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PROTOCOLO-DE-ULTRASSONOGRAFIA-CINESIOLÓGICA

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PROTOCOLO DE ULTRASSONOGRAFIA 
CINESIOLÓGICA 
 
PROTOCOLO DE ULTRASSONOGRAFIA 
CINESIOLÓGICA 
 
 
 
 
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Sumário 
NOSSA HISTÓRIA ................................................................................. 2 
HISTÓRICO DA CINESIOLOGIA ........................................................... 3 
ORIENTAÇÃO DO CORPO HUMANO ................................................... 7 
CENTRO DE GRAVIDADE ..................................................................... 8 
LINHA DE GRAVIDADE ......................................................................... 8 
PLANOS DE ORIENTAÇÃO DO CORPO .............................................. 8 
ANATOMIA E CINESIOLOGIA ............................................................... 9 
ULTRASSONOGRAFIA (US) ............................................................... 15 
PROTOCOLOS DE TRATAMENTOS CINESIOTERÁPICOS ............... 17 
LAUDO DO EXAME DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM ...................... 22 
MÉTODOS ........................................................................................... 25 
VANTAGENS E DESVANTAGENS COM RELAÇÃO À RADIOGRAFIA
........................................................................................................................ 26 
ESPESSURA DOS MÚSCULOS MASTIGATÓRIOS............................ 29 
ANÁLISE DAS DIMENSÕES FACIAIS ................................................. 32 
ANÁLISE ESTATÍSTICA ...................................................................... 33 
RESULTADOS ..................................................................................... 34 
DISCUSSÃO ........................................................................................ 35 
REFERÊNCIAS .................................................................................... 44 
 
 
 
 
 
 
 
2
 
2 
 
 
 
 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como 
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a 
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua 
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, 
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o 
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3 
 
 
 
HISTÓRICO DA CINESIOLOGIA 
O termo Cinesiologia é uma combinação de dois verbos gregos, kinein, 
que significa mover, e logos, estudar. 
Os pesquisadores da área, cinesiologistas, aproveitam estudos da 
anatomia, ciência que estuda o corpo humano, juntamente com a fisiologia que 
estuda o funcionamento organizacional do corpo. 
O pai da Cinesiologia como é conhecido o grego Aristóteles (384-322 a.C), 
e que segundo registros foi o primeiro a estudar e demonstrar o processo de 
deambulação, processo esse que mostra que o movimento de rotação pode se 
transformar em um meio de translação. 
Esse estudo de Aristóteles tinha como ideais algumas semelhanças 
posteriores às três leis de Newton, o complexo processo de deambulação, para 
a época de Aristóteles mostrou-se relevante na importância do centro de 
gravidade, das leis, do movimento e alavanca. 
Na Grécia temos relatos de outro cidadão grego de muita importância para 
o início da Cinesiologia, Arquimedes (287-212 a.C), em sua época apresentou 
estudos a respeito dos princípios hidrostáticos que até hoje são aplicados na 
Cinesiologia, na natação, bem como também ajuda parcialmente com a 
possibilidade de viagens espaciais, já que são usadas por astronautas algumas 
características desse estudo. 
O catálogo de estudos feitos por Arquimedes é bastante amplo, com 
indagações a respeito de leis de alavanca, por exemplo, e relacionando-as a 
determinação de centro de gravidade, esse seu estudo é chamado de fundação 
da mecânica teórica e é usado até hoje na ciência de estudo do corpo humano - 
anatomia - assim como em Cinesiologia. Galeno (131-201 d.C) romano também, 
 
 
 
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grande estudioso da Cinesiologia, que a partir da observação em gladiadores na 
Ásia menor acumulou diversos estudos sobre o movimento do corpo humano, 
tendo como objeto de estudo esses atletas, e que por isso é conhecido até os 
dias de hoje como o primeiro médico de equipe da história. 
Em um estudo feito por Galeno de nome Motu Musculorum, o autor 
diferencia nervos motores de nervos sensitivos assim como também músculos 
agonistas e músculos antagonistas, dentre outras observações encontradas na 
sua obra, é importante falar sobre os termos diartrose e sinartrose que são 
usados até hoje na termologia da artrologia (estudos das articulações). 
Relatos afirmam que a ideia de que os músculos se contraem é originado 
de Galeno, o estudioso afirmava que o Cinesiologia motivo da contração 
muscular acontecer era algo denominado por ele como espíritos animais do 
cérebro, usava o mecanismo dos nervos para chegar aos músculos e os induzia 
a contração. 
Principalmente por esses motivos, Galeno é considerado o pai da 
medicina desportiva e através do seu estudo, o primeiro manual de Cinesiologia. 
Depois das colaborações de Galeno, estudos sobre Cinesiologia 
permaneceram parados por cerca de 1.000 anos, tendo como próximo 
colaborador dessa ciência o artista, engenheiro e cientista, Leonardo da Vinci 
(1452-1519). 
Da Vinci interessava-se pela estrutura do corpo humano principalmente 
no que diz respeito ao desempenho e relação entre centro de gravidade, o 
equilíbrio e o centro de resistência, tendo sido segundo registros o primeiro a 
descrever de forma científica a marcha humana e registrar esse trabalho. 
O intuito de Da Vinci em estudar a marcha humana era de demonstrar a 
diversidade de músculos que são usados neste exercício, bem como mostrar os 
músculos no seu movimento, e para isso ele utilizou de cordas amarradas em 
esqueletos em pontos específicos de origem e inserção de cada músculo em 
estudo, e depois disso realizou o movimento de marcha para que fosse 
demonstrado o músculo sendo aproveitado. 
 
 
 
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Uma curiosidade a respeito dos registros de Da Vince, é que apesar de 
ser um escritor de textos de fácil compreensão, seus estudos foram registrados 
em uma linguagem difícil para leigos, e por esse motivo seus relatos só foram 
utilizados de forma mais ampla 300 anos após sua morte, tendo sido reconhecido 
em vida apenas por um pequeno grupo de conhecidos. 
Temos relatos ainda das contribuições de Galileu Galilei (1564-1643) 
formado na Universidade de Pisa, seguia a filosofia de que a natureza está 
escrita em símbolos matemáticos, então por esse motivo tomou a matemática 
como aliada para a explicação de fenômenos físicos. 
As demonstrações de Galileu a respeito da aceleração de um corpo em 
queda livre asseguram que a principal característica da velocidade desse 
movimento não é o peso do corpo, mas sim as relações entre espaço e tempo. 
A partir dessas verificações, se deu início a mecânica clássica e é 
conhecida como introdução da metodologia experimental na ciência. Seu 
trabalho utilizandotermos matemáticos nos movimentos do corpo humano, como 
explicação para o acontecimento destes eventos, deu ímpeto para a 
consagração da Cinesiologia como uma ciência. 
Seguindo orientações de um dos discípulos de Galileu, Alfonso Borelli 
(1608- 1679), foi mais um a utilizar a matemática como ferramenta de explicação 
de fenômenos físicos humanos. 
Em um tratado elaborado por Borelli de nome De Motu Animalium 
publicado entre 1630 e 1631 o autor afirmou que o corpo humano tem aspectos 
idênticos aos de máquinas. 
Aspectos como quantidade de força exercida por vários músculos, assim 
como a perda da força por algum movimento desfavorável, resistência do ar e 
resistência da água estavam entre os que Borelli estudava. 
É atribuída aos estudos de Borelli a teoria que os ossos servem como 
alavanca e que os músculos auxiliam o movimento seguindo princípios 
matemáticos. 
 
