Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
gente criando o futuro GESTÃO DE RISCOS Organizador Pedro Libaldi Neto GESTÃO DE RISCOS (Risco e Estrutura de Capital) Organizador Pedro Libaldi Neto Gestão de Riscos GRUPO SER EDUCACIONAL C M Y CM MY CY CMY K Gestão de Riscos eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 1eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 1 18/06/2020 18:53:3418/06/2020 18:53:34 © by Editora Telesapiens Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora Telesapiens. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Bibliotecário responsável: Nelson Oliveira da Silva – CRB 10/854) L694g Libaldi Neto, Pedro. Gestão de riscos [recurso eletrônico]/ Pedro Libaldi Neto. – Recife: Telesapiens, 2020. 148 p. : pdf ISBN: 978-65-86073-39-3 1. Gestão de riscos I. Título. CDU 658.01 eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 2eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 2 18/06/2020 18:53:3418/06/2020 18:53:34 Gestão de Riscos Fundador e Presidente do Conselho de Administração: Janguê Diniz Diretor-Presidente: Jânyo Diniz Diretor de Inovação e Serviços: Joaldo Diniz Diretoria Executiva de Ensino: Adriano Azevedo Diretoria de Ensino a Distância: Enzo Moreira Créditos Institucionais Todos os direitos reservados 2020 by Telesapiens eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 3eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 3 18/06/2020 18:53:3418/06/2020 18:53:34 Olá, Pessoal! Meu nome é Pedro Libaldi Neto, sou formado em Gestão de Políticas Públicas pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina, também sou especialista em Gestão Pública pela Universidade Federal de São João Del-Rei e também sou formado em Administração de Empresas pela Universidade Anhanguera. Atuo na área de fiscalização e auditoria de órgãos públicos há 12 anos, sou professor há 11 anos e leciono em escolas e fundações governamentais, além de ser conteudista de cursos preparatórios para concursos públicos. Espero propiciar um curso agradável e de grande valia para a vida profissional de todos vocês. Um forte abraço e bons Estudos! O AUTOR PEDRO LIBALDI NETO eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 4eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 4 18/06/2020 18:53:3418/06/2020 18:53:34 ICONOGRÁFICOS Esses ícones que irão aparecer em sua trilha de aprendizagem significam: OBJETIVO Breve descrição do objetivo de aprendizagem; + OBSERVAÇÃO Uma nota explicativa sobre o que acaba de ser dito; CITAÇÃO Parte retirada de um texto; RESUMINDO Uma síntese das últimas abordagens; TESTANDO Sugestão de práticas ou exercícios para fixação do conteúdo; DEFINIÇÃO Definição de um conceito; IMPORTANTE O conteúdo em destaque precisa ser priorizado; ACESSE Links úteis para fixação do conteúdo; DICA Um atalho para resolver algo que foi introduzido no conteúdo; SAIBA MAIS Informações adicionais sobre o conteúdo e temas afins; +++ EXPLICANDO DIFERENTE Um jeito diferente e mais simples de explicar o que acaba de ser explicado; SOLUÇÃO Resolução passo a passo de um problema ou exercício; EXEMPLO Explicação do conteúdo ou conceito partindo de um caso prático; CURIOSIDADE Indicação de curiosidades e fatos para reflexão sobre o tema em estudo; PALAVRA DO AUTOR Uma opinião pessoal e particular do autor da obra; REFLITA O texto destacado deve ser alvo de reflexão. eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 5eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 5 18/06/2020 18:53:3518/06/2020 18:53:35 SUMÁRIO UNIDADE 01 Histórico da gestão de riscos ........................................... 12 Gestão de risco em instituições financeiras .................... 23 Basiléia II: Pilar I – Requerimento mínimo de capital ....... 25 Basiléia II: Pilar II – Processo de supervisão .................... 26 Basiléia II: Pilar III – Disciplina de mercado .................... 26 Teoria de risco e retorno ................................................. 27 Identificação e avaliação de riscos .................................. 33 Identificação de riscos ....................................................... 33 Avaliação de riscos ........................................................... 37 UNIDADE 02 ....................................................................... Mercado de capitais ........................................................ 48 Definições e tipos de riscos .............................................. 58 Tipos de análise de investimentos e cálculos de risco e retorno ............................................................................. 62 Tipos de análise de investimentos ..................................... 62 eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 6eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 6 18/06/2020 18:53:3518/06/2020 18:53:35 Cálculo de Risco e Retorno ............................................... 68 Distribuição de probabilidades e retorno....................... 73 UNIDADE 03 Modelo de precificação de ativos de capital ................... 80 O downside do modelo de precificação de ativos de capital, a medida ômega, a linha de mercado de capitais e a linha de segurança de mercado ................................................ 88 Downside do modelo de precificação de ativos de capital ....88 A medida ômega ............................................................... 91 Linha de mercado de capitais (CML) ................................ 93 Linha de segurança de mercado (SML) ............................. 94 Modelo de precificação de ativos de capital expandido . 96 Modelo dos três fatores ................................................. 106 UNIDADE 04 Arbitrage Pricing Theory (APT) .................................. 114 Value at risk (VaR) ........................................................ 122 Basileia III ..................................................................... 132 Caso prático ................................................................... 139 eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 7eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 7 18/06/2020 18:53:3518/06/2020 18:53:35 eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 8eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 8 18/06/2020 18:53:3518/06/2020 18:53:35 Gestão de Riscos 9 UNIDADE 01 eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 9eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 9 18/06/2020 18:53:3518/06/2020 18:53:35 Gestão de Riscos10 INTRODUÇÃO Você quer aprender sobre Gestão de Riscos? Para isso, é necessário que haja um efetivo reconhecimento das técnicas e metodologias utilizadas no âmbito das instituições financeiras, a começar do da conceituação da evolução da gestão de riscos e da participação do homem neste processo. Aprenderemos, também, as técnicas de análise e de avaliação de riscos, utilizaremos ferramentas que nos possibilitarão a identificação de eventos causadores de situações anômalas, bem como a verificação do conceito de risco e retorno. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo! eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 10eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 10 18/06/2020 18:53:3518/06/2020 18:53:35 Gestão de Riscos 11 OBJETIVOS Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1. Nosso objetivoé auxiliar você no atingimento dos seguintes objetivos de aprendizagem até o término desta etapa de estudos: 1 2 3 4 Conhecer o histórico e a importância da Gestão de Riscos; Conhecer a gestão de riscos em instituições financeiras; Aprender sobre a teoria de risco e retorno; Aprender a identificar e avaliar riscos. Então? Está preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 11eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 11 18/06/2020 18:53:3518/06/2020 18:53:35 Gestão de Riscos12 Histórico da gestão de riscos OBJETIVO Ao término deste capítulo você haverá compreendido sobre a evolução histórica da gestão de riscos, entender a participação do homem na relação risco/prevencionismo. Aprender sobre a parcela de responsabilidade do erro praticado pelo homem nos processos decisórios. Conhecer os conceitos utilizados na gestão de riscos. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante Todas as atividades, nos mais variados ramos, são passíveis de riscos, independente da precaução, do nível de técnica, destreza e “know-how”. E de certa forma o resultado pode culminar em lesões, perdas físicas, financeiras de ativos e, inclusive, determinar o encerramento de atividades econômicas e financeiras. Know-how é um termo bastante utilizado em diversas áreas do conhecimento. A tradução mais aplicada é a de “saber como” ou “saber fazer”. Sua referência principal está relacionada à tríade conhecimento, habilidades e competência, ou seja, quando nos referimos ao conhecimento, podemos elucidar todo o aprendizado teórico adquirido em cursos, seminários e congressos. No que tange às habilidades, podemos citar a própria aptidão que cada um possui para aprender determinados conteúdos. Por último, temos a competência que é a destreza do indivíduo em colocar em prática os conhecimentos aprendidos aliados à aptidão de saber fazer. eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 12eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 12 18/06/2020 18:53:3518/06/2020 18:53:35 Gestão de Riscos 13 Desde os primórdios, a evolução trouxe consigo fatores inerentes como risco, nesse contexto, tarefas realizadas a título de sobrevivência do ser primitivo, eram passíveis de acidentes ocasionando a redução das atividades realizadas e, mesmo que, de maneira incauta, o homem apresentava necessidade de evolução. Com o passar dos tempos, os metais auxiliaram a rotina dando forma à construção de ferramentas. Ruppenthal (2013) ensina que, “dessa forma, surgiram as primeiras doenças do trabalho, provocadas pelos materiais utilizados para confecção de artefatos e ferramentas”. No que concerne aos registros materiais de cuidados e riscos no trabalho, Ruppenthal (2013, p.34) assevera que: A informação mais antiga sobre a necessidade da segurança no trabalho, alusiva a preservação da saúde e da vida do trabalhador, está registrada num documento egípcio, o papiro Anastácio V, quando descreve as condições de trabalho de um pedreiro: “Se trabalhares sem vestimenta, teus braços se gastam e tu te devoras a ti mesmo, pois, não tens outro pão que os seus dedos”. Assim, o homem evoluiu para a agricultura e o pastoreio, alcançou a fase do artesanato e atingiu a era industrial, sempre acompanhado de novos e diferentes riscos que afetam sua vida e saúde. Para que houvesse um mínimo de segurança, era necessário que se conhecessem os perigos decorrentes de ações e atividades. Era importante trilhar caminhos para buscar uma forma de se controlar os riscos inerentes e suas situações que implicassem em resultados negativos. Neste sentido, a utilização de diversas áreas de conhecimento tornava imperioso que, a evolução da humanidade fosse buscada através de práticas já utilizadas em outras áreas: eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 13eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 13 18/06/2020 18:53:3518/06/2020 18:53:35 Gestão de Riscos14 A princípio, a necessidade de proteção dominava as preocupações individuais. Só muito lentamente, em termos históricos, a noção de proteção individual foi sendo substituída pela da proteção da tribo, da nação, do país, do grupo étnico ou civilizacional e só muito mais tarde pela proteção da espécie. (RUPPENTHAL, 2013, p.45) Em se tratando de prevenção, temos que este conceito acompanhou os eventos acontecidos na evolução histórica do ser humano. Sendo assim, torna-se imprescindível a abordagem da prevenção quando do estudo da gestão de riscos. O médico italiano Bernardino Ramazzini, chamado de Pai da medicina do trabalho, bem como outros nomes importantes na seara da prevenção proporcionaram uma evolução muito grande para a literatura que aborda o assunto. Dentro do estudo acerca de doenças ocupacionais, destacamos o importante papel do médico Ramazzini, cuja importante contribuição à medicina. Seu estudo relacionou os riscos à saúde causados por agentes químicos, poeira, metais e outros agentes. Sua principal contribuição foi a utilização de um derivado do quinino no tratamento de malária. +++ EXPLICANDO DIFERENTE Ao falarmos da contribuição histórica para o alargamento do conhecimento acerca da gestão de riscos, Ruppenthal (2013, p.58) agrega que a Revolução Industrial também possui uma cota de participação: eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 14eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 14 18/06/2020 18:53:3518/06/2020 18:53:35 Gestão de Riscos 15 O início da Revolução Industrial em 1780, a invenção da máquina a vapor por James Watts em 1776 e do regulador automático de velocidade em 1785, marcaram profundas alterações tecnológicas no mundo. Foi esse avanço tecnológico que permitiu a organização das primeiras fabricas modernas, a extinção das fabricas artesanais e o fim da escravatura, significando uma revolução econômica, social e moral. Os acidentes de trabalho e as doenças eram provocados por substâncias e ambientes inadequados devido às condições em que as atividades fabris se desenvolviam. Grande, também, era o número de doentes e mutilados. À medida que houve um aperfeiçoamento do trabalho e da capacidade da mão de obra, a melhoria das condições e a busca pela diminuição dos acidentes se transformou em realidade. Foram apresentadas técnicas e métodos que culminavam num trabalhador mais experiente e apto a realizar as mais diversas tarefas. A proteção ao trabalhador ganhou espaço e repercussão após a 1ª Guerra Mundial. Para Ruppenthal (2013), houve esforços voltados ao estudo das doenças, das condições ambientais, do layout de máquinas, equipamentos e instalações, bem como das proteções necessárias para evitar a ocorrência de acidentes e incapacidades. Neste período, podemos citar o trabalho de Mayo acerca dos estudos sobre as condições dos trabalhadores das indústrias. Este trabalho foi denominado experiência de Hawthorne. Esta experiência estudou a fadiga, os acidentes, a rotatividade de pessoal, bem como o efeito das condições físicas de trabalho sobre a produtividade dos empregados. eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 15eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 15 18/06/2020 18:53:3518/06/2020 18:53:35 Gestão de Riscos16 Mayo utilizou esta pesquisa, também, com o intuito de apresentar outros fatores encontrados dentro das fábricas, mais precisamente a temática voltada aos conflitos entre empregados e empregadores, apatia, tédio, a alienação, o alcoolismo, dentre outros fatores que tornavam difícil a convivência nas organizações. Insertos na experiência de Mayo, os estudos pretendiam confirmar a ação de fatores como a iluminação sobre o desempenho dos operários. Contudo, por não apresentar resultados concretos, pôde ser descartadaa relação entre fatores no ambiente interno de trabalho. Na sequência do trabalho de Mayo, este foi voltado às condições de supervisão branda (sem temor ao supervisor, que passou a desempenhar o papel de orientador), ambiente amistoso e sem pressões, proporcionando um desenvolvimento social e a integração do grupo. Num último entendimento, foi evidenciado a existência de padrões de comportamento dos trabalhadores evidenciando uma cultura informal, isto é, os segmentos de trabalhadores se agrupam de acordo com a classe e, este tipo de comportamento demonstram o jeito de agir e pensar em comum. Nos países da América Latina a preocupação com os acidentes do trabalho e doenças ocupacionais ocorreu mais tardiamente. No Brasil, os primeiros passos surgem no início da década de 1930 sem grandes resultados. Na década de 1970, o Brasil foi apontado como o campeão em acidentes do trabalho. A segurança do trabalho, para ser entendida como prevenção de acidentes da indústria, deve preocupar-se com a preservação da integridade física do trabalhador, mas também precisa ser considerada como fator de produção. eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 16eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 16 18/06/2020 18:53:3518/06/2020 18:53:35 Gestão de Riscos 17 Figura 1: Indústria no Brasil Fonte: Wikimedia Os resultados negativos em função das mais diversas lesões trabalhistas acarretam graves consequências como: diminuição da mão de obra, déficits de produtividade, perdas de materiais, aumento dos encargos securitários, gastos extraordinários com acompanhamento médico e psiquiátrico dos trabalhadores, bem como redução da eficiência e eventual readaptação de função laborativa. Ruppenthal (2013, p.78) afirma que: As cifras correspondentes aos acidentes do trabalho representam um entrave ao plano de desenvolvimento socioeconômico de qualquer país. Pois, aparecem sob a forma de gastos com eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 17eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 17 18/06/2020 18:53:3518/06/2020 18:53:35 Gestão de Riscos18 assistência médica e reabilitação dos trabalhadores incapacitados, indenizações e pensões pagas aos acidentados ou suas famílias, prejuízos financeiros decorrentes de paradas na produção, danos materiais aos equipamentos, perdas de materiais, atrasos na entrega de produtos e outros imprevistos que prejudicam o andamento normal do processo produtivo. Figura 2: Número de acidentes de trabalho que resultaram em mortes no período de 2012 a 2018 Fonte: Adaptado editorial Telesapiens Estudiosos da matéria passaram a analisar metodologias e práticas que pudessem assegurar um desempenho melhor aos trabalhadores e que tornassem as atividades menos desgastantes e mais seguras. A fim de aumentar o grau de preservação da integridade física dos trabalhadores e reduzir de maneira sistemática o índice de acidentes de trabalho. Todas estas práticas apresentam o condão, paralelamente, de redução das indenizações e, em contrapartida, elevar os gastos com medicina preventiva em ações em prol da saúde do trabalhador. eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 18eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 18 18/06/2020 18:53:3518/06/2020 18:53:35 Gestão de Riscos 19 Dentre os nomes mais reconhecidos daqueles que apresentaram colaboração ao estudo da prevenção de acidentes, podemos destacar Herbert William Heinrich, cujos trabalhos resultaram no cálculo 1:29:300, ou seja, para cada lesão incapacitante acontecem vinte e nove lesões leves e trezentos acidentes sem lesões. Figura 3: Pirâmide de Heinrich Fonte: O autor Herbert William Heinrich era um Superintendente Adjunto da Engenharia e Divisão de Inspeção de Travelers Insurance Company, quando ele publicou seu livro Industrial Accident Prevention, uma abordagem científi ca, em 1931. O seu trabalho acabou sendo reconhecido como a Lei de Heinrich. Cujo conceito aborda que num