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Metodologia da Pesquisa Aula 9

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Metodologia da Pesquisa
O Trabalho de Conclusão de Curso I: Importância do Trabalho Conclusão de Curso. A Ética e Legitimidade do Saber
Aula 9
Importância do Trabalho conclusão de curso
O trabalho de conclusão de curso é parte integrante da atividade curricular de muitos cursos de graduação, consistindo assim uma iniciativa acertada e de extrema relevância para o processo de aprendizagem dos alunos (SEVERINO, 2007, p. 202). 
Nos últimos tempos experimentamos mudanças culturais e comportamentais significativas em nossa sociedade. Vivemos um mundo inteiramente novo com muitos saberes, informações e tecnologias, o que expressa com propriedade à exigência de uma boa formação acadêmica em consonância com os novos tempos.
Nessa dinâmica da era da informação não é fácil acompanhar as mudanças, mas uma coisa é certa: é preciso compreender as novas formas de conduta e relações que estabelecemos em sociedade, porque nenhuma área do conhecimento pode se esquivar dessa tarefa. 
Como afirmam alguns autores, é preciso saber muito de tantas coisas que temos a sensação constante de estarmos desatualizados. Logo, no decorrer de nossa formação acadêmica desenvolvemos muitas habilidades importantes tais como: a leitura reflexiva, a elaboração de fichamentos, resumos, resenhas, pesquisas temáticas, organização de seminários e relatórios de pesquisa, dentre outros. Tudo com o propósito de conhecermos conceitos, teorias que estão na base de nossas ações na esfera social e profissional.
É este pensamento que norteia a necessidade de uma reflexão crítica acerca de nossos saberes e práticas. É por isso que é preciso capacitar pessoas para a pesquisa e elaboração de trabalhos científicos. Capacitá-los para o conhecimento científico. Nos dizeres de Gentia Fachin: 
O conhecimento científico é um aprendizado ordenado e contínuo que se adquire por meio de estudos incessantes. É algo que vai acontecendo aos poucos e é considerado um processo de longo prazo, ou seja, não acontece por acaso ou por intuição. A aquisição de conhecimentos não ocorre de imediato ou a curto prazo, e sim por meio de pesquisa constante e intensa nas áreas específicas da formação acadêmica (2006, p. 189).
Qual a relação entre a educação superior e a construção do conhecimento?
Sabemos que na vida universitária, ensino (compromisso com a transmissão do conhecimento), pesquisa (processo de construção do conhecimento com o propósito de gerar novos conhecimentos) e extensão (ações da universidade junto à comunidade, disponibilizando o conhecimento adquirido) se articulam através da pesquisa, ou seja, “só se aprende, só se ensina, pesquisando”. Portanto, só podemos prestar um bom serviço à sociedade, através de atividades de extensão, se há um compromisso com o conhecimento através da pesquisa. Professores e alunos precisam da prática da pesquisa para ensinar/aprender de maneira eficiente. Por outro lado, a sociedade também necessita da pesquisa para dispor de novos recursos (SEVERINO, 1996, p. 63).
Assim, se compreendermos a pesquisa relacionada ao termo conhecer como construir e reconstruir significados continuamente, mediante o estabelecimento de relações de múltipla natureza, indivíduais e sociais, então é preciso refletir e observar o caminho que você escolheu para sua formação acadêmica. Bem como as competências e habilidades que desenvolveu nesse percurso. Por isso, a fase de construção de um trabalho de conclusão de curso é o momento mais importante do acadêmico. É importante porque provará que aprendeu a dialogar com a realidade e que agora substitui a curiosidade de escutar seus mestres pela de produzir com autoria uma pesquisa. Contribuindo, assim, para a ampliação da produção científica em sua área de saber.
Mas o que podemos entender por produção científica?
Podemos entender como produção científica o conjunto de atividades acadêmicas desenvolvidas nas instituições de ensino superior, cuja publicidade acontece através de publicações especializadas, congressos, fóruns que apresentam à sociedade o resultado de pesquisas que apontam informações, alternativas, caminhos para solução de problemas em diversas áreas de saber.
É importante mencionar neste ponto que a produção científica estimulada nas universidades tem como objetivo o pleno exercício da nossa capacidade de pensar e discernir, motivar a criatividade e a produção própria. Nos dizeres de Pedro Demo (2009, p. 16), “Se ensinar a pesquisar significa motivar a criatividade, é para que surja um sujeito verdadeiramente autônomo”.
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC):
Considera-se trabalho de conclusão de curso todo aquele que é exigido ao final de cursos de graduação, de especialização, mestrado ou doutorado. Consiste num estudo baseado em pesquisa rigorosa para atualizar o estado da arte sobre determinado tema de interesse profissional. Pressupõe a elaboração de um anteprojeto/projeto de pesquisa, como antecedente de um trabalho final, como resultado, por vezes apresentado diante de uma banca examinadora.
O anteprojeto/projeto de pesquisa apresenta o desenvolvida. Não configura o trabalho em si, mas um plano de estudos no qual o estudante esboça um experimento antes mesmo de iniciar a pesquisa propriamente dita.
O que é um trabalho de conclusão de curso?
Quais são os tipos mais comuns?
· Artigo Científico
Denomina-se artigo científico o texto destinado a divulgar, em publicações especializadas, os resultados de uma pesquisa científica, podendo abordar um dos vários aspectos de uma pesquisa mais complexa exposta em dissertações de Mestrado ou teses de Doutorado. Pode, também, divulgar os resultados de um trabalho investigativo mais modesto. Em qualquer hipótese, os artigos devem seguir um modelo determinado pelas normas da ABNT (NBR 6022). 