 
 
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Para que os músculos se contraíssem, Borelli reconhecia que era preciso 
alguns eventos químicos, porém, dizia de forma fantasiosa que os nervos são 
tubos preenchidos com um tipo de material esponjoso que contém em sua 
matéria, algo chamado por ele, assim como Galileu de espíritos animais, por 
vezes traduzido como gás dos nervos. 
Segundo ele, o funcionamento desse material era agitado das periferias 
para o cérebro e produzido uma sensação, e o contrário causa a produção, 
preenchimento e crescimento das porosidades dos músculos, com resultante 
turgescência (Dilatação, intumescência, inchação). 
Segundo Borelli, a reação dessa substância nos músculos com uma 
contração seguinte resulta em um tipo de fermentação. 
Assim como os demais, Borelli tem participação relevante na história da 
Cinesiologia por uma consagração ou motivo específico, motivo esse que elege 
Borelli como fundador e desenvolvimentista daquela área da fisiologia que 
relaciona os movimentos musculares a princípios mecânicos. 
A teoria da contração muscular de Borelli sustentou-se por pouco tempo, 
foi atacada logo após a sua apresentação. 
Dentre os críticos estava Francis Glisson (1597-1677), que afirmava 
que as fibras musculares se contraem ao invés de expandirem no ato 
de flexão, afirmação que é demostrada por Glisson em experiências 
pletismográficas (instrumento para avaliação de pulso arterial). 
Esse conceito de Glisson foi posteriormente melhor elaborado pelo 
eminente fisiologista Albrecht Von Haller (1708-1777), que dizia que a 
contratilidade muscular é uma função do músculo que independe da 
função neural para existir. James Keill (1674-1719), um cientista 
importante na história da Cinesiologia, foi o primeiro a ter a 
preocupação de contar a quantidade de fibras musculares de alguns 
músculos, e também assumir que na contração muscular cada fibra 
torna-se esférica e é responsável pelo levantamento ou impulsão de 
um determinado peso. 
Charles Darwin (1809-1882) defendeu teses hoje clássicas no meio 
científico, no que diz respeito ao conhecimento histórico do corpo humano. 
 
 
 
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Em sua tese Cinesiologia Darwin diz que o homem que se conhece 
hoje é descendente de alguma forma de outro ser, esse conceito de 
Darwin é conhecido atualmente como teoria da evolução, e essa 
esclareceu tanto quando foi apresentada como várias questões 
relativas à Cinesiologia, trazendo para a pesquisa vários antropólogos 
que agregaram ainda mais conhecimentos à Cinesiologia. 
Ainda no século XIX, Angelo Mosso (1848-1919) contribuiu com a 
Cinesiologia por meio da invenção do ergógrafo no ano de 1884 e que até hoje 
é utilizado de várias formas em pesquisas e trabalho de Cinesiologia 
principalmente em estudos da função muscular no corpo humano. 
Estudo da Cinesiologia Tem como enfoque a análise dos movimentos do 
Corpo Humano sob o ponto de vista físico, os movimentos acontecem sobre 
nosso corpo, pela ação muscular, porém somente através do estudo 
cinesiológico conhecemos as forças que atuam sobre nosso corpo. 
O estudo abrange tanto a estrutura esquelética quanto muscular. 
Os ossos possuem diferentes tamanhos e formas, principalmente nas 
articulações, favorecendo ou limitando o movimento. 
Os músculos variam em tamanho, forma e estrutura de uma parte do 
corpo para outra, encontrados mais de 600 músculos em todo o corpo humano. 
 
 
ORIENTAÇÃO DO CORPO HUMANO 
Definir os movimentos do corpo humano é geralmente muito complexo, 
uma vez que podem ser realizados em diversas direções, assim, ao estudarmos 
os movimentos dos principais segmentos do corpo humano, precisamos 
estabelecer pontos de referência e conhecer alguns conceitos de orientação: 
Posição Anatômica – É uma posição ereta vertical com os pés separados 
ligeiramente e os braços pendendo relaxados ao lado do corpo, com as palmas 
das mãos voltadas para frente. 
 
 
 
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Posição Fundamental - É similar a posição anatômica exceto pelos 
braços, que ficam mais relaxados ao longo do corpo com as palmas voltadas 
para o tronco. 
 
 
CENTRO DE GRAVIDADE 
Ponto no qual está concentrado todo o peso do corpo, gerando assim um 
equilíbrio de todas as partes, sendo ponto de interseção dos três planos: sagital, 
frontal e transverso. 
Sua localização irá depender da estrutura anatômica do individuo, mas 
geralmente nas mulheres é mais baixo do que nos homens, mas de forma não 
precisa podemos encontrá-lo mais ou menos a 4 centímetros da frente da 
primeira vértebra sacra. 
LINHA DE GRAVIDADE 
Linha vertical que, atravessa o centro da gravidade, portanto sua 
localização só será possível diante do posicionamento do centro da gravidade. 
 
 
PLANOS DE ORIENTAÇÃO DO CORPO 
Correspondem às dimensões espaciais onde se executa um movimento. 
Ver categorias abaixo: 
Plano Sagital: Atravessando o corpo de frente pra trás, dividindo-o em 
duas metades iguais, direita e esquerda. 
Plano Frontal: Conhecido também como plano coronal atravessa o corpo 
de um lado para outro, em um trajeto paralelo á sutura coronal do crânio, 
dividindo o corpo em duas metades, anterior e posterior. 
 
 
 
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Plano Transverso: Recebe também o nome de horizontal, seu corte 
acontece na horizontal e atravessa o corpo ao meio dividindo-o em superior e 
inferior. 
 
 
ANATOMIA E CINESIOLOGIA 
O sistema musculoesquelético, principal responsável pelo movimento e 
pela produção de força, é formado por ossos, tecido conjuntivo e músculos. 
Essas estruturas compõem a unidade funcional do gesto motor, a articulação, 
embora a maioria dos movimentos descritos por uma articulação seja, na 
verdade, correspondente aos somatórios e ajustes de articulações adjacentes 
que formam um complexo articular. 
Os principais exemplos são os complexos do ombro, cotovelo, joelho e 
tornozelo (NEUMANN, 2006). 
O encaixe ósseo é responsável pela estabilidade, amplitude e sistema de 
alavancas do corpo humano e o tecido conjuntivo orienta e limita esses 
movimentos, além de proteger as articulações de forças tensivas, compressivas, 
de cisalhamento e de torção. 
 
 
 
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Entretanto é o músculo, fundamentado na contração muscular e nas suas 
anatomias interna e externa, o responsável direto pela produção de força e, 
consequentemente, de movimento. 
O músculo é formado por uma parte central e duas extremidades. 
A parte central, conhecida por ventre muscular, é composta por milhares 
de fascículos agrupados por um tecido conectivo fibroso, denominado Epimísio, 
de acordo com sua anatomia interna específica, a arquitetura muscular (Figura 
1–A). 
Cada fascículo, envolvido por outra camada de tecido conectivo, o 
Perimísio, contém até centenas de fibras musculares paralelas e longitudinais 
(Figura 1–B). 
Uma única fibra, também envolvida por tecido conectivo, o Endomísio, écomposta por centenas a milhares de miofibrilas igualmente dispostas (Figura 
1–C). 
Cada uma das miofibrilas possui milhares de sarcômeros em série (Figura 
1–D) (HAMILL e KNUTZEN, 1999, KANDEL et al., 2000). 
 
 
 
 
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O sarcômero é a unidade funcional básica do músculo porque é 
constituído de material responsável pela contração muscular (RASH, 1989), 
conhecida por tensão ativa (TAT). 
Embora ainda não totalmente definida, admite-se que a contração ocorra 
por meio do mecanismo descrito pela teoria dos filamentos deslizantes 
(HUXLEY, 1969). Portanto, o ventre muscular é formado pelos componentes 
contráteis ou ativos do músculo. 
Nas extremidades, o Epimísio, denominado aponeurose externa, e o 
Perimísio se unem e formam uma estrutura entrelaçada e com alta capacidade 
de suportar forças tensivas, denominada tendões (RASH, 1989). 
O local de supressão do material contrátil e formação dos tendões é 
denominado junção miotendínea. 
Os tendões, estruturas em série com os componentes contráteis, e os 
tecidos conectivos, em paralelo, são considerados os componentes não 
contráteis ou passivos do músculo (LIEBER, 2002). 
 
