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Simétrico Pré-Universitário – Curso de Biologia – Prof. Landim – www.simetrico.com.br 
 
261
Perda de biodiversidade 
O termo biodiversidade descreve a variedade de espécies 
vivas em determinada região. Na Terra, existem cerca de 1,5 
milhões de espécies de seres vivos registradas pela ciência, e 
estima-se que haja cerca de 5 a 30 milhões ainda a serem 
descobertas. 
Na verdade, apenas 17 países concentram 70% da 
biodiversidade do planeta, sendo esses denominados países 
megadiversos. Em sua maioria, eles são países tropicais, onde 
as condições de alta luminosidade, alta temperatura e alta 
pluviosidade permitem um grande crescimento vegetal, como ocorre 
com Brasil, México e Indonésia. Alguns países localizados em 
regiões temperadas, com condições abióticas não tão favoráveis, 
mas de grande extensão geográfica, também são megadiversos, 
como é o caso de EUA e China. 
 
 
Os 17 países megadiversos; observe que a maioria deles está 
localizada na zona equatorial. 
 
O Brasil ocupa uma posição de destaque, tendo a maior 
biodiversidade total do planeta, ou seja, o maior número total de 
espécies, bem como o maior número de espécies endêmicas. 
Espécies endêmicas são aquelas que só existem em uma 
determinada região. (Ao contrário, fala-se em espécies 
cosmopolitas quando apresentam grande distribuição geográfica, 
sendo encontradas em várias regiões.) 
Países insulares (localizados em ilhas) costumam 
apresentar grande endemicidade, uma vez que o isolamento 
geográfico predispõe à ocorrência de especiação. 
 
Hotspots 
O termo hotspot (do inglês “mancha, local quente” 
descreve 34 regiões do planeta que concentram grande 
biodiversidade, alto grau de endemismo e alto risco de degradação. 
Assim, os hotspots podem ser descritos como as áreas mais 
importantes para preservar a biodiversidade na Terra. É 
considerada um hotspot uma área com pelo menos 1.500 espécies 
endêmicas de plantas e que tenha perdido mais de 3/4 de sua 
vegetação original. 
As 34 regiões descritas como hotspots são hábitat de 75% 
dos mamíferos, aves e anfíbios mais ameaçados do planeta. 
Mesmo assim, somando a área de todos os hotspots temos apenas 
2,3% da superfície terrestre, onde se encontram 50% das plantas e 
42% dos vertebrados conhecidos. Assim, a conservação de 
hotspots permite a proteção a um grande número de espécies 
ameaçadas com a concentração dos recursos em áreas 
relativamente pequenas. 
No Brasil, são considerados hotspots dois biomas, a Mata 
Atlântica e o Cerrado. 
 
Extinção 
Quando se fala em preservar a biodiversidade, se fala 
simplesmente em evitar a extinção de espécies vivas. Qual o 
objetivo em se evitar a extinção de espécies? Pode-se argumentar 
que o próprio ambiente trata de extinguir um número muito maior de 
espécies que o próprio homem, e que antes do homem, várias 
espécies foram extintas em incontáveis desastres ecológicos 
naturais, como atividade vulcânica, terremotos e queda de 
asteroides. Para se ter idéia, acredita-se que hoje existam menos 
de 1% de todas as espécies que já passaram pela face da Terra. 
Entretanto, deve-se perceber que quando o ambiente extingue uma 
espécie, ele o faz de maneira a “ceder” lugar a uma espécie mais 
bem adaptada, de acordo com o processo de seleção natural. Ou 
seja, esta extinção promovida pelo meio não gera desequilíbrios 
ecológicos normalmente, pois espécies mais bem adaptadas 
aparecem neste meio. Além disso, estimativas apontam que o ritmo 
de extinção de espécies promovido pelo homem nos últimos anos é 
maior do que a observada em vários episódios de extinção em 
massa que já ocorreram na historia geológica do planeta, 
comparável ao episódio que levou à extinção dos dinossauros há 
cerca de 65 milhões de anos. 
Quando o homem promove esta extinção, ele está gerando 
desequilíbrios em ecossistemas pela eliminação de determinados 
elos em cadeias alimentares. Por exemplo, uma campanha 
australiana para acabar com tubarões em praias de surfistas levou 
também à extinção de lagostas em muitas destas praias. Explica-
se: os tubarões comiam polvos que comiam lagostas; ao acabar 
com os tubarões, aumentou a população de polvos, que passaram 
a consumir mais lagostas, levando-as à extinção em certas áreas. 
 
