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Simétrico Pré-Universitário – Há 23 anos ensinando com excelência os estudantes cearenses – www.simétrico.com.br 52 Exemplo Resolvido 10: Uma esfera isolante, de raio R, encontra- se uniformemente carregada em todo o seu volume com uma carga total Q. Isso significa que temos cargas elétricas uniformemente espalhadas desde o centro da esfera isolante até a sua superfície. Determine a intensidade do campo elétrico E gerado por essa esfera eletrizada em pontos internos à mesma, localizados a uma distância genérica x do seu centro, com x R. Q R Se fosse uma esfera condutora, toda a sua carga elétrica se distribuiria sobre sua superfície mais externa. Como se trata de uma esfera isolante, sua carga elétrica não tem como se deslocar, permanecendo uniformemente eletrizada. Solução: Seja o ponto A localizado no interior da esfera a uma distância genérica x do seu centro. Conforme o lema estudado anteriormente, sabemos que apenas a carga elétrica q contida na esfera sombreada de raio x gera campo elétrico no ponto A. Q R A x q Entretanto, a carga q da região sombreada é uma fração da carga total Q da esfera isolante. Como determinar essa carga q ? Ora, como a carga elétrica total Q encontra-se uniformemente distribuída em todo o volume da esfera isolante de raio R, podemos dizer, por exemplo, que se o volume da esfera cinza de raio x fosse a metade do volume total, a sua carga q seria a metade da carga elétrica total Q da esfera. Assim, a carga q da região cinza é diretamente proporcional ao seu volume, valendo, portanto, a seguinte proporção: interna aargC interno Volume total aargC total Volume q x. 3 4 Q R. 3 4 33 Assim, determinarmos a carga q contida na região esférica de raio genérico x: q = 3 3 .x R Q , válido para 0 x R Finalmente, estamos aptos a determinar o campo elétrico que essa carga q gera no ponto A, localizado a uma distância x do centro da esfera: E = 2 3 3 22 x .x R Q .K x q.K D q.K = .x R Q.K 3 E = .x R Q.K 3 , válido para 0 x R Assim, sendo K, Q e R constantes, vemos que o campo elétrico E gerado no interior dessa esfera (ou seja, para 0 x R) aumenta lineamente com a distância x ao centro da mesma conforme a expressão determinada acima. Para x = 0 (centro da esfera), temos E = .0 R Q.K 3 E = 0 Para x = R, temos E = .x R Q.K 3 = .R R Q.K 3 E = 2R Q.K E X R 2R Q.K 0 0 Para pontos externos à esfera (x R), o campo elétrico E decresce com o aumento da distância x ao centro da esfera, de acordo com a expressão convencional : E = 2X Q.K , para x R O gráfico acima mostra o comportamento do campo elétrico E em função da distância x ao seu centro tanto para pontos internos à esfera quanto para pontos externos à mesma. Note que no interior da esfera, a intensidade do campo elétrico uniforme E aumenta linearmente com o aumento da distância x, ao passo que fora da esfera sua intensidade diminui proporcionalmente a 1/x². 22 - Potencial Criado Por Um Condutor Eletrizado É importante lembrar que: Partículas eletrizadas, abandonadas sob a influência exclusiva de um campo elétrico, movimentam-se entre dois pontos quaisquer somente se entre eles houver uma diferença de potencial (ddp) não-nula. Quando fornecemos elétrons a um condutor, eletrizamos, inicialmente, apenas uma região do mesmo. Nessa região, as cargas negativas produzem uma diminuição no potencial, que é mais acentuada do que no potencial de regiões mais distantes. A diferença de potencial estabelecida é responsável pela movimentação dos elétrons para regiões mais distantes, o que provoca um aumento no potencial do local onde se encontravam e uma diminuição no potencial do local para onde foram. Simétrico Pré-Universitário – Há 23 anos ensinando com excelência os estudantes cearenses – www.simétrico.com.br 53 - - -- --- - - - - - - - - - - - - - - - - - - -- - - -- No início No final Por outro lado, na eletrização positiva são tirados elétrons de uma região, provocando um aumento no potencial desse local. Como conseqüência, elétrons livres das partículas neutras das regiões mais distantes movimentam-se para o local inicialmente eletrizado. Tal fato faz surgir cargas positivas nas regiões neutras, diminuindo a quantidade de cargas positivas na região