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Direito da Seguridade Social

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O nosso objetivo é a sua Aprovação 
 
 
 
 
EVOLUÇÃO DO DIREITO PREVIDENCIÁRIO BRASILEIRO 
 
 
No caminhar entre a assistência prestada por caridade , até hoje, a assistência prestada como 
direito subjetivo do cidadão, temos o reflexo da beneficência , da assistência e da previdência, 
ora uma ou outra se sobressaindo entre as demais. 
 
Entre nós, primeiramente prevaleceu a beneficência inspirada pela caridade – Santa Casa de 
Misericórdia Pe. José de Anchieta – séc.:XVI. 
 
Da assistência pública têm-se noticia inaugural em 1828, com a Leio Orgânica dos Municípios 
, e o surgimento do Montepio Geral da Economia em 1835. NO caso do seguro social pouco se 
formulou , nos tempos anteriores ao séc. XX. . 
 
ACIDENTE DO TRABALHO: 
Na Europa a legislação sobre acidente do trabalho data de 1884, sendo adotada na Guatemala 
em 1906. 
No Brasil as tentativas para estabelecer-se tal legislação remonta a 1904, com o projeto do 
deputado Medeiros e Albuquerque, que infelizmente não prosperou.. Em 1919, logrou 
aprovada a proposta da Comissão Especial de Legislação Social – Lei nº 3724 de 15/01/19, 
que tornou compulsório o seguro contra acidente de trabalho. Sendo certo que somente com a 
emenda nº 1 de 1969,, em seu artigo 165, XVI, inclui-se o acidente de trabalho entre os 
denominados riscos sociais, no diploma constitucional. 
 
SEGURO SOCIAL: 
No fim do Império algumas medidas começaram a ser tomadas , com o fim de proporcionar aos 
empregados públicos certas formas de proteção. Caixa de socorro das estradas de ferro do 
Estado (1888),n Fundo de Pensões do Pessoal das Oficinas da Imprensa Nacional (1889). 
 
Mas para empregados de empresa privada , até 1923 , nada se tinha feito, em 24 de janeiro 
de 1923, veio a ser promulgada a lei nº4682 – Lei Eloy Chaves, instituindo a Caixa de 
Aposentadoria e pensões junto a cada empresa ferroviária e tornando seus empregados 
segurados obrigatórios. Sendo previstos para eles os seguintes benefícios : assistência 
médica, aposentadoria por tempo de serviço e por idade avançada,, invalidez após dez anos 
de serviço e pensão aos seus dependentes. Em 1926, defere-se igual regime aos empregados 
de empresa de navegação marítima, fluvial, bem como,aos portuários. 
 
Em 1930 cria-se o ministério do trabalho, com atribuições para assuntos de previdência social 
, aparecem institutos , amparando não mais os servidores de uma só empresa, porém o 
pessoal assalariado de uma determinada categoria profissional em todo o território nacional, 
desse modo foram criados os institutos: IAPM, IAPAC, IAPETC, etc.. 
 
De par com essas entidades previdenciárias , vieram as de cunho assistencial e foram tomadas 
providências a fim de proporcionar aos trabalhadores variada forma de serviços dessa 
natureza. Em 1940 foi criado o Serviço de Alimentação da Previdência Social, em 41 foi 
instituído o abono em benefício das famílias de prole numerosa, em 1942 cria-se a LBA, em 42 
, cria-se, também, o SENAI; em 46 o SENAC, o SESI e o SESC. 
 
 O nosso objetivo é a sua Aprovação 
 
 
Em 1945 ter-se-ia uma previdência social unificada, mas a lei permaneceu letra morta, em 
1947 o Dep. Aluízio Alves apresenta um projeto de lei que previa o amparo social de toda a 
população, que deu origem a Lei 3.807 de 26/08/60, denominada de LEI ORGÂNICA DA 
PREVIDÊNCIA SOCIAL (LOPS). , que proporcionou unidade de tratamento para os 
denominados segurados e dependentes , mas não unificou os organismos gestores , nem 
assegurou proteção a toda população já que dela excluíam-se os domésticos e os 
trabalhadores do campo. 
 
Em 1963 – O ESTATUTO DO TRABALHADOR RURAL, pretendeu levar a proteção 
trabalhista e previdenciária ao campo, não logrando êxito, o que só veio a ocorrer 
completamente em 1971, com a lei complementar de número 11. 
 
Em 1966, pelo Decreto-lei nº 72, unificou as instituições de previdência, criando assim o 
INSTITUTO NACIONAL DE PREVIDÊNCIA – INSS , quando, também, deu-se nova feição ao 
sistema jurisdicional da previdência social, constituindo-o de juntas de recurso da previdência 
social e Conselho de Recursos da Previdência Social. 
 
Quanto ao trabalhador do campo, só logrou-se êxito em 1971, com a instituição do amparo do 
PRORURAL, em molde autárquico. 
 
Era necessário a criação de um Ministério, específico para assuntos previdenciários, exigindo-
se, assim, a separação do Ministério do Trabalho e Previdência Social em duas pastas. Em 1º 
de maio de 1974, criou-se o Ministério da Previdência e Assistência Social – MPAS, 
subordinando a ele as autarquias e órgãos atuantes nesses dois ramos de atuação estatal. 
 
Em 1976 o Decreto-lei 77.077, cria-se a CLPS. 
 
Dado ao crescimento de setores da atividade econômica e a necessidade da penetração dos 
serviços no interior do país, em 1977, pela Lei 6.439, reformula-se o sistema previdenciário, 
onde : 
INPS: cabia as prestações em moeda e os serviços de assistência complementar; 
INAMPS: competiria a prestação de assistência médica; 
LBA: a prestação de assistência social; 
DATAPREV: o processamento de dados e tudo relativo a informatização; 
IAPAS: cuidaria das atividades administrativas e financeiras da previd6encia e assist6encia 
social. 
Essas instituições teriam como campo de atuação as atividades de amparo social antes 
existentes (INPS, FUNRURAL, IPASE) abrangendo as atividades urbanas e rurais , bem 
como, os servidores da União. Essa reestruturação previdenciária, não alterou os direitos 
subjetivos previstos na legislação anterior , somente sendo uma reformulação administrativa e 
orgânica. 
 
FONTES DO DIREITO PREVIDENCIÁRIO: 
 
A lei é a expressão máxima da normatividade jurídica , mas ao lado dela podemos citar como 
fontes os costumes , a jurisprudência, a doutrina os princípios gerais de direito , além da 
equidade. 
 
Direito previdenciário, trata-se de um ramo autônomo do direito, com regras próprias, inclusive, 
constitucionais. 
 O nosso objetivo é a sua Aprovação 
 
 
 
A primeira aparição do Direito Previdenciário em nossa legislação, remonta a Constituição de 
1824, em seu artigo 179, XXXI, de nítida inspiração revolucionária Francesa, em que “A 
constituição também garante os socorros públicos”. 
 
Na constituição de 1934 , espelhava-se a solidariedade social – garantindo assistência médica 
ao trabalhador e a gestante, descanso para esta antes e após o parto, etc... 
 
A Carta Magna de 1937, não deu solução de continuidade nas conquistas anteriores, sendo 
diferente as Constituições subseqüentes. 
 
A Constituição de 1988, em seu artigo 8º, XVII, c, reserva competência dada à União Federal, 
para assuntos de previdência social, não excluída a dos Estados, desde que respeitada a 
legislação federal , significa que os Estados NÃO podem legislar sobre o assunto já tratado em 
lei federal , restando ao legislador estadual o branco da lei. 
No artigo 21 § 2º , I, e artigo 43 , temos que somente a União poderá criar contribuições de 
cunho social , no interesse da previdência social e de seu custeio . 
 
O artigo 165, garante ao trabalhador a prestação do salário família , das prestações do auxílio 
doença , aposentadoria por velhice e invalidez, pensão por morte, proteção em caso de 
infortúnio do trabalho e maternidade. 
 
Temos ainda, as leis: 
8.212 de 24/07/91 – lei de Custeio; 
8.213 de 24/07/91 – lei de benefícios; 
EC. 20 
 
SEGURIDADE SOCIAL NO BRASIL 
 
 
Segurança é um dos termos do binômio que com a liberdade, forma o sustentáculo da 
felicidade humana. 
 
A seguridade social é o conjunto de regras que tendem a atuar como instrumento protetor , que 
garanta o bem estar material, moral e espiritual de todos os indivíduos da população , abolindo 
todo o estado de necessidade social em que estes podem se encontrar. 
 
Seguridade Social: tranqüilidade no caso de algum evento, atender a família, tem 3 aspectos: 
Previdência Social, AssistênciaSocial e Saúde. 
 
 Previdência Social: mediante contribuições cobrir riscos, doença, morte. Artigo 201 da 
CF. 
 
 Assistência Social: prestada sem contribuição- atender aos hiposuficientes – renda 
mensal que atenda pessoas em estado de miserabilidade; Artigo 203 da CF. 
 
 Saúde: prevenir riscos , habilitar e reabilitar os indivíduos. 
 
 O nosso objetivo é a sua Aprovação 
 
 
A seguridade social é gênero , da qual, Previdência Social , assistência social e saúde são 
espécies. 
 
 
PRINCÍPIOS DA SEGURIDADE SOCIAL – ARTIGO 194, PARÁGRAFO ÚNICO DA CF. 
 
1- UNIVERSALIDADE ou COMPREENSIVIDADE: deve atingir a todos os cidadãos . Todo o 
membro da sociedade , acometido pela necessidade , ameaçado pela miséria, à assistência 
social tem direito. 
 
2- UNIFORMIDADE e EQUIVALÊNCIA: tanto em benefícios como em serviços o rural e o 
doméstico têm os memos direitos dos trabalhadores urbanos. 
 
3- SELETIVIDADE e DISTRIBUTIVIDADE: ou seja, a seguridade social vai pagar conforme o 
seu “caixa” e os mais necessitados serão “ajudados”, com prejuízo dos demais.. 
 
