Buscar

CS_24 1_ UNIDADE 1_2 _ CEUMA CIENCIAS SOCIAIS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Introdução
Estimado(a) aluno(a), a Sociologia, como uma ciência que surge das
transformações sociais emergentes da sociedade capitalista, constitui-se como um
conhecimento plural em suas perspectivas teóricas e metodológicas, tal como se
apresenta a consolidação do capitalismo em suas contradições.
Considerando esse contexto, este material é um convite para que você
compreenda a diversidade de metodologias e de posicionamentos teóricos que
foram desenvolvidos pelos autores precursores da Sociologia. Buscaremos
demonstrar como a lente da ciência se voltou para a sociedade e o que ela nos
revelou sobre nossas condições sociais.
Começaremos apresentando o autor que cunhou o termo “Sociologia”, Auguste
Comte. Estudaremos sobre como esse teórico via, na Sociologia, uma possibilidade
de intervenção social para solucionar a crise da sociedade capitalista.
A seguir, partiremos ao entendimento da metodologia de Émile Durkheim, autor que
fundamenta regras e métodos de pesquisa que fizeram da Sociologia um
conhecimento científico institucionalizado, capaz de estudar os acontecimentos
sociais com rigor científico equivalente ao das ciências naturais (matemática,
biologia e química).
Conheceremos, ainda, Max Weber, sociólogo que desenvolveu uma teoria que
busca entender a sociedade por meio das ações individuais dos indivíduos.
Seguidamente, apresentaremos as discussões de Karl Marx, responsável por
promover uma análise crítica sobre a sociedade capitalista, abrangendo as
relações de produção e as características estruturais, assim como a origem dos
problemas sociais decorrentes dessa organização social.
Pronto(a)? Vamos lá!
Sociologia: a lente da ciência voltada para
sociedade
Solange Santos de Araujo
Autor
Daiany Cris Silva
Autor
Objetivos de Aprendizagem
Aprender as teorias e os principais conceitos dos precursores da
Sociologia.
Dimensionar o processo de constituição da Sociologia em diferentes
perspectivas teóricas e metodológicas.
Compreender o papel de Auguste Comte, Émile Durkheim, Max Weber e
Karl Marx na consolidação da Sociologia como ciência.
O papel dos precursores da Sociologia
na consolidação da disciplina
As ciências sociais podem ser consideradas um campo de estudos emergente do
processo de formação da sociedade capitalista, representada, aqui, pela Sociologia.
Assim, apresentaremos diferentes posicionamentos teóricos e metodológicos que
expressam as contradições desse sistema social.
Desde o seu nascimento, a Sociologia debate-se entre
tendências teóricas, entre perspectivas produzidas por
diferentes visões de mundo. Essa diversidade frutifica da própria
diferenciação interna, das tensões e das contradições que
determinam a formação social capitalista (MARTINS, 2008, p. 1).
Portanto, cabe a nós situar essa ciência em seu contexto histórico,
preferencialmente, referenciado pelo capitalismo.
Para isso, torna-se necessário apresentar os princípios lógicos de formação do
pensamento dos precursores da Sociologia, que, como referenciais teóricos,
possuem um papel fundamental na consolidação da disciplina e geram
repercussões no fazer sociológico até os dias atuais.
Auguste Comte, Émile Durkheim, Max Weber e Karl Marx são considerados como
autores basilares para a disciplina de Sociologia, atuando como referências
fundamentais para o desenvolvimento desta. Primordialmente, podemos destacar
três elaborações teóricas provenientes deles: o método funcionalista de Durkheim,
que é inspirado pelo positivismo de Comte; o método dialético de Marx; o método
compreensivo de Weber. Ressalta-se, ainda, que aprender as metodologias
clássicas nos permite dimensionar a diversidade de perspectivas do conhecimento
sociológico e compreender as ciências sociais não como um conhecimento
universal, e sim como uma produção científica que apresenta possibilidades de
leitura e apreensão da realidade social.
A construção da ciência sociológica por
Auguste Comte
A Revolução Industrial é resultado da solidificação da ciência e das inovações
tecnológicas na Europa Ocidental. Esse movimento de transformação social
impulsionou a formação de uma nova estrutura econômica e de estratificação
social, a qual consolidou o que conhecemos atualmente como sistema capitalista.
Diante de tantas mudanças nos âmbitos político e econômico, a sociedade
ocidental enfrentou uma série de problemas sociais.
Veja só! Com a Revolução Industrial, surgiram fábricas que abrigavam um modelo
de trabalho de produção em série extremamente especializado. Assim, com a
adesão de máquinas, cada vez menos trabalhadores eram necessários no
processo de produção, ocasionando desemprego e miséria entre os que não
possuíam poder econômico e que dependiam do trabalho assalariado. Somando-
se a isso, é de extrema importância entender que, como a mão de obra é
considerada uma mercadoria, os trabalhadores vendiam suas forças de trabalho
para os donos das fábricas (capitalistas/burgueses), e estes tentavam pagar o
menos possível, resultando em baixos salários.
O desemprego, a fome e os problemas estruturais na organização das cidades se
multiplicaram nesse período, e, diante de tantos problemas sociais, um cientista, o
filósofo francês Auguste Comte (1798-1857), decidiu que a ciência poderia atuar
como uma forma de intervenção social. Pioneiro da ciência positiva, Comte, buscou
entender a sociedade capitalista, analisando o funcionamento desta e a forma com
que as relações sociais se estabeleciam nesse sistema. O objetivo do autor foi,
primordialmente, encontrar os motivos da existência de conflitos e desordem social,
ou seja, estabelecer a ordem para atingir o progresso.
Para alcançar o objetivo de compreender a ordem estabelecida na sociedade e as
relações sociais, Comte desenvolve a ciência positiva, uma teoria do conhecimento
que considera que “[...] os procedimentos da ciência natural são diretamente
aplicáveis ao mundo social com objetivo de estabelecer leis invariantes ou
generalizações semelhantes a leis sobre fenômenos.” (WACQUANT, 1996, p. 597). De
acordo com Comte, “[...] o genuíno espírito positivo consiste em ver para prever, em
estudar o que é, a fim de concluir o que será, segundo o dogma geral da
invariabilidade das leis naturais.” (COMTE, 1978, p. 131).
A ciência positiva buscou replicar os métodos e as técnicas das ciências naturais
para a investigação dos fenômenos sociais, campo de estudos que Comte intitulou,
inicialmente, de física social e que, posteriormente, foi desenvolvido como
Sociologia. Com o intuito de prever os acontecimentos da sociedade e de
possibilitar uma intervenção nos processos sociais, para que estes fossem ordeiros
e harmoniosos, o filósofo positivista buscou diminuir os conflitos e os problemas
sociais. Atualmente, sabemos que a vida em sociedade não é previsível e passível
de controle igual a um experimento de laboratório; no entanto, durante o processo
de consolidação da disciplina, Comte acreditou nessa possibilidade.
