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Prévia do material em texto

Conforto Ambiental: 
Luminotécnica
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Me. Altimar Cypriano
Revisão Textual:
Prof.ª Esp. Kelciane da Rocha Campos
O Conforto Ambiental e a Iluminação
• Introdução;
• Variáveis de Projeto – Luz, Espaço, Ser Humano;
• Luz e Visão – Percepção Visual e Conforto Visual;
• Exigências Humanas e Funcionais.
• Conhecer conceitos básicos de iluminação e a sua aplicação em projeto.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
O Conforto Ambiental e a Iluminação
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de 
aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE O Conforto Ambiental e a Iluminação
Introdução
A luz é vital para todos os seres que habitam a Terra, sendo que o ciclo dia e 
noite, luz e escuridão, é responsável, entre outras coisas, pela regulação do meta-
bolismo humano. A luz é uma radiação eletromagnética com propriedade de onda 
e partícula; a luz, de acordo com Tregenza (2015, p. 19), é “um fluxo de energia”. 
A luz se propaga pelo ar em linha reta a uma velocidade de 300 mil quilômetros 
por segundo e tem a capacidade de sensibilizar o olho humano. Apenas a pequena 
faixa entre a radiação ultravioleta e a radiação infravermelha é visível ao olho hu-
mano e está situada entre 380nm e 780nm.
Figura 1 – Espectro eletromagnético e faixa de luz visível (indicado – seta)
Fonte: Adaptado de Tregenza, 2015, p. 24
A luz do Sol é conhecida como a fonte de luz natural, enquanto a luz produzida 
por mãos humanas é luz artificial. A luminotécnica é a parte do Conforto Am-
biental que trata especificamente da aplicação da iluminação artificial nos espaços 
arquitetônicos internos e externos.
As experiências humanas são construídas a partir dos nossos sentidos e da nos-
sa percepção, por meio de processos complexos que envolvem visão, tato, olfato, 
paladar, audição, e suas conexões com o cérebro interpretam e classificam os estí-
mulos recebidos praticamente instantaneamente. O olho é o órgão responsável por 
detectar e proporcionar o sentido da visão, e sem a presença da luz nada seria visto.
A sensação é um fenômeno psíquico elementar que resulta da ação de 
estímulos externos sobre os órgãos dos sentidos. [...]. As sensações nos 
fazem relacionar com nosso próprio organismo, com o mundo exterior 
e com tudo que está à nossa volta. O conhecimento do mundo exterior 
resulta das sensações que conseguimos captar através dos órgãos dos 
sentidos e do sistema nervoso. (LIMA, 2010, p. 23.)
8
9
Ter o domínio de fontes de luz artificiais foi um dos grandes desafios nos pri-
mórdios da humanidade e teve certamente uma importância significativa na defesa 
para a sobrevivência, segurança e conforto do ser humano. A produção do fogo e 
sua manutenção como fonte de luz e calor implicou a criação e desenvolvimento da 
tecnologia necessária para isso, procurando-se e explorando-se materiais que su-
prissem essa necessidade, tais como o óleo ou o sebo animal, parafina, querosene 
e gás, o que culminou na invenção da eletricidade e da lâmpada elétrica.
Muitas culturas antigas, como, por exemplo, a egípcia, consideravam como di-
vindades o Sol e outros astros celestes. Vestígios de estruturas e ruínas de culturas 
ancestrais possivelmente eram utilizados em rituais de adoração, assim como pa-
rece que serviam como relógio solar, que marcava o tempo e possibilitava definir 
o momento do plantio, colheita ou o estoque de alimento para a sobrevivência 
durante a estiagem ou nos períodos de inverno rigoroso.