4- IRREDUTIBILIDADE DOS BENEFÍCIOS:confirmado pelo artigo 201§ 2º,e o caput do artigo 
202 da CF. Salário Contribuição é o que serve de base para a contribuição previdenciária. 
 
5- EQUIDADE NA FORMA DE PARTICIPAÇÃO DO CUSTEIO: quem recebe mais contribui 
mais, quem recebe menos contribui menos. 
 
6- DIVERSIDADE DA BASE DE FINANCIAMENTO: relaciona-se com o princípio anterior . A 
recente carta constitucional não diz como as anteriores que a previdência social será 
custeada pela contribuição tríplice de segurados, empregadores e União Federal, é o custeio 
suportado compulsoriamente por toda a sociedade, de forma direta e indireta, mediante 
contribuições sociais e recursos provenientes da receita tributária da União na forma da lei. A 
contribuição dos empregadores, não se limita tão somente à incidente na forma de salário, já 
que pela lei pode ser calcada nos lucros da empresa. 
O artigo 195 da CF, deixa para o legislador ordinário a tarefa de fixar as contribuições sociais 
em suas novas bases e modalidades, e conforme § 4º , do mesmo artigo, novas figuras de 
tributo podem ser criadas . 
 
7- GESTÃO DEMOCRÁTICA E DESCENTRALIZADA: com a participação dos trabalhados, 
empresários, aposentados e o governo. 
 
SEGURADOS E DEPENDENTES 
 
GENERALIDADES: 
 
As regras de direito previdenciário, se distribuem em três categorias: 
 
1- RELAÇÃO DE VINCULAÇÃO OU DE FILIAÇÃO: é a que liga um cidadão a uma 
instituição previdenciária, tornando-o segurado seu, e se instaura, de modo automático 
, no momento em que o dito cidadão exibe as condições , na lei mencionada, como 
caracterizadoras dos segurados da referida instituição. Depende, pois da verificação de 
pressupostos fáticos e legais. 
 
2- RELAÇÃO DE AMPARO ou de PROTEÇÃO: em que o cidadão já vinculado adquire o 
direito às prestações previstas na lei, mas , as aquisições desses direitos só efetuando-
 O nosso objetivo é a sua Aprovação 
 
 
se no momento em que o cidadão satisfaz a todos os pressupostos estabelecidos para 
tornar-se credor da prestação. 
 
3- RELAÇÃO DE CUSTEIO: forma pela qual são custeados os benefícios. 
 
Pelo nosso sistema jurídico atual a relação jurídica de filiação ou vinculação se estabelece ope 
legis, entre o cidadão de um lado, e as entidades criadas pelo Estado para a execução de seu 
programa de proteção social de outro lado. 
 
 
SEGURADO E DEPENDENTES – CONCEITO: 
 
A lei ao definir que pessoas estão vinculadas a determinada instituição previdenciária, rotulá-os 
de segurados e dependentes, englobando-os sob o título de beneficiários. 
 
BENEFICIÁRIO DIRETO: é o segurado, pessoa indicada pela lei como participante do rol dos 
indivíduos vinculados; 
BENEFICIÁRIO INDIRETO: é o dependente, que embora venha ser sujeito ativo da relação 
jurídica de amparo, tem seu direito originado da vinculação do segurado a que se liga por 
relação de dependência. 
 
SEGURADO é pois , o cidadão aquele a lei indica precisamente como ligado a órbita de ação 
de uma entidade previdenciária, da qual, por força dessa relação vinculante poderá pretender 
determinadas formas de amparo, nos casos dispostos pela lei. O que define o segurado não é 
o fato de que tenha recolhido as contribuições, mas a situação declarada na lei como 
deferindo-lhe esse status. 
 
DEPENDENTE: será o cidadão a quem por estar ligado ao segurado por uma relação de 
depend6encia econômica , a lei, igualmente, confere direitos subjetivos à proteção da entidade 
previdenciária. 
DO SEGURADO: 
 
Estabelece a lei 8.213, de 24 07 de 1991, o REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL, o 
qual filia ao INSS os trabalhadores vinculados à iniciativa privada, classificados como 
empregados , autônomos , empresários avulsos e especiais, segundo a forma pela qual 
exerçam suas atividades. A EC. Constitucional nº 20 deu nova redação ao artigo 40 da CF, 
dizendo que ficam vinculados ao referido Regime Geral, os servidores públicos ocupantes , 
exclusivamente, de cargos em comissão , declarados de livre nomeação e exoneração , bem 
como, de outros cargos temporários ou empregos públicos. A filiação, como já vista, opera-se 
ope legis, independente da vontade dos segurados. 
 
Ao lado desses segurados obrigatórios , a lei em seu artigo 13, permite a vinculação voluntária 
do cidadão maior de 14 anos, que não esteja em situação incluída na hipótese de incidência 
do artigo 11, salvo se estiverem amparados por regime próprio de previdência. 
 
 
SEGURADOS OBRIGATÓRIOS: 
 
EMPREGADOS: para a lei previdenciária é a pessoa física que presta serviços de natureza 
não eventual a empregador, sob a dependência deste mediante salário (CLT-art.3º) a mesma 
 O nosso objetivo é a sua Aprovação 
 
 
CLT define EMPREGADOR como a empresa , individual ou coletiva que, assumindo os riscos 
da atividade econômica , admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços. 
 
EMPREGADOS os que prestem serviço de natureza urbana ou rural empresa em caráter não 
eventual , sob subordinação e mediante remuneração, inclusive como diretor empregado; o 
que, contratado pela empresa de trabalho temporário, definida em legislação específica, presta 
serviços para atender a necessidade transitória de substituição do pessoal regular e 
permanente ou a acréscimo de serviço de outras empresas; o brasileiro ou o estrangeiro 
domiciliado e contratado no Brasil, para trabalhar como empregado em sucursal ou agência de 
empresa nacional no exterior; aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou 
repartição consular de carreira estrangeira e a órgãos a elas subordinados, ou a membros 
dessas missões e repartições, excluídos o não-brasileiro sem residência permanente no Brasil 
e o brasileiro amparado pela legislação previdenciária do país da respectiva missão diplomática 
ou repartição consular; o brasileiro civil que trabalha para a União no exterior, em organismos 
oficiais brasileiros ou internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá 
domiciliado e contratado, salvo se segurado na forma de legislação vigente no país do 
domicílio; o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como 
empregado em empresa domiciliada no exterior, cuja maioria do capital votante pertença a 
empresa brasileira de capital nacional; 
 
EMPREGADO DOMÉSTICO – aquele que presta serviço de natureza contínua a pessoa ou 
família, âmbito residencial desta, em atividade sem fim lucrativo; 
 
EMPRESÁRIO – o titular de firma individual urbana ou rural, o diretor não-empregado, o 
membro de conselho de administração de sociedade anônima, o sócio solidário, o sócio de 
indústria e o sócio cotista que participe da gestão ou receba remuneração decorrente de seu 
trabalho em empresa urbana ou rural; relativamenteaos sócios-cotistas, a lei deixa claro que 
só os que trabalham efetivamente para a sociedade, dando por sua atividade vida e ação à 
empresa, são segurados, pois quantos apenas contribuam com o capital não se entendem 
exercer atividade econômica, da qual retirem sua subsistência. 
 
EMPRESÁRIOS RURAIS – trabalhador assalariado, o “produtor rural, proprietário ou não, que, 
sem empregado, trabalhe na atividade rural, individualmente, ou em família, indispensável à 
própria subsistência e exercido em condições de mútua dependência e colaboração”; o 
cultivador direto e pessoal, caracterizando-o como ö que exerce a atividade de exploração 
rural, de modo direto, na qualidade de proprietário, arrendatário ou parceiro, com auxílio de seu 
conjunto familiar, residindo no imóvel e vivendo em mútua dependência”; os empresários rurais 
podem ser distinguidos em três categorias: individuais, a associação empresarial de interesse 
conjunto e a associação empresarial de interesses contrapostos; o empresário rural depende 
da definição de empresa rural, que nos é dada pelo Estatuto da Terra, nos seguintes termos: 
“Empresa rural é o empreendimento de pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que 
explora econômica e racionalmente imóvel rural, dentro da condição de rendimento econômico 
da região em que se situe e que explore área mínima agricultável do imóvel segundo padrões 
fixados, pública e previamente pelo Poder Executivo”. Essa proteção assim é concedida: 
a) os cultivadores diretos e pessoais, trabalhando em terra própria ou alheia, regem-se pelo 
art. 11, VII, como segurados especiais; 
b) b) os cultivadores diretos, que cultivam terra própria ou de outrem, com o auxílio de 
empregados, além do dos membros da família, estão incluídos no regime de amparo com 
base no mesmo artigo, V, a; 
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c) c) os diretores de empresa agrária, bem como os sócios, inclusive os de indústria, são 
segurados do regime geral pelo art. 11,III. A vinculação de que derivam os direitos às 
prestações pressupõe direta e imediata dedicação aos labores do campo, ou seja, à 
agricultura em sentido lato. 
 