O progresso social, que só seria alcançado por meio da ciência, foi um dos
principais norteadores da teoria de Auguste Comte. Para apresentar esse preceito, o
autor desenvolve a “lei dos três estados”, que se configura em estágios de evolução
das concepções intelectuais humanas.
FIGURA 1 Bandeira nacional e seu lema “Ordem e Progresso” inspirado no pensamento
positivista
FONTE: luzitanija / 123RF
O primeiro, menos evoluído intelectualmente, é o estado teológico, baseado em
crendices populares e em crenças de religiões politeístas e monoteístas, além de
ser constituído por explicações de mundo que, segundo o filósofo, seriam fruto da
imaginação e das ficções coletivas. O segundo estado seria o metafísico, de
evolução intermediária e transitória. De acordo com Comte (1978), tanto no estado
teológico quanto no estado metafísico, existe a busca de uma explicação para a
natureza da vida e para a origem de todas as coisas, porém, neste último:
[...] em vez de empregar para isso os agentes sobrenaturais
propriamente ditos, substitui-os cada vez mais por entidades ou
abstraçõespersonificadas, cujo uso, verdadeiramente
característico, amiúde permitiu designá-la sob a denominação
de Ontologia. (COMTE, 1978, p. 123).
O terceiro estágio, mais evoluído intelectualmente, foi denominado de estado
positivo e necessitou do processo de desenvolvimento intelectual dos estados
teológico e metafísico. Segundo Comte (1978), o estado positivo subordina a
imaginação e as conceituações abstratas sobre a realidade social, a observação e
a investigação empírica dos fenômenos sociais. Além disso, constitui-se como uma
concepção de mundo baseada no estudo social e permite “[...] perceber as
verdadeiras relações de cada parte com o todo, de modo a oferecer
constantemente um largo destino às mais eminentes pesquisas, evitando,
entretanto, toda especulação pueril.” (COMTE, 1978, p. 146).
Portanto, a Sociologia comporia, para Comte, a superioridade intelectual no
pensamento humano, ou seja, o estado positivo, em que a compreensão dos
processos sociais e a formulação de iniciativas que cooperam para o ordenamento
social são possíveis.
Para a ciência positivista, seria possível dominar e controlar a realidade social por
meio do conhecimento e do entendimento das relações sociais instituídas na
sociedade capitalista, o que possibilitaria mapear suas problemáticas e instaurar a
disciplina e a ordem social, garantindo o progresso da civilização moderna. Em
termos positivistas, “o progresso é regulado pela ordem” (MARTINS, 2008, p. 3), o que
significa que a Sociologia, por investigar de maneira aprofundada os processos
sociais, poderia dar instrumentos para o entendimento da realidade social vigente.
Émile Durkheim em busca de atribuir à
Sociologia uma reputação científica
O sociólogo francês Émile Durkheim (1858-1971), inspirado, em alguma medida, na
ciência positivista de Auguste Comte, avança no desenvolvimento de uma ciência
social e busca atribuir à Sociologia uma reputação científica. Quando ocorre a
publicação de “As regras do método sociológico” em 1895, Émile Durkheim inaugura
uma discussão sobre a metodologia própria da Sociologia.
Em busca de analisar a sociedade como um organismo, tal qual as ciências
naturais, Durkheim observa que, independente da vontade individual, a
humanidade é regida por causas exteriores e, portanto, sociais. Uma das grandes
preocupações de Durkheim é centrar o estudo da vida social como uma realidade
objetiva. O autor defendia que os acontecimentos sociais deveriam ser estudados
como coisas ou objetos.
Portanto, o sociólogo deveria desenvolver a capacidade de realizar uma
observação neutra, racional e livre de preconceitos e concepções predefinidas. O
método para estabelecer essa relação com um objeto de estudo na Sociologia,
segundo Durkheim, seria por meio do estudo do fato social, o objeto de estudo da
Sociologia, constituído pelos acontecimentos sociais que ocorrem
independentemente das manifestações individuais.
Para Durkheim (1971), os fatos sociais podem ser divididos em três categorias:
a.  coercitivo – o fato social é uma imposição coletiva sobre o indivíduo, que se
configura como uma obrigação a seguir um determinado comportamento
estabelecido pela sociedade por meio de grupos sociais e instituições, por
exemplo, religião, moda e crença;
b. exterior ao indivíduo – o fato social ocorre independentemente da vontade do
indivíduo, sendo imposto por determinações externas, ou seja, o fato social
não se expressa no comportamento de uma só pessoa, e sim na adesão de
uma maioria de pessoas envolvidas na determinação coercitiva de um
comportamento, padronizando as maneiras de agir, ser e pensar em
sociedade;
c.  coletivo/geral – o fato social é comum a todos os indivíduos da sociedade.
Além de ser externo às nossas vontades individuais e nos coagir a seguir
padrões de comportamento, o fato social é ditado pelo meio social em que
convivemos.
Atenção!
O fato social
“É fato social toda maneira de agir fixa ou não, suscetível de exercer
sobre o indivíduo uma coerção exterior; ou então ainda, que é geral na
extensão de uma sociedade dada, apresentando uma existência
própria, independente das manifestações individuais que possa ter.”
Fonte: Durkheim (1971, p. 11).
O fato social, constituído como o objeto de estudo de Durkheim (1971), torna o autor
o primeiro sociólogo a desenvolver uma metodologia própria para a Sociologia, ou
seja, não é apenas uma réplica de métodos e técnicas das ciências naturais, como
pretendeu a física social de Comte, é uma metodologia sociológica pensada
especificamente para o estudo da sociedade. Pode-se resumir as propostas de
teoria sociológica de Durkheim por meio das seguintes características:
a) observação empírica – a análise por experiência, detida aos sentidos, e o contato
direto com sujeito e o objeto de estudo;
b) neutralidade científica – apenas o que se pode comprovar e analisar
cientificamente, distanciando-se de prenoções e posicionamentos
predeterminados;
c) método comparativo – a comparação do fato social em diferentes situações,
considerando a diversidade de condições sociais existentes e, até mesmo, em
outras formas de organização social;
d) diagnóstico de função e causa social – a procura pela explicação das causas
que tornaram possível a existência do fato social e a busca pela função do fato
social em sua sociedade de origem;
e) indução – o resultado da análise de um fato social específico deve servir para a
compreensão de uma lei geral.
O objetivo de atribuir uma reputação científica à Sociologia se deu quando
Durkheim conseguiu, por meio das premissas citadas anteriormente, denotar um
rigor metodológico ao estudo da sociedade, de maneira a estabelecer conceitos
objetivos de investigação científica.
Destaca-se que, além de ter contribuído para o projeto de ciência social, Émile
Durkheim colaborou para que uma lógica de pensamento importante se colocasse
nos estudos sobre a sociedade. O autor definiu seu método científico de modo a
considerar as imposições sociais sobre os nossos hábitos e modos de ser, agir e
pensar, em um movimento que determina uma relação do geral para o particular,
ou seja, do social para o individual.
