Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Exames laboratoriais na Avaliação de função hepática e renal Prof M. Sc. José Aroldo Filho Nutricionista clínico & Fitoterapeuta Nutricionista Militar –Major Nutricionista da PMERJ Chefe do Serviço de Nutrição do Hospital Central da Polícia Militar (RJ) Diretor do NutMed Cursos de Nutrição Mestre em Ciências Médicas FCM/UERJ Esp. Nutrição Clínica e Fitoterapia –ASBRAN Pós-Graduado em Medicina Ortomolecular UVA Pós-Graduado em Fitoterapia pela FGF Fatores que interferemnos exames laboratoriais Fatores que podem interferirna Interpretação dos resultados PROVAS DE FUNÇÃO HEPÁTICA Principais examesutilizados TGO (Transaminase Glutâmico-Oxaloacética) ou AST (Aspartato aminotranferase) TGP (Transaminase Glutâmico-Pirúvica) ou ALT (Alanina aminotransferase) GGT ou GAMA-GT (Gamaglutamiltransferase) FA ou FOSFATASE ALCALINA BILIRRUBINA TOTAL E FRAÇÕES ALBUMINA TP Qual o primeiro exame a ser avaliado para pesquisa de disfunção? Transaminases Localização dastransaminases Transaminases TGP (transaminase glutâmico-pirúvica) ou ALT (alanina aminotransaminase) Encontrada em altas concentrações apenas no citoplasma do hepatócito, o que torna o seu aumento mais específico de lesão hepática; Atenção: pode estar aumentada em conjunto com a TGO em miopatias (doenças musculares) graves. Indica lesão aguda (presente no citoplasma). Recomendada para rastreamento de hepatites => normalmente elevação importantes nas hepatites virais, mas é menos sensível que a TGO para hepatite alcoólica. Transaminases TGP (transaminase glutâmico-pirúvica) ou ALT (alanina aminotransaminase) Presente no citoplasma => indica lesão aguda! Atenção: geralmente está elevada em obesos, mesmo sem doença hepática ou muscular! => esteatohepatite não alcoólica! Valores de referência: Feminino: até 31U/L. Masculino: até 41U/L Transaminases TGO (transaminase glutâmico-oxaloacética) ou AST (aspartato aminotransaminase) Não é exclusivamente utilizada para a avaliação da integridade dos hepatócitos, já que também é produzida em músculos esquelético e cardíaco, rins, pâncreas e eritrócitos. Nas miopatias a TGO aumenta junto com a CPK e LDH Pode aumentar em infartos renais, grandes tumores, sendo acompanhada, em tais casos, de aumentos de DHL. Pode aumentar nas anemias hemolíticas e no choque Frequentemente está elevada em 20x ou mais na fase aguda das hepatites virais Também se eleva em hepatite alcoólica, e necroses hepatocíticas tóxicas ou isquêmicas. TGO (transaminase glutâmico-oxaloacética) ou AST (aspartato aminotransaminase) Resumindo... TGO não é exclusivamente utilizada para avaliação da integridade dos hepatócitos! É mitocondrial , indica lesão grave! Valores de referência: Feminino: até 32 U/L. Masculino: até 38 U/L. Elevações de TGO/AST Importante! Não esperar grandes aumentosde transaminase na cirrose Parênquima destruído < síntese das transaminases, logo pouca reserva para se elevar em caso de destruição celular! Importante! •Relação TGO/TGP < 1 = sugere doença hépática não- alcoólica • Relação TGO/TGP > 1 = sugere doença hépáticaalcoólica Elevação e declínio rápido de TGO sugere doença biliar extra- hepática Desidrogenase láctica (LDH) • Observada em lesões hepatocelulares de modo geral (menos expressiva do que TGO e TGP). • Útil na diferenciação entre hepatite aguda viral e lesão causada por isquemia ou paracetamol: Elevações de transaminases maiores do que 5 x o limite superior + uma relação TGP/LDH > 1,5 Sugestivo de hepatite viral. Valores de referência: 24-480 U/L • Qual o próximo exame a solicitar para o diagnóstico de icterícia? Bilirrubina total e frações É um exame que pode avaliar ao mesmo tempo lesão hepatocelular, fluxo biliar e função de síntese do fígado. Bilirrubina total e frações A primeira bilirrubina a ser produzida é a bilirrubina indireta (também chamada