor- respondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos: I - as pessoas referidas no artigo anterior; II - os mandatários, prepostos e empregados; III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídi- cas de direito privado.” O artigo 135 do CTN, portanto, estabelece que os sócios e ad- ministradores de pessoas jurídicas “ativas” (que estão em funcionamen- to) só poderão ser considerados responsáveis tributários, nas hipóteses de dívidas tributárias oriundas de atos práticos com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatuto social. A Lei n. 11.941/09 também afastou a responsabilidade tributá- ria objetiva dos débitos relacionados com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) estampada no artigo 13 da Lei n. 8620, de 05 de janeiro de 1993, in verbis: “Art. 13. O titular da firma individual e os sócios das empresas por cotas de responsabilidade limitada respondem solidariamente, com seus bens pessoais, pelos débitos junto à Seguridade Social. Parágrafo único. Os acionistas controladores, os administra- dores, os gerentes e os diretores respondem solidariamente e subsi- diariamente, com seus bens pessoais, quanto ao inadimplemento das obrigações para com a Seguridade Social, por dolo ou culpa.” O dispositivo supracitado criou, desde 1993, a figura inusitada da responsabilidade tributária objetiva, isto é, o legislador impôs aos sócios uma responsabilidade por dívidas tributárias independentemente 56 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S do cometimento de atos ou omissões. Pelo simples fato de pertencer ao quadro social da pessoa jurídica o sócio seria lançado no rol dos deve- dores juntamente com a pessoa jurídica. Tal interpretação possibilitava que o patrimônio particular do sócio pudesse sofrer a expropriação em decorrência de dívidas fiscais previdenciárias (PESSOA, 2009). Sobre o Regime Tributário de Transação (RTT) há que se con- siderar o seguinte: Os Artigos 15 a 24 da Lei 11.941/09 tratam do Regime Tribu- tário de Transição (RTT) para fins de apuração do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), bem como das contribuições para o PIS e COFINS (PIS/COFINS). A Lei n. 11.941/09 manteve a maior parte dos dispositivos origi- nalmente previstos na MP 449/08. Em resumo, o RTT trata dos ajustes tributários decorrentes dos novos métodos e critérios contábeis introduzidos pela Lei nº. 11.638/07 e pelos artigos 37 e 38 da Lei 11.941/09, visando a neutralizar os efeitos das alterações contábeis introduzidas pela Lei nº. 11.638/07, as quais poderiam acarretar alguns efeitos tributários adversos. A Lei 11.941/09 esclareceu que as alterações na Lei das S/A que modifiquem o critério de reconhecimento de receitas, custos e des- pesas computadas na apuração do lucro líquido do exercício não terão efeitos para fins de apuração do lucro real da pessoa jurídica sujeita ao RTT, assim como da base de cálculo da CSLL e do PIS/COFINS, devendo ser considerados, para fins tributários, os métodos e critérios contábeis vigentes em 31 de dezembro de 2007. O mesmo raciocínio se aplica às normas expedidas pela Co- missão de Valores Mobiliários (CVM) e pelos demais órgãos regulado- res que visem alinhar a legislação específica com os padrões interna- cionais de contabilidade. Dentre outras disposições, a Lei 11.941/09 manteve as altera- ções previstas na MP 449/09 referentes a diversos artigos da Lei das S/A. Neste contexto, o parágrafo 2º do Artigo 177 da Lei das S/A foi alterado para esclarecer que a escrituração mercantil das companhias não será alterada pela lei tributária, ou de legislação especial que prescrevam, conduzam ou incentivem a utilização de métodos ou critérios contábeis diferentes ou determinem registros, lançamentos, ajustes ou elaboração de outras demonstrações financeiras. Desta forma, as alterações introduzidas tanto pela legislação tributária ou especial deverão ser escrituradas exclu- sivamente em livros ou registros auxiliares, inclusive no LALUR. Uma inovação da referida lei refere-se à delegação de poderes para a CVM, que fica autorizada a normatizar questões contábeis de for- 57 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S ma abrangente, delegação esta que pode ser segmentada em três grupos principais: normatização, avaliação e divulgação das transações contábeis. Com relação a Restituição e Compensação de Tributos Fede- rais, a Lei n. 11.941/09, por outro lado, não ratificou a maior parte das alterações na Lei n. 9.430/96 com relação à possibilidade de utilização de créditos relativos a tributos ou contribuições administrados pela Re- ceita Federal do Brasil para compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. Dessa forma, Trench, Rossi e Watanabe advogados (2009) destacam que os débitos relativos ao pagamento mensal por estimativa do IRPJ e da CSLL podem novamente ser objeto de declarações de compensação a serem apresentadas pelos contribuintes nos termos do artigo 74 da Lei 9.430/96. 58 C O N TA B IL ID A D E T R IB U TÁ R IA - G R U P O P R O M IN A S BORBA, Claudio. Direito Tributário II: livro primeiro do Código Tributário Na- cional e demais leis sobre normas gerais. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. MARTINS, Ives Gandra da Silva. Curso de Direito Tributário. 13 ed. 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Institui o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte; altera dispositivos das Leis nºs 8.212 e 8.213, ambas de 24 de julho de 1991, da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, da Lei nº 10.189, de 14 de fevereiro de 2001, da Lei Complementar nº 63, de 11 de janeiro de 1990; e revoga as Leis n. 9.317, de 5 de dezembro de 1996, e 9.841, de 5 de outubro de 1999. Alterada pela Lei Complementar n° 127, de 14 de agosto de 2007. Alterada pela Lei Complementar nº 128, de 19 de dezembro de 2008. Republicação em atendimento ao disposto no art. 6º da Lei Complementar nº 128, de 19 de dezembro de 2008. Alterada pela Lei Complementar n° 133, de 28 de dezembro de 2009. Alterada pela Lei Complementar nº 139, de 10 de novembro de 2011. Republicação em atendimento ao disposto no art. 5º da Lei Complementar nº 139, de 10 de novembro de 2011. 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