Causas da extinção 
A Terra já passou, ao longo de sua história, por vários 
episódios de extinção em massa de espécies devido a fenômenos 
completamente naturais, como erupções vulcânicas, alterações 
climáticas e mesmo queda de asteroides. Por exemplo, o último 
destes episódios se deu há cerca de 65 milhões de anos, quando a 
queda de um asteroide de tamanho estimado em 10 km de 
diâmetro no lugar que é hoje o Golfo do México causou alterações 
ambientais tão violentas que levou à extinção dos dinossauros e 
deu início à era dos mamíferos. 
A Terra já passou, ao longo de sua história, por vários 
episódios de extinção em massa de espécies devido a fenômenos 
completamente naturais, como erupções vulcânicas, alterações 
climáticas e mesmo queda de asteroides. Por exemplo, o último 
destes episódios se deu há cerca de 65 milhões de anos, quando a 
queda de um asteroide de tamanho estimado em 10 km de 
diâmetro no lugar que é hoje o Golfo do México causou alterações 
ambientais tão violentas que levou à extinção dos dinossauros e 
deu início à era dos mamíferos. 
 
 
 
 
 
Simétrico Pré-Universitário – Curso de Biologia – Prof. Landim – www.simetrico.com.br 
 
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NÍQUEL NÁUSEA – Fernando Gonsales 
 
Desmatamento 
O desmatamento é hoje a principal causa de extinção de 
espécies no planeta. Isso se dá principalmente pela destruição do 
habitat de várias espécies, que acabam por também desaparecer 
na região. Além disso, a eliminação de folhas e raízes favorece a 
erosão do solo na região. Com isso, pode-se ter a redução da 
fertilidade do solo pela remoção da camada fértil superficial do 
mesmo por ação do vento. A eliminação de raízes em áreas de 
encostas favorece a ocorrência de deslizamentos de terra, e nas 
margens dos rios, esses mesmos deslizamentos promovem o 
fenômeno de assoreamento, que diminui a profundidade do rio e 
reduz a velocidade do curso d’água, dificultando a oxigenação da 
água e prejudicando toda a fauna aquática. Com a redução da 
profundidade, diminui a capacidade do rio de receber a água extra 
da chuva, o que explica as frequentes inundações no verão de 
regiões intensamente desmatadas. 
As causas do desmatamento são várias: extrativismo de 
madeira, extração de minérios, agricultura e pecuária. Aliás, a 
destruição da vegetação nativa para a formação de pastos para a 
criação de gado é hoje a principal causa de desmatamento da 
Floresta Amazônica no Brasil, sendo a expansão da agricultura uma 
outra causa de importância significativa. 
Além das consequências negativas já citadas, o 
desmatamento leva à fragmentação de ecossistemas. 
 
CALVIN & HAROLDO – Bill Watterson 
 
 
Fragmentação de ecossistemas 
Agentes agressores a um ecossistema podem prejudicá-lo 
seriamente sem que necessariamente ele seja completamente 
destruído. Um fragmento de mata nativa preservado ao redor de 
uma área que tenha sido degradada pode passar por sérios 
problemas, como a intensificação do efeito de borda e o 
isolamento das populações naturais. 
 
