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História I -41

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VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulare de Alta Concorrência 
 
 
 
 
 
 
 235 
Aula 3 – Economia Agroexportadora e o Ciclo Açucareiro 
 cujas colheitas passaram significativamente a ser rotuladas como 
"cana cativa". 
Aspectos sociológicos: a casa-grande. Com seu complexo 
esquema de funcionamento, o engenho de açúcar foi a forma de 
exploração agrária que melhor assumiu, no Brasil colonial, as 
características básicas da grande lavoura. Isso porque, além dos 
trabalhos de cultivo do solo, o engenho requeria toda uma série de 
operações exaustivas, com aparelhamento de obtenção difícil e 
mão-de-obra abundante. 
Com seus vários prédios para moradia e instalações fabris -- a 
casa da moenda, a das fornalhas, a dos cobres e a de purgar, além 
de galpões para estocar o produto --, o engenho constituía um 
pequeno aglomerado humano: um núcleo de população. 
De início, ocupava apenas uma clareira na floresta, onde se 
amontoavam as construções de adobe e cal. Com a progressiva 
expansão das lavouras pelas áreas em torno, a clareira primordial 
se converteu não raro num esboço de aldeia, mas muitos dados 
sociológicos básicos já haviam sido definidos naquele mundo 
fechado sob o poder dos senhores. 
A casa-grande, residência do senhor de engenho, assobradada ou 
térrea e sempre bem imponente, constituía o centro de irradiação 
de toda a atividade econômica e social da propriedade. 
A casa-grande se completava com a capela, onde as pessoas da 
comunidade, aos domingos e dias santificados, reuniam-se para as 
cerimônias religiosas. Próximo se erguia a senzala, habitação dos 
escravos, classificados como "peças", que se contavam às 
centenas nos maiores engenhos. 
Os rios, vias de escoamento do açúcar, eram também com 
frequência as únicas estradas de acesso: por eles vinham as toras 
que alimentavam as fornalhas do engenho e os gêneros e artigos 
manufaturados adquiridos alhures, como tecidos e louças, 
ferramentas e pregos, papel e tinta, barris de vinho ou de azeite. 
A casa-grande, a senzala, a capela e as casas destinadas ao 
fabrico do açúcar definiam o quadrilátero que dava a um típico 
engenho sua conformação mais comum. Outras construções, em 
número variável, podiam servir de residência ao capelão, ao 
mestre de açúcar, aos feitores e aos poucos trabalhadores livres 
que se ligavam às atividades do engenho por seus ofícios, como 
barqueiros, carpinteiros, pedreiros, carreiros ou calafates. 
Na maior parte do território brasileiro, ao que parece, 
predominaram os pequenos engenhos, com reduzido número de 
escravos e movidos pela força animal. Contudo, no final do século 
XVIII considerava-se indispensável um mínimo de quarenta 
escravos para que um engenho pudesse moer "redondamente" 
durante as 24 horas do dia. Na mesma época, grandes engenhos 
da capitania do Rio de Janeiro mantinham sob a chibata várias 
centenas de escravos, como o da Ordem de São Bento, que 
chegou a ter 432. 
Reflexos culturais. Foi à sombra da civilização do açúcar, em meio 
ao estrago ecológico da derrubada de matas e à exploração da 
mão-de-obra servil, que começaram a desenvolver-se na América 
portuguesa a urbanização e a arquitetura, as tradições culinárias e 
o artesanato, a medicina e as ciências naturais. Tais artes e 
ciências surgiram como manifestações do sistema de cultura ibero-
católico, ao qual coube a primazia no desenvolvimento da 
civilização brasileira. 
Os benefícios da cultura foram porém notavelmente avigorados 
pela presença dos holandeses -- e, em especial, do conde Maurício 
de Nassau -- no Nordeste açucareiro do Brasil, durante o século 
