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Nutrição Clínica e Terapia nutricional Prof M. Sc. José Aroldo Filho Nutricionista Mestre em Ciências Médicas FCM/UERJ Especialista em Nutrição Clínica - ASBRAN Pós-Graduado em Medicina Ortomolecular UVA NUTRIÇÃO NA REUMATOLOGIA Os distúrbios reumáticos são habitualmente crônicos e não têm nenhuma cura conhecida, porém podem se manifestar na forma de episódios agudos de duração curta ou intermitente. Os distúrbios artríticos crônicos estão associados a períodos alternados de remissão sem sintomas e crises com agravamento dos sintomas, que ocorrem sem nenhuma causa identificável. Os fatores de risco incluem lesão articular repetitiva suscetibilidade genética e fatores ambientais, sobretudo tabagismo. O sexo é um fator, visto que as mulheres são mais suscetíveis do que os homens à maioria das doenças reumáticas; a relação entre mulheres e homens varia de 3:1 para a Artrite Reumatóide (AR) até 9:1 para o Lúpus (LES) e a Síndrome de Sjögren (SS). Somente na gota é que ocorre claro predomínio dos homens sobre as mulheres. Recentemente, uma análise de transcriptomas das concentrações de RNA mostrou que as mulheres saudáveis exibem um “perfil pró-inflamatório”, sobretudo para o desenvolvimento de AR. A Nutrição tem um vínculo importante relacionado ao processo inflamatório, dividido em duas fases: (1) Presença, em concentrações adequadas, de fatores que favoreçam a liberação e a formação de leucotrienos anti-inflamatórios tipo B2, B3 e menor concentração de leucotrienos pró- inflamatórios tipo B4 PRODUÇÃO DE MEDIADORES DE LIPÍDEOS BIOATIVOS A PARTIR DE AGPI ÔMEGA-3 E ÔMEGA-6 ÁCIDO EICOSAPENTAENOICO EPA (20:5, ômega-3) Tromboxano A3: Vasoconstritor fraco e agregador fraco das plaquetas Prostaciclina PGI3: Vasodilatador e antiagregante plaquetário fraco Leucotrieno B5: Indutor fraco da inflamação e agente quimiotático fraco Resolvinas da série E (RvE1 e 2): promovem a resolução da inflamação ÁCIDO ARAQUIDÔNICO (20:4, ômega-6) Tromboxano A2: Vasoconstritor e potente agregante plaquetário Prostaciclina E2: Vasodilatador e antiagregante plaquetário Leucotrieno B4: Indutor da inflamação e potente indutor da quimiotaxia e adesão dos leucócitos ÁCIDO DI-HOMO-GAMA-LINOLÊNICO DGLA (20:3, ômega-6) Tromboxano A1: Anti-inflamatório e redutor da dor Prostaglandina E1: Vasodilatador, inibe a função dos monócitos e neutrófilos, antiagregante plaquetário Leucotrieno B3: Efeitos pró-inflamatórios muito fracos Ácido docosa-hexaenoico DHA (22:6, ômega-3) Resolvinas da série D (RvD 1 a 6): promovem a resolução da inflamação, analgésicos, reduzem o recrutamento e a ativação dos leucócitos, diminuem a produção de IL-1 e TNF Protectina 1 (PD1) e Maresina 1 (MaR1): promovem a resolução da inflamação (2) Em toda resposta inflamatória existe a liberação de radicais livres, como uma forma final do ciclo químico do processo inflamatório, como por exemplo, a via da mieloperoxidase, com ação de neutrófilos controlando o processo infeccioso. Em processos inespecíficos e sem infiltração de agentes infecciosos, como nas doenças autoimunes, o estresse oxidativo poderia promover degeneração crônica da articulação. DIETA ANTI-INFLAMATÓRIA A dieta anti-inflamatória, uma dieta que se assemelha à dieta Mediterrânea, tem sido útil para o tratamento de doenças inflamatórias, como AR. Embora essa dieta não seja planejada para a perda de massa corporal, os indivíduos que a seguem frequentemente perdem massa corporal. A mudança dos hábitos dietéticos para uma dieta mediterrânea diminui o estado inflamatório em indivíduos saudáveis bem como em pacientes com obesidade, doença cardiovascular e doença de Crohn. A dieta anti-inflamatória atua por meio de redução da expressão dos genes envolvidos no processo inflamatório, como IL-1, IL-6 e TNF-α. USO DE PUFAS NA MODULAÇÃO DO PROCESSO INFLAMATÓRIO Linhaça (Linum usitatissimum L.) Parte usada: sementes. Padronização/Marcador: ácidos graxos (W3-ALA). Indicações/Ações terapêuticas: Considerada um alimento funcional, a linhaça possui propriedades anticancerígenas, antioxidantes e anti- inflamatórias. Via de Administração: Oral 16 Posologia: Dose Diária: 1 colher de semente triturada duas vezes ao dia ou 500mg de óleo de linhaça, uma a três vezes ao dia junto às refeições, como fonte de W3-ALA. Para tratamento de doenças reumatológicas, a modulação ocorre em doses superiores a 5g de óleo/dia. 17 USO DE ÔMEGA 3 (EPA E DHA) A suplementação de ácidos graxos poliinsaturados ômega 3 influencia o equilíbrio das respostas imunes por influenciar a síntese de citocinas e mediadores inflamatórios. Os LCPUFAs W3 são importantes componentes estruturais das membranas celulares,contribuindo para a sua fluidez e permeabilidade, a atividade de enzimas ligadas e dos receptores, a transdução de sinal e a regulação da expressão dos genes. O EPA pode ser transformado em eicosanoides (prostaglandinas, prostaciclinas, tromboxanos, leucotrienos e prostanoides), que participam na regulação da pressão arterial, da função renal, coagulação sanguínea, reações inflamatórias e imunológicas, entre outras funções em tecidos. Prímula (Oenothera biennis L.) Parte usada: sementes. Padronização/Marcador: ácidos graxos (W6-GLA; linoléico). Derivado vegetal: óleo. Indicações/Ações terapêuticas: anti-inflamatório (dermatite, psoríase, esclerose múltipla, TPM, menopausa, artrite reumatoide) Via de Administração: Oral 20 Posologia: - Cápsulas contendo 500mg de óleo (7 – 8% de W6- GLA / 60% linoleico); 1 – 6x ao dia. - Contraindicações: precaução em pacientes em uso de drogas fenotiazídicas (antiepiléticos, ticlopina, AAS e AINEs). 21 Borragem (Borrago officinalis) Parte usada: semente Padronização/Marcador: ácido gama-linolênico Derivado de droga vegetal: óleo essencial Posologia: - Dose Diária: 500mg, duas vezes ao dia junto às refeições. O fator de correção é em 25% do peso da cápsula (500mg de óleo = 125mg de W6-GLA). - Contraindicações: precaução em pacientes em uso de drogas fenotiazídicas (antiepiléticos, ticlopina, AAS e AINEs). 23 OSTEOARTRITE (OA) Doença com envolvimento global da articulação (osso subcondral, ligamentos, cápsula articular, membrana sinovial e músculos periarticulares). O desfecho clínico e patológico de uma variedade de eventos biológicos e mecânicos levam à falência estrutural e funcional das articulações sinoviais. A doença é causada por fatores mecânicos locais aberrantes atuando no contexto de uma suscetibilidade genética. Os fatores de risco que aumentam a vulnerabilidade à doença são envelhecimento, sexo feminino e possíveis deficiências nutricionais. Estes fatores em indivíduo geneticamente suscetível (herança poligênica, mas ainda não bem esclarecida) associado a fatores de risco locais, tal como desvios de eixo articular, fraqueza muscular ou alterações estruturais intra-articulares, como lesões meniscais, facilitam a progressão da doença. As eventuais injúrias do dia-a-dia pelas atividades de lazer ou trabalho e a obesidade aumentaram as possibilidades reais de incidência e progressão da doença. Dor articular é o sintoma maior da osteoartrite e está