Efeito de Borda 
De modo geral, as áreas de um ecossistema mais 
vulneráveis a agressões, por parte do homem ou não, são as 
regiões limítrofes do mesmo. Esta maior vulnerabilidade das regiões 
limítrofes do ecossistema pode ser chamada de efeito de borda. 
No caso da exploração humana, é bem mais fácil que se 
cace ou retire madeira, plantas nativas ou animais silvestres das 
regiões mais periféricas de uma floresta, por exemplo, do que de 
sua área central, onde o acesso é bem mais difícil. 
Além disso, as áreas da floresta perto da borda com o 
exterior acabam ficando mais iluminadas, mais quentes e mais 
secas. E as espécies da floresta respondem de várias maneiras a 
este fenômeno. Algumas espécies não suportam a baixa umidade, 
por exemplo, masoutras acabam por se beneficiar, como algumas 
espécies de cipós. Com isso, o equilíbrio natural fica comprometido, 
podendo haver perda de biodiversidade. Um perigo adicional é o 
avanço da borda para o interior, com a mortalidade de árvores, que 
além dos cipós ficam mais expostas à seca e ao vento. 
O efeito de borda depende do tamanho e da forma do 
ecossistema. Assim, em áreas desmatadas, o sucesso da 
preservação de certos fragmentos de floresta é maior em 
remanescentes maiores e com forma mais próxima de circular. 
Como o efeito de borda pode atingir, em uma generalização 
grosseira, 100 metros mata adentro, remanescentes de uma 
floresta em uma área desmatada, por exemplo, com menos de 100 
m de largura ou diâmetro podem ser "inteiramente borda", e são 
bem mais vulneráveis. 
 
Isolamento de populações em fragmentos de um ecossistema 
Os fragmentos de um ecossistema preservados numa 
região desmatada podem abrigar uma certa quantidade de 
indivíduos de uma certa população, mas, especialmente nos 
menores fragmentos, esses indivíduos isolados estarão sujeitos a 
um grande risco de extinção. 
Populações isoladas só poderão cruzar com os membros da 
sua própria população, num fenômeno conhecido como 
endocruzamento. Endocruzamentos enfraquecem geneticamente 
uma população por impedir as trocas de genes com membros de 
outras populações, diminuindo a variabilidade genética da 
população isolada, o que por sua vez dificulta a adaptação a 
alterações ambientais. Além disso, no caso de pequenas 
populações isoladas, os endocruzamentos aumentam muito as 
possibilidades de cruzamentos consanguíneos dentro da 
população, o que é geneticamente conhecido como um fator que 
leva ao aumento na incidência de defeitos genéticos na prole. 
 
Unidades de Conservação e Corredores Ecológicos 
Áreas ecologicamente protegidas, tanto públicas ou 
particulares, são conhecidas como unidades de conservação. O 
sucesso da proteção oferecida está relacionado, dentre outras 
coisas, ao tamanho e forma da área preservada, o que interfere no 
efeito de borda, e no seu isolamento de outras áreas, o que pode 
levar ao isolamento populacional. 
Corredores ecológicos são porções de ecossistemas 
naturais que fazem a ligação entre as unidades de conservação 
tanto públicas quanto particulares, o que permite um maior 
intercâmbio genético, possibilitando a manutenção da 
biodiversidade e sua variabilidade genética. 
 
Queimadas 
Queimadas são utilizadas como um recurso em agricultura 
tanto para eliminar a vegetação nativa de uma área e abrir 
espaço para o plantio ou a formação de pastos para criação de 
gado, bem como para aumentar a disponibilidade de nutrientes 
no solo por acelerar a reciclagem de matéria, uma vez que a 
queima de restos de material orgânico no solo aumenta a 
 
 
 
 
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disponibilidade sais minerais no solo para as plantas a serem 
cultivadas. 
Entretanto, as queimadas, além de liberarem gases 
poluentes para a atmosfera, como o gás carbônico relacionado 
ao efeito estufa e chuvas ácidas, também promovem redução 
de fertilidade do solo no longo prazo, porque eliminam 
microorganismos relacionados à reciclagem de matéria e aos 
ciclos biogeoquímicos, como o ciclo do nitrogênio. As 
queimadas também destroem folhas de plantas que contêm a força 
das chuvas e raízes de plantas que ajudam a conter a erosão do 
solo, levando a um aumento nessa erosão e suas consequências, 
como deslizamentos de terra, assoreamento e inundações. 
 
