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Acidose Ruminal - Também conhecida como acidose lática. - Forma aguda: alta concentração de ácido lático no rúmen, principalmente em animais em confinamento. - Forma subaguda ou crônica: vacas de leite. - Histórico do paciente: ingestão de carboidratos altamente solúveis. Etiologia - Acidose Ruminal aguda: se caracteriza pelo acúmulo de ácido lático no rúmen, secundário à ingestão de quantidade excessiva de carboidratos não estruturais. - Acidose Ruminal subaguda: caracterizada pelo acúmulo de ácidos graxos voláteis. Sinais clínicos - Variáveis e dependem da quantidade de alimento consumido; da composição do alimento; do tamanho da partícula do alimento e da adaptação prévia do animal à ração. - Pode ser hiperaguda, aguda, subaguda ou moderada. - Se os bovinos são examinados clinicamente após poucas horas da sobrecarga, a única anormalidade que se nota é uma repleção do rúmen e ocasionalmente alguma dor abdominal, evidenciada por escoicear o ventre. * A repleção ruminal é a expressão do tempo que o alimento permanece no rúmen sofrendo os efeitos físicos de passagem, decorrentes da mastigação durante a ruminação e da digestão pelos microrganismos do rúmen. - Subaguda: anoréxicos, razoavelmente tranquilos, alertas, diarreia, movimentos ruminais reduzidos e redução na produção de leite, no caso das vacas leiteiras. - Aguda e Hiperaguda: • São encontrados deitados em 24 a 48 horas. • Alguns cambaleantes e outros em estação mas apáticos. • Ausência de ingestão alimentar. • Ausência de ingestão de água, mas podem também ingerir grande quantidade de água. • A temperatura está geralmente abaixo do normal, 36,5 a 38,5°C, mas os animais expostos ao sol podem ter temperatura de até 41°C. • A frequência cardíaca quase sempre está aumentada e continua a aumentar conforme a gravidade da acidose e da falência circulatória. • A respiração geralmente é superficial e com frequência aumentada até 60 a 90 por minuto. • A diarreia é quase sempre presente e geralmente é profusa, de coloração levemente enegrecida e de odor ácido. • Ausência de fezes é considerada como um sinal de prognóstico grave. • Desidratação grave e progressiva. Em casos médios: 4 a 6% do peso vivo, Casos graves, até 10 a 12%. • O conteúdo ruminal pode ser palpável na fossa paralombar esquerda, apresentando consistência firme e pastosa. • Nos animais que adoeceram com pequenas quantidades de grãos, o rúmen não estará necessariamente repleto, mas estará flácido devido ao excesso de conteúdo líquido palpável. • Ausência de contrações ruminais primarias - ruídos de borbulhamento • Caminhar cambaleante e parecem estar cegos. • Reflexo palpebral encontra-se diminuído ou ausente. • Presença de Laminites agudas - As laminites crônicas podem ocorrer após várias semanas ou meses. • Anúria • Animais permanecem imóveis, frequentemente com a cabeça voltada para o flanco. Doenças Secundárias - Laminite, - Síndrome de depressão gordurosa no leite, - Paraqueratose ruminal, - Abscessos hepáticos, - Tromboembolismo pulmonar - Pleuropneumonia bacteriana. Achados de Necropsia - Nos casos agudos - morte em 24 a 48 horas: • Conteúdo do rúmen e retículo é consistente • Possui um odor característico de fermentação. • O epitélio queratinizado pode estar flácido e ser facilmente destacável, deixando à mostra uma superfície escura e hemorrágica. • Abomasites e enterites. • Aumento da viscosidade e escurecimento do sangue e as veias viscerais estão ingurgitadas. - Em casos que persistem por 3 a 4 dias: • Paredes do retículo e do rúmen podem estar necrosadas. • Nas áreas afetadas, a parede pode ter sua espessura aumentada de 3 a 4 vezes • Mucosa negra ao redor de áreas normais. Diagnóstico - Achados