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Psicologia Jurídica: o Caso Henry Borel. O Estatuto da Criança e do Adolescente e a necessidade de psicoeducar a coletividade para atentar-se contra a violência doméstica infantil. Ana Amaro Ana Paula Mesquita Dilani MC Comb Eric Miranda Gabriel Carvalho Marcia Amanda Marlon Seabra Ricardo Fonseca Simone Ischkanian 1.1 O Estatuto da Criança e do Adolescente e a psicoeducação prevenir a violência doméstica infantil A violência doméstica infantil é um problema social global que afeta milhões de crianças em todo o mundo. No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), promulgado em 1990, representa um marco importante na proteção dos direitos das crianças e adolescentes. Além disso, a implementação da psicoeducação emerge como uma estratégia eficaz na prevenção da violência doméstica infantil. 1.1.1 O Estatuto da Criança e do Adolescente: Uma Abordagem Holística O ECA é uma legislação abrangente que visa garantir os direitos fundamentais de crianças e adolescentes. Ele estabelece princípios como a prioridade absoluta, a dignidade, a participação e a proteção integral, orientando a atuação dos poderes públicos e da sociedade como um todo. Ao reconhecer a criança como sujeito de direitos, o ECA promove a criação de políticas públicas que visam o seu pleno desenvolvimento, proteção contra qualquer forma de negligência, discriminação ou violência, e a garantia de um ambiente familiar e comunitário seguro e saudável. 1.1.2 Psicoeducação: Uma Ferramenta Poderosa na Prevenção A psicoeducação é uma abordagem que visa promover a compreensão e o desenvolvimento de habilidades emocionais e sociais. Quando aplicada no contexto familiar, pode ser uma ferramenta eficaz na prevenção da violência doméstica infantil. 1.1.3 Conscientização e Compreensão Através da psicoeducação, os pais e cuidadores são capacitados a compreender as necessidades emocionais e psicológicas das crianças. Isso inclui o reconhecimento de sinais de sofrimento, estresse ou traumas, possibilitando a intervenção precoce. 1.1.4 Desenvolvimento de Habilidades Parentais A psicoeducação oferece orientações práticas sobre como lidar com situações desafiadoras, promovendo a comunicação eficaz, a resolução pacífica de conflitos e o estabelecimento de limites saudáveis. 1.1.5 Promoção do Desenvolvimento Infantil Ao fornecer informações sobre marcos do desenvolvimento infantil, a psicoeducação ajuda os pais a compreenderem as necessidades específicas de cada fase, contribuindo para um ambiente favorável ao crescimento saudável. 1.1.6 Prevenção do Ciclo de Violência Através da psicoeducação, é possível interromper o ciclo de violência ao promover a reflexão sobre padrões de comportamento prejudiciais e oferecer alternativas construtivas. 1.1.7 Integração do ECA e Psicoeducação: Uma Abordagem Sistêmica A articulação entre o ECA e a psicoeducação é crucial para fortalecer a proteção das crianças contra a violência doméstica. Isso implica na implementação de políticas públicas que promovam a disseminação da psicoeducação em diferentes esferas da sociedade, como escolas, centros de saúde e organizações comunitárias. O ECA representa um avanço significativo na garantia dos direitos das crianças e adolescentes no Brasil. Ao integrar a psicoeducação como uma ferramenta preventiva, é possível criar um ambiente propício ao desenvolvimento saudável e livre de violência. Dessa forma, estamos não apenas cumprindo as diretrizes legais, mas também promovendo o bem-estar e o futuro promissor das gerações vindouras. 