associado ao uso da articulação envolvida. Nos estágios iniciais é aliviada pelo repouso e na evolução da doença ocorre mesmo no repouso. A persistência da dor, mesmo em repouso leva à alteração de função e incapacidades progressivas que, associados à depressão e distúrbios dosono pela presença de dor, são aspectos adicionais para piora da incapacidade. O tratamento da osteoartite é multidisciplinar e envolve a participação de educadores, nutricionistas, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e médicos (em geral reumatologistas, generalistas, geriatras e ortopedistas). Os objetivos do tratamento são: reduzir a dor, manter a função, melhorar a qualidade de vida, prevenir ou retardar a progressão para o dano estrutural articular e retardar ou evitar a artroplastia. Controle do Peso e Adiposidade O excesso de peso coloca uma carga adicional sobre as articulações submetidas à descarga de peso. Estudos epidemiológicos têm mostrado que a obesidade e as lesões são os dois maiores fatores de risco para a OA. O risco de OA do joelho aumenta com o aumento do IMC. Controlar a obesidade pode reduzir o impacto da OA, tanto para prevenção da doença quanto para melhora dos sintomas. Uma dieta bem equilibrada, que seja consistente com as diretrizes dietéticas estabelecidas e que promova a aquisição e manutenção de um peso corporal desejável, é uma parte importante do tratamento nutricional clínico para a OA. Tratamento Nutricional Vitaminas e Minerais Aponta-se que os danos cumulativos aos tecidos mediados pelas espécies reativas de oxigênio são o caminho que leva a muitas das alterações degenerativas observadas com o envelhecimento. No entanto, grandes doses de antioxidantes dietéticos – incluindo a vitamina C, tocoferóis (vitamina E), β-caroteno e selênio – não mostraram nenhum benefício no manejo da OA sintomática. Muitos pacientes com OA consomem níveis deficientes de cálcio e vitamina D. Está sendo estudado o papel dos baixos níveis séricos de vitamina D na progressão da OA. A melhora na ingestão, atingindo no mínimo a ingestão diária recomendada, é importante. A entrevista e o aconselhamento nutricional abrangente devem incluir a determinação das fontes aceitáveis de todos os nutrientes para o paciente com OA, bem como a suplementação da dieta para alcançar os níveis recomendados, com atenção especial à vitamina B6, à vitamina D, à vitamina K, ao folato e ao magnésio. Terapias Alternativas De acordo com a Arthritis Foundation (AF), a S-adenosil- L-metionina (SAM-e) também se mostrou promissora na redução da dor e melhora da mobilidade em indivíduos com OA, em doses de 600 a 1.200 mg/dia; entretanto, não deve ser utilizada sem a supervisão de um médico. Glucosamina e Condroitina A glucosamina tem produzido benefícios consistentes, incluindo uma melhora de mais de 50% no escore de sintomas em pacientes com OA. Em alguns casos, a glucosamina pode ser igual ou superior ao ibuprofeno. Juntos, a glucosamina e a condroitina estão em terceiro lugar entre os produtos nutricionais mais vendidos nos Estados Unidos. Uma dose de 1.500 mg de glucosamina (500 mg, três vezes ao dia) com 1.200 mg de condroitina (400 mg, três vezes ao dia) resultou em alívio estatisticamente significativo da dor em um pequeno subconjunto de participantes que tinham dor moderada a grave, mas não naqueles que apresentavam dor leve. Uma pesquisa analisou a ação da glicosamina e condroitina isoladas e dadas em conjunto, sobre o osso subcondral humano. A condroitina demonstrou um efeito direto ao limitar a produção de OPG (osteoprotegerina) e RANKL (ligante do receptor do ativador do fator nuclear Kappa B), dois dos fatores mais importantes envolvidos no processo de remodelação óssea. Doses terapêuticas: sulfato de glicosamina .................................500 mg sulfato de condroitina ..................................400 mg Posologia: duas a três vezes ao dia. A glicosamina reduziu significativamente a atividade de reabsorção óssea. A combinação de condroitina e glicosamina resultou em uma acentuada redução na atividade de reabsorção óssea. METILSUFONILMETANO (MSM) É a forma oral do dimetilsulfóxido (DMSO). Utilizado em doenças reumáticas, terapia antioxidante e anti-envelhecimento. Alto poder analgésico. Pode ser utilizado em GEL por via oral a 50%, ou em doses de 500mg duas a três vezes ao dia (MÁXIMO DE 1500mg). Acredita-se que o MSM alivia a dor por diversos mecanismos de ação. Pode inibir a transmissão de impulsos da dor ao longo das fibras nervosas do tipo C, aumentar o fluxo do sangue, e reduzir os espasmos musculares. Colágeno tipo II (UCII) UC-II® é um colágeno do tipo II, não-desnaturado, derivado da cartilagem de frango. É fabricado através de um processo de produção patenteado, não-enzimático, à baixas temperaturas, o que garante a obtenção de um colágeno puro, sem alteração molecular, com atividade biológica inalterada. UC-II® é o único produto deste tipo disponível em doses convenientes de 40 mg, uma vez ao dia. Publicado em pesquisa clínica que mostra que UC- II® é mais do que duas vezes eficaz do que glucosamina + condroitina na promoção conjunta de conforto, mobilidade e flexibilidade das articulações. Estudo randomizado e duplo-cego avalia a eficácia e segurança da suplementação com colágeno tipo II não-desnaturado no tratamento da osteoartrite dos joelhos. O tratamento com UC-II® é mais eficaz na redução dos parâmetros relacionados à osteoartrite quando comparado à glucosamina+ condroitina; Os parâmetros "dor na caminhada em superfície plana", "dificuldade em andar sobre superfície plana", "realizar tarefas domésticas pesadas" e “subir escadas” reduziram significativamente nos pacientes suplementados com UC-II® ; Ambos os grupos de tratamento apresentaram redução dos parâmetros da escala VAS (“dores ao subir e descer escadas”, “dores noturnas” e “dores no descanso”). A suplementação com UC-II® foi mais eficaz na redução das dores nos pacientes, apresentando 40% de decréscimo nos parâmetros analisados versus 15% da glucosamina + condroitina; A suplementação com UC-II ® diminuiu significativamente a dor nas articulações, o desconforto e a imobilidade comparada ao início do estudo e superou os resultados da combinação de condroitina + glucosamina; Os possíveis efeitos adversos relatados pela suplementação com UC-II® foram constipação e dores de cabeça. Para o grupo suplementado com glucosamina + condroitina foram relatados inchaço, dores no estômago, erupções, retenção hídrica, urticária e dores de cabeça. Dose usual = 40mg/dia (fracionar em duas doses de 20mg). FITOTERÁPICOS DE APOIO ANTIINFLAMATÓRIO Harpagophytum procumbens Planta trepadeira africana da família Pedaliaceae Uso tradicional: alívio de dores articulares e anti- inflamatória em casos de bursite, artrite e tendinite Rica em óleos essenciais (ftalida n-butildileno), ácido ferrúlico, cumarinas e fitoesteróis. Atividades: - Anti-inflamatória; - Antirreumática; - Analgésica; - Hipotensora; - Laxativa. Efeitos adversos: desconforto gastrointestinal, diarréia, dor epigástrica e interações com medicações antiarrítmicas. Formas farmacêuticas mais utilizadas: - Extrato seco; - Infuso; - Tintura; - Extrato fluido; - Decocto. 