 
SEGURADO ESPECIAL – o produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais, o 
garimpeiro, o pescador artesanal e o assemelhado, que exerçam suas atividades 
individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual de 
terceiros, bem como os respectivos cônjuges ou companheiros e filhos maiores de quatorze 
anos ou a eles equiparados, desde que trabalhem, comprovadamente, com o grupo familiar 
respectivo. 
AGRICULTURA – a lei se refere aos trabalhadores na agricultura não basta, sejam eles 
assalariados ou não, porque a exigência de esclarecer-se o que seja agricultura permanece. 
No conceito de Malta Cardoso: 
a)“os trabalhos da terra, para produção primária de vegetais e animais, indispensáveis à vida 
humana”; 
b) as agrícolas por destinação, acessórias e dirigidas ao mais perfeito aproveitamento da terra; 
c) as rurais por conexão, quando exercitadas em complemento das principais; 
d) as agrícolas por necessidade, como a manipulação e a transformação do produto básico, 
cuja colocação exija tais práticas. 
São agrícolas, em princípio, as atividades do lavrador, do pecuarista, do extrativista, do 
agroindustrial. Mas, em certos casos, essas atividades têm lindes de difícil demarcação, com 
aquelas, alheias ao trato do ager e integradas no comércio ou na indústria, propriamente ditos, 
pois com elas se interpenetram, criando uma zona cinzenta de trabalhosa tratação. É uma 
atividade complexa, que visa à produção de bens essencialmente de desfruto, quer explorando 
a fertilidade do solo, por intermédio de energia latente contida no embrião vegetal, quer 
transformando os produtos vegetais, por intermédio de indústrias anexas.Atividades conexas – 
figura da empresa, em torno da qual se esforçavam em seus argumentos, teve disciplina, no 
concernente às lides agrárias, sem afeiçoa-las às normas do Direito Comercial. Quando 
exercidas pelo agricultor, mas apenas até o ponto em que seu exercício não exceda ao que, 
habitualmente, se pratica no setor essencialmente agrícola, isto é, o expurgo, a seleção, o 
benefício, a padronização, a classificação, o condicionamento etc., assim não se considerando, 
entretanto, as atividades que transformem o produto in natura, caso se deverá ter na conta de 
processo industrial, propriamente dito, alheio às atividades rurais; por outro lado, a ação das 
cooperativas de agricultores, mesmo quando exercida especialmente para a venda de 
produtos, ou a fim de beneficia-los, em favor de cooperados produtores, não se considera 
alheia ao ciclo rural, desde que não se empenhe na prática de atividades excedentes do que a 
tal ciclo normalmente pertença. 
CULTIVADORES – colocou o produtor rural a que se refere em seu art.3°,§ 1°, b, configuram a 
empresa agrária familiar, pois, ser ele o proprietário, como pode ser o arrendatário, o parceiro, 
o simples possuidor. Condição é que mantenha a exploração com trabalho próprio e de 
pessoas de sua família, sem empregados, vale dizer, sem auxílio alheio ao do conjunto familiar 
ativo. O proprietário de terra em zona rural, que não a explore pessoalmente, seja porque a 
mantenha inculta,seja porque deferiu essa exploração a terceiro, por arrendamento ou 
parceria, ou admitiu que outrem dela se apossasse e à exploração, não é empresário, não é 
produtor, e não tem, portanto, qualificar-se segurado. Mas, além do proprietário, há outros 
produtores que, exercendo a exploração de forma direta e pessoal, sem auxílio de trabalho 
assalariado, como segurados são contemplados. O arrendatário recebe, pelo ajuste firmado 
com o dono da gleba, o uso e a fruição do fundo, pelo preço e as condições calcadas nos 
 O nosso objetivo é a sua Aprovação 
 
 
modelos da legislação agrária. Um cultivador direto, mas só o será direto e pessoal no caso de 
explorar a gleba com o auxílio preponderante de pessoas da família. O parceiro é outra figura 
que pode assumir a feição agora examinada, de cultivador direto e pessoal, e que tem a sua 
origem contratual no Direito Romano. Esse contrato oscilou entre as regras da locação e as da 
sociedade, dando-o uns como contrato misto(158), outros alinhando-o entre as formas de 
locação (159) de permeio com formas específicas.considera-se cultivador direto o que alicia 
mão-de-obra, mesmo de forma não-contínua; e como cultivador direto e pessoal o que, 
trabalhando com seu conjunto familiar ativo, eventualmente contrate trabalhadores para ajuda-
lo. O que se entende por conjunto familiar ativo passaremos a ver em seguida. 
 
CONJUNTO FAMILIAR – a existência, ao lado do cultivador, de pessoas de sua família, com 
ele trabalhando, indica ter sido reconhecido, pela lei, um rol de segurados, além dos que 
trabalham assalariados e dos denominados cultivadores, que dirigem a empresa agrária, como 
chefes do empreendimento. Apurado que esse conjunto familiar ativo é um elemento 
associativo na condução da pequena empresa agrária, vemos, de modo igual, que no nosso 
direito ele não foi ignorado. O art. 180 do Estatuto do Trabalhador Rural isentava da aplicação 
de normas protetoras do trabalho as relações “entre o pequeno proprietário e os membros da 
sua família, quando só com eles explore a propriedade”. O termo proprietário era insuficiente 
para exprimir o intento do legislador, devendo-se ler, em seu lugar, a palavra cultivador, pois as 
mesmas razões ocorriam para que assim se entendesse no que se referia aos membros de 
qualquer família cultivadora, proprietária ou não, da terra. O Direito Agrário consagra o conjunto 
familiar como partícipe do arrendamento rural. Esses parentes, que com o cultivador se 
dedicam à cultura do fundo, nem são dependentes seus, nem podem ser equiparados aos 
assalariados. Pelo texto legal agora vigente, ampara-se, como membros do conjuntofamiliar 
ativo, trabalhadores rurais, portanto, o cônjuge, o companheiro e os filhos maiores de quatorze 
anos, bem como os que aos filhos se equiparem (art.16, § 2°). Define o conjunto familiar como 
atividade exercida “sem utilização de empregados”. A expressão parece conflitar-se com o 
texto do inciso VII, que ressalta a atividade “ainda que com auxílio eventual de terceiros”. O 
auxílio de terceiros limitar-se-á à contratação dos chamados “safristas”, trabalhadores 
encontradiços no meio rural, cujo trabalho na doutrina italiana é rotulado de lavoro staggionale, 
assinalando, assim, a marca de sua descontinuidade. 
 
TRABALHADOR AUTÔNOMO – o que presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter 
eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego; a pessoa física que exerce, por 
conta própria, atividade econômica, de natureza urbana, com fins lucrativos ou não, e como 
equiparado ao autônomo, a pessoa física, proprietária ou não, que explore atividade 
agropecuária, pesqueira ou de extração de minerais, em caráter permanente ou temporário, 
diretamente ou através de prepostos, e com ou sem auxílio de empregados, utilizados a 
qualquer título, embora de forma não contínua; o membro de confissão religiosa e o membro 
de instituto de vida consagrada e de congregação ou de ordem religiosa, este quando por ela 
mantido, salvo se filiado obrigatoriamente à Previdência Social em razão de outra atividade ou 
a outro sistema previdenciário, militar ou civil, ainda que na condição de inativo; o empregado, 
de organismo oficial internacional ou estrangeiro, em função no Brasil, salvo quando coberto 
por sistema próprio de previdência social; o brasileiro civil que trabalhe no exterior para 
organismo oficial internacional do qual o Brasil é membro efetivo, ainda que lá domiciliado e 
contratado, salvo quando coberto por sistema de previdência social do país de domicílio; 
 
TRABALHADOR AVULSO – quem presta, a diversas empresas sem vínculo empregatício, 
serviço de natureza urbana ou rural, definidos no Regulamento; 
 
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EMPRESA – é um conceito arredio ao direito, usando-se, de coito, a definição que a economia 
fornece. ao conceito jurídico de empresa não se chega fácil, quiçá porque, em regra, é para 
isso preciso superar a dificuldade de converter-se o objeto de direito em sujeito de direitos, ou 
seja, considerar, como certa corrente deseja, a empresa como pessoa jurídica; na lei 
trabalhista, definiu como “organização do trabalho alheio, sob regime de subordinação 
hierárquica, tendo em vista a produção de determinado bem econômico”. A empresa rural é 
definida em nosso Direito Agrário (lei n° 4.504, de 30/11/64, art. 4°, VI) como o 
empreendimento de pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que explora economicamente 
e racionalmente imóvel rural, em condições de rendimento econômico. Cada uma dessas 
formas dá lugar, para o empresário que a dirige, a uma diversa forma de vinculação 
previdenciária, como veremos a seguir, ao tratarmos dos segurados rurais. 
 
TRABALHADORES TEMPORÁRIOS – o trabalhador temporário diferencia-se do autônomo 
porque não traz a marca da eventualidade. É transitório, mas não ocasional, pois trata do 
trabalho temporário como sendo o que é prestado através de certa empresa, dadora da mão-
de-obra, que fornece a prestação a outras empresas, tomadoras do serviço. 
 
Princípio da universalidade: o tratamento dado ao trabalhador rural e urbano são iguais. 
 
 
DEPENDÊNCIA: 
Dependentes são beneficiários, ditos indiretos, relacionados com o segurado por dependência 
econômica, vínculo mais abrangente que aquele resultante dos laços de família civil, critério 
que se adota em razão das finalidades da proteção social. Principalmente porque as relações 
derivadas do Direito de Família são insuficientes. Entretanto, o direito do dependente não é, 
como se poderá pensar, um direito transmitido pelo segurado. É ele, na realidade, ius proprium, 
que pelo dependente pode ser exercido contra a instituição, pois desde que se aperfeiçoem 
aquelas duas situações o dependente passa a ostentar esse direito subjetivo.Boa parte, os 
dependentes mencionados na lei previdenciária coincidem com aqueles que a lei civil 
reconhece credores de alimentos a serem prestados pelo segurado. A reposição de renda 
perdida: aquela renda que o segurado proporcionaria, caso não o atingisse um risco social; as 
relações de que cogita a lei civil não exaurem as situações em que possa ocorrer necessidade 
para os dependentes do segurado, abrindo campo à ação da proteção social, é que a lei 
previdenciária fundamentou o direito do dependente no critério da necessidade, mais do que no 
crédito de alimentos entre parentes; para a lei previdenciária, consiste na situação em que 
certa pessoa vive, relativamente a um segurado, por ele sendo, no todo ou em parte, 
efetivamente ou presumidamente, mantida e sustentada, assim , a um estado de fato, não a 
uma decorrência puramente jurídica das relações entre parentes; no momento da morte do 
trabalhador, surge o direito daqueles a quem ele provia de alimentos, segundo a ordem 
prevista na lei de amparo social, como direito próprio. A lei, dando a lista dos dependentes, tal 
como os admite, pode, não obstante, para alguns reconhecer uma presunção de necessidade, 
ao passo que não o faz relativamente a outros casos. Os critérios de maior relevo são: 
a) aquele que funda a dependência em relação de família, admitindo um direito subjacente a 
alimentos; 
b) aquele pelo qual, além dos vínculos de família, exige-se a demonstração de um requisito 
de idade ou de incapacidade para o trabalho; 
c) o que fundamenta a dependência na demonstração de coabitação ou de vida em comum 
que a denuncie efetivamente; 
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d) o que faz depender o direito da evidência de uma situação de dependência total ou parcial, 
em relação ao segurado; 
e) o que admite a indicação do segurado como prova da situação de dependência, ou que a 
aceita em conjunto com provas de real “vivenza a carico”. 
Tais critérios ditam, como resultante, o aparecimento de classes de dependentes, que se 
excluem uma à outra, quando concorrentes. 
 