XVII. 
Foi com os holandeses, atraídos para o Brasil porque as terras de 
massapê eram ideais para a cultura da cana e também porque 
Recife ficava numa posição econômica e comercial estratégica, 
que se realizaram os primeiros estudos sistemáticos da flora e da 
fauna tropicais; que se deu a um burgo, a própria Recife, um 
traçado científico para a conversão em cidade; que se realizaram 
as primeiras quermesses e outras recreações populares de sabor 
não ibérico, que se pintaram as primeiras paisagens e se fixaram 
em desenhos os tipos humanos, as habitações e os costumes da 
época; que se criaram condições para a convivência de três cultos, 
o católico-romano, o protestante e o judaico, sob as vistas liberais 
do poder; que se esboçaram formas de governo representativo, 
admitindo-se nessa representação elementos das populações 
dominadas pelos invasores. 
Não consta que os holandeses tenham concorrido, de modo 
específico, para o aperfeiçoamento técnico da agricultura da cana 
e do fabrico do açúcar no Brasil. Sabe-se porém que foi em grande 
parte obra de sua ciência, depois de enriquecida pela experiência 
brasileira, o aperfeiçoamento do processo de refinar o açúcar. Esse 
progresso se realizou na França a partir de meados do século XVII, 
deixando em desvantagem comercial, desde o fim do mesmo 
século, o açúcar brasileiro pardo e mal refinado, o mascavo. 
Êxodo e decadência. Com a reconquista das terras brasileiras de 
açúcar pelos portugueses e brasileiros -- brasileiros que parecem 
ter adquirido sua primeira "consciência de espécie" nas lutas contra 
o invasor holandês -- o Nordeste foi abandonado por grande parte 
dos judeus que, durante o século XVI e nos primeiros decênios do 
XVII, haviam contribuído para dar prestígio comercial ao açúcar 
brasileiro, colocando-o nos melhores mercados. 
Muitos desses judeus deixaram Recife para instalarem-se em 
outras áreas da América tropical como animadores ou 
organizadores da agricultura da cana e da indústria do açúcar. Não 
raro, fizeram-se acompanhar de escravos peritos nessas 
especialidades. 
Alguns transferiram-se, entretanto, de Recife para a então Nova 
Amsterdam, depois Nova York, que teve assim, entre outros 
pioneiros israelitas de sua grandeza comercial, homens cuja 
primeira experiência americana se verificara em terras brasileiras 
de açúcar e em atividades ligadas ao desenvolvimento de uma 
civilização apoiada na agricultura da cana e no fabrico e 
exportação do muscovado. 
No século XVIII o Brasil já havia perdido a liderança da produção 
açucareira, em face da concorrência de colônias francesas, 
inglesas e holandesas na América, como também das oscilações 
de preços no mercado mundial e da corrida em busca do ouro, que 
levou a um progressivo abandono das lavouras e engenhos. 
A fase de decadência, paralela ao crescimento de outros produtos 
de exportação, como o fumo, o algodão e sobretudo o café, 
prolongou-se até quase a independência. Por essa época, tentou-
se revitalizar a agroindústria açucareira, com a introdução da 
máquina a vapor e aplicações da química e da física. Milhares de 
engenhos, os velhos banguês, espalhavam-se então pelo país, 
tentando resistir a concorrentes fortes que surgiam nas regiões 
mais adiantadas. 
O primeiro engenho central, com matéria-prima vendida pelos 
agricultores para o processamento em instalações industriais já 
bem aperfeiçoadas, foi inaugurado na então província do Rio de 
Janeiro em 1878. Grandes engenhos, nessa fase, transformaram-
se em usinas. Com o avanço da indústria, os banguezeiros, antes 
senhores absolutos da produção do açúcar, ficariam cada vez mais 
reduzidos a meros fornecedores de cana 
 
