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CONTABILIDADE TRIBUTARIA

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Núcleo de Educação a Distância
GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO
Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino
PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.
O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para 
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por 
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.
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Prezado(a) Pós-Graduando(a),
Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!
Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança 
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se 
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as 
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma 
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a 
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos. 
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas 
pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são 
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver 
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atu-
ação no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo 
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de 
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a) 
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial. 
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos 
conhecimentos.
Um abraço,
Grupo Prominas - Educação e Tecnologia
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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!
É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha 
é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é 
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização. 
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como 
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua 
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo 
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de 
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.
Estude bastante e um grande abraço!
Professora: Adriana Penna
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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao 
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela 
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes 
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao 
seu sucesso profisisional.
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 CAPÍTULO 01
INTRODUÇÃO
16A Importância das Informações Contábeis no Processo Decisório __
 CAPÍTULO 02
CONTABILIDADE BÁSICA
Conceitos e Aplicações ________________________________________ 13
Normas Brasileiras de Contabilidade ____________________________ 20
17O Operador do Direito Tributário ______________________________
Princípios Contábeis ___________________________________________ 21
 CAPÍTULO 03
ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL/TRIBUTÁRIA
Mecanismo de Contas ________________________________________ 28
Lançamentos Contábeis _______________________________________ 30
Métodos de Escrituração ______________________________________ 30
Livros Societários e Fiscais ______________________________________ 31
Introdução ao Estudo do Patrimônio ___________________________ 33
Fatos Contábeis _______________________________________________ 34
Aspectos Legais da Escrituração Contábil _______________________ 35
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A Ideia da Escrituração Contábil como Exigência Fiscal ___________ 36
Perícias Contábeis _______________________________________________ 37
Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício 
(DRE) ___________________________________________________________ 38
 CAPÍTULO 04
O SIMPLES NACIONAL, A MICRO EMPRESA E AS EMPRESAS DE PE-
QUENO PORTE
 CAPÍTULO 05
O ALCANCE DA LEI N. 11.638/07 E A LEI N. 11.941/09
Referências ____________________________________________________ 58
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S Dentre as várias áreas em que se desdobra ou que se especia-
liza a Contabilidade, encontramos a Contabilidade Tributária, cujo obje-
to de estudo concentra, obviamente, os tributos.
Todos sabemos que o objetivo maior de uma organização empre-
sarial, qualquer que seja seu objeto, como produzir bem ou prestar serviços, 
é gerar lucro para seus proprietários ou acionistas, embora saibamos tam-
bém que ela possui uma função social uma vez estar inserida na sociedade.
Pois bem, além de diretamente atender a necessidade e dese-
jos das pessoas e demais instituições de uma nação, a empresa gera 
empregos e paga impostos, assim, contribui de forma indireta, para o 
desenvolvimento econômico da nação.
Continuando a construção do arcabouço que pretendemos de-
senvolver ao longo desta apostila, voltemos à Contabilidade!
Para SÉRGIO DE IUDÍCIBUS E JOSÉ CARLOS MARION 
INTRODUÇÃO
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(1999, p. 56) a contabilidade tem por objeto o estudo do patrimônio, atra-
vés da utilização de métodos especialmente desenvolvidos para coletar, 
registrar, acumular, resumir e analisar todos os fatos que afetam a situ-
ação patrimonial das pessoas físicas ou jurídicas, seja esse patrimônio 
resultante da consolidação de patrimônios de outras entidades distintas 
ou a subdivisão do patrimônio de uma entidade em parcelas menores que 
mereçam ser acompanhadas em suas mutações e variações.
Essas informações contábeis, que acompanham as mutações e 
variações possuem muitos usuários, dentre eles os usuários internos que 
são representados pelos administradores e funcionários e os usuários 
externos que são os acionistas, credores e autoridades governamentais. 
Pessoas que, direta ou indiretamente, tenham interesse na avaliação da si-
tuação e do desenvolvimento da entidade (PORTON; LONGARAY, 2006).
Assim, a Contabilidade, segundo HENRY FAYOL (1994), cons-
titui-se no órgão de visão das empresas. Nesse sentido, deve revelar, a 
qualquer momento, a posição e o rumo do negócio. Deve dar informações 
exatas, claras e precisas sobre a situação econômica da empresa. Enten-
de-se desta premissa, que uma boa contabilidade, simples e clara, que dê 
ideia exata das condições da empresa, é um poderoso meio de direção.
A contabilidade influencia a tomada de decisões em uma em-
presa à medidaque o gestor se utiliza das informações por ela gerada. 
Há, por parte dos administradores, necessidade de informações ade-
quadas e oportunas para subsidiar o processo decisional das empre-
sas. O fato de se poder contar com as informações em tempo hábil é de 
fundamental importância para o processo decisório da empresa.
A Contabilidade Tributária, por sua vez, é um campo de estudo 
e de aplicação das Ciências Contábeis, que se ocupa da contabilização 
por meio de lançamentos adequados das operações das empresas que 
produzam o fato gerador dos tributos incidentes sobre lucros ou resulta-
dos superavitários que geram obrigações tributárias principais. No Bra-
sil os referidos tributos são de legislação da União, basicamente Impos-
to de Renda (IR) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).
Outros tributos brasileiros exigem escrituração e cálculos diver-
sos, não só da União, mas também dos estados, municípios e Distrito Fe-
deral. A rigor, essa especialização não faz parte da Contabilidade Tributária, 
mas de uma atividade específica conhecida como Escrita ou Escrituração 
Fiscal, cuja realização depende de conhecimento da legislação de cada tri-
buto (Direito Financeiro), sem envolver conhecimentos mais amplos sobre 
Teoria Contábil e Economia Empresarial, por exemplo.
LUIZ MARTINS OLIVEIRA et al (2003) conceituam a Contabilidade 
Tributária como o ramo da contabilidade responsável pelo gerenciamento 
dos tributos incidentes nas diversas atividades de uma empresa, ou grupo de 
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empresas, adaptando ao dia-a-dia empresarial as obrigações tributárias, de 
forma a não expor a entidade às possíveis sanções fiscais e legais.
LÁUDIO CAMARGO FABRETTI (2001, p. 27) conceitua a Con-
tabilidade Tributária como “o ramo da contabilidade que tem por objetivo 
aplicar na prática conceitos, princípios e normas básicas da contabilida-
de e da legislação tributária, de forma simultânea e adequada.”
De maneira simplificada, mas não menos importante, podemos 
dizer que Contabilidade Tributária é uma expressão utilizada para designar 
o conjunto de ações e procedimentos visando apurar e conciliar a geração 
de tributos de uma entidade. Também chamada de “Contabilidade Fiscal”.
A escrituração contábil regular propicia informações importan-
tes para a apuração de tributos. Daí dizer-se que a contabilidade pres-
ta-se a cálculos diversos nesta apuração, como, por exemplo:
1. Base de cálculo do PIS e COFINS.
2. Lucro apurado para fins de IRPJ e CSLL.
3. Registro de tributos compensáveis (IRF e outras retenções 
tributárias).
Desta forma, é imprescindível aos contribuintes manterem es-
treito controle sobre sua situação patrimonial, já que informações incor-
retas podem gerar distorções na apuração dos tributos devidos.
Pois bem, para atender aos objetivos específicos do curso, não 
podemos nos furtar a estudar, analisar e entender a Contabilidade Tri-
butária como ramo da Ciências Contábeis que visa aplicar as normas 
básicas da Contabilidade e da Legislação Tributária, apurando correta-
mente o resultado econômico do exercício social (lucro contábil) e, em 
seguida, atender de forma extra contábil às exigências das legislações 
do Imposto de Renda pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social 
sobre o Lucro Líquido (CSLL), determinando a base de cálculo fiscal 
para a formação das provisões destinadas ao pagamento desses tribu-
tos, as quais serão abatidas do resultado contábil, para a determinação 
do lucro líquido do período base apurado. 
Ressaltamos em primeiro lugar que embora a escrita acadêmica 
tenha como premissa ser científica, baseada em normas e padrões da aca-
demia, fugiremos um pouco às regras para nos aproximarmos de vocês e 
para que os temas abordados cheguem de maneira clara e objetiva, mas 
não menos científicas. Em segundo lugar, deixamos claro que este módulo 
é uma compilação das ideias de vários autores, incluindo aqueles que con-
sideramos clássicos, não se tratando, portanto, de uma redação original.
Ao final do módulo, além da lista de referências básicas, en-
contram-se muitas outras que foram ora utilizadas, ora somente consul-
tadas e que podem servir para sanar lacunas que por ventura surgirem 
ao longo dos estudos.
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SCONCEITOS E APLICAÇÕES
A evolução da Contabilidade, principalmente a sua ciência, de-
senvolvida e utilizada, é rica em detalhes e interessante não somente do 
ponto de visto histórico, mas principalmente em termos de progressos e 
avanços, entretanto, não é pertinente ao momento, contá-la. Vamos fazer 
um recorte e situar a ciência e seus operadores exatamente no século XXI.
Mercado globalizado, competição acirrada, carga tributária alta 
são alguns dos motivos que levam qualquer profissional, a deter um 
conhecimento vasto e qualificado.