eletrizada inicialmente. Tudo acontece como se as cargas positivas se movimentassem ao longo do condutor. - - - + +++ + + + + + + + + + + + + + + + + + + ++ + + ++ + + + No início No final É fácil notar que a movimentação das cargas, no condutor, ocorre durante um breve intervalo de tempo, após o que as partículas elementares atingem posições tais que a diferença de potencial entre dois pontos quaisquer do corpo torna-se nula. Dizemos, então, que o condutor atingiu o equilíbrio eletrostático. A diferença de potencial (ddp) entre dois pontos quaisquer de um condutor em equilíbrio eletrostático é sempre nula. Do exposto, conclui-se que, nos pontos internos e na superfície de um condutor eletrizado em equilíbrio, o potencial elétrico assume o mesmo valor. O potencial assume valores diferentes apenas nos pontos externos ao condutor. V = Vinterno superfície Assim, um condutor em equilíbrio eletrostático é uma superfície eqüipotencial. 23 - Potencial criado por um condutor esférico isolado Suponhamos uma esfera condutora eletrizada em equilíbrio eletrostático. O potencial elétrico assume o mesmo valor em todos os pontos desse condutor, sejam eles internos ou localizados na superfície. Para pontos externos à esfera condutora, o potencial varia com a distância do ponto considerado ao centro O da esfera. Para efeito de cálculo desse potencial, considera-se toda a carga elétrica da esfera concentrada em seu centro. Isso, entretanto, só é possível devido à simetria da mesma. Assim, tem-se: d+ + + ++ + ++ + + + + + + + + r O P V = V = K Q r interno superfície V = K Q d externo O gráfico da variação do potencial em função da distância ao centro da esfera eletrizada é dado pelo gráfico a seguir: d + + + ++ + ++ + + + + + + + + r O V = K. Q r V - - - -- - -- - - - - - - - - r O V = K. Q r V 24 - Condutores Esféricos Ligados Entre Si Na página 4, exercício resolvido No 1, o prof Renato Brito mostrou como se determinar as cargas finais de dois condutores que foram encostados entre si, dados os seus raios e as suas cargas elétricas iniciais. A seguir, retomamos o mesmo problema no contexto do Potencial Elétrico: Exemplo Resolvido 11 Sejam duas esferas metálicas A e B, de raios Ra e Rb, eletrizadas com cargas, respectivamente, iguais a Qa e Qb. Qa, Ra Qb, Rb Pede-se determinar : a) Os potenciais iniciais de cada esfera. b) Os potencial final das esferas, após ligarmos uma à outra. c) As cargas finais Qa’ e Qb’ de cada uma. Solução: Seus potenciais iniciais podem ser facilmente calculados pelas expressão vista na secção anterior: Va = K Qa Ra . Vb = K Qb Rb . Mas o que acontece se ligarmos entre si esferas metálicas eletrizadas de raios diferentes ? Figura 29 –Cilindros contendo líquidos em níveis diferentes. Sabemos que o líquido fluirá para o cilindro da direita até que seus níveis fiquem à mesma altura, isto é, ao mesmo potencial gravitacional Vg = g.h Para uma perfeita compreensão, façamos uma breve analogia: Observe os dois cilindros acima. O potencial gravitacional (Vg = g.h) do líquido A está, inicialmente, superior ao do líquido B. Assim, ao ligarmos os cilindros através de um cano,o líquido A fluirá em direção ao cilindro B, até que seus potenciais gravitacionais se tornem iguais (Vga =Vgb), o que, obviamente, ocorrerá quando seus níveis estiverem iguais (ha = hb). Simétrico Pré-Universitário – Há 23 anos ensinando com excelência os estudantes cearenses – www.simétrico.com.br 54 Analogamente, quando conectarmos as esferas através de um fio condutor, elétrons fluirão de uma esfera a outra até que seus potenciais elétricos se tornem iguais (Va=Vb). Qa’, Ra Qb’, Rb Elétrons fluirão de uma esfera a outra até que seus potenciais elétricos se tornem iguais (Va = Vb). Quando a diferença de potencial (ddp) entre tais esferas se anular (Va Vb = 0), cessará a corrente elétrica entre as mesmas e o sistema atingirá o equilíbrio eletrostático. A partir daí, quando a diferença de potencial (U=VaVb) entre as tais esferas se anular, cessará a corrente elétrica de uma a outra, e o sistema terá atingido o equilíbrio eletrostático. Sendo Qa’ e Qb’ as cargas finais das esferas A e B após atingido o equilíbrio eletrostático, pelo princípio da conservação das cargas, podemos escrever: Qa + Qb = Qa’ + Qb’ (1) Queremos calcular o potencial final VF das esferas. Sobre VF, podemos escrever: VF = K Ra . Qa ' = K Rb . Qb ' (2) Pela propriedade das proporções, podemos reescrever: VF = K Ra . Qa ' + K.Qb ' + Rb = K Qa Ra Rb ( ' + Qb ' ) = K Qa Ra Rb ( + Qb) = VF = KQa + KQb Ra +Rb , mas como temos Va = K Qa Ra . e Vb = K Qb Rb . , podemos reescrever: VF = Va Ra Rb .Ra + Vb.Rb (3) A equação (3) é extremamente útil pois expressa o potencial de equilíbrio VF das esferas apenas em função de seus potenciais iniciais Va e Vb e de seus raios. Pode, facilmente ser memorizada. Assim, de posse da equação (3), determinamos VF. Substituindo-se VF na equação (2), facilmente determinamos Qa’ e Qb’. Confira: VF = K Ra . Qa ' = K Rb . Qb ' (2) 25 - O Potencial Elétrico Da Terra. No estudo da eletrostática, o planeta Terra é considerado uma enorme esfera condutora eletrizada negativamente com carga elétrica estimada em 600.000 C. Sendo o seu de raio de aproximadamente 6.400 km, o potencial elétrico da Terra em relação ao infinito, suposta isolada no universo, vale: VTerra = 8 x 108 V (em relação ao infinito) Embora, a rigor, o potencial resultante na Terra sofra influência das cargas elétricas dos corpos celestes vizinhos, as cargas elétricas separadas pela atividade humana praticamente não produzem efeitos sensíveis no seu potencial elétrico. Assim, para todos os efeitos, a Terra atua como um padrão invariável de potencial elétrico e, portanto, pode ser tomada como nível de referência para potenciais elétricos, isto é, podemos arbitrar um potencial fixo para a Terra. Qual seria um valor interessante de potencial para se adotar para a Terra ? Por simplicidade, adotamos VTerra = 0 V. Ei, prôfi, e o que aconteceria se um condutor isolado de outros condutores fosse conectado à Terra ? Ela ficaria eletricamente neutro ? Por que ? Calminha, Claudete. Se o condutor estiver isolado (ou seja, não estiver sofrendo indução eletrostática devido a presença de outras cargas ao seu redor), ele realmente se tornará neutro após ser conectado à Terra. Para entendermos por que isso ocorre, consideraremos três casos possíveis: Caso 1 – Condutor Com Potencial Elétrico Positivo Estando o corpo isolado eletrizado positivamente com carga +Q, ele terá um potencial elétrico positivo +K.Q/R em relação à Terra (isto é, Vcorpo > VTerra = 0 ), ou seja, haverá uma ddp entre ele e a Terra, o que motivará o aparecimento de uma corrente elétrica entre os mesmos. Conectando-se o condutor à Terra, elétrons (que têm carga elétrica negativa) passarão espontaneamente da Terra para o condutor (do potencial menor para o potencial maior). Durante essa passagem, o potencial +K.Q/R do corpo vai gradativamente diminuindo (+200V, +100V, +50V, +10V) com a chegada de elétrons (visto que a carga +Q do condutor vai diminuindo) até que seu potencial se iguale ao da Terra, cujo potencial é admitido constante VTerra = 0. VA > VTerra Quando finalmente tivermos Vcorpo = VTerra = 0, não haverá mais ddp entre eles e, portanto, não haverá mais corrente elétrica (cessa o movimento de elétrons). Dizemos que o sistema “Terra+corpo” atingiu o equilíbrio eletrostático. Nesse caso, o anulamento do potencial elétrico do condutor obriga o anulamento da sua carga elétrica, ou seja, +K.Q/R = 0 Q = 0) Note que, quando dois corpos estão em equilíbrio eletrostático entre si, eles não precisam ter necessariamente cargas elétricas iguais, mas sim, potenciais elétricos iguais. Caso 2 – Condutor Com Potencial Elétrico Negativo Estando o corpo isolado eletrizado negativamente com carga Q, ele terá um potencial elétrico negativo K.Q/R em relação à Terra (isto é, Vcorpo < VTerra = 0 ), ou seja, haverá uma ddp entre ele e a Terra, o que motivará o aparecimento de uma corrente elétrica entre os mesmos. Simétrico Pré-Universitário – Há 23 anos ensinando com excelência os estudantes cearenses – www.simétrico.com.br 55 Conectando-se o condutor à Terra, elétrons (que têm carga elétrica negativa) passarão espontaneamente do condutor para a Terra (do potencial menor para o potencial maior). Durante essa passagem, o potencial K.Q/R do corpo vai gradativamente aumentando (100V, 80V, 40V, 20V, 10V) com a saída de elétrons (visto que o módulo da carga