Saiba mais!
O padrão de beleza como um fato social
Os padrões de beleza no decorrer da história são um bom exemplo de
fato social, no que se refere à imposição exterior de modelos de
comportamento. No artigo indicado a seguir, é possível perceber que
os nossos gostos e as nossas preferências estéticas são construídos
socialmente e não possuem relações com laços genéticos e
determinações biológicas. O padrão de corpo considerado bonito pela
sociedade sofre modificações de acordo com o nosso contexto
histórico e reflete em como a maioria dos indivíduos lidará com os
padrões de beleza de seu tempo.
Para saber mais, acesse o link:
Clique Aqui
Fonte: Elaborado pelas autoras.
Para refletir sobre as interferências que a sociedade impõe sobre a nossa trajetória,
Durkheim criou dois conceitos importantes: consciência coletiva e consciência
individual. Segundo o sociólogo, a primeira se trata do que é:
[...] comum a todo nosso grupo e, por conseguinte, não é a gente
mesmo, mas a sociedade vivendo e agindo em nós; a outra, ao
contrário, representa apenas nós mesmo, naquilo que temos de
pessoal e distinto, naquilo que faz de nós um indivíduo.
(DURKHEIM, 2008, p. 27-28).
Ao dimensionar esses dois tipos de consciência, Durkheim inaugura uma série de
discussões sobre como lidamos coletivamente com nossos gostos, nossas
maneiras de ser, nossos pensamentos e nossas ações. Assim, reconhece-se uma
dimensão individual, proveniente da personalidade que possuímos, a qual é
vinculada a preferências como: cor favorita, tipo de comida preferida, entre outros
aspectos muito particulares. No entanto, demonstra-se uma atenção a como
nossas ações, também, estão condicionadas a fatores externos. Por exemplo,
quando um indivíduo que vai a um casamento pensa que deve vestir um terno, o
dever, nesse caso, não é porque há uma preferência por usar ternos, e sim porque,
nesses espaços, esse é o tipoadequado de vestimenta, estabelecido por
imposições coletivas.
Destacar as características que constituem o fato social como um objeto de estudo
e os conceitos de consciência individual e coletiva é essencial para aprender a
teoria durkheimiana, principalmente, no que se refere à interpretação de Durkheim
sobre uma sociedade que nos molda coletivamente como um organismo funcional.
Divisão social do trabalho
Agora que compreendemos, de maneira geral, as premissas do pensamento de
Durkheim, convém avaliar uma de suas obras que apresenta uma análise prática
da realidade moderna. Em 1893, Durkheim publicou sua tese de doutoramento “A
divisão social do trabalho”, que analisa a sociedade moderna e as relações de
produção do sistema capitalista. Para Durkheim:
[...] a divisão do trabalho não é específica do mundo econômico:
podemos observar sua influência crescente nas regiões mais
diferentes da sociedade. As funções políticas, administrativas,
judiciárias especializam-se cada vez mais. O mesmo ocorre com
as funções artísticas e científicas. Estamos longe do tempo em
que filosofia era a ciência única; ela fragmentou-se numa
multidão de disciplinas especiais, cada uma das quais tem seu
objeto, seu método, seu espírito. (DURKHEIM, 1999, p. 2).
O sociólogo compreende que a divisão social do trabalho possuía a função de
estabelecer coesão social e vínculos de solidariedade social, “[...] fenômeno
totalmente moral e que não pode haver uma observação exata.” (DURKHEIM, 1999, p.
13). A coesão social se refere ao compartilhamento de ideais, valores, crenças e
modos de agir e pensar em uma sociedade, quanto mais coeso é o funcionamento
de uma sociedade, melhor a sua organização social.
“Para Durkheim, o progresso é o progresso da divisão social do trabalho que se
impõe pelo crescimento do volume e densidade moral das sociedades, pela
intensificação dos contatos e das relações sociais.” (MARTINS, 2008, p. 3). Assim
como vimos anteriormente, a imposição de valores sociais e morais impacta
significativamente a vida das pessoas. A coletividade é determinante em muitas
instâncias da vida social, a qual depende do estabelecimento de vínculos de
solidariedade social para atingir uma melhor coesão em sociedade. Considerando
esse contexto, para o autor, existem dois tipos de solidariedade social: a mecânica e
a orgânica.
Solidariedade mecânica
As sociedades com solidariedade mecânica são aquelas baseadas na divisão
social do trabalho simples, em que todos os seus membros reconhecem todos os
processos de produção. Esse tipo de organização advém de sociedades mais
elementares, em que há um forte senso de coletividade e não há muitos níveis de
individualidade.
Segundo Durkheim (2008):
As moléculas sociais cuja a coesão se dê dessa forma singular,
só poderão agir em conjunto se não tiverem movimentos
próprios, como as moléculas de corpos inorgânicos. Por isso nos
propomos chamar esta espécie de solidariedade mecânica.
Com essa expressão não queremos dizer que ela seja produzida
por meios mecânicos artificialmente. Chamamo-la assim
apenas por analogia com a coesão que une entre si os
elementos dos corpos brutos, em oposição àquela que dá
unidade aos corpos vivos. O que completa a justificação de tal
denominação é que o laço que une os indivíduos à sociedade é
análogo ao que liga a coisa à pessoa. (DURKHEIM, 2008, p. 28).
É comum perceber alusões a nomenclaturas das ciências naturais nas obras de
Durkheim, principalmente, em suas primeiras produções, dado a tentativa do autor
de adaptar os métodos desse campo de estudos para a investigação sociológica.
Na citação anterior, o autor justifica o uso da expressão solidariedade mecânica,
para nos mostrar que a sua definição se trata da relação dependente da
coletividade em sociedades que possuem esse tipo de divisão social do trabalho.
Saiba mais!
Povos caçadores e coletores são sociedades de solidariedade
mecânica?
Considera-se que as sociedades de solidariedade mecânica são
constituídas por modelos de produção com processos simples, como
a economia e a alimentação, que são baseadas em caça, coleta,
pesca e agricultura complementar, assim como vivem o povo
Kaingang, uma das maiores populações indígenas brasileiras.
Para saber mais sobre o tema e compreender melhor a dinâmica de
solidariedade mecânica, acesse o link a seguir:
Clique Aqui
. 
Fonte: Elaborado pelas autoras.
Sociedades de solidariedade mecânica são aquelas em que o senso de
coletividade é maior do que o de individualidade ou, até mesmo, se impõe à
individualidade, sufocando-a.
Solidariedade orgânica
As sociedades de solidariedade orgânica constituem-se nos processos de
produção da modernidade, ou seja, no sistema capitalista. Esse tipo de divisão
social do trabalho se baseia no alto grau de especialização e no individualismo. Em
uma sociedade de solidariedade orgânica, os indivíduos possuem muita
dependência uns dos outros, complexificando o sistema de relações sociais nos
mais diversos âmbitos, em instituições econômicas, políticas e culturais.
