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PORTUGUÊS MÓDULO 02 SOLDADO COMBATENTE 1 Todas os exercícios da apostila que tiverem essa câmera , estão gravados em vídeo para você. Nossos professores resolveram as questões, comentando cada detalhe para te ajudar na hora de estudar. Muitas questões trazem dicas preciosas. Não deixe de assistir aos vídeos dentro da plataforma on-line do Perspectiva e bons estudos! AVISO: Alguns textos não foram colocados nesta apostila, por não serem obrigatórios para resolver os exercícios. Você vai conseguir responder essas questões lendo, com atenção, cada enunciado! Compreensão, organização e interpretação de texto Você sabe organizar um texto? Organizar um texto é um processo mais simples do que a maioria das pessoas pensam, afinal, organizamos textos a todo tempo em nossas vidas. O uso efetivo da língua se dá por meio de textos orais ou escritos. Quando contamos algo a um amigo, respondemos a uma dúvida ou até mesmo pedimos algo no mercado, estamos organizando textos em nossas falas! Podemos apontar um conjunto de fatores para a existência de um texto; dentre tais fatores destacam-se: a) caráter comunicativo: atividade; b) caráter pragmático (referente ao uso): intenção do locutor, situação comunicativa; c) caráter estruturado: existência de regras próprias relativas ao nível textual (de organização linguística do texto). No processo de construção do texto, o locutor (falante/escritor) precisa ter cuidado para conseguir transmitir ideias e criar um material coeso e coerente. Para tanto, utiliza-se determinados elementos linguísticos a fim de orientar seu interlocutor (ouvinte/leitor) num determinado sentido. A eficácia dessa atividade comunicativa depende da seleção e organização dos conteúdos que se pretende transmitir. É imprescindível considerar não só a quantidade e a qualidade da informação, como também o modo pelo qual ela é veiculada. É a partir da adequação de suas partes, bem como da utilização do princípio da não contradição, que o conjunto de enunciados é tecido e entrelaçado por um fio inteligível, constituindo-se em um bloco organizado, ou seja, transformando-se em texto. Observe o trecho abaixo: Depois do almoço, fui estudar um pouco mais o conteúdo dado em sala de aula. Acordei cedo e me preparei para um longo dia. Fui ao laboratório para assistir a última aula do semestre. Não consegui me concentrar bem nos estudos. Perceba como as informações foram apresentadas de forma solta e desconexa. É preciso que haja um encaixe entre as ideias para que a coerência não seja afetada. Veja abaixo a diferença: Acordei cedo e me preparei para um longo dia. Em seguida, fui ao laboratório para assistir a última aula do semestre. Depois do almoço, fui estudar um pouco mais o conteúdo dado em sala de aula. Entretanto, não consegui me concentrar bem nos estudos. As ideias agora foram apresentadas na sequência cronológica em que aconteceram. Além disso, o uso dos conectivos auxiliou no processo coesão. O texto agora pode ser claramente compreendido e também não gera nenhum tipo de ambuiguidade. Alguns grandes autores, como Machado de Assis em “Memória Póstumas de Brás Cubas", podem apresentar obras com ausência de cronologia. Essa estratégia pode ser reconhecida como uma marca estilística própria. Compreensão x Interpretação de texto É muito comum confundir compreensão com interpretação de texto. Contudo, essas são formas distintas de ver um texto. A seguir, você irá estudar essas diferenças. A compreensão de texto consiste na análise do que está escrito no texto, ou seja, as frases e ideias trabalhadas. Por isso, quando falamos em compreensão, estamos também falando em objetividade. A análise será mais objetiva, voltada para a assimilação das palavras e do conteúdo. Já a interpretação vai além de compreender um texto. A interpretação não se limita apenas ao entendimento superficial e dos elementos que estão explícitos, mas busca a compreensão também do que está implícito, nas entrelinhas: "o que o autor quis dizer nesse ponto?”