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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO ESCOLA DE MINAS DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO DISCIPLINA: ARQ 102 TEORIA E HISTÓRIA DA ARQUITETURA E DO URBANISMO II PROFª: PATRÍCIA JUNQUEIRA RENASCIMENTO ITALIANO Arte Pintores e mecenas estavam fascinados pela ideia de que a arte poderia ser usada não apenas para contar a história sagrada, mas também para refletir o mundo real. Essa revolução levou os artistas a realizarem experiências e a buscarem novos efeitos. Esse espírito assinalou a ruptura com a arte medieval. Na Idade Média, a nacionalidade tinha pouca importância, mas quando as cidades ganharam prestígio, os artistas, artesãos e artífices se organizaram em corporações que tinham participação na administração das cidades. As guildas destinavam parte de suas verbas para a construção de igrejas, palácios, etc., incentivando assim as artes. As corporações zelavam por seus membros e dificultavam a outros artistas conseguir emprego. Apenas artistas mais famosos conseguiram quebrar essa resistência. Giotto di Bondone (1267-7337) foi destacado como um mestre que liderou um verdadeiro renascimento da arte, significando que suas obras eram consideradas tão boas quanto as dos antigos mestres da Grécia e Roma. Segundo Gombrich (2009: 201), “Giotto redescobriu a arte de criar a ilusão de profundidade numa superfície plana”. Essa técnica permitiu que Giotto modificasse toda a concepção de pintura. Para ele, a pintura era mais do que a palavra escrita. Se tornou uma personalidade famosa em Florença, o primeiro artista a ser reconhecido. Não é de surpreender que essa ideia de um renascimento das artes se tornasse popular na Itália. Os italianos tinham consciência de que Roma tinha sido o centro do mundo civilizado antes das invasões bárbaras. Assim, a ideia de um renascimento estava associada à ressurreição da grandeza de Roma. Os italianos do século XIV acreditavam que a arte, a ciência e o saber tinham sido desenvolvidos no período clássico, tendo sido destruídos pelos bárbaros, cabendo a eles a tarefa de reviver o passado. Esse sentimento era mais intenso em Florença, berço de Dante e Giotto, próspera cidade mercantil que, no século XV, abrigou um número de artistas que se dispôs a criar uma nova arte rompendo com as ideias do passado. UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO ESCOLA DE MINAS DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO DISCIPLINA: ARQ 102 TEORIA E HISTÓRIA DA ARQUITETURA E DO URBANISMO II PROFª: PATRÍCIA JUNQUEIRA Filippo Brunelleschi (1377 – 1446) foi o líder desse grupo de jovens artistas florentinos. Conhecido pela criação e construção do Duomo de Florença, a cúpula da Catedral de Santa Maria del Fiore, e pelo desenvolvimento da perspectiva. Uma das primeiras pinturas produzidas de acordo com as regras matemáticas da perspectiva foi A Santíssima Trindade com a Virgem, São João Batista e doadores (1425-28), de Masaccio. Além da perspectiva, as figuras são de simplicidade e grandeza, formas sólidas, comoventes. Donatello (1386? – 1466): Foi o maior escultor do círculo de Brunelleschi. Sua arte mostra uma concepção inteiramente nova. A obra de Donatello parece tão convincente graças ao novo método adotado pelos artistas florentinos do século XV, eles não repetiam as antigas fórmulas dos mestres medievais. À semelhança dos gregos e romanos que tanto admiravam, começaram a estudar o corpo humano. Segundo Gombrich (2009: 251), “A mistura entre velho e novo, entre tradições góticas e formas modernas, é característica de muitos mestres de meados do século XV”. Lorenzo Ghiberti (1378-1455), escultor da geração de Donatello, conseguiu reconciliar as novas realizações com a antiga tradição. Paolo Uccello (1397-1475): uma de suas obras mais bem conservadas é a Batalha de San Romano, de 1450. A pintura provavelmente se destinava a revestir o lambri de uma das salas do Palazzo Medici. Piero della Francesca (1416?-1510): trabalhou nas cidades de Arezzo e Urbino. É considerado o maior herdeiro de Masaccio. Tinha completo domínio da arte da perspectiva e a ela acrescentou outro recurso: o tratamento da luz. A luz ajuda a modelar as formas das figuras, ao mesmo tempo em que cria a ilusão de profundidade. Sandro Botticelli (1446-1510): um dos seus quadros mais famosos não representa uma lenda cristã, mas um mito clássico, o nascimento de Vênus. Início do século XVI: mais famoso período da arte italiana e um dos maiores de todos os tempos. As cidades italianas competiam entre si pelos grandes artistas, sendo essa competição um grande incentivo para os mestres. No norte não havia esse incentivo, pois as cidades eram menos independentes. UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO ESCOLA DE MINAS DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO DISCIPLINA: ARQ 102 TEORIA E HISTÓRIA DA ARQUITETURA E DO URBANISMO II PROFª: PATRÍCIA JUNQUEIRA O artista nesse momento deixa de ser um artífice ao se dedicar ao estudo da matemática e da anatomia. Ele passa a escolher suas encomendas e ganha o status de gênio. Leonardo da Vinci (1452-1519), o mais velho dos mestres do Cinquecento. Foi aprendiz em uma importante oficina de Florença, a do pintor e escultor Andrea del Verrocchio (1435-88). Possui poucas obras completas. Aristóteles definia as artes em duas categorias: artes liberais (gramática, lógica, retórica e geometria) e as artes manuais, essas consideradas inadequadas a um cavaleiro. Leonardo queria provar que a pintura era uma arte liberal, o trabalho nela envolvido não era nem mais nem menos do que o trabalho necessário para escrever uma poesia. As grandes obras do Quatrocento tinham algo em comum: suas figuras parecem duras, quase estátuas. A cópia minuciosa de uma figura fazia com que ela se tornasse quase de madeira. Leonardo resolveu esse problema ao deixar algo para o espectador adivinhar. Os contornos não possuem traços firmes, deixando a forma indefinida. Essa é a famosa técnica criada por ele, conhecida como sfumato. Michelangelo Buonarroti (1475-1564) era 23 anos mais novo que Leonardo e viveu 45 anos a mais. Testemunhou uma grande mudança nas artes, sendo ele próprio um dos causadores dessa mudança. Foi aprendiz na oficina de Domenico Ghirlandaio desde os 13 anos de idade, lá ficando por 3 anos. Suas ideias sobre arte eram diferentes das ensinadas pelo mestre, sendo assim, preferiu estudar a obra de Giotto, Masaccio, Donatello e outros escultores gregos e romanos na coleção dos Medici. Michelangelo se dedicou a entender profundamente o corpo humano e, assim como Leonardo, estudou anatomia humana dissecando cadáveres e desenhando modelos. Reproduzia movimentos e posturas de grande dificuldade. Sua fama era de que não apenas se igualava aos grandes nomes da Antiguidade, mas suplantava-os. Aos 30 anos de idade já era conhecido como gênio. Raffaello Sanzio (1483-1520), estudou na oficina de Perugino. Suas pinturas são de grande simplicidade, segundo Gombrich (2009), resultado de profunda reflexão, planificação cuidadosa e imensa sabedoria artística. Rafael ficou famoso por suas madonas e figuras idealizadas, mas também por seus retratos. UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO ESCOLA DE MINAS DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO DISCIPLINA: ARQ 102 TEORIA E HISTÓRIA DA ARQUITETURA E DO URBANISMO II PROFª: PATRÍCIA JUNQUEIRA Ticiano (1485?-1576) teria vivido mais de 90 anos e morrido de peste. Mais famoso dos pintores venezianos. Tendo concorrido em fama com Michelangelo. Suas obras mais reconhecidas foram os retratos. RENASCIMENTO Arte - Norte da Europa Assim como Donatello na Itália, o escultor Claus Sluter, que trabalhou em Dijon entre 1380 e 1405, realizou obras que romperam com o método de seus antecessores. Sua obra mais famosa é um grupo de profetas que formava a base de um grande crucifixo que marcava o local de uma antiga fonte, local de peregrinação. Outroimportante artista do norte da Europa foi Jan van Eyck (1390? – 1441), trabalhou, sobretudo na região dos Países Baixos, principalmente onde hoje fica a Bélgica. Para conseguir realizar a reprodução da realidade em todos os seus pormenores, van Eyck criou a pintura a óleo. Uma de suas obras mais famosa é um gigantesco retábulo com numerosas cenas, na cidade de Gand. A arte de van Eyck atingiu seu maior triunfo na pintura de retratos. Um dos mais famosos é Os Esponsais dos Arnolfini. Albrecht Dürer (1471-1528), um dos maiores artistas alemães. Filho de um ourives húngaro que se mudou para Nuremberg e lá instalou sua oficina. Ainda muito jovem Dürer demonstrou talento para desenho e, por isso, foi enviado para ser aprendiz na oficina de altares e xilogravura do mestre Michel Wolgemut. Após concluir seu aprendizado, realizou uma viagem para a Itália, passando pela Suíça, onde executou algumas xilogravuras para livros. Ao longo da viagem realizou desenhos dos lugares por onde passou. Ao fim da viagem, retornou a Nuremberg onde se casou e abriu uma oficina. Entre suas primeiras grandes obras encontra-se uma série de xilogravuras que ilustram o Apocalipse de São João. Os desenhos fizeram sucesso imediato. Dürer tinha consciência da importância dos novos princípios desenvolvidos pelos artistas italianos. Preocupava-se em acrescentar detalhes que tornassem o desenho real, seus estudos e esboços demonstram a intenção de copiar a natureza o mais fiel possível. A vida de Dürer é conhecida porque ele manteve registro de suas viagens e pesquisas e escreveu livros com o intuito de transmitir seus conhecimentos. UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO ESCOLA DE MINAS DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO DISCIPLINA: ARQ 102 TEORIA E HISTÓRIA DA ARQUITETURA E DO URBANISMO II PROFª: PATRÍCIA JUNQUEIRA Bosch, artista holandês sobre o qual se tem poucas informações. Sabe-se que faleceu em 1516, mas não se sabe com que idade, apenas que começou a trabalhar como mestre em 1488. Ficou famoso por suas representações assustadoras. Não se preocupava com a representação fiel das figuras humanas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GOMBRICH, E. H. A história da arte. 16.ed. Rio de Janeiro : LTC, 2009.
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