Diante das novas necessidades do mercado, que dispõe de 
muitas informações em reduzido espaço de tempo, e devido às inova-
ções tecnológicas, é exigido do profissional ética, agilidade diante dos 
problemas, auxílio na tomada de decisões, além de manter-se atualiza-
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do continuamente.
HILÁRIO FRANCO (1999, p. 86) já afirmava que as expec-
tativas da sociedade crescem continuamente, uma vez que ela vê a 
profissão contábil como capaz de enfrentar os desafios do futuro e de 
cumprir suas responsabilidades. A profissão tem, portanto, de avaliar 
e reconhecer até onde ela pode atender às expectativas da socieda-
de, sempre crescentes, adaptando-se às novas situações, e assim, seu 
crescimento será assegurado.
Isso exigirá constante comparação entre as expectativas da 
sociedade e a capacitação dos membros da profissão para atender 
a essas expectativas. Ela terá, portanto, de atualizar constantemente 
seus conhecimentos para justificar sua afirmação de que pode atender 
às necessidades da sociedade.
Antigamente, o mercado de trabalho não exigia dos profissio-
nais da área de Contabilidade o ensino superior, por isso a figura do 
técnico de Contabilidade supria as necessidades deste mercado. Diante 
das expectativas em torno do crescimento do profissional contábil, po-
demos verificar que este, vem buscando a evolução e amadurecimento 
para atender o mercado. Igualmente ao operador do direito somam-se 
as mais variadas competências e habilidades para atender com esmero 
a quem solicitar seus préstimos.
A Contabilidade disponibiliza neste século muitas áreas de atu-
ação para este profissional:
a) Planejamento Empresarial: planejador tributário; analista fi-
nanceiro; contador geral; auditor interno; contador de custos; contador 
gerencial; atuário.
b) Ensino: Professor; pesquisador; escritor; conferencista.
c) Autônomo: auditor independente; consultor; empresário con-
tábil; investigador contábil; perito de fraudes.
d) Em órgão público: contador público; agente ou auditor fiscal; 
tribunal de contas; oficial contador e outros cargos públicos.
Mas o que faz esse profissional? Como é o processo de traba-
lho exigido pela legislação?
Segundo SÉRGIO DE IUDÍCIBUS (2000, p. 23), o objetivo básico 
da contabilidade “[...] pode ser resumido no fornecimento de informações 
econômicas para os usuários, de forma que propiciem decisões racionais”. 
Para isso, “[...] seria necessário um conhecimento do modelo decisório do 
usuário, a fim de delinear o conjunto e informações pertinentes”.
Conforme MÁRCIA MARTINS MENDES DE LUCA (1998, p. 
20), a contabilidade é um elemento essencial a qualquer organismo 
econômico, visto que demonstra as necessidades e transformações 
econômicas pelas quais ele passa. Assim, estas informações, nortea-
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doras para obom desempenho de qualquer instituição organizada, são 
distribuídas via relatórios contábeis a todas as pessoas envolvidas com 
o processo de crescimento da empresa, para que as tomadas de deci-
sões sejam executadas de forma consistente e eficiente.
Nesse sentido, a contabilidade constitui um sistema de infor-
mação e avaliação para a tomada de decisões de uma empresa, já 
que fornece aos seus usuários demonstrações e análises de natureza 
econômica, financeira, física e de produtividade, com relação à entidade 
objeto de contabilização.
A tomada de decisões desempenha um papel relevante na 
contabilidade. Sua importância tem sido ressaltada frequentemente nas 
definições dos objetivos da contabilidade. Entretanto, para que a conta-
bilidade consiga atender a esse objetivo e, consequentemente, as ne-
cessidades dos seus usuários, mister se faz que essa informação seja 
útil, oportuna, tempestiva, confiável e relevante.
Mais uma vez quem relata com propriedade a situação é SÉR-
GIO DE IUDÍCIBUS (2000, p. 19) ao dizer que a contabilidade pode 
ter seus objetivos estabelecidos considerando-se duas abordagens: na 
primeira ela deve fornecer informações iguais para todos os usuários; 
na segunda a contabilidade precisa dar informações diferenciadas con-
forme a necessidade individual de cada um.
Ele sugere, ainda, uma terceira abordagem em que a contabi-
lidade comporia um banco de dados com informações contábeis per-
mitindo que cada usuário possa acessá-lo de forma flexível, ou seja, 
consiga extrair dados para atender sua vontade ou seus parâmetros.
A dificuldade identificada sempre recai sobre o usuário da infor-
mação contábil (principalmente o interno), pois fazer uma avaliação do 
modelo de cada tipo de tomador de decisão seria impraticável dentro da 
Teoria da Contabilidade.
A contabilidade, como ferramenta voltada para o fornecimento 
de informações, tem no seu bojo a preocupação com o usuário, pessoa 
que irá receber o produto informação. A importância do usuário esta ex-
plícita em várias definições de contabilidade e em seus objetivos.
A tomada de decisões, quase sempre, é estudada na visão do 
investidor e do credor, ambos usuários externos. Raramente é enfocada 
sua utilidade para o gestor (usuário interno).
Desse modo, conforme JONI YOUNG (2006), os relatórios e 
as práticas contábeis, ao longo do tempo, foram sendo definidos para 
atender somente a esse tipo de usuário.
Cada tomador de decisão julga, por sua vez, qual informação 
contábil é útil, e este julgamento é influenciado por fatores como: os 
tipos de decisão a serem tomadas, os métodos de decisão a serem 
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usados, a informação obtida através de outras fontes e a capacidade do 
tomador de decisões em processar a informação.
Considerando a contabilidade como fornecedora de informa-
ções, KIRSI-MARI VIHERMAA (2008) destaca que a identificação des-
tes usuários e das finalidades, pelas quais estes necessitam destas in-
formações, afeta os métodos de coleta, mensuração e transmissão das 
informações contábeis. Neste sentido, a autora identifica três grupos de 
usuários da informação contábil:
a)Gestores: As informações contábeis se destinam a auxiliar o 
processo decisório;
b)Stakeholders: Geralmente, estão interessados nas informa-
ções econômicas e financeiras de uma entidade; 
c) Governos: As informações são utilizadas para fins de tributa-
ção e/ou regulamentação.
Neste mesmo sentido, HORNGREN, SUNDEM e STRATTON 
(2004, p. 4) descrevem que, sendo o objetivo da contabilidade auxiliar 
na tomada de decisão, três seriam os grupos dos usuários das informa-
ções contábeis:
1. Gestores internos que usam a informação para o planeja-
mento e controle, a curto prazo, de operações rotineiras.
2. Gestores internos que usam a informação para tomar deci-
sões não rotineiras (por exemplo, investir em equipamentos, determinar 
o preço de produtos e serviços, decidir a que produtos dar relevo ou 
não) e formular as políticas gerais e planos de longo prazo.
3. Usuários externos, tais como investidores e autoridades go-
vernamentais, que usam a informação para tomar decisões a respeito 
da empresa.
As formas como estes grupos utilizam as informações contá-
beis, permitem a classificação destas em duas categorias:
i) Informações gerenciais: transmitem conteúdos que auxiliam 
os gestores em suas tarefas organizacionais, em especial, no processo 
decisório;
ii) Informações financeiras: transmitem conteúdo sobre os fe-
nômenos econômicos da entidade.
A IMPORTÂNCIA DAS INFORMAÇÕES CONTÁBEIS NO PROCES-
SO DECISÓRIO
A contabilidade é uma das responsáveis por fornecer informa-
ções sobre a gestão das organizações. As informações contábeis as-
sumem relevância primordial na tomada de decisões acertadas, visto 
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que fornecem análises temporais, avaliações e subsídios para diversas 
circunstâncias, envolvendo o patrimônio da empresa.
Estas informações influenciam as tomadas de decisão, motivan-
do os membros de uma organização a agirem visando atingir as metas 
e os objetivos desta. Entretanto, conforme atesta a literatura estrangeira, 
de acordo com ADELA DEACONU, CRINA FILIP E ANUTA BUIGA (2008, 
p. 1), as informações contábeis somente serão utilizadas nas tomadas de 
decisões, se os usuários puderem avaliar a qualidade dessas informações.
Segundo ELDON HENDRIKSEN e MICHEL VAN BREDA 
(1999, p. 135), é necessário estudar como os usuários das informações 
contábeis tomam decisões para que, ao determinar como isso ocorre, 
sejamos capazes de deduzir que informação teria mais valor para eles. 
No estudo das decisões tomadas pelos usuários, bem como do impacto 
dessas decisões sobre o fornecimento de informações, os teóricos da 
contabilidade têm adotado dois enfoques: normativo e positivo.
Ainda de acordo com esses autores, é importante estudar o en-
foque positivo, que consiste em perguntar como as pessoas realmente 
tomam decisões, pois este enfoque permite identificar a informação que 
é mais útil.
O OPERADOR DO DIREITO TRIBUTÁRIO
Os operadores do Direito Tributário, entendendo-se estes 
como os contadores tributários, juristas, auditores e quaisquer outros 
que lidam com as questões fiscais, precisam continuamente interpretar 
normas tributárias com marcante presença de conceitos contábeis.
