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Os resultados da terapia analítico -compor ta- mental dependem, intrinsecamente, da rela- ção que se estabelece entre um cliente e seu terapeuta. No trabalho de Skinner (1953/ 1978), podemos situar a base dessa discussão, pertinente até os dias atuais. Segundo o au- tor, um cliente está em condição de estimula- ção aversiva ao começar a terapia. Se o tera- peuta demonstra, de modo direto ou indire- to, geralmente de modo verbal, ser capaz de modificar aquele sofrimento, tem início a construção de uma relação reforçadora entre o cliente e seu terapeuta. Skinner, em sua análise do papel do terapeuta, afirma que a primeira tarefa do terapeuta é conseguir tem- po, criar meios do contato ter continuidade e de se tornar reforçador, por se mostrar efeti- vamente terapêutico. Trata -se de estabelecer um relacionamento de escuta não punitiva, que permita a livre expressão do cliente, o re- lato isento de censura de aspectos clinica- mente relevantes. No consultório, a queixa é ponto de partida para o entendimento dos problemas do cliente. Nessa fase, o clínico atua de modo a favorecer que o cliente permaneça na tera- pia e experiencie alguma redução no sofri- mento que o motivou a buscar auxílio profis- sional. Enquanto o clínico visa tornar significativa sua rela- ção com o cliente, ele também se dedica à coleta de dados, de forma a compreender as variáveis que atuam sobre o comportamento do cliente. O clínico partilha com o cliente sua visão inicial do caso e, juntos, definem metas que façam sen- tido a ambos. A partir daí, o terapeuta sele- ciona e implementa as primeiras estratégias 16 O papel da relação terapeuta -cliente para a adesão ao tratamento e à mudança comportamental Regina C. Wielenska ASSunToS do CAPÍTulo > Aspectos da relação terapêutica aos quais o clínico deve atentar. > Avaliação funcional da relação terapêutica. > Comportamentos clinicamente relevantes – CRBs. > As cinco regras do trabalho com CRBs. No consultório, a queixa é ponto de partida para o enten‑ dimento dos proble‑ mas do cliente. Clínica analítico ‑comportamental 161 terapêuticas, compatíveis com os objetivos. Resumindo, cabe ao profissional facilitar a co- leta dos dados necessários à avaliação funcio- nal do caso de seu cliente e criar condições para aplicar um ou mais procedimentos que julgar necessários (preferencialmente, os que a literatura sinaliza como sendo menos aversi- vos, mais eficazes e minimamente intrusivos). Ao longo destas tantas etapas (aqui des- critas como se ocorressem em separado, de modo estanque), o clínico observa tam- bém os possíveis efei- tos do relacionamen- to terapêutico sobre o processo de mu- dança do cliente. O andamento do pro- cesso depende, entre outros fatores, dessas sucessivas interações entre os participantes. Assim, precisamos identificar aspectos do cliente e/ou terapeuta que afetariam a cons- trução e manutenção da relação entre eles e as consequências desta sobre os resultados do tratamento. A título de ilustração, podería- mos nos perguntar se a idade do clínico exer- ceria alguma influência sobre a aceitação do cliente quanto às suas falas. Outra possível in- dagação seria se o fato de o profissional ex- pressar empatia traz algum efeito sobre algum comportamento do cliente na sessão, ou fora dela. Essas questões, na maioria de suas ver- tentes, revelam o interesse de clínicos e pes- quisadores em entender por quais mecanis- mos o clínico se torna fonte de influência, in- tervindo, direta ou indiretamente, sobre os comportamentos do cliente, dentro e fora da sessão. Analisar funcionalmente a relação terapeuta -cliente é tarefa da qual não pode- mos nos furtar, pelo fato de ser poderosa fer- ramenta de mudança. A interação entre o terapeuta e seu cliente exerce múltiplas funções para ambos os participantes. Comportamentos do pri- meiro funcionam como reforçadores para certas respostas do segundo (por exemplo, com apoio do profissional, o cliente consegue falar sobre sua história de vida, relatando até mesmo episódios difíceis e aversivos). Outra possível função para comportamentos ou atributos do terapeuta é a de estes assumirem a função de estímulos condicionados elicia- dores de sensações de bem -estar (seria o caso do cliente que relata que