A DEPENDÊNCIA ECONÔMICA NA LEI N° 8.213 
A lei arrola os beneficiários indiretos, titulares do direito às prestações por morte e por reclusão 
do trabalhador, em três classes, a primeira delas abrangente do cônjuge, do companheiro ou 
da companheira, do filho menor de vinte e um anos, ou inválido; a segunda, refere-se aos pais; 
a terceira, engloba os irmãos, menores de vinte e um anos ou inválidos; ao filho, a lei equipara, 
desde que exista declaração nesse sentido do segurado, o enteado, o menor que, por 
determinação judicial, esteja sob sua guarda, e o menor, seu tutelado, que não tenha fonte 
própria de subsistência; caso, adquirida a plena capacidade, o direito à prestação, para esse 
dependente, deixa de existir, porque a razão da presunção de dependência já não ocorre. 
 
CONCORRÊNCIA ENTRE DEPENDENTES 
A existência de vários dependentes arrolados na mesma classe decreta a concorrência entre 
eles e a partilha da prestação previdenciária; inversamente, e em linha de princípio, a 
competição entre dependentes de classes diversas determina a exclusão do direito dos 
dependentes alinhados nas classes subseqüentes, pois que, em tal caso, o direito se reputa 
verificado em favor dos dependentes da classe primeiro arrolada pela lei. 
DEPENDÊNCIA PRESUMIDA E COMPROVADA 
Certos dependentes, em face dos vínculos de parentesco civil ou de relações jurídicas 
estabelecidas no Direito de Família (esposa, marido inválido, filhos) têm sua dependência 
econômica presumida em relação ao segurado. A prova do parentesco ou da relação 
matrimonial basta para que se tenha por dependente quem a exibe. Não se fará, em caso 
algum, exigência da prova de dependência econômica emrelação ao segurado, instituidor da 
prestação; no caso do companheiro ou da companheira, exigível será a prova de que o casal 
configurava aquela união estável de que trata o art. 226, § 3°, da Constituição Federal. Trata-se 
de hipótese em que o texto constitucional declara existente uma unidade familiar, pelo que lhe 
garante a proteção do Estado; a lei exige comprovada, em cada caso, a efetiva dependência 
econômica; essa prova pode ser feita por documentos e por testemunhas, ouvidas em 
justificação, requerida pelo interessado; a Carteira de Trabalho, nomeando seus dependentes, 
ainda que possa ser exigida a prova da permanência dos motivos que geraram a designação; 
para o trabalhador rural, dadas as dificuldades inerentes ao meio agrário, a anotação em 
Carteira de Trabalho poderá ser substituída por documento emanado do sindicato de classe. 
 
CÔNJUGES 
No Direito Civil, ao marido, em regra, compete o sustento da esposa; natural, pois, que a esta 
caiba o direito às prestações que se instituem em razão da perda da renda fornecida ao lar, 
pelo trabalho do marido, falecido ou recluso; a lei anterior contemplava apenas o marido, 
quando inválido. Mas hoje é de considerar que a mulher casada dedica-se, em grande número 
de casos, a atividades fora do lar, trazendo para a economia doméstica sua contribuição, 
algumas vezes maior que a do marido; suprimida essa participação nos encargos domésticos, 
é justo que ao marido se atribua direito à pensão, substitutiva da participação da mulher nos 
referidos encargos; o cônjuge separado judicialmente ou divorciado, sem que a decisão judicial 
lhe assegurasse alimentos pelo outro cônjuge, deixa de ser titular do direito às prestações da 
previdência social; igualmente é de interesse a questão dos efeitos do casamento nulo ou 
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anulável, como gerador de direito à prestação para o cônjuge sobrevivente; o art. 12 do 
Regulamento do FUNRURAL aludia à anulação do casamento como causa da perda da 
qualidade de dependente, o mesmo se verificando no Regulamento aprovado pelo dec. n° 
83.080, art. 18, I, para o regime da CLPS. 
 
FILHOS 
O preceito da lei previdenciária faz com que o direito dos filhos sofra a limitação derivada de 
qualquer circunstância, da qual se infira razoavelmente, a cessação do estado de dependência; 
a lei refere-se a filho de qualquer condição; ao mencionar filhos legítimos, naturais, adulterinos 
ou incestuosos; são vedadas pelo art. 227, § 6°, da Carta Magna, onde se assegura aos filhos 
de qualquer condição (para usar a expressão mui empregada em textos previdenciários) 
tratamento idêntico ao dispensado àqueles que foram havidos da relação do casamento; para o 
filho, o implemento da maioridade foi considerado pelo legislador como elemento indicativo da 
capacidade própria de manter-se pelo trabalho, o que exclui a dependência em relação ao 
segurado; em caso de invalidez, tem-se a incapacidade como persistente, após a maioridade; 
mas pelo casamento, os filhos perdem, a qualquer tempo, a condição de beneficiários indiretos; 
a filha mulher, porque passa a dependente do marido; como incapacidade, ou invalidez, 
entende-se qualquer fato que inabilite o dependente para o exercício de atividade remunerada; 
a condição inválido, como a de menor, e quaisquer outras acaso mencionadas na lei como 
integrantes da condição de dependência, devem ser verificadas no momento em que, falecido 
o segurado, tem lugar o nascimentos do direito à prestação; a filha maior e inválida, mas 
separada judicialmente, por ser dependente, em princípio, do marido, não é dependente do pai, 
a menos que por ele venha a ser assim designada. 
 
PESSOAS EQUIPARADAS 
Do mesmo modo que os filhos, são considerados dependentes preferenciais, da primeira das 
classes, o enteado e o tutelado quando não tenha bens próprios, capazes de assegurar-lhe o 
sustento. 
O enteado filho da esposa entra para o lar do segurado no lugar de seu filho, equiparado a esta 
situação. Quanto ao tutelado recebe-o o segurado no cumprimento de um encargo, devendo 
dele incumbir-se para criá-lo, orientá-lo, dirigi-lo, educa-lo, tão bem como seu filho fosse. Se o 
tutelado não possui bens , é evidente que mantido estará sendo pelo segurado e será 
dependente seu. 
 
COMPANHEIROS 
O direito da companheira de receber prestações previdenciárias, decorrente de sua união 
marital com o segurado , só aos poucos foi reconhecida. 
Chegou-se a um estágio que a companheira é dada por dependente , ainda que exita a esposa 
do segurado, que com ela concorra ao benefício. E mesmo quando não se possa provar a vida 
em comum por tempo alongado, não está a companheira ao desabrigo, porque a lei a 
contempla demonstrando que ao fim de tudo, a realidade social veio impor ao legislador a 
necessidade de afeiçoar a lei aos fatos da vida. 
A expressão “união estável “ da norma constitucional deve ser entendida como “existente por 
um tempo mais ou menos longo”. Poderá ser havida como união estável a que perdure por 
mais de cinco anos, aquela da qual resultem filhos, e aquela em que os companheiros 
pratiquem atos demonstrativos de seu empenho em solidificá-la (ex.: conta conjunta, outorga 
de procuração, etc..). 
A norma constitucional , complementada pela lei n º 8971/94, assegura ao companheiro de 
pessoa solteira, separada judicialmente, divorciada ou viúva, que com ele viva há mais de 5 
anos, o direito à alimentos e à sucessão hereditário. 
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AQUISIÇÃO PERDA E MANUTENÇÃO DO STATUS DE SEGURADO 
 
 
DO STATUS: 
A relação jurídica formada entre o cidadão e entidade não mais se presta ao cunho contratual. 
É um aspecto da intervenção do Estado no sentido de proporcionar amparo, mediante serviços 
públicos para esse fim cridos e mantidos , do que resulta para o cidadão, assim contemplado 
pela letra da lei, não uma situação de parte contratante, mas a de um status – o status de 
segurado. 
 
Esse status , gerador dos direitos do segurado (e, por conseqüência os de seus dependentes), 
passa a existir , tem origem no momento em que o cidadão se encontra em qualquer da 
situações de fato às quais a lei se reporta para determinar a proteção social. 
 
Para qualquer delas , a aquisição do status , o estabelecimento da relação jurídica de filiação, 
entre o beneficiário e a instituição depende, só e unicamente, de sua integração na situação 
fática a que a lei se refere definindo-o como condição de ser beneficiário. Aperfeiçoa-se esse 
vínculo no mesmo momento em que tais situações fática se tem configuradas, 
independentemente de quaisquer outras circunstâncias, como tempo de serviço ou versamento 
de contribuições que para essa relação jurídica são indiferentes. 
 
 
INSCRIÇÃO DO SEGURADO: 
Inscrição do segurado é o ato pelo qual o segurado faz constar do assentamento da instituição 
previdenciária seus dados identificadores e os de seus dependentes – ato meramente 
declaratório. 
 
PROVA DA INSCRIÇÃO: 
Ao fazer a inscrição deve o segurado provar sua condição e a de seus dependentes . A prova 
mais comum da condição de segurado , ao menos dos que mantêm vínculo empregatício, é a 
Carteira de Trabalho e Previdência Social devidamente anotada. Contudo, não é obstáculo a 
que se intente a prova por outros meios , sempre que pela carteira não possa ser feita. 
 