Para contribuir e fazer fluir as suas interpretações e decisões, é 
preciso compreender como a linguagem contábil se insere no conjunto 
das normas jurídicas, ou seja, como ela se deforma, transforma e ganha 
perfil de juridicidade (MARTINEZ, 2010).
Para qualquer operador do Direito Tributário, bem como para 
profissionais contábeis que enfrentam as questões tributárias, a contabili-
dade tem papel da maior relevância, constituindo, entre outros aspectos:
i) meio de prova de eventos tributários;
ii) elemento estrutural na fenomenologia da incidência tributária;
iii) fundamento para deveres instrumentais (obrigações aces-
sórias).
Em vários tributos do sistema brasileiro, a linguagem contábil 
permeia de forma marcante o fenômeno da incidência tributária; assim, 
torna-se crucial entender como essa linguagem contábil irá adaptar-se 
à linguagem jurídica.
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A contabilidade desempenha papel relevante tanto no Direito 
Tributário Substantivo - na definição do objeto do comportamento (paga-
mento do tributo), identificando e mensurando as variações patrimoniais 
- quanto no Direito Tributário Formal - servindo para prescrever deve-
res instrumentais associados à escrituração contábil-fiscal. A linguagem 
contábil permeia com tamanha intensidade as relações jurídicas em ge-
ral, que, provavelmente, a Contabilidade seja área de conhecimento não 
jurídico das mais juridicizadas, circunstância normalmente reconhecida 
pelos próprios profissionais da área contábil (MARTINEZ,2010).
A linguagem contábil possui fundamentalmente função descri-
tiva, voltada prioritariamente a relatar todos os eventos econômicos que 
têm reflexo sobre o patrimônio de determinada entidade. Na descrição 
das transações econômico- financeiras, a linguagem contábil procura, 
através de seus métodos e procedimentos, evidenciar estática e dinami-
camente o que ocorreu com o patrimônio, bem como descrever o valor 
do conjunto patrimonial em determinado período e como este variou 
entre um período e outro.
O Direito e a Contabilidade são áreas do conhecimento que ca-
minham juntas e se complementam desde longa data, acompanhando 
a evolução da sociedade. A Contabilidade, orientada para o controle e 
registro dos atos e fatos da administração econômica, serve como fer-
ramenta para, entre outras funções, a prestação de contas entre sócios 
ou às autoridades responsáveis pela arrecadação de tributos.
Nesse contexto, verifica-se que, na prática, a linguagem con-
tábil, além das normas e princípios próprios da Contabilidade, mantém 
fortes laços com instrumentos normativos presentes no Direito Positivo. 
Justifica-se, portanto, a necessidade de os operadores do Direito co-
nhecerem o sentido jurídico da linguagem contábil.
A Contabilidade, como técnica informativa financeira, tem ser-
vido como meio de prova idôneo no campo jurídico.
Já no mundo antigo, o Direito utilizava os informes contábeis 
como meio probatório nos contratos de crédito. Com o surgimento do 
Direito Mercantil, durante a Idade Média, nas prósperas cidades italia-
nas, o Direito passa a normatizar de forma mais aprofundada a Con-
tabilidade. O Direito, nessa fase da história, regulamentou as formas 
pelas quais a técnica contábil poderia ser utilizada como meio de prova, 
e instituiu a obrigação da escrituração contábil, atitude que se conserva 
até nossos dias (GERTZ MANERO, 1969 citado por MARTINEZ, 2010).
Desde o final do século XVIII, no campo do Direito Público, em 
particular do Direito Tributário, a técnica contábil se converteu no instru-
mento mais usado para computar os créditos fiscais e para a satisfação 
das necessidades do erário.
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Outros ramos do Direito (penal, trabalhista e civil) utilizam as 
técnicas contábeis para seus objetivos particulares, pela legislação ex-
pressa que trata de aspectos contábeis.
Esse conjunto de instrumentos jurídicos prescritivos que regulam 
a técnica contábil pode, com finalidades didáticas, ser classificado como 
um ramo próprio do Direito, sendo definido a priori pelo fato de tais instru-
mentos terem um objeto comum: a normatização da técnica contábil. É 
possível dizer que o Direito Contábil, “segmento” do Direito, tem como con-
teúdo a ordem normativa que trata da linguagem contábil (conhecimento 
contábil) juridicizada (VIANDIER, 2003 apud MARTINEZ, 2010).
Adota-se aqui a doutrina segundo a qual o Direito é uno e in-
terligado, sendo irrelevantes as supostas “autonomias científicas” dos 
seus diversos ramos. Portanto, a identificação do Direito Contábil tem 
como propósito definir um espaço do saber jurídico, didaticamente iden-
tificado. Entretanto, ressalte-se que esse aspecto não compromete a 
visão sistêmica, nem o cânone da unidade, sobre o qual urge analisar o 
Direito. Adicionalmente, o Direito Contábil, como todos os demais “seg-
mentos” do Direito, funda-se na Teoria Geral do Direito.
Podemos dizer que o Direito Contábil está na intersecção do 
Direito e da Contabilidade, ou seja, entre os conhecimentos jurídicos e 
os conhecimentos contábeis.
O Direito Contábil Positivo é, então, o conjunto de instrumentos 
jurídicos prescritivos que regulam a técnica contábil, constituindo, para 
fins didáticos, ramo autônomo do Direito, em virtude da unidade que se 
obtém da análise de um tema comum: a técnica contábil. Entre os as-
pectos aos quais o Direito Contábil se reporta, cabe destacar:
i) a obrigatoriedade da escrituração contábil;
ii) a contabilidade como meio de prova;
iii) a elucidação dos conceitos contábeis (LAUZAINGHEIN et 
al. 2004 citado por MARTINEZ, 2010).
Nesse contexto, a Ciência do Direito Contábil trataria do con-
junto de enunciados declarativos que têm como propósito descrever o 
conjunto das normas jurídicas contábeis.
Essa ciência estudaria o conteúdo das normas jurídicas contá-
beis, em concepção sistêmica para o Direito. O cientista do Direito Contá-
bil deve fazer considerações críticas do direito-objeto (e portanto de sua 
linguagem). Ao refletir sobre a natureza do objeto do Direito Contábil, ele 
constrói o que poderia ser entendido como a doutrina jurídico-contábil.
É importante ter em vista que a Contabilidade estuda os fatos 
que produzem variações patrimoniais, classificando-os de modo a for-
necer elementos para a orientação da riqueza.
Alguns dos métodos do qual ela se serve foram juridicizados, o 
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que se justifica pela necessidade de salvaguardar os direitos individuais 
decorrentes das relações jurídicas.
Os métodos usados pela Contabilidade para registrar fatos 
contábeis de interesse jurídico sofrem as limitações impostas pelas leis 
e demais instrumentos normativos.
Segundo ANGELIS (2008, p. 20 citado por MARTINEZ, 2010), 
“os fatos contábeis não serão jurídicos enquanto não ingressarem pela 
porta do Direito, como fontes materiais. Um fato contábil e um dever de 
natureza contábil são irrelevantes na esfera jurídica se não se materia-
lizarem em linguagem jurídica competente”.
O Direito incide sobre os fatos contábeis, mas a natureza destes é 
diferente, pois a Contabilidade tem por objeto essencial a grandeza econô-
mica do patrimônio e suas variações em face dos atos de gestão, enquanto 
o Direito aprecia os fenômenos do ponto de vista da harmonia social.
Portanto, podemos inferir que nem todas as relações de Direito 
correspondem a fatos contábeis e nem todos os fatos contábeis criam 
relações jurídicas novas.
São bastante estreitas as relações da Contabilidade com vá-
rias das subáreas do Direito. O Direito Comercial e o Direito Societário - 
o segundo, principalmente – contêm normas de escrituração aplicáveis 
a todas as empresas.
O Direito Industrial e a Legislação Trabalhista devem ser con-
sultadas em assuntos ligados à contabilidade de custos.
Os diversos ramos do Direito Público, particularmente o Direito 
Constitucional e o Direito Administrativo, estabelecem normas que de-
vem ser seguidas na escrituração das operações de contabilidade públi-
ca. No Direito Processual, no Direito Penal e, principalmente, no Direito 
Tributário, encontramos normas que a contabilidade não pode ignorar.
NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE
As Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC) constituem-se 
num conjunto de regras e procedimentos de conduta que devem ser ob-
servados como requisitos para o exercício da profissão contábil, bem como 
os conceitos doutrinários, princípios, estrutura técnica e procedimentos a 
serem aplicados na realização dos trabalhos previstos nas normas aprova-
das por resolução emitidas pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC).
As Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo CFC de-
vem seguir os mesmos padrões de elaboração e estilo utilizados nas 
normas internacionais e compreendem as Normas propriamente ditas, 
as Interpretações Técnicas e os Comunicados Técnicos.
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As Normas Brasileiras de Contabilidade classificam-se em Pro-
fissionais e Técnicas e estabelecem preceitos de conduta profissional e 
padrões e procedimentos técnicos necessários para o adequado exer-
cício profissional.
A Interpretação Técnica tem por objetivo esclarecer a aplica-
ção das Normas Brasileiras de Contabilidade, definindo regras e pro-
cedimentos a serem aplicados em situações, transações ou atividades 
específicas, sem alterar a substânciadessas normas.
