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Livro Historia da arte

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Prévia do material em texto

Autores: Profa. Nancely Huminhick Vieira
 Profa. Ana Elena Salvi
 Prof. Mário Henrique de Castro Caldeira
Colaboradores: Profa. Patrícia Scarabelli
 Prof. Adilson Silva Oliveira
História da Arte
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Professores conteudistas: Nancely Huminhick Vieira / 
Ana Elena Salvi / Mário Henrique de Castro Caldeira
Nancely Huminhick Vieira
É graduada em Artes Plásticas pela Unesp (1994), além de mestre (2004) e doutora em Educação (2010) – sendo 
que em ambas as titulações a fotografia foi seu objeto de pesquisa. Atuou durante dois anos como professora da 
pós‑graduação EaD em Artes pelo projeto Redefor em parceria com a Secretaria da Educação e a Unesp. É professora 
da UNIP e do Mackenzie em diversas disciplinas da área fotográfica, além de ser coordenadora da pós‑graduação 
em Fotografia da UNIP. Trabalhou como fotógrafa durante vários anos nas seguintes áreas: book, cult, still e eventos. 
Atualmente desenvolve pesquisa com o tema fotografia cultural.
Ana Elena Salvi
Graduou‑se na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (USP), em 1976, e pela 
mesma instituição fez o mestrado, em 2001, e o doutorado, em 2005. Exerceu cargo de arquiteta e urbanista na 
Secretaria de Obras e Meio Ambiente do Estado de São Paulo, na Prefeitura do município de São Paulo e em escritório 
próprio. Iniciou carreira docente, em 1987, na Universidade Católica de Santos e, a partir de 1994, na Universidade 
Paulista (UNIP), na qual exerce o cargo de Coordenadora Geral nos cursos de Arquitetura e Urbanismo e Design de 
Interiores, colaborando com a elaboração de material didático nessas áreas.
Mário Henrique de Castro Caldeira
Graduou‑se na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (USP), em 1994, e pela 
mesma instituição fez o mestrado, em 1999, e o doutorado, em 2006. Atuou como arquiteto em vários projetos desde 
1994, e como professor em graduação de Arquitetura e Urbanismo desde 1996. Na Universidade Paulista (UNIP), leciona 
desde 2000, contribuindo também com a elaboração de material didático para cursos de graduação de Arquitetura e 
Urbanismo, Design de Interiores e Desenho Industrial.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
V658h Vieira, Nancely Huminhick.
História da Arte / Nancely Huminhick Vieira, Ana Elena Salvi, 
Mário Henrique de Castro Caldeira. ‑ São Paulo: Editora Sol, 2018.
176 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XXIV, n. 2‑094/18, ISSN 1517‑9230.
1.Classicismo. 2. Vanguarda artística. 3. Arte moderna. I. Salvi, 
Ana Elena. II. Caldeira, Mário Henrique de Castro. III. Título
CDU 7(091)
U502.09 – 19
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Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona‑Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Kleber Souza
 Vitor Andrade
 Marcilia Brito
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Sumário
História da Arte
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7
Unidade I
1 O QUE É ARTE? ....................................................................................................................................................9
1.1 Definições de arte ...................................................................................................................................9
1.2 Importância do estudo da arte no design de interiores ....................................................... 10
1.3 Transformações da arte ao longo do tempo ............................................................................. 11
2 DO CLASSICISMO ANTIGO À ARTE NA ERA DAS REVOLUÇÕES .................................................... 12
2.1 Classicismo .............................................................................................................................................. 12
2.1.1 Arte na Grécia antiga ............................................................................................................................ 12
2.1.2 Arte na Roma antiga ............................................................................................................................. 13
2.2 Crise do Classicismo: relação entre Oriente e Ocidente na Idade Média (476‑1453) 14
2.2.1 Arte cristã no Império Bizantino ...................................................................................................... 15
2.2.2 Arte cristã na Europa ocidental medieval..................................................................................... 16
2.3 Retorno aos valores clássicos .......................................................................................................... 17
2.3.1 Renascimento: a razão e a arte ........................................................................................................ 17
2.3.2 Maneirismo: clássico e anticlássico ................................................................................................. 22
2.3.3 Barroco: invenção do movimento ................................................................................................... 24
2.4 Arte na era das Revoluções .............................................................................................................. 28
2.4.1 Laicização da arte e Revolução Francesa ...................................................................................... 28
2.4.2 Arte e Revolução Industrial ................................................................................................................ 29
Unidade II