51 Padronização e doses posológicas usuais: - Extrato seco padronizado (mínimo 3% de harpagozídeo): 100 – 200mg 3x/dia; - Extrato seco (3:1): 2-3g (dividir em 3 tomadas); - Tintura (1:5): 0,5-1,0mL, 3x/dia; - Extrato fluido (1:1): 10-30 gotas, 3x/dia; - Infusão (4,5g em 300mL): 3 xícaras/dia. 52 Precau•ções: - Contraindicado em pacientes com úlceras digestivas, cólon irritável e litíase biliar; - Contraindicado em gestantes e nutrizes; - Uso em cautela em pacientesem tratamento com antiarrítmicos ou glicosídeos cardiotônicos; - Uso descontinuado antes de procedimentos cirúrgicos ou dentários (14 dias); - Interage com AAS, AINEs, antiarrítimicos, anticoagulantes, varfarina e cardiotônicos. 53 Extrato insaponificado de abacate e soja (Piascledine®) O extrato insaponificado de abacate e soja, além de inibir a metaloproteinases 3-13 e prostaglandinas E-2, promove o reparo da cartilagem atuando nos osteoblastos subcondrais. Foi realizada revisão sistemática que incluiu quatro ensaios clínicos randomizados (três usaram 300 mg/dia e um utilizou 600 mg/dia). O único estudo de longa duração (dois anos) não conseguiu demonstrar nenhum efeito estrutural do medicamento. Posterior análise do subgrupo com comprometimento mais grave foi demonstrada uma redução na progressão da diminuição do espaço articular. ALTO CUSTO!!!!!! ARTRITE REUMATÓIDE (AR) Doença inflamatória crônica, de etiologia desconhecida, com importante participação do sistema imunológico na perpetuação da inflamação. Característica principal : sinovite que envolve principalmente as articulações periféricas, de forma simétrica e persistente, podendo causar deformidades e incapacitação. Pode promover comprometimento articular e extra- articular. O envolvimento articular pode gerar várias conseqüências: -acometimento de articulações de pés e mãos, gerando limitação da habilidade de fazer compras, preparo e consumo de alimentos; -comprometimento temporomandibular que pode impactar a habilidade de mastigar e deglutir; - manifestações extra-articulares como aumento da taxa metabólica, xerostomia, disfagia, anorexia, alterações em mucosa GI. Comprometimento articular O comprometimento articular é uma poliartrite simétrica e aditiva, que envolve principalmente as articulações periféricas, com períodos de exacerbações e remissões, porém, torna-se, na maioria das vezes, crônico e deformante. Embora possa comprometer todas as articulações, as mais frequentemente acometidas são as pequenas articulações das mãos e pés, joelhos, tornozelos cotovelos e ombros. Caracteristicamente, o paciente apresenta rigidez matinal prolongada, acima de uma hora, que pode ser uma das manifestações iniciais da doença. As articulações se apresentam edemaciadas, com dor à movimentação e à palpação, com discreto aumento de temperatura, geralmente, sem eritema. Comprometimento extra-articular Os nódulos reumatóides são encontrados em 20% a 30% dos pacientes, com localização preferencial em superfícies extensoras dos braços e cotovelos Podem ser encontrados em qualquer parte do corpo, inclusive em alguns órgãos internos, como o pulmão e olho. DIAGNÓSTICO Não existe nenhum exame laboratorial específico para o diagnóstico da AR. O diagnóstico é estabelecido, de acordo com a avaliação clínica, laboratorial e radiográfica. Critérios de classificação do Colégio Americano de Reumatologia, de 1987. A presença de pelo menos quatro dos sete critérios, abaixo relacionados, tem sensibilidade de 91% e especificidade de 89%. 1. Rigidez matinal (> 6 semanas) Rigidez matinal nas articulações das mãos com duração de pelo menos uma hora. 2. Artrite de três ou mais regiões articulares (> 6 semanas) Pelo menos três regiões articulares com edema ou derrame articular observado por médico. As 14 regiões são: IFP, MCF, punhos, cotovelos, joelhos, tornozelos, MTF (D e E). 3. Artrite em articulações das mãos (> 6 semanas) Pelo menos uma região com edema ou derrame em punhos, MCF ou IFP. 4. Artrite simétrica (> 6 semanas) Acometimento simultâneo das mesmas regiões (como definido em 2) em ambos os lados. Acometimento bilateral de MCF, IFP ou MTF é aceitável mesmo sem absoluta simetria. 5. Nódulo reumatóide Nódulos subcutâneos, sobre saliências ósseas ou superfícies extensoras ou em regiões justarticulares, observados pelo médico. 6. Fator reumatóide sérico Encontro de quantidades anormais de fator reumatóide sérico, por qualquer método cujo resultado seja positivo em menos de 5% dos indivíduos normais. 7. Alterações radiográficas Alterações radiográficas típicas da AR incluem erosões ou descalcificações ósseas nas articulações acometida ou mais marcadamente nas áreas adjacentes a estas. TRATAMENTO Os objetivos do tratamento da artrite reumatóide são o de diminuir a dor, melhorar ou preservar a função articular e principalmente o de impedir a progressão da lesão articular. Infelizmente, até o momento poucas drogas têm mostrado ser efetiva neste sentido. Na falta de medicação que seja capaz de estacionar a evolução, devemos procurar pelo menos diminuir a velocidade da evolução da doença, ou seja, retardar a progressão da lesão articular. •Energia Não foram determinadas medidas objetivas das reais necessidades energéticas para esta população. É importante lembrar que o efeito real da resposta inflamatória sobre a taxa metabólica é desconhecido e pode variar de indivíduo para indivíduo •Proteína Os pacientes com AR tendem a ter uma maior proteólise em todo o corpo (independentemente da idade) pela produção de fator de hormônio do crescimento, glucagon e TNF-α. Podem ser necessários 1,5 a 2 g/kg/dia de proteína. TERAPIA CLÍNICA NUTRICIONAL •Lipídios As dietas com restrição de gordura (incluindo o uso de substitutos com baixo conteúdo de gordura) levam a redução nos níveis séricos de vitaminas A e E e, na verdade, estimulam a peroxidação lipídica e a produção de eicosanoides, agravando a AR. A dieta anti-inflamatória, com maiores quantidades de ácidos graxos ω-3, pode reduzir a atividade inflamatória, aumentar a função física e melhorar a vitalidade de pacientes com AR. EFEITOS DIETÉTICOS E AGUDIZAÇÃO/REMISSÃO DE SINTOMAS Alergia alimentar vista em 30% dos pacientes com AR, como leite de vaca e derivados; Aminoácidos L-canavanina, presente na alfafa e soja indutor de anticorpos anti-DNA e quadro semelhante ao Lúpus; Chocolate, álcool, morango, carne de porco, tomate, salsicha e espinafre estímulo à secreção de histamina e aminas vasoativas agravantes de quadro de AR; Café (liberação de epinefrina e norepinefrina) e frutas cítricas (fenilefedrina) possíveis desencadeadores de crises. Vitamina C e zinco síntese de colágeno e uso no tratamento de AR Zinco modula a resposta imunológica de linfócitos T, cicatrização e efeitos antiinflamatórios (efeito benéfico em AR); Ácidos graxos W-3 Efeitos antiinflamatórios e atenuação de sintomas de AR. Alimentos comuns que causam mudança real na atividade de doença: milho, trigo, bacon, laranja, aveia, centeio, leite, ovos, carne bovina e café. A presença de concentrações elevadas de