CICLO DO AÇUCAR 
As potencias europeias sempre procuraram explorar regiões onde já se 
 
 
 
 
 236 
CURSO ANUAL DE HISTÓRIA DO BRASIL – (Prof. Márcio Michiles) 
VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
 
havia riquezas naturais, instalavam no local uma feitoria e se 
apropriavam dos produtos existentes. No Brasil a situação era outra, 
Portugal teria de adaptar sua política mercantilista. Seriam necessários 
colonos, mudas de cana-de-açucar, instrumentos de plantio, montagem 
de engenhos. 
Isso demandava grandes investimentos, mas o momento para 
Portugal era ruim. Parte do capital da expansão eram de 
comerciantes judeus, porem em 1506, perseguidos pela Coroa 
lusitana transferiram-separa os Países Baixos. 
A Coroa portuguesa se viu obrigada a recorrer aos mercadores e 
banqueiros holandeses para financiar o açúcar. A Holanda tinha o 
direito de refino e do transporte mesmo quando navegavam com 
bandeiras portuguesas. Qual seria a vantagem de Portugal nestas 
condições? 
Além de promover o povoamento, garantindo a posse das terras, 
existia o pacto colonial. Todos os navios com destino ao Brasil 
zarpar de Portugal e as embarcações vindas do Brasil eram 
obrigadas a fazer escala na metrópole. Assim o governo português 
garantia a cobrança e o recebimento de impostos sobre as 
transações comerciais coloniais. 
 
MONTAGEM DA PRODUÇAO AÇUCAREIRA 
Monocultura, latifúndio, escravidão e mercado externo eram as 
principais características da estrutura econômica brasileira colonial. 
A esse conjunto de características dá-se o nome de PLANTATION. 
A unidade de produção era o engenho, era geralmente um 
latifúndio. Chegava em alguns casos a abrigar 5000 habitantes. A 
vida no engenho girava em torno da casa grande, moenda, capela 
e senzala. 
Na casa grande viviam o senhor de engenho, seus parentes e 
agregados. Os negros escravos habitavam uma construção 
miserável chamada de Senzala. Na capela centralizava-se a vida 
social e religiosa. O local onde a cana era moída e transformada 
era a moenda. Em 1560, o Brasil já contava com cerca de 60 
engenhos. 
A alimentação provinha das plantações, da criação de animais, da 
caça e pesca realizadas no próprio engenho. Montavam também 
serrarias, onde a madeira para a construção das casas era 
preparada, confecção de mobiliário. 
Após o corte, a cana era levada para a moenda, onde, triturada, se 
transformava em garapa. Conduzido para a caldeira, esse suco era 
cozido até engrossa, resultando o melaço. O melaço ia para a casa 
de purgar, onde era colocado ao sol para secar, em formas de 
barro ou madeira, transformando-se em rapadura. Finalmente, o 
açúcar mascavo, em forma de pães de açúcar era encaixotado e 
levado aos navios que iam para a e Europa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulare de Alta Concorrência 
 
 
 
 
 
 
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Aula 3 – Economia Agroexportadora e o Ciclo Açucareiro 
 EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM 
 
QUESTÃO 01 
Sobre a estrutura social e econômica dos engenhos coloniais no Brasil, marque a opção certa: 
a) a escravidão era a forma de trabalho predominante, fazendo com que não houvesse qualquer 
divisão técnica do trabalho 
b) na agro-manufatura do açúcar, os escravos trabalhavam nas plantações de cana-de-açúcar 
enquanto os homens livres se ocupavam do trabalho nos engenhos 
c) os engenhos mantinham uma divisão do trabalho muito desenvolvida, com escravos realizando 
tarefas simples e homens livres realizando atividades que exigiam maior conhecimento técnico 
d) apesar de uma certa divisão do trabalho ser estabelecida nos engenhos, geralmente os homens 
livres se ocupavam das tarefas menos importantes e mais simples, em que se exigia somente a força 
física. 
 
Questão 02 
A política colonizadora portuguesa, voltada para obtenção de lucros do monopólio na esfera mercantil, 
tinha como principal área de produção: 
a) a implantação da grande lavoura tropical, de base escravista e latifundiária caracterizada pela 
diversidade de produtos cultivados e presença de minifúndios e latifúndios; 
b) o "exclusivo colonial", que obrigava todos os interesses da produção agrícola aos objetivos 
mercantis da Coroa e dos grandes comerciantes metropolitanos; 
c) a agricultura de subsistência, baseadas em pequenas e médias propriedades, utilizando mão-de-
obra indígena; 
d) a integração agropastoril, destinada ao abastecimento do mercado interno colonial, sobretudo ao do 
metropolitano; 
e) a criação de Companhias Cooperativas envolvidas com a produção de tecidos e demais gêneros 
ligados ao consumo caseiro. 
 