 
 
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A localização do tendão mais proximal em relação ao esqueleto axial ou 
ao centro do corpo é conhecida por origem e a mais distal como inserção 
(BAECHLE e EARLE, 2000). 
A reta traçada entre essas duas extremidades é considerada o eixo de 
ação da força muscular (EAFM) (LIEBER, 2002). Alguns músculos possuem uma 
aponeurose interna que conecta a origem à inserção, considerada a linha 
anatômica deste eixo. 
Ao se contrair, o músculo gera TAT para aproximar estes dois pontos por 
esta reta (LIEBER, 2002, HAMILL e KNUTZEN, 1999). 
Os tendões respondem às modificações do comprimento do músculo 
(LMUSC) pelo encurtamento e alongamento dos componentes não contráteis em 
paralelo (HAMILL e KNUTZEN, 1999). 
À medida que a musculatura é alongada, os tendões geram força 
contrária, conhecida por tensão passiva (TPAS) (KANDEL, 2000). 
Em contrações não isométricas parte da força produzida pelos 
componentes contráteis é dissipada pelos componentes viscoelásticos (LIEBER, 
2002). 
Em contrações isométricas, embora haja deslocamento da junção 
miotendínea, assume-se que toda força produzida seja transmitida aos tendões 
(MAGANARIS E PAUL, 2002). 
Portanto, a tensão total (TTOT) exercida pelo músculo em determinado 
nível de contração é quantificada pelo somatório de suas tensões passiva e ativa, 
e está diretamente relacionada à sua arquitetura interna e à anatomia externa. 
A arquitetura muscular é a principal característica na descrição das 
funções e da capacidade de produção de força (WARD et al., 2009, LIEBER, 
2002). Definida pelo arranjo das fibras musculares em relação ao EAFM 
(LIEBER, 2002, e WARD et al., 2009), compreende os parâmetros ângulo de 
penação e comprimentos do sarcômero e da fibra, além das áreas de secção 
transversa anatômica e fisiológica, e o volume muscular (LIEBER, 2002). 
 
 
 
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O ângulo de penação (AP) é o ângulo formado entre as fibras do músculo 
e o EAFM (MAGANARIS et al., 1998, KAWAKAMI et al., 1998), medido pela 
direção do fascículo com relação à aponeurose interna (Figura 2). 
O músculo cujas fibras possuem AP é denominado penado. Fibras 
praticamente paralelas ao EAFM classificam o músculo como fusiforme (HAMILL 
e KNUTZEN, 1999). 
Nos músculos penados, o AP aumenta à medida que é gerada a 
contração muscular (MAGANARIS et al., 1998, MAGANARIS, 2003, NARICI et 
al., 1996). 
 
O comprimento da fibra (LF), determinado pelo próprio comprimento do 
fascículo (LFASC) (KAWAKAMI E FUKUNAGA, 2006), é medido pela distância 
entre as aponeuroses interna e externa nos músculos penados (THOM et al., 
2007) (Figura 3). 
Nos músculos fusiformes o seu tamanho é similar ao do ventre muscular, 
mensurado de uma junção miotendínea a outra. 
 
 
 
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O comprimento do sarcômero (LSARC), estimado a partir do LF 
(MAGANARIS, 2004) ou medido in vitro (GORDON et al., 1966), em cadáveres 
(WICKIEWICZ et al., 1983, WARD et al., 2009) e por técnicas invasivas 
(LIEWELLYN et al., 2008) está diretamente relacionado à capacidade de tensão 
máxima produzida pela fibra (KANDEL, 2000, GORDON et al., 1966). 
A relação do percentual dessa tensão e o LSARC descrevem a curva 
comprimento-tensão (GORDON et al., 1966) (Figura 4 – linha tracejada). Seu 
padrão ascendente-descendente indica que o sarcômero e, consequentemente, 
a fibra muscular não têm capacidade de produzir tensão no seu menor 
comprimento. 
À medida que os sarcômeros são alongados, o percentual do torque total 
aumenta até atingir um ponto máximo que se mantém por um intervalo de 
comprimento, entre 2 e 2,25 µm, denominado comprimento ótimo (L0). 
Em seguida, o 8 percentual se reduz e retorna a zero em alongamento 
máximo. Em fibras de seres humanos, o gráfico possui padrão similar, deslocado 
para a direita (Figura 4 – linha contínua) (WALKER e SCHRODT, 1974). 
O valor máximo absoluto suportado pela fibra em determinado 
comprimento é denominado de tensão da fibra (σ) (MAGANARIS, 2004). 
 
 
 
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ULTRASSONOGRAFIA (US) 
A US é uma técnica que permite a aquisição de imagens através do 
emprego de ondas de ultrassom que se interagem com as composições 
biológicas de várias densidades. 
Esta interação resulta em ecos que possibilitam determinar as 
características de um material, como o tamanho, forma, distância, consistência, 
etc. (FURGERI, 2013; VASCONCELOS et al., 2011). 
Em meados da década de 70 muitos demonstraram empenho e 
expectativa no emprego da US para o diagnóstico de câncer em geral, 
acentuando-se o de mama. 
Na década de 80 com os avanços tecnológicos na área médica e com 
equipamentos de ultrassons que atuavam em tempo real e em melhor resolução 
 
 
 
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de imagens, a US passou a ter um papel de destaque no diagnóstico de lesões 
mamárias. 
A década de 90 foi um marco para a evolução da US, pois foi nesse 
período que surgiram mudanças primordiais para seu desempenho até os dias 
atuais, corroborando para que a US tenha seu uso ampliado e afirme ainda mais 
seu papel como método complementar de extrema importância na Radiologia 
(NASCIMENTO et al., 2015). 
O Exame de US é um método comumente utilizado no auxílio do 
diagnóstico do CM, que como já dito, o câncer que mais atinge as mulheres 
(FURGERI et al., 2013; VARELLA, 2015). 
Possui vantagens bastante relevantes quando comparada a outros 
métodos, como a de não ser invasivo, não usar radiação e ser bem tolerado por 
pacientes, além de trazer informações valiosas que complementam o exame 
físico e a mamografia, principalmente em pacientes que possuem mamas 
densas, nas quais as lesões poderiam se tornar obscuras/ocultas no exame de 
MM (ACR, 2016; FURGERI, 2013; SANCHES, 2018). 
Quando diagnosticadas lesões ou alterações mamográficas, o exame de 
US auxilia não somente a caracterização e a coleta de biópsias, mas também 
pode identificar lesões e alterações adicionais mesmo em mulheres com mamas 
altamente densas, além de ser um exame economicamente viável comparado a 
RM, podendo ser realizado inúmeras vezes sem surtir efeitos colaterais ao 
paciente (ACR, 2016; C. ROSA et al., 2018; NASTRI et al., 2011). 
Sendo um dos principais métodos de diagnóstico por imagem, a US é 
altamente difundida na medicina. 
Atualmente, podemos realizar procedimentos tanto diagnósticos como 
terapêuticos (como a realização de biópsias guiadas por ultrassom). 
Sua abordagem é tão ampla e de fácil acesso que muitos equipamentos 
de US são encontrados atualmente em pequenos consultórios, sendo 
manejados por médicos especializados emáreas bem distintas da radiologia, 
como Anestesiologia, Cardiologia, Gastroenterologia, Medicina de Urgência, 
 
 
 
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Ginecologia, Obstetrícia, Neonatologia, Urologia, Ortopedia, Oncologia, etc. (C. 
ROSA et al., 2018; MASSELLI; HEITOR; PINHEDO, 2013). 
Alguns autores indicam que a US pode ser uma ferramenta útil, 
principalmente para as mulheres com alto risco de CM, por ser capaz de 
diagnosticar achados não identificados de outra forma. 
Algumas técnicas aplicadas à US podem melhorar sua especificidade, 
diminuindo os casos falsos positivos. Essas ferramentas são o uso de 
harmônica, Doppler, agentes de contraste ultrassonográficos, US tridimensional, 
US automatizada e elastografia mamária (MASSELLI; HEITOR; PINHEDO, 
2013; NASTRI et al., 2011). 
Também chamada de ecográfica, a US é um método aparelho e 
examinador dependente e depois da criação do BI-RADS ultrassonográfico 
diminuíram os índices de variabilidade entre observadores. 
O léxico Breast Imaging Reporting and Data System (BI-RADS) é 
completo e bem aceito entre os médicos (VARELLA, 2015; VASCONCELOS et 
al., 2011). 
 
 
PROTOCOLOS DE TRATAMENTOS CINESIOTERÁPICOS 
Protocolo cinesioterapêutico de Baracho Baracho (2007) descreve seu 
protocolo de tratamento no pós-operatório tardio, abrangendo os 
alongamentos da musculatura cervical, cintura escapular e membros 
superiores. Já os exercícios ativos e ativo-assistidos devem ser 
realizados com os objetivos de ganho de amplitude de movimento do 
membro afetado, sendo que os treinamentos de força e a realização 
de exercícios isométricos só iniciam após a amplitude de movimento 
estar totalmente restaurada. 
Após o ganho de amplitude se inicia os exercícios resistidos dos membros 
superiores, tronco e abdômen, melhorando o desempenho muscular e 
diminuindo a fadiga. 
 