determinado ambiente de trabalho, para cada acidente resultante num ferimento grave, existem vinte e nove acidentes que causam ferimentos leves e trezentos acidentes que não causam lesões. Conheça um pouco mais sobre o pesquisador acessando: https://bit.ly/38445Lo. SAIBA MAIS eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 19eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 19 18/06/2020 18:53:3518/06/2020 18:53:35 Gestão de Riscos20 Frank E. Bird Jr, engenheiro, nascido em Nova Jersey, utilizou o trabalho de Heinrich como base e, diante dos estudos de acidentes relatados em empresas, cujo número de operários abrangidos foi maior do que mil setecentos e cinquenta. Frank obteve a proporção de 1:10:30:600. Isto é, uma lesão incapacitante para cada dez lesões leves, trinta acidentes com danos a propriedade e seiscentos incidentes registrados. Tal estudo determinou que o escopo das ações deveria ser direcionado à base da pirâmide, isso devido as lesões mais importantes serem, “eventos raros e, dessa forma, muitas oportunidades para uma aprendizagem sobre prevenção estão disponíveis em eventos menos graves, principalmente incidentes, primeiros socorros e atos inseguros” (RUPPENTHAL, 2013, p.65). De acordo com Ruppenthal (2013, p.98), o fator humano pode influenciar de maneira substancial a confiabilidade de um sistema da seguinte forma: O erro humano é um desvio anormal em relação a uma norma ou padrão estabelecido. Dessa forma, a caracterização do erro humano não é simples e direta, mas depende de uma definição clara do comportamento ou do resultado esperado. Os processos de percepção e aceitação do risco e de tomada de decisão, caracterizam-se como os principais catalisadores do erro humano. Observe na imagem a seguir os principais erros humanos por ausência de aptidões físicas ou cognitivas. eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 20eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 20 18/06/2020 18:53:3518/06/2020 18:53:35 Gestão de Riscos 21 Figura 4: Erro humano por ausência de aptidões físicas ou cognitivas Fonte: O autor Figura 5: Erro humano por falta de formação ou informação Fonte: O autor Fonte: O autor Observe na imagem a seguir os principais erros humanos causados por falta de formação, informação, ou até mesmo informações errôneas ou incompletas. eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 21eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 21 18/06/2020 18:53:3518/06/2020 18:53:35 Gestão de Riscos22 Observe na imagem a seguir as principais causas do erro humano por fatores emocionais, motivacionais, especialmente. Figura 6: Causas do erro humano por falta de motivação Fonte: O autor Figura 6: Causas do erro humano por falta de motivação Fonte: O autor E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que a evolução da gestão de riscos trouxe benefícios para toadas as áreas de conhecimento e com isso muitas práticas foram aprimoradas trazendo segurança e bem-estar àqueles que lidam com as mais variadas atividades. RESUMINDO eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 22eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 22 18/06/2020 18:53:3518/06/2020 18:53:35 Gestão de Riscos 23 Gestão de risco em instituições financeiras Ao término deste capítulo você será capaz de entender como funciona a gestão de riscos dentro das instituições financeiras, bem como o comportamento dos gestores/operadores diante das mais diversas situações encontradas nas instituições. Isto será fundamental para o exercício de sua profissão. As pessoas que tentaram realizar estas variadas tarefassem a devida instrução tiveram problemas ao operar no mercado financeiro. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! OBJETIVO Conforme Davanzo (2004, p.15, apud Chorafas 1992, p. 21), eventos de risco são aqueles episódios incertos, no sentido de não terem um resultado bem definido: “risco refere-se a uma situação, posição ou escolha envolvendo possíveis perdas, pois os resultados são incertos. Neste sentido, ele argumenta que risco é, em síntese, o custo da incerteza”. Figura 7: Risco financeiro Fonte: Freepik eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 23eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 23 18/06/2020 18:53:3518/06/2020 18:53:35 Gestão de Riscos24 Ainda Davanzo (2004, p. 15, apud Bessis 2002, pag. 12), por sua vez, defi ne risco como sendo qualquer tipo de incerteza que pode levar a perdas. Segundo ele, os riscos correntes de hoje são as perdas potenciais de amanhã: “instituições fi nanceiras são verdadeiras máquinas de riscos, pois, os assumem, os transformam e ainda os agregam a vários tipos de produtos e serviços bancários que oferecem a seus inúmeros clientes”. Com as mudanças fi nanceiras dentro do ambiente mundial, tornou-se o ambiente fi nanceiro e seus riscos cada vez mais complexos. A integração entre os mercados por meio do processo de globalização, o aumento da sofi sticação tecnológicas e outros fatores infl uenciaram para que houvesse uma preocupação com a gestão de riscos por parte dos órgãos regulamentares e das instituições fi nanceiras. Assim, o Acordo de Basiléia I foi editado em 1975, tendo como fundamento emitir orientações para uma adoção efetiva do controle interno de das instituições do comitê do G10. Figura 8: Acordo de Basiléia de 1988 Fonte: O autor eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 24eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 24 18/06/2020 18:53:3518/06/2020 18:53:35 Gestão de Riscos 25 O Comitê de Basiléia apresentou vinte e cinco princípios orientadores que tornariam o sistema bancário mais eficaz. Destes vinte e cinco, treze são considerados como principais bases para uma adoção efetiva de controle da atividade bancária. Davanzo (2004, p.71) considera que: Os supervisores bancários devem determinar que os controles internos mantidos pelos bancos sejam adequados para a natureza e para a escala de seus negócios. Os instrumentos de controle devem incluir disposições claras para a delegação de competência e responsabilidade; a separação de funções que envolvem a assunção de compromissos pelo banco, a utilização de seus recursos financeiros e a responsabilidade por seus ativos e passivos; a reconciliação de tais processos; a proteção de seus ativos; e as funções apropriadas de auditoria e de conformidade independentes, internas ou externas, para verificar a adesão a tais controles, assim como às leis e regulamentos aplicáveis. Mais tarde, em 2001, foi elaborado o acordo chamado de “Basiléia II”. Com foco no fortalecimento da estabilidade do sistema financeiro global, este foi arraigado em três grandes pilares, os quais veremos a seguir. Basiléia II: Pilar I – Requerimento mínimo de capital A premissa do Pilar I é o fortalecimento da estrutura de capitais das instituições, o que se dará a partir das exigências mínimas de capital. Este primeiro pilar estabelece o requisito mínimo de capital que todas as entidades devem manter diante dos riscos de mercado, de crédito e operacional. eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 25eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 25 18/06/2020 18:53:3518/06/2020 18:53:35 Gestão de Riscos26 Basiléia II: Pilar II – Processo de supervisão A premissa do Pilar II é o estímulo à adoção das melhores práticas de gestão de riscos, o que se dará a partir de boas práticas de supervisão e governança. Haverá também avaliação constante acerca da adequação das instituições financeiras frente às necessidades de capital nos riscos incorridos. Basiléia II: Pilar III – Disciplina de mercado A premissa do Pilar III é a redução da assimetria de informação e favorecimento da disciplina de mercado. Entende-se que, dessa forma, quanto maior for o nível de informação e transparência das informações e práticas de gestão de risco, menor o risco em si. Para saber mais sobre os maiores desafios para a implementação do Novo Acordo recomendamos o acesso ao artigo: Desafios do Novo Acordo de Basiléia para o Gerenciamento do Risco Operacional de Instituições Financeiras, disponível em: https://bit.ly/373jytL. SAIBA MAIS E então? Como foi o aprendizado? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que as instituições financeiras possuem certas peculiaridades e que algumas precauções precisam ser tomadas eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 26eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 26 18/06/2020 18:53:3618/06/2020 18:53:36 Gestão de Riscos 27 antes da realização das operações financeiras, bem como algumas regras devem ser seguidas para tornarem as operações mais seguras, tanto para os tomadores como para os investidores. Teoria de risco e retorno Ao término deste capítulo você será capaz de entender como funciona a teoria do risco e retorno. Isto será fundamental para o exercício de sua profissão e para a aquisição de competências que, indubitavelmente, farão a diferença no seu dia a dia de trabalho. As pessoas que tentaram realizar as mais variadas operações com ativos sem a devida instrução tiveram problemas ao executar tais tarefas. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! OBJETIVO As decisões no ambiente das entidades financeiras não nem sempre são respaldadas numa esfera de certeza total, haja vista as incertezas das ações do mundo financeiro. Quase sempre, o desvio padrão é utilizado para mensurar o risco, sendo aquele utilizado como valor médio para se obter um índice estatístico. Este conteúdo dedica-se à análise e dimensionamento do risco e retorno de ativos aplicados às decisões tomadas no mercado financeiro. Em particular, são estudados com maior ênfase a teoria do portfólio, diversificação do risco, seleção de carteiras mais atraentes pela relação risco-retorno, a teoria da diversificação e o modelo de Markowitz. eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 27eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 27 18/06/2020 18:53:3618/06/2020 18:53:36 Gestão de Riscos28 Em se tratando da teoria de risco e retorno, o modelo de Markowitz que também é conhecido como Teoria Moderna do Portfólio, determina que os investidores são adversos ao risco por natureza e, estes podem apresentar seu portfólio para obter mais retorno a partir de um determinado nível de risco de mercado. A estrutura básica desta teoria permite evidenciar que há um maior nível de retorno para o nível de risco. Bem como há o menor nível de risco para o nível de retorno. Para saber mais sobre esse modelo acesse: https://bit.ly/31yktBo SAIBA MAIS Na hipótese de eficiência, o preço de um ativo qualquer é formado a partir das diversas informações publicamente disponíveis aos investidores, sendo as decisões de compra e venda tomadas com base em suas interpretações dos fatos relevantes. Um mercado eficiente é entendido como sendo aquele em que os preços refletem as informações disponíveis e apresentam grande sensibilidade a novos dados, ajustando-se rapidamente a outros ambientes. Mercado eficiente pode ser apresentado como o preço de mercado que apresente uma estimativa isenta de tendência determinada do valor real adotado num investimento qualquer. Um ponto importante da eficiência de mercado é a necessidade de queos erros constatados nos preços de mercado não apresentem tendências. Sendo assim, estes podem apresentar uma valoração ou diminuição destes preços. eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 28eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 28 18/06/2020 18:53:3618/06/2020 18:53:36 Gestão de Riscos 29 Diante da observação das variáveis envolvidas, as ações podem ser avaliadas através de diferentes pontos de vista (sub ou superavaliados). Em se tratando de mercado efi ciente, ações com menores índices não podem apresentar subvalorização maior do que ações com altos índices. Sobre o assunto, (Davanzo, 2007 apud DAMODARAN, 1996) “coloca ainda que a efi ciência de mercado não exige que haja sempre uma coincidência entre o preço de mercado de um ativo e seu valor real. Apresentando igual probabilidade de um ativo encontrar-se sub ou supervalorizado em qualquer momento”. As mais importantes hipóteses básicas do mercado efi ciente são explicadas a seguir. Figura 9: Hipóteses básicas do mercado fi nanceiro Fonte: O autor eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 29eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 29 18/06/2020 18:53:3618/06/2020 18:53:36 Gestão de Riscos30 Davanzo apud DYCKMAN & MORSE (2007), a maior eficiência demonstrada pelos mercados de ações é determinada, basicamente: “Pela rapidez com que as ordens de ompra e venda são executadas dentro do ambiente organizado desses mercados; Pelo elevado número de participantes que se encontram geralmente envolvidos com as ações: investidores individuais e institucionais, corporações, instituições financeiras etc.; Pela maior disseminação das informações das empresas, muitas vezes analisadas e interpretadas por especialistas, permitindo um ajuste mais rápido dos valores de mercado das ações.” Davanzo apud DYCKMAN & MORSE (2007) afirma que entre os aspectos de imperfeição de mercado que os modelos financeiros precisam ser testados, podem ser citados os seguintes: “Não há uma homogeneidade nas estimativas dos investidores com relação ao comportamento esperado do mercado e de seus diversos instrumentos financeiros. É verificado na realidade prática, ainda, que as informações muitas vezes não estão igualmente dispostas a todos os investidores, conforme preconizado pelo modelo de mercado eficiente, além de não oferecerem acesso instantâneo; Identicamente, o mercado não é composto unicamente de investidores racionais. Há um grande número de participantes com menor qualificação e habilidade de interpretar mais acuradamente as informações relevantes. Esse grupo, frequentemente, comete erros em suas decisões, refletindo sobre o desempenho de eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 30eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 30 18/06/2020 18:53:3618/06/2020 18:53:36 Gestão de Riscos 31 todo o mercado. Como consequência, é possível observar-se, algumas vezes, preços inadequados para muitos ativos negociados, ou seja, um desequilíbrio entre o valor real e o preço praticado pelos agentes; O mercado não é necessariamente sempre eficiente para valorar seus ativos negociados, sofrendo decisivas influências de políticas econômicas adotadas pelo governo, oriundas em grande parte de taxações das operações e restrições monetárias adotadas”. Figura 10: Fronteira eficiente do risco e retorno Fonte: Adaptado editorial Telesapiens Dentre os vários conceitos utilizados, damos destaque ao risco total que pode ser aplicado a qualquer ativo. O Risco total apresenta duas partes distintas, sendo parte sistemática não sistemática. O risco sistemático pode ser adotado a qualquer tipo de ativo e é representado por eventos variados. Como não há possibilidade de se evitar a ocasião de riscos sistemáticos, faz- se necessário a utilização de uma abertura a vários métodos de eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 31eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 31 18/06/2020 18:53:3618/06/2020 18:53:36 Gestão de Riscos32 investimento. “O risco definido por não sistemático é identificado nas características do próprio ativo, não se alastrando aos demais ativos da carteira. É um risco intrínseco, próprio de cada investimento realizado, e sua eliminação de uma carteira é possível pela inclusão de ativos que não tenham correlação positiva entre si” Davanzo (2004). E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que a teoria de risco e retorno é de suma importância para o planejamento e realização de operações com ativos. Você também conseguiu identificar que antes de atuar no mercado financeiro, faz-se necessário uma análise detida das probabilidades de investimentos. RESUMINDO eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 32eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 32 18/06/2020 18:53:3618/06/2020 18:53:36 Gestão de Riscos 33 Identifi cação e avaliação de riscos Ao término deste capítulo você será capaz de entender como funciona a sistemática de identifi cação e avaliação dos riscos inerentes às operações com ativos. Isto será fundamental para que você possa realizar um planejamento detalhado das possibilidades de atuar no mercado de ativos. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! OBJETIVO Identifi cação de riscos A identifi cação de riscos faz parte de um seleto rol de responsabilidades de uma administração. Tomamos por base que vários eventos podem ocasionar desvios nas operações e tornar mais complexa a atividade de uma instituição fi nanceira. Figura 11: Técnicas de gerenciamento de riscos e o controle de perdas Fonte: O autor eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 33eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 33 18/06/2020 18:53:3618/06/2020 18:53:36 Gestão de Riscos34 Figura 12: Fatores determinantes do tipo de análise Fonte: O autor Segundo pronunciamento do COSO 2007, os fatores externos, com os exemplos de eventos correlatos e as suas implicações, incluem o seguinte: “Econômicos – os eventos relacionados contemplam: oscilações de preços, disponibilidade de capital, ou redução nas barreiras à entrada da concorrência, cujo resultado se traduz em um custo de capital mais elevado ou mais reduzido, e em novos concorrentes; Meio ambiente – refere-se aos seguintes eventos: incêndios, inundações ou terremotos, que provocam danos a fábricas ou edifi cações, restrição quanto ao uso de matérias-primas e perda de capital humano; Políticos – eleição de agentes do governo com novas agendas políticas e novas leis e regulamentos, resultando, por exemplo, na abertura ou na restrição ao acesso a mercados estrangeiros, ou elevação ou redução na carga tributária; eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 34eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 34 18/06/2020 18:53:3618/06/2020 18:53:36 Gestão de Riscos 35 Sociais – são alterações nas condições demográfi cas, nos costumes sociais, nas estruturas da família, nas prioridades de trabalho/vida e a atividade terrorista, que, por sua vez, podem provocar mudanças na demanda de produtos e serviços, novos locais de compra, demandas relacionadas a recursos humanos e paralisações da produção; Tecnológicos – são novas formas de comércio eletrônico, que podem provocar aumento na disponibilidade de dados, reduções de custos de infraestrutura e aumento da demanda de serviços com base em tecnologia”. As escolhas que a administração seleciona podem advir dos eventos ocorridos e, para que isto ocorra, tanto as aptidões, como as habilidades de gestão da organização irão buscarem exemplos passados as soluções para uma identifi cação de riscos correta. Da mesma forma, o COSO (2007) também utiliza os fatores externos para implementarem as práticas de identifi cação de riscos tais quais as