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I Estratégias Narrativas ntrodução Ao definir os personagens, enredo (PLOT), cenário e tom da história, pode-se afirmar que a história está pronta e finalizada? Vamos com calma! Em partes, a história pode estar pronta na cabeça do autor, mas ainda falta a definição do formato de como será contada ao público. Essa forma é chamada de Estratégia Narrativa. Objetivos da aula • Definir a estratégia narrativa; • Entender como consumir uma história; • Conhecer mídias diferentes. Resumo Talvez você nem saiba o que é um cinetoscópio ou videocassete. Fique tranquilo! Esses objetos, algum tempo atrás, eram utilizados como meios de veiculação e disponibilização das obras como filmes e documentários. Obras como música, poesia e literatura também possuem uma infinidade de canais de veiculação à sociedade. Com o avanço da tecnologia, os novos formatos comunicacionais, o crescimento e acesso às obras cresceram demasiadamente, possibilitando o alcance a milhares de pessoas. E, é claro, uma gama interessante dessas escolhas é realizada com um olhar comercial, onde o retorno do investimento e da criação são cruciais para os investidores. Esse interesse claramente influencia na escolha do público e como essas experiências narrativas serão apresentadas em relação à obra “consumida”. As estratégias narrativas, aliadas às estratégias de comunicação, tornam- se parceiras. Elas não só servem como um modo de atingir seu público, mas também uma maneira de desenvolver novos contornos e significados para a narrativa. A história é um objeto de consumo. A forma como ela será recepcionada pelo público, assim como será consumida a narrativa, será crucial para determinar como esse público irá experienciar a história. Como você é atraído para assistir a um filme, série ou documentário nas plataformas de streaming? Antigamente, as séries eram exibidas uma vez por semana, apoiadas em ganchos internos que variam entre os comerciais para manter a atenção e foco do público. Essa manobra foi amplamente explorada para que a venda dos produtos/serviços anunciados compensasse os investimentos do anúncio, atrelada à visibilidade da série apresentada. Atualmente, utilizamos os serviços de streaming justamente para não sermos interrompidos nas cenas e momentos mais importantes da nossa série favorita. E o que isso tem a ver com o conteúdo? Essa nova forma de consumo das narrativas altera o modo e o formato em que as narrativas são contadas para envolver o consumidor. Antigamente, o suspense era o fator impulsionador para manter o consumidor envolvido. No entanto, com a evolução da sociedade e comportamento, as narrativas agora necessitam de mais profundidade, apoiadas em análises profundas dos personagens e contextualizadas para provocar uma reflexão do consumidor. Esse novo formato começa a ganhar mais espaço e é um grande desafio. Os principais critérios a serem definidos na estratégia narrativa são: Mídia: qual é o veículo que levará a sua narrativa? Papel impresso? Vídeo em streaming? Fitas cassete? Cada forma vai alterar como considerar a experiência. Muitas bandas e cineastas têm difundido suas obras em mídias mortas (cassete e VHS) para gerar uma experiência nostálgica. Lugar: onde ela precisa ser consumida? Em um teatro? Cinema? Praça? Em casa? Tempo: qual é a duração do consumo da obra? São episódios de 30 minutos ou são microcontos que podem ser lidos em 10 segundos? Interação: qual é o nível de interação do público com a obra? Com a popularização de games e ferramentas interativas, o público hoje pode participar ativamente da construção da obra, definindo ações e o destino dos personagens. Custo: quanto o público paga para consumir a obra? Periodicidade: com qual frequência o público terá acesso ao desenrolar da narrativa? Diariamente? Semanalmente? Relação autor e comunidade: hoje, a proximidade entre o público e os criadores é enorme. Com isso, podem ser geradas comunidades ao redor de narrativas nas quais os autores podem ou não participar, gerando experiências contínuas de participação no processo criativo. Um ponto muito importante para o desenvolvimento da obra é a decisão sobre qual mídia será utilizada para a sua divulgação. Essa decisão impacta diretamente na criação de um filme, conto, romance, longa ou curta-metragem, modificando todo o processo criativo e a natureza da obra. Outro fator muito importante é que atualmente as obras são disseminadas simultaneamente por diversas mídias. Segundo Ilya Vedrashko, as experiências que agregam diversas mídias para o desenvolver narrativas são definidas da seguinte forma: Multimídia: uma história é contada através de diferentes mídias simultaneamente, com sua