1.2 O caso Henry Borel Adolescente e a necessidade de psicoeducar a coletividade para atentar-se contra a violência doméstica infantil O caso Henry Borel, chocou a sociedade brasileira ao expor a brutalidade e negligência que resultaram na morte prematura do pequeno Henry, de apenas quatro anos. Este trágico evento serve como um lembrete sombrio da urgente necessidade de aumentar a conscientização e educar a sociedade sobre a violência doméstica infantil. Este artigo examina as raízes do problema, suas manifestações e sugere estratégias para prevenção e intervenção eficazes. Uma característica da violência doméstica infantil é o silêncio instalado à sua volta que na maioria dos casos só é findado quando atinge os limites da crueldade. Dilani MC Comb (2023) Uma característica da violência doméstica infantil é o silêncio instalado à sua volta que na maioria dos casos só é findado quando atinge os limites da crueldade. Isso ocorre porque as pessoas acreditam que criança é responsabilidade dos pais ou responsáveis, estes são quem sabem quais medidas e a intensidade destas, aplicadas aos seus filhos, surgindo a naturalização de ações violentas contra crianças e adolescentes. A conselheira tutelar Ana Paula Mesquita defende a postura de que é preciso chegar antes que uma criança se torne um prontuário médico ou uma notícia no jornal. A desvalorização da fala e comportamentos da criança, fator este construído em nossa sociedade. Simone Helen Drumond Ischkanian (2023) A violência doméstica infantil é um flagelo global que afeta milhões de crianças em todo o mundo. No Brasil, infelizmente, esse problema persiste, deixando um rastro de traumas e cicatrizes emocionais irreparáveis. O caso de Henry Borel é um exemplo alarmante de como a falta de conhecimento e a inércia social podem permitir que a violência persista até culminar em uma tragédia irreversível. A desvalorização da fala e comportamentos da criança, fator este construído em nossa sociedade. Os adultos aprenderam estruturalmente a desvalorizar o que a criança lhe traz, não as escutando devido à pouca idade e dificuldade de comunicação, muitas vezes evitando ouvi-la corretamente e observá-la. As crianças deixam sinais claros que vivem problemas, como mudanças repentinas no comportamento, tendência ao isolamento, distúrbios de sono e comportamentos violentos ou agressivos. É necessário estar atendo a todos os sinais apresentados por uma criança, para de fato estar protegendo-a. A conselheira Tutelar Ana Paula Mesquita observa que “Todos nós enquanto sociedade somos responsáveis pela criança, o artigo 5º do ECA, ressalta que temos o dever de denunciar formalmente qualquer violência contra crianças. É importante que esse assunto seja conversado, pesquisado e entendido por pais, educadores e pela sociedade em geral”. Ana Paula Mesquita (2023) O caso de Henry Borel ganhou destaque nos meios de comunicação devido à brutalidade dos atos cometidos contra o menino e à negligência por parte dos responsáveis. O caso revelou falhas no sistema de proteção à infância e a necessidade de repensar políticas de intervenção em situações de abuso e maus-tratos. A conselheira Tutelar Ana Paula Mesquita ressalta que: “Todos nós enquanto sociedade somos responsáveis pela criança, o artigo 5º do ECA, ressalta que temos o dever de denunciar formalmente qualquer violência contra crianças. É importante que esse assunto seja conversado, pesquisado e entendido por pais, educadores e pela sociedade em geral” Para que nossa sociedade não se choque mais com notícias como essas, é preciso valorizar e ver a criança em sua totalidade, evoluir seus conceitos sobre o desenvolvimento infantil, sempre se mostrando disponível para escutar a criança e atentar-se aos sinais de mudança de comportamento, observando e investigando também quando uma criança não quiser contato com alguém, não gostar de um ambiente ou pessoa, não quiser voltar pra casa, pois na maioria destes casos, rejeição e medo andam juntos. Existem diversas medidas a serem tomadas quando há suspeita de maus tratos contra crianças e adolescentes. As denúncias aos conselhos tutelares, delegacias de proteção à criança e adolescente e o disque 100. Escutem as crianças! GabrielNascimento de Carvalho (2023) Existem diversas medidas a serem tomadas quando há suspeita de maus tratos contra crianças e adolescentes, como por exemplo, denúncias aos conselhos tutelares, delegacias de proteção à criança e adolescente e o disque 100. Um terreno fértil para a discussão e execução de medidas