a voz do terapeuta já lhe acalma um pouco). Ou, ainda, respostas deste podem ser estímulos discriminativos para a emissão de respostas (do cliente) mais favoráveis à mudança de comportamento, dentro ou fora do consultório. Há clientes que relatam que estavam em uma situação di- fícil em seu cotidiano e se perguntaram: “O que meu terapeuta me diria agora?”, e que, assim, encontraram respostas aos problemas enfrentados. Respondentes do cliente, desde que acessíveis ao clínico (por exemplo, rubor ou contrações musculares), podem, de algum modo, exercer controle sobre emoções e deci- sões do profissional. O mesmo, certamente, vale para os operantes verbais e não verbais emitidos pelo cliente. Imaginem uma sessão na qual as indagações do clínico estão perigo- samente tangenciando um tema provavel- mente aversivo à cliente. Ela responde laconi- camente, e parte de imediato para outro tema, polêmico, o qual de fato desvia os par- ticipantes de seu rumo original. Pessoalmen- te, nas ocasiões em que consigo perceber tal esquiva da cliente e não embarco no trem da falsa polêmica, posso responder -lhe que me senti como se estivesse em um rodeio ou tou- rada. No embate entre o animal e o homem, o pano vermelho e os cowboys vestidos de pa- lhaços servem para que o animal se distraia com outras coisas, e não ataque diretamente o toureiro ou vaqueiro. Um tema difícil, do- loroso, foi trazido pelo terapeuta, a cliente lhe oferece em troca um tema chamativo, similar ao pano balouçante. Isso impede ambos de abordar o que talvez fosse clinicamente rele- Precisamos iden‑ tificar aspectos do cliente e/ou tera‑ peuta que afetariam a construção e manutenção da relação entre eles e as consequências desta sobre os resul‑ tados do tratamento. 162 Borges, Cassas & Cols. vante e bastante doloroso, ou motivo de cons- trangimento. Quando nos tornamos touro ou toureiro na sessão, os papéis precisam ser revistos. A meta não é um ou outro sair vito- rioso de um embate mortal, visto que os par- ticipantes deveriam, outrossim, estar a servi- ço da transformação da relação conturbada entre o cliente e seu mundo. Essa interpreta- ção redefine para a cliente a função das falas do clínico sobre aquele tema tão difícil. Afasta -se a ideia de que ferir, dominar e des- truir o cliente seria função das ações do clíni- co. Tal reação operante da cliente deve ter sido a melhor resposta que pôde aprender ao longo da vida como proteção contra o que se- ria potencialmente doloroso. Um animal feri- do ataca até aquele que tenta lhe tratar. É pos- sível negociar formas para a cliente sinalizar, na sessão, o quanto está disposta a abordar tal assunto. Se os limites forem definidos e res- peitados pelo profissional, a cliente provavel- mente se sentirá menos ameaçada e será capaz de se aproximar, em um futuro próximo, do que lhe é particularmente aversivo e clinica- mente de interesse. Frente a essa amplitude de possibilida- des, um clínico deve ser especificamente trei- nado para analisar aspectos do relacionamento terapêutico, reconhecendo seus mecanismos de funcionamento e seus múltiplos efeitos so- bre os participantes, no intuito de ampliar a chance de sucesso da terapia. Ferster (1966, 1967, 1979) foi um dos primeiros analistas do comportamento a desenvolver a análise fun- cional das intervenções psicoterapêuticas, par- tindo da observação direta do trabalho clínico, tanto de linha psicodinâmica quanto compor- tamental. Em sua análise, Ferster considerou a ênfase dada ao comportamento individual como uma característica comum entre o traba- lho de pesquisa em um laboratório de condi- cionamento operante e os procedimentos clí-nicos. Para Ferster, o experimentador atua de modo similar ao clínico, visto que precisa ob- servar detalhes do comportamento do pombo, seu sujeito único, e ajustar suas ações às pecu- liaridades da ave. O controle sobre o compor- tamento do sujeito seria demonstrado pela maestria de quem o condiciona. A capacidade de modificar o comportamento de um cliente, utilizando -se os princípios do condicionamen- to operante, estabeleceria, para Ferster (Ferster, Culbertson e Perrot -Boren, 1968/1978, p. 283), a fronteira entre a ciência natural e a prá- tica clínica. A esse respeito, Ferster afirmou ser difícil afirmar o quanto da terapia é governado