descritas na tabela abaixo: Tabela 1: Fatores externos que implicam na identifi cação de riscos Trata-se da relação detalhada de eventos em potencial comuns às organizações de um cenário industrial, ou para um determinado tipo de processo, ou atividade, comum às indústrias. Alguns softwares podem gerar listas de eventos relevantes originárias de uma base geral de potenciais eventos, que servirão como ponto de partida para se identifi car eventos. Por exemplo, uma organização envolvida em um projeto de desenvolvimento de software utiliza-se de uma relação detalhada de possíveis eventos referentes a projetos desse tipo. INVENTÁRIO DE EVENTOS eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 35eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 35 18/06/2020 18:53:3618/06/2020 18:53:36 Gestão de Riscos36 Pode ser realizada como parte da rotina do ciclo de planejamento de negócios, tipicamente por meio de reuniões dos responsáveis pela unidade de negócios. A análise interna pode dispor das informações de outras partes interessadas (clientes, fornecedores e outras unidades de negócios) ou da consulta a um especialista no assunto, e de fora da unidade (especialistas funcionais internos ou externos ou pessoal interno de auditoria). Por exemplo, ao considerar o lançamento de um novo produto, uma organização usa sua própria experiência histórica em conjunto com a pesquisa de mercado para identificar eventos que tenham afetado o grau de êxito dos produtos da concorrência. Esses gatilhos servem para alertar a administração sobre áreas de preocupação pela comparação de transações ou ocorrências atuais com critérios predefinidos. Uma vez acionado o gatilho, um evento poderá necessitar de nova avaliação ou de uma resposta imediata. Por exemplo, a administração de uma organização monitora o volume de vendas nos mercados determinados para receber novos programas de marketing ou publicitários e redireciona seus recursos com base nos resultados. Outra organização pesquisa as estruturas de preços da concorrência e considera a hipótese de alterar os seus próprios preços se um limite específico for atingido. Essa técnica reúne as entradas, as tarefas, as responsabilidades e as saídas que se combinam para formar um processo. Considerando-se os fatores internos e externos que afetam as entradas ou as atividades em um processo, a organização identifica os eventos que podem afetar o cumprimento dos objetivos deste. Por exemplo, um laboratório médico mapeia os seus processos de recebimento e a análise de amostras de sangue. ANÁLISE INTERNA ANÁLISE INTERNA ANÁLISE DE FLUXO DE PROCESSOS Fonte: O autor eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 36eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 36 18/06/2020 18:53:3618/06/2020 18:53:36 Gestão de Riscos 37 A modelagem de análise de processos proporciona recursos estratégicos às instituições no quesito gestão de riscos. Tal fato se deve à visualização da organização ou, em específico, de um determinado setor como uma sequência de eventos/ procedimentos que possibilitam aos gestores uma tomada de decisão mais assertiva. Neste diapasão, evidenciamos que tais práticas podem ser implementas nos mais variados setores, tal qual o exemplo abaixo do Tribunal Regional do Trabalho da Quarta Região: Figura 13: Modelo de análise de processos Fonte: Adaptado editorial Telesapiens Avaliação de riscos Toda e qualquer organização está sujeita a fatores que podem interferir os rumos e até impactar nas ações e nas tomadas de decisões. Tais fatores podem ser considerados internos e externos. eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 37eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 37 18/06/2020 18:53:3718/06/2020 18:53:37 Gestão de Riscos38 Para avaliar os riscos, a administração utiliza a projeção de cenários futuros, ou seja, “eventos em potencial pertinentes à organização e às suas atividades no contexto das questões que dão forma ao perfil de riscos, como tamanho da organização, complexidade das operações e grau de regulamentação de suas atividades” (COSO, 2007). Outra premissa bastante utilizada é a verificação de situações e hipóteses previstas e imprevistas. Haja vista a atividade de uma organização poder classificar acontecimentos como rotina, a administração também é capaz de mensurar a abrangência do que pode ser afetado pela previsibilidade ou imprevisibilidade. Isto porque, dependendo do impacto na organização, algo previsto pode desencadear ações não previstas e acarretar graves transtornos à administração. Em razão das características das atividades da organização, esta deve levar em consideração tudo aquilo que é intrinsecamente relacionado com suas atividades, isto é, inerente. E, sendo assim, isolando estes eventos e seus respectivos resultados, a organização acaba se deparando com eventos que ocasionam situações decorrentes daquelas também denominadas residuais e tratadas num segundo plano. Em se tratando de possibilidades e eventos denominados incertos, a incerteza pode ser revista a partir de duas perspectivas: probabilidade e impacto: “a probabilidade representa a possibilidade de que um determinado evento ocorrerá, enquanto o impacto representa o seu efeito” (COSO, 2007, p.38). Ao abordar os conceitos de probabilidade e impacto, as organizações podem recorrer ao PMBOK, conjunto de práticas e ferramentas de gestão voltados à análise de projetos e operações, elaborado pelo PMI Institute. Uma grande colaboração do PMBOK (2008, p.22) como ferramenta de avaliação de riscos, é a Matriz de Probabilidade e de Impacto, cuja definição é a seguinte: eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 38eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 38 18/06/2020 18:53:3718/06/2020 18:53:37 Gestão de Riscos 39 A Matriz de Riscos ou Matriz de Probabilidade e Impacto é uma ferramenta de gerenciamento de riscos que permite de forma visual identificar quais são os riscos que devem receber mais atenção. Por se tratar de uma ferramenta para priorização de riscos, ela pode ser aplicada na etapa de avaliação de riscos. Dessa forma, a identificação dos riscos é uma etapa que deve ser feita antes da aplicação da ferramenta. O grande diferencial da Matriz de Riscos é a facilidade que ela proporciona para visualizar informações sobre um determinado conjunto de riscos. Por se tratar de uma ferramenta gráfica, se torna fácil identificar quais riscos irão afetar menos ou mais a organização, possibilitando a tomada de decisões e a realização de medidas preventivas para tratar esses riscos. Além disso, por ser uma ferramenta de fácil entendimento e por dispor informações de forma clara e precisa, colabora com engajamento da equipe no processo de gestão de riscos. A matriz de risco consiste em uma matriz (tabela) orientada por duas dimensões: probabilidade e impacto. Por meio dessas duas dimensões, é possível calcular e visualizar a classificação do risco, que consiste na avaliação do impacto versus a probabilidade. O resultado da classificação do risco, indica em qual célula da matriz o risco se encaixa. Como pode ser visto na figura abaixo, há cores diferenciadas entre as células e essas cores indicam o quão alta é a classificação do risco, ou seja, o quão crítico um determinado risco é. Por exemplo, os riscos que resultaram em uma classificação alta (cor vermelha na matriz) devem receber maior atenção do que os riscos classificados como moderados ou médios (cor amarela na matriz) e, eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 39eBook Completo para Impressao- Gestao de Riscos - Aberto.indd 39 18/06/2020 18:53:3718/06/2020 18:53:37 Gestão de Riscos40 consequentemente, os riscos classifi cados como baixo (cor verde na matriz) podem ter menor atenção que os moderados e altos. Tabela 2: Matriz de probabilidade e impacto Fonte: O autor Pr ob ab ili da de Conforme entendimento de Coso (2007, p.46), no que tange à periodicidade da análise de cenários, a administração deve atuar da seguinte forma: Levar em conta os cenários de prazos mais longos para não ignorar riscos que possam estar mais adiante. Por exemplo, uma Companhia que atua na Califórnia poderá considerar o risco de que um terremoto possa paralisar as suas operações comerciais. Sem um horizonte de tempo especifi cado para a avaliação de riscos, será elevada a probabilidade de um terremoto cuja intensidade na escala Richter seja superior a 6.0, talvez essa probabilidade esteja praticamente certa. Por outro lado, a probabilidade de que esse tipo de terremoto ocorra dentro de dois anos é, substancialmente, mais baixa. Ao estabelecer um horizonte de tempo, a organização adquire mais informação em relação à importância relativa eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 40eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 40 18/06/2020 18:53:3718/06/2020 18:53:37 Gestão de Riscos 41 do risco e uma maior habilidade para comparar diversos riscos. Quando se utiliza a metodologia de probabilidade e avaliação de grau de impacto de riscos, podemos, também, agregar informações obtidas através de registros de situações ocorridas. A utilização destes dados fornece uma gama de informações mais precisas em relação à perspectiva de cenários criados através de projeções. Quando usufruímos das informações geradas internamente e embasadas em fatos ocorridos anteriormente, podemos proporcionar resultados mais fidedignos que os indicadores externos. A análise de perspectivas pode auxiliar a avaliação de