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Farmacologia clínica & Interação Farmaco x Nutrientes Prof. Drª Fernanda Osso Nutricionista Clínica Mestre e Doutora em Fisiopatologia Clínica – UERJ Pós graduada em Medicina Ortomolecular - UVA Ex- Professora do Instituto de Nutrição | Nutrição Clínica – UERJ Professora Pós-Graduação em Terapia Nutricional – UERJ Ex Pesquisadora Pós Doc do LabBioquímica Nutricional - UFRJ Sócia-Diretora e docente NutMed – Cursos de Nutrição VIAS DE ADMINISTRAÇÃO Via Oral • Esôfago: absorção praticamente nula, serve apenas como “tubo de passagem” • Estômago: mucosa gástrica é capaz de absorver alguns medicamentos especialmente se houver retardo no esvaziamento gástrico • Jejuno: medicamentos sofrem a ação das secreções pancreáticas • Íleo: principal sítio de absorção da maioria dos medicamentos Sublingual Vantagens • Fácil acesso e aplicação; • Circulação sistêmica; • Latência curta; • Emergência. • Algumas formas farmacêuticas usadas pela via sublingual: comprimidos, pastilhas, soluções, aerossois etc. Desvantagens • Subst. Irritantes ou sabor desagradável têm pouca aceitação • Necessita colaboração pcte Drenagem para veia cava superior FARMACOCINÉTICA 1. Absorção Farmacocinética - absorção taxa na qual o fármaco deixa seu local de administração Absorção x biodisponibilidade Absorção Biodisponibilidade Quantidade da droga que atinge seu local de ação Influenciada por: - metabolismo de 1ª passagem hepático - circulação entero-hepática Met. 1ª passagem Met. 1ª passagem 2. Distribuição Influências que modificam níveis dessas proteínas Droga ácida Droga alcalina albumina A 1 - GPTN Drogas com maior risco de relevância clínica (ácida) (base) 3. Eliminação Metabolização (biotransformação) + excreção Fármaco Citocromo P 450 Reações enzimáticas Fase I Oxidação Redução Hidrólise Fase II Conjugação com substâncias endógenas Metabólito mais hidrossolúvel excreção Desequilíbrio entre reações de Fase I e II Modificadores de reações de fase I Enzima Indução inibição CYP1A1 - hidrocarboneto do tabaco -indol-3-carbinol (presente nas crucíferas) CYP2B - pesticidas halogenados (ex. DDT) - hidrocarbonetos voláteis (cetonas, xilenos e piridina) - bifenilas poli-halogenadas (PCB e PBB) CYP2E1 - etanol (é a principal forma induzível pelo etanol) - Omega 3 (ratos) - terpenos presentes na laranja e limão CYP3A4 - erva-de-são João - derivados do psoraleno - flavonóides encontrados no suco de toranja (grape fruit) - tiamina, riboflavina e piridoxina CPY1A2 - carnes grelhadas no carvão - vegetais crucíferos - Suco de toranja Modificadores de reações de fase II Sulfatação (SULTs) dietas ricas em café, chocolate e vinho tinto, bem como metais tóxicos (mercúrio e chumbo) Metilação alcoolismo, tabagismo, dietas hiperlipídicas por longo período, mercúrio e chumbo Conjugação com glutationa tabagismo, DPOC, inflamação, Diabetes Quais os prejuízos do desequilíbrio entre fase I e fase II? 4. Excreção Farmacocinética - excreção Outras vias: pulmões suor saliva lágrimas Leite materno Bile e fezes medicamento ou metabólitos Acúmulo Interação fármacos x Nutrientes Consequências da interação • Benéficas • Adversa • Sem significado clínico Fatores de risco para interações FATORES DE RISCO PARA INTERAÇÃO Vômito Diarréia Hipocloridria atrofia de mucosa alteração da motilidade má absorção CÂNCER – 83.3% usou ao menos 1x medicina alternativa. – 62,6% usou vitaminas e fitoterápicos, sendo maior o uso em mulheres jovens – Pacientes em quimioterapia: 91% dos pacientes relataram usar pelo menos 1 forma de medicina alternativa (massagem, dietas, fitoterapia) J Clin Oncol (2000) 18, 2505–14. Support Care Cancer (2005) 13, 806–11 INTERAÇÕES FARMACOCINÉTICAS Interação na absorção INTERAÇÕES NA ABSORÇÃO bloq. H2 (cimetidina, ranitidina) e IBP (omeprazol) abs B12, Fe, Ca, Mg, Zn sulfassalazina(antiinfl), trimetropim e pirimetamina(ATB) abs folato. ciprofloxacino e tetraciclina (ATB) complexa com Ca e impede abs. Redução 36% - leite Redução 47% - iogurte Ingerir a droga com alimentos