 
 
 
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Protocolo cinesioterapêutico de Silva 
Já Silva et al. (2004), utilizou um protocolo com exercícios, onde 
inicialmente em posição ortostática, eram realizados alongamentos 
com movimentos ativos da musculatura do pescoço, em seguida, 
elevação e rotação interna e externa do ombro juntamente com flexão 
e extensão dos cotovelos. 
Realizavam então movimentos de flexão e abdução dos ombros, elevando 
e baixando os braços estendidos, estendendo e fletindo os dedos 
simultaneamente. 
Na sequência, com as mãos entrelaçadas, fletiam os braços partindo 
abdômen até a testa, e com os braços abduzidos na lateral do corpo, rodavam 
internamente e externamente os punhos, além de fletir e estender os cotovelos. 
Continuavam os exercícios com as mãos sobre os ombros, aduzindo, 
abduzindo e aproximando os cotovelos. 
A seguir, segurando um bastão nas costas, com ambas as mãos, 
realizavam três exercícios: extensão dos braços para trás, flexão dos cotovelos 
até a altura axilar e deslizamento diagonal com uma mão por cima e outra abaixo 
do ombro. 
Em decúbito dorsal, na posição mais confortável para a paciente, eram 
realizados os últimos exercícios ativos que consistiam em rodar internamente e 
externamente os braços com ombro abduzido. 
Finalmente, o alongamento foi orientado na sequência descrita a seguir: 
em decúbito dorsal, com os cotovelos estendidos, com e sem as mãos 
entrelaçadas, a paciente elevava os braços. 
Em decúbito lateral, eram realizados movimentos de abdução e adução 
do ombro na linha da cabeça. Todos os movimentos descritos eram repetidos 
dez vezes. 
 
Protocolo cinesioterapêutico de Rezende 
Rezende et al. (2006), utilizaram um protocolo similar ao de Silva et al 
(2004), onde os primeiros 12 exercícios foram realizados em 
ortostatismo, do 13º ao 16º eram realizados em decúbito dorsal, dos 
 
 
 
1
9 
19 
17º ao 19º eram realizados em decúbito lateral, onde todos os 
movimentos tinham 10 repetições. 
 
Protocolo cinesioterapêutico de Pereira, Vieira e Alcântara 
Pereira, Vieira e Alcântara (2005), realizaram um protocolo que era 
aplicado duas vezes por semana, iniciando com alongamento passivo 
do membro superior, mobilização da escápula, exercícios passivos de 
flexão e de abdução do ombro, exercícios ativos assistidos de flexão e 
abdução de ombro. 
A partir da quinta sessão foram realizados mobilização da escápula, 
exercícios ativos livres, de flexão e de abdução de ombro. 
 
Protocolo cinesioterapêutico de Camargo e Marx 
Camargo e Marx, (2000), descrevem seu tratamento da seguinte 
maneira, o primeiro exercício deve iniciar com as articulações da mão 
e cotovelo, mesmo elas não sendo afetadas diretamente, é realizado 
exercícios de prono-supinação de antebraço sem nenhuma resistência 
e flexão e extensão de cotovelo, o autor relata que esse primeiro 
exercício não tem o objetivo de ganhar amplitude nem força muscular, 
mas fazer com que a paciente inicie sua reabilitação sem dor. 
Em seguida Camargo e Marx (2000), prosseguem seus exercícios com 
a movimentação de rotação do cotovelo, por realizarem de uma forma 
indireta o movimento do ombro, conforme demostrado na figura 10. 
 
 
 
2
0 
20 
 
Em seguida é realizado o seguinte protocolo de Camargo e Marx que tem 
como objetivo não só restabelecer a funcionalidade da articulação do ombro, 
mas também de estimular a circulação venosa e linfática do membro. O protocolo 
conta com 9 exercícios, o primeiro é realizado flexão anterior do braço a 90° com 
extensão do cotovelo, conforme demostrado na figura 11. 
 
 
 
 
 
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1 
21 
 
O terceiro exercício executa-se de rotação interna e externa do ombro, 
conforme demonstrado na figura 13. 
 
 
 
 
 
 
2
2 
22 
LAUDO DO EXAME DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM 
O laudo do exame de imagem é um documento confeccionado pelo 
imaginologista por meio das observações realizadas nas imagens geradas, no 
qual deve constar uma sequência de informações como os dados do paciente, 
técnica empregada para a obtenção das imagens, achados relevantes, 
avaliação, conclusão, recomendações, etc. 
Todo laudo deve ser elaborado de forma clara, concisa e completa, de 
forma a esclarecer ao máximo as questões propostas pelo médico que solicita o 
exame (IGNÁCIO et al., 2018). 
Em sua maioria, o resultado deste exame é transmitido por meio de um 
laudo em texto livre, elaborado pelo médico que o executa para o médico que 
solicita o exame. 
O laudo radiológico é confeccionado, em regra, pelo radiologista e pode 
ser realizado de forma estruturada ou em texto livre (BARBOSA et al., 2010; M. 
ROCHA et al., 2018). 
Erros na interpretação da localização de órgãos podem ocorrer quando é 
encontrada uma grande estrutura refletora, como a interface pulmão diafragma. 
A “imagem espelho” do fígado limita este órgão na cavidade torácica em posição 
imediatamente cranial ao diafragma, podendo simular uma hérnia diafragmática 
ou uma alteração pulmonar. 
Este artefato é produzido por interfaces arredondadas com alta reflexão 
(Larson, 2009) (Figura 2). 
Uma parte do pulso de ultrassom é refletida de volta para o fígado. Devido 
a várias reflexões internas que levam a um atraso do retorno dos ecos para o 
transdutor, o aparelho de ultrassonografia coloca esses ecos de estruturas mais 
superficiais em localizações mais distais, formando a mesma imagem 
cranialmente ao diafragma (Han & Hurd, 1994). 
Artefatos de lobo lateral são produzidos por feixes de ultrassom 
secundários que viajam ao lado, e em direções diferentes, do feixe de ultrassom 
primário (Nyland & Matton, 2004). 
 
 
 
2
3 
23 
Superfícies curvas, como diafragma, bexiga e vesícula biliar, e uma 
interface altamente refletiva, como o ar, são condições comuns em que os 
artefatos de lobo lateral ocorrem. 
Eles exibem efeito limiar e desaparecemcom configurações inferiores do 
aparelho, enquanto os ecos reais persistem. 
Os artefatos de lobo lateral podem desaparecer quando o ponto focal de 
um transdutor eletrônico é posicionado mais profundamente ou um transdutor 
diferente é usado (Nyland & Matton, 2004). 
Avanços tecnológicos têm contribuído grandemente para a avaliação 
anatômica e funcional das estruturas bucofaciais. 
A ultrassonografia (estudo anatômico), a cinesiologia (estudo do 
movimento), a força de mordida, a eficiência mastigatória e a eletromiografia 
(estudos funcionais) são exemplos de métodos de avaliação do desempenho 
funcional do sistema estomatognático, capazes de auxiliar o diagnóstico de suas 
alterações, bem como determinar fatores etiológicos de maloclusões, permitindo 
prognosticar e avaliar a evolução de tratamentos instituídos. 
Diversos estudos in vivo demonstraram a viabilidade e a aplicabilidade da 
ultrassonografia no estudo de músculos superficiais, como os músculos 
mastigatórios, por ser um método não invasivo, de fácil manuseio e baixo custo. 
Além disso, não apresenta dificuldades em sua realização, como a 
ressonância magnética, que requer sedação em crianças menores de dez anos 
de idade, e nem os efeitos biológicos cumulativos de outros exames de imagem, 
como a tomografia computadorizada. 
Esta técnica permite acesso fácil e reprodutível da espessura muscular, 
obtendo-se a informação quantitativa da sua capacidade funcional, além de 
propiciar a determinação de alterações musculares estruturais. 
A mordida cruzada é uma relação bucal, labial ou lingual anormal entre 
dentes superiores e inferiores, quando em oclusão. Pode incluir um ou mais 
dentes de cada arco, ser funcional ou esquelética, além de estar presente uni ou 
bilateralmente. 
 