pela teoria que lhe dá sustentação ou pela inte- ração e descoberta com o paciente. Ferster propôs que a análise das variá- veis das quais o comportamento é função, a chamada avaliação funcional, colocaria em termos objetivos a experiência clínica e refi- naria suas práticas, viabilizando compreender diferentes modalidades de psicoterapia. Para o clínico, a vantagem da descrição comporta- mental seria tornar visível e cientificamente comunicável cada pequeno componente da interação. O clínico atuaria de modo similar ao pesquisador no laboratório, facilitando a ocorrência de um comportamento do cliente, que precisará ser mantido, no contexto natu- ral, por consequências não mediadas pelo te- rapeuta. Referindo -se ao papel da relação terapeuta -cliente na terapia infantil, Ferster afirmou que a terapia seria uma interação na qual o reforça- mento do comportamento do terapeuta, ad- vindo dos progressos no repertório da criança, é um componente tão importante quanto os desempenhos da criança reforçados pelas con- tingências ou instruções arranjadas pelo pró- prio terapeuta (Ferster, Culbertson e Perrot- -Boren,1968/1978, p. 291). Como se vê, Ferster atribuiu papel im- portante ao comportamento verbal na psico- terapia e salientou ser a relação terapeuta- -cliente uma estrada de duas vias, colocando o foco sobre a influência recíproca entre os par- ticipantes. Segundo ele, o primeiro objetivo Clínica analítico ‑comportamental 163 do estudo do comportamento aplicado à prá- tica clínica seria identificar como o clínico e cliente modificam o comportamento um do outro no exato momento da interação. O se- gundo objetivo, segundo Ferster, seria explicar como os novos comportamentos verbais, pro- dutos da terapia, trariam efetivos benefícios ao cliente. Para alcançar o primeiro objetivo, Ferster sugere ao clínico rever como o reforça- mento verbal ocorre na sessão. Enquanto ope- rante, o comportamento verbal não se define por sua topografia, mas pelo reforçador que o mantém. Nesse sentido, na sessão, o ouvinte (terapeuta ou cliente) faz um contraponto ao falante. Propriedades estáveis do repertório do clínico forneceriam reações que sustentam e modelam a fala do cliente, a qual reflete, em especial no início do tratamento, o controle exercido pela sua história passada e individual. A reatividade diferencial do clínico, que é um ouvinte e falante especialmente treinado, teria a capacidade potencial de remediar partes do discurso do cliente. Estabelece -se, assim, o controle estrito entre ouvinte e falante. A du- pla cliente -terapeuta cria uma situação na qual os reforçadores são naturais e mantidos pelas propriedades estáveis dos repertórios de am- bos. O repertório inicial do cliente seria relati- vamente insensível às reações do clínico, por ser um operante negativamente reforçado, um comportamento verbal controlado pela histó- ria de intensa privação e estimulação aversiva, um aspecto anteriormente salientado por Skinner. Mediadas pelas ações verbais do clí- nico, que reage seletivamente ao cliente, quei- xas generalizadas se transformam em desem- penhos novos. Esse contexto da sessão, prova- velmente mais protegido do que outros nos quais o cliente vive, modelaria, segundo Fers- ter, novos comportamentos, os quais modifi- cariam a interação do cliente com outras pes- soas, fora do consultório. A fala do cliente se- ria, primariamente, um desempenho reforçado por fazer o terapeuta entender (Ferster, Cul- bertson e Perrot -Boren, 1968/1978, p. 299). Assim, um dos objetivos do processo te- rapêutico seria facilitar ao cliente o relato de seus comportamentos encobertos, criando condições para que ele atente para aspectos antes desconhecidos e passe a identificar seus prováveis antecedentes funcionais. As análi- ses funcionais do terapeuta sobre as intera- ções ocorridas na sessão, e também sobre ou- tros relatos do cliente, ensinariam o cliente a identificar alternati- vas para seu compor- tamento fora do con- sultório. Essa habili- dade, ensinada pelo clínico, de amplificar as contingências em vigor através do com- portamento verbal, seria, por fim, utili- zada pelo cliente para formas públicas de seu comportamento em contextos fora da sessão. Assim, ocorreria o aumento da frequência de reforçamento positivo e redução do