PERDA DA VINCULAÇÃO E SEUS EFEITOS: 
A existência da relação de vinculação, como dos direitos do beneficiário, dela derivados, a 
situação fática descrita na lei, que ela, uma vez abolida , apagada, tornada inexistente, 
acarreta o desfazimento da referida relação, faz desaparecer o status de beneficiário. 
No regimento do RGPS, o afastamento da atividade vinculativa por mais de 12 meses, tem 
como efeito a perda da condição do segurado. 
No momento mesmo em que o segurado preenche as condições em lei previstas para que 
assim seja considerado,do mesmo modo se terá ele por desvinculado, desde que deixe de 
preencher as referidas condições. 
 
PERSISTÊNCIA DO VÍNCULO: 
Porque a perda da vinculação coloca o beneficiário ao desabrigo da incidência dos riscos 
sociais, é que o legislador teve o cuidado de acautelá-lo contra esses efeitos declarando 
persistente os efeitos da vinculação por períodos que ultrapassam a data da exclusão do 
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cidadão do rol dos segurados. Assim, em princípio a perda da condição só se tem por 
verificado após um ano do afastamento de atividade vinculada. 
 
Há hipóteses em que a lei admite a permanência do vínculo , mesmo quando afastado o 
segurado das situações que lhe conferem a filiação. Conveniente ressaltar : persistência do 
vínculo até então existente, jamais vinculação nova: 
 
a) SEGREGAÇÃO : Algumas doenças impõem, como medida de Saúde Pública 
internação do paciente em estabelecimentos hospitalares, afastando-o do convívio 
social. Configurada que seja , entretanto, essa necessidade, e internado um segurado, 
fica mantido o vínculo durante o período de tratamento. O prazo só se considerará 
fluente a contar do dia em que cessar a segregação, voltando o seguradoà vida normal. 
 
b) DETENÇÃO ou RECLUSÃO: Semelhante é a disposição referente o segurado detento 
ou recluso, por efeito de decisão judicial. A relação vinculativa se tem por persistente 
durante o cumprimento da pena, e o prazo de um ano, só ira ser contado a partir do dia 
da liberação. 
 
c) SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO: a lei na alínea c , 
refere-se a serviço militar prestado pelo segurado, que é uma causa de suspensão do 
contrato de trabalho. Outras causas têm , entretanto, de ser consideradas. Na 
suspensão, as cláusulas do ajuste se mantêm, mas não operam, ao passo que na 
interrupção apenas algumas cláusulas se sustam, seu cumprimento. 
Pela CLT são causas de suspensão: cumprimento de serviço militar ou outro cargo 
público, exercício de mandato sindical, suspensão disciplinar imposta como preliminar 
de inquérito para apuração de falta grave; a greve não ocorrida em serviço públicos e 
atividades definidas em lei como essenciais, o afastamento do empregado doente ou 
temporariamente inválido amparado pela previdência social. 
Pela CLT são causas de interrupção: as ausências do trabalhador, quando para 
registrar o filho no registro civil, ou as determinadas por motivo de gala, nojo e 
prestação,de testemunho ante a Justiça; as férias e a licença da gestante, a paralisação 
da empresa , se temporária. 
 
d) GOZO DO BENEFÍCIO: É de ser considerada mantida sua vinculação, pois a relação de 
amparo, que então se instaura, impede a caducidade de relação de filiação.A 
caducidade , no caso, só se pode contar o dia em que cessa o direito à prestação. 
 
e) DEMANDA TRABALHISTA: a aplicação da pena de suspensão pela empresa não terá 
efeitos sobre a fluência do prazo de caducidade, do mesmo modo que a dispensa do 
empregado. Um caso entretanto será de excepcionar Se a empresa , tendo aplicado a 
suspensão prévia instaura contra o empregado o inquérito a fim de apurar falta grave 
por ele cometida, a demanda evita se haja, desde logo, como perdida a vinculação, 
ainda que a solução demore mais de 12 meses. Se a sentença não acolher a pretensão 
da empresa e, ao invés, determinar a reintegração, o tempo decorrido será de normal 
relação empregatícia, de tal modo que as contribuições se terão por devidas pela 
empresa, e já vimos que a falta de recolhimento pontual da contribuição pelo 
empregador em nada afeta o direito do segurado. 
 
f) SERVIÇO MILITAR: A prestação de serviço militar, acarreta para empresa a obrigação 
de reintegra-lo no emprego, com as mesmas vantagens que lhe caberiam se a 
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prestação laborativa não tivesse sido suspensa. Basta que, para reingressar à empresa 
, o empregado avise o empregador de sua intenção em 30 dias a contar da baixa do 
serviço que a Nação vinha prestando.Durante o tempo em que presta esse serviço a 
vinculação previdenciária se mantém inalterada, ocorrendo o prazo de três meses para 
sua extinção , após a conclusão do serviço prestado. 
 
g) LICENÇA NÃO REMUNERADA: o empregado licenciado sem remuneração só manterá 
o vínculo previdenciário durante o prazo previsto na lei. Após a fluência desse prazo, 
seu direito se extingue, salvo no caso de vir a usar do direito de contribuir em dobro. 
 
h) O DESEMPREGADO: o desempregado tem 24 meses de prazo para voltar a contribuir , 
sem que perca a condição de segurado. Isto , entretanto, se condiciona ao fato de ter 
levado ao órgão próprio do Ministério do Trabalho a notícia de sua condição e o seu 
desejo de regressar a atividade em outro emprego. A persistência após 24 meses, 
acarreta a perda da condição de segurado. 
 
i) CASO DE VINCULAÇÃO ANTIGA: se o segurado , ao interromper as contribuições, já 
era vinculado por mais de 10 anos, a lei concede dois anos de prazo para que torne a 
vincular-se sem perda da condição que lhe assegura a proteção do órgão previdenciário. 
 
MANUTENÇÃO DO VÍNCULO: 
A lei coloca nas mãos do titular do direito à vinculação a maneira de evitar que esse direito 
venha a caducar 
Outorga-lhe a possibilidade de substituir sua condição de integrado em certa atividade pela 
pura e simples, a manifestação de sua vontade de permanecer vinculado , abrindo-se 
desse modo , exceção ao princípio de que a filiação previdenciária terá como base a regra 
legal apenas. 
O direito de manter a vinculação pela contribuição voluntária só existe quando o segurado 
não está vinculado a outro regime de amparo, de modo obrigatório. 
 
REGIME E VINCULAÇÕES PREVIDENCIÁRIAS: 
Lei 8.213/91 – 8112/90. 
Os Estados e alguns Municípios, criam para seus servidores regime previdenciários 
próprios. Na inexistência destes, os servidores, estarão vinculados ao Regime Geral, para 
que sem amparo não permaneçam. 
 
RELAÇÃO JURÍDICA DE PROTEÇÃO. 
 
 
FUNÇÃO ECONÔMICA DA PRESTAÇÃO PREVIDENCIÁRIA: 
Sobre os fins da seguridade social: absorvendo os antigos sistemas de previsão, converte-se, 
aos poucos em serviço público de amparo social, mantido por receita tributária ou 
assemelhada, mercê da qual o Estado realiza de modo efetivo. 
Ë um mecanismo de transferência das responsabilidades pelos efeitos dos riscos sociais , das 
pessoas atingidas para as componentes de grupos mais fortes economicamente, e destes para 
o conjunto de pessoas mais apto a suporta-las: a sociedade inteira. 
 
NATUREZA JURÍDICA DA PRESTAÇÃO PREVIDENCIÁRIA: 
Desde que o estado reconhece a conveniência de amparar o cidadão contra as 
conseqüências de tais riscos, deve disciplinar essa proteção, indicando os critérios de 
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identificação dos casos em que a norma ditada deve aplicar-se , em hipótese o cidadão 
se torna titular de um direito. 
A regra jurídica previdenciária, apresenta-se provida de hipótese e conseqüência. Na 
primeira, um dos elementos formadores, figura um fato que se tem na condição de risco 
social, dando sua descrição; outro elemento estabelece a oportunidade, o momento em 
que esse evento deverá ocorrer , para que se torne motivo da proteção . 
 
AQUISIÇÃO DO DIREITO À PRESTAÇÃO: 
O cidadão , mão adquirir a condição de beneficiário, por força da lei que regula a relação 
de filiação, não tem ainda direito a nenhuma das prestações ou melhor , a vinculação 
não é condição suficiente para gerar o direito à prestação , malgrado seja condição 
necessária. Nem mesmo tem direito expectativo. 
A situação do segurado é a de um expectante, apenas, no sentido de , algum dia, e por 
efeito de determinadas circunstâncias, tornar-se titular do direito a alguma das 
prestações previstas na lei. 
A lei poderá, a qualquertempo, mudar as condições de aquisição, criar ou suprimir 
prestações, respeitando , unicamente, o direito dos que, por terem satisfeito as 
condições legais de aquisição, já são titulares do direito à prestação, porque já haverá, 
aí, situação jurídica perfeitamente definida. 
Na regra legal de amparo, a hipótese de incidência vem figurada de forma completa, 
sem referência a qualquer elemento formativo gerador anterior, de modo que, até se 
apure ela realizada no campo fático, não há como dizer-se existente algum direito à 
prestação. Na sua hipótese de incidência a admite como complementar de um direito já 
nascido , mas apenas aponta-se como conferindo certos direitos a pessoas que, em 
razão de outra regra, e por estarem em determinadas situações jurídicas. 
O vínculo estabelecido na regra de filiação não confere direito às prestações, as quais 
se consideram decorrentes de fatos a que referida norma é indiferente. 
Se o direito a prestação ainda não nasceu, porque ainda não ocorrido o fato que 
geraria, direito ainda não é, nem poderia extinguir-se. 
Não é a esse direito a que se faz menção, mas ao de ser segurado e, por conseqüência 
titular do direito à prestação, quando verificado seu fato gerador. A existência do direito 
que decorre da relação de vinculação coloca o cidadão entre os vinculados a 
determinado regime de proteção (ditos beneficiários), mas a existência desse direito não 
se confunde com o que , após a materialização do risco, faz com que o cidadão filiado se 
torne credor da prestação. 
Pode o cidadão ser segurado, e jamais vir a suceder, para lê, o fato determinante da 
concessão da prestação à qual, portanto, jamais virá a ter direito. 
Assim, até que tal fato ocorra, a relação de vinculação poderá extinguir-se, sem ofensa a 
qualquer direito, pois a regra jurídica formadora pressupõe uma situação fática 
dependente tão-só, de fatores personalíssimos de seu titular (estar ou não exercendo 
atividade dita vinculada). 
 