 
 
2
4 
24 
Muitos estudos buscaram avaliar suas prováveis causas, sejam de origem 
genética ou de desenvolvimento; sendo, esta última, apoiada em três hipóteses 
principais: hábitos de sucção, obstrução das vias respiratórias e mudanças nos 
hábitos alimentares, com consequente alteração da função mastigatória. 
A epidemiologia e consequências da presença de maloclusões em 
crianças têm constituído objeto de pesquisa para se determinar qual a época 
correta para prevenção e intervenção dessas alterações. 
Estudos demonstraram que este tipo de maloclusão está associado às 
alterações da função mastigatória em crianças, como, por exemplo, assimetria 
da atividade dos músculos mastigatórios e menor eficiência mastigatória; além 
disso, muitos autores afirmam ser um tipo de maloclusão que frequentemente 
não apresenta autocorreção. 
A mastigação, sendo uma atividade neuromuscular aprendida e adaptada 
durante toda a vida, desenvolve-se concomitantemente com o crescimento 
craniofacial, com o aumento do volume intrabucal, com os dentes em irrupção e 
com a maturação dos músculos e articulações, sob coordenação e interação das 
funções realizadas pelo sistema nervoso central. 
Daí a importância de que o estado de normalidade neuromuscular, 
esquelético e das estruturas dentais seja atingido já na dentição decídua. 
Dada a efetividade dos métodos de avaliação mencionados, torna-se 
importante utilizá-los de modo a se obter parâmetros comparativos entre os 
diversos tipos de características morfológicas e funcionais nesta fase, podendo-
se acompanhar objetivamente os processos de crescimento e desenvolvimento, 
diagnosticando precocemente alterações que possam se perpetuar. 
Além disso, são raros os estudos realizados a respeito das características 
estruturais e funcionais associadas à mordida cruzada posterior em crianças de 
pouca idade. 
Sendo assim, este estudo buscou avaliar a espessura dos músculos 
masseter e porção anterior do músculo temporal em crianças na fase da dentição 
decídua e dentição mista inicial com oclusão normal e mordida cruzada posterior 
 
 
 
2
5 
25 
unilateral, correlacionando com as dimensões faciais e com as variáveis 
corporais. 
 
 
MÉTODOS 
Foram examinadas crianças de ambos os gêneros, entre três anos e meio 
e sete anos, cadastradas para tratamento no Departamento de Odontologia 
Infantil — Faculdade de Odontologia de Piracicaba — Unicamp Universidade 
Estadual de Campinas. 
A amostra consistiu de 49 crianças, que foram selecionadas após o 
consentimento verbal e escrito dos responsáveis para participarem do estudo. 
A seleção foi realizada após completa anamnese e exame clínico, nos 
quais verificou-se o bom estado de saúde geral, a normalidade de estruturas 
orofaciais, o peso e a altura corporais, a oclusão morfológica e o estágio da 
dentição: dentição decídua completa ou dentição mista — fase inicial (primeiros 
molares e incisivos em irrupção). 
A refração do feixe ultrassonográfico ocorre quando a onda sonora 
incidente atravessa tecidos de diferentes impedâncias acústicas (Nyland & 
Matton, 2004). 
O caminho mais longo percorrido pelo eco faz com que o objeto refletido 
apareça estar mais profundo do que ele realmente se encontra (Toal, 1994). 
 A interação do feixe de som com um limite acústico altamente refletivo 
como osso, cálculo ou gás resulta no sombreamento acústico (Wrigley, 1998), 
ocorrendo de forma mais pronunciada e evidente quando se faz uso de 
transdutores de alta frequência (Toal, 1994). 
Ocorre um alto grau de reflexão que, atenuando marcadamente o feixe 
sonoro, bloqueia a sua passagem para uma camada mais profunda de tecido. 
Esse fenômeno tem aplicação diagnóstica, pois o reconhecimento da sombra 
ajuda na localização de calcificações, cálculos (Figura 3) e gás. (Carvalho, 2004). 
Reforço acústico (também chamado de transmissão sem interrupção) representa 
 
 
 
2
6 
26 
um aumento localizado da amplitude do eco que ocorre distal a uma estrutura de 
baixa atenuação. 
Em uma avaliação ultrassonográfica, o reforço aparece como uma área 
de claridade intensificada; isso normalmente é visualizado distal a vesícula biliar, 
e ocasionalmente, distal a vesícula urinária. 
Esse artefato é útil na diferenciação de estruturas císticas de massas 
sólidas, hipoecóicas (Nyland & Matton, 2004), auxiliando na identificação de 
presença de fluido no interior de uma dada estrutura (Reef, 1998). 
Muitos estudos atualmente tentam desenvolver técnicas ou equipamentos 
que diminuam a interferência dos artefatos na formação das imagens, dentre 
estas se tem a técnica de sinal harmônico. 
Consiste em transmitir uma onda de frequência usual, e que sofre a ação 
dos tecidos do corpo do animal, retornando de forma harmônica, geralmente com 
uma frequência o dobro da transmitida, onde será filtrado, maximizando o sinal, 
exibindo uma imagem com o mínimo de artefatos. 
Em resumo, as frequências harmônicas são unicamente geradas pelos 
tecidos e não pelo pulso transmitido (O’ Brien & Holmes, 2007). 
 
VANTAGENS E DESVANTAGENS COM RELAÇÃO À 
RADIOGRAFIA 
Atualmente, exames complementares como radiografia e ultrassonografia 
estão sendo utilizados para auxílio no diagnóstico de diversas patologias, bem 
como identificar estruturas essenciais em intervenções cirúrgicas No entanto, 
muitos profissionais encontram dificuldades na escolha do método apropriado 
para determinada suspeita clínica (Kolber & Kishimoto, 2004). O emprego 
desses métodos deve ter a finalidade de confirmar 
Sujeitos portadores de anomalias dentárias de forma, estrutura ou 
número, lesões de cárie e/ou mordida cruzada bilateral foram excluídos. 
 
 
 
2
7 
27 
Assim, as crianças foram divididas em quatro grupos de acordo com o 
estágio e o tipo de oclusão (normal ou mordida cruzada posterior unilateral 
funcional): grupo DN (decídua-normal, n=15), grupo DC (decídua-cruzada, 
n=10), grupo MN (mista-normal, n=13), grupo MC (mista-cruzada, n=11). 
As crianças com oclusãonormal não apresentavam sinais e/ou sintomas 
de disfunção temporomandibular, nem desvio de linha média. 
Para os exames de ultrassonografia, os lados dos arcos dentários foram 
divididos em esquerdo e direito (oclusão normal), e normal e cruzado (mordida 
cruzada posterior unilateral). 
Gonzalez et al. (2003) fez um estudo comparativo entre a radiologia e 
a ultrassonografia no diagnóstico de piometra em cães, e percebeu que 
a ultrassonografia surgiu como um exame 100% sensível, com 
achados cirurgicamente confirmados. 
Em outro estudo, realizado por Kolber & Kishimoto (2004), verificou-se 
que o exame ultrassonográfico é aconselhável para determinadas doenças 
vesicais, como a cistite, cálculo e neoplasia. 
Os autores citam que a associação das técnicas de ultrassonografia e 
radiografia também pode ser útil no diagnóstico de algumas outras doenças. 
Apesar da impossibilidade de algumas vezes diferenciar neoplasias, 
pólipos e coágulos, a ultrassonografia contribui na orientação de biopsia 
aspirativa como meio de confirmação do diagnóstico e é muito importante na 
determinação da localização exata da neoformação. 
Permite ainda a avaliação da anatomia interna dos órgãos, muitas vezes 
facilitando a escolha do melhor exame radiográfico contrastado a ser usado 
(Kealy & Mcallister, 2000). 
Um estudo prospectivo destinado a avaliar a ultrassonografia como 
método de imagem para guiar a realização de biópsias de tumores no sistema 
musculoesquelético, revelou uma acurácia de 97%, sensibilidade de 96%, 
especificidade de 100% e valores preditivos positivo e negativo de 100 e 95%, 
respectivamente, para tumores de partes moles, ou porção extra óssea de 
tumores ósseos maiores ou iguais a 2 cm no esqueleto apendicular, com 
 
 
 