Questão 03 
O engenho de açúcar pode ser considerado como um recorte representativo do mundo colonial, por 
conter em seu interior as principais características da sociedade e da economia que se desenvolveram 
na colônia como, por exemplo, a(o): 
a) ampla integração entre os diversos segmentos étnicos da sociedade colonial. 
b) preponderância da população escrava, principal forma de mão-de-obra. 
c) participação direta do capital comercial europeu na produção colonial, através da propriedade dos 
engenhos. 
d) ausência de qualquer controle econômico da metrópole sobre a vida colonial. 
e) controle de toda a economia e dos cargos políticos da sociedade colonial pelos "senhores de 
engenho". 
 
Questão 04 
"Coloquemo-nos naquela Europa anterior ao século XVI, isolada dos trópicos, só indireta e 
longinquamente acessíveis e imaginemo-la, como de fato estava, privada quase inteiramente de 
produtos que se hoje, pela sua banalidade, parecem secundários, eram então prezados como 
requintes de luxo. Tome-se o caso do açúcar, que embora se cultivasse em pequena escala na Sicília, 
era artigo de grande raridade e muita procura; até nos enxovais de rainhas ele chegou a figurar como 
dote precioso e altamente prezado." 
 (PRADO Jr., Caio. "Formação do Brasil contemporâneo". São Paulo, Brasiliense, 1961.) 
 
A colonização do Brasil, a partir do século XVI, permitiu à Coroa Portuguesa usufruir das vantagens 
trazidas pelas riquezas tropicais. Caracterizam a economia colonial brasileira: 
a) o monopólio comercial, a monocultura de exportação, o trabalho escravo e o predomínio das 
grandes propriedades rurais. 
b) o livre comércio, a indústria do vestuário, o trabalho livre e o predomínio das pequenas propriedades 
rurais. 
c) o liberalismo econômico, o trabalho assalariado, a monocultura canavieira e o predomínio das 
grandes propriedades rurais. 
d) o exclusivo colonial, o trabalho escravo, a exportação de ferro e aço e o predomínio das pequenas 
propriedades rurais. 
e) o monopólio comercial, o trabalho assalariado, a produção para o mercado interno e o predomínio 
das grandes propriedades rurais. 
Anotações 
 
 
 
 
 
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CURSO ANUAL DE HISTÓRIA DO BRASIL – (Prof. Márcio Michiles) 
VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
 
Questão 05 
A família patriarcal foi o modelo de organização social do Brasil Colônia. Sobre ela, é correto afirmar, 
EXCETO: 
a) A esposa deveria acatar as ordens do marido, administrar a casa e educar cristãmente os filhos. 
b) O senhor poderia se servir sexualmente das escravas, consideradas "território do prazer". 
c) O primogênito dividia o poder com o pai, pois aos homens cabiam as posições de mando. 
d) As filhas eram educadas para reproduzir o papel da mãe como esposas servis e submissas. 
e) A autoridade suprema era a do pai, a quem todos deviam respeito, obediência e subordinação. 
 
Questão 06 
Considere as afirmativas a seguir sobre a sociedade brasileira no período colonial. 
I. A oposição senhor-escravo é uma das formas de explicar a ordenação social no período colonial, 
embora tenha existido o trabalho livre (assalariado ou não) mesmo nas grandes propriedades 
açucareiras e fazendas de gado. 
II. Os escravos trazidos da África pelos traficantes pertenciam a diferentes etnias e foram 
transformados em trabalhadores cativos empregados tanto nas atividades econômicas mais rentáveis 
(cana-de-açúcar e mineração) quanto nas atividades domésticas e urbanas. 
III. Os primeiros escravos foram os Tupis e os Guaranis do litoral, porém, à medida que se 
desenvolveu a colonização e se criaram missões jesuíticas, no final do século XVI, a escravização 
indígena extinguiu-se. 
IV. Os homens livres pobres (lavradores, vaqueiros, pequenos comerciantes, artesãos) podiam 
concorrer às Câmaras Municipais, pois não havia no Brasil, critérios de nobreza ou de propriedade 
como os que vigoravam na metrópole portuguesa. Estão corretas as afirmativas: 
a) I e II. b) I, II e IV. c)I e IV. d) II e III. e) III e IV. 
 