Bioinvasão: a introdução de espécies exóticas em 
um ecossistema 
Grande parte da extinção de espécies atualmente se dá 
pela destruição de habitats e pela introdução de espécies exóticas 
(ou invasoras) num ecossistema, fenômeno denominado 
bioinvasão. 
A proliferação de espécies invasoras em uma região pode 
se dar por aspectos como a abundância de recursos alimentares, 
a alta taxa de reprodução, acima da das espécies nativas, e a 
ausência de inimigos naturais como predadores, parasitas ou 
competidores. Por sua vez, essas espécies invasoras podem 
levar as espécies nativas de uma área à extinção por agirem 
como predadores, parasitas ou competidores. 
Um conhecido exemplo das consequências da bioinvasão 
ocorreu na Austrália, com a introdução de um animal 
aparentemente inofensivo, o coelho. 
O coelho introduzido pelos colonizadores ingleses se 
transformou numa verdadeira praga para a vegetação, uma vez que 
não possui predadores naturais nesta região, destruindo as 
pastagens, tão importantes para a criação de carneiros, das 
principais atividades econômicas do país, além de competir com a 
fauna local pela alimentação. O coelho não é um animal nativo: em 
1859 um inglês importou doze pares de coelhos da Europa, para 
colocar na sua propriedade. Seis anos depois, ele havia matado 20 
mil indivíduos, e estimou que haviam sobrado aproximadamente 10 
mil. Em 1887, numa única região da Austrália, foram dizimados 20 
milhões de coelhos! 
Como uma tentativa de controlar a população de coelhos, 
foram trazidos para a Austrália exemplares de animais como furões 
e doninhas, predadores naturais dos coelhos na Europa. Entretanto, 
esta nova bioinvasão só gerou mais problemas: os coelhos, 
evolutivamente acostumados com os predadores, rapidamente 
fugiam, enquanto animais nativos da Austrália, que não conheciam, 
este problema, permaneciam como presas fáceis. Assim, esses 
predadores abandonaram a caça aos coelhos, por ser mais difícil, e 
ficaram com a atividade mais fácil de caçar a fauna australiana rica 
em animais estranhos, como aves que não voam, e por isso 
bastante vulneráveis. 
Por volta de 1950, surgiu a idéia de controlar as populações 
introduzindo-se uma doença específica dos coelhos, a mixomatose, 
que é transmitida por mosquitos. Essa doença é branda para os 
coelhos sul-americanos, porém fatal para os coelhos europeus. 
Inicialmente, os efeitos forma espetaculares: a epidemia de 
mixomatose matou 99,8% da população de coelhos, e a vegetação 
se recompôs em muitas regiões. Apesar disso, alguns coelhos se 
mostraram resistentes aos vírus e atualmente, a população de 
coelhos está hoje em um certo equilíbrio com a população dos 
parasitas. Mesmo assim, o controle biológico da população de 
coelhos pelo vírus da mixomatose pode ser considerado bem-
sucedido. 
Até hoje, os australianos são tão traumatizados com este 
episódio dos coelhos que não há a figura dos coelhos de Páscoa na 
Austrália: a responsabilidade de levar os ovos de Páscoa para as 
criancinhas por lá está nas mãos (ou na bolsa) de um marsupial 
típico do país, chamado de wallaby, que é a menor das espécies de 
canguru que existem... 
No Brasil, nos últimos anos, dois casos de bioinvasão 
merecem mais atenção por nossa parte, o dos caramujos gigantes 
africanos (Achatina fulica) e dos mexilhões dourados (Limnosperma 
fortunei). 
Os caramujos gigantes africanos (Achatina fulica) foram 
trazidos para o Brasil para serem criados e vendidos como 
alimento, em substituição ao escargot. Infelizmente, a rejeição por 
parte dos restaurantes, que não apreciaram muito o sabor do 
pretenso substituto, levou os criadores a soltar os caramujos 
Achatina fulica na natureza. Além de destruição de áreas agrícolas 
e de matas nativas, os caramujos invasores se tornaram um 
problema de saúde pública, uma vez que podem transmitir dois 
vermes que prejudicam a saúde humana: Angiostrongylus 
costaricensis, causador da angiostrongilíase abdominal, doença 
grave que pode causar a perfuração intestinal, peritonite e 
hemorragia abdominal e pode resultar em óbito; e Angiostrongylus 
cantonesis, causador da angiostrongilíase meningoencefálica 
humana, doença que causa, entre outros sintomas, distúrbios do 
sistema nervoso e fortes e constantes dor de cabeça. 
Já os mexilhões dourados (Limnosperma fortunei) foram 
trazidos acidentalmente da Ásia na água de lastro de navios 
cargueiros. Se disseminando a partir dolitoral para os vários rios da 
região sudeste do Brasil, hoje em dia causam vários problemas 
devido a sua grande capacidade de aderir a vários tipos de 
superfície. Em usinas hidrelétricas, a grande quantidade de 
mexilhões aderidos às turbinas pode chegar a fazer com que 
emperrem, exigindo paradas periódicas nas atividades das mesmas 
para remover os bichos grudados por lá. (A propósito, a água de 
lastro é usada em navios que navegam sem sua carga para dar 
estabilidade; em navios grandes, a imensa quantidade de água de 
lastro, que é retirada do mar, pode trazer inúmeras espécies vivas 
como caronas... Inclusive, há leis internacionais que exigem que a 
água de lastro só seja retirada de e eliminada em ambientes de mar 
aberto, uma vez que as espécies dessas regiões são mais 
semelhantes nas diversas regiões do planeta, para evitar o 
transporte de potenciais espécies invasoras.) 
 