clínicos apoiados em um histórico de ingestão excessiva de alimentos ou de alteração súbita da dieta. - O diagnóstico de Acidose Ruminal subaguda é mais difícil e é utilizado apoio laboratorial. - Nos casos agudos, em que existe um histórico confiável, o apoio laboratorial é raramente necessário. - O pH é variável, dependendo da duração do quadro e da dieta, mas é diagnóstico se for menor que 5,0. - O leucograma revela um desvio degenerativo para a esquerda. - Aumento na concentração de hematócrito - 50 a 60% nos estágios finais e são acompanhados por diminuição da pressão sanguínea. - Aumento de lactato e fosfato inorgânico nos níveis sanguíneos. - Diminuição do pH e do bicarbonato sanguíneo. - Leve hipocalcemia - Acidúria e glicosúria (frequentemente um indicador diagnóstico em ovinos). O pH da urina pode cair próximo a 5. Tratamento - Corrigir a acidose ruminal e sistêmica e prevenir novas produções de ácido láctico; - Restabelecer os líquidos e eletrólitos e manutenção do volume sanguíneo; - Restabelecer a motilidade normal dos pré- estômagos e intestino. *Seguem-se algumas diretrizes para o tratamento: - Houve acesso a carboidratos, mas os animais não mostram sinais clínicos: • Evitar acesso adicional aos carboidratos • Oferecer feno de boa qualidade e à vontade; • Exercitar os animais a cada hora por 12 a 24 horas • Administrar oralmente 1g/kg de óxido de magnésio, hidróxido de magnésio ou de bicarbonato de sódio. - Os animais mostram anorexia e depressão dentro de 6 a 8 horas do consumo do alimento: • Fluidoterapia para acidose metabólica? • Administração de cálcio para corrigir a hipocalcemia. • Utilização de anti-histamínicos para controlar a laminite que ocorre em alguns casos. • Administração oral de tiamina ou levedura de cerveja para aumentar a utilização ruminal de lactato. • Aplicação de corticosteróides como terapia para reverter o quadro de choque. • Lavagem ruminal • Rumenotomia: tirar com a mão • Transfaunação ruminal: deixar rúmen ‘aberto’. - Animais com acidose láctica crônica: • Tratamento de animais individuais. • Antibióticos ionóforos Prevenção - Manejo alimentar - Adaptação das dietas Intoxicação por Uréia - A uréia é um composto quaternário, constituído por nitrogênio oxigênio, carbono e hidrogênio, de cor branca cristalina, de sabor amargo. Importante - Uma boa disponibilidade de forragens, principalmente no período seco, deve-se adicionar enxofre (S) na uréia para que as bactérias do rúmen consigam sintetizar aminoácidos sulfurados (cistina, cisteina e metionina), sendo recomendada a relação N:S entre os limites de 10:1 a 15:1. - São indicados como fonte de enxofre o sulfato de cálcio (17% de S) e sulfato de amônio (24% de S). Cuidados na Utilização da Uréia - Os animais devem ser inicialmente adaptados ao consumo de uréia. Não usar em quantidades superiores às recomendadas; - A uréia deve ser misturada de forma homogênea aos alimentos, a fim de se obter uma ingestão regular desse alimento; - Deve ser fornecida misturada ao alimento diariamente, sem interrupções; - Usar cochos cobertos e com furos para dreno d’água; Sintomas - Agitação - Salivação em excesso - Falta de coordenação - Tremores musculares - Micção e defecção frequentes - Respiração ofegante - Timpanismo Tratamento - Sonda oroesofágica. - A água gelada em grandes quantidades (20-40 L/animal). - O uso de ácidos fracos (vinagre ou ácido acético 5%, 3 a 6 L por animal adulto, a cada 6 ou 8 horas) Baixa o pH, diminui a hidrólise da uréia e formam compostos com a amônia (acetato de amônia), reduzindo assim sua absorção. - Soluções de cálcio e magnésio. - Glicose a 20% combinadas com ácido acético a 1% e laxativos. - Diuréticos.
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