de bilirrubina não conjugada – vinda da hemólise), que circula no sangue ligada à albumina sérica. Catabolismo do Heme Metabolismo da bilirrubina Bilirrubina total e frações A BI é transportada para o fígado e, no hepatócito, é conjugada ao ácido glicurônico transformando-se em mono e diglicuronídio de bilirrubina (bilirrubina direta). A bilirrubina direta é excretada pelo fígado para a vesícula biliar, fazendo parte da bile. BI = insolúvel em água, afinidade por SNC BD = solúvel em água, afinidade por tecidos elásticos Exame diferencial debilirrubinas Bilirrubina total e frações Icterícias Icterícia pré-hepática Icterícia hepática Icterícia pós-hepática Qual exame avaliar para pesquisa de icterícia colestática? Fosfatase alcalina (FA ouALP) • Presente principalmente em fígado e ossos • Está elevada em: • obstrução canalicular hepática (bom marcador de colestase) • Doenças ósseas (níveis muito elevados na doença de paget) Importante: eleva-se nas metástases hepáticas e ósseas sendo BOM MARCADOR TUMORAL! Fosfatase alcalina (FA ouALP) • Valores de referência: • Recém-nascido: 150–600 U/L. • 6 meses a 9 anos: 250–950 U/L. • 10 a 11 anos: ♀ 250–950U/L; ♂ 250–730U/L. • 12 a 13 anos: ♀ 200–730 U/L; ♂ 275–875 U/L. • 14 a 15 anos: ♀ 170–460 U/L; ♂ 170–970 U/L. • 16 a 18 anos: ♀ 75–270 U/L; ♂ 125–720 U/L. • Acima de 18 anos: 50 a 250 U/L. Qual exame avaliar para pesquisa de lesão hepática por drogas | álcool? GGT ouGAMA-GT (Gamaglutamiltransferase) • Enzima encontrada no fígado, rins, pâncreas, intestino e na próstata significado clínico: refere-se principalmente às doenças do fígado e das vias biliares. • Indicador sensível de colestase, com elevação precoce e duradoura! esteatose hepática GGT melhora do quadro=> valores normalizam x Cirrose hepática valores não normalizam GGT ouGAMA-GT (Gamaglutamiltransferase) • Sua elevação sérica sugere efeito tóxico do álcool e drogas (deve-se afastar as outras causas de elevação!) • Eleva-se em neoplasias primárias ou metastáticas. Valores de referência: 8 a 41 U/L (♀) e 12 a 73 U/L (♂). Quais exames servem para avaliar capacidade de síntese hepática? Albumina Proteína de síntese hepática Valores alarmantes < 1.5 => edema aparece com níveis entre 2 a 2,5g/dl fç hepática se relação Valores de referência: 3,5 a 5,5 g/L só considerar para prova de ALB/GLOBULINA > 1 IMPORTANTE: Não serve para avaliar função hepática em pacientes com SRIS devido à da ALB em resposta à fase aguda Tempo de protrombina(TAP|TP) O fígado sintetiza a maioria dos fatores e inibidores da coagulação. A síntese de protrombina pelo fígado é dependente da vit. K. Na prática clínica, o TP é um método simples, barato e útil na avaliação do conjunto dos fatores de coagulação e, portanto, da síntese hepática. O teste : determina o tempo necessário para a ativação completa da cascata de coagulação, uma vez iniciada pela tromboplastina. Tempo de protrombina(TAP|TP) • INR – o que é? • Em razão das diferenças de sensibilidade dos reagentes utilizados por diferentes fontes, a OMS recomenda uma padronização que utilize uma tromboplastina de referência mundial, a partir da qual se calcula um índice de correção denominado ISI(InternationalSensitivity Index). • Com o ISI, calcula-se o INR(International Normalized Ratio), que é a relação do TP do paciente com o TP do pool normal elevado ao ISI. Valores normais de tempo de protrombina: entre 11,1 e 13,2 seg (comparados em relação ao plasma padrão) Valores de referência para INR: entre 0,9 e 1,1. Perfil nas doençashepáticas 4 1 Proteínas plasmáticas e Fase aguda inflamatória Proteínas Plasmáticas • Importância: Manutenção da pressão oncótica Proteína Plasmática Meia-vida Valores de referência Albumina 14-21 dias 3,5-5,5 g/dl Transferrina 8-9 dias 200-400 mg/dl Pré-albumina 2-3 dias 15,7-29,6 mg/dl Proteína ligadora de retinol 12 horas 2,6-7,6 mg/dl