Extinto pela caducidade , o direito ao vínculo, o direito à prestação, derivado de um fato 
posterior e ainda não ocorrido , não mais será expectável para o direito do titular do 
direito morto: a expectativa deixa de existir, igualmente. 
 
 A reintegração do segurado no rol de cidadãos vinculados, pelo seu reingresso em 
atividade protegida, não lhe restaura, por si mesma, o direito à prestação , que 
anteriormente existira , sem a contagem de novo período de carência. 
 
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ELEMENTO MATERIAL DA HIPÓTESE: 
O campo de eventualidades coberto pela proteção social tornou-se sobremaneira extenso. Os 
riscos por ela previstos são todos os que possam ser abrangidos pela conceituação. A 
necessidade de ser futuro e incerto o risco faz com que se exclua da proteção o segurado que, 
ao tempo da vinculação, já era portador da moléstia ou lesão que venha a ser invocada como 
suporte material do direito à prestação, que sustenta a relação jurídica formada pela prestação 
laborativa, já que a moléstia ou a lesão não impedem-na de consumar-se. São várias as 
classificações que foram sugeridas para tais riscos: 
1. fisiológicos – como a doença, a morte, a maternidade, a invalidez, a velhice; 
2. profissionais – tais como os acidentes de trabalho e as moléstias profissionais,assim 
como o desemprego; 
E os riscos do grupo familiar, assim indicados os encargos de família que se divide em : 
1. fisiológicos – morte, doença, seja a comum, seja a profissional, a invalidez e a velhice; 
2. econômicos-sociais – desemprego, ônus familiares, reduções de jornada de trabalho e 
convocação ao serviço militar. 
 
No campo da proteção social, as prestações referidas aos riscos se tornam devidas, como 
vimos, desde que, previsto em lei um desses riscos, como elemento material da hipótese de 
incidência da lei, no instante e no local pressupostos, no mundo fáctico essa hipótese se venha 
a materializar, criando um estado de necessidade para o trabalhador ou para seus 
dependentes. O benefício constitui um direito subjetivo do segurado ou seu dependente, o 
serviço não. é certo que o serviço está condicionado a possibilidades administrativas, técnicas 
e financeiras da entidade. Mas, estabelecidas em plano geral tais possibilidades, claro é que 
poderá qualquer beneficiário pretender a prestação de servi,o, nos moldes previamente 
estabelecidos, exigindo-o como satisfação de seu direito, caso lhe venha a ser negado pela 
administração previdenciária. 
PRESTAÇÕES PECUNIÁRIAS 
No RGPS, a lei institui os seguintes: 
1. aos segurados auxílio-doença - no qual o elemento material da hipótese de incidência 
é a eclosão de enfermidade ou incapacidade laborativa temporária, na pessoa do 
segurado; 
2. salário-maternidade – prestação devida nos casos do art. 995 da CLT; 
3. auxílio-acidente – em casos de acidente do trabalho, a que fazem jus apenas os 
segurados empregados, avulsos e especiais; 
4. aposentadoria – agora regida pelo art. 201, § 3°, da Lei Maior, na redação dada pela 
Emenda Constitucional n° 20, que estabelece, como requisitos para a concessão, o 
limite mínimo de idade de 65 anos para o homem e 60 para a mulher, a efetiva 
contribuição durante 35 anos para o homem para a mulher. Para o trabalhador rural o 
limite de idade é, aplicando-se aos participantes dos conjuntos familiares ativos, aos 
garimpeiros e aos pescadores artesanais, sendo de 60 anos para o sexo masculino e 55 
para o feminino. 
Na constituição foram eliminadas as figuras de aposentadoria por idade, isoladamente 
considerada, e por tempo de serviço, encarado com exclusividade, ficando como única forma 
de presunção de incapacidade peculiar a aposentadoria especial, reservada aos trabalhadores 
exercentes de atividades penosas, insalubres e perigosas, consoante vier a ser disposto em lei 
complementar (art.201, § 1°). 
Aos dependentes, a lei concede o auxílio-reclusão, o salário-família e a pensão por morte. 
A Emenda Constitucional n° 20, ao reduzir a amplitude do direito a aposentadoria, não poderia 
deixar de ressalvar os casos dos segurados que já tivessem adquirido o direito a essa 
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prestação, na forma da legislação então em vigor. No seu artigo 3°, assegura ela aos 
segurados e seus dependentes que, até a data de sua publicação, tenham cumprido os 
requisitos legais até então exigidos. De igual modo, e visando a atender a uma situação de 
transição, o art. 9° da Emenda permite aos segurados de Regime Geral aposentar-se com 
valores proporcionais ao seu tempo de serviço, satisfeitas as condições de que adiante 
cuidaremos. 
 
 
ELEMENTO MATERIAL – RISCO SOCIAL 
Para o estabelecimento da relação jurídica de proteção, é necessário que certa hipótese, na lei 
configurada, venha a verificar-se efetivamente, em relação a um beneficiário da previdência 
social, isto é, certo fato suceda em circunstâncias de tempo e lugar na lei prevista. Esses fatos 
são as hipóteses de risco que o legislador deseja prever. Constituem os denominados riscos 
sociais: riscos advindo de incapacidade para o trabalho, risco-morte, riscos da maternidade ou 
da natalidade, os decorrentes de acréscimos nos encargos familiares e a proteção à velhice. 
 
INCAPACIDADE LABORATIVA 
Capacidade para o trabalho, de modo geral, é uma legítima aspiração, profundamente humana, 
encontrada em qualquer trabalhador, a de poder ultimar um trabalho em condições de 
integridade pessoal idênticas àquelas com as quais o tenha iniciado, e que, em garantia dessa 
aspiração, deveria existir, no ordenamento jurídico de qualquer nação, uma forma de 
reconhecimento e de segurança completa. Entretanto, mesmo uma criteriosa legislação de 
prevenção jamais poderá impedir esses riscos de se materializarem em todos os casos, não só 
pela natural falibilidade humana como, principalmente, pela própria natureza de muitos riscos, 
inerentes à pessoado trabalhador e à sua vida em sociedade. O texto previdenciário, o 
trabalhador só passa a sujeito de direitos após a eclosão do sinistro, afetar-lhe a capacidade. 
Capacidade laborativa é o complexo de aptidões físicas, técnicas e morais, que permitem 
realizar o trabalho, do que decorre o conceito de “capacita di guadagno”, que é um aspecto 
unilateral e finalístico da aptidão do trabalhador disposto a utilizar sua capacidade laborativa 
com o propósito de obter sustento próprio e de seus dependentes. Tanto pode causar 
necessidade o evento futuro e incerto, que venha a ocorrer, como a invalidez ou enfermidade, 
quanto aquele acontecimento que aumenta os encargos do trabalhador a serem satisfeitos com 
uma remuneração limitada, como o nascimento de um filho. Há ainda aí, embora por extensão, 
a incapacidade de ganho: a incapacidade de ganhar, pelo trabalho, o bastante para o sustento 
do núcleo familiar. 
 
ASPECTOS DA INCAPACIDADE LABORATIVA 
Conceituação de uma incapacidade genérica, isto é, aquela referida a qualquer ofício, profissão 
ou atividade possível para o lesionado, em oposição à incapacidade específica, que se 
distingue por ser a relativa a certa atividade, em particular. A incapacidade de que cogitam as 
leis previdenciárias é, em princípio, a genérica, até porque as práticas da reabilitação podem 
recuperar um trabalhador para o exercício de atividade diversa da que antes exercia. Mais 
importante é, a diferenciação entre incapacidade temporária e incapacidade permanente. 
Considera-se permanente a incapacidade que se manifesta de forma irrecuperável, diminuindo 
ou abolindo a aptidão do trabalhador para o exercício de sua atividade normal. Temporária será 
a que, por certo tempo, causa o mesmo efeito, mas permite uma recuperação pelo tratamento 
adequado. 
 
INCAPACIDADE COMPROVADA E PRESUMIDA 
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A verificação de uma incapacidade para o trabalho, de forma comprovada, em geral por perícia 
médica feita pelo órgão previdenciário, é o elemento material determinante de uma prestação 
previdenciária, a ser concedida pela instituição a que seja vinculado o trabalhador lesionado ou 
enfermo. A verificação desse fato, se encarada como de forma permanente, acarreta a 
concessão da prestação denominada, de hábito, aposentadoria por invalidez, dando lugar, se 
temporária, à concessão auxílio-doença. Contudo, em que a lei, em face de circunstâncias que 
presume invalidantes, concede aposentadoria, sem apurar e comprovar, pericialmente, a 
ocorrência do fator incapacitante, é assim que é a velhice. O caráter da prestação, é explicável 
de duas formas: 
1. a de uma pensão que garanta ao trabalhador um repouso a que fez jus, após uma vida 
de esforços; 
2. e a de uma presunção de invalidez, de que decorreria a pensão como aposentadoria . 
Isto mostra como as duas concepções não conduzem às mesmas conseqüências, porque a 
idade da aposentadoria, na primeira delas, depende de considerações nitidamente 
econômicas, ao passo que é a condição de invalidez que a determina na segunda, influindo 
nela e na sua avaliação, o sexo, a profissão e outros fatores. A fixação da idade-limite, na qual 
o fator invalidez se presumirá presente, sofre, de fato, a influência do sexo, sendo na mor parte 
dos países adotado o critério de fixa-la em 65 anos para o homem e 60 para a mulher. Nesta 
prestação (aposentadoria por velhice), inspira-se nossa lei no fator incapacitante, presumido, 
deixando o denominado droit de retraite para alicerçar outra prestação, igualmente denominada 
de aposentadoria (por tempo de serviço). Não é apenas a velhice que serve de fundamento 
para presumir-se a invalidez do trabalhador e conceder-lhe afastamento remunerado. A 
prestação estabelecida como aposentadoria especial, tendo por destinatário o trabalhador em 
atividades consideradas perigosas, penosas ou insalubres, tem por causa uma invalidez 
presumida que, na hipótese permite fácil assimilação a uma velhice prematura, semelhança 
notada por Waline em todos os casos de invalidez. A lei, para o caso, presume uma 
incapacidade instalada em razão do exercício de certas profissões, especialmente danosas à 
saúde, durante determinado tempo. 
 