A solidariedade do tipo orgânica é um desenvolvimento do tipo mecânico, segundo
Durkheim:
[...] a passagem da sociedade de solidariedade mecânica para
a sociedade de solidariedade orgânica como uma lei histórica.
Assim, quando a maneira como os homens são solidários se
modifica, a estrutura das sociedades acaba mudando também.
A forma de um corpo se transforma necessariamente quando as
afinidades moleculares não são mais as mesmas. Por
conseguinte, se a proposição precedente é exata, deve haver
dois tipos sociais que correspondem a essas duas sortes de
solidariedade. (DURKHEIM, 1999, p. 17).
Portanto, para Durkheim, quando a sociedade muda, os indivíduos dependem uns
dos outros, devido à especialização de funções ou mesmo à divisão do trabalho
social. Na realidade, o que causa interação entre as pessoas é o progresso dos
meios da especialização das funções que os indivíduos exercem entre si (DURKHEIM,
1999).
Logo, os indivíduos acabam se tornando independentes das atividades em
diferentes setores da vida social. Portanto, Durkheim postula que a divisão social do
trabalho não deve se reduzir ao seu papel econômico: “Ao contrário, a divisão do
trabalho social tem antes de tudo uma função moral, no sentido de que ela passa a
ser o elemento-chave para a integração dos indivíduos na sociedade.” (SELL, 2001, p.
144).
Sob essa perspectiva, Durkheim demonstra uma preocupação com a constituição
dos valores morais em sociedade, pois, para o sociólogo, nossas fragilidades estão
na perda, ou na falta de adesão, dessa dimensão coletiva de compartilhamento de
ideias, normas e valores, responsável por orientar as condutas dos indivíduos.
O nível de consciência individual é maior nesse tipo de sociedade, na qual a divisão
social do trabalho impele que os indivíduos sejam diferentes entre si:
Já com a solidariedade que a divisão social do trabalho produz
[de solidariedade orgânica], é tudo muito diferente. Enquanto a
precedente [de solidariedade mecânica] implica que os
indivíduos se pareçam, esta supõe que que eles sejam
diferentes entre si. A primeira só é possível na medida que a
personalidade individual é absorvida pela personalidade
coletiva; a segunda só é possível se cada um tem a esfera de
ação que lhe é própria - uma personalidade, por conseguinte. É
necessário, então, que a consciência coletiva deixe uma parte
da consciência individual descoberta, para que aí se
estabeleçam as funções especiais que ela não pode
regulamentar; e quanto mais essa região se estende, mais forte
é a coesão que resulta dessa solidariedade. (DURKHEIM, 2008, p.
28).
Isso significa que, quanto maior forem o nível de interdependência entre cada
indivíduo na sociedade, a diversidade de funções a serem exercidas socialmente e
o grau de especialização nos processos de produção, melhor será o nível de coesão
social. Quando essa coesão se perde e o nível de solidariedade social diminui, em
razão da não adesão, pelos indivíduos, de regras e valores coletivos, nossa
sociedade entrano que o Durkheim chama de anomia social.
O olhar de Max Weber para entender o
sistema capitalista
O sociólogo alemão Max Weber (1864-1920) propõe uma Sociologia que busca
compreender e interpretar as relações entre indivíduos, isto é, a ação social. Para
Weber, a ação, sem seu sentido social, é puro fruto do comportamento humano, já a
ação social possui, como referência, o comportamento entre indivíduos, uns com
relação aos outros, constituindo o que chamamos de vida em sociedade.
Segundo Cruz (2004), a pesquisa histórica é, para Weber, essencial para a
compreensão das sociedades. A investigação sociológica deve se basear no
esforço interpretativo de avaliar as diferentes expressões de relações sociais.
Atenção!
A ação social para Max Weber
“A ação social (incluindo tolerância ou omissão) orienta-se pelas
ações de outros, que podem ser passadas, presentes ou esperadas
como futuras (vingança por ataques anteriores, replica a ataques
presentes, medidas de defesa diante de ataques futuros). Os ‘outros’
podem ser individualmente desconhecidos ou então uma pluralidade
de indivíduos indeterminados e completamente desconhecidos (o
‘dinheiro’, por exemplo, significa um bem – de troca – que o agente
admite no comércio porque sua ação está orientada pela expectativa
de que outros muitos, embora indeterminados e desconhecidos,
estarão dispostos também a aceitá-lo, por sua vez, numa troca
futura).”
Fonte: Weber (2008, p. 117).
Diferentemente de Durkheim, Weber não defende que há leis gerais ou exteriores
que se impõem sobre os seres humanos, pelo contrário, para Weber, todo fenômeno
social tem uma causa, um comportamento individual que o precede. Portanto, leis
universais que influenciam o comportamento humano e o desenvolvimento
histórico são inexistentes, o que mantém o construto coletivo dado pelas relações
sociais estabelecidas no cotidiano.
Sob a perspectiva de Weber, deve-se compreender a realidade parcialmente, em
suas particularidades individuais, em um movimento do particular para o geral, do
indivíduo para a sua relação com a sociedade. O aspecto compreensivo significa,
segundo Cruz (2004):
[...] apreensão interpretativa do sentido ou contexto de sentido:
a) realmente visando no caso particular (à luz da apreciação
histórica) ou b) em média e aproximativamente visando (à luz
da apreciação sociológica de massas) ou c) a construir
cientificamente para o tipo puro (tipo ideal) de um fenômeno
frequente (sentido ou conexão de sentido “ideal” típico). (CRUZ,
2004, p. 588).
A análise sociológica proposta por Weber, diante da ação social como seu objeto
de estudo, presume um método que busca compreender as motivações individuais
que impulsionam determinadas ações sociais.
A ação social, como toda ação, pode ser:
1) racional com relação a fins: determinada por expectativas no
comportamento tanto de objetos do mundo exterior como de
outros homens, e utilizando essas expectativas como
“condições” ou “meios” para o alcance de fins próprios
racionalmente avaliados e perseguidos;
2) racional com relação a valores: determinada pela crença
consciente no valor interpretável como ético, estético, religioso
ou de qualquer outra forma - próprio e absoluto de uma
determinada conduta, considerada de per si e independente de
êxito;
3) afetiva: especialmente emotiva, determinada por afetos e
estados sentimentais atuais;
4) tradicional: determinada por um costume arraigado. (WEBER,
2008, p. 118, grifo do autor).
As ações sociais, que possuem diferentes formas de expressão no cotidiano,
segundo Weber, são:
[...] como tipos conceituais puros, construídos para fins de
pesquisa sociológica, com relação aos quais a ação real se
aproxima mais ou menos ou, o que é mais frequente, de cuja
mescla se compõe. Somente os resultados que com eles se
obtenham é que podem nos dar a medida de sua conveniência.
(WEBER, 2008, p. 119).
