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INIBIDORES DA a-GLICOSIDASE A acarbose é um pseudo-oligossacarídeo, cujo mecanismo de ação é a inibição do úl- timo passo da digestão dos carboidratos , (degradar polissacarídeos em monossacar1- deos), já que inibe as enzimas a-glicosidases na borda em escova do intestino proximal, re- tardando a absorção dos carboidratos. Dessa forma, a absorção ocorre tardiamente, con- comitantemente à secreção de insulina, com redução da glicemia pós-prandial. O controle glicêmico obtido é infe- rior ao da metformina e ao das sulfoni- lureias, com redução da HbAlc entre 0,5 e O,Bo/o e similar ao de novas medicações, como vildagliptina. Essa medicação au- xilia no controle glicêmico em pacientes com DM2 descompensado já em uso de outros antidiabéticos orais e também em uso de apenas dieta ou insulina. Pode ser utilizada naqueles pacientes que não de- sejam iniciar insulinoterapia, desde q~e não estejam muito descompensados. Nao há aumento de peso ou hipoglicemia. Não há efeito relevante dessa medicação no perfil lipídico. No estudo STOP-NIDDM, em pacientes com tolerância diminuída à glicose, o uso de acarbose reduziu o r~sco de desfechos cardiovasculares combina- dos e de incidência de hipertensão. Em metanálise recente envolvendo pacientes com DM2, essa medicação não foi asso- ciada com redução de desfechos cardio- vasculares e mortalidade. Devido à sua ação ocorrer principal- mente na absorção dos carboidratos, a acarbose deve ser ingerida com as refei- ções. A dose inicial deve ser baixa, como 25-50 mg, lx/ dia, com aumentos a cada quatro semanas, para reduzir a incidência de efeitos adversos gastrintestinais. Em metanálise recente, o uso em dose supe- rior a 50 mg, 3x/ dia, resultou em maior taxa de efeito colateral, sem redução adi- cional da HbAlc. Medicamentos na prática clínica 271 Os efeitos adversos em geral são gas- trintestinais, sendo a acarbose considera- da uma medicação segura. Flatulência é o efeito adverso mais comum, que pode ser minimizado iniciando-se o tratamento em dose baixa (1/ 4 da dose máxima), apenas lx/ dia. Também pode ocorrer diarreia, que melhora com o uso continuado da medi- cação, e dor abdominal. Esses efeitos gas- trintestinais estão relacionados com a dose utilizada e com a quantidade de carboidra- tos ingerida e ocorrem em 15-300/o dos pa- cientes. É uma medicação de alto custo que possui apenas modesto efeito na glicemia. Acarbose Nomes comerciais.Aglucose®, Glucobay®. Apresentações. Cpr de 50 e 100 mg. Uso. DM2. Contraindicações. Cetoacidose diabética, cirrose, doença intestinal inflamatória, ulceração do cólon, obstrução intestinal parcial, predisposição à obstruç~o in~est~ nal ou portadores de doenças intest1na1s crônicas com nítida disfunção da digestão ou da absorção, assim como pacientes cuja condição clínica possa deteriorar-se em consequência do aumento da forma- ção de gases no intestino. Segurança_ e eficácia não estabelecidas na populaçao - , pediátrica. Além disso, o seu uso nao e re- comendado naqueles pacientes com crea- tinina sérica acima de 2 mg/ dL. Posologia. Dose inicial: 25 mg, 3x/ dia. A dose deve ser ajustada em intervalos de 4-8 semanas com base nos níveis de gli- cemia pós-prandial e na tolerabilidade. Dose máxima: pacientes até 60 kg: 50 mg, 3x/dia. Pacientes com mais de 60 kg: 100 mg, 3x/ dia. . , . Modo de administração. VO, no in1c10 de cada refeição principal. Parâmetros farmacocinéticos • Absorção oral: < 2% como droga ativa, 350/o como metabólitos.
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