. Assim, a interpretação tem traços mais subjetivos, já que as pessoas partem de pressupostos e vivências distintas. Mas, não apenas os ideais dos leitores serão importantes, o contexto no qual o texto está inserido é primordial. O período em que a obra foi produzida pode alterar a interpretação, pois os pensamentos de cada momento histórico variam. Veja abaixo conhecimentos que fazem toda a diferença na hora da interpretação de um texto: Conhecimento Linguístico É preciso domínio da língua e conhecimentos gramaticais para compreender o significado das palavras. Conhecimento de Mundo Toda a experiência de vida do leitor contribui e dialoga diretamente com a forma como o texto será interpretado. Conhecimento Interacional O autor, muitas vezes, ao produzir o texto dialoga com o leitor. É preciso que haja uma partilha de conhecimento entre ambos. Semântica A semântica trata da relação de sentido entre as palavras. Uma palavra ou uma expressão pode adquirir diferentes significados de acordo com o contexto no qual está inserida. A diferença semântica pode estar relacionada ao campo sintático, como apresentado no caso abaixo: Observe a diferença semântica entre a mesma expressão, “a noite” e “à noite”, nos exemplos abaixo: Ela, a noite, chegou. A expressão “a noite” se relaciona com a palavra “ela”, explicando quem seria esse sujeito da frase. Sendo assim: Valor sintático de “a noite”: aposto Valor semântico de “a noite”: anoiteceu Ela, à noite, chegou. A preposição “à” indica que o termo “à noite” está se relacionando com o verbo “chegou”. É uma informação extra na frase. Valor sintático de “à noite”: adjunto adverbial de tempo Valor semântico de “à noite”: alguém chegou no período da noite Observe esse outro exemplo: O menino derrubou a rede quando estava saindo. Não consegui trabalhar pela manhã, pois estava sem acesso à rede. O jogador balançou a rede pela terceira vez no mesmo jogo. José lançou a sua rede ao mar como sempre fazia aos domingos. Repare que a palavra "rede" possui diversos sentidos e varia de acordo com o contexto e a ideia que cada frase deseja transmitir ao leitor. PORTUGUÊS MÓDULO 02 SOLDADO COMBATENTE 2 Sinonímia x Antônímia A sinonímia é um fenômeno originada do sinônimo. Portanto, ocorre quando palavras diferentes possuem o mesmo, ou muito próximo, significado. Exemplo: É preciso que esse cenário seja alterado/transformado/modificado. Essas três palavras são consideradas sinonímias, pois tem o mesmo significado, mas possuem grafias completamente diferentes. Já o processo de antonímia é justamente o contrário! Antônimas são duas palavras que apresentam significados totalmente opostos – palavras antônimas. Exemplos: “bem” X “mal” "viver" X “morrer" É importante lembrar que o contexto será muito importante nesses fenômenos, pois o autor pode criar essas relações entre as palavras dentro do texto ou da frase! Paronímias As paronímias são aqueles pares de palavras que possuem grafia muito parecida, mas significados diferentes. As palavras, muitas vezes, diferem-se apenas por uma letra, o que pode facilmente confundir nossa compreensão e gerar erros, se a leitura estiver sendo feita rapidamente e de modo desatento. Veja um exemplo abaixo: É preciso retificar (corrigir) esse documento. Já foi ratificado (confirmado) que ele possui graves falhas. Homonímia Trata de palavras iguais na pronúncia e/ou na grafia, mas com significados diferentes, ou seja, homônimos. Veja: São Jorge já foi cantado por muitos artistas. Os alunos daqui são estudiosos. Finalmente o garoto ficou são. Existem três tipos de vocábulos homônimos: homófonos, homógrafos e perfeitos. Homófonos: apresentam pronúncia igual e grafia diferente. Ex: Acender (iluminar, pôr fogo em) / Ascender (subir, elevar) Homógrafos: apresentam grafia igual e pronúnciadiferente. Ex: Almoço (timbre fechado: refeição) / Almoço (timbre aberto: forma do verbo almoçar) Perfeitos: apresentam grafia e pronúncia iguais. Casa (lar, moradia) / Casa (forma do verbo casar) Polissemia A polissemia ocorre quando uma palavra apresenta diferentes significados. Dependendo do contexto, as palavras podem ser interpretadas de forma diferente. Por exemplo: a palavra “banco” pode descrever inúmeros significados (banco = assento de uma praça, banco = assento de madeira/tamborete, banco = instituição financeira, banco = verbo bancar: eu banco). Homônimos perfeitos x vocábulos polissêmicos É muito comum que se faça uma confusão entre esses dois fenômenos. Uma boa maneira de resolver a situação, normalmente, é perceber se há mudança na classe gramatical do vocábulo; se houver, a palavra não é polissêmica! Às vezes, é