 RISCO-MORTE 
O homem é o único animal que sabe que vai morrer. Essa certeza o acompanha todos os dias 
da vida e o torna consciente de que algum dia deixará de existir e que deve fazer algo para 
assegurar a subsistência de sua prole, quando ele já não o possa fazer. A idéia desse risco 
não se afasta do conceito geral de risco, porque, embora não seja incerto quanto à verificação, 
o é relativamente à época em que poderá ocorrer. A lei, contudo, trata os casos de forma 
genérica, imprimindo, não obstante, à prestação, caráter tão individualizado quanto possível, 
atendido o salário-benefício, como também o número de beneficiários da pensão outorgada. O 
caráter temporário a prestação que se concede aos filhos, geralmente é limitada a certa idade, 
e de caráter permanente à viúva e à companheira, esta quando à viúva equiparada. Ao filho 
invalido será assegurada uma pensão enquanto assim permanecer vitalícia, e a esposa 
perderá a pensão ao contrair novo matrimônio, tornando-se dependente de outro homem. A 
pensão é, em regra, concedida em forma de renda mensal, favorecendo os dependentes, 
observada a ordem legal de habitação. A legislação comparada nos mostra que o conceito de 
dependentes vem sendo ampliado, não apenas relativamente aos que possam ter direito à 
pensão, como ao limite de idade em que deve ser ela concedida. 
 
MORTE PRESUMIDA 
Refere-se ao ausente como pessoa que tenha desaparecido de seu domicílio, sem que dela 
haja notícia, para determinar que o Juiz, a requerimento de algum interessado ou do Ministério 
Público, lhe designe curador, que se incumba de administrar-lhe os bens. Decorridos dois anos 
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da última notícia do ausente, se não tiver deixado representante ou procurador, ou quatro anos, 
se os deixou, poderão os interessados promover a abertura de sucessão provisória, de acordo 
com o art. 469 do C. Civil – sucessio praematura, em que se presume a morte do ausente, 
agindo-se como se ele falecido fosse, com absoluta certeza e conhecimento pleno de todos. 
Mas, para que a sucessão se tenha por definitiva, dispensados da caução os herdeiros 
provisórios, é mister que decorram pelo menos 30 anos do trânsito em julgado da sentença que 
determinou a abertura da sucessão provisória, ou que o ausente atinja a idade de 80 anos, 
estando desaparecido durante 5 anos, pelo menos (art. 481 – C. Civil). Essa orientação, visa a 
resguardar os bens do ausente, favorecendo seus herdeiros. A morte presumida tem por 
endereço o reconhecimento do direito do dependnete à pensão, no caso em que, em face da 
ausência do segurado, durante apenas seis meses, se provoque da autoridade judiciária sua 
declaração de ausente, limitada, em tal caso, ao efeito de permitir a habilitação do dependente 
à prestação. Diverso é o caso de pessoas desaparecidas em naufrágio, inundações, incêndio, 
terremoto, ou outra catástrofe, bem como no curso de operações bélicas, desde que provada 
sua presença no local e não tenha sido possível encontrar-se o cadáver para o exame cabível. 
O texto legal vigente não fala em prazos. Assim, e para efeito da concessão da prestação 
previdenciária ao dependente de segurado ausente ou desaparecido em acidentes ou 
catástrofes, cumpre distinguir: 
a) cuidando-se de segurado desaparecido de seu domicílio há mais de seis meses, 
poderá o interessado justificar ante autoridade judiciária esse desaparecimento, e 
dela obter a declaração de morte presumida do desaparecido, para o fim de ser-
lhe deferida a pensão; 
b) cuidando-se, porém, de segurado que tenha desaparecido em acidente, desastre 
ou catástrofe, e provando-se que estava no local do evento, não mais tendoreaparecido após ele, a prova desses fatos faz dispensável a declaração de 
ausência e torna devida a pensão a partir do sinistro, já que os fatos, tais como 
demonstrados, fornecem como que uma certeza moral do óbito. 
 É dispensável qualquer outra cautela quanto é evidente o endereço da disposição, que visa a 
proteger o dependente, assegurando-lhe a continuidade da renda de que o desaparecimento 
do segurado o privou, na própria lei se preceituando que o reaparecimento eventual do 
segurado fará sustar o pagamento da prestação, sem que o dependente seja, em nenhum 
caso, obrigado à devolução de qualquer quantia. 
 
RECLUSÃO COMO RISCO 
Diz respeito ao risco que afeta o trabalhador, privando sua família da renda, de maneira 
temporária, do mesmo modo que a doença. A prestação prevista é uma forma de pensão paga 
a dependentes do segurado que, recluso ou detento, fica impossibilitado de auferir ganhos com 
seu trabalho, do que resulta o desamparo de seus familiares. O elemento material da regra que 
o concede prevê a situação de “segurado recluso ou detento, que não receba qualquer espécie 
de remuneração da empresa”. A ausência de remuneração, a inexistência de pagamento, pela 
empresa ao empregado detento ou recluso, de quantia correspondente ao cumprimento de 
cláusulas do ajuste laborativo. Se o empregador dá ao trabalhador ou a seu dependente 
qualquer importância de modo espontâneo, caracterizando um auxílio, esse fato não pode ser 
considerado obstáculo ao exercício do direito à prestação. Entende-se que o dado que 
estabelece, como elemento material da prestação, o próprio decreto de prisão ou a sentença 
condenatória de reclusão ou de detenção, porém exige-se que seja comprovada a própria 
reclusão, exclui-se da percepção o dependente do segurado que se tenha evadido, deixando 
voluntariamente de submeter-se à medida restritiva de liberdade. Se a prestação é, 
induvidosamente, estabelecida intuitu familiae, e se tem como elemento material da hipótese 
de incidência legal a ordem judicial de detenção ou de reclusão, o fato de ter-se evadido o 
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segurado, de estar foragido, em nada altera os termos da questão, nem melhora a situação de 
seus dependentes, os titulares da prestação de que se cuida. 
 
MATERNIDADE 
O nascimento de filho do segurado determina a concessão de auxílio, o salário-maternidade, 
hipótese que tem por elemento material de seu fato gerador a gestação da segurada no 
período de vinte e dois dias antes e noventa e dois após o parto. Essa prestação anteriormente 
era um direito assegurado à trabalhadora gestante, pelo art. 393 da CLT, cabendo ao 
empresário o cumprimento da obrigação de pagar à empregada o salário integral durante o 
período mencionado acima. Com a atual regra, a prestação previdenciária assume o lugar até 
então ocupado pela responsabilidade patronal, encarando-se a maternidade como um risco 
social da trabalhadora. 
 
ENCARGOS FAMILIARES 
O encargo de família, pesando sobre o minguado orçamento de grande parte dos 
trabalhadores, se faz pensar no salário familiar como solução para o problema que assim se 
apresenta. Salário familiar é uma prestação que visa a dar ao trabalhador renda de maior vulto, 
na proporção dos encargos de família que suporte. Foi instituído o salário-família em 1963, 
pela Lei n° 4.266. O benefício é devido ao segurado empregado, exceto o doméstico, e ao 
avulso, na proporção do número de filhos ou equiparados que mantenha. O aposentado por 
invalidez, ou por idade, e os demais aposentados, após completarem 65 anos, se homens, ou 
60 se mulheres, fazem jus a essa prestação, que com a aposentadoria lhes será paga. A cada 
filho de até catorze anos, ou inválido, corresponderá uma cota, que a lei fixa, sempre sujeita à 
correção do art. 134. essas cotas não se incorporam ao salário e aos benefícios para qualquer 
efeito. 
 
DESEMPREGO E SUAS CAUSAS 
Um dos riscos sociais de efeitos mais deploráveis é o desemprego. Nas sociedades 
contemporâneas, a necessidade, gerada por diferentes fatores, impõe formas de combate mas 
conciliadas com o respeito pela liberdade e pela dignidade do homem, sem que, aqui ou ali, 
deixem de inspirar-se em semelhantes considerações econômicas. O afastamento do 
trabalhador sadio dos quadros da atividade remunerada não exprime apenas a perda de seu 
sustento: é bem mais que isto, a diminuição do poder de consumo coletivo, tornando mais 
dificultosa a superação da crise econômica que tenha deflagrado as despedidas. 
Reorganizando o mercado de trabalho, foram empregadas várias providências: 
a) afastar, de preferência, os trabalhadores na indústria, recém-advindos da agricultura; 
b) as mulheres, que não fossem arrimo de família; 
c) os estrangeiros, se em número excedente do percentual máximo admitido para eles; 
d) redução do horário de trabalho; 
e) proibição da cumulação de empregos, vedando-se, especialmente, a contratação dos 
que já se empenhavam em outra atividade, cumprindo nela a jornada máxima admitida. 
Entretanto, tais medidas, aplicáveis em determinados casos com certo sucesso, não são 
panacéia de prescrição indiscriminada para todas as situações de desemprego, onde quer que 
se verifiquem. 
 