2
8 
28 
correlação com outros métodos de imagem (tomografia computadorizada, 
radiografia e ressonância magnética), estudo anatomopatológico e/ou evolução 
clínica. 
Este mesmo estudo considerou o método de ultrassonografia limitado 
para a avaliação de tumores císticos, mixóides e tumores cartilaginosos de 
lesões localizadas no esqueleto axial (Torriani et al., 2002). 
Em casos de formação de calos ósseos, exames subsidiários, como 
planigrafias, tomografias axiais computadorizadas e ressonância nuclear 
magnética, além da emissão de raios nocivos e das complicações inerentes aos 
métodos, não podem ser aplicados na maioria das vezes, por sofrerem 
interferências dos materiais de síntese (Milani, 1994). 
Este mesmo autor comenta que a ultrassonografia consiste no exame de 
imagem de melhor precisão e precocidade em casos de diagnóstico de calos 
ósseos. 
A avaliação da consolidação do osso quando fraturado pode ser feita 
através dos exames radiológicos, em que ocorre o aumento da radiopacidade 
estando relacionado com maior mineralização. 
Esta metodologia, no entanto, fornece resultados aproximadamente após 
um mês da fratura, quando o processo osteogênico já está bem avançado 
(Ricciardi, 1991). 
Estudos em relação aos exames radiográficos e ultrassonográfico vêm 
sendo desenvolvidos por diversos profissionais da área, sendo esses, fatores 
importantes para a evolução, favorecendo não só o profissional em sua conduta, 
mas beneficiando ambos, o proprietário e o animal. 
Estes estudos possuem importância prática, pois auxiliará o clínico na 
melhor opção de escolha entre um estudo radiográfico, ou até mesmo a 
associação de ambos, de acordo com as suas suspeitas clínicas. 
Essa associação resulta em informações quanto ao tamanho, forma e 
posição dos órgãos (Kealy & Mcallister, 2005). Além disso, aumenta a chance 
 
 
 
2
9 
29 
de um diagnóstico definitivo, favorecendo o rápido tratamento e prevenção da 
doença (Kolber & Kishimoto, 2004). 
 
ESPESSURA DOS MÚSCULOS MASTIGATÓRIOS 
A espessura dos músculos mastigatórios foi avaliada por meio de 
ultrassonografia (Just Vision Toshiba®, Japão, 56mm/10MHz transdutor linear, 
do Departamento de Odontologia Infantil, Área de Odontopediatria — FOP — 
UNICAMP). 
As aquisições de imagens foram realizadas para os músculos masseter e 
porção anterior do músculo temporal, de ambos os lados, nas posições 
mandibulares de repouso e de máxima intercuspidação. 
O transdutor foi posicionado transversalmente em relação à direção das 
fibras musculares, considerando-se que o ventre do músculo masseter localiza-
se, aproximadamente, dois centímetros (cm) acima do ângulo da mandíbula em 
direção à pálpebra superior e à porção anterior do músculo temporal, e cerca 1,5 
cm para trás e para cima da comissura palpebral externa. 
Estas localizações foram confirmadas através de palpação e 
movimentação do transdutor para se obter uma imagem otimizada. 
Posicionando-se obliquamente o transdutor, a espessura muscular torna-
se aumentada; portanto, a angulação utilizada para se evitar esta alteração deve 
buscar a melhor definição da imagem do ramo mandibular e do osso temporal. 
Durante o exame, as crianças permaneceram sentadas, recostadas, sem 
fixação da cabeça. 
As medições foram realizadas diretamente sobre a imagem obtida na tela 
do aparelho, no momento da sua aquisição, com aproximação de 0,1mm. 
Foram realizados três exames em cada músculo, para cada posição 
mandibular, com um intervalo de dois minutos entre cada mensuração (Figuras 
1, 2, 3 e 4). 
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1516-18462007000100009&script=sci_arttext&tlng=pt#fig1
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1516-18462007000100009&script=sci_arttext&tlng=pt#fig1
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1516-18462007000100009&script=sci_arttext&tlng=pt#fig2
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1516-18462007000100009&script=sci_arttext&tlng=pt#fig3
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1516-18462007000100009&script=sci_arttext&tlng=pt#fig4
 
 
 
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ANÁLISE DAS DIMENSÕES FACIAIS 
Fotografias frontais de cada criança foram obtidas por meio de 
metodologia padronizada, utilizando-se câmera fotográfica analógica com flash 
automático (Canon AE-1), montada em tripé e filme negativo. 
Os sujeitos permaneceram em pé à frente de um fundo claro, sob luz 
natural e posição relaxada. 
A cabeça foi posicionada com o plano sagital e o plano de Frankfo(u)rt, 
respectivamente, perpendicular e paralelo ao solo, dentes em máxima 
intercuspidação e lábios em repouso. 
A altura da câmera foi determinada de forma que a face da criança ficasse 
centralizada nos planos vertical e horizontal. 
A distância entre a câmera fotográfica e o fundo foi padronizada em 105 
cm para todos os sujeitos. 
Duas fotografias (10x15 cm, coloridas) foram obtidas de cada criança e a 
melhor foi escolhida para a obtenção das medidas. 
As mensurações foram realizadas sobre as fotografias utilizando-se papel 
ultrafan, lápis, esquadro, transferidor e paquímetro digital (Digimatic, série 500, 
Mitutoyo). Os planos e pontos antropométricos considerados foram. 
• plano mandibular (plano que tangencia a distância entre o ângulo da 
mandíbula e o mento, no perfil mole); 
• plano do ramo mandibular (plano que tangencia a distância entre o 
ângulo da mandíbula e o arco zigomático, no perfil mole); 
• ponto pupilar (localizado no centro da pupila) e plano pupilar (plano que 
passa entre as duas pupilas com o sujeito olhando para o infinito); 
• zygion (ponto mais lateral do arco zigomático); 
• gonion (ponto determinado pela bissetriz do ângulo formado pelo plano 
mandibular e plano do ramo mandibular). 
 
 
 
3
3 
33 
As grandezas consideradas para a análise das dimensões faciais estão 
na Tabela 1, sendo que as razões AFA/DB (altura facial anterior/distância 
bizigomática) e AFA/DI (altura facial anterior/distânciaintergoniana) também 
foram avaliadas. 
Todas as medidas foram determinadas com precisão de 0,01mm e a 
média de duas mensurações foi considerada como valor final. 
O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da 
Faculdade de Odontologia de Piracicaba — UNICAMP sob protocolos n. 
147/2001 e 148/2002. 
 
 
ANÁLISE ESTATÍSTICA 
O erro de medida do exame ultrassonográfico foi calculado pela fórmula 
de Dahlberg's: 1,3 Se = (m1 — m2)2 / 2n; em que: Se = erro de medida; m1 = 
primeira medição; m2 = segunda medição; n = número de sujeitos. 
A segunda medição foi realizada uma semana após a primeira. 
Os resultados foram tabulados e aplicou-se a análise estatística descritiva 
para as variáveis estudadas, que consistiram de porcentagem, média e desvio 
padrão; sendo que cada fase da dentição (decídua/mista inicial) foi avaliada 
separadamente. 
A espessura dos músculos masseter e porção anterior do temporal foi 
comparada entre o lado esquerdo e direito, e lados cruzado e normal, nos grupos 
com oclusão normal e mordida cruzada, respectivamente, pelo teste "t" de 
Student pareado. 
A espessura muscular entre os grupos com normoclusão e maloclusão, 
dentro de cada fase da dentição, foi comparada pela Análise de Variância 
(Anova), considerando-se os lados direito e esquerdo, cruzado e normal, 
respectivamente. 
A espessura muscular e as dimensões faciais foram correlacionadas pela 
aplicação do teste de correlação de Pearson e Spearman. 
https://www.scielo.br/img/revistas/rcefac/v9n1/n1a07tab01.gif
 
 
 
3
4 
34 
 
RESULTADOS 
Os valores da média e desvio padrão da espessura dos músculos 
masseter e porção anterior do temporal, em repouso e em máxima 
intercuspidação, das dimensões faciais e das variáveis corporais, para os quatro 
grupos, estão apresentados na Tabela 2. 
Os resultados obtidos mostraram que nos grupos de dentição decídua 
normal (DN) e com mordida cruzada (DC) não houve diferença significativa na 
espessura muscular entre os lados, tanto em máxima intercuspidação, como no 
repouso. Na dentição mista inicial, tanto na oclusão normal (MN) como na 
mordida cruzada (MC), não houve diferença na espessura do músculo masseter 
entre os lados, em ambas as posições mandibulares. 
Já no grupo MC, a porção anterior do temporal do lado cruzado 
apresentou espessura estatística e significativamente maior em relação ao lado 
normal no repouso (p< 0,05). 
Pela Análise de Variância (Anova) constatou-se não haver diferença 
significativa na espessura muscular entre os grupos com normoclusão e 
maloclusão nas respectivas fases das dentições avaliadas. Os resultados do 
cálculo do erro de medida do exame ultrassonográfico são mostrados na Tabela 
3. 
Para o cálculo dos Coeficientes de Correlação (Teste de Correlação de 
Pearson) entre a espessura muscular, as variáveis corporais e as dimensões 
faciais foram considerados os valores das médias da espessura muscular entre 
lados para os músculos masseter (nos grupos DN, DC, MN e MC) e temporal 
(nos grupos DC, DN e MN), enquanto somente o músculo temporal no repouso 
do grupo MC teve seus lados analisados separadamente pelo Teste de 
Correlação de Spearman, uma vez que somente neste caso houve 
diferença significativa na espessura entre os lados cruzado e normal. Os 
Coeficientes de Correlação obtidos estão presentes na Tabela 4. 
https://www.scielo.br/img/revistas/rcefac/v9n1/n1a07tab02.gif
https://www.scielo.br/img/revistas/rcefac/v9n1/n1a07tab03.gif
https://www.scielo.br/img/revistas/rcefac/v9n1/n1a07tab03.gif
https://www.scielo.br/img/revistas/rcefac/v9n1/n1a07tab04.gif
 