Variáveis de Projeto – Luz,
Espaço, Ser Humano
A vida no planeta Terra está relacionada ao ciclo dia/noite, luz/escuridão, e esta 
condição implica o ritmo biológico de todos os seres vivos. O ciclo biológico do ser 
humano é chamado de ciclo circadiano (do latim circa – cerca de + diem – dia):
O ritmo biológico do ser humano é de cerca de vinte e quatro horas, e é 
chamado de ciclo circadiano, a palavra é derivada do termo em latim “cir-
ca diem”, que significa cerca de um dia. Na realidade nosso ciclo ou ritmo 
biológico é de 24 horas e 10 minutos e regula os períodos de sono e de 
despertar, ciclos lunares e solares, sendo responsável por nos colocar em 
estado de alerta e atenção ou relaxamento. A luz tem grande influência 
nos principais ritmos biológicos, ou ritmos de tempo, assim como tem 
influência na saúde física e mental do ser humano, por ser um agente 
controlador desse ritmo, dependendo de características como temperatu-
ra de cor, intensidade etc. (CYPRIANO, 2013.)
A saúde, o bem-estar e humor do ser humano estão associados diretamente com 
o contato com a luz natural. A produção de hormônios, como a melatonina e o 
cortisol, está relacionada à exposição ou não à luz. A melatonina é considerada um 
importante marcador da fase e da amplitude dos ritmos circadianos, colaborando 
para a regulação do organismo. Esse hormônio é produzido à noite e sob condições 
de escuridão e contribui para a manutenção da saúde.
O homem é um ser totalmente dependente da luz, pois cerca de 70% da 
percepção humana é visual. Ela faz parte de sua vida, do seu dia a dia, do 
seu modo de habitar. Desde que nasce, o homem está sendo submetido 
ao ritmo da natureza, da existência da noite e do dia, elementos que 
são condições necessárias para que ele se sinta pertencente ao próprio 
tempo. (VIANNA E GONÇALVES, 2007, p. 27.)
9
UNIDADE O Conforto Ambiental e a Iluminação
A Fototerapia, a Cronoterapia e a Cromoterapia são terapias que utilizam a luz 
no tratamento ou prevenção de doenças. A Fototerapia é utilizada desde o século 
XX para o tratamento de raquitismo e de icterícia em recém-nascidos. A Cronote-
rapia é uma espécie de fototerapia que tem sido adotada para o controle e/ou ajuste 
dos ciclos biológicos em trabalhadores de turnos noturnos, como enfermeiros e mé-
dicos, ou pilotos e comissários para solucionar problemas de fadiga de viagem, para 
a regulação da produção desses hormônios e, consequentemente, a diminuição da 
incidência de doenças. A Cromoterapia é a utilização da cor da luz como tratamen-
to terapêutico existente em diversas culturas e com objetivo de buscar a harmonia 
e o equilíbrio entre corpo e mente.
A luz é elemento indissociável da arquitetura, sem a presença da luz nada poderia 
ser visto, participando de maneira imprescindíveldo nosso processo de percepção 
visual. O entendimento dos espaços depende da luz, assim como o entendimento 
da sua materialidade e das suas características compositivas, como cores e texturas.
A arquitetura como realização das necessidades e desejos do homem 
sempre trouxe dentro de si a preocupação com a luz, como possibilitar 
ao homem que cria aquilo que lhe é fundamental: a concretização de seus 
próprios sentimentos através do espaço-luz. (VIANNA E GONÇALVES, 
2007, p. 27.)
A luz é responsável por revelar a arquitetura, o espaço, forma e seus significa-
dos; além disso, a iluminação deve atender às necessidades humanas, permitindo 
que diversas atividades sejam desenvolvidas com conforto e segurança. A ilumina-
ção natural e a artificial também são fundamentais para a construção da atmosfera, 
sendo consagradas por arquitetos e designers, que as utilizam como recurso para 
evidenciar os elementos relevantes dos espaços projetados, que muitas vezes pas-
sam despercebidos.