anticorpos dirigidos contra antígenos de determinadas espécies de bactérias intestinais aponta para uma relação entre as bactérias e a artrite. Os mecanismos pelos quais a microbiota pode estar envolvida na patogenia das doenças reumáticas incluem alteração da permeabilidade epitelial e da mucosa, perda da tolerância imune aos componentes da microbiota nativa e fluxo de células imunes ativadas e material antigênico para as articulações. Algumas infecções bacterianas foram relacionadas com o desenvolvimento de artrite reativa, mais amplamente documentadas a partir da infecção por Streptococcus pyogenes, uma bactéria betahemolítica do grupo A que é a causa da infecção faríngea estreptocócica. Microbiota e Artrite Reumatóide Microbiota e Artrite Reumatóide FITOTERÁPICOS DE APOIO ANTIINFLAMATÓRIO Boswellia serrata Pequena árvore decídua de Norte da África e Oriente Médio, da família Burseraceae. Uso tradicional: anti-inflamatória e antiartrítica, analgésia e hipocolesterolêmica. Rica em ácidos boswélicos, arabinose e óleos essenciais. Atividades: - Antiinflamatória (Inibidor da 5-lipoxigenase); - Antiartrítica; - Analgésica; - Melhora fluxo sanguíneo articular. Efeitos adversos: Pertubações gástricas leves. Uso não tradicional: psoríase e impotência sexual. Posologia: - ESP 60% ácidos boswélicos; 400mg 3x/dia. - Contraindicações: abortiva. Não recomendada da gestação e lactação. 79 FIBROMIALGIA A fibromialgia é uma das doenças reumatológicas mais frequentes, cuja característica principal é a dor musculoesquelética difusa e crônica. Além do quadro doloroso, estes pacientes costumam queixar-se de fadiga, distúrbios do sono, rigidez matinal, parestesias de extremidades, sensação subjetiva de edema e distúrbios cognitivos. É frequente a associação a outras comorbidades, que contribuem com o sofrimento e a piora da qualidade de vida destes pacientes. Dentre as comorbidades mais frequentes podemos citar a depressão, a ansiedade, a síndrome da fadiga crônica, a síndrome miofascial, a síndrome do cólon irritável e a síndrome uretral inespecífica. A fibromialgia é uma síndrome primariamente pesquisada e tratada por reumatologistas principalmente por envolver um quadro crônico de dor musculoesquelética. Frequentemente estes pacientes requerem um acompanhamento multidisciplinar com o objetivo de alcançar uma abordagem ampla e mais completa de seus sintomas e comorbidades. TERAPIA CLÍNICA NUTRICIONAL O apoio nutricional é dependente do estado nutricional do paciente. Verificar a possibilidade de alergias (FOOD DETECTIVE? IMUPRO? Dosagens de IgE e IgG) e intolerâncias alimentares (intolerância à lactose?, disbiose?). COENZIMA Q10 (Ubiquinona ) É fonte de energia e participa em praticamente todos os processos metabólicos, podendo ser empregado como suplemento em patologias associadas a sintomas inespecíficos, como astenia, adinamia, apatia, fadiga, etc. Os pacientes portadores de fadiga crônica, associada à fibromialgia, por deficiência mitocondrial - denominada de miopatia mitocondrial e com predominância no sexo feminino - se beneficiam com o uso de coenzima Q10, isolada ou associada a carnitina e vitamina B 12. Empregam-se doses de 50 a 150mg/dia, junto às principais refeições, com o objetivo de aumentar a atividade imunológica e síntese de ATP. Associar : Vitamina B12 .....100mcg Acetil-L-carnitina .....100mg. GOTA Distúrbio do metabolismo das purinas no qual níveis anormais de ácido úrico se acumulam no sangue (hiperuricemia). Como conseqüência, os sais de urato se formam e se acumulam nas articulações. A doença, que normalmente ocorre após os 35 anos, é caracterizada por dor artrítica que está usualmente localizada num ataque súbito de dor, principalmente nos pés que irradiam para as pernas. A gota é tratada com drogas que inibem ou eliminam a síntese de ácido úrico. A probenecida e a sulfimpirazona diminuem os elevados níveis de ácido úrico no sangue aumentando a eliminação através dos rins. O alopurinol inibe a produção de ácido úrico. Podem ser utilizados também a indometacina ou fenilbutazona. Os AINEs são favoráveis a menos que seus efeitos colaterais sejam também perturbadores. O ácido úrico é derivado do metabolismo das purinas que constituem as nucleoproteínas. Deve-se estimular o consumo de líquidos (~3L por dia) para ajudar com a excreção de ácido úrico e minimizar a possibilidade de formação de cálculos. As gorduras diminuem a excreção de urato, logo, as diretrizes recomendam dietas com pobre teor de lipídeos. Não é recomendado o uso de bebidas alcoólicas, pois o etanol aumenta a produção de ácido úrico. • A acidose láctica secundária à intoxicação alcoólica aguda pode reduzir a excreção renal de ácido úrico; • O metabolismo do etanol estimula a produção hepática de purina; • O etanol inibe a conversão do alopurinol (hipouricemiante) em seu metabólito ativo, o oxipurinol; • Baixa adesão de etilistas crônicos a dietas e tratamento de longo prazo. DIETA DE CINZAS A ingestão dietética pode influenciar a acidez ou a alcalinidade da urina. Tem sido demonstrado que o excesso de proteína na dieta (particularmente de aminoácidos contendo enxofre, tais como metionina e cisteína) e cloro, fósforo e ácidos orgânicos são as fontes principais de carga ácida na dieta. Quando essas proteínas animais, tais como carne e queijo, são consumidas concomitantemente com outros alimentos produtores de ácido e não são equilibradas com alimentos produtores de álcali, como frutas e vegetais, há um risco aumentado de acidose crônica. A acidose (que não deve ser confundida com acidemia) tem sido ligada a doenças crônicas inflamatórias relacionadas, tais como urolitíase, hipertensão, resistência à insulina, função imunológica baixa e osteoporose. EVITAR PRIORIZAR Quantificação do teor de purinas de dieta Alimentos a serem omitidos – alto teor de purinas (100 – 1000mg/100g alimento) Anchovas Arenque Caldo Carne de ganso Cavala Coração Extratos de carne Levedura Mexilhões Miolos Ova Pâncreas de vitela Perdiz Recheio de carne (carne moída) Rim Sardinhas Vieira Pão doce Alimentos a serem analisados – conteúdo moderado de purinas (9 – 100mg/100g alimento) Aves Aspargos Carne Cogumelos Ervilhas secas Espinafre Feijões secos Lentilhas Marisco Peixe 1 porção (100g) de carne, peixe e ave ou 1 porção de vegetais (45g) deste grupo é permitido diariamente na fase de remissão. Alimentos liberados – conteúdo insignificante Açúcar e doces Arroz Azeitonas Bebida de cereal Bebidas carbonatadas Bolos e biscoitos Broa de milho Infusos Cereais Chocolate Condimentos Conservas Creme Ervas Frutas Gorduras Leite Manteiga Margarina Molho branco Nata Nozes Óleo Ovos Pão branco Picles Pipoca Macarrão Pudim Queijo Sal Sobremesas de coalho Gelatina Sorvete Vinagre Vegetais (exceto aspargos, cogumelos, ervilha, espinafre, feijões e lentilha) Lúpus O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é comumente conhecido como lúpus. O LES é uma doença autoimune crônica, caracterizada pela produção de autoanticorpos dirigidos contra antígenos nucleares (anti-dsDNA, anti-SM, anti-nRNP) e citoplasmáticos, afetando vários órgãos. A causa do LES é