Questão 07 
“Oh, se a gente preta tirada das brenhas da sua Etiópia, e passada ao Brasil, conhecera bem quanto 
deve a Deus e a Sua Santíssima Mãe por este que pode parecer desterro, cativeiro e desgraça, e não 
é senão milagre, e grande milagre!” 
(VIEIRA, Padre Antônio. Sermão XIV. Apud: ALENCASTRO, Luiz Felipe de, O Trato dos Viventes. 
São Paulo: Companhia das Letras, 2000, p. 183.) 
 
Sobre a escravidão no Brasil no período colonial, é correto afirmar: 
a) O tráfico de escravos no século XVIII era realizado por comerciantes metropolitanos e por 
“brasílicos” que saíam do Rio de Janeiro, Bahia e Recife com mercadorias brasileiras e realizavam 
trocas bilaterais com a África. 
b) A produção econômica colonial era agroexportadora, baseada na concentração fundiária e no uso 
exclusivo do trabalho escravo. 
c) O tráfico de escravos para o Brasil, no século XVIII, era realizado exclusivamente por comerciantes 
metropolitanos. A oferta de mão-de-obra escrava era contínua e a baixos custos. 
d) O tráfico de escravos no século XVIII era realizado apenas por comerciantes “brasílicos”. A oferta 
de mão-de-obra, contudo, era descontínua e a altos custos. 
e) O século XVII marcou o auge do tráfico de escravos no Brasil, para atender à demanda do 
crescimento dos engenhos de açúcar, com uma oferta contínua e a altos custos. 
 
Questão 08 
“Diz-se geralmente que a negra corrompeu a vida sexual da sociedade brasileira (...). É absurdo 
responsabilizar-se o negro pelo que não foi obra sua (...), mas do sistema social e econômico em que 
funcionaram passiva e mecanicamente. Não há escravidão sem depravação sexual. É da essência 
mesma do regime. (...) Não era o negro (...) o libertino: mas o escravo a serviço do interesse 
econômico e da ociosidade voluptuosa dos senhores. Não era a ‘raça inferior’ a fonte de corrupção, 
mas o abuso de uma raça por outra”. 
FREYRE, Gilberto. Casa-grande & senzala. Rio de Janeiro: Record, 2001. p. 372 e 375. 
 
Considerando o texto, é correto afirmar que a degradação moral da sociedade açucareira do Nordeste 
brasileiro tinha como eixo: 
a) a estrutura frágil da Igreja colonial e seu reduzido trabalho na disseminação dos valores cristãos. 
b) as relações de poder entre a metrópole e a colônia, desfavoráveis a essa última quanto aos preços 
dos seus produtos. 
c) a complexa formação étnica da sociedade açucareira, misturando raças em detrimento dos 
costumes portugueses. 
d) a natural corrupção do ser humano, que jamais encontra limites, seja na Igreja ou polícia, para a 
expressão dos instintos. 
e) as relações sociais de produção do engenho açucareiro, base da ordem social colonial. 
 
