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I Cenário, Tom e Mensagem ntrodução Os personagens muitas vezes são os primeiros a receber nossa atenção. Direcionamos nosso foco para as interações, gestos e roupas, pois são esses elementos que desencadeiam os eventos, impulsionando o PLOT. No entanto, o cenário e o tom são primordiais e necessários, pois darão visibilidade e cor, além de estabelecerem as regras que regem as relações entre coisas e pessoas. Quando bem desenvolvidos, esses elementos contribuem para o sucesso da história. Objetivos da aula • Analisar a importância do Cenário e do Tom; • Processo de construção de mundo; • Analisar a visão de mundo e a mensagem implícita da sua história preferida. Resumo A missão do CENÁRIO e do TOM é estabelecer a credibilidade para a história apresentada. Essa credibilidade é construída por meio de paralelos entre a “realidade” do espectador diante da narrativa apresentada. As histórias embasadas em casos reais e documentários requerem atenção especial a esse aspecto. Mesmo que estejam alicerçadas na realidade, ainda sim é um recorte da história, dos fatos e dos personagens reais, e é crucial que o espectador perceba esse paralelo. Foi no teatro que houve a primeira tentativa de classificar a divisão dos gêneros narrativos. A partir daí, as demais obras foram divididas em 2 grandes campos: a comédia e a tragédia. E o mais interessante: você já sabia disso, afinal, essa divisão deu origem à famosa imagem das máscaras sorrindo e chorando. Observe: Por muitos anos, essa divisão determinou as regras para cada gênero. Com o passar dos anos, as novas criações provocavam os modelos estabelecidos e então novos gêneros foram surgindo. Atualmente, temos uma quantidade de gêneros que nos orientam sobre o tema/trama da história: romance; fantasia; ficção científica, drama, etc. É importante destacar que, apesar da impressão inicial de que essa divisão seja puramente comercial, ela tem um papel crucial para a criação da narrativa. Essa divisão entre os gêneros é extremamente importante ao público, pois as suas expectativas serão atraídas por esses gêneros e as obras serão consumidas, gerando um favoritismo emocional com a compreensão da narrativa e a experiência vivida. Para que esse processo ocorra, é primordial que o criador da narrativa domine o léxico do gênero. Desse modo, ele poderá desenvolver a história com a finalidade da identificação, gerar propensão para o desafio, apresentação de elementos surpresa e despertar o interesse do público. Qualquer história a ser contada, mesmo aquelas em ambiente limitado, necessita de um mundo, um pano de fundo, para que os personagens possam interagir e agir. A construção desse mundo é essencial para dar vida e profundidade à narrativa. Alguns filmes abordam essa narrativa de modo excelente, como: • O Livro de Henry (2017); • O Quarto de Jack (2015); • Louca Obsessão (1990). Essas obras destacam a importância do detalhamento do espaço apresentado. Esse “mundo” é protagonista e a riqueza dos detalhes cria uma narrativa na qual personagens e espaço se destacam mutuamente. Regras e dinâmicas específicas regem o funcionamento desse “mundo” nos filmes de fantasia e ficção científica, como em Alice Através do Espelho (2016) e A Origem (2010). Estes são apenas exemplos, e tenho certeza que você tem os seus filmes preferidos e irá revê-los para se aprofundar no conteúdo que está aprendendo. É por intermédio desses detalhes, que iremos realçar, contrastar, desafiar os personagens e desencadear a narrativa de maneira que o espectador se envolva completamente com a trama. Sendo o mundo o fundo necessário para os personagens, que são as figuras dessa narrativa, é importante que seja apresentado um contraste ou harmonização entre eles. Afinal, eles se completam, ora se contradizem, ora se confirmam. Fazendo um paralelo com nossa vida real, esse protagonista é um político, policial, magistrado, honesto? Ou será mais do mesmo que já conhecemos na realidade? Essa provocação faz-se necessária para que a relação dos personagens com o mundo interajam de maneira a provocar o público, seja de maneira positiva ou negativa. Criando empatia ou aversão, essas relações trarão o público para dentro da história. Uma construção conjunta e necessária para o mundo e personagens, valorizando a história/narrativa por intermédio do emocional. O fato é que o público sempre irá comparar a ficção com a realidade, e encontrar esses pontos de “ancoragem” trará maior realidade e imersão na história. O sucesso ou fracasso do protagonista, diante da realização de seu desejo no mundo apresentado na narrativa, trará identificação ou não para a análise do espectador em relação ao seu mundo real. O desafio é compreender a vida por intermédio das tramas e narrativas da ficção. Como aplicar na prática o que aprendeu Existem escolhas importantíssimas para o cenário e o tom, por exemplo, a escolha do gênero narrativo e o processo de construção de mundo. Esse processo é conhecido como Worldbuilding (geoficção ou construção de mundo). Você pode relembrar através de algum filme, seriado ou documentário o que mais chamou sua atenção pelo Worldbuilding apresentado. Conteúdo bônus Tópicos avançados Para potencializar seus estudos e prática, sugiro que você assista ao vídeo intitulado ‘Como Cenários Ajudam a Contar Histórias’, que está disponível gratuitamente no canal ‘EntrePlanos' no YouTube. Vídeo: ‘Como Cenários Ajudam a Contar Histórias’ Autor: EntrePlanos Plataforma: YouTube. Referência Bibliográfica CARRILHO, Kleber; MARKUS, Kleber. Narrativas na construção de marcas: storytelling e a comunicação de marketing. Organicom, v. 11, n. 20, p. 128-136, 2014. MCKEE, Robert. Diálogo - a com a arte da ação verbal na página, no palco e na tela. Trad, Chico Marés. Curitiba Editora Arte e Letras, 2018. MCLEISH, Kenneth. Aristóteles: a poética de Aristóteles. Unesp, 2000. VOGLER, Christopher. A jornada do escritor: estruturas míticas para contadores de histórias e roteiristas. Rio de Janeiro: Ampersand, 1997. Ir para questão Figura 1: teatro grego
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