 
 
3
5 
35 
No grupo DC houve correlação positiva significativa somente entre altura 
e espessura do masseter no repouso; nos grupos de dentição mista, a espessura 
muscular não apresentou correlação significativa com as variáveis corporais. 
O grupo DN não apresentou correlação estatisticamente significativa entre 
espessura muscular e dimensões faciais. 
A variável AFA apresentou correlação significativa com o músculo 
temporal anterior no repouso do grupo MC; já as variáveis DB e DI obtiveram 
coeficientes estatisticamente significativos e positivos, ou próximos do nível de 
significância com a espessura do músculo masseter. 
Os coeficientes de correlação obtidos entre as razões AFA/DB e AFA/DI 
e a espessura do masseter foram negativos e, alguns, estatisticamente 
significativos. 
A porção anterior do músculo temporal não mostrou relacionar-se às 
variáveis DB e DI. 
 
DISCUSSÃO 
A qualidade da função mastigatória é dependente de uma série de fatores: 
área oclusal, número de dentes, atividade, dimensões e coordenação dos 
músculos mastigatórios, dimensões craniofaciais e ação da língua e dos 
músculos peri-bucais na manipulação do alimento. 
No estudo das funções que abrangem o sistema estomatognático, 
sobretudo em crianças, é fundamental considerar a idade, o estágio do 
desenvolvimento dentário e o tipo de oclusão como critérios de seleção da 
amostra, para evitar variações nos resultados. 
Pela ultrassonografia foi possível obter imagens bem definidas dos 
músculos masseter e porção anterior do temporal e determinar sua espessura 
com grande reprodutibilidade, rapidez e sem que a criança fosse exposta à 
radiação, o que torna esta técnica adequada para a avaliação dos músculos 
peribucais. 
 
 
 
3
6 
36 
Comparando os valores absolutos das mensurações musculares em 
diferentes estudos, observam-se discrepâncias que são devidas às diferenças 
no tipo de amostra, na localização do transdutor para a captura de imagens e no 
aparelho e técnica utilizados. 
No presente estudo, a posição do transdutor para a realização do exame 
foi determinada por palpação dos músculos, em repouso e em contração. Seu 
correto posicionamento foi confirmado observando a imagem na tela do aparelho 
de ultrassom, sendo que as imagens da superfície do ramo mandibular, relativo 
ao músculo masseter, e do osso temporal, relativo à porção anterior do temporal, 
deveriam estar bem nítidas. 
Caso o transdutor fosse posicionado obliquamente, a imagem do músculo 
ficaria aumentada. 
É importante considerar, também, que quanto maior a frequência do 
transdutor, mais nítidas e claras serão as imagens capturadas. 
Utilizou-se neste estudo um transdutor de 10 MHz, superior aos 
transdutores utilizados em estudos anteriores, que variaram de 5,0 a 7,5 MHz. 
Consequentemente, o erro de medida pôde ser considerado baixo (Tabela 
3), sendo que para o músculo masseter em repouso este valor foi superior ao da 
máxima intercuspidação (0,53 mm e 0,36 mm, respectivamente), valores estes 
similares a outros estudos. 
O erro na contração muscular foi inferior aos dos referidos estudos (0,49 
mm e 0,45 mm, respectivamente). 
Esta diferença de valores entre as duas posições mandibulares se deve à 
maior vulnerabilidade do músculo em repouso, às variações de pressão que o 
transdutor exerce sobre a bochecha, sendo o masseter consequentemente mais 
susceptível a esta pressão, o que determinou maior erro de medida para o 
masseter em relação ao temporal. 
Observou-se, portanto, em todas as mensurações realizadas, que o 
músculo contraído apresentou espessura maior que a do músculo relaxado, 
corroborando os resultados anteriores. 
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Os valores da espessura do músculo masseter foram superiores aos da 
porção anterior do temporal, em todos os grupos. Outros autores encontraram 
resultados semelhantes, em crianças com dentição mista, enquanto outro grupo 
relatou ter encontrado valores altos para a espessura do músculo temporal no 
repouso (média de 14,35 mm em adultos), superioresaté mesmo aos valores do 
músculo masseter do mesmo estudo. Esta diferença deve-se, provavelmente, às 
variações no posicionamento do transdutor e à porção do músculo que foi 
avaliada. 
No presente estudo, os grupos DN e DC e o grupo MN não apresentaram 
diferenças significativas na espessura muscular entre os lados (Tabela 2). No 
grupo MC a porção anterior do músculo temporal em repouso do lado cruzado 
apresentou-se significativamente mais espesso em relação ao lado normal 
(p< 0,05). 
A menor espessura encontrada no lado normal poderia ser devida à 
menor solicitação muscular para a manutenção do côndilo dentro da cavidade 
glenóide. Isto porque o côndilo do lado cruzado apresenta-se posicionado mais 
superior e posteriormente na cavidade do que o côndilo do lado normal. 
Além disso, crianças com mordida cruzada posterior unilateral podem 
apresentar maior atividade do músculo temporal posterior no lado cruzado no 
repouso e em máxima intercuspidação e posição postural assimétrica, isto é, a 
mandíbula no repouso ainda permanece deslocada para o lado cruzado. 
Em relação ao músculo masseter, os resultados não mostraram 
diferenças significativas em ambas as fases das dentições. 
No entanto, outro estudo 6 apontou que o masseter no lado cruzado 
apresentou espessura estatisticamente menor do que o lado normal, em 
crianças na fase de dentição mista; após três anos da correção da mordida 
cruzada, esta diferença já não foi significativa, sugerindo que o tratamento 
eliminou a assimetria muscular. 
De acordo com a teoria de Planas o sujeito portador de mordida cruzada 
posterior unilateral mastiga preferentemente no lado cruzado, e como 
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consequência, o masseter do lado cruzado deveria apresentar-se hipertrofiado 
pela maior demanda funcional. 
No entanto, estudos anteriores também demonstraram que não há 
predileção pelo lado cruzado durante a mastigação em sujeitos portadores de 
mordida cruzada. 
Apesar da diferença na faixa etária da amostra, os resultados encontrados 
no presente estudo concordam com resultados de estudo anterior, que avaliou 
sujeitos entre sete e 22 anos de idade com diferentes tipos de oclusão, 
observando que a espessura do músculo masseter entre os lados esquerdo e 
direito não diferiu significativamente. 
Também houve concordância com os resultados de estudo, no qual 
crianças na fase de dentição mista, com mordida aberta e sobremordida, 
apresentaram maior espessura do músculo temporal anterior em relação 
àquelas portadoras de oclusão normal, enquanto o músculo masseter não 
apresentou tal diferença. 
A comparação entre os grupos com normoclusão e maloclusão, entre os 
respectivos grupos e dentro de cada fase da dentição considerada, mostrou não 
haver diferença significativa na espessura dos músculos, em ambas as posições 
mandibulares. 
Pode-se sugerir que a faixa etária e as fases das dentições apresentadas 
pela amostra selecionada poderiam ser de influência. 
Na dentição decídua, o aspecto funcional da mordida cruzada poderia 
não estar determinando alterações morfológicas, sendo que as assimetrias 
funcionais e posturais oriundas do cruzamento ainda não estariam influenciando 
a estrutura muscular dos músculos avaliados. 
Na fase da dentição mista, espera-se que algumas alterações dento-
alveolares, decorrentes da mordida cruzada, já estejam evidenciando-se. 
No entanto, de acordo com os resultados do presente estudo, observa-se 
que a maloclusão ainda não determinou diferenças significativas na espessura 
do músculo masseter, quando foram comparados os grupos na fase de dentição 
 