O Comunicado Técnico tem por objetivo esclarecer assuntos de 
natureza contábil, com a definição de procedimentos a serem observados, 
considerando os interesses da profissão e as demandas da sociedade.
A inobservância às Normas Brasileiras de Contabilidade cons-
titui infração disciplinar sujeita às penalidades previstas nas alíneas 
de “c” a “g” do art. 27 do Decreto-Lei nº 9.295/46, alterado pela Lei nº 
12.249/10, e ao Código de Ética Profissional do Contador.
PRINCÍPIOS CONTÁBEIS
Os Princípios de Contabilidade representam a essência das 
doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o 
entendimento predominante nos universos científico e profissional.
Considerando a estrutura conceitual básica da Contabilidade, 
SÉRGIO DE IUDÍCIBUS; JOSÉ CARLOS MARION (2000, p. 97) e ou-
tros estudiosos os classificam em postulados, princípios e convenções.
Os postulados são premissas básicas para existência da con-
tabilidade, ou seja, são a base para a existência da contabilidade, ou 
ainda, uma proposição ou observação de certa realidade que pode ser 
considerada não sujeita a verificação. De acordo com EDSON COR-
DEIRO DA SILVA (2008) não precisam ser comprovadas, porque ocorre 
uma aceitação geral por parte das pessoas.
Os postulados são considerados pela Resolução n.º 750/1993 
– CFC como Princípios Fundamentais e são compostos de:
• Entidade Contábil: a pessoa física ou jurídica para quem é 
mantida a contabilidade. O Patrimônio da entidade não se confunde 
com o dos seus sócios.
• Continuidade: o trabalho contábil é contínuo. Refere-se à en-
tidade que está funcionando com prazo indeterminado.
 Os princípios orientam quanto aos procedimentos que devem ser 
seguidos na realização dos registros contábeis; são preceitos básicos.
As convenções delimitam o campo de atuação dos princípios, 
estabelecendo critérios a serem observados na aplicação dos mesmos.
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Os princípios contábeis adotados nas Normas Brasileiras de 
Contabilidade não se opõem aos da estrutura conceitual básica da Con-
tabilidade. No entanto, estes apresentam maior abrangência e classifi-
cação científica, sendo, portanto, mais completos e mais específicos em 
relação a atuação do contador.
Os princípios Fundamentais de Contabilidade são aqueles 
elencados no art. 3º da Resolução citada anteriormente. Prescreve ain-
da o § 2º, do art. 1º, da mesma norma que “na aplicação dos Princípios 
Fundamentais de Contabilidade há situações concretas e a essência 
das transações deve prevalecer sobre seus aspectos formais”. Ou seja, 
a cada situação o contabilista deve analisar se a forma jurídica confere 
com a essência econômica do fato contábil. Caso não confira a essên-
cia deve prevalecer sobre a forma. Alguns autores consideram essa 
assertiva como um princípio “embrionário”.
De acordo com HERALDO DA COSTA REIS (1995, p. 7), os 
princípios contábeis constituem a essência das doutrinas e teorias rela-
tivas à ciência da contabilidade, segundo entendimento dominante no 
universo científico profissional brasileiro. 
CHARLES HORNGREN (1985, p. 394), por sua vez, afirma 
que os princípios contábeis transformaram-se em princípios de aceita-
ção geral por consenso, sendo ainda que tal consenso não é influencia-
do somente pela análise lógica formal, mas também pela experiência, 
pelo uso e pela necessidade prática.
Segundo SÉRGIO DE IUDÍCIBUS (2004), as convenções 
contábeis delimitam ou qualificam melhor o tipo de comportamento ne-
cessário do contador em face dos amplos graus de liberdade que os 
postulados e princípios lhe permitem exercer. São restrições que re-
presentam o complemento dos postulados e princípios delimitando-lhes 
conceitos e atribuições (IUDÍCIBUS; MARION, 2000, p. 121). São nor-
mas de caráter prático que devem ser consideradas como guias. Con-
servadorismo, Consistência, Materialidade e Objetividade são as quatro 
convenções aceitas pelos doutrinadores.
Os princípios são aplicáveis à contabilidade no seu sentido 
mais amplo de ciência social, cujo objeto é o Patrimônio das Entidades.
São Princípios de Contabilidade :
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A observância dos Princípios de Contabilidade é obrigatória no 
exercício da profissão e constitui condição de legitimidade das Normas 
Brasileiras de Contabilidade (NBC). 
Por exemplo, o princípio de competência, que exige o registro 
das receitas e despesas no período que ocorrerem, não pode ser subs-
tituído por adoção do regime de caixa (onde as receitas e despesas são 
registradas somente por ocasião de seu pagamento) (ZANLUCA, 2012).
As convenções contábeis determinam limites no procedimento 
de atuação do contador; definem e até alteram parcialmente o conteú-
do dos princípios, melhorando mais seu significado. São características 
das convenções contábeis:
• Objetividade - os registros contábeis têm que estar suporta-
dos por documentos que geram transações ou evidências que ajudam 
na avaliação.
• Materialidade - toda informação contábil origina um custo e só 
tem sentido executar a informação se o benefício (o usuário ou sistema) 
representar um valor maior que o custo da informação (papel, equipamen-
to, salários, encargos etc.) registrado pela contabilidade, por exemplo: pe-
quenos valores gastos com passagens de ônibus, metrô, postagens de 
correspondências, entre outros, podem acarretar vários lançamentos con-
tábeis; então, para evitar um grande número de registros, faz-se periódica, 
semanal, quinzenal ou mensalmente, um único lançamento desses lança-
mentos, sempre considerando a documentação que suporta tais gastos.
• Consistência - significa que, uma vez adotado determinado 
critério contábil, não deverá ser mudado sem um motivo sério e em 
períodos apropriados para tal modificação; por exemplo, se a empresa 
escolhe um tipo de controle de estoque com base no critério de apura-
ção do custo, como, por exemplo, custo médio, PEPs etc., consistente-
mente, deverá utilizar esse tipo de controle pelo menos até terminar o 
período (exercício social) de maneira que não comprometa a qualidade 
das informações contábeis já apuradas.
• Conservadorismo - manter a coerência na comunicação das 
informações; uma boa conduta do contador é a de se resguardar para 
não gerar expectativas futuras que possam não se cumprir. Segundo os 
Princípios Fundamentais da Contabilidade (PFC), a contabilidade esco-
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lherá o que apresentar o menor valor atual para o ativo e o maior para 
as obrigações representadas no passivo (SILVA, 2008).
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S Para que a Contabilidade atinja um dos seus objetivos que é 
de apresentar uma demonstração correta, torna-se necessário que, em 
cada operação, o raciocínio seja o mesmo, isto é, cada operação que a 
empresa faz deve ter origem e fim.
Antes de abordar os aspectos legais, é importante ressaltar 
que sem escrituração não há contabilidade, sem contabilidade não há 
gestão e sem gestão o empresário fica sujeito a grandes problemas 
em função da responsabilidade assumida com governo, fornecedores 
e funcionários. Não fazer escrituração é aventurar-se e são poucas as 
chances de sucesso.
A legislação estabelece tratamentos diferentes para as empre-
sas em função do seu porte e ramos de atividade. As micro e pequenas 
empresas têm atenção especial no sistema tributário, estando dispen-
sadas de algumas formalidades, no entanto devem escriturar os fatos 
ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL/
TRIBUTÁRIA
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contábeis, poisa contabilidade não é feita exclusivamente para o fisco.
A Contabilidade é o principal instrumento da gestão patrimonial 
e deve atender aos interesses de todos os usuários da informação con-
tábil. Obviamente que a principal aplicação da contabilidade é o campo 
gerencial, mas pela grande diversidade de usuários ela deve assumir 
uma posição de independência.
Notadamente, há conflitos entre as necessidades dos empre-
sários e as necessidades do governo na produção das informações 
contábeis. Por uma parte, a contabilidade é reconhecida pela grande 
importância em todas as entidades, por outra parte, recebe uma dema-
siada carga de regulamentações governamentais.
As instituições financeiras e as companhias de capital aberto 
estão sujeitas às regulamentações da Lei n. 6404/76 e vinculadas às 
normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários. Em princípio 
essas instituições são mais regulamentadas por exercerem importan-
te papel na economia através da capitação de recursos no mercado 
financeiro, mediante a venda de ações nas Bolsas de Valores. Daí a 
necessidade e a importância da auditoria independente para assegurar 
a veracidade e transparência das peças contábeis.
Segundo o art. 177 da Lei n. 6404/76 com algumas inclusões 
dadas pela Lei. 11.638/07, a escrituração da companhia será mantida em 
registros permanentes, com obediência aos preceitos da legislação co-
mercial e desta lei e aos princípios de contabilidade geralmente aceitos, 
devendo observar métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo e 
registrar as mutações patrimoniais segundo o regime de competência.
§ 1º As demonstrações financeiras do exercido em que houver 
modificação de métodos ou critérios contábeis, de efeitos relevantes, 
deverão indicá-la em nota e ressaltar esses efeitos.