Ao mobilizar o conceito de ação social como objeto de estudo, podemos
dimensionar sociologicamente as ações, como nos seguintes casos: 1) um político
que busca ocupar uma posição de poder sob a finalidade de, supostamente,
cumprir promessas de campanha eleitoral (ação social do tipo racional com
relação a fins); 2) a ida a cultos religiosos, que só se justifica quando se acredita nos
valores ali pregados (ação social do tipo racional com relação a valores); 3)
atitudes passionais, movidas por afeição a outro, crises de ciúmes, declarações de
amor etc. (ação social do tipo afetiva); 4) hábitos culturais e festas tradicionais,
como o Carnaval, a Folia de Reis, a festa do boi-bumbá e as festas juninas que
acontecem aqui no Brasil, podem ser pensados pela ação da tradição (ação social
do tipo tradicional).
Weber defende que a compreensão da sociedade se dá pelo olhar atento às
relações entre os indivíduos que a compõem e pelas ações efetivas desses
indivíduos entre si. Isso significa que, se quisermos entender como a instituição
escola funciona, por exemplo, devemos olhar para os indivíduos que fazem parte
dela (alunos, professores etc.) e verificar o modo como essas pessoas agem em
relação umas às outras, ou seja, a interação social; assim, esse processo é
denominado pelo autor como relação social.
A relação social é a reciprocamente dotada de sentido na ação, sentido esse que é
modificado por uma pluralidade de agentes que se orientam por essa referência de
reciprocidade.
A ética protestante e o espírito do capitalismo
Ao centrar sua atenção na ação social dos indivíduos, Max Weber defendia a
possibilidade de afirmar que a base inicial do sistema capitalista foi a ação social
dos indivíduos que seguiam a ética protestante calvinista, vertente do movimento
de Reforma Protestante iniciado no século XVI.
Sobre essa temática, o sociólogo publicou, em 1904, a primeira versão da obra “A
Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo”, na qual defendia que haveria um tipo
de conduta religiosa que contribuiu para o desenvolvimento do capitalismo
moderno. Weber classifica essa conduta por um conceito que ele chama de tipo
ideal, constituído como um instrumento metodológico que possibilita ao cientista
social a investigação de fenômenos particulares.
Segundo Weber, a ética de vida dos calvinistas era fortemente voltada ao trabalho
e com disciplinas rígidas, porque estes acreditavam que o trabalho, além de servir
como forma de glorificação divina, garantiria, também, a salvação. Em algum
momento de sua vida, você, caro(a) aluno(a), já deve ter ouvido a expressão “o
trabalho dignifica o homem”; é nesse sentido que a lógica calvinista colaborou para
a formação do espírito do capitalismo, criando uma condição humana divina para
a realização do trabalho, de forma que estaríamos, portanto, predestinados ao
trabalho.
Atenção!
Meritocracia
A lógica de pensamento protestante, que difundia um valor de
dignidade e recompensa celestial aos trabalhadores dedicados,
colaborou para que, na atualidade, nossa sociedade desenvolvesse a
meritocracia. De acordo com a definição de Johnson, a “[...]
meritocracia é um sistema social no qual o sucesso do indivíduo
depende principalmente de seu mérito - de seus talentos, habilidades
e esforço.” (JOHNSON, 1997, p. 146). A crença na conquista
meritocrática é uma mentira que nosso sistema capitalista moderno
criou para significar o esforço desmedido de trabalhadores e
apaziguar as discrepâncias que suas desigualdades sociais
promovem, como uma espécie de justificativa para a manutenção do
poder nas mãos de pequenos grupos sociais.
Fonte: Adaptado de Johnson (1997).
Com o passar do tempo, essa ideia de predestinação foi deixada de lado, mas o
trabalho disciplinado e a busca por sucesso (acúmulo do capital) continuaram a
existir na teoria exposta no livro em questão. Isso, para Weber, resultou no
aparecimento dos primeiros capitalistas.
Na Idade Média, a religião motivava a vida das pessoas e dava sentido às suas
ações. Com o pensamento científico ganhando espaço na Europa Ocidental, a
cultura religiosa foi confrontada, porém, para Weber, a ciência não poderiaocupar,
por completo, o lugar que a religião tinha ao desenvolver concepções de mundo.
Nesse sentido, na concepção de Weber, a Reforma Protestante contribuiu para a
consolidação do sistema capitalista, pois surgiu como forma de ressignificar a
leitura religiosa sobre a sociedade. A extrema racionalização dos processos sociais
seria, segundo o autor, um elemento conflituoso, que causaria uma fragilidade no
sistema capitalista. Weber acreditava que os indivíduos, quando agem por meio de
uma racionalização extrema, conduzem-se a um desencantamento do mundo, que
torna as pessoas mais calculistas e frias. Esse processo de racionalização causaria
uma burocratização da vida, que aprisionaria a humanidade em sua própria
organização social.
Karl Marx e seu pensamento crítico sobre
a sociedade capitalista
Karl Marx (1818-1883) é considerado um dos pensadores mais revolucionários da
Sociologia, pois, além de um método científico, o autor propôs um projeto político de
atuação e organização social. Os estudos de Marx buscaram analisar a sociedade
capitalista em seu processo de consolidação e discutiram sobre as características
do trabalho nesse sistema e como as relações de produção que estavam se
estabelecendo influenciam na estrutura social e na determinação de
desigualdades sociais.
Karl Marx e Engels (1998) entendiam que a burguesia, classe de proprietários,
comerciantes e industriais donos dos meios de produção, adquiriu poder
econômico e político durante a Revolução Industrial e a Revolução Francesa. Sob
posse de um maior poder econômico, a burguesia criou leis e regras sociais que
visam proteger a propriedade privada de seus bens e, assim, proporcionar a
manutenção de sua classe no poder. Em posição de exploração e subjugados à
classe burguesa, a classe proletária, composta por trabalhadores sem posses, era
responsável pelo processo de produção, por meio da venda de sua força de
trabalho (mão de obra).
Dessa forma, Marx e Engels (1998) demonstram que a sociedade capitalista se
constituiu pela divisão social do trabalho baseada em duas principais classes
sociais: a dos capitalistas (burgueses), que detêm a posse dos meios de produção
(as máquinas, as matérias-primas, as terras e as fábricas); e a dos proletários
(operariado/trabalhadores), cuja única posse é a força de trabalho que seria
vendida à classe dominante, os burgueses.
Atenção!
A sociedade de classes
Em seu texto político do mundo moderno e contemporâneo, “O
manifesto comunista”, publicado em 1848, Karl Marx explica que “[...] a
sociedade burguesa moderna, que brotou das ruínas da sociedade
feudal, não aboliu os antagonismos das classes. Estabeleceu novas
classes, novas condições de opressão, novas formas de luta no lugar
das antigas.” (MARX; ENGELS, 2001, p. 9).
Fonte: Adaptado de Marx e Engels (2001).
Para Karl Marx, a exploração da classe de trabalhadores possui, como principal
objetivo, a acumulação de capital. Dessa forma, o capital seria o acúmulo de bens e
lucros provenientes da exploração da mão de obra barata pela classe burguesa.