ajuda ou atrapalha? Recomendação: ingestão da droga pelo menos 30 min antes do café da manhã com água ou 2h após refeições . alendronato, risedronato, ibandronato alimento Até60% menos absorvido Pp café e suco de laranja INTERAÇÕES NA ABSORÇÃO Redução 40 - 50% da absorção com alimento Ácido acetil salicílico Aumenta absorção na presença de alimento cefuroxime saquinavir hidralazinha propanolol Metformina x B12 • Até 30% de usuários de metformina podem apresentar baixos níveis séricos de B12. • Na prática, questiona-se se os níveis intracelulares também acompanham a redução sérica – avaliar AMM e Hcys Mecanismo de interação: redução da absorção intestinal da B12 mediada pelo cálcio. Tto: 1200 mg de cálcio/dia ou 500 a 800mcg B12 sublingual/dia Bauman W et al, Diabetes Care. 2000;23(9):1227-1231. Interações no metabolismo INTERAÇÕES NO METABOLISMO • metotrexato (antineoplásico) • pirimetamina(ATB) • Fenobarbital e Fenitoína (anticonvulsivantes): aumentam metabolismo da vit D e ácido fólico Atenção: Repor folato na forma ativa – 5-MTHF ATENÇÃO: Administração de ácido fólico nestes doentes [ ] séricas de vit B12. Recomendação: Associação sistemática de ácido fólico e vit B12 desde o início de qualquer tipo de tratamento anticonvulsivante! inibem diidrofolato redutase INTERAÇÕES NO METABOLISMO anticoagulantes cumarínicos (varfarina) antag. Vit K ANTAGONISTAS CUMARÍNICOs: abacate, erva de são João e coenzima Q 10. Atenção: Não restringir vit K, manter 1mcg/kg peso e acompanhar INR Dietas hiperproteicas: – ↓ met. de 1ª passagem hepática do propanolol – refeições HIPERPROTEICAS (>2g/kg/dia) ou ricas em AA aromáticos reduzem absorção intestinal e na BHE de levodopa. Interações no METABOLISMO Conduta nutricional para levodopa atualmente (sinemet ® ; Cronomet®, prolopa®) Desnutrição é achado frequente nesses pacientes • Fase inicial da doença: Não há necessidade de restrições dietéticas • Fase avançada: pacientes podem apresentar flutuações motoras. Não restringir proteína da dieta, apenas concentrá-la após às 18h Muito importante: Respeitar o intervalo entre medicação e refeição – 30 min antes ou 1h após Paré S. et al Am J Clin Nutr 1992; IMAO antidepressivos, furazolidona(antimicr), procarbazina(antineopl) desaminação de tiramina histamina, serotonina taquicardia, dores no peito, dor na região occipital casos mais graves: hemorragia intracraniana, arritmias e insuficiência cardíaca Interações no METABOLISMO Alimentação x IMAO PROIBIDOS PERMITIDOS curados: parmesão, edam, emmental, suíço, pecorino, canastra Meia cura : cheddar, Gouda, Gruyere, coalho Azuis: gorgonzola, roquefort Quanto mais duro, pior! Moles/frescais - minas - ricota - cottage - cream cheese - mascarpone -mussarela e prato PROIBIDOS PERMITIDOS Embutidos, defumados, todos conservados fora de geladeira (salame, linguiça, mortadela, pastrami, paio) Carne seca Atenção: o armazenamento fora de refrigeração ↑ conteúdo vasopressor Carnes frescas com adequada conservação Alimentação x IMAO PROIBIDOS PERMITIDOS Chope Cerveja* (2 latas ou “long neck”/dia) Vinho tinto ou branco (4 taças/dia) Café (com moderação) *incluindo sem álcool PROIBIDOS PERMITIDOS Soja e derivados (shoyo, tofu etc) Feijão de fava Chucrute Extratos de levedura concentrados Casca de banana “leite” de soja Chocolate (com moderação) Frutas e vegetais todos liberados Adaptado de Moreno,R. e cols.,1999 Considerações importantes • Manter restrições alimentares por 15 dias após suspensão da droga IMAO. • Reforçar ao paciente que o consumo sem ocorrência de sintoma não o “libera” para novo consumo HAS pode ser assintomática conteúdo de tiramina é muito variável nas amostras Interação na excreção INTERAÇÃO NA EXCREÇÃO Fibrasexcreção de compostos lipossolúveis | p. ex: digoxina depletam Na, K, Mg, Zn, Cl e Ca Diuréticos de alça (furosemida) depletam Na, K, Mg, Zn, Cl. reabsorção renal de Ca!!! diuréticos tiazídicos (HCTZ) hiperglicemia é efeito colateral fernandaosso@nutmed.com.br @fernandaosso_nutri
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