preciso analisar a homonímia e a polissemia partindo de uma descrição semântica mais profunda, pois há uma questão histórica nos significados das palavras. Por exemplo, manga (fruta) e manga (parte da camisa) não têm a mesma origem (o mesmo radical) e não pertencem ao mesmo campo de sentido, por isso são homônimas perfeitas. Veja estas frases: O peso está muito leve para mim. (adjetivo) Bateram leve à porta. (advérbio) Por favor, leve isso para ela. (verbo) Nestes casos, portanto, constatamos que “leve” não é vocábulo polissêmico, mas sim homônimos perfeitos (mesma grafia e pronúncia, mas classes gramaticais diferentes). Agora veja estes exemplos: Desculpe o bolo que te dei ontem. Comemos um bolo delicioso na casa da Jéssica. Tenho um bolo de revistas lá em casa. Perceba nos exemplos do “‘bolo” que a classe gramatical não mudou, ou seja, "bolo" é substantivo em todos os casos, o que muda é só o sentido. Mesma classe gramatical, diferente contexto, diferente sentido: polissemia. Exercícios 1. PORTUGUÊS MÓDULO 02 SOLDADO COMBATENTE 3 A alternativa que mais se aproxima do ponto de vista defendido pelo autor é Opção 1) A família deve, na educação do filho, sempre atualizar as ferramentas que vão se desgastando no tempo. Opção 2) A inteligência humana reduz a sua capacidade de construir objetos que lhe permitem alimentar-se, se locomover e viver no dia a dia. Opção 3) O mais importante na educação das crianças é o domínio mínimo de um conjunto de ferramentas conhecidas, capazes de dar autonomia a ela. Opção 4) A escola deve, na formação da criança, desenvolver as habilidades fundamentais para que elas venham a ser pessoas autônomas e inventivas. 2. Assinale o item que apresenta o sentido em que a palavra "rede" foi empregado no texto: Opção 1) Aparelho de pesca tecido com fio que forma malhas, de largura variada, que deixam passar a água e retêm os peixes. Opção 2) Conjunto de computadores e outros equipamentos conectados que partilham informações, notícias, soluções e serviços. Opção 3) Grande malha que cerca a parte posterior do gol, para deter a bola quando esta ali é colocada pelo artilheiro. Opção 4) Tecido fino de malha, com que se envolvem os cabelos quando se deseja mantê-los penteados. Opção 5) Artefato de tecido ou malha resistente, pendurado pelas duas extremidades, onde se dorme ou repousa. 3. Leia a frase abaixo. O assento é reservado para idosos, pessoas com criança de colo, gestantes e deficientes físicos. Sobre a palavra “assento”, é correto afirmar que Opção 1) está grafada corretamente. Opção 2) está grafada de forma incorreta; o correto seria “acento”. Opção 3) assim como “assento” (gráfico) é grafada com “ss”. Opção 4) “assento” e “acento” possuem o mesmo significado. 4. Leia as assertivas abaixo: I. O documento foi deferido pela magistrada, depois de verificarem que não diferia do original. II. Depois de analisar o vultuoso rosto do paciente, o médico viu a vultosa quantia que ele levava no bolso. III. Apesar da sede, os alunos não cederam ao cansaço. IV. Após prescrever o medicamento, a médica viu que a portaria tinha como objetivo proscrevê-lo do programa. Usando o conceito de paronímia, assinale a alternativa correta: Opção 1) Somente as assertivas III e IV estão corretas. Opção 2) Somente as assertivas I, II e III estão corretas. Opção 3) Somente as assertivas I, III e IV estão corretas. Opção 4) As assertivas I, II, III e IV estão corretas. 5. A respeito do verso 5 (Dessa vida cumprida a sol), julgue as afirmações a seguir: I - Se a palavra “cumprida” fosse substituída por “comprida”, haveria alterações de caráter semântico; II - O vocábulo “cumprida” em relação a “comprida” constitui exemplo de paronímia; III - Se a palavra “cumprida” fosse substituída por “comprida”, o texto continuaria a ter sentido, embora a interpretação do trecho fosse alterada. Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s): Opção 1) I, lI e III. Opção 2) Apenas I e II. Opção 3) Apenas I e III. Opção 4) Apenas II e III. Opção 5) Apenas I. 6. Pode-se dizer que entre a palavra destacada em “Soa o apito do fechamento das portas” e o adjetivo apto há uma relação semântica de: Opção 1) Sinonímia. Opção 2) Antonímia. Opção 3) Homonímia. Opção 4) Paronímia. 