O arquiteto projeta para o homem e, portanto, deve ter como o seu ob-
jetivo maior o bem-estar dos indivíduos, no seu sentido mais amplo, ou 
seja, atingir o conforto psicofísico e social daqueles que usam o espaço 
que ele propõe [...] Apesar da grande importância que tem o conforto 
para a Arquitetura, e dentro dele os aspectos ligados à percepção e exi-
gências humanas, vemos que muito pouca atenção tem sido dada a eles, 
principalmente aos aspectos psicofísico-sensoriais. Temos que nos preo-
cupar em qualquer projeto com a relação existente entre Homem-função-
-espaço, ou seja, com as características de cada função e o modo como 
o Homem a realiza após percebê-la. Quando projetamos um edifício, nós 
raramente nos preocupamos com a reação da mente humana. (VIANNA 
E GONÇALVES, 2007, p. 83.)
O que nos leva a achar um lugar mais agradável do que outro? Por vezes, essas 
sensações de bem-estar e de conforto estão ligadas à maneira como a iluminação 
destes ambientes foi projetada. Quando o projeto de arquitetura considera aspectos 
que contribuem na construção da atmosfera pretendida, e certamente a iluminação 
pode contribuir positivamente para as sensações de bem-estar, segurança e 
10
11
conforto, há um aporte positivo na percepção e aspectos psicofísicos. A percepção 
da luz só acontece na presença de elementos para a sua reflexão, assim como os 
volumes, texturas e formas só se revelam na presença da luz.
Luz e Visão – Percepção Visual
e Conforto Visual
A luz tem a capacidade de contribuir para o reforço de uma informação ou de uma 
narrativa; no teatro, ao longo do tempo, ela foi utilizada como elemento participante 
do processo de dramatização. Nas cenas mais dramáticas, por exemplo, geralmente 
é utilizada uma iluminação mais pontual, com fachos de luz mais concentrados e 
intensos, criando efeitos de claro e escuro, procurando reforçar essa narrativa.
O olho é o órgão responsável por detectar e proporcionar o sentido da visão. 
Nosso olho é protegido por uma membrana transparente, que permite a entrada 
de luz, chamada córnea. A córnea antecede a íris, que, por sua vez, controla a 
quantidade de luz que penetra no interior do olho, regulando a abertura da pupila, 
abertura escura circular no centro da íris. Atrás da íris encontra-se o cristalino, uma 
lente que foca as imagens e as projeta invertidas na retina, através do humor vítreo, 
fluido viscoso que preenche o interior do olho. A retina é uma membrana fina que 
se encontra na parte posterior do olho. Nossa retina é constituída por dois tipos de 
células: os cones e os bastonetes, que nos proporcionam a percepção da cor e lumi-
nosidade. Os cones estão concentrados na região central da retina, chamada fóvea, 
e são responsáveis pela visão central, da luz do dia, de cores e texturas. Os bastone-
tes são responsáveis pela visão noturna, alteração no brilho e tonalidades de cinza.
Anatomia do Olho Humano
Lente
Íris Esclera
Retina
Coróide
Pupila
Córnea
Humor aquoso da 
câmara anterior
Ligamentos 
Suspensivos
Fovea
Nervo óptico
Figura 2 – Seção do olho humano, anatomia dos olhos humanos
Fonte: Adaptado de Getty Images
11
UNIDADE O Conforto Ambiental e a Iluminação
Nossa conexão com o mundo é feita por meio dos nossos sentidos, que, natural-
mente, atuam em conjunto; assim, a percepção que temos das coisas é construída 
a partir dos estímulos que recebemos diariamente. A percepção visual desempe-
nha um papel fundamental nesse processo, porém sentir a arquitetura não exclui 
as pessoas que possuem alguma deficiência visual, as experiências sensoriais se 
estendem para todos os nossos sentidos.
Pode-se definir a percepção como a função psíquica que permite ao orga-
nismo, através dos sentidos, receber e elaborar a informação proveniente 
de seu entorno. Há vários fatores que interferem na percepção de um 
objeto: A) os estímulos sensoriais; B) a localização do objeto no tempo e 
no espaço; C) a influência das experiências prévias dos sujeitos, tais como 
a cultura e a educação. (LIMA, 2010, p. 24.)
O processo de percepção envolve vários estágios, entre eles a interpretação, 
a classificação, a atribuição de significado, a expectativa e o componente afetivo. 