multifatorial e envolve múltiplos genes e fatores ambientais, como infecções, hormônios e fármacos. No LES, pode ocorrer depósito de autoanticorpos circulantes (ANA) em vários tecidos, causando inflamação e produção de citocinas, como interferona (IFN) tipo 1. Os sintomas comuns consistem em fadiga extrema, articulações dolorosas ou inchadas, dor muscular, sensibilidade ao sol, febre inexplicada, exantemas cutâneos mais frequentemente na face, úlceras da boca, dedos das mãos ou dos pés pálidos ou de cor púrpura devido ao frio ou estresse. O LES caracteriza-se por períodos de remissão e recidiva e pode apresentar vários sintomas constitucionais e específicos de órgãos. Cuidado dietético: A função renal é desarranjada, causando dessa forma excreção excessiva de proteínas e, com freqüência, insuficiência renal. Os corticóides alteram as necessidades de proteínas, sódio, líquido e cálcio. Antimaláricos parecem ser eficazes no tratamento de lesões cutâneas de alguns indivíduos, porém possuem vários efeitos colaterais, inclusive GI. Não existem terapiasdietéticas específicas, sendo ajustada de acordo com as alterações e necessidades individuais do paciente. O suporte nutricional pode ser necessário em casos crônicos. Verificar a presença de intolerância ao glúten ou elementos que podem agudizar a doença auto-imune. Esclerodermia A esclerodermia é uma esclerose sistêmica crônica ou endurecimento da pele e dos órgãos viscerais, caracterizada pelo depósito de tecido conjuntivo fibroso. As mulheres tendem a ser acometidas quatro vezes mais frequentemente do que os homens. Ocorre síndrome de Raynaud, com isquemia ou sensação de frio nas extremidades pequenas, causando dificuldade no preparo e consumo das refeições. Com frequência, a síndrome de Sjögren também está presente, porém observa-se variabilidade entre os pacientes. A esclerodermia é considerada uma doença reumática autoimune, com componente genético. A lesão oxidativa de radicais livres causada pelas citocinas, em que ocorre modificação das proteínas dos fibroblastos, está envolvida. Os sintomas gastrointestinais consistem em refluxo gastroesofágico, náusea, vômitos, disfagia, diarreia, constipação intestinal, incontinência fecal e supercrescimento bacteriano no intestino delgado. A doença é habitualmente, mas nem sempre, progressiva, e nenhum tratamento atual corrige a produção excessiva de colágeno; por conseguinte, o tratamento tem por objetivo aliviar os sintomas e limitar o dano. Alguns estudos sobre o uso de terapias com anti- TNF forneceram alguns resultados promissores. Cuidado dietético: Líquidos adequados; Suplementos ricos em energia e em proteínas, quando necessário para evitar ou corrigir a perda de massa corporal; Alimentos úmidos; Modificações para DRGE, se necessário A disfagia pode ser um sintoma que requer intervenções nutricionais. A má absorção de lactose, ácidos graxos e minerais pode causar problemas maiores e a suplementação pode ser necessária. Síndrome de Sjögren A síndrome de Sjögren (SS) é uma doença inflamatória autoimune crônica que afeta as glândulas exócrinas, sobretudo as glândulas salivares e lacrimais, resultando em ressecamento da boca (xerostomia) e dos olhos (xeroftalmia). A SS pode ocorrer isoladamente (SS primária) ou pode ser secundária, em consequência de um distúrbio reumático prévio (comumente AR ou LES). Os sinais orais comuns consistem em sede, sensação de ardência na mucosa oral, inflamação da língua (glossite) e dos lábios (queilite), rachaduras nos cantos dos lábios (queilose), dificuldades na mastigação e deglutição (disfagia), cáries dentárias graves, infecçõesorais (candidíase), cáries dentárias progressivas e desconforto oral noturno. Os pacientes também podem apresentar distúrbios extraglandulares que afetam a pele, os pulmões, os rins, os nervos, o tecido conjuntivo e o sistema digestório. Embora a patogenia da SS permaneça indefinida, fatores ambientais, genéticos e hormonais parecem estar envolvidos. O manejo terapêutico da SS baseia-se no tratamento sintomático das manifestações glandulares. O tratamento sintomático apresenta efeitos benéficos sobre o ressecamento oral e ocular e evita complicações adicionais, como candidíase oral, doença periodontal e ulceração e perfuração da córnea. Cuidado dietético: Dieta balanceada com suplementação adequada de vitamina B6 ou vitaminas; restringir os alimentos e bebidas açucarados; Modificar as porções de alimentos para um menor tamanho e consistência mole para melhorar os processos de mastigação e deglutição. O W6-GLA melhora o desconforto ocular e a produção de lágrimas Distúrbio da articulação temperomandibular Os distúrbios da articulação temporomandibular (DATM) afetam a articulação temporomandibular que liga a mandíbula ao osso temporal. Os DATM podem ser classificados em dor miofascial, desarranjo interno da articulação ou doença articular degenerativa. Uma ou mais dessas condições podem estar presentes ao mesmo tempo, causando dor ou desconforto nos músculos ou nas articulações que controlam a função da mandíbula. Fisiopatologia: Além da lesão grave da mandíbula, há poucas evidências científica sugerindo uma causa para os DATM. Em geral, é provável que essa condição possa ser agravada por estresse físico ou mental. Cuidado dietético: Dieta balanceada com alimentos de consistência mole em pedaços pequenos para melhorar a mastigação e reduzir a dor Osso significado de órgão quanto de tecido. Cada osso tem dois tipos de tecido, o osso trabecular (20%) e o cortical (80%). Esses tecidos sofrem modelagem óssea durante o crescimento (altura) e remodelagem óssea após cessar o crescimento. SAÚDE ÓSSEA Duas células são responsáveis pela formação e manutenção de tecido ósseo: OSTEOBLASTOS: formam o osso OSTEOCLASTOS: reabsorvem o osso. Os OSTEOBLASTOS contêm receptores de ESTRÓGENOS. Células ósseas O tecido ósseo serve como um reservatório de cálcio e outros mineras que são utilizados por outros tecidos do organismo. A homeostase do cálcio é quase totalmente dependente desta fonte de cálcio quando a dieta é inadequada. A concentração de cálcio no sangue e fluidos extracelulares é regulada por mecanismos complexos que equilibram a ingestão de cálcio e o cálcio nos fluidos corporais. A adaptação do mecanismo homeostático que regula a concentração do cálcio sangüíneo é obtida por meio de dois hormônios reguladores do cálcio: PTH e calcitriol (1,25 – diidroxivitamina D). Homeostase do cálcio Termo aplicado o crescimento do esqueleto até a altura madura ser atingida. O crescimento ocorre nas epífises (placas de crescimento que sofrem hiperproliferação) e em circunferências, onde em cada local as células sofrem divisão e contribuem para a formação de novo tecido ósseo. Tipicamente a modelagem óssea se completa em meninas por volta dos 16 a 18 anos e nos meninos por volta dos 18 aos 20 anos. Modelagem óssea Processo no qual o osso está sendo continuamente reabsorvido pela ação dos osteoclastos e reformado pela ação dos osteoblastos. Após ativação dos hormônios específicos e citocinas, os osteoclastos reabsorvem os componentes minerais orgânicos do osso