7. Em: “... é uma cena interativa que necessita estar imbuída de significação.”, sobre a palavra sublinhada é correto afirmar: Opção 1) é uma homonímia de entusiasmar; Opção 2) é uma antonímia de desimpregnar-se; Opção 3) é uma paronímia de incutir; Opção 4) é uma sinonímia de imbricar; Opção 5) é uma homógrafa de cair. 8. Leia os fragmentos de textos a seguir. ‘’Tornamo-nos personagens de uma estória inventada, “atores” de teatro. “Não é incrível que um ator, por uma simples ficção, um sonho apaixonado, amolde tanto sua alma à imaginação, que todo se lhe transforme o semblante, por completo o rosto lhe empalideça, lágrimas vertam dos seus olhos, suas palavras tremam e, inteiro seu organismo se acomode à essa mera ficção?’’ ‘’Tornamo-nos personagens de uma estória inventada, “atores” de teatro. “Não é incrível que um ator, por uma simples ficção, um sonho apaixonado, amolde de tanto sua alma à imaginação, que todo se lhe altere o semblante, por completo o rosto lhe empalideça, lágrimas vertam dos seus olhos, suas palavras tremam e, inteiro seu organismo se acomode à essa mera ficção?” Fonte: <http://www.rubemalves.com.br/cronicasfolha.htm>. As palavras destacadas neles são um caso de: Opção 1) homonímia. Opção 2) antonímia. Opção 3) gíria. Opção 4) sinonímia. 9. Na frase “ o docente entregou o teste antes da hora” a palavra docente foi trocada pela palavra discente, que é sinônimo de aluno. Esse é um erro comum na língua portuguesa, visto que muitas palavras tem uma estrutura fonológica parecida. Sabendo disso, esse fenômeno pode ser denominado: Opção 1) Homonímia. Opção 2) Sinonímia. Opção 3) Paronímia. Opção 4) Nenhuma das alternativas. Opção 5) Todas as alternativas. PORTUGUÊS MÓDULO 02 SOLDADO COMBATENTE 4 10. As pessoas paravam para olhar os belos frutos da mangueira que crescia no jardim, descansando um pouco sob sua frondosa copa. Leia as assertivas: I. A semântica define termo polissêmico como aquele que tem um significante unitário – uma só forma - com mais de um significado em campos semânticos diferentes. II. “Copa” é um termo que se encaixa na definição de termo polissêmico. III. Se pensarmos na frase: “O jardineiro já havia preparado a mangueira para regar as plantas”, e compararmos com o trecho acima, “As pessoas paravam para olhar os belos frutos da mangueira que crescia no jardim”, poderemos ver que a palavra “mangueira” é um termo que se encaixa na definição de termos parônimos, ou seja, palavras que são parecidas na forma, mas diferentes em seu significado. Assinale a alternativa correta: Opção 1) Somente as assertivas II e III estão corretas. Opção 2) Somente a assertiva I está correta. Opção 3) Apenas as assertivas I e II estão corretase III está incorreta. Opção 4) Somente a assertiva II está correta. 11. Acerca da imagem, assinale a alternativa CORRETA. Particularmente, considerando apenas o título da reportagem: Opção 1) É possível identificar que o “francês” a que o texto se refere é Claude Troisgros. Opção 2) Não é possível determinar a que “francês” o texto se refere, devido à paronímia dessa palavra. Opção 3) Não é possível determinar a que “francês” o texto se refere, devido à sinonímia dessa palavra. Opção 4) Não é possível determinar a que “francês” o texto se refere, devido à antonímia dessa palavra Opção 5) Não é possível determinar a que “francês” o texto se refere, devido à polissemia dessa palavra. 12. Indique a opção que identifica a relação entre as palavras destacadas nas duas frases: “Antes de fechar esta página...” e “Antes de fechar-se para a vida, Emília lutou bravamente.” Opção 1) Hiponímia. Opção 2) Polissemia. Opção 3) Hiperonímia. Opção 4) Paronímia. 13. A última fala da tirinha causa um estranhamento, porque assinala a ausência de um elemento fundamental para a instalação de um tribunal: a existência de alguém que esteja sendo acusado. Essa fala sugere o seguinte ponto de vista do autor em relação aos usuários da internet: Opção 1) proferem vereditos fictícios sem que haja legitimidade do processo Opção 2) configuram julgamentos vazios ainda que existam crimes comprovados Opção 3) emitem juízos sobre os outros mas não se veem na posição de acusados Opção 4) apressam-se em opiniões superficiais mesmo que possuam dados concretos 14. A essência da teoria democrática é a supressão de qualquer imposição de classe, fundada no postulado ou na crença de que os conflitos e problemas humanos – econômicos, políticos, ou sociais – são solucionáveis pela educação, isto é, pela cooperação voluntária, mobilizada pela opinião pública esclarecida. Está claro que essa opinião pública terá de ser formada à luz dos melhores conhecimentos existentes e, assim, a pesquisa científica nos campos das ciências naturais e das chamadas ciências sociais deverá se fazer a mais ampla, a mais vigorosa, a mais livre, e a difusão desses conhecimentos, a mais completa, a mais imparcial e em termos que os tornem acessíveis a todos. (Anísio Teixeira, Educação é um direito. Adaptado.) No trecho “chamadas ciências sociais”, o emprego do termo “chamadas” indica que o autor Opção 1) vê, nas “ciências sociais”, uma panaceia, não uma análise crítica da sociedade. Opção 2) considera utópicos os objetivos dessas ciências. Opção 3) prefere a denominação “teoria social” à denominação “ciências sociais”. Opção 4) discorda dos pressupostos teóricos dessas ciências. Opção 5) utiliza com reserva a denominação “ciências sociais”. 15. PORTUGUÊS MÓDULO 02 SOLDADO COMBATENTE 5 A matéria saiu no New York Times, foi publicada na Folha de São Paulo; deveria ser bibliografia obrigatória do ensino fundamental à pós- graduação, deveria ser colada aos postes, lançada de aviões, viralizada nas redes sociais, impressa em santinhos, (l. 1-3). Com base no trecho acima, é possível reconhecer que, para o autor, o conteúdo da notícia comentada se caracteriza por: Opção 1) interessar a diferentes espaços sociais Opção 2) remeter a diversos recortes temporais Opção 3) possuir variados significados alegóricos Opção 4) permitir múltiplas interpretações pessoais 16. O texto abaixo, uma transcrição da fala em vídeo do youtuber Felipe Castanhari, é referência para a questão. Olá, meus queridos amigos. Tudo bem com vocês? Eu sou Felipe Castanhari. E vocês devem ouvir falar muito sobre a tal guerra na Síria. Que estamos o tempo todo na tevê e na internet. E eu notei que a grande maioria das pessoas não fazem ideia do que tá rolando. Por que uma galera tá enchendo os barcos com risco de morrer só pra sair de um país? Mano, o que está acontecendo? Basicamente, o que tá rolando ali é uma guerra civil que está devastando o país. São centenas de milhares de pessoas mortas. E tem muita gente desesperada tentando sair desta M. Pessoas que perderam suas casas, perderam suas famílias estão tentando deixar o país a procura de uma vida decente. Mas como assim, a Síria chegou nessa situação de M.? Vamos imaginar que a Síria é um grande colégio, uma grande escola. E esse colégio é governado por um cara chamado Bashar al-Assad, que está comandando esse grande colégio desde 2000. Antes disso, quem comandava esse grande colégio era seu pai, um rapaz chamado Hafez alAssad. Digamos que a democracia não é um conceito muito cultuado nesse colégio, porque é a mesma família que manda naquela P. há 40 anos. Só que aconteceu uma grande M. em 2011 e tudo mudou. Lembra que estamos fazendo de conta que a Síria é um grande colégio, certo? Então temos várias turmas no ensino médio. Cada uma delas com 30 alunos mais ou menos. Ninguém gostava do diretor, do dono da escola. Só que mesmo assim o pessoal ficava meio de boa. Ficava todo mundo meio que passando de ano, sabe? [...] Só que em 2011 a galera de uma das salas resolveu descer pro pátio e protestar contra o diretor. Porque ele dava meio que uns privilégios só pra umas turmas. E o resto do colégio meio que se F., meio que se F. legalmentis. Então, tinha uma galera que tava meio cansada disso e foi lá pro pátio protestar. Eles foram lá e fizeram um protesto pacífico. Ele chegou lá e viu aquela confusão no pátio e resolveu expulsar todo mundo que tava ali protestando. [...] Meteu bala geral. [...] Só que foi aí que começou a virar uma loucura, porque as próprias salas começaram a se dividir. Então ao invés do colégio inteiro partir pra cima do diretor, eles começaram meio que formar panelinhas. E quando as panelinhas se encontravam no pátio, elas começavam a brigar entre elas. [...] Véio, isso é um P. absurdo [...]