controle aversivo. Profunda e ampla, a análise de Ferster sinalizou a possibilidade de se investigar sis- tematicamente qualquer relação terapêuti- ca. Ferster demonstrou, através de estudos observacionais em situação natural (Ferster e Simmons, 1966; Ferster, Culbertson e Perrot -Boren, 1968/1978), a existência de sutis relações de controle recíproco entre uma terapeuta psicodinâmica, Jeanne Sim- mons, e sua cliente, Karen, uma criança au- tista. A análise do comportamento enfatiza a metodologia de caso único como forma de produção de conhecimento, e, naquela oca- sião, os progressos de uma criança submeti- da à terapia de orientação psicanalítica pu- deram ser explicados, de modo concreto e inequívoco, com base nos princípios do comportamento como reforçamento positi- vo e extinção, um trabalho pioneiro acerca da análise comportamental de uma relação terapêutica. As análises funcio‑ nais do terapeuta, sobre as interações ocorridas na sessão, e também sobre outros relatos do cliente, ensinariam o cliente a identificar alternativas para seu comportamento fora do consultório. 164 Borges, Cassas & Cols. Nos últimos 15 anos, a Terapia Analíti- ca Funcional, conhecida pelas iniciais de seu nome em inglês, FAP, foi desenvolvida por Kohlenberg e Tsai (1997, 1991/2001) e tornou -se inequívoca fonte de influência so- bre a comunidade de clínicos analítico -com- por tamentais, pelas suas contribuições acerca da análise da relação terapeuta -cliente como instrumento para mudança de comporta- mentos clinicamente relevantes. Na FAP, subjaz uma perspectiva contex- tualista, e, tal como afirmam Tsai, Kohlenberg, Kanter, Folette e Callaghan (2009), perceber a realidade é um comportamento que decorre do contexto no qual esse mesmo perceber ocorre. Pela avaliação funcional, deciframos as interações entre os participantes da ses- são, identifican do -se processos de reforça- mento, controle de estímulos e eliciação de respostas. Clínicos treina- dos em FAP apren- dem a ser controla- dos na sessão por cinco diretrizes norteadoras de quando e como seus comportamentos po- dem ser naturalmente reforçadores na sessão para respostas do cliente. Essa forma de tra- balhar se aplica mais precisamente aos comportamentos -problema do cliente que já ocorram na sessão ou nos que possam enge- nhosamente ser evocados pelo clínico. A FAP nomeia esses dois tipos de respostas de “com- portamentos clinicamente relevantes”. No Brasil, consagrou -se o uso da sigla CRB, a mesma usada em inglês. São denominados como CRB1 todas as ocorrências, na sessão, de instâncias do reper- tório do cliente que constituem seus proble- mas de relacionamento com amigos, família ou outras pessoas. Em uma terapia bem- -sucedida, essa ampla classe de respostas, ge- ralmente relacionadas a contingências de controle aversivo, deveria sofrer redução de sua frequência. Em paralelo, na medida em que os CRB1 reduzirem de frequência, provavel- mente o terapeuta irá sedeparar com instân- cias de CRB2, ou seja, respostas que sinali- zam a mudança na direção desejada. Ocor- rem novas respostas na sessão, que serão modeladas e reforça- das diferencialmente pelo clínico, e que depois deverão ser reforçadas em situa- ção natural. Um cliente muito tími- do, inassertivo, que consiga pedir ao te- rapeuta que mude seu horário habitual para a próxima ses- são, ou que expressa desagrado ou discor- dância, está emitin- do respostas que são sinais de claro pro- gresso. As novas respostas precisam ser natu- ralmente reforçadas. Em um caso, com o atendimento da solicitação; em outro, pelo reconhecimento do erro cometido, acompa- nhado por um verdadeiro pedido de descul- pas, por parte do clínico, contingentemente à reclamação do cliente. Os CRB3, por sua vez, são explicações funcionalmente mais precisas que o cliente faz de seu próprio comportamento, algumas vezes acompanhadas de relatos de efetiva mu- dança ocorrida fora do consultório. Compor- tamento verbal desse tipo constitui uma par- cela significativa do que ocorre na sessão. Além dos CRBs, ocorre na sessão a ava- liação dos outros comportamentos do cliente emitidos fora da sessão. Na nomenclatura da FAP, estes são os Os, subdivididos em O1, quando deverão ser alvo de intervenção, e Os Comportamentos Clinicamente Relevantes (CRBs) são assim