§ 2º A companhia observará em registros auxiliares, sem modi-
ficação da escrituração mercantil e das demonstrações reguladas nesta 
lei, as disposições da lei tributária, ou de legislação especial sobre a 
atividade que constitui seu objeto, que prescrevam métodos ou critérios 
contábeis diferentes ou determinem a elaboração de outras demonstra-
ções financeiras.
§ 3° As demonstrações financeiras das companhias abertas 
observarão, ainda, as normas expedidos pela Comissão de Valores Mo-
biliários e serão obrigatoriamente auditadas por auditores independen-
tes registrados na mesma comissão.
§ 4° As demonstrações financeiras serão assinadas pelos ad-
ministradores e por contabilistas legalmente habilitados.
A lei. 11.638/07 incluiu ainda a necessidade de registrar as de-
monstrações financeiras em livros auxiliares, sem modificação da escri-
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turação mercantil.
Resumindo, a criação de uma nova possibilidade, além da que 
já estava prevista na Lei da S/A, de segregação entre a escrituração mer-
cantil e a escrituração tributária, pois agora há a alternativa de adotar as 
disposições da legislação tributária na escrituração mercantil, e não ape-
nas em livros auxiliares. Para isso, após a apuração da base de cálculo 
para a tributação, devem ser efetuados os ajustes necessários para que 
as demonstrações financeiras fiquem em consonância com a Lei das S/A 
e os princípios fundamentais da contabilidade e estas demonstrações de-
verão ser auditadas pelo auditor independente registrado no CVM.
MECANISMO DE CONTAS 
O método utilizado para registrar os fatos contábeis é o Método 
das Partidas Dobradas, inventado no século XIV e que veio sendo aper-
feiçoado ao longo dos séculos, consistindo em fazer débitos e créditos 
no mesmo valor para cada operação. A cada débito deve corresponder 
um ou mais créditos no mesmo valor do débito e vice versa ou, para 
cada crédito, deve corresponder um ou mais débitos no mesmo valor 
do crédito.
A funcionalidade desse método requer algumas regras, como:
De forma bem simplificada: para lançamento a débito, deve 
corresponder um lançamento a crédito e vice versa.
Inúmeros autores são unânimes em afirmar que o método das 
partidas dobradas permite a visualização da situação de uma certa en-
tidade no presente mediante o registro dos fatos passados ao longo da 
vida da empresa. Outras vantagens apontadas são:
- O método fornece mecanismos para evitar erros devido à du-
alidade necessária.
- É fundamental uma contabilidade sistemática e em ordem de 
transações para se empregar o método.
Este método diz que todo débito corresponde a um crédito de 
mesmo valor; isso significa que em todo lançamento contábil são usadas, 
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no mínimo, duas contas, uma de débito e outra de crédito do mesmo valor.
Geralmente usa-se o razonete em T como mostra a ilustração 
abaixo:
 
O razonete é empregado principalmente para fins didáticos. 
Ele mostra todos os valores lançados a débito, lado esquerdo do “T” e/
ou a crédito, lado direito, da conta num certo período, além do respecti-
vo saldo, indicado no lado esquerdo, se for devedor, ou no lado direito, 
se credor. O razonete nada mais é que uma razão simplificada.
Assim sendo, a conta devedora é sempre inscrita em primeiro lu-
gar e ocupa a coluna da esquerda, enquanto a conta credora é sempre 
inscrita em segundo lugar e ocupa a coluna da direita. A conta credora deve 
estar antecipada pela partícula “a”. A soma dos valores dos débitos deve 
ser sempre igual à soma dos valores dos créditos (SANTOS et al, 2004).
A conta é uma denominação contábil para um fato acontecido, 
ele pode ser repetitivo e ter a mesma natureza. Existem contas Patri-
moniais (ativo, passivo e patrimônio líquido) e as contas de resultado 
(receitas, custos, despesas, perdas e ganhos).
Em outras palavras e ao mesmo tempo reforçando o dito, quan-
do se trata de débito e crédito, temos alguns tipos de conta:
Enfim, as contas registram as variações patrimoniais, mostram 
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as espécies de fatos contábeis que determinaram as modificações no 
resultado.
LANÇAMENTOS CONTÁBEIS
O lançamento representa um registro de um fato contábil con-
siderando o método das partidas dobradas; é feito em ordem cronoló-
gica e seguindo as normas e os princípios contábeis. O lançamento é 
uma parte da escrituração.
Os principais elementos do lançamento são: data de operação; 
conta debitada; conta creditada; histórico e valor em moeda nacional.
MÉTODOS DE ESCRITURAÇÃO
Por definição, escrituração é o registro dos fatos patrimoniais 
de forma contínua e metódica, tendo como apoio a documentação rela-
tiva a estes fatos; isto é, o conjunto de lançamentos contábeis.
A escrituração completa é composta pelos lançamentos con-
tábeis e pelas demonstrações financeiras elaboradas no encerramento 
de cada exercício social, podendo ser manual, mecanizado ou por pro-
cessamento de dados.
Todo lançamento deve estar apoiado em documentos hábeis 
e idôneos e adequados ao tipo de operação, na sequência temos o 
Registro dos fatos no livro Diário; Transcrição dos registros para o livro 
Razão; Elaboração do Balancete de Verificação; Apuração do Resul-
tado e elaboração das demonstrações contábeis (Balanço Patrimonial 
e Demonstração do Resultado do Exercício), transcrevendo-se estas 
demonstrações no livro Diário.
As demonstrações pode-se definir como o processo de presta-
ção de informações úteis, oportunas e adequadas, conforme a necessi-
dade do usuário.
A escrituração contábil de uma companhia é exigida pela le-
gislação comercial. A legislação do Imposto de Renda, artigo 251 do 
Regulamento do Imposto de Renda (RIR/99) e artigo 177, § 22, Lei nº 
6.404/76, estabelece que a pessoa jurídica sujeita à tributação baseada 
no lucro real deve conservar os registros contábeis, observando as leis 
comerciais e fiscais, as quais devem constar todas as transações feitas 
pela empresa, os resultados apurados nas atividades em todo o terri-
tório nacional, apresentandolucros, rendimentos e ganhos de capital 
auferidos no exterior (BARROS, 2003).
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Vale a pena ressaltar que a legislação do Imposto de Renda esta-
belece três maneiras de tributação dos rendimentos das pessoas jurídicas 
e das empresas individuais a elas equiparadas (SANTOS et al , 2004):
- Declaração de rendimentos com base no lucro real (anual ou 
trimestral).
- Declaração de rendimentos com base no lucro presumido.
- Declaração de rendimentos com base no lucro arbitrado.
As empresas que têm filiais, sucursais ou agências podem ter 
contabilidade descentralizada, se assim desejar. Se a empresa optar 
pela descentralização, deverá, ao final de todo mês, incorporar na escri-
turação da matriz os resultados dos demais estabelecimentos, segundo 
o artigo 252 do RIR/99 (BARROS, 2003).
A escrituração deve ser totalmente preenchida em idioma e 
moeda corrente nacionais, com individualização e clareza, por ordem 
cronológica de dia, mês e ano, sem intervalos em branco nem entre-
linhas, borraduras, rasuras, emendas e transporte para as margens. 
Devem ser também observados os métodos e critérios contábeis unifor-
mes no tempo, com obediência às disposições legais e aos princípios 
fundamentais de Contabilidade.
Os registros contábeis têm que ser consistentes e baseados 
nos documentos, livros, papéis, geradores dos registros. A empresa 
deve seguir os princípios e as técnicas estabelecidas pela contabilida-
de; pois a fiscalização verificará se a empresa segue as regras e os 
padrões contábeis. Quanto aos erros cometidos, deverão ser corrigidos 
mediante lançamento de estorno, transferência ou complementação.
Em relação aos registros contábeis necessários para atender 
à legislação tributária, referente à determinação do lucro real, quando 
não devem, por sua natureza completamente fiscal, considerar a escri-
turação comercial, ou forem diferentes dos lançamentos dessa escritu-
ração, são realizados no Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR), ou 
em livros auxiliares (SILVA, 2008).
LIVROS SOCIETÁRIOS E FISCAIS
A escrituração comercial deve ter uma ordem uniforme, usando 
livros e papéis adequados, cujo número e espécie ficam a critério da 
pessoa jurídica; ela pode ser mecanizada ou manual, conforme o artigo 
257 do RIR/99.
As empresas, de modo geral, são obrigadas a usar e a manter 
uma série de livros obrigatórios por exigência da legislação mercantil, 
tributária, trabalhista e Previdenciária.
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Os registros contábeis são feitos nos conhecidos livros de es-
crituração, local em que a empresa lança todos os fatos administrativos. 
Os principais livros de escrituração usados pela contabilidade são o diá-
rio e o razão, porém existem outros livros que são também obrigatórios.
Os livros contábeis obrigatórios são os seguintes:
• Livro diário - legislação comercial.
• Livro razão - legislação fiscal.
• Livros societários exigidos por lei das sociedades par ações 
(Lei nº 6.404/76, artigo 100) - registro de ações nominativas, livro de 
transferência de ações nominativas, atas das assembleias gerais, pre-
sença dos acionistas, atas das reuniões da diretoria, atas e pareceres 
do conselho fiscal, registro de partes beneficiárias nominativas, livro de 
transferência de partes beneficiárias nominativas, atas de reuniões do 
conselho de administração.