. Pessoal, vamo entender isso. As pessoas preferem arriscar suas vidas e morrer afogado no mar do que ficar lá na Síria. Olha a M. que tá acontecendo. [...] Além de ter bombardeio, as pessoas de Alepo, a principal cidade do conflito da Síria, elas estão sem água, sem comida, remédios, energia elétrica. Alepo virou um verdadeiro inferno. E a gente pode fazer um pouquinho mais do que ficar indignado. Talvez isso esteja muito longe da gente. Mas a gente aqui no Brasil tem como ajudar. Existem várias entidades como a Unicef que estão fazendo um trabalho de socorro aos civis na Síria, especialmente as crianças, galera. A gente pode fazer doações para essas entidades. E às vezes uma pequena quantia pra você pode fazer uma P. diferença pruma criança lá na guerra. A fala do youtuber Felipe Castanhari tem características fortes da oralidade, que são diferentes das características da variante escrita da língua. Assinale a alternativa que apresenta uma comparação correta. Opção 1) As repetições “porque no meio disso tudo...” e “porque no meio de todo esse sofrimento...” são características da escrita e são usadas pelo youtuber para ajudar o leitor a guardar as ideias em sua memória. Opção 2) Na fala, precisamos nos direcionar ao ouvinte com expressões do tipo “Mano” e “Véio”, ao passo que a escrita não dispõe de recursos para abordagem direta do leitor. Opção 3) As frases curtas, como “Meteu bala geral”, são típicas da oralidade, e a escrita é o lugar preferencial das frases longas, em períodos complexos Opção 4) Os verbos no imperativo, tais como “Lembra que estamos fazendo de conta...” e “vamos entender isso...”, revelam o tratamento que o texto oral dispensa ao ouvinte, enquanto na escrita os imperativos restringem-se à fala de personagens Opção 5) Diferentemente da escrita, na fala, o uso do ‘que’ como articulador abre um leque variado de interpretações a ser resolvido pelo ouvinte, como em “E vocês devem ouvir falar muito sobre a tal guerra na Síria. Que estamos o tempo todo na tevê e na internet”. Texto para as questões 17, 18, 19 Porque arealidade é inverossímel Escusando-me1 por repetir truísmo2 tão martelado, mas movido pelo conhecimento de que os truísmos são parte inseparável da boa retórica narrativa, até porque a maior parte das pessoas não sabe ler e é no fundo muito ignorante, rol no qual incluo arbitrariamente você, repito o que tantos já dizem e vivem repetindo, como quem usa chupetas: a realidade é, sim, muitíssimo mais inacreditável do que qualquer ficção, pois esta requer uma certa arrumação falaciosa3, a que a maioria dá o nome de verossimilhança. Mas ocorre precisamente o oposto. Lê-se ficção para fortalecer a noção estúpida de que há sentido, lógica, causa e efeito lineares e outros adereços que integrariam a vida. Lê-se ficção, ou mesmo livros de historiadores ou jornalistas, por insegurança, porque o absurdo da vida é insuportável para a vastidão dos desvalidos que povoa a Terra. João Ubaldo Ribeiro Diário do Farol. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002 1 escusando-me − desculpando-me 2 truísmo − verdade trivial, lugar comum 3 falaciosa − enganosa, ilusória 17. O título do texto soa contraditório, se a verossimilhança for tomada como uma semelhança com o mundo real, com aquilo que se conhece e se compreende. Essa contradição se desfaz porque, na interpretação do autor, a ficção organiza elementos da vida, enquanto a realidade é considerada como: Opção 1) linear Opção 2) absurda Opção 3) estúpida Opção 4) falaciosa 18. Para justificar a repetição de algo já conhecido, o autor se baseia na relação que mantém com os leitores. Com base no texto, é possível perceber que essa relação se caracteriza genericamente pela: Opção 1) insegurança do autor Opção 2) imparcialidade do autor Opção 3) intolerância dos leitores Opção 4) inferioridade dos leitores 19. Os truísmos são parte inseparável da boa retórica narrativa, até porque a maior parte das pessoas não sabe ler (l. 1-3) O narrador justifica a necessidade de truísmos pela dificuldade de leitura da maior parte das pessoas. Encontra-se implícita no argumento a noção de que o leitor iniciante lê melhor se: Opção 1) estuda autores clássicos Opção 2) conhece técnicas literárias Opção 3) identifica ideias conhecidas Opção 4) procura textos recomendados PORTUGUÊS MÓDULO 02 SOLDADO COMBATENTE 6 20. A namorada Havia um muro alto entre nossas casas. 