Anotações 
 
VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulare de Alta Concorrência 
 
 
 
 
 
 
 239 
Aula 3 – Economia Agroexportadora e o Ciclo Açucareiro 
 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 
 
Questão 01 
 ... a reprodução da economia colonial não é inteiramente 
comandada pelas variações conjunturais do mercado internacional; 
se isto é verdade, resta saber: o que influenciaria tal ritmo? Ao 
nosso ver, esta pergunta é respondida se considerarmos a Colônia 
como uma sociedade, com as suas estruturas e hierarquias 
econômicas e sociais. Em realidade, o ritmo da economia colonial 
seria comandado pela lógica e necessidades da reiteração da 
sociedade colonial. 
 (FRAGOSO, João Luís Ribeiro. HOMENS DE GROSSA AVENTURA: 
ACUMULAÇÃO E HIERARQUIA NA PRAÇA MERCANTIL DO RIO DE JANEIRO 
(1790-1830). Rio de Janeiro, Arquivo Nacional, 1992, p. 243) 
 
Atualmente vários trabalhos vêm procurando realizar uma revisão 
sobre a estruturação da economia colonial brasileira. Assim, esses 
novos trabalhos contestam as teses do "sentido da colonização" e 
do "Antigo Sistema Colonial", as quais afirmam que a atividade 
colonizadora: 
a) previa o afrouxamento do exclusivo colonial como forma de 
cooptação política dos colonos, permitindo, desta forma, 
acumulações internas, embora fosse subordinada à expansão 
comercial europeia. 
b) foi um desdobramento da expansão comercial europeia e, nesse 
sentido, a realização da produção colonial dava-se na 
especialização para o abastecimento do mercado externo. 
c) foi pensada enquanto complementar a economia metropolitana, 
o que não significa dizer que os capitais investidos na produção 
colonial fossem exclusivamente da burguesia metropolitana e 
voltados para enriquecê-la. 
d) era dotada de ritmos próprios, os quais regulavam o sentido da 
produção colonial para uma transferência de excedentes para a 
metrópole, mas não para uma subordinação total desta economia 
ao capital mercantil europeu. 
e) não era totalmente regulada por uma transferência de 
excedentes para o mercado externo, sendo o sentido da 
colonização, deste modo, muito mais uma categoria de 
subordinação política do que econômica. 
 
Questão 02 
Leia com atenção as afirmações a seguir: 
I - A economia colonial brasileira foi baseada na diversificação de 
atividades voltadas para o mercado interno. 
II - A agricultura no período colonial era pautada pelo trinômio 
monocultura-latifúndio-escravidão. 
III - Apesar da existência de homens livres em torno do engenho 
principalmente em cargos técnicos a mão-de-obra essencial do 
cultivo da cana e do preparo do açúcar era escrava. 
 
a) Apenas II está correta. 
b) Apenas I está correta. 
c) II e III estão corretas. 
d) Todas estão corretas. 
e) I e III estão corretas. 
 
Questão 03 
No período colonial, a renda das exportações do açúcar: 
a) Raramente ocupou lugar de destaque na pauta das exportações, 
pelo menos até a chegada da família real ao Brasil. 
b) Mesmo no auge da exportação do ouro, sempre ocupou o 
primeiro lugar, continuando a ser o produto mais importante. 
c) Ocupou posição de importância mediana, ao lado do fumo, na 
pauta das exportações brasileiras, de acordo com os registros 
comerciais. 
d) Ocupou posição relevante apenas durante dois decênios, ao 
lado de outros produtos, tais como a borracha, o mate e alguns 
derivados da pecuária. 
e) Nunca ocupou o primeiro lugar, sendo que mesmo no auge da 
mineração, o açúcar foi um produto de importância apenas relativa. 
 
Questão 04 
Duas atividades econômicas destacaram-se durante o período 
colonial brasileiro: a açucareira e a mineração. Com relação a 
essas atividades econômicas, é correto afirmar que: 
a) na atividade açucareira, prevalecia o latifúndio e a ruralização, a 
mineração favorecia a urbanização e a expansão do mercado 
interno. 
b) o trabalho escravo era predominante na atividade açucareira e o 
assalariado na mineradora. 
c) o ouro do Brasil foi para a Holanda e os lucros do açúcar 
serviram para a acumulação de capitais ingleses. 
d) geraram movimentos nativistas como a Guerra dos Emboabas e 
a Revolução Farroupilha. 
e) favoreceram o abastecimento de gêneros de primeira 
necessidade para os colonos e o desenvolvimento de uma 
economia independente da Metrópole. 
 