• Livros fiscais (quando aplicável) - registro de inventário, regis-
tro de entradas (compras), livro de Apuração do Lucro Real do Impos-
to de Renda (LALUR), registro permanente de estoque, e razão auxi-
liar (controle patrimonial), livros de entradas, saídas e de apuração do 
ICMS, IPI, ISS etc.
• Livros trabalhistas - registro de empregados e ocorrência e 
inspeção do trabalho, entre outros.
• Livros facultativos e auxiliares - razão auxiliar de clientes e 
razão auxiliar de fornecedores e registro de duplicatas.
Algumas formalidades legais (quando for o caso) são exigidas 
para os livros contábeis obrigatórios, tais como: devem ser encaderna-
dos, numerados e rubricados em todas as suas folhas e registrados na 
Junta Comercial quando a sociedade for comercial ou no Cartório de 
Registros Especiais quando a sociedade for civil.
Possuirá termo de abertura e de encerramento, ressalvada a 
permissão de utilizar fichas, o que revogou implicitamente a obrigação, 
no caso de encadernação. Isso tudo se refere às formalidades extrínse-
cas para os livros obrigatórios contábeis.
As formalidades intrínsecas são:
• individualização e clareza;
• forma mercantil;
• ordem cronológica;
• registros contínuos e correntes.
O emprego do livro diário é obrigatório e contém o registro bá-
sico de toda a escrituração da contabilidade. Devem ser lançados, dia 
a dia, todos os atos ou transações da atividade, ou que mudem ou pos-
sam vir a mudar a situação patrimonial da empresa; deve também ser 
registrado na Junta Comercial (SILVA, 2008).
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Ainda sobre as formalidades, por ser obrigatório, o Diário está su-
jeito às formalidades legais extrínsecas e intrínsecas, ou seja, o livro Diário 
tradicional pode ser substituído por fichas (contínuas, em forma de sanfona, 
soltas ou avulsas). Porém, a adoção desse sistema não exclui a empresa 
de obediência aos requisitos intrínsecos, previstos na lei fiscal e comercial 
para o livro Diário. As empresas que utilizam fichas são obrigadas a adotar 
o livro próprio para a inscrição das demonstrações financeiras.
O Livro Razão é um livro de grande utilidade para contabilida-
de porque registra o movimento de todas as contas. A escrituração do 
livro Razão passou a ser obrigatória a partir de 1991. Na Contabilidade 
moderna, o Razão é escriturado em fichas.
O Livro Conta-Correntes é o livro auxiliar do Razão. Serve para 
controlar as contas que representam Direitos e Obrigações para a em-
presa.
O livro Caixa também é auxiliar. Nele são registrados todos os 
fatos administrativos que envolvam entradas e saídas de dinheiro.
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO PATRIMÔNIO
O patrimônio é um conjunto de bens materiais e imateriais, di-
reitos e obrigações de uma entidade física ou jurídica. Os bens e di-
reitos são estipulados como os ativos da entidade e as obrigações ou 
dívidas são consideradas o passivo da entidade. A diferença entre ativo 
e passivo é denominada patrimônio líquido.
Segundo GUALTER BARRETO (2003) os bens representam 
tudo o que pode ser avaliado economicamente e que venha a satisfazer 
as necessidades do ser humano.
Os bens podem ser classificados em:
1. Tangíveis, corpóreos, concretos ou materiais - eles existem 
como coisa ou objeto. Exemplos: dinheiro, estoque, veículos, instala-
ções, equipamentos etc.
2. Intangíveis, incorpóreos, abstratos ou imateriais - não exis-
tem fisicamente, porém significam uma aplicação de capital fundamental 
aos propósitos da companhia, cujos valores são direitos de propriedade 
que são legalmente conferidos aos seus detentores. Exemplo: marcas 
(Coca-Cola, Marlboro, Windows, etc.); patentes (invenções de todos os 
tipos); direitos autorais; ponto comercial; ações ou quotas de capital de 
outras companhias etc.
Os direitos são todos os valores recebidos de terceiros, que 
podem ser vendas a prazo ou valores de nossa propriedade que se 
acham em posse de terceiros, como, por exemplo, duplicatas a receber, 
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aluguéis a receber, etc.
As obrigações representam as dívidas ou compromissos de 
qualquer tipo assumidos diante de terceiros, como duplicatas a pagar, 
aluguéis a pagar, impostos etc.
Considerando do ponto de vista contábil, o patrimônio tem dois 
aspectos:
1. Aspecto quantitativo - constituído pelas espécies de elemen-
tos que formam o patrimônio, que correspondem a diversos tipos de 
bens econômicos heterogêneos, comomáquinas, edificações, dinheiro, 
valores a pagar e a receber, estoques, entre outros.
2. Aspecto qualitativo - é avaliado em moeda e é representado 
pela diferença aritmética entre os bens e direitos e as obrigações sob o 
âmbito econômico-financeiro; isso se chama patrimônio líquido.
FATOS CONTÁBEIS
São os eventos que provocam alterações no Patrimônio de En-
tidade e, portanto, devem ser registrados pela contabilidade.
Existem fatos que modificam determinadas operações; esses 
fatos são importantes, pois mudam o resultado operacional bruto de 
período correspondente, tais como as compras e as vendas.
As receitas brutas de vendas e os serviços são compostos pelo 
produto da venda de bens e o preço dos serviços prestados, enquanto 
as receitas líquidas de vendas e os serviços equivalem às receitas bru-
tas menos os impostos que incidem sobre as vendas, as vendas cance-
ladas e os abatimentos e/ou descontos concedidos.
Temos atos administrativos que são aqueles que não provocam 
alterações nos elementos do Patrimônio ou Resultado, portanto, não inte-
ressam a Contabilidade. Os fatos administrativos são os acontecimentos 
que de alguma forma alteram o patrimônio das entidades, quer sob o as-
pecto qualitativo, quer sob o aspecto quantitativo. Estes são chamados de 
fatos contábeis, por exemplo: emissão de cheque, compra de veículos, etc.
Quanto aos fatos que modificam as compras, pode-se dizer 
que o custo das mercadorias ou matérias-primas adquiridas para reven-
da ou industrialização envolve:
a) O preço da aquisição de determinada compra, incluindo os 
gastos com serviços aduaneiros.
b) O custo do transporte até o estabelecimento do comprador 
e o respectivo seguro.
c) Os impostos devidos na aquisição ou importação com exce-
ção do ICMS e IPI.
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d) As devoluções de compras, compras anuladas, devolvidas 
ou canceladas.
e) Os descontos obtidos e/ou abatimentos sobre compras.
Todos esses custos descritos modificam os valores efetivos 
das compras.
Os fatos contábeis são classificados em:
• Fatos permutativos - trocam os elementos patrimoniais (con-
tas) do Ativo e/ou do Passivo, ou somente do Patrimônio Líquido, sem 
que aconteça aumento ou diminuição do Patrimônio Líquido (sem afetar 
o resultado); como exemplo temos comprar mercadorias a vista (trocar 
bens por bens).
• Fatos modificativos - modificam o Patrimônio Líquido por uti-
lizar contas de resultado em importância igual à que alterou o Ativo ou 
o Passivo, e são:
- aumentativos ou positivos quando ocasionam o aumento do 
Patrimônio Líquido (+ PL);
- diminutivos ou negativos quando trazem diminuição ao Patri-
mônio Líquido (- PL).
• Fatos mistos (mistura dos fatos permutativos e modificativos 
– trocam os elementos patrimoniais e, ao mesmo tempo, alteram o Pa-
trimônio Líquido (afetando o resultado) para mais ou para menos, e são:
- aumentativos ou positivos quando ocasionam o aumento do 
Patrimônio Líquido (+ PL);
- diminutivos ou negativos quando trazem diminuição ao Patri-
mônio Líquido (- PL). (SILVA, 2008).
ASPECTOS LEGAIS DA ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL
Hoje, a Contabilidade obedece a um critério consistente e uni-
forme de escrituração, não apenas por determinação da Lei das Socieda-
des por Ações (Lei n.° 6.404/76, alterada pela Lei n.° 9.457/97), e agora 
também pelos dispositivos do Novo Código Civil (artigos 1.179 a 1.195 
da Lei n.° 10.406/02, em vigor desde 11/01/2003), mas, outrossim, em 
obediência aos princípios e convenções estabelecidos pelo CFC em suas 
Resoluções Técnicas, de modo a permitir ao Contador, seja na condição 
de empregado seja na de profissional liberal, um correto procedimento no 
exercício de sua profissão, mormente no que respeita à coleta, classifica-
ção e registro de dados oriundos dos fatos contábeis, mediante um plano 
de contas adequado e suficiente inclusive para implementar procedimen-
tos das áreas de Controle Interno, Auditoria Interna ou Externa, Perícias, 
Apuração e Análise de Custos, Elaboração de Orçamentos, Avaliação e 
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Controle Patrimonial è elaboração das Demonstrações Contábeis (balan-
ços), além de outras análises econômico-financeiras nas diversas espé-
cies de empresas (RIBEIRO, 2005).