Nesse processo, as informações visuais passam por três etapas: captação da ima-
gem pelo olho, tratamento da imagem por células da retina e processamento da 
informação pelo cérebro.
O olho humano possui propriedades específicas que atuam conjuntamente e 
permitem ajustes de acordo com as condições de exposição, como a acomodação 
– alteração da curva do cristalino que modifica a curva do foco; convergência – de 
acordo com o ponto observado, os olhos fazem uma convergência binocular para 
que as projeções na retina sejam melhor compreendidas; adaptação – é o ajuste 
automático das pupilas às condições de luz, reduzindo ou aumentando a entrada 
de raios luminosos sobre a retina, este ajuste possibilita que o olho se adapte a 
desde altas iluminâncias de dias ensolarados (que podem chegar até 100.000 lux) 
até as baixas iluminâncias das noites (noites de luar com apenas 0,25 lux); acui-
dade visual – capacidade de distinguir detalhes dos objetos em relação à distância 
do observador; campo visual – é a área vista pelo observador dividida em cones 
imaginários1 medidos em ângulos em função do eixo ótico do cristalino (campo vi-
sual central – comandado pelas células do tipo cones, determinado por um ângulo 
de 2°, responsável pela visão de detalhes e cores, entre 30° e 60° – não há muito 
a percepção de detalhes e cores, comandada pela região da retina onde estão os 
bastonetes – campo visual periférico); quanto mais se afasta do centro do campo 
visual, menor a percepção das formas dos objetos.
Nosso sistema de percepção visual envolve o olho e o cérebro e este faz a distin-
ção dos objetos que merecem atenção. Nosso olho se ajusta rapidamente para as 
condições apresentadas, entretanto devido à orientação temporal, existe para nós 
uma relação entre a iluminação dos ambientes internos e externos, e nossa expec-
tativa é que durante o dia seja mais claro fora dos edifícios e à noite mais escuro.
O olhar é atraído pelo brilho, assim quanto mais vibrante for o objeto numa 
cena, mais ele se torna visível e mais ele participa dessa cena. O contraste entre o 
1 Forma geométrica cônica determinada pelo ângulo do campo visual. Nota do autor da unidade.
12
13
escuro do entorno e o claro de uma iluminação dirigida aumenta a dramaticidade. 
O conforto visual é a qualidade conseguida por meio da redução ou eliminação de 
ofuscamentos ou brilhos indesejados, equilíbrio entre as luminâncias das superfícies, 
correta percepção dos elementos, como cores, texturas, formas, dimensões, etc. 
O nosso processo de percepção visual transcorre de maneira inconsciente, o 
olho capta a imagem, que é imediatamente registrada e classificada; quando rele-
vante, a informação é armazenada.
Para Howard Brandston (2010, p. 14), a percepção “consciente” pode ser trei-
nada, “é imprescindível que sejamoscapazes de ver o que estamos olhando”, um 
repertório visual e perceptivo registrado como experiência qualitativa e que servirá 
de repertório referencial, que também pode ser associado a parâmetros quantita-
tivos e, se necessário, medido e confrontado com o que foi experimentado. Ainda 
de acordo com Howard Brandston (2010, p. 14), “a mais simples característica 
definidora da iluminação, mas talvez o seu maior mistério”, está justamente nesse 
“processo de aprender a ver”.
Aprender a ver significa registrar mentalmente as causas de nossas 
emoções ou reações em resposta à experiência da cena que estamos 
vendo. É imprescindível que sejamos capazes de ver o que estamos olhando 
– para apreciar, relembrar, registrar. Para compreender qualquer cena 
visual e a emoção que ela evoca, deve-se fazer mais do que apenas olhar. 
(BRANDSTON, 2010, p. 14.)