1Difícil de mandar recado para ela. Não havia e-mail. 2O pai era uma onça. A gente amarrava o bilhete numa pedra presa por um cordão E pinchava a pedra no quintal da casa dela. Se a namorada respondesse pela mesma pedra Era uma glória! Mas por vezes o bilhete enganchava nos galhos da goiabeira E então era agonia. No tempo do onça era assim. (Manoel de Barros. Poesia completa. São Paulo: Leya, 2010.) O pai era uma onça (ref. 2). Nesse verso, a palavra onça está empregada em um sentido que se define como: Opção 1) enfático Opção 2) antitético Opção 3) metafórico Opção 4) metonímico 21. Ausente para os outros, continuava docemente presente para si mesmo. (l. 7) Uma reformulação que mantém sentido equivalente ao da frase acima é: Opção 1) Continuava docemente presente para si mesmo, porque ausente para os outros. Opção 2) Continuava docemente presente para si mesmo, quando ausente para os outros. Opção 3) Continuava docemente presente para si mesmo, embora ausente para os outros. Opção 4) Continuava docemente presente para si mesmo, portanto ausente para os outros. 22. O sentido da charge se constrói a partir da ambiguidade de determinado termo. O termo em questão é: Opção 1) fora Opção 2) agora Opção 3) sistema Opção 4) protestar 23. Algumas preposições podem expressar sentidos variados e introduzir termos com funções sintáticas diversas. No exemplo “Pequeno deu a quantia determinada pela esposa de Zé Gordo”, a preposição por tem características semânticas e sintáticas idênticas às da seguinte alternativa: Opção 1) “caibros cobertos, em geral, por telhas de zinco” Opção 2) “num desespero absoluto e que por ser absoluto é calado.” Opção 3) “que se estendia por caminhos muitas vezes sem sentido algum” Opção 4) “becos que, por terem só uma entrada, se tornam becos sem saídas,” 24. Das opções abaixo, a que NÃO apresenta par de parônimos é: Opção 1) degredado / degradado. Opção 2) flagrante / fragrante. Opção 3) descargo / desencargo. Opção 4) conjetura / conjuntura. Opção 5) estático / extático. 25. Nada superará a beleza, nem todos os ângulos retos da razão. Assim pensava o maior arquiteto e mais invocado sonhador do Brasil. Morto em 5 de dezembro de insuficiência respiratória, a dez dias de completar com uma festa, no Rio de Janeiro onde morava, 105 anos de idade, Oscar Niemeyer propusera sua própria revolução arquitetônica baseado em uma interpretação do corpo da mulher. Filho de fazendeiros, fora o único ateu e comunista da família, tendo ingressado no partido por inspiração de Luiz Carlos Prestes, em 1945. Como a agremiação partidária não correspondera a seu sonho, descolara-se dela, na companhia de seu líder, em 1990. “O comunismo resolve o problema da vida”, acreditou até o fim. “Ele faz com que a vida seja mais justa. E isso é fundamental. Mas o ser humano, este continua desprotegido, entregue à sorte que o destino lhe impõe.” E desprotegido talvez pudesse se sentir um observador diante da monumentalidade que ele próprio idealizara para Brasília a partir do plano- piloto de Lucio Costa. Quem sabe seus museus, prédios governamentais e catedrais não tivessem mesmo sido construídos para ilustrar essa perplexidade? Ele acreditava incutir o ardor em quem experimentava suas construções. Bem disse Le Corbusier que Niemeyer tinha “as montanhas do Rio dentro dos olhos”, aquelas que um observador pode vislumbrar a partir do Museu de Arte Contemporânea de Niterói, um entre cerca de 500 projetos seus. Brasília, em que pese o sonho necessário, resultara em alguma decepção. Niemeyer vira a possibilidade de construir ali a imagem moderna do País. E como dizer que a cidade, ao fim, deixara de corresponder à modernidade empenhada? Houve um sonho monumental, e ele foi devidamente traduzido por Niemeyer. No Planalto Central, construíra a identidade escultural do Brasil. (Adaptado de Rosane Pavam. CartaCapital, 07/12/2012, www.cartacapital.com.br/sociedade/a-visao-monumental-2/) Quem sabe seus museus, prédios governamentais e catedrais não tivessem mesmo sido construídos para ilustrar essa perplexidade? (3º parágrafo) De acordo com o contexto, o sentido do elemento grifado acima pode ser adequadamente reproduzido por: Opção 1) descompasso. Opção 2) problemática. Opção 3) melancolia. Opção 4) estupefação. Opção 5) animosidade. 