do condutor vai diminuindo) até que seu potencial se iguale ao potencial da Terra, potencial este admitido constante (VTerra = 0 = constante) durante todo o processo. VB < VTerra Quando finalmente tivermos Vcorpo = VTerra = 0, não haverá mais ddp entre eles e, portanto, não haverá mais corrente elétrica (cessa o movimento de elétrons). Dizemos que o sistema “Terra+corpo” atingiu o equilíbrio eletrostático. Nesse caso, o anulamento do potencial elétrico do condutor obriga o anulamento da sua carga elétrica, ou seja, K.Q/R = 0 Q = 0) Caso 3 – Condutor Com Potencial Elétrico Nulo Tendo o condutor um potencial elétrico nulo em relação à Terra (isto é, Vcorpo = VTerra = 0 ), não há diferença de potencial elétrico (ddp) entre eles, portanto, não haverá corrente elétrica. Os elétrons não têm motivação para fluir espontaneamente de um corpo ao outro. Dizemos que os corpos já estão em equilíbrio eletrostático entre si. Em suma, se não houver ddp, não haverá corrente elétrica. As ligações à Terra são muito usadas para proteger o homem contra o perigo de um choque elétrico ou mesmo uma descarga elétrica. Por exemplo: um pára-raios é sempre aterrado, assim como um chuveiro elétrico, uma torneira elétrica, uma máquina de lavar roupas. Toda vez que ligamos à Terra uma armadura metálica garantimos que o seu potencial elétrico se anula. Assim, se uma pessoa que está com os pés no chão (potencial elétrico nulo) tocar numa geladeira (cuja superfície metálica também está a um potencial nulo, visto que está aterrada), a pessoa jamais tomará choque, visto que não haverá ddp para provocar descarga elétrica através da pessoa em direção à Terra. Afinal, todos estão no mesmo potencial elétrico. 26 - O PáraRaios. O objetivo principal de um pára-raios é proteger uma certa região ou edifício ou residência, ou semelhante, da ação danosa de um raio. Estabelece com ele um percurso seguro, da descarga principal, entre a Terra e a nuvem. Um pára raios consta essencialmente de uma haste metálica disposta verticalmente na parte mais alta do edifício a proteger. A extremidade superior da haste termina em várias pontas e a inferior é ligada à Terra através de um cabo metálico que é introduzido profundamente no terreno.Quando uma nuvem eletrizada passa nas proximidades do pára- raios, ela induz neste cargas de sinal contrário. O campo elétrico nas vizinhança das pontas torna-se tão intenso que ioniza o ar e força a descarga elétrica através do pára-raios, que proporciona ao raio um caminho seguro até a Terra. 27 – Cálculo do Potencial Elétrico de uma Esfera Não-Isolada. Seja uma esfera metálica neutra de raio R, com cargas induzidas +q e q, na presença de um indutor puntiforme de carga +Q a uma distância D do seu centro. Para determinar o potencial elétrico da esfera induzida, é suficiente determinar o potencial elétrico do seu centro A. Tanto a carga indutora +Q, quanto as cargas induzidas q e +q produzem potencial no ponto A. Note que estamos admitindo, por simplicidade, a esfera induzida como estando neutra (q + q = 0). + +Q + + + + + + + + + + - - - - - D -q +q RR indutor A Esfera induzida Segundo o prof Renato Brito, o potencial da esfera induzida A é a soma dos potenciais elétricos que todas as cargas geram no seu centro A. Assim, matematicamente, vem: Efeito do indutor R )q.(K R )q.(K D Q.K VA Efeito das cargas induzidas A expressão acima nos mostra que, estando o condutor neutro, as cargas que aparecem por indução (+q e q) não influenciam o seu potencial elétrico resultante. Segundo o prof Renato Brito, para determinar o potencial elétrico de um condutor esférico neutro na presença de vários indutores ao seu redor (logicamente, o condutor esférico estaria sofrendo indução), basta determinar somar dos potenciais que cada um deles individualmente gera no centro da esfera induzida, conforme a expressão a seguir: Efeito dos indutores R )q.(K R )q.