Leia mais sobre percepção visual na arquitetura em: http://bit.ly/2PvmwST e saiba mais sobre 
conforto visual em: https://philips.to/2BWLHFWEx
pl
or
Exigências Humanas e Funcionais
A arquitetura tem como objetivo o atendimento das necessidades, satisfação e 
bem-estar das pessoas (VIANNA E GONÇALVES, 2004, p. 83), no que diz respeito 
tanto ao desempenho das atividades funcionais – exercer qualquer tipo de atividade, 
quanto às necessidades biológicas – que relacionam o espaço às questões emocio-
nais (LIMA, 2011, p. 107). A arquitetura e a iluminação devem promover qualidade 
nos espaços habitáveis. A luz, elemento indissociável da arquitetura, desempenha 
um papel essencial na construção de ambientes mais adequados ao ser humano.
A iluminação com fontes de luz artificiais foi sendo incorporada aos ambientes, 
especialmente nos espaços laborativos, desde o advento da lâmpada elétrica de 
Thomas Edison, em 1879, e após a Segunda Guerra, entre as décadas de 1950 
e 1960, começa a participar mais efetivamente do processo projetivo, com a 
13
UNIDADE O Conforto Ambiental e a Iluminação
“migração” de profissionais ligados ao teatro (cenografia e iluminação cênica) nos 
Estados Unidos e Europa. Até então, não se projetava a iluminação, especialmente a 
artificial, com objetivos de qualificar o espaço arquitetônico, ainda que atendesse às 
necessidades na utilização desses espaços. A casa medieval era fria, mal iluminada; 
no barroco, a luminosidade se torna o ponto central do projeto e tudo é idealizado 
em função da luz, que evidencia as formas, brilhos, saliências e reentrâncias.
A iluminação arquitetônica como design sistematizado começou a flores-
cer no início do século XX. Nomes como Stanley MC Candless, Richard 
Kelly, Bill Richardson, John Waldrum, para citar alguns, desenharam 
sistemas de iluminação que eram poesias para serem apreciadas. Eram 
poucos. Felizmente, tive a oportunidade de conhecer a maioria deles 
como mentores e de guardar como ‘amigos’ dos tempos de universidade 
[...]. (BRANDSTON, 2010, p. 49.)
É aconselhável que o projeto de luminotécnica seja desenvolvido concomitante-
mente com o projeto arquitetônico, dessa maneira poderá haver uma maior har-
monia entre a iluminação natural e a iluminação artificial, assim como uma maior 
integração dos sistemas propostos com os elementos da arquitetura, racionalização 
de infraestrutura, rapidez na instalação, etc.
A Norma Brasileira que estabelece os parâmetros quantitativos e qualitativos 
para os projetos de iluminação de espaços interiores é a ABNT NBR ISO 8995 – 1, 
determinando quais os níveis de iluminação (iluminâncias) que deverão ser aplicados 
nos ambientes em função das tarefas que neles serão desempenhadas. As normas e 
manuais são instrumentos fundamentais para a orientação no desenvolvimento dos 
projetos, objetivando a qualidade dos ambientes no que diz respeito à iluminação, 
e, portanto, ao bem-estar dos usuários.
A quantidade de luz está muitas vezes relacionada apenas com o atendimento 
do requisito básico para a realização de tarefas, entretanto quantidade e qualidade 
da luz devem ser associadas no projeto, pois uma iluminação adequada possibilita a 
correta leitura dos espaços, compreensão dos elementos arquitetônicos e materiais 
utilizados; desta maneira, uma composição adequada de quantidade e qualidade da 
iluminação deve ser um objetivo do projeto de luminotécnica.