riscos através de constatações feitas junto aos administradores de corporações e, diante desta pesquisa, os resultados mostraram que alguns daqueles não adotaram o reconhecimento do quesito incerteza que é capaz de afetar drasticamente o processo de tomada de decisão. De acordo com o COSO (2007, p.93): Os gestores sempre fazem julgamentos subjetivos sobre a incerteza e ao julgar devem reconhecer as limitações inerentes. Estudos demonstram um notável “viés de confiança excessiva,” que leva a intervalos indevidamente estreitos para o impacto e as probabilidades estimadas, por exemplo, as metodologias de valor em risco. Essa tendência ao excesso de confiança ao estimar a incerteza pode ser minimizada pela utilização eficaz de dados empíricos obtidos externa ou internamente. Na falta desses dados, uma consciência aguçada da penetrabilidade do viés poderá ajudar a mitigar esses efeitos. As tendências humanas relacionadas ao ato de decidir são apresentadas de outra forma, eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 41eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 41 18/06/2020 18:53:3718/06/2020 18:53:37 Gestão de Riscos42 na qual não é incomum que as pessoas façam escolhas diferentes ao buscar ganhos a fim de evitar perdas. Ao reconhecer essas tendências humanas, o gestor pode destacar as informações para reforçar o apetite e o comportamento perante risco em toda a organização. A forma pela qual as informações são apresentadas ou “estruturadas” podem afetar significativamente a sua interpretação e a forma pela qual os riscos associados ou as oportunidades são vistos. As técnicas qualitativas e quantitativas também são utilizadas na avaliação de riscos de uma instituição. A metodologia qualitativa é comumente mais utilizada em detrimento da quantitativa, haja vista a impossibilidade de quantificação pelos motivos de: ausência de dados fidedignos, riscos classificados com menor prejudicialidade, entre outros. As técnicas quantitativas dependem sobremaneira da qualidade dos dados e das premissas adotadas e são mais relevantes para exposições que apresentem um histórico conhecido, uma frequência de sua variabilidade e permitam uma previsão confiável (COSO, 2007). Destarte, o benchmarking é, indubitavelmente, uma das melhores ferramentas de avaliação de riscos, pois este enfoca ações ou operações específicas, bem como pode ser utilizado para comparações de medições e análise de metas e objetivos. eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 42eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 42 18/06/2020 18:53:3718/06/2020 18:53:37 Gestão de Riscos 43 O benchmarking é uma referência de ferramenta a ser utilizada como condicionante de melhoria de eficiência. Sua utilização é baseada em comparações e analogias que possam retratar através de pesquisas cujos gestores consideram diferenciais para a atuação no seu ramo. O benchmarking pode ser utilizado tanto na análise de comportamento, cultura organizacional, produtos e serviços e até a sistemática de trabalho de uma organização como um todo. Para saber mais sobre isso acesse: https://bit.ly/2H0pxVT SAIBA MAIS Tabela 3: Tipos de benchmarking Fonte: O autor Utilizado na comparação de setores internos de uma organização, podendo ser compreendido entre práticas adotadas na matriz e repassada às filiais. Utilizado em ramos similares e que venham trazer diferenciais na atuação dentro de um mesmo mercado, pode ocasionar buscas por profissionais que se destaquem no setor. Pode ser utilizado em empresas de ramos diferentes e tem o intuito principal na adoção de boas práticas de gestão, podendo ser utilizado em organizações de segmentos diferentes. Bastante utilizado em organizações de atuação similares, onde são compartilhadas experiências, boas práticas e, inclusive, profissionais que se habilitam a treinar e capacitar outras equipes. Benchmarking interno Benchmarking competitivo Benchmarking funcional Benchmarking de cooperação eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 43eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 43 18/06/2020 18:53:3718/06/2020 18:53:37 Gestão de Riscos44 Dentre as inúmeras técnicas de avaliação, podemos destacar, também, a utilização de modelos probabilísticos e não probabilísticos. Você já ouviu falar sobre esses modelos? Veja a seguir mais informações sobre eles. Tabela 4: Técnicas de avaliação de investimentos Fonte: O autor PROBABILÍSTICOS Os modelos probabilísticos associam a uma gama de eventos e seu respectivo impacto, a probabilidade de ocorrência sob determinadas premissas. A probabilidade e o impacto são avaliados com base em dados históricos ou resultados simulados que refletem hipóteses de comportamento futuro. Os exemplos de modelos probabilísticos incluem valor em risco (value-at-risk), fluxo de caixa em risco, receitas em risco e distribuições de prejuízo operacional e de crédito. Os modelos probabilísticos podem ser utilizados com diferentes horizontes de tempo para estimar os seus resultados, como a faixa de prazos dos instrumentos financeiros disponíveis. NÃO PROBABILÍSTICOS Os modelos não probabilísticos empregam critérios subjetivos para estimar o impacto de eventos, sem quantificar uma probabilidade associada. A avaliação do impacto de eventos baseia-se em dados históricos ou simulados a partir de hipóteses sobre o comportamento futuro. Os exemplos de modelos não probabilísticos incluem medições de sensibilidade, testes de estresse e análises de cenários. E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você aprendeu que diante das mais variadas situações, vale a pena realizer um estudo pormenorizado dos riscos que possam afetar os investimentos, bemcomo avaliar se tais riscos podem comprometer a rentabilidade futura. Até a próxima! eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 44eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 44 18/06/2020 18:53:3718/06/2020 18:53:37 Gestão de Riscos 45 UNIDADE 02 eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 45eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 45 18/06/2020 18:53:3718/06/2020 18:53:37 Gestão de Riscos46 Nesta unidade você irá agregar e desenvolver conteúdos que o farão conhecer as principais praticadas adotadas no Mercado de Capitais, bem como a atuação da Comissão de Valores Mobiliários nas transações entre as empresas e as instituições financeiras. Aliados a isso, será extremamente importante conhecer as definições utilizadas no mundo das ações e dos títulos. Será necessário, também, empregar conhecimento e práticas de investimentos de modo que os riscos desta atividade sejam mitigados, bem como sejam empregados os cálculos que possam auxiliar a verificação do risco e retorno. Sem deixar de lado as probabilidades que possam contribuir para que as atitudes dos responsáveis pela gestão de riscos sejam as mais eficientes e eficazes possíveis. INTRODUÇÃO eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 46eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 46 18/06/2020 18:53:3718/06/2020 18:53:37 Gestão de Riscos 47 1 2 3 4 Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 2. Nosso objetivo é auxiliar você no atingimento dos seguintes objetivos de aprendizagem até o término desta etapa de estudos: OBJETIVOS Conhecer o mercado de capitais; Conhecer as definições e tipos de riscos; Aprender sobre os tipos de análise de investimentos e os cálculos de risco e retorno; Conhecer a distribuição de probabilidades e retornos. Então? Está preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 47eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 47 18/06/2020 18:53:3718/06/2020 18:53:37 Gestão de Riscos48 Mercado de capitais Ao término deste capítulo você haverá compreendido a atuação do mercado de capitais, conhecido as defi nições e os tipos de riscos, entendido sobre análise de investimentos o cálculo de risco e retorno e a distribuição de probabilidades e retornos. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Vamos lá! Mãos à obra! OBJETIVO Conforme a Comissão de Valores Mobiliários (CVM, 2015), “O mercado fi nanceiro é aquele que permite e viabiliza a transferência de recursos fi nanceiros entre os agentes econômicos poupadores, que dispõem de recursos, e aqueles que deles necessitam, os tomadores de recursos. Essa transferência pode envolver uma intermediação fi nanceira ou não”. A relação do intermediário fi nanceiro com o poupador e o tomador se baseia como credor do tomador e devedor do poupador. Assim sendo, a Instituição passa a trabalhar com a remuneração dos ativos e, em seguida, negocia os valores com o intuito de buscar rendimentos com a diferença do capital investido. Figura 1: Sistemática do Mercado Financeiro Fonte: O autor Figura 1: Sistemática do Mercado Financeiro eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 48eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 48 18/06/2020 18:53:3718/06/2020 18:53:37 Gestão de Riscos 49 Em se tratando de mercado de capitais, as instituições atuam ou não como prestação de serviços necessários ao trâmite entre o poupador ou tomador. Veremos agora na fi gura 2 como acontece a atuação das instituições fi nanceiras. Figura 2: Atuação das Instituições fi nanceiras Fonte: O autor Quando da etapa de captação de recursos, o tomador pode utilizar o capital próprio ou o capital de terceiros. Para uma melhor elucidação, a CVM (2015, p. 1) adota os seguintes conceitos: Na primeira categoria, o aumento de capital se dá por meio