de psicoeducação é a escola, ambiente com espaço para o diálogo. Henry, no entanto, não teve o mesmo espaço em seu caso, se passando como invisível para aqueles que deveriam o amparar. Este é não só um relato sobre o caso, mas também um apelo. O caso Henry Borel: o ECA e a necessidade de psicoeducar a coletividade para atentar-se contra a violência doméstica infantil. Ana Amaro (2023) 1.2.1 Compreensão da Violência Doméstica Infantil: A violência doméstica infantil pode se manifestar de diversas formas, incluindo abuso físico, psicológico, sexual e negligência. É fundamental entender os sinais e sintomas que indicam a ocorrência desse tipo de violência, para que a sociedade possa intervir de maneira eficaz. 1.2.2 Barreiras à Identificação e Denúncia: Muitas vezes, as vítimas de violência doméstica infantil enfrentam barreiras significativas para buscar ajuda, como medo, vergonha, manipulação por parte dos agressores e falta de informação sobre recursos disponíveis. É crucial superar essas barreiras para garantir a segurança e o bem-estar das crianças. 1.2.3 Psicoeducação como Ferramenta de Prevenção: A psicoeducação consiste em fornecer informações e orientações sobre temas relevantes para o desenvolvimento humano e social. No contexto da violência doméstica infantil, é essencial promover programas educacionais que capacitem a sociedade a reconhecer, prevenir e intervir em situações de abuso. 1.2.4 Intervenção e Apoio às Vítimas: Além de promover a conscientização, é fundamental fortalecer os sistemas de suporte às vítimas de violência doméstica infantil, incluindo redes de proteção, abrigos seguros e acesso a assistência psicológica e jurídica. 1.3 Prevenindo a Violência Doméstica Infantil: Estratégias e Compromissos A violência doméstica contra crianças é um problema alarmante e complexo que afeta inúmeras vidas em todo o mundo. É dever da sociedade, das instituições e do Estado unir esforços para prevenir e combater esse flagelo. Neste artigo, exploraremos estratégias e compromissos fundamentais na prevenção da violência doméstica infantil. 1.3.1 Compreendendo a Violência Doméstica Infantil A violência doméstica infantil abrange uma ampla gama de comportamentos prejudiciais, incluindo abuso físico, emocional, sexual e negligência. Esses atos têm um impacto profundo no desenvolvimento físico, emocional e psicológico das crianças, podendo resultar em traumas duradouros. 1.3.2 Promovendo a Conscientização e a Educação A conscientização é o primeiro passo crucial na prevenção da violência doméstica infantil. Isso implica em: 1.3.2.1 Educação Pública Promover campanhas de sensibilização em escolas, comunidades e mídias sobre os sinais de violência, os direitos das crianças e os recursos disponíveis para ajuda. 1.3.2.2 Capacitação Profissional Oferecer treinamento adequado a profissionais da saúde, educação e assistência social para identificar e intervir em casos de violência infantil. 1.3.3 Fortalecendo as Redes de Apoio É essencial estabelecer redes de apoio sólidas para as famílias e crianças em situação de vulnerabilidade. Isso inclui: 1.3.3.1 Serviços de Atendimento 24 horas Disponibilizar linhas diretas e abrigos de emergência para crianças em perigo iminente. 1.3.3.2 Acesso à Assistência Psicológica Garantir que crianças e famílias tenham acesso a serviços de aconselhamento e terapia nos contextos que englobam suas necessidades. 1.3.3.3 Apoio Jurídico Oferecer assistência jurídica às vítimas e punir os agressores de forma efetiva. 1.3.4 Fomentando Relações Familiares Positivas A promoção de ambientes familiares saudáveis é fundamental na prevenção da violência doméstica infantil: 1.3.4.1 Educação Parental Oferecer programas de educação parental que abordem habilidades de comunicação, resolução de conflitos e estratégias de disciplina não violenta. 1.3.4.2 Estímulo ao Desenvolvimento Infantil Proporcionar informações e recursos sobre o desenvolvimento infantil, promovendo interações positivas entre pais e filhos. 