3 NOVAS FORMAS DE REPRESENTAÇÃO NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX .................. 403.1 Síntese da forma na obra pictórica de Paul Cézanne............................................................ 40
3.2 Busca da ruptura com os padrões clássicos: pintura, design e arquitetura ................. 41
3.3 Pontilhismo ............................................................................................................................................. 42
3.4 Impressionismo ..................................................................................................................................... 42
3.5 Fauvismo .................................................................................................................................................. 44
4 DAS VANGUARDAS ARTÍSTICAS À ARTE PÓS‑VANGUARDA ......................................................... 44
4.1 Era da máquina e vanguardas artísticas ..................................................................................... 44
4.1.1 Movimentos transformadores da arte: ismos ............................................................................. 44
4.1.2 Arte abstrata e Bauhaus ...................................................................................................................... 53
4.2 Realizações da arte pós‑vanguarda .............................................................................................. 54
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4.2.1 Papel do artista e crise da modernidade ....................................................................................... 54
4.2.2 Pop Art ........................................................................................................................................................ 55
4.2.3 Op Art .......................................................................................................................................................... 57
4.2.4 Pós‑modernidade e perspectivas da arte no século XXI ......................................................... 57
Unidade III
5 ARTE RUPESTRE E ARTES INDÍGENAS NO BRASIL ............................................................................. 63
5.1 Arte rupestre no Brasil ....................................................................................................................... 63
5.1.1 Pré‑História ............................................................................................................................................... 63
5.1.2 Tradições da arte rupestre brasileira ............................................................................................... 68
5.2 Artes indígenas ...................................................................................................................................... 74
5.2.1 Grafismo ..................................................................................................................................................... 76
5.3 Arte plumária ......................................................................................................................................... 87
6 ARTE COLONIAL NO BRASIL ........................................................................................................................ 92
6.1 Período jesuítico ................................................................................................................................... 92
6.2 Aleijadinho .............................................................................................................................................. 99
6.3 Fotografia de paisagem e experiências pictóricas ................................................................103
Unidade IV
7 A ARTE MODERNA ........................................................................................................................................110
7.1 Semana de Arte Moderna no Brasil ............................................................................................114
7.2 Grupo dos Cinco e os movimentos modernistas ...................................................................121
8 FIGURAÇÃO X ABSTRAÇÃO .......................................................................................................................128
8.1 Alfredo Volpi .........................................................................................................................................128
8.2 Claudio Tozzi ........................................................................................................................................135
8.3 Gustavo Rosa .......................................................................................................................................143
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APRESENTAÇÃO
A disciplina História da Arte no Design de Interiores aborda as questões da Arte ao introduzir o aluno 
na discussão da produção artística ao longo da história, caracterizada pela diversidade e fragmentação, 
pela permanência e pelo afastamento das questões clássicas, bem como por sua inter‑relação com 
outras produções artísticas.
A crise do clássico, recorrente ao longo do tempo e enquanto ruptura de seus conceitos desvenda a 
relação existente entre a produção artística e o espaço‑tempo.
A disciplina de História da Arte visa desenvolver a percepção do aluno e fornecer instrumentos de 
análise e interpretação da produção artística ocidental internacional e a nacional.
Além das principais fases da História da Arte em que o clássico se manifesta, com suas referências 
e releituras da Antiguidade, é dada ênfase ao período da Arte Moderna, ou de Vanguarda, e à Arte 
Contemporânea, centrada nas relações arte‑público, arte‑materiais, arte‑espaço.