E tudo porque, como concebido, o exercício regular da atividade 
empresarial, a qual se constitui no núcleo básico da microeconomia deriva-
da do universo maior da Economia, pressupõe necessariamente uma con-
tabilidade organizada, rigorosamente em dia, capaz de gerar informações 
consistentes e a cargo de profissionais habilitados, de modo a relevar os 
fatos de que precisa o empresário moderno em suas tomadas de decisões.
Deste modo, a escrituração das operações realizadas pelo em-
presário atende não só uma exigência legal, do ponto de vista das leis 
comerciais e fiscais, como também à necessidade do próprio adminis-
trador empresarial que precisa conhecer diariamente os resultados de 
seu próprio negócio a fim de corrigir o rumo das suas decisões. Significa 
dizer que a escrituração contábil visa a atender no mínimo três objetivos 
essenciais para o empresário-administrador:
(a) servir de instrumento para sua tomada de decisões admi-
nistrativas, fiscais, financeiras e empresariais;
(b) constituir suporte para informações de interesse de tercei-
ros, como os sócios, fornecedores, investidores, bancos credores, ór-
gãos públicos interessados em licitar, entre outros; e; finalmente,
(c) servir ao Fisco, da respectiva entidade tributante, na verifi-
cação do cumprimento da legislação tributária e das obrigações fiscais.
Em resumo, a escrituração tem funções gerencial, documental 
e fiscal, destacando os elementos que formam o patrimônio aziendal e 
a tomada de decisões (RIBEIRO, 2005).
A IDEIA DA ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL COMO EXIGÊNCIA FISCAL
A escrituração contábil não é, portanto, como muita gente pensa, 
um procedimento técnico que visa tão somente a atender uma exigência 
fiscal. Enquanto que para a doutrina contábil qualquer empresa, comer-
cial, industrial ou de prestação de serviços, seja lá de que porte for, deve 
manter um mínimo de contabilidade escriturada em livros próprios, para 
o Fisco, em especial para o Imposto de Renda, o dever de escriturar só 
é atribuído à pessoa jurídica que se sujeita à tributação pelo Lucro Real, 
como dispõe o art. 251 do Regulamento do Imposto de Renda (RIR/99), 
editado pelo Decreto n° 3.000, de 26/11/1999, ou seja, aquele lucro oriun-
do do resultado líquido do período de apuração, demonstrado pela con-
tabilidade, reajustado pelas adições de custos, despesas, encargos, pro-
visões, participações e outros valores não dedutíveis na determinação do 
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lucro real, além de resultados, rendimentos e outros valores não incluídos 
na apuração do lucro líquido, e pelas exclusões que poderão ser feitas do 
referido lucro líquido de valores cuja dedução estejam autorizados pela 
legislação e que não precisam compor o lucro real, assim como parte do 
prejuízo fiscal que também pode ser compensado (RIBEIRO, 2005).
Ainda assim, a legislação do imposto de renda não interfere 
nos métodos ou critérios adotados pelo contribuinte na configuração de 
sua contabilidade. O que interessa para a fiscalização do Imposto de 
Renda é a forma como foi apurado o resultado ou lucro líquido final do 
período, o qual servirá de base de cálculo para o imposto.
Portanto, o Fisco somente busca detectar irregularidades, 
omissões, fraudes e crimes contra a ordem tributária, que deem causa 
a uma autuação fiscal, independentemente do sistema contábil adotado 
pela empresa.
Por essa razão, e como a comprovar a flexibilidade do proce-
dimento fiscal, a lei prevê uma forma de tributação mais simplificada, 
do que a apuração pelo lucro real, dispensando, em parte, a apuração 
contábil do resultado. É achamada tributação pelo Lucro Presumido, 
prevista nos artigos 516 e seguintes do Regulamento do Imposto de 
Renda, na qual, a empresa pode manter escrituração contábil para con-
trole interno, embora, para efeitos fiscais, fique dela dispensada, man-
tendo apenas Livro Caixa, além do Razão e Inventário para controle 
dos estoques, afora mais algum livro fiscal obrigatório, dispensando a 
apuração do lucro líquido a cada mês ou trimestre, para determinar o 
imposto de renda devido (RIBEIRO, 2005).
PERÍCIAS CONTÁBEIS
É exatamente na atividade pericial, especialmente nas áreas 
cível, tributária, trabalhista e previdenciária, que o Contador coloca-se 
no dever concreto de bem interpretar o direito objetivo, posto que é atra-
vés da resposta precisa que dá ao quesito formulado sobre fato técnico 
que o juiz irá se louvar para concluir sua decisão, não obstante não fica 
o juiz adstrito ao laudo pericial para formar sua convicção, visto poder 
valer-se de outros meios de prova existentes nos autos.
Logicamente que descabe ao perito emitir juízo de valor em 
seu laudo e muito menos formular interpretação jurídica de situações 
verificadas, devendo apenas restringir-se à descrição do fato concreto 
tal como ele se apresenta, como está registrado, observado ou mes-
mo calculado. Da mesma forma, quando levado a produzir um cálculo 
trabalhista ou previdenciário, por exemplo, não deve ir além da correta 
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interpretação da respectiva lei, reproduzindo o cálculo correto ou com-
parando-o com o realizado.
Essa é mais uma razão pela qual o Contador se obriga não só 
a conhecer como também a interpretar corretamente os dispositivos da 
respectiva lei, especialmente nos casos em que demandam cálculos, 
muitas vezes complexos, cuja execução só mesmo um técnico tem con-
dições de determinar. É o caso dos cálculos trabalhistas, cuja determi-
nação depende da fiel interpretação dos dispositivos da legislação, de 
modo a confirmar as verbas pleiteadas.
O mesmo ocorre na área previdenciária, visando a determinar 
a renda mensal inicial de uma aposentadoria, o reajuste desse benefício 
de acordo com os índices oficiais de atualização, ou o cálculo correto 
da contribuição devida, entre outros casos, obrigando o profissional a 
estar sempre atualizado com a legislação que lhe serve de base às suas 
perícias técnicas.
BALANÇO PATRIMONIAL E A DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO 
DO EXERCÍCIO (DRE)
O Balanço Patrimonial, assim como as demais informações 
contábeis, deve propiciar aos usuários uma base segura às suas deci-
sões, pela compreensão do estado em que se encontra a entidade, seu 
desempenho, sua evolução, riscos e oportunidades que oferece.
Segundo o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), a informa-
ção contábil deve ser, em geral e antes de tudo, veraz e equitativa, de 
forma a satisfazer as necessidades comuns a um grande número de dife-
rentes usuários, não podendo privilegiar deliberadamente a nenhum deles, 
considerando o fato de que os interesses nem sempre são coincidentes.
O Balanço abriga as contas patrimoniais, ou seja, as contas de 
Ativo e Passivo. No ativo as contas são dispostas em ordem de liqui-
dez, ou ordem de transformação de recursos em bens numerários, por 
isso todo balanço inicia com a conta caixa (bens numerários) por já ser 
líquida; no passivo as contas são dispostas em ordem de exigibilidade, 
que seria a ordem de preferência de pagamento ou liquidação da dívida.
A apresentação do Balanço Patrimonial é obrigatória para to-
das as empresas, salvo aquelas amparadas pelo regime de micro-em-
preendimentos, e deve ser “levantado” anualmente ou em períodos infe-
riores como é o caso das empresas ligadas ao sistema financeiro e das 
sociedades anônimas de capital aberto, estas vinculadas à Comissão 
de Valores Mobiliários (CVM).
O exercício social, por sua vez, terá duração de doze meses e 
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não necessariamente deverá coincidir com o ano civil. Neste ponto é in-
teressante frisar os conceitos de circulante e realizável a longo prazo. Cir-
culantes são os bens e direitos que serão convertidos em dinheiro “bem 
numerário” até o exercício social seguinte. Os demais direitos a receber 
após o exercício social seguinte serão considerados como realizáveis a 
longo prazo. Então, caso o exercício social da empresa coincida com o ano 
civil, e estivermos em abril do ano 1; as vendas a prazo recebíveis até 31 
de dezembro do ano 2 serão consideradas duplicatas a receber circulante.
Porém, se esta mesma venda tiver vencimento a partir de 01 
de janeiro do ano 3, a duplicata a receber será considerada como reali-
zável a longo prazo.
O Ativo é subdividido em três grandes grupos: o Ativo Circu-
lante; o Ativo Realizável a longo Prazo e o Ativo Permanente. O Ativo 
Permanente por sua vez, divide-se em três subgrupos a saber: Investi-
mentos, Imobilizado e Diferido.
O Passivo, de acordo com a lei n. 6404/76, divide-se em qua-
tro grupos: o Passivo Circulante, o Passivo Exigível a Longo Prazo, os 
Resultados e Exercícios Futuros e o Patrimônio Líquido. O Patrimônio 
Líquido se subdivide em: Capital Social, Reservas de Capital, Reservas 
de Reavaliação, Reservas de Lucros e Lucros ou Prejuízos Acumulados.