26. Um dos assuntos da semana foi o rostinho 100% natural da atriz Cate Blanchett na capa da “Intelligent Life”, título de estilo e comportamento da revista “The Economist”. A foto foi publicada sem nenhuma correção feita com o Photoshop. As revistas femininas, que usam o recurso de correção de imagens em níveis extremos, comemoram a iniciativa alheia. Cate, 42, exibe suas rugas discretas e está, obviamente, linda. De fato, o rosto da atriz é um alívio estético diante de olhos tão acostumados a peles com textura de borracha. Mas o discurso que legitima esse tipo de opção como tendência traz com ele uma justificativa mercadológica. Vejamos. Os corpos 100% perfeitos, sem nenhuma marca de expressão, são irreais. Correto. Funcionam como fantasias inalcançáveis, por mais que as mais afoitas tentem consegui-los com a ajuda de cirurgias, implantes e outras alterações físicas. Mas, até mesmo para as marias-bisturi, os resultados têm limites. Seja a permanência de algumas rugas, seja a transformação das pacientes em seres humanos artificiais. E, mesmo com todos os recursos disponíveis, as consumidoras começaram a relatar seu descontentamento diante do espelho. Ironicamente, campanhas por imagens mais reais têmcomo principais interessados os fabricantes de cosméticos. Cate Blanchett sem PORTUGUÊS MÓDULO 02 SOLDADO COMBATENTE 7 Photoshop é uma bela mulher com rugas. Mas com ótima pele. Ultra bem tratada. Sem manchas. Coisas que uma série de tratamentos estéticos não invasivos podem fazer por qualquer mulher. Pelo menos por qualquer uma com recursos suficientes para pagar por eles. Cremes anti-idade, maquiagem de alta definição, produtos de múltipla ação, tudo isso andava escondido sob muitas camadas de maquiagem digital. E a indústria da beleza, grande anunciante das revistas e suplementos de estilo e comportamento, começou a perceber que estava marcando gols contra. Será bom, é claro, ver mais mulheres verdadeiras em capas mundo afora. Há muita beleza viva a ser mostrada. Mesmo assim, para grande parte da humanidade, o acesso a um arsenal que permita chegar aos 40 ou aos 50 com “cara de Cate” (e isso inclui, além de cosméticos, alimentação, exercícios e genética) é quase tão irreal quanto um par de seios absurdamente redondos e com design não compatível com a lei da gravidade. (Vivian Whiteman, Serafina, abril de 2012. Adaptado) Assinale a alternativa que apresenta expressões com sentidos que se opõem, no texto. Opção 1) rugas discretas – alívio estético (2.º parágrafo). Opção 2) corpos 100% perfeitos – fantasias inalcançáveis (4.º parágrafo). Opção 3) marias-bisturi – seres humanos artificiais (5.º parágrafo). Opção 4) imagens mais reais (6.º parágrafo) – mulheres verdadeiras (9.º parágrafo). Opção 5) maquiagem digital (8.º parágrafo) – beleza viva (9.º parágrafo). 27. Goze tanto as suas realizações quanto os seus sonhos. Mantenha-se interessado naquilo que você faz, por humilde que seja. Aquilo que você faz é algo que você realmente possui, num tempo em que tudo muda sem parar. (Rubem Alves, Desiderata, http://www.rubemalves.com.br. Adaptado) Dentre as opções, encontre uma sinonímia para a expressão sem parar, ao final do texto: Opção 1) incontinuamente. Opção 2) incessantemente. Opção 3) imparcialmente. Opção 4) incomparavelmente. Opção 5) imperceptivelmente. 28. Considere o trecho: "As previsões são sombrias quanto ao clima, e não muito animadoras quanto a atitude e providências imediatas que precisam ser tomadas, superando divergências, egoísmos, ..." A palavra em destaque tem, respectivamente, como melhores sinônimo e antônimo: Opção 1) desacordos / desarmonias. Opção 2) concordâncias / competências. Opção 3) discrepâncias / discordâncias. Opção 4) harmonias / discrepâncias. Opção 5) discordâncias / concordâncias. 29. As palavras fera e fada, que qualificam a natureza, têm sentido contrário, assim como o par de expressões: Opção 1) contrastes / terremoto. Opção 2) paraíso / reis. Opção 3) pobres desamparados / horrores. Opção 4) vida / destruição. Opção 5) cumpriu / prometeu. 30. Em – Procurar um médico, para atestar que ele bebeu? – o verbo atestar tem o sentido de: Opção 1) consultar. Opção 2) comprovar. Opção 3) autorizar. Opção 4) impedir. Opção 5) incitar. Gabarito 1. Opção 4 2. Opção 2 3. Opção 1 4. Opção 4 5. Opção 1 6. Opção 4 7. Opção 2 8. Opção 4 9. Opção 3 10. Opção 3 11. Opção 5 12. Opção 2 13. Opção 3 14. Opção 3 15. Opção 1 16. Opção 5 17. Opção 2 18. Opção 4 19. Opção 3 20. Opção 3 21. Opção 3 22. Opção 3 23. Opção 1 24. Opção 5 25. Opção 4 26. Opção 5 27. Opção 2 28. Opção 5 29. Opção 4 30. Opção 2
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