Classificação do estado nutricional Concentração de albuminaConcentração de transferrina Concentração de pré-albumina Adequada >3,5 >200 >20 Depleção leve 3,0-3,5 150-200 10-15 Depleção moderada 2,5-2,9 100-150 5-10 Depleção grave <2,4 <100 <5 PHS: Pressão Hidrostática do Sangue POLI: Pressão Osmótica do Líquido Intersticial PCOS: Pressão Coloidosmótica do Sangue PHLI: Pressão Hidrostática do Líquido Intersticial PHS PCOS POLI PHLI FILTRAÇÃO REABSORÇÃO Líquido intersticial PEF = (PHS + POLI) – (PCOS + PHLI) 4 3 4 4 Reação de faseaguda Reação de faseaguda 45 Reação de faseaguda 46 Reação de faseaguda 47 Reação de faseaguda 48 Proteínas de faseaguda 49 Proteínas de faseaguda 50 Proteínas de faseaguda 51 Proteínas de faseaguda • Fibrinogênio • Para doenças inflamatórias • Inferior a 5mg/L • Para risco cardiovascular • Baixo risco < 1mg/L • Médio risco: 1 – 3 mg/L • Alto risco > 3 mg/L Atenção a unidade mg/L ou mg/dL PROVAS DE FUNÇÃO RENAL Mecanismos reguladores dapressão hidrostática glomerular Oligúria Compostos nitrogenadosnão protéicos Usos diagnósticos dadepuração de creatinina Provas que refletem lesão glomerular grave, lesão tubular ouambas Azotemia pré-renal Azotemia renal Azotemia pós-renal Exame de urina Avaliação da função renal – o quê mudou? Proteinúria Cistatina C Definição e intervençãona falência renal Paciente de alto risco: HAS, DM, fumante e doençasautoimunes Glicosúria Cetonúria Nitritos e Bilirrubina Exame microscópio deurina Eletrólitos O sódio, o potássio e o cloro são eletrólitos típicos encontrados no organismo. Esses são componentes essenciais de fluidos corporais, como sangue e urina e, ajudam a regular a distribuição de água ao longo do organismo além de desempenhar um papel importante no equilíbrio ácido básico. Sódio Hiponatremia Hipernatremia Determinação do sódio Avaliação da capacidadede concentração tubularrenal Potássio Potássio é importante para a saúde do sistema cardiovascular. Auxilia na regulação da pressão arterial e o metabolismo como um todo. Hipocalemia Hipercalemia Distúrbios do cálcio Doença óssea associadaà doença renal OSTEOPOROSE - O diagnóstico é feito mediante densitometria óssea (DMO), onde: Normalidade: DMO com escore T >-1DP; Osteopenia: DMO com escore T -1DP a > -2,5DP; Osteoporose: DMO com escore T <-2,5DP. O escore T corresponde aos valores do pico de massas óssea para jovens, segundo sexo. Risco acentuado de fraturas: DMO <-2,5DP. METABOLISMO DE CÁLCIO VITAMINA D, PTH CÁLCIO SÉRICO (TOTAL E IONIZADO) - Constitui cerca de 1,5 – 2% do peso corporal e 39% dos minerais do corpo humano. Aproximadamente 99% está presente nos ossos e dentes, na forma de hidroxiapatita, sendo o cálcio dos dentes não-permutável. FÓSFORO SÉRICO - A concentração de fósforo sérico é regulada, conforme metabolismo do cálcio, depende da tríade PTH, vitamina D e calcitonina. PARATORMÔNIO (PTH) - PTH, em conjunto com vitamina D e calcitonina, tem por função manter a homeostase de cálcio e fósforo. A homeostase resulta de um equilíbrio entre ingestão alimentar e absorção intestinal em relação à reabsorção tubular renal e à remodelagem óssea regulada por esses hormônios. VITAMINA D - Utiliza-se a 25(OH)D, pois é o único metabólito da vitamina D utilizado para determinar o estado nutricional de vitamina D. Meia vida de 2 a 3 semanas. Consiste na soma da vitamina D ingerida pela dieta e da exposição à luz solar (produção endógena). FOSFATASE ALCALINA ÓSSEA ESPECÍFICA (OE) - Auxilia no diagnóstico diferencial, orientando ainda quanto às avaliações hormonais e bioquímicas específicas a serem realizadas como complementação diagnóstica de doenças ósseas. Cálcio sérico (mg/dL) Total Ionizado 8,8 – 10,2 4,0 – 5,6 Fósforo sérico (mg/dL) 2,7 – 4,5 Fosfatase alcalina OE VR do laboratório PTH (pg/mL) 10 - 65 25(OH) VITAMINA D (pg/mL) 20 – 76 < 20 é insuficiência
Compartilhar