 
 
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mista. Isto também pode ser explicado pela fase da dentição mista avaliada, isto 
é, a fase inicial, na qual alterações dimensionais ainda não puderam ser 
detectadas. 
As dimensões musculares são preditoras da quantidade de força que um 
músculo é capaz de gerar; assim, as alterações funcionais decorrentes da 
presença de maloclusão podem ser observadas pelo decréscimo na máxima 
força de mordida em pré-adolescentes e adultos, mas não em crianças em idade 
pré-escolar. 
Ao avaliar a influência das variáveis corporais sobre a espessura 
muscular, observou-se que somente a espessura do masseter no repouso do 
grupo DC apresentou correlação positiva e significativa com a altura corporal. 
Não houve correlação significativa entre as variáveis nos grupos de 
dentição mista (Tabela 4). 
Observando os coeficientes obtidos, conclui-se que outros fatores devem 
atuar como preditores do aumento ou da diminuição da espessura muscular. 
Comparações com os resultados obtidos em crianças na fase de dentição 
decídua não foram possíveis, por não terem sido encontrados dados publicados 
até o momento. 
Meninas e meninos apresentam massa muscular semelhante, sendo que 
as diferenças tornam-se significativas na puberdade, sob influência dos 
hormônios sexuais. 
Em indivíduos jovens, o músculo masseter apresentou correlação 
significativa e positiva com o peso e a altura, e somente com o peso, em 
indivíduos adultos. 
No presente estudo, o peso corporal não teve influência na espessura 
muscular, sugerindo que crianças mais pesadas não necessariamente 
apresentam músculos mais espessos, mas massa adiposa maior. 
Através da utilização de fotografias frontais padronizadas na análise das 
dimensões faciais, evita-se que a criança seja exposta à radiação, como ocorre 
nos estudos cefalométricos. 
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Este tipo de estudo já obteve resultados importantes na avaliação da 
influência do padrão facial sobre as funções que envolvem o sistema 
estomatognático. 
Outro método utilizado para a análise facial é a antropometria, no qual as 
mensurações são realizadas diretamente sobre a face do sujeito. 
Observou-se no presente estudo que até a fase inicial da dentição mista, 
a diferença na forma facial entre os gêneros não foi significativa, demonstrado 
pelo baixo desvio padrão das dimensões faciais (Tabela 2), corroborando 
estudos anteriores. 
Já em adultos, a variação da morfologia facial é grande e difere de 
indivíduo para indivíduo. 
O conhecimento das influências funcionais e genéticas sobre o 
crescimento e desenvolvimento craniofacial é ainda limitado e difícil de 
quantificar. 
Observa-se que indivíduos portadores de padrão braquicefálico são 
caracterizados por menor altura facial anterior, menor inclinação da mandíbula, 
ângulo goníaco menos obtuso e paralelismo entre os planos mandibular e 
palatino; aqueles com padrão dolicocefálico apresentam maior altura facial 
anterior, maior inclinação do plano mandibular e ângulo goníaco mais obtuso. 
Estudos anteriores avaliaram a função dos músculos mastigatórios 
através da eletromiografia força de mordida, da determinação de suas 
dimensões e sua relação com a morfologia craniofacial em adultos e indivíduos 
em crescimento. 
Assim como o posicionamento vertical dos músculos elevadores pode 
direcionar o crescimento mandibular e determinar um ângulo goníaco menos 
obtuso e sobremordida, o tipo de fibra que compõe o músculo masseter pode 
ser de importância. 
Além disso, foi observado que crianças com padrão dolicocefálico 
possuem maior altura das coroas clínicas dos dentes superiores e inferiores, 
além de aumento no componente dento-alveolar, provavelmente devido à menor 
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força de mordida que elas apresentam e que permite sobre-irrupção dos 
elementos dentários. 
No presente estudo, observou-se fraca correlação entre a espessura 
muscular e a altura facial anterior (AFA), de acordo com dados de estudo 
anterior. Isto poderiaser devido às variações mais significativas da morfologia 
craniofacial concentrar-se na região inferior da face, abaixo do plano palatino. 
A variável DI (distância intergoniana) apresentou coeficientes de 
correlação positivos e, alguns, significativos com a espessura do músculo 
masseter; um dos motivos deste achado é, justamente, pela variável DI incluir a 
espessura deste músculo. 
A distância bizigomática (DB) apresentou coeficientes positivos e 
significativos, ou bastante próximos do nível de significância, com a espessura 
do masseter, sugerindo que a maior dimensão transversal da face, que a torna 
mais larga, está relacionada à maior espessura muscular (Tabela 4). 
As razões AFA/DB e AFA/DI apresentaram coeficientes negativos ou 
valores próximos a zero, mas não significativos em sua maioria com a espessura 
muscular; reforçando a tendência de crianças com faces mais longas de 
apresentar menor espessura do masseter. 
Este tipo de relação mostrou-se estatisticamente significativa em 
mulheres, onde a espessura do masseter correlacionou-se negativamente com 
as razões AFA/DB e AFA/DI, obtidas também por meio de fotografias frontais. 
Utilizando a antropometria em indivíduos em crescimento, foram 
encontradas correlações estatisticamente significativas e positivas entre a 
espessura do masseter e as distâncias intergoniana e bizigomática; e correlação 
negativa com a altura facial anterior inferior (subnasal-mento). 
De forma semelhante, concluíram que indivíduos que possuíam menor 
espessura do masseter apresentavam a face mais longa. 
Existem muitos trabalhos que buscaram esta relação através da 
cefalometria e ultrassonografia em adultos, determinando variáveis craniofaciais 
lineares e angulares sobre telerradiografias. 
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Observou-se que a maior espessura do músculo masseter está 
relacionada à maior altura do ramo mandibular e à menor inclinação mandibular 
e ângulo goníaco menos obtuso. 
A espessura do músculo masseter acompanha a largura da maxila e este 
se torna mais espesso com a idade em indivíduos jovens. 
Os resultados obtidos na correlação com a espessura da porção anterior 
do temporal demonstraram que este músculo não parece relacionar-se às 
variáveis DB e DI. 
Não há dados para comparações na literatura em crianças de pouca 
idade, tampouco trabalhos que tivessem avaliado e relacionado a espessura dos 
músculos mastigatórios às dimensões faciais nesta faixa etária. 
Os resultados obtidos neste estudo permitiram concluir que a influência 
das características funcionais sobre as estruturas que compõem o sistema 
estomatognático pode ser observada já em crianças de pouca idade. Isto 
evidencia a importância da atenção precoce multidisciplinar às maloclusões, 
para que planos de tratamento efetivos possam ser estabelecidos, objetivando o 
adequado desenvolvimento morfológico associado ao desenvolvimento 
funcional, permitindo que o sistema estomatognático desenvolva-se e 
desempenhe sua função harmonicamente. 
 Os resultados obtidos na amostra estudada constataram que: a porção 
anterior do músculo temporal no repouso apresentou maior espessura no lado 
cruzado no grupo mista-cruzada (p=0,05); a espessura do músculo masseter não 
apresentou diferença significativa entre os lados em todos os grupos; as 
variáveis corporais peso e altura não apresentaram correlação com a espessura 
dos músculos mastigatórios e crianças com faces mais longas apresentaram 
menor espessura do músculo masseter. 
Tais resultados mostraram que a influência das características funcionais 
sobre as estruturas que compõem o sistema estomatognático pode ser 
observada em crianças de pouca idade. 
 
 
 
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43 
A cinesioterapia é um dos tratamentos fisioterapêuticos utilizados em 
pacientes mastectomizadas, tanto no pré operatório quanto no pós, pois o 
procedimento cirúrgico e a utilização de outros recursos para a eliminação das 
células cancerígenas, acabam por proporcionar complicações a paciente, e 
através de movimentos e exercícios essas complicações podem ser prevenidas 
ou tratadas. 
Verificou-se através dos autores estudados e seus protocolos de 
tratamento que a cinesioterápica proporciona uma melhor recuperação a 
paciente, prevenindo deformidades, diminuindo o aparecimento de 
complicações, além de manter e melhorar a funcionalidade da paciente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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