pela formação de pequenas cavidades nas superfícies ósseas. O osso trabecular declina especialmente após a menopausa devido à atividade osteoclástica não oposta; isto é, há formação insuficiente de osso osteoblástico. Remodelagem óssea OSTEOCALCINA E MARCADORES ÓSSEOS A osteocalcina é uma proteína derivada dos osteoblastos. Na matriz óssea, a osteocalcina auxilia no processo de mineralização, talvez atuando na interrupção da formação de cristais e na prevenção da mineralização excessiva. A interpretação de seu nível sanguíneo é complicada pelo fato de estar envolvida tanto na formação quanto na reabsorção, que normalmente ocorrem simultaneamente em vários locais diferentes do esqueleto. Há dificuldade em usá-la como um marcador para prever o risco futuro de fraturas. Um pouco de osteocalcina é secretada pelos osteoblastos diretamente no sangue circulante, com uma relação de reciprocidade entre o metabolismo ósseo e energético. A leptina influencia a função dos osteoblastos; por sua vez, a osteocalcina influencia o metabolismo energético pela secreção e sensibilidade à insulina, aumento no gasto energético e redução da massa adiposa . Utilizam-se marcadores ósseos para pesquisa e monitoramento da eficácia da medicação sobre o turnover ósseo. A fosfatase alcalina específica óssea do plasma é ummarcador de formação óssea, embora também possa ser usada a fosfatase alcalina total plasmática. PROCESSO DE REMODELAGEM ÓSSEA Desconexão na remodelagem óssea perda óssea. Ocorre ao redor de 30 anos ou um pouco depois. É maior em homens que em mulheres. A densidade óssea também é maior em negros e hispânicos, um fator que pode estar relacionado com a massa muscular. O pico de massa óssea está relacionado a às ingestões de cálcio na dieta e à atividade física de sustentação do peso. A contribuição do exercício de sustentação de peso para o pico de massa óssea durante os períodos de crescimento e desenvolvimento pode ser maior que a do cálcio. Pico de massa Óssea Após os 40 anos, a densidade óssea começa a diminuir gradualmente em ambos os sexos, mas a perda aumenta muito em mulheres após os 50 anos ou na menopausa. Ocorre uma perda de 1 a 2% ao ano durante a década seguinte em mulheres. Os homens continuam a ter perda óssea, mas em taxa muito menor que as mulheres de mesma idade até os 70 anos, quando as taxas de perda são praticamente as mesmas, em ambos os sexos. Perda de massa Óssea NUTRIENTES ASSOCIADOS À SAÚDE ÓSSEA PROTEÍNA As proteínas e o cálcio são componentes importantes do pico de massa óssea, especialmente antes da puberdade. A ingestão apropriada de proteínas, com ingestão adequada de cálcio, é necessária para a saúde óssea ideal Os efeitos negativos de uma ingestão muito alta ou muito baixa de proteína são mais acentuados com a ingestão inadequada de cálcio, especialmente em idosos. A teoria de que um consumo maior de proteína produz maior carga ácida, que aumenta a excreção urinária de cálcio, não foi confirmada. A ingestão muito baixa de proteínas pode, teoricamente, afetar negativamente o turnover e o desenvolvimento ósseo. Em casos de balanço nitrogenado negativo, como em caso de fratura ou cirurgia, pode-se indicar uma maior ingestão de proteínas. CÁLCIO A ingestão de cálcio na prevenção primária da osteoporose tem recebido muita atenção. Os valores de ingestão dietética de referência (Dietary Reference Intakes [DRIs]) do Institute of Medicine para cálcio e vitamina D são fornecidos como RDA. A dose diária recomendada para o cálcio a partir da pré-adolescência (9 anos de idade) até a adolescência (até os 19 anos) aumentou para 1.300 mg/dia para ambos os sexos. Os homens estão mais propensos a consumir quantidades um pouco maiores do que as mulheres, mas após os 50 anos eles também não alcançam os níveis recomendados. Esses déficits se traduzem na necessidade de uma média de 500 mg/dia adicionais para as adolescentes e mulheres adultas. Potenciais Riscos Associados à Suplementação Excessiva de Cálcio: • Contaminação de farinha de osso ou suplementos de dolomita com cádmio, mercúrio, arsênio ou chumbo • Cálculos renais ou no trato urinário em indivíduos suscetíveis • Hipercalcemia ou síndrome do leite alcalino pela ingestão extremamente alta (>4.000 mg/dia) • Deficiência de cátions de ferro e outros minerais bivalentes, resultante da absorção diminuída • Constipação FOSFATO Os sais de fosfato estão disponíveis em praticamente todos os alimentos, naturalmente ou em decorrência do processamento. Em adultos saudáveis, a excreção urinária de fósforo é aproximadamente igual à ingestão. A regulação dos níveis de fósforo no sangue é rigidamente controlada por uma interação entre a vitamina D do rim, o PTH das glândulas paratireoides e o fator de crescimento fibroblástico 23 do osso. São necessários íons de cálcio e fosfato, em uma proporção de aproximadamente 1:1 para a mineralização óssea. A ingestão excessiva de fósforo na forma de fosfato pode alterar substancialmente a relação cálcio/fosfato, especialmente se a ingestão de cálcio for baixa. O excesso de fosfato em comparação com o cálcio reduz a concentração sérica de íons cálcio, que então estimula o PTH; se esse padrão de consumo se tornar crônico, acredita-se que haja perda de massa óssea. MAGNÉSIO O déficit de magnésio na dieta parece ter pouco efeito sobre o tecido ósseo, mas um relatório sugere que atingir a dose diária recomendada de magnésio melhora a densidade mineral óssea. No entanto, as dietas deficientes em magnésio provavelmente têm deficiências em outros nutrientes que são necessários para o crescimento e a manutenção do osso saudável. Não obstante, a deficiência de magnésio pode afetar a qualidade do osso, diminuir a formação óssea, evitar a formação de cristais perfeitos e ter um efeito negativo sobre o PTH. BORO O boro é usado pelos osteoblastos para a formação óssea. É necessário para converter o estrogênio em sua forma mais ativa, o 17-betaestradiol; o estrogênio está envolvido no metabolismo ósseo. No entanto, não se sabe se o boro é necessário para a saúde óssea ideal, nem a quantidade exigida. COBRE O cobre é necessário para a enzima que aumenta a ligação cruzada das moléculas de colágeno e elastina; pode atuar em outras enzimas das células ósseas. Por causa das mudanças induzidas nas duas proteínas da matriz pela baixa ingestão de cobre, a mineralização óssea também pode ser reduzida, especialmente em idosos. FLUORETO Os íons de flúor entram nos cristais de hidroxiapatita do osso como substitutos aos íons hidroxila. A água contendo 1 ppm de flúor não atua no osso da mesma forma que auxilia na superfície dos dentes. Dentro de limites estreitos de segurança (menos de 2 ppm), os íons de flúor têm pouco efeito no aumento da dureza do mineral ósseo. Na ingestão de 2 ppm ou mais, o flúor pode estimular a produção óssea, que fica sujeita ao aumento de microfraturas, por causa da mudança nas propriedades dos cristais de hidroxiapatita. FERRO O ferro atua como um cofator catalítico para as hidroxilações dependentes de vitamina C da prolina e lisina na maturação do colágeno. O ferro também tem outras funções nos osteoblastos