Bioprospecção: o valor econômico direto da 
biodiversidade 
Além do valor econômico indireto da biodiversidade, uma 
vez florestas prestam serviços como a remoção do gás carbônico 
atmosférico, a contenção da erosão e a renovação dos 
reservatórios de água, a biodiversidade apresenta um valor 
econômico direto em sua biodiversidade. Assim, um motivo prático 
pelo qual se deve preservar a biodiversidade diz respeito às 
possibilidades de utilização de espécies animais e vegetais na 
produção de alimentos e medicamentos. Imaginem se em uma das 
muitas espécies extintas de vegetais a cada ano na Amazônia não 
haveria a cura para doenças como o câncer e AIDS? Como se pode 
 
 
 
 
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saber disso se muitas espécies são extintas antes mesmo de terem 
sido catalogadas ou estudadas a fundo pela ciência? 
 
A bioprospecção é a pesquisa de medicamentos e outros 
produtos baseados em substâncias produzidas por organismos 
vivos, sendo considerada uma das mais importantes atividades 
para se obter uma economia sustentável e ecologicamente correta. 
 
Medicamentos como a Aspirina (derivada originalmente da 
casca de uma planta chamada salgueiro), o Captopril (usado para 
controle da pressão arterial e derivado originalmente do veneno das 
cobras jararacas) e o Viagra (usado para, tipo assim, vocês sabem, 
e derivado originalmente de uma substância produzida por 
esponjas, que, quem diria, servem para alguma coisa...), são 
exemplos de resultados da bioprospecção. 
Uma possibilidade negativa relacionada à bioprospecção 
está na prática de biopirataria. 
 