CONCEITOS DE DESEMPREGADO COMO RISCO SOCIAL 
A lei de amparo social, visando a proteger o cidadão dos efeitos desse risco, e contra a 
necessidade dele emergente, estabelece as situações em que se deve encontrar o trabalhador 
a proteger. A proteção do trabalhador em situação de desemprego involuntário rege-se 
atualmente pela Lei n° 8.900, de 30/06/94, para cujas disposições remetemos o leitor, até 
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porque parece-nos tema de Assistência Social, e não de Previdência, aqui abordado apenas 
porque foi expressamente mencionado no art. 201,III, da Constituição. A exigência de ter 
trabalhado durante trinta e seis dos últimos quarenta e oito meses mostra que o benefício se 
dirige aos trabalhadores colhidos pela desocupação após uma permanência no ou nos 
empregos anteriores, o que afasta a hipótese do paro estacional. A dispensa sem justa causa 
(ou a paralisação do empregador) valem pela afirmação de que o beneficiário será sempre o 
desempregado involuntário, pois a lei não poderá amparar quem se tenha afastado da 
atividade por sua vontade, provocando, assim, a própria situação de carência. E a 
circunstância de não estar em gozo de prestações previdenciárias tem dupla significação: de 
um lado, aponta como destinatário do auxílio-desemprego o trabalhador válido para o trabalho, 
pois o que se revele portador de incapacidade física já encontra na lei previdenciária meios de 
proteção pertinentes ao seu caso; além disso, a expressão “estar em gozo de”, pensamos deva 
ser compreendida como “ter direito a”, de modo que aquele que se revele inapto fisicamente 
para o trabalho, sob este aspecto deve ser atendido e não como desempregado. 
 
 
ADVERTÊNCIA OPORTUNA 
O Decreto-lei e seu regulamento referem-se à prestação de amparo que criaram, 
denominando-o de seguro-desemprego. Com isto, se aferraram à concepção do seguro-social, 
já ultrapassada, e com a qual o auxílio criado nem mesmo se aparenta. O auxílio, em razão de 
sua evidente feição assistencial. Denomina-se auxílio ao desempregado, correspondente a 
50% do salário-mínimo durante o prazo previsto no art.4° do referido decreto. 
 
MOMENTO DA AQUISIÇÃO DO DIREITO À PRESTAÇÃO 
A prestação, como direito subjetivo do beneficiário, torna-se devida a contar de certo momento, 
que a lei define e fixa, para cada caso. Verificado que o sinistro (materialização do risco) 
consumou-se no tempo a que a lei se reporta, nasce o direito, e o beneficiário dele se torna 
titular. Tais condições, referidas ao tempo, se distribui em três categorias diversas, influindo, 
também de modo diferente, cada uma delas, na aquisição do direito à prestação. A primeira 
das categoriasé a que se denomina, habitualmente, de “período de carência”, isto é, um prazo 
mínimo de vinculação cumprido antes da eclosão do evento que justifica a prestação. Outra é a 
submissão pessoal do segurado a condições de trabalho com agravamento de risco, durante 
determinado período. A terceira é um lapso de tempo exigido, previamente, para que a 
prestação cabível possa vir a ser deferida, como o que se exige para o início do pagamento do 
auxílio-enfermidade (15 dias de afastamento do trabalho, por motivo de doença). 
 
CARÊNCIA – CONCEITO 
Para certas prestações, verificado o fato material que as explica, tem lugar o nascimento do 
direito subjetivo à prestação, em favor do cidadão beneficiário, independentemente da época 
em que tal fato venha a ocorrer. Em outras, entretanto, o legislador estabeleceu prazos e 
condições para a aquisição desse direito, além do fato de ser o cidadão vinculado ao sistema. 
E esses prazos para aquisição do direito à prestação, contados do ingresso do segurado no 
regime vinculado a uma instituição, denomina-se “períodos de carência”’ costumando-se defini-
los como “o lapso de tempo durante o qual os beneficiários não têm direito a determinadas 
prestações, em razão de não haver o segurado completado o número mínimo de contribuições 
mensais exigido para esse fim”. O que a lei, na verdade, exige do segurado, especialmente do 
seguro-desemprego, é a permanência do vínculo, durante certo lapso de tempo, e não, 
especificadamente, a contribuição devida nesse período, que pode ou não ter sido vertida, sem 
embargo de seu direito se aperfeiçoar com o passar do tempo. Mais acertado será ver na 
exigência de período mínimo de vinculação, para a concessão de certas prestações, a natural 
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cautela contra tentativas de fraude, pelas quais se intentasse configurar uma filiação, de fato 
não existente, a fim de obter uma prestação indevida. A contagem dos prazos, para que se 
gere o direito ao benefício, é feita a partir da vinculação. A esse respeito é bastante 
esclarecedora a orientação ministerial, derivada de pré-julgado, no sentido de que “perdida a 
qualidade, caducam os direitos a ela inerentes. Por conseguinte, é inadmissível que o ex-
segurado possa desfrutar benefícios próprios de uma situação da qual já não participa ou de 
uma condição que não mais ostenta”. No reingresso no sistema da previdência social, as 
contribuições pertinentes ao direito decaído não elidem a exigência de novos períodos de 
carência, como salientou a autoridade ministerial no processo. É necessário considerar que, 
perdido o status de segurado, se este novamente se vincula ao regime, o tempo de filiação 
anterior será levado em conta, para efeito de carência, após ser mantido o novo vínculo por 
período igual a um terço da carência fixada para a prestação pretendida. 
Tempo computável – para a formação do período de aquisição do direito à prestação, é de se 
levar em conta, a permanência do segurado, vinculado à previdência social, sempre que a lei 
exija. Em determinadas situações jurídicas, o tempo de serviço ou de vinculação se amplia em 
favor do beneficiário. Ainda é computável o tempo de aprendizado profissional em escolas 
técnicas, o de freqüência em escolas técnicas mantidas por entidades privadas, endereçadas 
aos seus empregados aprendizes, e o dos cursos de aprendizagem ministrados pelos 
empregadores aos seus empregados, bem como o realizado em cursos do SENAC ou do 
SENAI, para a formação de trabalhadores menores. 
 
PRESTAÇÕES INDEPENDENTES DE CARÊNCIA 
Certas prestações, contudo, pela natureza do risco a que se referem, tornam dispensável 
qualquer cautela contra a possível fraude e repelem, por outro lado, a possibilidade de 
exigência de períodos de vinculação. Uma delas é a aposentadoria, bem como a pensão por 
morte decorrente das enfermidades ali citadas. Trata-se de doenças de caráter 
excepcionalmente grave, de difícil cura ou de aparecimento súbito, quando manifestadas após 
o ingresso do segurado no sistema (após o dia da vinculação). Essas doenças estão, da 
mesma forma e para o mesmo fim, arroladas no art. 178, III do Estatuto dos Funcionários 
Públicos Civis da União. Cogita-se de previdência, isto é, de cobertura de danos futuros, e não 
de seguridade, que seria a atividade de amparo a qualquer manifestação de necessidade 
decorrente de risco social, a presença do dano no próprio momento da vinculação distorceria a 
finalidade do sistema. Adverte-se ainda, não poder ser a norma interpretada com rigor extremo. 
Só se o segurado, ao vincular-se já acometido de uma enfermidade arrolada, agir de evidente 
má fé, se lhe poderá negar prestação, pois tal não seria justo fazer caso ele desconhecesse 
seu estado mórbido ou ignorasse o diagnóstico exato. A recente legislação revela-se 
progressiva e avançada, ao dispensar de carência a pensão por morte, o auxílio-acidente. 
Excluído o último, antes já isento de carência, nos demais teve-se em consideração que se 
cuida de proteger a família do segurado, que a exigência poderia lançar em situação de 
miséria. Também foram excluídos da imposição de carência o auxílio-doença e a 
aposentadoria por invalidez, nos caos de acidente de qualquer natureza ou causa, bem como 
nos casos em que o segurado, após filiar-se, venha a ser acometido por uma das doenças 
arroladas no art. 151 da Lei n° 8.213. Também escapam à exigência os segurados especiais, 
quando comprovem atividade rural, mesmo descontínua, no período imediatamente anterior ao 
requerimento, de igual número de meses ao da carência do benefício postulado. O serviço 
social e a reabilitação profissional do mesmo modo estão imunes à carência. 
 
OUTRAS DISPOSIÇÕES 
No art.143 da Lei 8.213/91 concede ao trabalhador rural empregado, autônomo ou especial 
(art.11 – VII), a aposentadoria por idade, no valor de um salário mínimo, durante quinze anos 
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contados da vigência da lei, quando comprovem o exercício da atividade rural, mesmo 
descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, em número de 
meses igual à carência da referida prestação. 
 
PRESTAÇÕES SUJEITAS À CARÊNCIA 
As prestações pecuniárias asseguradas pelo RRPS são condicionadas ao cumprimento do 
prazo de doze meses de vinculação, nos casos de auxílio-doença e aposentadoria por 
invalidez, e de cento e oitenta meses, nos demais caos de aposentadoria por idade, tempo de 
serviço e especial. Entretanto, a doença ou a invalidez decorrerem de acidente de qualquer 
natureza, a aposentadoria e o auxílio correspondente, em tais casos, não dependerão de 
nenhuma carência. Do mesmo tratamento gozam as prestações devidas aos segurados 
especiais, que são os cultivadores diretos e pessoais. O segurado, deixando de exercer 
atividade abrangida pela Previdência Social, durante mais de doze meses, deixa de estar a ela 
vinculado, isto é, perde a condição de segurado, não importando por quanto tempo já tenha 
vertido contribuições. Se, após a interrupção, volta a vincular-se, as contribuições relativas a 
vinculação anterior, só serão computados em seu prol após contar, a partir de nova vinculação, 
com um terço, no mínimo, de contribuições exigidas para o cumprimento da carência 
estabelecida para a proteção de que se cogita. 
 
 
TERMO INICIAL DO PRAZO 
A lei manda contar o prazo de carência a partir do dia em que o segurado se vincula ao 
sistema. Para o segurado empregado, bastando ter em conta que a vinculação se têm 
verificada a contar da data em que o empregado passa a exercer atividade econômica. Em 
relação ao segurado autônomo, uma situação injusta e desigual criou-se, distinguindo-se 0nde 
jamais fora admissível se distinguisse. “Tratando-se de trabalhador autônomo, a data a que se 
refere o artigo 64 da Lei n° 3.807, de 1960, em seu § 1°, será aquela em que for efetuado o 
primeiro pagamento de contribuições”.

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