Em sua obra mais significativa, “O capital: crítica da economia política”, publicada
em 1867, o autor descreve os processos de produção capitalista e aponta a forma
com que esse modelo aprofundava as desigualdades na sociedade que se
consolidava e mantinha uma parcela da população em condição de exploração.
Sobre a divisão de classes sociais, segundo Marx e Engels (2001):
Na mesma medida em que a burguesia – isto é, o capital - se
desenvolve, também o proletariado se desenvolve. A classe
trabalhadora moderna desenvolve-se: uma classe de
trabalhadores, que vive somente enquanto encontra trabalho e
que só encontra trabalho enquanto o labor aumenta o capital.
Estes trabalhadores, que precisam vender a si próprios aos
poucos, são uma mercadoria, como qualquer outro artigo de
comércio e são, por consequência, expostos a todas vicissitudes
da competição, a todas flutuações do mercado. (MARX; ENGELS,
2001, p. 19).
Na teoria de Marx, os meios de produção é que transformam as relações de
produção e as formas de organização social, acarretando desigualdades sociais
profundas, que propiciam a luta de classes.
A luta de classes se trata dos embates políticos entre trabalhadores e burgueses.
Segundo o sociólogo alemão, é por meio do movimento de organização social de
questionamento à ordem dominante que a emancipação humana total seria
possível, bem como o fim da exploração do trabalho, o advento da revolução
operária e a derrocada do sistema capitalista.
O materialismo histórico dialético
Embora Marx estivesse muito mais preocupado em construir um projeto político de
sociedade, o sociólogo também desenvolveu uma metodologia científica que
direciona uma longa tradição de estudos marxistas na Sociologia, o método do
materialismo histórico dialético. Para Marx, são as condições materiais que
determinam a sociedade, e não o contrário, portanto, devemos compreender,
primeiramente, o âmbito material, as estruturas e as relações efetivas que formam
a sociedade, o que é denominado, pelo autor, de materialismo:
[...] não partimos do que os homens dizem, imaginam ou
representam, tampouco do que eles são nas palavras, nos
pensamentos, na imaginação e na representação dos outros,
para depois se chegarmos aos homens de carne e osso; mas
partimos dos homens em sua atividade real [...]. Assim, a moral,
a religião, a metafísica e todo o restante da ideologia, bem como
as formas de consciência a ela correspondentes, perdem logo
toda a sua autonomia. Não tem história, não tem
desenvolvimento [...] (MARX; ENGELS, 1998, p. 19).
Para o pensamento materialista de Karl Marx, a essência do indivíduo é o centro das
relações sociais; por isso, ele compreende que o indivíduo não é um ser isolado, e
sim que sua existência é proveniente dos processos sociais em curso. Nesse sentido,
a pesquisa materialista histórico dialética é realizada por meio da análise dos
contextos históricos e processos sociais que solidificam as relações sociais
materialmente, em sua aplicabilidade prática da vida em sociedade. O movimento
de pensamento dialético se dá na contraposição do campo das ideias com a
realidade efetiva. Essa contraposição possibilita a junção desses dois elementos,
constituindo, assim, uma concepção única, que é a análise da realidade.
Em síntese: o materialismo histórico dialético de Marx (MARX; ENGELS, 1998) concebe
a realidade social da seguinte maneira:
a) interação universal – todos os elementos da vida em sociedade estão
relacionados. Os fatos não podem ser considerados isoladamente;
b) a realidade em movimento universal – toda a realidade social está em constante
movimento, ou seja, as transformações sociais e as mudanças nas relações estão
em constante conflito e desenvolvimento;
c) unidade dos contraditórios – o ser social é construído com relação ao outro em
suas contradições e conflitos, o que significa que nossa existência está
condicionada ao nosso constante desenvolvimento social.
Sob essa perspectiva, é possível afirmar que a existência de uma sociedade se dá
com relação à materialidade da vida. Assim, nossas relações são reguladas por
processos históricos, econômicos e sociais, principalmente, no que se refere às
relações de produção, pois, à medida que elas se transformam, a sociedade
também se modifica.
Trabalho, alienação e sociedade capitalista
Todo o método de análise de Karl Marx é baseado na preocupação em
compreender os processos de produção, mais especificamente, a nova concepção
de trabalho que se instaura na sociedade capitalista. Segundo o sociólogo, antes da
modernização e da exploração de classes, a dimensão humana do trabalho se
constituía no processo de transformação da natureza para a satisfação de nossas
necessidades básicas. Com a instituição da sociedade capitalista, o que se colocou
foi uma espécie de trabalho alienado, em que o trabalhador perde sua dimensão
criativa e consciente de produção intelectual.
Para Karl Marx: “[...] o processo histórico de alienação distancia o serhumano do
objeto que ele produz. Assim, a alienação do trabalho significa que o operário não
percebe que seu trabalho lhe pertence.” (MARX; ENGELS, 2001, p. 29). Esse processo
transforma o trabalhador em simples mercadoria, tornando-o um ser alienado, que
não possui intervenção criativa no produto do seu trabalho.
Aspectos da alienação:
1) alienação em relação às coisas – o indivíduo fica alienado ao mundo externo e ao
produto de seu trabalho;
2) alienação em relação a si mesmo – o indivíduo entende que sua força de
trabalho não lhe pertence, isto é, não é dominada pelo trabalhador;
3) a alienação em relação ao trabalho – o trabalho do ser humano deixa de ser livre
e passa a ser um meio de sobrevivência.
 Em uma sociedade capitalista, regida pela produção de mercadorias, segundo
Marx e Engels (2001), o trabalhador e as suas possibilidades humanas só existem em
função do capital. O indivíduo que não tem trabalho fica sem salário e por isso
torna-se inexistente e dispensável para o sistema capitalista. Marx exemplifica: “Tão
logo o trabalhador é explorado pelo fabricante e, no fim, recebe seu salário, ele é
atacado pelas outras porções da burguesia, o senhorio, o lojista, o penhorista etc”
(MARX; ENGELS, 2001, p. 21).
O trabalho é uma forma de sobrevivência, assim, o operário não se reconhece no
produto que criou. Dessa forma, o trabalhador torna-se uma extensão da máquina,
que tem operações simples e fáceis, e pode ser facilmente substituído por outro
trabalhador. Pelo caráter descartável denotado aos trabalhadores, o valor da sua
força de trabalho é mínimo, o suficiente para a sua sobrevivência. Sobre o salário,
Marx explica:
O preço médio do trabalho assalariado é o salário mínimo, ou
seja, a quantia do meio de subsistência que é requisito absoluto
para manter o trabalhador na existência simples como um
trabalhador. O que o trabalhador adquire por meio de sua
atividade é, pois, o mínimo necessário para a conservação e a
reprodução de vida humilde. [...] o trabalhador vive, meramente
para aumentar capital e permitir-lhe viver somente o quanto o
interesse da classe governante requer. (MARX; ENGELS, 2001, p.