Em qualquer espaço que você desenhe, seja por interesse pessoal ou 
profissional, precisa ser considerada, holisticamente, uma sinergia entre 
elementos emaranhados. Haverá uma interação entre zonas, do exterior 
ao interior, da lanchonete ao auditório, do porão ao piso térreo. O que 
acontece em cada fase do movimento? Analise minuciosamente a área 
e suas adjacências. E comece pelo primeiro passo: como as pessoas, de 
imediato, percebem o espaço em questão, e quais suas primeiras impres-
sões? Como se chega lá? Toma-se um trem, depois um táxi? Uma vez 
tendo chegado, o que se faz? Descem-se as escadas, sobe-se pela escada 
rolante, espera-se no saguão, toma-se um elevador? É um elevador pa-
norâmico? Considere cada passo do percurso: como se dá o acesso ao 
espaço e o que as pessoas podem experimentar ao fazê-lo – o acesso é 
14
15
sempre um ponto crítico. Para onde as pessoas irão e como seu deslo-
camento pode ser feito de modo eficiente, confortável, estimulante ou, 
quem sabe, tranquilo? Depois, considere a transição entre uma zona e 
outra: as funções de cada uma delas muda drasticamente? Como os espa-
ços são afetados por elementos sombreadores, cortinas ou persianas? As 
paredes são escuras, os carpetes claros? Existem atividades diversas ou a 
maioria dos ocupantes está trabalhando em seus nichos? Esta é apenas 
uma amostra de perguntas que devem guiá-lo na maneira de avaliar as 
questões, independentemente de você estar desenhando um interior, um 
projeto de arquitetura, de iluminação ou, mais precisamente, espaços da 
vida. (BRANDSTON, 2010, p 59 e p. 60.)
Um projeto de luminotécnica deve atender a diversos critérios, como os níveis 
de iluminação adequados (assim como a distribuição da luz, o conforto visual), de-
finição e especificação adequada de fontes de luz e luminárias (quanto ao design, 
custo, tecnologia, economia de energia, manutenção, etc.). Um bom projeto de lu-
minotécnica também deve levar em consideração a arquitetura (procurando enten-
der as intenções do projeto arquitetônico e de interiores, observando a hierarquia 
dos espaços, integração da iluminação aos elementos arquitetônicos, valorização 
dos espaços, etc.).
15
UNIDADE O Conforto Ambiental e a Iluminação
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
Iluminating Engeneering Society
IESNA – Illuminating Engineering Society of North America. Iluminating Engeneering 
Society. Handbook. Vol. 2. New York: 2003.
Light Revealing Architecture
MILLET, M. Light revealing architecture. Van Nostrand Reinhold, New York, 1996.
Do Material à Arquitetura
MOHOLY-NAGY, L. Do material à arquitetura. Barcelona: Gustavo Gili, 2005 
(Publicado originalmente por Gebr. Mann Verlag, Berlim, 2001, que por sua vez já era 
uma reimpressão fac-símile da edição de 1929.)
Os Olhos da Pele: a Arquitetura e os Sentidos
PALLASMAA, J. Os olhos da pele: a arquitetura e os sentidos. Porto Alegre: 
Bookamn, 2011.
 Leitura
Perceptual Dynamics of Daylight in Architecture
Leia mais sobre percepção visual na arquitetura em: Daylight.
http://bit.ly/2PvmwST
How Glare Causes Visual Discomfort in the Office – and how Good Lighting can Help
Leia mais sobre conforto visual em: Philips.
https://philips.to/2BWLHFW
16
17
Referências
BRANDSTON, H. Aprender a ver: a essência do design da iluminação. Tradução de 
Paulo Sergio Scarazzato. 1ª edição. São Paulo: De Maio Comunicação e Editora, 2010.
CYPRIANO, A. Iluminação artificial na percepção da arquitetura. Considera-
ções sobre aspectos quantitativos e qualitativos no processo de projeto. São 
Paulo, 2013. Dissertação de Mestrado. Área de Concentração – Tecnologia da 
Arquitetura. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidadede São Paulo 
– FAUUSP. 203 p.: il. Orientador: Paulo Sergio Scarazzato.
LIMA, M. R. C. de. Percepção visual aplicada à arquitetura e à iluminação. Rio 
de Janeiro: Ciência Moderna, 2010.
TREGENZA, P.; LOE, D. Projeto de iluminação. 2ª ed. Porto Alegre: Bookman, 
2015. 208 p. Recurso online. ISBN 9788582603345 (e-book).
VIANNA, N. S.; GONÇALVES, J. C. S. Iluminação e arquitetura. 2ª edição. São 
Paulo: Geros Arquitetura, 2004.
17

Outros materiais