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Doenças metabólicas Acidose Etiologia >> Acidose é uma enfermidade associada à ingestão de dietas com excesso de carboidratos, que são alimentos altamente fermentáveis como: açúcares diversos; alimentos ricos em amido (grãos de cereais, trigo, aveia, milho e sorgo); e ricos em ácido láctico (silagens em geral). >> A doença ocorre em consequência do acúmulo de ácido láctico no rúmen. Como ocorre a acidose ruminal? >> Após a ingestão em excesso de carboidratos, ocorre uma rápida fermentação, que leva ao aumento dos ácidos graxos voláteis e diminuição do pH do rumem. >> Com a queda do pH (em torno de 5) os protozoários e as bactérias Gram-negativas começam a morrer, levando a proliferação de Streptococcus bovis que produzem ácido láctico, abaixando ainda mais o pH ruminal >> Com o pH ainda mais baixo, ocorre a proliferação de Lactobacillus que continuam a produção de ácido láctico e diminuindo ainda maus o pH. Sinais Clínicos ENFERMIDADE AGUDA >> Animais que estão aprendendo a alimentar-se com rações concentradas, podem apresentar - Anorexia, - Estase ruminal, - Queda na produção leiteira e - Fezes pastosas com coloração acinzentada ou amarelada ***Neste momento, se a alimentação é imediatamente retirada e os animais são colocados em pastagens há a recuperação total em 3-4 dias. >> Animais que já tem o hábito de ingerir alimentos concentrados e que, repentinamente, tem acesso a grandes quantidades do alimento, podem apresentar: - Mucosas pálidas - Hipertermia - Respiração acelerada e superficial - Conteúdo ruminal pastosa a liquido - Desidratação - olhar fixo e brilhante, - Andar cambaleante - Decúbito permanente - Coma e morte que pode ocorrer em 12-48 horas após o início dos sinais clínicos Enfermidade crônica >> Timpanismo irregular recidivante, >> Fezes de coloração acinzentada ou amarelada e mais moles que o normal >> Sobrecarga ruminal após a alimentação e não há o ganho de peso esperado. >> Quadro de laminite, com crescimento anormal dos cascos e sintomatologia de claudicação. Patologia >> NECROPSIA: Conteúdo ruminal liquido e amarelado e sangue escuro; >> MACROSCOPICAMENTE: Pequenas manchas azuladas e pouco definidas observadas no saco ventral do rumem, testículo e omaso Essas manchas são devido a uma ruminite química aguda ocasionada pelas altas concentrações de ácido láctico >> HISTOLOGICAMENTE: aumento das papilas ruminais e vacuolização do citoplasma das células epiteliais, frequentemente formando vesículas; há infiltrado inflamatório de neutrófilos na mucosa e submucosa e áreas focais de erosão e ulceração Diagnóstico >> Dados epidemiológicos, sinais clínicos e alterações macroscópicas; >> Medição do pH do conteúdo ruminal (retira o liquido ruminal através de uma sonda) >> Observação do liquido rumem no microscópio (Deve apresentar ausência de protozoário) >> Observação das lesões histológica do epitélio ruminal >> Diagnostico diferencial: Ingestão ruminal simples ou por sobrecarga devido a atonia ruminal // Intoxicação por Baccharis coridifolia Controle e tratamento >> Não iniciar uma alimentação com grãos ou subproduto de graus, em quantidades diárias maiores que 0,3% do peso vivo do animal, ou por um período de 2 – 4 dias. Tratamento >> Ao primeiro sinal de ocorrência da enfermidade o alimento administrado deve ser suspenso Casos Graves >> Realizar a retirada do conteúdo ruminal por sonda, administrando agua e retirando por 15-20 vezes; >> Depois de esvaziar o rumem faz a administração de liquido ruminal proveniente de animais sadios; >> Administra-se solução de bicarbonato de sódio a 5% por via endovenosa Casos menos graves >> Não é necessário esvaziar o rúmen >> Administrar 500g de hidróxido de magnésio, diluído em agua morna por cada 450kg de peso >> Administrar penicilina ou tetraciclina para controlar a proliferação da flora acidófila aumentada pelo baixo pH ruminal Cetose >> Causada pela alteração do metabolismo dos carboidratos e ácidos graxos voláteis >> Conhecida como toxemia da prenhez em ovinos e acetonemia em bovinos >> Mobilização das reservas corporais acarreta produção de corpos cetônicos são eliminados na urina ou causam aumento na corrente sanguínea >> Causa cetonemia, cetonúria, hipoglicemia e baixos níveis de glicogênio hepático >> Animais que estão em equilíbrio nutricional negativo Como ocorre a cetose metabólica? >> Normalmente os carboidratos ingeridos são convertidos no rumem em 2 grupos de ácidos (Ácido acético e ácido butírico), o fígado converte esses ácidos em corpos cetônicos, como beta-hidroxibutirato, acetona e acetoacetato. >> Quando a demanda de glicose é adequada os corpos cetônicos são distribuídos para os tecidos para produção de energia, sendo metabolizados na presença de oxaloacetato. >>> Contudo quando há falta de glicose no organismo pela diminuição de aporte carboidratos ocorre que outras vias são acionadas e a concentração de oxalacetato tende a ser baixa, já que está sendo utilizado para a produção de glicose. >> Os corpos cetônicos produzidos no fígado se acumulam no sangue desencadeando a doença. Sinais Clínicos >> Vacas prenhas: - Hiperexitabilidade, - Agressividade - Atitude de alerta - Tremores musculares - Incoordenação com ataxia dos membros posteriores - quatro dias após o início dos primeiros sintomas os animais ficam de decúbito esternal >> Ovelhas - Sintomas nervosos: cegueira, tremores na cabeça, salivação, contrações, convulsões Patologia >> Necropsia: Fígado amarelado >> Histologia: degeneração gordurosa das hepatócitos Diagnostico >> Epidemiologia, sinais clínicos e pela determinação de corpos cetônicos na urina ou no soro. >> Bovinos devem fazer diagnostico diferencial para Raiva, listeriose, Tristeza parasitaria, Introxicação pode senecio spp. e intoxicação por Claviceps paspali. >> Ovinos devem fazer diagnostico diferencia para Raiva, listeriose, lesões do SNC por Coenurus cerebralis e hipocalcemia Controle >> Melhorar o plano nutricional dos animais na metade final da gestação >> Evitar no terço final da gestação estresse por manejo constante, tosquia, dosificações e transporte, bem como mudanças no tipo de alimentação >> Vacas e vaquilhonas que estão na primeira fase da doença podem recuperar-se quando são transferidas para pastagens ou suplementadas com feno e melaço. Tratamento >> Terapia de reposição - 500ml de glicose a 50% IV para bovinos – diluídos em ringer lactato e administra - propilenoglicol e glicerina – 225g 2x dia (2 dias) + 110g (2 dias) >> Terapia hormonal (associada a primeira) - Fosfato sódica de dexametasona – 40mg (dose total) - Insulina – 200 a 300 UI SC (24 a 48 horas) – quebrar a via metabólica de mobilização de gordura >> ovinos: enfermidade é altamente fatal e as ovelhas só respondem ao tratamento se for realizado no início dos sinais clínicos; - tratamento endovenoso com 5-7g de glicose deve ser acompanhado de solução isotônica de bicarbonato de sódio ou solução de Ringer com lactato
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