32-33).
Entende-se, assim, que, ao manter o trabalhador em condições de alienação, o
sistema capitalista mantém o crescimento da riqueza dos donos dos meios de
produção, ou seja, da classe burguesa de industriais, proprietários e comerciantes.
Comunismo
FIGURA 2 Trabalhador na sociedade capitalista
FONTE: Jozef Polc / 123RF
Como destacamos anteriormente, o intuito de Karl Marx não era apenas
desenvolver um método científico, o sociólogo alemão propunha um projeto
político, o comunismo, um sistema social que superaria o capitalismo e acabaria
com as desigualdades sociais da divisão de classes. Considerada, por Marx, como a
fase final da sociedade humana, alcançada somente a partir de uma revolução
proletária, ele tinha a ideia utópica de uma sociedade igualitária, que seria a
socialista (QUINTANEIRO; BARBOSA; OLIVEIRA, 2002). Assim, Marx trabalhava com a
temática de progresso das sociedades – lei de desenvolvimento das sociedades.
Na perspectiva de Marx, a organização social desenvolve todas as forças produtivas
que possui. Quando a necessidade de expansão das forças produtivas de uma
sociedade choca-se com as estruturas econômicas, sociais e políticas, gera
conflitos sociais, o que dá início à sua desintegração e cria um terreno fértil para
uma revolução. Desse modo, Marx vê o desenvolvimento da sociedade capitalista
de seu tempo da seguinte forma:
Como o desenvolvimento do antagonismo de classe
acompanha o desenvolvimento da indústria, a situação
econômica, como se encontram, ainda não lhes oferece as
condições materiais para emancipação do proletariado. Eles
buscam, portanto, uma nova ciência social, novas leis sociais
que criarão tais condições.
A ação histórica irá conduzir à ação pessoal inventiva; condições
de emancipação historicamente criadas conduzirão a
condições fantásticas; e a organização de classe gradual e
espontânea do proletariado conduzirá a uma organização da
sociedade especialmente planejada por estes inventores. A
história futura resolve-se, aos olhos deles, na propaganda e na
realização práticas de seus planos sociais. (MARX; ENGELS, 2001,
p. 57-58).
É possível afirmar, portanto, que, para que ocorra a passagem para uma
organização social mais avançada, com um novo modo de produção, ou seja, uma
sociedade comunista, a classe emergente deve se impor à decadente,
ultrapassando-a e substituindo-a por outra mais apropriada a seu interesse e a seu
domínio. Assim, os trabalhadores tomariam as instâncias de poder e provocariam a
decaída da classe burguesa.
Dessa forma, compreende-se que, pela ótica de Marx, o modo de produção
capitalista é uma evolução do modelo de produção da sociedade feudal. Porém, a
partir do desenvolvimento das forças produtivas do capitalismo e de suas relações
sociais, será favorecida a criação de uma nova estrutura superior, e isso conduzirá a
um processo revolucionário, isto é, uma revolução comunista.
Contribuições metodológicas Durkheim,
Weber e Marx
Em linhas gerais, podemos afirmar que, devido às diferentes perspectivas dos
pensadores pioneiros da Sociologia, é possível perceber que o esforço para a
consolidação da disciplina como um conhecimento científico possuía um norteador
em comum para todos os autores citados até aqui, buscava-se compreender as
novas configurações da sociedade moderna e as suas contradições e
padronizações, assim como as características das relações da humanidade com o
meio social emergente. Nesse sentido, Durkheim, Weber e Marx colaboraram
significativamente para o desenvolvimento de uma ciência social comprometida
com uma leitura orientada sobre a sociedade em que vivemos.
A teoria funcionalista de Durkheim, denominada assim devido ao objetivo do autor
de avaliar a função social que os fatos sociais exercem na organização da
sociedade, contribuiu para estabelecer uma perspectiva metodológica clara para a
ciência sociológica. Da mesma forma que Weber, ao instituir a ação social como
objeto de estudo, criou uma metodologia específica da disciplina; ou seja, essas
metodologias não seriam mais apenas reproduções dos métodos e das técnicas
das ciências naturais, assim como anunciou Comte.
Embora Durkheim tenha se inspirado fortemente no positivismo e, até mesmo,
tratado a sociedade tal qual um organismo vivo, o funcionalismo durkheimiano
inovou ao denotar uma reputação científica à Sociologia. Weber construiu um
caminho parecido ao de Durkheim no que se refere ao rigor metodológico, no
entanto, sob outra perspectiva de análise, considerando não as interferências
exteriores da sociedade sobre os indivíduos, e sim as interferências das ações
individuais sobre a sociedade.
Apesar de muitos colocarem o pensamento de Karl Marx como muito distante das
configurações teóricas de seus companheiros precursores, é possível considerar
que o mesmo objetivo, o de interpretar a sociedade moderna, era perseguido pelo
sociólogo alemão, que utilizou, porém, a sua ciência para intervir politicamente nas
lutas de classes provenientes dos conflitos causados por essa sociedade.
Em suma, o que buscamos demonstrar no decorrer deste material é o mesmo que
afirmou o sociólogo brasileiro Florestan Fernandes:
Todo fenômeno social é, por sua natureza, dinâmico e pelo
menos relativamente instável, apresentando-se à percepção e à
observação sistemática do investigador, portanto, nessa
condição, qualquer método de interpretação sociológica, para
ser <<útil>> e <>, deve, pois, compreender e representar os
fenômenos sociais em sua própria natureza, como fenômenos
fundamentais e dinâmicos. (FERNANDES, 1962, p. 197).
Considera-se, nesse sentido, que a apreensão de diferentes métodos e técnicas de
pesquisa é essencial para que se possa estabelecer uma boa leitura sobre a
sociedade em que vivemos, pois conhecer diversas concepções de mundo e
interpretações da vida social nos proporciona um olhar mais atento sobre as
circunstânciasque devemos enfrentar em nosso cotidiano.
Agora que você concluiu a leitura deste estudo, veja, nos vídeos a seguir, temas que
complementarão seus estudos:
Indicação de Leitura
 
Livro: Sociologia e Sociedade (Leituras de introdução à Sociologia).
Autor: Marialice Mencarini Foracchi e José de Souza Martins (organizadores).
Ano: 2008.
Editora: LTC.
ISBN: 978 - 85- 216 - 0599-7.
Sinopse: esse livro é composto por uma compilação de textos, que oferecem ao
leitor um parâmetro básico dos fundamentos teóricos da Sociologia. Organizado
pelos sociólogos brasileiros Marialice Mencarini Foracchi e José de Souza Martins, o
material foi selecionado para dar suporte ao ensino de Sociologia em cursos
introdutórios e da educação básica, por isso, possui o objetivo de apresentar, na
íntegra, as obras dos principais pensadores da Sociologia.