narrativa apoiada por artefatos espalhados por diversos tipos de mídias. Nenhum desses artefatos pode contar a história por conta própria e a narrativa não pode ser entendida se faltar um desses elementos. Crossmedia: uma história é interpretada de forma diferente em diversas mídias. No entanto, consumir a história em um meio pode facilitar sua compreensão em outros. A interpretação será individual e autossuficiente. Podemos citar como exemplo as adaptações cinematográficas de livros. Transmedia: várias histórias compõem um único universo, mas cada uma é contada por meio de diferentes meios e de forma autônoma, resultando em uma grande narrativa. Como exemplo, podemos citar as trilogias e quadrinhos. Todos são autossuficientes, mas ao mesmo tempo se reforçam. É importante ressaltar que, além dessas experiências abordadas entre as mídias, já estamos nos deparando com novas possibilidades na contação de histórias por meio de: • Alternate Reality Games; • TV Interativa; • Realidade aumentada; • Realidade Virtual. À medida que a tecnologia avança, as possibilidades para contar histórias e criar narrativas ganham proporções infinitas, agregando novos significados e enriquecendo imensamente o significado das narrativas. No entanto, será preciso conhecer profundamente essas tecnologias, realizando pesquisas e estudos fundamentados. Assim, será possível desenvolver novas narrativas que conversem com esse novo público, que transforma-se quase que em tempo real, assim como as suas preferências, experiências, necessidades e compreensões. Fica, então, o desafio para os se adaptarem. Como aplicar na prática o que aprendeu Um exercício prático sobre streaming pode envolver a criação de um aplicativo ou plataforma de transmissão ao vivo para um evento específico. Segue abaixo um exemplo de como esse exercício pode ser realizado: Passo 1: Definir o evento e o público-alvo. Escolha um evento que possa ser transmitido ao vivo, como uma conferência, um show ou jogo esportivo. Depois, defina o público-alvo que acompanhará a transmissão desse evento. Passo 2: Escolher a plataforma de streaming. Existem diversas plataformas de streaming disponíveis, como YouTube, Twitch, Facebook Live e Vimeo. Escolha uma plataforma que atenda às necessidades do evento e do público-alvo. Passo 3: Configurar a plataforma de streaming. Configure a plataforma escolhida para permitir a transmissão ao vivo do evento. Isso pode incluir a criação de uma conta, a configuração de privacidade e segurança, além da escolha das configurações de transmissão de vídeo e áudio. Passo 4: Configurar o equipamento de transmissão. Para transmitir o evento ao vivo, será necessário um equipamento de transmissão, que pode ser um smartphone, uma câmera ou um computador com webcam. Certifique-se de que o equipamento escolhido seja compatível com a plataforma de streaming escolhida. Passo 5: Testar a transmissão ao vivo. Antes do evento, faça um teste de transmissão ao vivo para garantir que tudo esteja funcionando corretamente. Verifique a qualidade de vídeo e áudio, a conexão com a internet e a compatibilidade do equipamento com a plataforma de streaming. Passo 6: Transmitir o evento ao vivo. No dia do evento, inicie a transmissão na plataforma escolhida e compartilhe o link com o público-alvo. Durantea transmissão, monitore a qualidade de vídeo e áudio e interaja com o público por meio de chat ou outras ferramentas de interação disponíveis na plataforma. Passo 7: Salvar e compartilhar a gravação do evento. Após a transmissão, salve a gravação do evento para compartilhar com aqueles que não puderam assistir ao vivo. A gravação também pode ser utilizada como conteúdo para futuras promoções do evento ou para análise do desempenho da transmissão ao vivo. Conteúdo bônus Tópicos avançados Para potencializar seus estudos e prática, sugiro que você assista ao vídeo intitulado ‘[2022] Descubra os 7 segredos chave para criar narrativas envolventes!’, que está disponível gratuitamente no YouTube. Vídeo: ‘[2022] Descubra os 7 segredos chave para criar narrativas envolventes!’ Autor: Café do Escritor Plataforma: YouTube Referência Bibliográfica CARRILHO, Kleber; MARKUS, Kleber. Narrativas na construção de marcas: storytelling e a comunicação de marketing. Organicom, v. 11, n. 20, p. 128-136, 2014. MCKEE, Robert. Diálogo - a arte da ação verbal na página, no palco e na tela. Trad, Chico Marés. Curitiba Editora Arte e Letras, 2018. MCLEISH, Kenneth. Aristóteles: a poética de Aristóteles. Unesp, 2000. VOGLER, Christopher. A jornada do escritor: estruturas míticas para contadores de histórias e roteiristas. Rio de Janeiro: Ampersand, 1997. Ir para questão
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