Buscar

Medicamentos na Prática Clinica - Barros - 1ed-790

Prévia do material em texto

mente essas enzimas. A moclobemida é um 
IMAO reversível do tipo A; a tranilcipromina 
é um inibidor irreversível da MAO, principal-
mente do tipo A. 
O efeito colateral mais temido com 
os IMAOs é a crise hipertensiva induzida 
pela tiramina. Os IMAOs inibem as enzi-
mas presentes no TGI que metabolizam a 
tiramina antes dela atingir a circulação. 
Com a inibição da MAO no TG I, a tira-
mina, um aminoácido com efeito pressor, 
entra na circulação sistêmica, podendo 
levar à hipertensão grave, cefaleia, rigi-
dez de nuca, sudorese, náuseas e vômi-
tos. Recomenda-se, por isso, a privação 
de alimentos que contenham tiramina 
em sua composição para os pacientes 
em tratamento com IMAOs. Entretanto, 
as restrições dietéticas são menos rígidas 
para a moclobemida, pois ela apresenta 
pouca atividade para a MAO-B, que é 
predominante no TGI. Outras vantagens 
dos IMAOs reversíveis em relação aos ir-
, . , . . -revers1ve1s e que os pr1me1ros nao pro-
duzem efeitos adversos anticolinérgicos, 
como hipotensão postural ou ganho de 
peso. 
Moclobemida 
Nome comercial. Aurorix®. 
Apresentações. Cpr de 150 e 300 mg. 
Uso. Depressão. 
Contraindicações. Hipertensão não con-
trolada, IH, estados confusionais, anes-
tesia, uso concomitante de agentes sero-
tonérgicos (meperidina, antidepressivos 
tricíclicos, buspirona, bupropiona). 
Posologia. Iniciar o tratamento com 
150 mg, 2x/dia, e ir aumentando gra-
dualmente até 600 mg/dia. A retirada 
deve ser gradual para evitar a síndrome 
de retirada. 
Modo de administração. VO. Administrar 
imediatamente após as refeições. 
Medicamentos na prática clínica 791 
Parâmetros farmacocinéticos 
• Absorção: é rápida e completa (98%) a 
partir do TGI. 
• Pico plasmático: < 1 h. 
• Biotransformação: reação de oxidação. 
• Ligação a proteínas plasmáticas: 
-50%. 
• Meia-vida: 1-2 h. 
• Eliminação: urina (na forma de meta-
bólitos [95%]). 
Ajuste para função hepática e renal. Na 
IH, reduzir a dose em 30-50%. Não há da-
dos disponíveis na IR e na reposição após 
diálise. 
Efeitos adversos. Os mais comuns são ta-
quicardia, hipotensão, cefaleia, distúrbio 
do sono, tontura, agitação, nervosismo, 
sedação, ansiedade, aumento do apetite, 
boca seca, náusea, constipação, diarreia, 
dor abdominal, vômito, fraqueza, visão 
borrada. Menos comumente ( < 1 o/o), 
podem ocorrer angina, reações alérgi-
cas, confusão, delírio, dispneia, reações 
extrapiramidais, hipertensão, virada ma-
, 
n1aca. 
Interações. O uso concomitante com sim-
paticomiméticos, depressores do SNC, ál-
cool, meperidina, bupropiona, buspirona 
e drogas serotonérgicas (p. ex., ISRS) é 
contraindicado. Respeitar um período de 
cinco semanas entre moclobemida e fluo-
xetina e de duas semanas com os demais 
antidepressivos. Cimetidina, delavirdina, 
fluconazol, fluvoxamina, genfibrozila, iso-
niazida, omeprazol e ticlopidina também 
podem aumentar os níveis de moclobe-
mida. A moclobemida aumenta os efeitos 
dos analgésicos narcóticos. Os níveis da 
droga podem ser diminuídos com o uso 
de carbamazepina, fenitoína e rifampici-
na. A moclobemida pode diminuir a eficá-
cia dos antipsicóticos e dos anti-hiperten-
sivos. Evitar o consumo de álcool. 
Gestação e lactação. O risco na gestação 
não está definido; não se recomenda o

Continue navegando