(K .... D Q.K D Q.K D Q.K V 3 3 2 2 1 1 A Efeito das cargas induzidas onde D1, D2, D3 ... são as distância do centro de cada um dos indutores ao centro da esfera induzida. + + + + + - - - - --q +q R Esfera induzida A Q3 Q1 D1 D2Q2 D3 Simétrico Pré-Universitário – Há 23 anos ensinando com excelência os estudantes cearenses – www.simétrico.com.br 56 Como as cargas indutoras puntiformes Q1, Q2, Q3 poder sem positivas ou negativas, o potencial elétrico resultante da esfera induzida terá um sinal algébrico que dependerá tanto dos valores das cargas indutoras, quanto da maior ou menor proximidade delas ao centro da esfera. Lembre-se que os cálculos acima não são feitos em módulos, mas sim, com os respectivos sinais algébricos das cargas elétricas. Caso a esfera metálica não estivesse neutra, a determinação do potencial elétrico da esfera condutora seguiria um raciocínio semelhante, como o prof. Renato Brito mostrará a seguir: Seja uma esfera condutora com várias cargas q1, q2, q3 ..... qn distribuídas sobre sua superfície esférica. Tais cargas podem ter sido induzidas ou não, esse fato é irrelevante. Seja qTotal o somatório dessas cargas: q1 + q2 + q3 + ..... + qn = qTotal Note na figura a seguir que a distância de todas as cargas q1, q2, q3, q4 ..... qn ao centro da esfera indutora sempre vale R. q1 indutores R q2 q3 qn Q1 Q2 Q3 D1 D2 D3 R Sejam D1, D2, D3 as respectivas distâncias dos centro das cargas indutoras ao centro da esfera. Segundo o prof Renato Brito, o potencial elétrico resultante dessa esfera condutora, nesse caso geral, é dado por: R )q.(K ..... R )q.(K R )q.(K ... D Q.K D Q.K D Q.K V n21 3 3 2 2 1 1 A R )q ... qqq.(K ... D Q.K D Q.K D Q.K V n321 3 3 2 2 1 1 A Sendo q1 + q2 + q3 + ..... + qn = qTotal, vem: R )q.(K ... D Q.K D Q.K D Q.K V Total 3 3 2 2 1 1 A A expressão geral acima mostra que o sinal algébrico do potencial elétrico de um condutor sofrendo indução não depende apenas do sinal da sua carga total qTotal, mas também dos sinais algébricos dos indutores ao seu redor, bem como das distâncias entre eles. Assim, o sinal algébrico do potencial elétrico de um condutor sofrendo indução (condutor não-isolado) não precisa coincidir com o sinal algébrico da carga elétrica total qTotal desse corpo. É possível, por exemplo, que um corpo eletrizado negativamente esteja a um potencial elétrico positivo, bastando, para isso, que haja vários indutores positivos ao seu redor que compensem o potencial negativo produzido pela sua carga total qtotal negativa. Ei, prôfi, e o que aconteceria se uma esfera dessas que está sofrendo indução fosse conectada à Terra ? Ela também ficaria eletricamente neutra ? O processo é semelhante ao explicado nos casos 1, 2 e 3 da seção 25 (O Potencial Elétrico da Terra), Claudete. Entretanto, conforme veremos a seguir, no equilíbrio eletrostático entre o condutor não-isolado (isto é, condutor sofrendo indução) e a Terra, ele não ficará mais eletricamente neutro. Para entender melhor, considere uma esfera condutora (suposta eletricamente neutra por simplicidade) sofrendo indução devido à presença de uma carga +Q nas proximidades. + +Q + + + + + + + + + + - - - - - D -q +q RR indutor induzido A Vesfera > 0 Sendo +Q uma carga positiva, e estando condutor com carga total nula (+q q = 0), seu potencial elétrico VA nesse caso é positivo e dado por: Efeito do indutor 0 R )q.(K R )q.(K D Q.K VA Efeito das cargas induzidas Como o potencial VA do condutor esférico é maior que o da Terra (Vesfera > VTerra = 0 V), existe uma ddp entre eles, ddp essa que motiva o aparecimento de uma corrente elétrica entre os mesmos. Elétrons gradativamente subirão da Terra para o condutor (do potencial menor para o potencial maior), reduzindo pouco a pouco o potencial elétrico do condutor (+100V, +80V, +40V, +20V) até que ele se iguale ao potencial elétrico da Terra (suposto constante Vterra = 0). + +Q + + + + + + + + + + - - - - - D -q +qindutor e - R Logicamente, durante esse processo, o condutor (inicialmente neutro) se tornará mais e mais eletronegativo, durante a subida dos elétrons. Quando o equilíbrio eletrostático for finalmente atingido, não haverá mais ddp (Vesfera = VTerra = 0) nem corrente elétrica entre a Terra e o condutor (que agora estará eletrizado negativamente e com potencial elétrico nulo), como mostra a figura a seguir: + +Q + + + + + - - - - - D -qindutor R Vesfera = 0 A Podemos, agora, calcular o potencial elétrico do condutor esférico da figura acima (calculando o potencial elétrico do seu centro A) e igualá-lo a zero.
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