O artigo científico deve tratar de temas acadêmicos, mas sem o aprofundamento típico das monografias. Geralmente são destinados a publicações em revistas especializadas, em anais de congressos, páginas da internet ou em outras formas de divulgação de trabalhos científicos disponíveis na universidade.
· Monografia
A palavra monografia decorre de um termo de origem grega (monos + grafo = único escrever e significa um escrito que trata de um único assunto, único problema. O  trabalho monográfico se caracteriza pela delimitação do tema e pela profundidade do tratamento (RAMPAllO, 2005). Em geral é exigido ao final de um curso de graduação em que o estudante demonstra que realizou investigações mais profundas sobre determinado tema, atualizou-se na polêmica teórica que o cerca e aprendeu a elaborar uma pesquisa com precisão conceituai e nas regras metodológicas. O trabalho deverá apresentar uma contribuição interessante, devendo ser redigido pelo estudante, embora contenha citações diretas e indiretas de outros autores, sempre devidamente referenciadas. Nos dizeres de Antônio Joaquim Severino (2007, p. 200), os trabalhos científicos serão monográficos na medida em que satisfizerem à exigência da especificação, ou seja, na razão direta de um tratamento estruturado de um único tema, devidamente especificado e delimitado. O trabalho monográfico caracteriza-se mais pela profundidade do tratamento do que por sua eventual extensão, generalidade ou valor didático.
· Dissertação de mestrado
A dissertação de mestrado é um tipo de trabalho apresentado no final do curso de pós-graduação, visando obter o grau acadêmico de mestre. Como estudo teórico, de natureza reflexiva, requer sistematização, ordenação, autonomia e criatividade na interpretação dos dados. Envolve também uma dedicação muito intensa a pesquisa, fazendo parte da vida do pesquisador (SEVERINO, 2007).
· Tese de doutorado
A tese é o trabalho científico, escrito, original, sobre um tema especifico, cuja contribuição amplia os conhecimentos do tema escolhido. Representa, portanto, um avanço na área cientifica em que se situa. A tese possui a mesma estrutura da monografia e da dissertação, mas distingue-se no que concerne à profundidade, à originalidade, extensão e objetividade (RAMPAllO, 2005).Neste ponto cabe uma diferenciação entre o curso de mestrado e do de doutorado: enquanto no mestrado há, ainda, uma iniciação a pesquisa cientifica, no doutorado já se exige plena autonomia intelectual, sendo exigido certo grau de originalidade, inventividade e maior elaboração no que se refere à construção teórica do trabalho. Sendo certo dizer que a originalidade exigida refere-se a um "esclarecimento original sobre o assunto, até então não percebido" (SEVERINO, 2007, p. 218). A norma NBR 14724 (Informação e documentação - Trabalhos acadêmicos - Apresentação), publicada em 2002 pela ABNT, especifica os princípios gerais para a elaboração de trabalhos acadêmicos, visando sua apresentação à instituição (banca, comissão examinadora de professores, especialistas designados e/ou outros). Assim, a norma divide os trabalhos acadêmicos em: teses, dissertações, trabalhos de conclusão de curso (TCC).
A ética e legitimidade do saber
O conhecimento científico, sem dúvida, é o resultado da articulação lógica entre a realidade e as teorias, por isso deve ultrapassar o nível do simples levantamento de dados, mas apresentar uma interpretação teórica consistente e com autoria.
Em trabalhos de pesquisa, seja em que nível for, exige-se rigor porque envolve o desenvolvimento do raciocínio lógico quando se busca demonstrar discursivamente alguma resposta ao problema proposto.
Nesse sentido, observa Umberto Eco (1994), que citamos muitos textos alheios, porque configuram a fonte primária de toda pesquisa. É claro que podemos citar um texto de alguém e, em seguida interpretá-lo ou podemos citar um texto para que sirva de fundamento para nossas interpretações. Sendo certo dizer que as citações diretas devem ser feitas com muita parcimônia, pois poderá denotar que o estudante “não quer ou não é capaz de resumir as ideias de um autor” (1994, p. 122). Se a citação direta é muito longa, isso não é bom! Ao usá-la temos que estar com muita certeza de que é realmente importante, na verdade, vital para nossos argumentos.
Todas as citações devem apresentar a referência completa na forma da ABNT (NBR, 6023), usando-se o sistema de chamada escolhido pelo estudante. A remissão ao autor e à obra é uma boa prevenção contra o plágio. Convém destacar que cópia não autorizada de trabalhos alheios é considerada plágio. Plagiar significa apresentar como sua a ideia de outrem, porque qualquer autor é digno de menção. 
Podemos nos prevenir contra o plágio trabalhando com paráfrases, ou seja, quando se escreve usando as próprias palavras resumindo ou interpretando as ideias de um autor. Um bom critério para se evitar uma falsa paráfrase e correr o risco de ser acusado de plágio, acontece quando reescrevemos o texto “sem tê-lo diante dos olhos, significando que não só não o copiamos como o entendemos” (ECO, 1994, p. 128).
A Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, Lei de Direitos Autorais, estabelece em seu artigo 46, que não constitui ofensa aos direitos autorais a reprodução ou citação de pequenos trechos com a menção do nome do autor e da publicação de onde foram transcritas, sendo livre o uso de paráfrases. Mas antes de figurar na lei, o respeito à produção alheia é um princípio ético que confere legitimidade ao saber produzido. Por legitimidade entende-se aquilo que tem o caráter, o estado ou qualidade do que é legítimo. Também denota conformidade à lei, às regras. Assim temos que pensar na responsabilidade que o estudante/pesquisador assume na construção de sua pesquisa científica.

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