Para o bom aproveitamento dos conhecimentos da disciplina, é recomendado que o(a) discente 
procure frequentar exposições de arte em museus, galerias e feiras de arte, assim como visitar on‑line 
museus internacionais e sites de arte.
É importante frequentar também peças de teatro, cinemas de arte, espetáculos de música, ópera etc., 
pois somente com a experimentação e vivência da obra de arte é que é possível aumentar a percepção 
e as sensações decorrentes dessa fruição.
INTRODUÇÃO
O potencial de criação do homem é a mola propulsora da evolução. Ele afeta não só o mundo físico 
ao qual estamos acostumados, mas também a própria condição humana e os contextos culturais. Para 
tanto, “a percepção consciente na ação humana se nos afigura como uma premissa básica da criação, 
pois além de resolver situações imediatas, o homem é capaz de a elas se antecipar mentalmente” 
(OSTROWER, 2001, p. 10).
Nossa capacidade de expressar a percepção vem de formas simbólicas de comunicação, como a fala, 
mas aquela que se encontra na essência da criação é a habilidade de expressar por meio de ordenações, 
ou seja, pelas formas. “Se a fala representa um modo de ordenar, o comportamento também é ordenação. 
A pintura é ordenação, a arquitetura, a música, a dança, ou qualquer outra prática significante” 
(OSTROWER, 1998, p. 24).
Apesar de as formas de convivência coletiva dos primórdios da vida do homem primata serem 
desconhecidas, entendemos que seu comportamento era social, como observaram os arqueólogos a partir 
dos fósseis encontrados: mãos livres, caninos atrofiados, postura ereta, maiorcapacidade craniana em 
comparação com a dos outros primatas. Apesar de inconclusivos, vários indícios apontam a hominização 
do nosso ancestral. A manifestação artística é um deles.
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As teorias no campo do design de interiores alimentam‑se direta ou indiretamente de diversos 
outros campos do saber humano e, dentre eles, está a esfera do conhecimento produzido pelas teorias 
artísticas. Estas, por sua vez, possuem uma dinâmica mais intensa do que a do design de interiores, por 
razões de sua própria materialidade e forma de produção. Por isso, é fundamental desenvolver um olhar 
atento sobre o objeto artístico, suas concepções e teorias, sua forma de produção e investigar como, em 
qualquer período da história, o projeto de interiores, a arquitetura e a cidade (os edifícios e os espaços 
abertos) sofreram influências significativas da produção artística.
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HISTÓRIA DA ARTE
Unidade I
1 O QUE É ARTE?
1.1 Definições de arte
O conceito de arte é alterado de acordo com a época e a cultura. Pode ser separado ou não, como é 
entendido hoje na civilização ocidental, do artesanato, da ciência, da religião e da técnica no sentido 
tecnológico. Essa mutabilidade do conceito depende tanto daqueles que produzem os objetos que 
receberão a definição de obra de arte, quanto da sociedade na qual esses mesmos objetos são feitos.
Assim, entre os povos ditos primitivos, a arte, a religião e o conhecimento acumulado não existiam 
de forma separada, tampouco havia o artista como figura autônoma dentro dessas sociedades. Naquele 
momento, arte era um conceito aplicado a certas habilidades que algumas pessoas possuíam para realizar 
uma tarefa. Para os gregos antigos do século V a.C., a palavra usada para definir arte, ou capacidade 
de realizar algo a partir de certas habilidades e conhecimentos, era tekné, que etimologicamente deu 
origem à palavra técnica que usamos hoje. Para aqueles gregos havia a arte, ou técnica, de se fazer 
esculturas, pinturas, sapatos ou navios.
O termo arte, com o passar dos séculos, (e dependendo das sociedades nas quais se verificar a 
existência desse conceito), modificou‑se bastante. Na Europa, durante um longo período, o termo 
servia para designar uma atividade relacionada à capacidade de criar objetos, pinturas, obras com muita 
qualidade, perícia e talento.