e osteoclastos na fosforilação oxidativa mitocondrial, bem como em outras enzimas contendo ferro heme e não heme, similar às necessidades de outras células do corpo. MANGANÊS O manganês é necessário para a biossíntese de mucopolissacarídeos na formação da matriz óssea; também age como um cofator em reações de geração de energia. ZINCO O zinco é essencial para várias enzimas críticas nos osteoblastos, que são essenciais para a síntese de colágeno e outros produtos. Além disso, a fosfatase alcalina precisa de zinco para sua atividade nos osteoblastos. VITAMINA D O estado de vitamina D de um indivíduo depende principalmente da exposição à luz solar e, secundariamente, da ingestão dietética de vitamina D. A síntese de vitamina D pela pele exposta à luz solar varia consideravelmente, influenciada muitos fatores, incluindo o tom de pele, o uso de protetor Para evitar o raquitismo, a American Academy of Pediatrics recomenda que todas as crianças que são exclusivamente amamentadas recebam suplementação com 400 UI de vitamina D. Os bebês que são amamentados com fórmula devem receber suplementação até que ingiram consistentemente 1 litro de fórmula por dia. Recomenda ainda a suplementação contínua até 1 ano de idade, quando as crianças começam a beber leite enriquecido com vitamina D . VITAMINA K A vitamina K é um micronutriente essencial para a saúde óssea. Seu papel na modificação pós-translacional de diversas proteínas da matriz, incluindo a osteocalcina, está bem estabelecido. Após a reabsorção óssea, a osteocalcina é liberada e entra na corrente sanguínea. Desta forma, atua como um marcadorósseo sérico para predizer o risco de fratura. VITAMINA A (Retinol) O consumo de vitamina A geralmente é considerado benéfico para o crescimento e a manutenção óssea. O licopeno pode proteger contra o estresse oxidativo; sugerem-se mais pesquisas. A ingestão excessiva de retinol (mas não de carotenoides) pode contribuir para o risco de fraturas de quadril. Entretanto, não há compreensão completa e muitos ainda questionam o efeito da ingestão excessiva de retinol sobre o osso. ÁLCOOL O consumo moderado de vinho e cerveja pode ser benéfico para os ossos em homens e mulheres na pós-menopausa. Os constituintes não alcoólicos, como o silício da cerveja, precisam de mais investigação. BEBIDAS COM CAFEÍNA E REFRIGERANTES A relação entre o consumo moderado de cafeína e a osteoporose não foi claramente estabelecida. O consumo excessivo de cafeína pode ter um efeito deletério sobre a densidade mineral óssea. A ingestão de refrigerantes também está associada a menor densidade mineral óssea. FIBRAS DA DIETA A ingestão excessiva de fibras na dieta pode interferir na absorção de cálcio, mas toda interferência é considerada extremamente pequena na típica dieta pobre em fibras. ISOFLAVONAS As isoflavonas da soja funcionam tanto como agonistas do estrogênio quanto como antioxidantes nas células ósseas. BICARBONATO DE POTÁSSIO Em mulheres na pós-menopausa, uma dose oral de bicarbonato de potássio suficiente para neutralizar o ácido endógeno melhora o equilíbrio de cálcio e os ossos. Isso pode resultar em diminuição da reabsorção óssea e aumento na taxa de formação óssea. SÓDIO A ingestão elevada de sódio pode contribuir para a osteoporose por causa do aumento da excreção de cálcio. Enquanto especula-se a respeito do efeito calciúrico do sódio, parece não haver efeitos adversos com a ingestão adequada de cálcio e vitamina D. DIETAS VEGETARIANAS Embora as pesquisas não sejam conclusivas, as dietas vegetarianas podem ser mais benéficas para os ossos do que as dietas carnívoras. Em geral, as frutas e os legumes da dieta tornam a urina mais alcalina e diminuem a necessidade de cálcio para neutralização. Além disso, são ricas em potássio, que é considerado um nutriente protetor do osso. Os polifenóis e outros antioxidantes dos alimentos vegetais auxiliam no funcionamento ideal e na saúde das células ósseas e fornecem muitos nutrientes para a saúde dos ossos. OSTEOPOROSE A osteoporose é uma doença esquelética sistêmica caracterizada por diminuição da massa óssea e deteriorização microarquitetural do tecido ósseo, com conseqüente aumento da fragilidade óssea e susceptibilidade à fratura. A perda de massa óssea é uma conseqüência inevitável do processo de envelhecimento. Entretanto, no indivíduo com osteoporose a perda é tão importante que a massa óssea cai abaixo do limiar para fraturas, principalmente em determinados locais, como quadril, vértebras e antebraço. Uma significativa redução de massa óssea pode ocorrer especialmente em mulheres após a menopausa Os ossos do esqueleto são constituídos por camada externa densa, denominada cortical, que envolve estrutura interna trabeculada, com maior área, denominada osso trabecular ou esponjoso. O osso é formado predominantemente pelo colágeno do tipo I, onde se depositam cálcio e fósforo na forma de cristais de hidroxiapatita. A resistência óssea depende da deposição mineral. As unidades de remodelação são independentes e individuais, compondo-se cada uma de osteoblastos e osteoclastos, para formação e reabsorção, respectivamente. Os osteoclastos são células sinciciais gigantes, que estão presentes principalmente nas partes mais altas das lacunas de reabsorção dos ossos trabeculares. Os osteoblastos são as células responsáveis pela formação da matriz que será posteriormente mineralizada. Entre as substâncias que produz, podemos citar a fosfatase alcalina, a proteína GLA, grandes quantidades de colágeno do tipo I e uma variedade de outras proteínas da matriz. O osteoblasto produz o fator RANK (Receptor Activator of Nuclear factor Kappa beta) que sinaliza para as células hematopoiéticas formarem osteoclastos e também ativa a borda em escova destes osteoclastos. Em 20 dias os osteoclastos reabsorvem parte do tecido ósseo, formando as lacunas de Howship. Agora os osteoblastos irão preencher estas lacunas com matriz proteica e finalmente nela depositarão cristais de hidroxiapatita. Este processo demora 180 dias para ser completado. Havendo distúrbio deste remodelamento, pela maior ação proporcional do osteoclasto em relação ao osteoblasto, haverá uma pobre formação de tecido ósseo que, dependendo da gravidade, poderá ser osteopenia ou osteoporose. São tratamentos anabólicos: - a atividade física, - o calcitriol (vitamina D), - a associação cálcio + calcitriol, - esteroides anabolizantes, - hormônio de crescimento, - o paratormônio (PTH) e seu derivado, a teriparatida e o ranelato de estrôncio. São tratamentos anticatabólicos, isto é, que inibem a ação do osteoclasto: - a atividade física, - a associação cálcio + calcitriol, os metabolitos ativos do calcitriol, - as terapias de reposição de estrógeno (TRE) e de reposição hormonal (TRH) e os SERMs (estimuladores seletivos dos receptores de estrógeno), - os bisfosfonatos, a osteoprotegerina (OPG) e o ranelato de estrôncio. A perda óssea que começa na meia-idade (após os 40 anos em mulheres) continua com o envelhecimento. A composição óssea é inalterada, mas o conteúdo mineral e a densidade estão diminuídos. Causas possíveis incluem aceleração