Questão 05 
A função histórica das colônias era completar a economia das 
metrópoles; no caso brasileiro, a atividade econômica que iniciou 
este papel histórico foi: 
a) a criação de gado, facilitando a penetração e povoamento do 
sertão. 
b) a cana-de-açúcar, produto em expansão no mercado europeu, 
que permitiu a ocupação efetiva da colônia. 
c) a exploração do ouro, fato que consolidou o modelo metalista de 
mercantilismo português. 
d) a exploração de drogas do sertão, utilizando trabalho indígena 
através de missões jesuíticas. 
e) a produção de gêneros de primeira necessidade voltados para o 
mercado interno. 
 
Questão 06 
(Ufv) "O ser Senhor de Engenho é título a que muitos aspiram, 
porque traz consigo o ser servido, obedecido e respeitado de 
muitos. E se for, qual deve ser, homem de cabedal e governo, bem 
se pode estimar no Brasil o ser Senhor de Engenho, quanto 
proporcionadamente se estimam os títulos entre os fidalgos do 
Reino." 
 (ANTONIL. "Cultura e Opulência do Brasil", 1711) 
 
O engenho colonial representava, em miniatura, omodelo das 
relações de poder que eram dominantes na sociedade colonial 
como um todo. 
Das alternativas a seguir, aquela que NÃO constitui atribuição típica 
de senhor de engenho na colônia é: 
a) organizar grandes expedições aos sertões em busca de metais e 
pedras preciosas. 
b) exercer o mando e o controle sobre um amplo espectro de 
dependentes e servidores, incluindo familiares, agregados, 
escravos e lavradores livres. 
c) possuir um grande plantel de escravos, ocupados na complexa 
tarefa da produção do açúcar. 
 
 
 
 
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CURSO ANUAL DE HISTÓRIA DO BRASIL – (Prof. Márcio Michiles) 
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d) estar vinculado a uma rede triangular de relações mercantis, 
envolvendo a exportação do açúcar para a metrópole e a 
importação de escravos da costa da África. 
e) possuir imensa riqueza, na forma de terras e equipamentos para 
o fabrico do açúcar. 
 
Questão 07 
Sobre o emprego da mão-de-obra, durante o primeiro século de 
colonização do Brasil, especificamente no Nordeste, pode-se 
afirmar que: 
a) em razão do alto contingente populacional do território brasileiro, 
mesmo sendo dizimadas tribos inteiras, os indígenas foram a base 
da exploração monocultora da colonização brasileira. 
b) as atividades econômicas nesse período tinham como base o 
trabalho familiar e a mão-de-obra livre que se localizavam nas 
imediações das unidades produtivas. 
c) negros e indígenas, base da produção dos engenhos, coexistiam 
nas propriedades produtoras de cana-de-açúcar realizando, por 
vezes, tarefas diferenciadas. 
d) com a decadência do escambo do pau-brasil, a mão-de-obra 
indígena passa a ser utilizada exclusivamente nas atividades de 
produção de açúcar e de criação de gado. 
e) os franceses utilizaram processos semelhantes aos dos 
exploradores portugueses na relação com os indígenas: 
distribuíram ferramentas e adornos manufaturados em troca do 
pau-brasil cortado e empilhado. 
 
Questão 08 
"Não são raros [no período colonial] os casos como o de um 
Bernardo Vieira de Melo, que, suspeitando a nora de adultério, 
condena-a à morte em conselho de família e manda executar a 
sentença, sem que a Justiça dê um único passo no sentido de 
impedir o homicídio ou de castigar o culpado...". 
(Sérgio Buarque de Holanda, "Raízes do Brasil".) 
 
O texto demonstra 
a) a ineficácia das instituições judiciárias. 
b) a insegurança dos grandes proprietários. 
c) a força imensa, mas legal, do pátrio poder. 
d) a intolerância com os crimes de ordem sexual. 
e) a gestão coletiva do poder no interior da família. 
 