Atualmente, arte é um termo relacionado à criação de imagens, sons, objetos, espaços (virtuais 
ou físicos), que contenham alguma qualidade plástica que se destaque a partir do ponto de vista da 
sociedade. O reconhecimento dessas qualidades, em geral, é feito por um crítico ou por alguém cuja 
opinião seja ouvida. É essa opinião, quando aceita pela sociedade dentro da qual ela foi emitida, que irá 
determinar o que é e o que não é arte, assim como o que é e o que não é obra‑prima.
 Observação
O significado de obra‑prima vem do período medieval. Para um 
artífice, artesão, pintor, escultor, ourives – ou qualquer outra profissão 
que dependesse de um conhecimento específico – ser chamado de 
mestre, dependeria da sua capacidade de criar uma obra‑prima, ou seja, 
algo resultante de seu trabalho, que fosse avaliada por seus pares, e nela 
reconhecessem um grande talento e qualidade.
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Unidade I
1.2 Importância do estudo da arte no design de interiores
Uma das formas mais comuns de influência e relação entre arte e o design de interiores acontece 
quando as formas plásticas de um determinado movimento ou teoria artística são aplicadas diretamente 
em um projeto. Um exemplo conhecido é a forte presença do De Stijl (neoplasticismo), na primeira 
metade do século XX, em diversas áreas da arquitetura, do desenho industrial e do design de interiores. 
Sua estética abstrata radical está descrita no próprio nome: sua coloração deveria limitar‑se às três cores 
primárias (vermelho, azul e amarelo), acrescentando o preto, o cinza e o branco, e os seus elementos 
compositivos eram formados apenas por linhas verticais e horizontais e superfícies retangulares. O 
fundador do movimento foi Theo van Doesburg (1883‑1931), que aplicou a estética neoplástica no 
projeto de interiores de um café, o L’Aubette, em Estrasburgo, na Áustria, em 1929.
Veja a comparação entre as figuras a seguir e note como os aspectos plásticos de uma pintura 
neoplasticista de Piet Mondrian (1872‑1944) aparecem nitidamente nas formas, acabamentos e cores 
usadas no projeto de interiores do café. Observe ainda que a pintura é anterior ao projeto do café, 
indicando que as formas plásticas e a escolha das cores foram desenvolvidas em obras como essa e 
depois usadas como referência para o projeto do ambiente.
Figura 1 – Piet Mondrian, Composição em losângulo com Vermelho, 
Cinza, Azul, Amarelo e Preto, 1924‑5, óleo sobre tela
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HISTÓRIA DA ARTE
Figura 2 – Theo Van Doesburg, Café L’Aubette, 1929
 Saiba mais
Para você ter uma visão mais ampla da História da Arte e perceber as 
inúmeras variações e riquezas, é importante ampliar a sua leitura, incluindo 
livros como este:
FARTHING, S. Tudo sobre arte: os movimentos e as obras mais importantes 
de todos os tempos. Rio de Janeiro: Sextante, 2011.
1.3 Transformações da arte ao longo do tempo
Para melhor compreender a enorme quantidade de informações, momentos, tendências e movimentos 
artísticos, recorre‑se geralmente às linhas do tempo (ou linhas cronológicas), para que assim se permita 
uma visualização sequencial dos diversos períodos que a arte percorreu na história humana. Porém, 
qualquer tentativa de estabelecer uma linha cronológica que organize temporalmente os diversos 
momentos pelos quais cada civilização construiu seus objetos artísticos (com seus valores socioculturais 
e técnicas específicas), esbarra na dificuldade de definição de datas e conceitos exatos. Além disso, ao 
longo do tempo, certas classificações que costumavam ser consideradas adequadas podem e vão sendo 
questionadas e alteradas.
Um exemplo disso foi o Maneirismo, que tendo ocorrido no século XVI, recebeu sua definição teórica 
na última década do século XIX. Por isso, as linhas do tempo devem ser utilizadas dentro de um limite 
bastante claro: elas contribuem muito para compreender de maneira geral as transformações da arte ao 
longo da história, mas devem ser vistas com cautela quando o intuito é estudar mais detalhadamente 
uma obra de arte, a vida de um artista ou um movimento, com uma visão de estudioso, mais específica.