excessiva da perda óssea ou pico de massa óssea tão baixo que após atrito tornam-se frágeis. •Osteopenia densidade mineral óssea -1DP a -2,5DP do padrão da OMS. •Osteoporose densidade mineral óssea < - 2,5 DP do padrão da OMS. OSTEOPENIA E OSTEOPOROSE • tipo I A osteoporose tipo I ocorre em mulheres na pós menopausa, envolve principalmente o osso trabecular, sendo acomentidas estas principais áreas: rádio, vértebras lombares, fêmur e pelve. • tipo II Ou osteoporose relacionada à idade. Ocorre após os 65 anos, envolvendo ambos os sexos e pode envolver tanto osso trabecular quanto o osso cortical. Áreas acometidas: vértebras e pelve (gerando a “postura do corcunda”). • idiopática Acomete jovens, sendo rara ou pode ser secundária ao uso de drogas ou doenças. Classificação da osteoporose Condições Médicas que Reduzem o Cálcio e Aumentam o Risco de Osteoporose Diarreia crônica ou má absorção intestinal Doença pulmonar obstrutiva crônica Doença renal crônica Diabetes Hemiplegia Hiperparatireoidismo Hipertireoidismo Escorbuto Gastrectomia subtotal TERAPIA CLÍNICA NUTRICIONAL O apoio nutricional é dependente do estado nutricional do paciente. Modificações dietéticas incluem aumentar o aporte dietético de alimentos fontes de cálcio, Vitamina B12 e Vitamina K, sobretudo àqueles considerados de alto risco, até mesmo antes o desenvolvimento da doença. Alimentos ricos em cálcio e Vitamina D incluem brócolis, nozes, folhas verdes, algas, ostras, salmão, produtos lácteos, semente de girassol, chia e gergelim. Indicar o consumo de grãos integrais e alimentos ricos em cálcio em horários distintos (presença de fatores antinutricionais). Amêndoas, espinafre e chocolate ricos em oxalato; Evitar alimentos calciúricos excesso de consumo de sódio, excesso de consumo de proteínas totais, excesso de consumo de fosfatos e cosnumo de etanol; Se o paciente faz uso de medicações depletoras de cálcio aumenta-se em 25-50% a necessidade do elemento. Manganês parece importante na prevenção de osteoporose. Atentar-se ao conteúdo total de cafeína: acima de 300mg de cafeína ao dia possui potencial calciúrico. Ingestão diária de pelo menos: - 1.200mg de cálcio - 400 a 800UI de vitamina D - Corrigir deficiências de vitaminas B12 e K. TRATAMENTO Teor de cálcio elementar de suplementos: Gluconato de cálcio: 8,9%; Carbonato de cálcio: 40%; Citrato de cálcio: 24%; Cálcio AA quelado : 20%. Cálcio (Ca) Considerações nutricionais ↑ absorção de Ca : Acidez gástrica; arginina e lisina (↓ pH); Lactose FIBRAS Fermentação Produção de AGCC (Acetato e Propionato) ↓pH luminal ↑ Concentração de minerais ionizados Cálcio (Ca) Considerações nutricionais ↓ biodisponibilidade: Ác.oxálico (Folhas de beterraba, espinafre, acelga e ruibarbo, chocolate) Ác. Fítico (sementes e vegetais); fibra ou ác. graxos livres (má absorção de gordura); acloridria; Chá > Efeito negativo que o café Fibra insolúvel efeito mais negativo que solúvel Magnésio Considerações nutricionais Auxilia na fixação de cálcio em ossos ↓ Mg → ↓ secreção de PTH → ↓ ativação de vit D (rim) → Prejuízo no metabolismo ósseo (osteoporose e ↓ crescimento em jovens) > instabilidade óssea Magnésio Considerações nutricionais Espinafre (66mg/100g), Sementes (abóbora – 303mg/50g), Castanha do Brasil (166mg/70g), Amêndoas (238mg/78g), Leguminosas (feijão 60mg/80g), Cereais integrais (100mg/40g) Boro (B) Considerações nutricionais Estabilidade das membranas celulares (garantindo a ação hormonal calcitonina, osteocalcina e estradiol) Reduz risco de doenças inflamatórias Parece possuir ação importante em associação com o cálcio para melhorar a calcificação e a manutenção óssea. Necessário ao metabolismo dos hormônios da tireóide e a produção de testosterona e 17-beta-estradiol, que é a forma mais ativa do estrógeno Boro (B) Considerações nutricionais Fontes: frutas não cítricas, nozes, vegetais folhosos e crucíferos Ingestão média diária de 500 a 7.000mcg diários 1mg boro: - 42g de uva passa ou ameixa seca - 56g de amêndoa ou amendoim - 120ml de vinho UL adultos: 20mg/dia Parece auxiliar na mineralização óssea (envolvido com o fósforo em eventos indutores de calcificação) Parece realizar tamponamento diminuindo a ação deletéria de ácidos orgânicos na reabsorção óssea Silício (Si) Considerações nutricionais A principal função biológica da Vitamina D é manter as concentrações intra e extracelulares de cálcio dentro da variação fisiológica aceitável. Calcitriol: (1) Liga-se ao receptor específico de alta afinidade; (2) (+) transcrição de mRNA hormônio-específico (3) ↑ a transcrição de proteínas importantes do metabolismo de cálcio (calbindina 9k e o canal epitelial de cálcio) Absorção intestinal de cálcio O calcitriol estimula a diferenciação de células-tronco monocitárias em osteoclastos maduros reabsorção óssea. VITAMINA D Considerações nutricionais Associar ao apoio nutricional (obervando carências e suplementos em uso): - Boro quelado 3mg - Cálcio citrato 1000mg - Silício orgânico 25mcg (Exsynutriment 75mg) - Magnésio citrato 500mg - Vitamina D3 400UI Associar ao apoio nutricional (obervando carências e suplementos em uso): - Boro quelado 3mg - Cálcio citrato 1000mg - Exsynutriment 75mg - Magnésio citrato 500mg - Vitamina D3 400UI VITAMINA K TRATAR DISBIOSE APOIO FITOTERÁPICO (1) Glycine max Nome popular: soja Parte usada: Sementes Padronização/Marcador: Isoflavonas 172 Posologia: ESP 40% de isoflavonas: 100 a 300 mg do extrato seco ao dia. Obs.: Possível interação com anticoagulantes, antiplaquetários, AINES, drogas contendo aspirina e terapia de reposição hormonal. Trevo vermelho / Red clover (Trifolium pratense) Parte usada : parte áerea, flores Padronização/Marcador : isoflavona Derivado de droga vegetal : extrato seco Indicações/Ações terapêuticas : Utilizado em climatério e osteopenia associada à redução de estrógenos. Via de Administração: Oral 173 174 Posologia: ESP 18% de isoflavonas: 500 a 1.000 mg do extrato seco ao dia. Efeitos colaterais: urticária. Contraindicações: gestantes e nutrizes. Obs.: Possível interação com anticoagulantes, antiplaquetários, AINES, drogas contendo aspirina e terapia de reposição hormonal. Inhame selvagem, Yam mexicano (Dioscorea villosa L.) Parte usada: rizomas. Padronização/Marcador: saponina esteroidal (diosgenina). Derivado vegetal: extrato seco, tintura. Indicações/Ações terapêuticas: similar ao DHEA, hipocolesterolêmico, hipotensor. Via de Administração: Oral 175 Indicações/Ações terapêuticas: é usado na terapia de reposição hormonal no climatério, dismenorreia, tensão pré- menstrual, distúrbios testiculares, impotência, hipertrofia da próstata e alterações psico-sexuais. Também é usado como coadjuvante no tratamento de dores e desconfortos causados pela artrite e reumatismo, devido a atividade antiinflamatória. Uso tradicional como antiespasmódico e colagogo. 177 Posologia: - ESP 10% diosgenina; 250mg 1-3x/dia. - Contraindicações: Contraindicado na gestação. - Interage com contraceptivos orais, terapia de reposição estrogênica e pacientes com história familiar de CA dependente de estrógeno.
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