de emissão de títulos de participação que reforçam o capital da empresa e tornam os investidores sócios do empreendimento. Em contrapartida do capital aplicado e dos riscos assumidos, esses investidores podem participar dos resultados positivos e a eles são assegurados uma série de direitos de informação, de fi scalização e de participação nas decisões. A emissão de novas ações de uma sociedade por ações é o exemplo principal. Na segunda categoria, cria-se uma relação de crédito entre as partes tomadora e poupadora, mediante a emissão de títulos de dívida (capital de terceiros), com condições pré- eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 49eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 49 18/06/2020 18:53:3718/06/2020 18:53:37 Gestão de Riscos50 pactuadas, como é o caso da emissão de debêntures e notas comerciais. A Lei nº 6.385/76 traz em seu art. 2º que debêntures, bônus de subscrição, cotas de fundos de investimento, notas comerciais e derivativos também podem ser considerados como valores mobiliários. Criada em 1976, A CVM é uma autarquia do Ministério da Fazenda e que tem a fi nalidade de regular o mercado de valores mobiliários, veremos abaixo suas atribuições. Figura 3: Atribuições da CVM Fonte: O autor eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 50eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 50 18/06/2020 18:53:3718/06/2020 18:53:37 Gestão de Riscos 51 Para que haja movimentação fi nanceira e, consequentemente, geração de dividendos. Faz-se necessário a captação de recursos e, neste sentido, temos que a fonte destes recursos podem ser consideradas internas e externas. Vamos saber mais sobre elas? Fontes Internas: �Lucros Retidos: Podem ser considerados como uma emissão inteiramente subscrita pelos próprios acionistas que tenham direitos aos dividendos. O impacto sobre o valor da empresa na distribuição de lucros é tema controverso. Basicamente, há duas correntes teóricas: uma afi rma que a política de dividendos é irrelevante (o que importa é que a empresa tenha projetos rentáveis) e a outra que dá importância à distribuição de dividendos (alguns investidores preferem receber dividendos face às incertezas futuras). �Rotatividade do Crédito: Uma empresa pode autofi nanciar seu crescimento melhorando a relação entre o tempo de uso do capital próprio e o de terceiros. Isso pode ser feito, por exemplo, reduzindo o período pelo qual o caixa da empresa está bloqueado em estoques e outros ativos correntes, antes de ter novas receitas pelos produtos e serviços produzidos ou encurtando os prazos de recebimento e aumentando os de pagamento. Fontes externas: �Recursos de terceiros: O capital de terceiros inclui qualquer tipo de fundo obtido via empréstimo, com ou sem concessão de garantias reais. Dentre eles, estão: • Debêntures: são títulos emitidos por sociedades anônimas. Caracterizam-se por ter prazo superior a um ano e pela fl exibilidade em relação a amortização e garantias. Somente as companhias abertas, com eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 51eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 51 18/06/2020 18:53:3718/06/2020 18:53:37 Gestão de Riscos52 registro na CVM, podem efetuar emissões públicas de debêntures. • Commercial papers: são notas de curto prazo emitidas por instituições não financeiras. Ao contrário das debêntures, os commercial papers podem ser emitidos por uma sociedade anônima, sem capital aberto. Geralmente, apenas grandes empresas, de sólida capacidade financeira, têm condições de emitir com sucesso estes títulos de curto prazo. • Créditos: São fontes de financiamento de curto prazo fundamentais na estrutura de capital da empresa para financiar boa parte do ativo circulante, tais como caixa, títulos negociáveis, duplicatas a receber e estoques, todos garantindo a operação.A forma mais típica de financiamento de curto prazo não garantido é a carteira de duplicatas a pagar, que se origina da operação da empresa. • Capitai de não-residentes: As empresas têm a opção de se financiarem com a obtenção de recursos provenientes do Exterior. Incluem-se, nesta modalidade, os créditos comerciais (como as export notes – títulos emitidos por empresas exportadoras com os quais levantam recursos para financiar a produção a ser exportada). Além disso, cabe mencionar que, com o lançamento de valores mobiliários, as empresas realizam a captação de recursos, mediante investimentos de instituições nacionais e estrangeiras. Para a CVM (2017), “ações são valores mobiliários emitidos por sociedades anônimas. Representam a fração mínima do capital das empresas. Ao comprar uma ação, os investidores se tornam coproprietários do empreendimento, tendo direito à participação em seu resultado”. eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 52eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 52 18/06/2020 18:53:3718/06/2020 18:53:37 Gestão de Riscos 53 No mercado primário temos a disponibilização de ações ou outros títulos que financiam as atividades das empresas ou a expansão destas, bem como a complementação de recursos a serem utilizados pelas empresas. No que tange ao mercado secundário, este disponibiliza a negociação dos títulos captados no mercado primário, sendo que nesta etapa não há geração de novos recursos, restando apenas a negociação. De acordo com a CVM (2017), as definições das ações podem ser: �Escriturais: ações que não são representadas por certificados, não necessitando da emissão de cautelas para sua transferência. São escrituradas por um banco, o qual deposita as ações da empresa e realiza os lançamentos a débito ou a crédito dos acionistas, não existindo movimentação física dos documentos. �Ordinárias: ações que, além de proporcionarem participação nos resultados da empresa aos seus titulares, conferem o direito a voto em assembleias gerais. �Preferenciais: ações que garantem ao acionista a prioridade no recebimento de dividendos (geralmente em percentual mais elevado do que o atribuído às ações ordinárias) e no reembolso de capital, no caso de dissolução da sociedade. Em geral, não conferem direito a voto em assembleia. Ainda acerca das definições, a BMF & Bovespa (2017) apresenta o seguinte rol de divisão dos rendimentos aos acionistas: Proventos – os quais podem ser classificados em: �Dividendos: parcela dos lucros paga aos acionistas em dinheiro, estabelecida no estatuto da empresa (no mínimo, iguais a 25% dos lucros anuais da empresa); eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 53eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 53 18/06/2020 18:53:3718/06/2020 18:53:37 Gestão de Riscos54 � Juros sobre o capital próprio: além da distribuição de dividendos, a empresa pode remunerar seus acionistas por meio do pagamento de juros sobre o capital próprio baseado em reservas patrimoniais de lucros retidos em exercícios anteriores. Esse procedimento segue regulamentação específica; �Bonificação em ações: distribuição gratuita de ações aos acionistas de forma proporcional às parcelas que os mesmos possuem. Resulta do aumento de capital, por incorporação de reservas ou lucros em suspenso. A bonificação representa a atualização da cota de participação do acionista no capital da empresa; �Bonificação em dinheiro: além de distribuir os dividendos aos seus acionistas, as empresas poderão, em alguns casos, conceder uma participação adicional nos lucros, realizando, assim, uma bonificação em dinheiro. Ao ser autorizada a emissão de ações ou debêntures, as empresas realizam uma oferta pública de ações denominada de underwriting, através dela os títulos são ofertados no mercado primário e, em seguida, instituições passam a adquirir estes títulos e os revendem no mercado secundário. A prática de underwriting ou subscrição ocorre quando ações ou obrigações são colocadas no mercado financeiro através de um intermediário financeiro contratado pela empresa que tenha esta intenção. Estas operações também são consideradas como ofertas públicas de títulos e de títulos de crédito representativo de empréstimo, em particular. Para saber mais sobre essa prática acesse: https://bit.ly/37a6i6P. SAIBA MAIS eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 54eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 54 18/06/2020 18:53:3718/06/2020 18:53:37 Gestão de Riscos 55 Apenas instituições autorizadas pelo BACEN podem realizar estes tipos de intermediação. Continuando a falar sobre Underwrinting, vamos agora falar sobre os tipos de subscrições, são elas: � Underwriting fi rme ou puro: Ocorre quando a intermediadora revende no mercado somente após esta subscrever e integralizar em sua totalidade. � Stand-by underwriting ou compromisso fi rme de subscrição: Ocorre quando a instituição fi nanceira intermediadora não assume um compromisso de integralizar as ações lançadas. �Best-eff orts underwriting ou melhor esforço: Ocorre quando a entidade intermediadora assume o compromisso de colocar no mercado o máximo de ações. No fi nal, a empresa devolve as ações não comercializadas. Veremos abaixo a sistemática da subscrição. Figura 4: Sistemática da subscrição Fonte: O autor eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 55eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 55 18/06/2020 18:53:3718/06/2020 18:53:37 Gestão de Riscos56 Quando as empresas, através de uma dispersão de ações, chegam ao patamar da totalidade das ações serem emitidas, esta se transforma em sociedade anônima de capital fechado. De acordo