É muito comum que certos movimentos artísticos ocorram contemporaneamente. Também é habitual 
encontrar opiniões de autoresque divergem entre si sobre um determinado assunto, data ou conceito. É 
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Unidade I
também importante destacar que existem períodos de indefinição (transição) sobre a arte, nos quais um 
momento e um conceito muito bem definidos estão sendo substituído por outros, ainda não muito claros.
Assim, neste texto privilegiou‑se abordar conceitos e definições mais cristalizadas e geralmente 
aceitas como corretas sobre a definição de arte e da importância real de alguns objetos artísticos. Mas, 
com o passar do tempo, certamente essas noções poderão ser alteradas.
2 DO CLASSICISMO ANTIGO À ARTE NA ERA DAS REVOLUÇÕES
2.1 Classicismo
2.1.1 Arte na Grécia antiga
Foi a partir do século V a.C. que se deu o auge da arte grega. Nesse momento teve início a busca da 
representação do corpo humano de uma maneira mais fiel à realidade visível que o compõe. Os gregos, 
ao contrário dos egípcios (apesar de ainda influenciados por eles), basearam suas realizações escultóricas 
nas observações diretas do corpo a ser representado, e não na reprodução de um conhecimento pronto 
que dizia como deveria ser essa representação. Isso também se estendeu à pintura. A influência da arte 
egípcia, apesar de limitadora (pois se baseava em regras de representação rígidas), deu uma contribuição 
importante à arte grega no seu auge: no Egito, a representação tentava ser a mais detalhada e completa 
possível, estimulando o artista grego a continuar explorando a anatomia dos ossos e músculos, e a 
formar uma imagem convincente da figura humana, inclusive debaixo das roupagens das esculturas. A 
busca de mostrar não apenas a forma do corpo, mas também seu movimento, fez parte da arte grega. 
Os jogos e exibições esportivas requisitavam estátuas que representassem o mais fielmente possível os 
chamados “atletas” da época.
 Observação
Composição, nas artes plásticas, é a maneira pela qual o artista 
organiza espacialmente as cores, volumes, formas, linhas e quaisquer 
outros elementos que façam parte da obra. A composição é essencial 
quando a obra de arte possui um tema ou assunto, pois é ela que 
contribui para construir a narrativa a ser apreendida pelo espectador. 
Por outro lado, algumas obras de arte não possuem um tema, assunto, 
ou cena identificável. Nesse caso, o autor do trabalho preferiu privilegiar 
apenas a composição.
Esta famosa estátua reúne as inquietações de Míron, escultor grego, em busca da representação 
da figura em movimento. O ângulo de visão mais satisfatório – de perfil, com o rosto de frente 
para o observador da escultura – permite que se possa observar a elaborada composição, baseada 
em uma linha de curvas acentuadas que percorrem a estátua de cima a baixo, combinada com a 
ampla curva descrita pelos braços e pela linha dos ombros, prolongando‑se pela perna esquerda, 
que está retraída.
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HISTÓRIA DA ARTE
A capacidade dessa escultura de transmitir um alto grau de realidade anatômica era uma das 
características da arte grega na época.
Figura 3 ‑ Míron – Discóbolo (cerca de 460 a.C.) Cópia feita 
no período da Roma antiga. Museu Nacional, Nápoles, Itália
2.1.2 Arte na Roma antiga
A arte do antigo Império Romano do Ocidente foi muito influenciada pela cultura da Grécia antiga 
e pelos etruscos, estendendo‑se do século VIII a.C. ao século V d.C.. Difundiu‑se por diversas expressões 
artísticas, desde a construção de edifícios públicos, até a pintura afresco, a escultura, entre outras 
formas de manifestação, mas foi na arquitetura e na escultura que se pôde visualizar com mais nitidez 
os avanços e influências da arte romana clássica.