Questão 1
O conceito de divisão social do trabalho de Durkheim buscava entender
como a formação da sociedade capitalista se expressaria em diferentes
esferas sociais. Sobre esse estudo de Durkheim, assinale a alternativa que
melhor corresponde ao tipo de relação de produção que o autor descreve
como sociedades baseadas na divisão social do trabalho simples, em que
a consciência coletiva prevalece sobre a consciência individual.
A. Sociedade moderna.
B. Sociedade de solidariedade mecânica.
C. Sociedade capitalista.
D. Sociedade socialista.
E. Sociedade industrial.
Questão 2
O sociólogo alemão Max Weber (1864-1920) é um dos precursores da
Sociologia moderna. Weber entende a Sociologia como uma ciência que
propõe compreender e interpretar os fenômenos sociais com relação às
interferências das ações individuais. Assinale a alternativa que corresponde
ao objeto de estudo desenvolvido por Weber para explicar a vida em
sociedade.
A. Ação social.
B. Fato social.
C. Alienação do trabalho.
D. Divisão social do trabalho.
E. Luta de classes.
Questão 3
A Revolução Industrial provocou mudanças que configuraram uma nova
estrutura econômica e de estratificação social, consolidando o que
conhecemos como sistema capitalista. Todas as transformações sociais
emergentes desse processo, em âmbitos políticos e econômicos,
causaram, também, muitas problemáticas sociais. Diante desse contexto, o
sociólogo alemão Karl Marx desenvolveu uma teoria sociológica para
pensar sobre as desigualdades e os conflitos sociais promovidos pelo
capitalismo que se consolidava nesse período.
  Sobre a metodologia desenvolvida por Karl Marx, chamada de
materialismo histórico dialético, assinale a alternativa que melhor define
seus preceitos teóricos.
A. O materialismo histórico dialético é uma corrente filosófica que
busca analisar a divisão social do trabalho, as configurações nas
relações de produção e a relação dessas configurações com a
organização social.
B. O materialismo histórico dialético alega que a ciência é capaz de
explicar os fenômenos por padrões racionais do estudo dos
fenômenos sociais, distante de parâmetros religiosos, místicos e
metafísicos.
C. O materialismo histórico dialético é uma corrente filosófica
baseada nos laços de solidariedade na divisão do trabalho social
da sociedade capitalista.
D. O materialismo histórico dialético é uma corrente filosófica
baseada na ação individual do comportamento humano em
sociedade.
E. O materialismo histórico dialético é uma corrente filosófica que
estuda a alienação, ou seja, o processo de distanciamento entre o
ser humano e o objeto que ele produz, em que o operário não
percebe que seu trabalho lhe pertence.
 
 
 
Síntese
Caro(a) aluno(a), finalizamos este material que apresenta os precursores da
Sociologia e as suas concepções metodológicas e teóricas. Buscamos destacar as
contribuições de Auguste Comte, Émile Durkheim, Max Weber e Karl Marx para a
consolidação da disciplina.
Foi possível aferir que a Sociologia é uma ciência plural, com diversidade de
perspectivas teóricas e metodológicas desde o seu surgimento. O positivismo e a
concepção de progresso social de Auguste Comte colaboraram para que houvesse
a possibilidade de um estudo social. O funcionalismo de Émile Durkheim
demonstrou que a sociedade possui influência sobre as nossas maneiras de agir,
ser e pensar. A sociologia compreensiva de Max Weber contribuiu para a
consolidação da disciplina, na medida em que destacou que as nossas ações
cotidianas e decisões individuais também podem intervir no meio social. A
perspectiva de Karl Marx, que considera as contradições do mundo moderno, nos
ajuda a compreender que a vida em sociedade produz desigualdades sociais
profundas e que precisam ser superadas.
Todas as concepções teóricas e metodológicas apresentadas neste material
cooperaram para a consolidação da Sociologia e dos fundamentos do pensamento
intelectual no ocidente moderno. Esse processo de constituição das ciências sociais
norteia a atuação de cientistas sociais no mundo todo até a atualidade; por isso,
destacamos a importância de retomar a leitura dos clássicos da Sociologia.
Esperamos que as discussões propostas até o momento possam colaborar para a
elaboração de boas percepções sobre a realidade social em que você, caro(a)
aluno(a), atuará profissionalmente em breve.
Bons estudos!
Referências Bibliográficas
COMTE, A. Discurso sobre o espírito positivo. In: GIANNOTTI, J. A. (comp.). Comte.
Tradução de José Arthur Giannotti e Miguel Lemos. São Paulo: Abril Cultural, 1978.
(Coleção Os Pensadores). p. 114-226. ,
CRUZ, M. B. da. Teorias sociológicas: os fundamentos e os clássicos. Lisboa:
Fundação Calouste Gulbenkian, 2004. ,
DURKHEIM, É. As regras do método sociológico. São Paulo: Editora Nacional, 1971. ,
DURKHEIM, É. Da divisão do trabalho social. Tradução de Carlos Brandão. 2. ed. São
Paulo: Martins Fontes, 1999. (Coleção Tópicos). ,
DURKHEIM, É. Objetividade e identidade na análise da vida social. In: FORACHI, M. M.;
MARTINS, J. de S. Sociologia e sociedade: leituras de introdução à sociologia. Rio de
Janeiro: Livros Técnicos e Científicos – LTC, 2008. p. 21-45. ,
FERNANDES, F. Funcionalismo e análise científica na moderna Sociologia. Revista
Sociologia: revista da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, São
Paulo, v. 24, n. 3, p. 195-202, set. 1962. ,
JOHNSON, A. G. Dicionário de sociologia: guia prático da linguagem sociológica. Rio
de Janeiro: Zahar, 1997. ,
MARTINS, J. de S. Introdução. In: FORACHI, M. M.; MARTINS, J. de S. Sociologia e
sociedade: leituras de introdução à sociologia. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e
Científicos – LTC, 2008. p. 1-6. ,
MARX, K. O capital: crítica da economia política. Tradução de Reginaldo Sant'anna.
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2004. ,
MARX, K.; ENGELS, F. Ideologia alemã. São Paulo: Editora Civilização, 1998. ,
MARX, K.; ENGELS, F. O manifesto comunista. Porto Alegre: L&PM, 2001. ,
QUINTANEIRO, T.; BARBOSA, M. L. de O.; OLIVEIRA, M. G. M. de. Um toque de clássicos:
Marx, Durkheim e Weber. 2. ed. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002. ,
REALE, G. História da filosofia. São Paulo: Editora Paulus, 1991. ,
SELL, C. E. Sociologia clássica. 4. ed. Itajaí: Editora Univali, 2001. ,
WACQUANT, L. J. D. Verbete. In: OUTHWAITE, W.; BOTTOMORE, T. Dicionário do
pensamento social do século XX. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1996. p. 592-597. ,
WEBER, M. Ação social e relação social. In: FORACHI, M. M; MARTINS, J. de S. Sociologia
e sociedade: leituras de introdução à sociologia. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e
Científicos – LTC, 2008. p. 117-121. ,

Continue navegando