Os elementos do Ativo têm natureza devedora por receberem 
aplicações de recursos. Aumentam de saldo pelos débitos em conta, os 
débitos tem o mesmo raciocínio de que a conta deve a alguém que os 
financiou.
Os elementos do Passivo têm natureza credora por serem fon-
te ou origens de recursos. Aumentam de saldo pelos créditos cm suas 
contas, os créditos significam que a conta emprestou recursos a alguém.
A Demonstração dos Resultados do Exercício (DRE) foi institu-
ída pelo artigo 187 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 (Lei das 
Sociedades por Ações).
A DRE tem como objetivo principal apresentar de forma vertical 
resumida o resultado apurado em relação ao conjunto de operações 
realizadas num determinado período, normalmente, de doze meses.
É um resumo ordenado das receitas e despesas da empresa 
em determinado período. Através dessa demonstração, pode-se verifi-
car o resultado que a empresa obteve (lucro ou prejuízo) no desenvolvi-
mento de suas atividades durante um determinado período, geralmente 
igual a um ano.
A DRE pode ser simples para micro ou pequenas empresa que 
não requeiram dados pormenorizados para a tomada de decisão, como 
é o caso de bares, farmácias, mercearias, boutiques, etc.
A DRE completa, exigida pela Lei n. 6404/76, fornece maiores 
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minúcias para a tomada de decisão: grupos de despesas, vários tipos 
de lucros, destaque dos tributos, etc.
De acordo com a legislação mencionada, as empresas deve-
rão na Demonstração do Resultado do Exercício discriminar:
• a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das ven-
das, os abatimentos e os impostos;
• a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercado-
rias e serviços vendidos e o lucro bruto;
• as despesas com as vendas, as despesas financeiras, de-
duzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras 
despesas operacionais;
• o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras 
despesas;
• o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a 
provisão para o imposto;
• as participações de debêntures, empregados, administrado-
res e partes beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, 
e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de emprega-
dos, que não se caracterizem como despesa;
• o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por 
ação do capital social.
Na determinação da apuração do resultado do exercício serão 
computados em obediência ao princípio da competência:
a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, indepen-
dentemente de suarealização em moeda; e,
b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorri-
dos, correspondentes a essas receitas e rendimentos.
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Antes do surgimento do Simples Nacional no ano de 2007, 
houve a implantação da Lei nº 9.317, de 05 de dezembro de 1996. Esta 
visou à simplificação do pagamento de impostos para as micro e peque-
nas empresas, através do Sistema Integrado de Pagamento de Impos-
tos e Contribuições – SIMPLES, sendo incluídos:
• IRPJ (Imposto de Renda Pessoas Jurídicas);
• PIS/PASEP (Programas de Integração Social e de Formação 
do Patrimônio do Servidor Público);
• CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido);
• COFINS (Contribuição para Financiamento da Seguridade 
Social);
• IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e,
• Contribuições para a Seguridade Social, a cargo de pessoa 
O SIMPLES NACIONAL, A MICRO EMPRESA
EMPRESA E AS EMPRESAS DE PEQUENO 
PORTE
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jurídica.
O Simples Federal possibilitou a muitas empresas que tinham 
um faturamento relativamente baixo, mudarem suas condições de Lu-
cro Real ou Presumido, ao passarem a ser vistas como micro e peque-
nas empresas, tendo seu imposto reduzido.
A Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006 (altera-
da pela LC 139 de 10 de novembro de 2011), que entrou em vigor em 1º 
de julho de 2007 foi criada para as ME’s (Micro Empresas): entidades que 
possuem uma receita bruta anual de até 360.000,00 (trezentos e sessen-
ta mil reais) e EPP’s (Empresas de Pequeno Porte): as que ultrapassem 
esse valor, com o limite de até 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil 
reais). Essa lei possibilita a simplificação da contabilidade, tornando mais 
rápida a comunicação com os órgãos federais, estaduais e municipais.
O Simples Nacional superou o Simples Federal, pelo fato de 
incluir mais dois impostos: o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mer-
cadorias e Serviços) e o ISS (Imposto sobre Serviços), destinados às 
Receitas: estadual e municipal, respectivamente.
Houve a possibilidade de opção de algumas atividades que an-
tes não se enquadravam no sistema Simples, assim como escritórios 
contábeis, escolas técnicas de línguas e construção civil.
Outra significante mudança ocorreu na base de cálculo do im-
posto onde, ao invés de considerar o valor acumulado durante o ano 
corrente, será preciso saber a média das receitas nos últimos 12 meses.
Art. 3º - Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-
-se microempresas ou empresas de pequeno porte, a sociedade empre-
sária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade 
limitada e o empresário a que se refere o art. 966 da Lei nº 10.406, de 
10 de janeiro de 2002 (Código Civil), devidamente registrados no Regis-
tro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, 
conforme o caso, desde que:
I - no caso da microempresa, aufira, em cada ano-calendário, 
receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil 
reais); e,
II - no caso da empresa de pequeno porte, aufira, em cada 
ano-calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e ses-
senta mil reais) e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e 
seiscentos mil reais).
§ 1º Considera-se receita bruta, para fins do disposto no caput 
deste artigo, o produto da venda de bens e serviços nas operações de 
conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas opera-
ções em conta alheia, não incluídas as vendas canceladas e os descon-
tos incondicionais concedidos.
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§ 2º No caso de início de atividade no próprio ano-calendário, 
o limite a que se refere o caput deste artigo será proporcional ao núme-
ro de meses em que a microempresa ou a empresa de pequeno porte 
houver exercido atividade, inclusive as frações de meses.
§ 3º O enquadramento do empresário ou da sociedade simples ou 
empresária como microempresa ou empresa de pequeno porte bem como 
o seu desenquadramento não implicarão alteração, denúncia ou qualquer 
restrição em relação a contratos por elas anteriormente firmados.
§ 4º Não poderá se beneficiar do tratamento jurídico diferencia-
do previsto nesta Lei Complementar, incluído o regime de que trata o art. 
12 desta Lei Complementar, para nenhum efeito legal, a pessoa jurídica:
I - de cujo capital participe outra pessoa jurídica;
II - que seja filial, sucursal, agência ou representação, no País, 
de pessoa jurídica com sede no exterior;
III - de cujo capital participe pessoa física que seja inscrita como 
empresário ou seja sócia de outra empresa que receba tratamento jurídi-
co diferenciado nos termos desta Lei Complementar, desde que a receita 
bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste artigo;
IV - cujo titular ou sócio participe com mais de 10% (dez por 
cento) do capital de outra empresa não beneficiada por esta Lei Com-
plementar, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que 
trata o inciso II do caput deste artigo;
V - cujo sócio ou titular seja administrador ou equiparado de 
outra pessoa jurídica com fins lucrativos, desde que a receita bruta glo-
bal ultrapasse o limite de que trata o inciso II do caput deste artigo;
VI - constituída sob a forma de cooperativas, salvo as de con-
sumo;
VII - que participe do capital de outra pessoa jurídica;
VIII - que exerça atividade de banco comercial, de investimen-
tos e de desenvolvimento, de caixa econômica, de sociedade de crédi-
to, financiamento e investimento ou de crédito imobiliário, de corretora 
ou de distribuidora de títulos, valores mobiliários e câmbio, de empresa 
de arrendamento mercantil, de seguros privados e de capitalização ou 
de previdência complementar;
IX - resultante ou remanescente de cisão ou qualquer outra 
forma de desmembramento de pessoa jurídica que tenha ocorrido em 
um dos 5 (cinco) anos-calendário anteriores;
X - constituída sob a forma de sociedade por ações.
Segundo o § 1º do art. 13, o recolhimento na forma deste artigo 
não exclui a incidência dos seguintes impostos ou contribuições, devi-
dos na qualidade de contribuinte ou responsável, em relação aos quais 
será observada a legislação aplicável às demais pessoas jurídicas:
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I - Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou 
Relativas a Títulos ou Valores Mobiliários - IOF;
II - Imposto sobre a Importação de Produtos Estrangeiros - II;
III - Imposto sobre a Exportação, para o Exterior, de Produtos 
Nacionais ou Nacionalizados - IE;
IV - Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR;
V - Imposto de Renda, relativo aos rendimentos ou ganhos lí-
quidos auferidos em aplicações de renda fixa ou variável;
VI - Imposto de Renda relativo aos ganhos de capital auferidos 
na alienação de bens do ativo permanente;
VII - Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmis-
são de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira - CPMF;
VIII - Contribuição para o Fundo de Garantia do Tempo de Ser-
viço - FGTS;
IX - Contribuição para manutenção da Seguridade Social, rela-
tiva ao trabalhador;
X - Contribuição para a Seguridade Social, relativa à pessoa do 
empresário, na qualidade de contribuinte individual;
XI - Imposto de Renda relativo aos pagamentos ou créditos 
efetuados pela pessoa jurídica a pessoas físicas;
XII - Contribuição para o PIS/PASEP, COFINS e IPI incidentes 
na importação de bens e serviços;
XIII - ICMS devido:
a) nas operações ou prestações sujeitas ao regime de substi-
tuição tributária;
b) por terceiro, a que o contribuinte se ache obrigado, por força 
da legislação estadual ou distrital vigente;
c) na entrada, no território do Estado

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