A escultura da Roma antiga desenvolveu‑se em toda a área de influência romana, com seu foco na 
metrópole, entre os séculos VI a.C. e V d.C.. Em sua origem, derivou da escultura grega, primeiro por 
meio da herança etrusca, e logo diretamente com a própria Grécia, durante o período helenista. Apesar 
da reconhecida influência da escultura grega em toda a Roma antiga, hoje se pode afirmar que os 
artífices romanos não eram meros copiadores. Eles deram importantes contribuições para a escultura, 
principalmente na criação de obras feitas especificamente para grandes monumentos públicos, nas 
quais a capacidade de uma estátua de expressar significados vinculados ao poder de Roma era algo 
fundamental e conseguido com muita dedicação e talento dos escultores da época. A reprodução de 
bustos, rostos, e perfis em relevo era de grande qualidade.
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Unidade I
A seguir, Augusto de Prima Porta, revelada em 1863 na vila de Augusto César, em Roma, Itália. 
Atualmente está exposta no Braccio Nuovo, no Museu do Vaticano.
A estátua que representa Augusto César, imperador romano, foi baseada no Doríforo de Policleto 
(escultor grego) do século V a.C., e foi talhada em mármore. Ainda contém alguns resquícios de tintas 
douradas, púrpuras, azuis e outras cores com as quais ela foi policromada.
Figura 4 ‑ Autor desconhecido ‑ Augusto de Prima 
Porta Mármore. Museu Vaticano, Itália
Classicismo greco-romano
• influenciou com intensidade a formação do mundo ocidental;
• privilegiou a representação física com fidelidade ao mundo real;
• criou um padrão de beleza ideal a partir de uma interpretação do mundo real.
2.2 Crise do Classicismo: relação entre Oriente e Ocidente na Idade Média 
(476-1453)
A queda do Império Romano é assinalada pela conquista de Roma no ano de 476 pelos povos 
germânicos, combinada com a ascensão do cristianismo como religião oficial, a qual se impôs, 
paulatinamente, sobre as antigas crenças (tanto as romanas como as das tribos germânicas), que 
passaram a ser tratadas como pagãs. Esse processo teve lugar tanto no Ocidente como no Leste europeu 
e em ambas as regiões, entretanto, permaneceu o desejo de retomar a pujança do antigo Império 
Romano. Assim, enquanto a parte ocidental do continente assistiu, na Idade Média, à formação do 
Sacro Império Romano Germânico, na banda oriental, formou‑se o denominado Império Romano do 
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HISTÓRIA DA ARTE
Oriente ou Império Bizantino, cuja capital era Bizâncio ou Constantinopla (atual Istambul, na Turquia). A 
queda do Império Bizantino, com a tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos em 1453, marca 
o fim do período medieval. Essa época caracterizou‑se, no campo artístico, pelo predomínio dos temas 
da religião cristã, pela busca da representação do sagrado na pintura, na escultura e na arquitetura. 
Porém, a arte cristã medieval pode ser dividida em arte bizantina e arte medieval do Ocidente.
2.2.1 Arte cristãno Império Bizantino
O Império Bizantino manteve‑se distanciado das influências dos povos bárbaros germânicos. Em 
Bizâncio, e nas áreas sob seu controle, desenvolveu‑se uma arte cristã, cujo auge ocorreu no século 
VI, no Império de Justiniano I, e que combinava influências da arte romana, grega antiga e do Oriente 
Médio. A própria localização geográfica de Constantinopla, na fronteira entre o Oriente e o Ocidente, 
era favorável a essa confluência artística.
Há que se considerar ainda a constante ingerência do clero cristão do Oriente sobre a arte bizantina, 
o que contribuía para torná‑la profundamente religiosa. Ademais, o próprio Imperador do Oriente devia 
o seu poder ao caráter teocrático do Império Bizantino, motivo pelo qual a produção de obras de arte era 
estimulada, com mosaicos nos quais era representado, com sua cabeça aureolada, geralmente ladeando 
a própria Virgem Maria e o menino Jesus. Na arte bizantina, há um destaque para pintura parietal (em 
paredes), a pintura mural, as iluminuras, a tapeçaria e os mosaicos.