divididos: CRB1 – compor‑ ta mento ‑problema que deve reduzir de frequência ao longo do processo clínico; CRB2 – compor‑ tamentos diferentes dos CRBs1 que indicam “melhora”, que devem aumentar de frequência ao longo do processo clínico; CRB3 – análise de contingências feitas pelo cliente sobre seu próprio comportamento. Pela avaliação fun‑ cional, deciframos as interações entre os participantes da sessão, identificando‑ ‑se processos de reforçamento, controle de estímu‑ los e eliciação de respostas. Clínica analítico ‑comportamental 165 O2, quando constituem um ponto favorável do repertório do cliente. Para ilustrar a ponte entre CRBs e Os, podemos imaginar um te- rapeuta, por exemplo, que informe ao cliente que se sentiu “assim -e -assado” após determi- nado comportamento ser emitido pelo clien- te, e lhe perguntar se lá fora, no mundo de origem do cliente, outras pessoas pareceram reagir assim na hora em que se comportou com eles de modo similar. Como recurso adicional para avaliação do cliente, Callaghan (2006) propõe o Func‑ tional Idiographic Assessment Template (FIAT), instrumento composto por um questionário e uma entrevista estruturada, que tentam ava- liar cinco classes de respostas importan- tes no contexto in- terpessoal: expressão assertiva de necessi- dades, comunicação bidirecional, confli- to, autorrevelação e proximidade inter- pessoal, expressão e experiência emocio- nal. Clínicos de FAP são treinados a agir sob controle de cinco regras: a) atentar para a ocorrência de CRBs; b) evocar CRBs, o que exige uma pitada de ousadia e coragem por parte do clínico; c) reforçar naturalmente, de um modo tera- peuticamente empático e compassivo, os CRB2; d) observar os efeitos potencialmente refor- çadores do comportamento do terapeuta sobre o do cliente; e) fornecer ao cliente informações analisadas funcionalmente, promovendo estratégias de generalização (tais como interpretar e generalizar). Sem dúvida, a discussão do tema da re- lação terapeuta -cliente é um projeto sem fim. Aqui, foram sugeridas ferramentas iniciais, contextualizando melhor a relevância do tema e favorecendo ao leitor apropriar -se da vasta literatura a respeito, produzida por clí- nicos e pesquisadores da abordagem analítico- -comportamental, tanto no cenário brasileiro quanto em outros países. > RefeRêNcias Callaghan, G. (2006). The functional idiographic assess- ment template (FIAT) system. The Behavior Analyst Today, 7, 357-398. Ferster, C. B. (1967). Transition from animal laboratory to clinic. The Psychological Record, 17(2), 145-150. Ferster, C. B. (1979). Psychotherapy from the standpoint of a behaviorist. In J. D. Kheen (Org.), Psychopathology in ani‑ mals: Research and clinical implications (pp. 279-303). New York: Academic Press. Ferster, C. B., & Simmons, J. (1966). Behavior therapy with children. The Psychological Record, 16(1), 65-71. Ferster, C. B., Culbertson, S, & Boren, M. C. P. (1977). Princípios do comportamento. São Paulo: Hucitec. (Trabalho original publicado em 1968) Kohlenberg, R. J., & Tsai, M. (1987). Functional analytic psychotherapy. In N. S. Jacobson (Org.), Psychotherapists in clinical practice: Cognitive and behavioral perspectives (pp. 388-443). New York: Guilford. Kohlenberg, R. J., & Tsai, M. (2001). Psicoterapia analítica funcional: Criando relações terapêuticas intensas e curativas. Santo André: ESETec. (Trabalho original publicado em 1991) Skinner, B. F. (1978). Ciência e comportamento humano (4. ed.) São Paulo: Martins Fontes. (Trabalho original publi- cado em 1953) Tsai, M., Kohlenberg, R. J., Kanter, J. W., Kohlenberg, B., Folette, W. C., & Callaghan, G. M. (2009). A Guide to functional analytic psychotherapy: Awareness, courage, love, and behaviorism. New York: Springer. As cinco regras que o clínico deve estar sob controle para trabalhar com CRBs são: atentar para ocorrência de CRBs; evocar CRBs; reforçar naturalmen‑ te CRBs2; observar comportamentos do clínico que podem exercer função reforçadora para os comportamentos do cliente; e interpretar o comportamento do cliente, visando faci‑ litar generalizações. PARTE II - Clínica analítico‑comportamental 16. O papel da relação terapeuta‑cliente para a adesão ao tratamento e à mudança comportamental
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