O termo biopirataria foi criado em 1992 após o tratado 
assinado na Convenção da Diversidade Biológica na Eco-92 no Rio 
de Janeiro. De modo geral, biopirataria pode ser definida como a 
apropriação de um organismo ou conhecimento sobre ele com a 
intenção de lucro econômico fora de sua região de origem, sem a 
repartição justa de benefícios com a comunidade local. 
 
Países megadiversos em desenvolvimento têm plantas e 
animais estudados por países ricos que descobrem princípios ativos 
e registram patentes, impedindo a utilização deste princípio pelas 
próprias populações nativas. Em alguns casos famosos e absurdos, 
o desenvolvimento do já citado Captopril a partir do veneno de 
cobras jararacas brasileiras, que foi feito por laboratórios 
multinacionais sem que o Brasil fosse beneficiado. Ou então, o caso 
de princípios ativos usados milenarmente por comunidades 
indígenas que foram registrados por laboratórios, impedindo que 
essas mesmas comunidades pudessem usar seus medicamentos 
naturalmente sem pedir autorização para esses mesmos 
laboratórios. Sacanagem... 
A verdade é que num país de dimensões continentais como 
o Brasil, é difícil o controle da saída de plantas, fungos ou outros 
organismos que podem ser fontes de princípios medicamentosos. 
Entretanto, a falta de fiscalização governamental e a falta de 
incentivo à pesquisa, que impede que nós mesmos descubramos e 
patenteemos princípios ativos, funcionam como um estímulo a esta 
pilhagem de nossos recursos biológicos. 
 
Desenvolvimento sustentável 
Hoje, um dos conceitos mais importantes dentro da ação do 
homem em relação ao meio ambiente é o de desenvolvimento 
autossustentável. Isso quer dizer que hoje se sabe que muitas 
fontes de matéria-prima, energia e água disponíveis na Biosfera 
não são recursos ilimitados, sendo ditos recursos renováveis. Se 
não houver uma exploração racional, fornecendo-se tempo para a 
renovação e recuperação desses recursos, eles podem se extinguir 
de maneira permanente. 
Dois importantes conceitos utilizados na área ambiental e 
diretamente relacionados com os pressupostos do desenvolvimento 
sustentável são preservação e conservação. Apesar de conceitos 
distintos, muitas vezes são erroneamente utilizados com o mesmo 
significado. 
 
- Conservação implica em uso racional de um recurso qualquer, ou 
seja, em adotar um manejo de forma a obter rendimentos 
garantindo a autossustentação do meio ambiente explorado. 
- Preservação apresenta um sentido mais restrito, significando a 
ação de apenas proteger um ecossistema ou recurso natural de 
dano ou degradação, ou seja, não utilizá-lo, mesmo que 
racionalmente e de modo planejado. 
 
3R 
As ações humanas norteadas pela preocupação ecológica 
devem estar sempre observando os procedimentos conhecidos 
simplesmente como os “3R”: Reduzir, Reaproveitar e Reciclar. 
 
- Reduzir a utilização de recursos naturais renováveis ou 
esgotáveis a um mínimo necessário: 
- Reaproveitar um mesmo recurso quantas vezes for possível; 
- Reciclar todo o material que puder ser reciclável para diminuir a 
exploração dos recursos naturais. 
 
Reciclar é, além de ecologicamente correto, 
economicamente favorável. O Brasil, por exemplo, está entre os 
líderes mundiais na reciclagem de latinhas de alumínio, o que leva 
a consideráveis reduções no impacto ambiental negativo 
relacionado à exploração da bauxita e no custo de produção de 
novas latas. 
O que não puder ser reciclado deve ser de preferência 
biodegradável, ou seja, passível de decomposição pelos 
microorganismos ambientais. Já existem atualmente detergentes e 
inseticidas biodegradáveis, e há várias pesquisas atualmente para 
que se obtenha um plástico biodegradável de custo razoável. 
 