Questão 09 
Sobre a sociedade brasileira do período colonial, pode-se afirmar 
como verídico que: 
01. esteve baseada em relações sociais de cunho patriarcalista e 
escravista. 
02. os escravos, além de abastecerem de mão-de-obra a 
agroindústria açucareira do Brasil, eram importante peça no 
comércio internacional. 
04. os índios do litoral brasileiro foram rechaçados do seu habitat 
natural e foram usados nas incursões para o interior e, em 
inúmeras situações, como mão-de-obra escrava. 
08. os senhores do engenho exerciam forte domínio social, 
caracterizando um certo poder local. 
16. na sociedade que gravitava em torno da exploração das minas 
emergiu uma nova dinâmica sócio-cultural que buscava afirmar os 
valores do nativismo (valores locais) e contestava a exploração 
colonial. 
32. a crise do sistema decorreu do desinteresse do Estado 
Absolutista na manutenção das áreas coloniais, motivado por fortes 
tensões sociais. 
Questão 10 
"Se vamos à essência de nossa formação, veremos que na 
realidade nos constituímos para fornecer açúcar, tabaco, alguns 
outros gêneros; mais tarde ouro e diamantes, depois algodão e, em 
seguida, café para o comércio europeu. Nada mais que isto. É com 
tal objetivo, objetivo exterior, voltado para fora do país e sem 
atenção que não fosse o interesse daquele comércio, que se 
organizarão a sociedade e a economia brasileiras (...)". 
Caio Prado Júnior, in Formação do Brasil Contemporâneo". 
São Paulo, Brasiliense, 1979. 
 
Segundo o texto, é CORRETO afirmar que: 
01. o processo de colonização do Brasil atendeu unicamente aos 
interesses europeus. 
02. a economia do Brasil Colônia foi subsidiária da economia 
européia. 
04. a produção de manufaturados da Colônia atendia ao mercado 
interno; a de produtos agrícolas abastecia os mercados europeus. 
08. a colonização do Brasil teve como objetivo a exploração dos 
recursos naturais, sem a preocupação de criar condições para o 
desenvolvimento da Colônia. 
 
Questão 11 
A lavoura de cana-de-açúcar tornou-se, no século XVII, a base da 
economia brasileira. Sobre a lavoura canavieira e suas 
consequências, é VERDADEIRO: 
01. O engenho era a unidade de produção. Compreendia, além das 
instalações usadas para produzir açúcar, a casa-grande, a capela e 
a senzala. 
02. A mão-de-obra predominante era a do trabalhador escravo. 
Este, reduzido à condição de coisa, era tratado e marcado com 
fogo como animal. Podia ser vendido ou castigado. 
04. A sociedade que se organizou, na época de apogeu do cultivo 
de cana-de-açúcar, possuía um caráter aristocrático. Embora fosse 
grande a mobilidade social, era muito difícil para um escravo tornar-
se trabalhador livre e este transformar-se em senhor de engenho. 
08. A família, que se formou nesta época, era patriarcal. A mulher, 
os filhos e todos os que rodeavam o senhor de engenho a ele 
temiam e obedeciam. 
16. O crescimento da lavoura de cana-de-açúcar teve, entre outras 
consequências, o desenvolvimento da lavoura de subsistência e da 
pecuária. 
32. A mineração foi uma atividade dependente da lavoura 
canavieira, uma vez que o ouro produzido era utilizado para pagar 
as importações dos insumos (ferramentas, mão-de-obra) 
necessários ao cultivo da cana. 
 
Questão 12 
Observe a figura: 
 
 
(Vera Lúcia Amaral Ferlini. "A civilização do açúcar: séculos XVI a XVIII". São Paulo: 
Brasiliense, 1986. p.39) 
	SEMANA 03 - H. BRASIL - ECONOMIA AGROEXPORTADORA E O CICLO AÇUCAREIRO - MICHILES - após correção do professor
	As potencias europeias sempre procuraram explorar regiões onde já se havia riquezas naturais, instalavam no local uma feitoria e se apropriavam dos produtos existentes. No Brasil a situação era outra, Portugal teria de adaptar sua política mercantili...

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