com a CVM e a Lei das Sociedades Anônimas (Lei nº 6.404/76), as OPA’s podem apresentar as seguintes características: �OPA para cancelamento de registro: realizada obrigato- riamente como condição do cancelamento do registro de companhia aberta; �OPA por aumento de participação: realizada obriga- toriamente em consequência de aumento da participação do acionista controlador no capital social de companhia aberta; �OPA por alienação de controle: realizada obrigatoriamente como condição de eficácia de negócio jurídico de alienação de controle de companhia aberta; �OPA voluntária: visa à aquisição de ações de emissão de companhia aberta, que não deve ser realizada segundo os procedimentos específicos estabelecidos nesta Instrução para qualquer OPA obrigatória referida nos três casos anteriores; �OPA para aquisição de controle de companhia aberta: é a OPA voluntária; �OPA concorrente: é formulada por um terceiro que não o ofertante ou pessoa a ele vinculada, e que tenha por objeto ações abrangidas por OPA já apresentada para registro perante a CVM, ou por OPA não sujeita a registro que esteja em curso. Para melhor compreensão, resumimos na figura abaixo as características das OPA’s. eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 56eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 56 18/06/2020 18:53:3718/06/2020 18:53:37 Gestão de Riscos 57 Fonte: O autor Figura 5: Características da OPAFigura 5: Características da OPA E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que o mercado de capitais apresenta vários tipos de operações e ativos a serem comercializados, que existem defi nições, termos e operações regulamentadas. Você também conheceu a Comissão de Valores Mobiliários, órgão responsável pela fi scalização do mercado de capitais. eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 57eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 57 18/06/2020 18:53:3718/06/202018:53:37 Gestão de Riscos58 Definições e tipos de riscos Ao término deste capítulo você terá conhecido as definições utilizadas na gestão de riscos e a sua aplicabilidade nas operações financeiras. Conhecerá, também, quais são os tipos de riscos inerentes às operações com ativos. Isto será fundamental para o exercício de sua profissão. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! OBJETIVO Segundo o PMBOK (2004), os riscos podem ser classificados de acordo a sua natureza, podendo ser divididos em: �Riscos de Projeto: Podem causar sérios prejuízos se resultarem impactos nos custos e no cronograma de execução dos projetos. Apresentam características operacionais, organizacionais e relacionadas ao contrato em si, assumem a classificação de humanos, tempo e organizacional. Haja vista o foco da sua utilização de recursos; �Riscos de Processos: São localizados no planejamento do projeto, na aquisição de recursos humanos, ao longo do projeto no controle e acompanhamento e na segurança da qualidade; �Riscos Técnicos: Estes têm conexão direta com o processo tecnológico que está sendo implementado no projeto. Por se tratarem da qualidade do projeto, uma falha no acompanhamento destes riscos afeta severamente a produtividade final; eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 58eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 58 18/06/2020 18:53:3718/06/2020 18:53:37 Gestão de Riscos 59 �Riscos de Negócio: Considerado crucial para a consecução do projeto, os riscos de negócio são considerados essenciais ao projeto pois estes podem acarretar na perda total do projeto caso esteja terminado ou, interromper o andamento durante as fases de planejamento e execução. Figura 6: Gerenciamento de riscos Fonte: Freepik Ainda sobre tipos de riscos, Bertolo (2016, p. 8) adota as seguintes definições: �O risco de fluxo de caixa - é o risco que os fluxos de caixa de um investimento não se materializarão como esperado. Para muitos investimentos, o risco de que os fluxos de caixa não poderem ser como o esperado – no momento (timing), na quantidade, ou ambos – está relacionado ao risco do negócio do investimento. �O risco financeiro - é o risco associado a como a companhia financia suas operações. Se uma companhia financia com dívida, ela é obrigada legalmente a pagar as quantias compreendidas de suas dívidas quando elas vencerem. Se uma companhia financia seu negócio com eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 59eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 59 18/06/2020 18:53:3718/06/2020 18:53:37 Gestão de Riscos60 capital próprio, ou gerado das operações (lucros retidos) ou da emissão de novas ações, ela não incorre em obrigações fixas. Quanto mais obrigações de custo fixo (dívida) forem incorridas pela empresa, maior é o seu risco financeiro. �Risco financeiro operacional e grau de alavancagem operacional - dá-nos uma ideia da sensibilidade dos fluxos de caixa operacionais contra as variações nas vendas. E o grau de alavancagem financeira dá-nos uma ideia da sensibilidade dos fluxos de caixa aos proprietários contra as variações nos fluxos de caixa operacional. Mas, frequentemente, estamos concentrados acerca do efeito combinado de ambos, a alavancagem operacional e a alavancagem financeira. �Risco Default - Quando você investe num título, você espera juros a serem pagos (em geral, semestralmente) e o principal a ser pago na data do vencimento. Mas nem todo pagamento de juros e do principal podem ser feitos na quantia ou na data esperada: os juros ou o principal pode ser mais tarde ou o principal pode não ser pago completamente! Quanto mais uma empresa dificultar sua dívida – os juros exigidos e os pagamentos do principal – mais provavelmente ela poderá ser incapaz de fazer os pagamentos prometidos aos detentores dos títulos e mais provavelmente poderá sobrar nada para os proprietários. Falando ainda sobre o Default, segue abaixo as hipóteses que o ocasionam. eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 60eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 60 18/06/2020 18:53:3718/06/2020 18:53:37 Gestão de Riscos 61 Figura 7: Hipóteses que ocasionam o Default Fonte: O autor E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que o mercado de capitais e as operações nele praticadas apresentam defi nições distintas e necessitam de um aprendizado efetivo para o auxílio na identifi cação dos variados tipos de riscos encontrados. eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 61eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 61 18/06/2020 18:53:3718/06/2020 18:53:37 Gestão de Riscos62 Tipos de análise de investimentos e cálculos de risco e retorno Ao término deste capítulo você será capaz de entender sobre os tipos de análise de investimentos, as técnicas envolvidas, e as metodologias. Você também será capaz de utilizar os cálculos de risco e retorno utilizados nas operações financeiras. Isto será fundamental para o exercício de sua profissão. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! OBJETIVO Tipos de análise de investimentos Segundo a CVM (2017), “a análise fundamentalista de investimentos pode ser utilizada para diferentes fins. Contudo, existem duas principais estratégias de análise de investimentos para a escolha do “melhor” ativo – a visão top down e a outra bottom up. Na realidade elas são complementares e a maioria dos analistas usam-nas de forma complementar”. Na estratégia top down (de cima para baixo), iniciamos a análise do ponto mais alto, isto é, abordamos a macroeconomia, sendo necessária a adoção da visão como um todo. Utiliza-se também uma segmentação local e, na sequencia, voltamos à segmentação por setor, haja vista a decisão de a escolha recair sobre aqueles que estão em evidência. Por fim, é feito um rol das empresas que apresentam as perspectivas mais promissoras. Esta análise utiliza inúmeros indicadores econômicos. Sendo assim, em razão de sua complexidade, ela carece tanto dos indicadores com impactos indiretos como os diretos. “A estratégia bottom up é muitas vezes, preferida por analistas e eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 62eBook Completo para Impressao - Gestao de Riscos - Aberto.indd 62 18/06/2020 18:53:3818/06/2020 18:53:38 Gestão de Riscos 63 gestores fundamentalistas, ou seja, tal metodologia procura a melhor empresa ou ativo para se investir fazendo análises minuciosas sobre os demonstrativos financeiros da companhia, fazendo projeções, comparando-as com a de seus concorrentes e outras empresas listadas em Bolsa (CVM, 2017). Quando utilizamos a análise “bottom up”, adotamos indicadores como força da marca, alinhamento dos executivos e riscos tidos como extra balanço (legal, reputacional, ambiental, social, etc), chamados de subjetivos. Além disso, são adotados, também, indicadores objetivos como: Fluxo de caixa, indicadores de balanço e de resultados. O principal objetivo buscado pela análise de investimentos é a mensuração do valor da empresa, para tanto há utilização do bottom up e do top down e, invariavelmente, a soma destes dois métodos. Após a obtenção de informações concisas e seguras, o investidor pode chegar a dois tipos de conclusões sobre o os valores encontrados: Tabela 1: Classificação “bottom up” e “top down” É calculado em função do comportamento e das expectativas do fluxo de caixa, considerando-se o horizonte temporal da análise, o comportamento da alavancagem, a taxa de desconto formado pelo cálculo da taxa de juros livre de risco e do risco que a companhia oferece. Ela é baseada,
Compartilhar