Exercícios 
 
Questões estilo múltipla escolha 
 
1. (ENEM) 
Apesar de belos e impressionantes, corais exóticos encontrados na 
Ilha Grande podem ser uma ameaça ao equilíbrio dos ecossistemas 
do litoral do Rio de Janeiro. Originários do Oceano Pacífico, esses 
organismos foram trazidos por plataformas de petróleo e outras 
embarcações, provavelmente na década de 1980, e disputam com 
as espécies nativas elementos primordiais para a sobrevivência, 
como espaço e alimento. Organismos invasores são a segunda 
maior causa de perda de biodiversidade, superados somente pela 
destruição direta de habitats pela ação do homem. As populações 
de espécies invasoras crescem indefinidamente e ocupam o espaço 
de organismos nativos. 
LEVY, I. Disponível em: http://cienciahoje.uol.com.br. Acesso em: 5 dez. 2011 (adaptado). 
As populações de espécies invasoras crescem bastante por terem a 
vantagem de 
A) não apresentarem genes deletérios no seu pool gênico. 
B) não possuírem parasitas e predadores naturais presentes no 
ambiente exótico. 
C) apresentarem características genéticas para se adaptarem a 
qualquer clima ou condição ambiental. 
D) apresentarem capacidade de consumir toda a variedade de 
alimento disponibilizados no ambiente exótico. 
 
 
 
 
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E) apresentarem características fisiológicas que lhes conferem 
maior tamanho corporal que o das espécies nativas. 
 
2. (ENEM) 
Certas espécies de algas são capazes de absorver rapidamente 
compostos inorgânicos presentes na água, acumulando-os durante 
seu crescimento. Essa capacidade fez com que se pensasse em 
usá-las como biofiltros na limpeza de ambientesaquáticos 
contaminados, removendo, por exemplo, nitrogênio e fósforo de 
resíduos orgânicos e metais pesados provenientes de rejeitos 
industriais lançados nas águas. Na técnica do cultivo integrado, 
animais e algas crescem de forma associada, promovendo um 
maior equilíbrio ecológico. 
SORIANO, E. M. Filtros vivos para limpar a água. Revista Ciência Hoje. V. 37, n° 219, 2005 
(adaptado). 
A utilização da técnica do cultivo integrado de animais e algas 
representa uma proposta favorável a um ecossistema mais 
equilibrado porque 
A) os animais eliminam metais pesados, que são usados pelas 
algas para a síntese de biomassa. 
B) os animais fornecem excretas orgânicos nitrogenados, que são 
transformados em gás carbônico pelas algas. 
C) as algas usam os resíduos nitrogenados liberados pelos animais 
e eliminam gás carbônico na fotossíntese, usado na respiração 
aeróbica. 
D) as algas usam os resíduos nitrogenados provenientes do 
metabolismo dos animais e, durante a síntese de compostos 
orgânicos, liberam oxigênio para o ambiente. 
E) as algas aproveitam os resíduos do metabolismo dos animais e, 
durante a quimiossíntese de compostos orgânicos, liberam oxigênio 
para o ambiente. 
 
