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Analise Critica I - Tecnica de comunicacão escrita

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BLIKSTEIN, Izidoro. Técnicas de comunicação escrita. 22ª ed. São Paulo: Atlas, 2006. 
 
ANÁLISE CRÍTICA 
Mateus Pacheco Braga Evangelista 
 A presente obra, de autoria de Izidoro Blikstein, traz no seu desenvolvimento diversas 
técnicas para que o leitor tenha noções que a coesão e coerência de uma escrita, seja para 
qualquer fonte, é de essencial importância. Sabe-se que na área de comunicação, seja qualquer 
habilitação, o domínio da escrita é sumo para o bom desenvolvimento de trabalhos desses 
profissionais. É necessário que se entenda os diversos fatores que levam o indivíduo a redigir 
uma mensagem coerente, que direcione a real intenção interpretativa para o (s) leitor (es) a qual 
se destina. A partir disso, o autor busca mostrar que essas regras vão além do saber gramatical, 
se tornando necessário um conhecimento, mesmo que básico, de linguística. 
 Por se tratar de um livro técnico, o conhecimento teórico é um ponto não tão 
aprofundado na obra. Os cinco capítulos apresentados seguem uma linha crescente contínua 
que pode ser apresentada de uma forma lógica. Blikstein mostra o leitor um momento prévio, 
transitório e pós-leitura. Todo esse ciclo, apresenta fatos e “ganchos”, como colocado pelo 
próprio, para que a escrita se torne um objeto conciso, objeto, claro e atraente. Nos sexto e 
sétimo capítulos, o autor destaca alguns vocábulos e referências, onde ele destaca, conceitua e 
comenta tais. 
 Logo no primeiro capítulo, Blikstein apresenta um caso que se liga diretamente com o 
título deste, colocado por uma frase de efeito, de estilo popular. Neste capítulo, assim como nos 
demais, o autor busca ser bastante simples nas suas explicações. O que é perceptível é que o 
autor já tem a ideia de que o leitor detém de um conhecimento gramatical prévio e sua obra 
vem como um auxílio para que se sintonize o conhecimento teórico com as práticas técnicas. 
Ao final do capítulo, ele afirma que se não tivermos um bom domínio da escrita, 
acabamos “perdendo o trem”, bem como outras coisas que são muito importantes para as 
situações que possam vir a ocorrer e acaba trazendo a indagação comum a todos, que é a de 
como é escrever bem. Esse questionamento, se liga diretamente ao início do próximo capítulo. 
 A partir do segundo capítulo, o autor começa a traçar as técnicas que norteiam o leitor 
a ter o “segredo” da boa escrita. Assim como ele aponta os erros, em seguida, já dá um 
direcionamento que corrija aquela ação falha. Nesse mesmo capítulo, o autor utiliza de diversos 
esquemas que catalisam a informação explicada anteriormente, deixando de forma mais clara 
para o leitor toda a estruturação que constitui a comunicação escrita, como a geração de uma 
necessidade e/ou ideia, destacada no primeiro pressuposto. 
 O autor destaca, neste mesmo capítulo, os três principais objetivos de uma comunicação 
escrita mais eficaz. Ele as posiciona em um tripé que se constitui em: tornar o pensamento 
comum, produzir resposta e persuadir. Para Blikstein, a gramática não é unicamente suficiente 
para que a comunicação se torne melhor, como descrita no início. Esse processo deve traçar 
metas e estratégias que alcance esses três objetivos maiores, sustentando-as. O processo 
metodológico e teórico é todo descrito no capítulo seguinte, onde ele apresenta uma estrutura 
“tradicional” e detalhada de como todo esse enredo ocorre. 
 O capítulo três, o maior de toda a obra, começa explicando a estrutura básica de uma 
comunicação: remetente – mensagem – destinatário. Esse processo é primordial para que uma 
comunicação, seja ela mínima, possa ocorrer (sem avaliar os possíveis ruídos que ela pode 
trazer). Ao estudar sobre as teorias da comunicação, pode-se elencar diversos pesquisadores 
que dedicaram um tempo de seus trabalhos para analisar os possíveis processos e elementos da 
comunicação. Assim, podemos ter estudos voltados, por exemplo, para a semiótica, que traz a 
ideia dos signos e códigos que se manifestam de diversas formas e constituem um processo 
comunicativo em muitas variáveis. Blikstein detalha todos esses processos, dividindo-os em 
categorias e subcategorias, mostrando ao leitor a importância que cada elemento constitutivo 
apresentado tem para com o processo comunicacional básico, mostrado no início do capítulo. 
O autor atenta, também, a uma questão importante a ser destacada: a interpretação. 
Muitas vezes, as pessoas se deparam com alguma mensagem e interpretam de uma forma que 
não era idealizada pelo remetente. Isso acontece com uma cronicidade, pelo fato das pessoas 
terem sentidos diferentes para certas palavras e frases. Blikstein alerta que, ao redigir qualquer 
mensagem, o remetente deve sempre atentar-se ao público a qual se destina o objeto, tendo uma 
visão bidimensional dos fatos, ou seja, se colocando no lugar de remetente e destinatário. Ele 
destaca, também, a questão da veiculação, ao mostrar regras que são valiosas no processo de 
redação de mensagem para qualquer veículo, seja físico ou digital. 
O quarto capítulo vem como um complemento do capítulo anterior, pois na visão do 
autor, o que foi elencado para a formação e estruturação do processo comunicacional ainda não 
teria uma eficácia completa. Para isso, ele apresenta “ganchos” que auxiliam todos os processos 
apresentados anteriormente, com técnicas que possibilitam o remetente a se assegurar da sua 
redação, prevalecendo os princípios citados no segundo capítulo e os objetivos estruturados em 
tripé, no terceiro. 
Ele enaltece a questão visual, com um modo “limpo”, que facilite a leitura do (s) 
destinatário (s), pois ele reconhece que isso seja um fator de ruídos para a transmissão da 
mensagem. Assim como, mostra a teoria proposta por Marshall McLuhan, considerado um 
precursor nas teorias da comunicação contemporânea, que apresenta elementos mais “frios” 
para uma mensagem, que podem ser contempladas de uma melhor maneira pelo seu (s) leitor 
(es). Já o quinto capítulo, traz um resumo esquemático de todos os capítulos anteriores, 
facilitando a memória do que foi trabalhado de forma mais profunda pelo autor. 
Em uma visão geral da obra, ela se mostra bastante satisfatória para as práticas de 
redação, principalmente na área de comunicação. Cada habilitação trabalha com destinatários 
diferentes, mas que, mesmo assim, buscam uma coisa em comum: entender a mensagem 
transmitida, seja em uma notícia em jornal, aviso no jornal mural ou a linguagem publicitária 
em uma campanha. 
Por ser um livro de técnicas, demonstra uma maior leveza em leitura, não se tornando 
massivo, abstendo-se um pouco das teorias, levando a prática em consideração maior. 
Conhecendo o currículo do autor, é importante salientar o seu desejo em alcançar o objetivo 
transmitido pela leitura, visto que a obra foi resultado de uma visão real que ele tinha em seu 
âmbito profissional. A condução dos capítulos foi bastante lógica, seguindo uma linha 
progressiva de pensamentos e questionamentos com suas devidas respostas, satisfazendo todas 
as áreas de conhecimento na qual a obra foi direcionada.

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