1.3.4.3 Investindo na Pesquisa e na Avaliação A pesquisa contínua é crucial para entender a natureza e as causas da violência doméstica infantil. Com base nesse conhecimento, políticas e intervenções mais eficazes podem ser desenvolvidas e implementadas. Conclusão: O caso Henry Borel é um lembrete angustiante de que a violência doméstica infantil persiste em nossa sociedade. Para prevenir futuras tragédias, é imperativo investir na psicoeducação da população, capacitando-a a reconhecer e intervir em situações de abuso. Somente através de esforços coletivos e educação contínua podemos garantir um ambiente seguro e acolhedor para todas as crianças. A conscientização e a educação são pilares fundamentais na luta contra a violência doméstica infantil. Ao capacitar a sociedade para identificar os sinais de abuso e agir em defesa das crianças, podemos criar um ambiente mais seguro e protegido para todas as crianças. Além disso, é crucial fortalecer os sistemas de suporte às vítimas e promover uma cultura de denúncia e responsabilização. Somente assim poderemos verdadeiramente erradicar esse flagelo e garantir o bem-estar de todas as crianças. Prevenir a violência doméstica infantil é um compromisso coletivo que requer ação coordenada de todos os setores da sociedade. Ao promover a conscientização, fortalecer as redes de apoio, fomentar relações familiares positivas e investir em pesquisa, podemos criar um ambiente onde todas as crianças possam crescer e prosperar livremente, longe do medo e da violência. Juntos, podemos construir um futuro mais seguro e promissor para as gerações vindouras. Absolutamente, a conscientização e a educação desempenham papéis cruciais na prevenção e combate à violência doméstica infantil. Aqui estão algumas razões pelas quais esses pilares são fundamentais: Identificação Precoce de Sinais de Abuso ou Negligência: A conscientização ajuda as pessoas a reconhecerem os sinais de violência doméstica infantil, permitindo intervenções mais rápidas e eficazes. Empoderamento das Vítimas e Testemunhas: A educação sobre direitos e recursos disponíveis empodera as vítimas e testemunhas a buscar ajuda e denunciar abusos. Desconstrução de Mitos e Estereótipos: A conscientização ajuda a desafiar estereótipos prejudiciais e mitos que podem perpetuar a violência. Promoção de Relações Familiares Saudáveis: A educação sobre técnicas de parentalidade positiva e comunicação eficaz pode fortalecer os laços familiares e reduzir a probabilidade de comportamentos abusivos. Engajamento da Comunidade: A conscientização mobiliza a comunidade para se envolver na prevenção da violência doméstica infantil, criando uma rede de apoio mais ampla. Formação de Profissionais: A educação capacita profissionais, como professores, assistentes sociais e profissionais de saúde, a identificar e lidar com casos de violência infantil. Promoção de Mudanças Culturais: A conscientização pode desempenhar um papel crucial na mudança de atitudes e normas culturais que toleram ou minimizam a violência. Advocacia por Políticas Públicas Eficazes: Indivíduos e organizações conscientes são mais propensos a advogar por políticas e recursos que apoiem a prevenção da violência doméstica infantil. Portanto, ao investir na conscientização e educação, podemos criar uma sociedade mais informada, envolvida e comprometida em proteger as crianças e adolescentes contra a violência doméstica, promovendo um ambiente seguro e saudável para o seu crescimento edesenvolvimento. Referências: AZEVEDO, M.A. Violência doméstica contra crianças e adolescentes: compreensão do fenômeno no Brasil. In: I Jornada internacional sobre a infância e violência doméstica/proteção e prevenção.1995, São Paulo. Anais. São Paulo: Laboratório da criança LACRI/IPUSP, 1995. P. 1- 19. Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei 8.069 de 13/07/90. BRASIL Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. Brasília, DF: Senado Federal, 1988. GUERRA, V.N.A. Violência de pais contra filhos: a tragédia revisitada. 3. ed. São Paulo: Cortez; 1998. p. 32.
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