3. (ENEM) A Lei Federal n.º 9.985/2000, que instituiu o sistema 
nacional de unidades de conservação, define dois tipos de áreas 
protegidas. O primeiro, as unidades de proteção integral, tem por 
objetivo preservar a natureza, admitindo-se apenas o uso indireto 
dos seus recursos naturais, isto é, aquele que não envolve 
consumo, coleta, dano ou destruição dos recursos naturais. O 
segundo, as unidades de uso sustentável, tem por função 
compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de 
parcela dos recursos naturais. Nesse caso, permite-se a exploração 
do ambiente de maneira a garantir a perenidade dos recursos 
ambientais renováveis e dos processos ecológicos, mantendo-se a 
biodiversidade e os demais atributos ecológicos, de forma 
socialmente justa e economicamente viável. Considerando essas 
informações, analise a seguinte situação hipotética. Ao discutir a 
aplicação de recursos disponíveis para o desenvolvimento de 
determinada região, organizações civis, universidade e governo 
resolveram investir na utilização de uma unidade de proteção 
integral, o Parque Nacional do Morro do Pindaré, e de uma unidade 
de uso sustentável, a Floresta Nacional do Sabiá. Depois das 
discussões, a equipe resolveu levar adiante três projetos: 
- o projeto I consiste de pesquisas científicas embasadas 
exclusivamente na observação de animais; 
- o projeto II inclui a construção de uma escola e de um centro de 
vivência; 
- o projeto III promove a organização de uma comunidade 
extrativista que poderá coletar e explorar comercialmente frutas e 
sementes nativas. 
Nessa situação hipotética, atendendo-se à lei mencionada acima, é 
possível desenvolver tanto na unidade de proteção integral quanto 
na de uso sustentável 
A) apenas o projeto I. B) apenas o projeto III. 
C) apenas os projetos I e II. D) apenas os projetos II e III. 
E) todos os três projetos. 
 
4. (ENEM) 
Se a exploração descontrolada e predatória verificada atualmente 
continuar por mais alguns anos, pode-se antecipar a extinção do 
mogno. Essa madeira já desapareceu de extensas áreas do Pará, 
de Mato Grosso, de Rondônia, e há indícios de que a diversidade e 
o número de indivíduos existentes podem não ser suficientes para 
garantir a sobrevivência da espécie a longo prazo. A diversidade é 
um elemento fundamental na sobrevivência de qualquer ser vivo. 
Sem ela, perde-se a capacidade de adaptação ao ambiente, que 
muda tanto por interferência humana como por causas naturais. 
Internet: <www.greenpeace.org.br> (com adaptações). 
Com relação ao problema descrito no texto, é correto afirmar que 
A) a baixa adaptação do mogno ao ambiente amazônico é causa da 
extinção dessa madeira. 
B) a extração predatória do mogno pode reduzir o número de 
indivíduos dessa espécie e prejudicar sua diversidade genética. 
C) as causas naturais decorrentes das mudanças climáticas globais 
contribuem mais para a extinção do mogno que a interferência 
humana. 
D) a redução do número de árvores de mogno ocorre na mesma 
medida em que aumenta a diversidade biológica dessa madeira na 
região amazônica. 
E) o desinteresse do mercado madeireiro internacional pelo mogno 
contribuiu para a redução da exploração predatória dessa espécie. 
 
5. (ENEM) A biodiversidade é garantida por interações das várias 
formas de vida e pela estrutura heterogênea dos habitats. Diante da 
perda acelerada de biodiversidade, tem sido discutida a 
possibilidade de se preservarem espécies por meio da construção 
de “bancos genéticos” de sementes, óvulos e espermatozóides. 
Apesar de os “bancos” preservarem espécimes (indivíduos), sua 
construção é considerada questionável do ponto de vista ecológico-
evolutivo, pois se argumenta que esse tipo de estratégia 
I. não preservaria a variabilidade genética das populações; 
II. dependeria de técnicas de preservação de embriões, ainda 
desconhecidas; 
III. não reproduziria a heterogeneidade dos ecossistemas. 
Está correto o que se afirma em 
A) I, apenas. B) II, apenas. C) I e III, apenas. 
D) II e III, apenas. E) I, II e III 
 
6. (UNIFOR) A análise das charges abaixo (disponíveis, 
respectivamente, em http://www.juniao.com.br – acesso em 12 
janeiro 2010 e http://teiaonline. blogspot.com/2009/05/charges-
desmatamento-na-amazonia.html – acesso em 12 janeiro 2010) 
sugere que o desmatamento ilegal na Amazônia

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