No período bizantino, o uso da cúpula apoiada sobre pendentes e os arcobotantes possibilitaram 
aumentar significativamente o tamanho das edificações e, consequentemente seu espaço interno. Mas 
apesar disso, e do aumento da quantidade de aberturas nas fachadas das construções, as paredes ainda 
eram grossas, lisas e amplas. Os mosaicos e afrescos bizantinos tinham como uma de suas finalidades, 
ornamentar e enriquecer essas extensas superfícies, transmitindo, ao mesmo tempo, as imagens de reis, 
rainhas, santos, santas, clérigos e outros personagens da religião cristã.
A Basílica de San Vitale possui alguns dos mais interessantes afrescos do período bizantino, como se 
pode ver a seguir.
Figura 5 ‑ Foto da Basílica de San Vitale, Ravena, Itália
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Figura 6 – Theodora. Mosaico no interior da Basilica de San Vitale
2.2.2 Arte cristã na Europa ocidental medieval
No Ocidente medieval, caracterizado pelo feudalismo, a arte também foi predominantemente 
cristã. O próprio sistema feudal, marcado pela organização política fragmentada em feudos e pela 
divisão social em oratore (os que oram), belatore (os que guerreiam) e laboratore (os que trabalham, 
especialmente lavrando a terra), era legitimado pela Igreja cristã, pois essa forma de organização política 
e social era considerada a expressão da vontade de Deus na Terra, que somente podia ser interpretada e 
compreendida pelos clérigos. Neste sentido, a arte do Ocidente medieval voltava‑se especialmente para 
a representação dos desígnios divinos, com imagens do céu e do inferno, de modo a ensinar o caminho 
da salvação cristã à população, que em sua quase totalidade era analfabeta.
Costuma‑se dividir a trajetória da história da arte do Ocidente medieval em três momentos 
significativos: a arte românica, o renascimento carolíngio e a arte gótica. 
• arte românica: corresponde ao período do auge do feudalismo, sendo, portanto, a expressão 
artística da sociedade rural feudal acima descrita;
• renascimento carolíngio: foi aquela arte produzida durante o império de Carlos Magno, a partir do ano de 
800, em que se buscou a volta aos padrões clássicos, apesar do predomínio da orientação religiosa cristã;
• arte gótica: desenvolveu‑se na crise do feudalismo, quando floresceram novamente a cultura 
urbana, as universidades e as ordens monásticas (cistercienses, franciscanos, dominicanos e 
beneditinos), que contribuíram para a primeira reforma da Igreja cristã, no sentido de sua 
reaproximação com os valores originais da fé.
La Maestà, conhecida como A Virgem com vinte anjos e dezenove santos, é um amplo conjunto de 
várias pinturas com frente e verso, feitas por Duccio di Boninsegna, em 1308, para a cidade de Siena, 
Itália. A face da obra mostrada a seguir representa a Virgem em majestade, flanqueada por anjos e 
santos. Essa pintura serviu como referência para uma importante mudança na arte italiana: o período 
bizantino teve como uma de suas características a representação do corpo humano de uma maneira 
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HISTÓRIA DA ARTE
simplificada, com alterações anatômicas que evitavam o reconhecimento do sexo das figuras, e outras 
modificações nas proporções de partes do corpo humano. A obra La Maestà estimulou outros artistas 
da época a modificarem essa forma de representação, buscando uma pintura mais realista do ponto de 
vista físico, mais próximo à anatomia e fisionomia das pessoas daquela região.
Outra característica da pintura da época é a maneira utilizada pelo autor da obra para demonstrar 
a hierarquia na composição do quadro: a importância de cada personagem dentro da cena está 
diretamente relacionada ao tamanho da sua imagem, ou seja, quanto mais importante é a figura, maior 
é o seu tamanho. Não havia a preocupação em representar as imagens em escala real em relação ao 
conjunto, tampouco em criar profundidade por meio da redução de tamanho das figuras, ou seja, cada 
figura é proporcional em si, mas não necessariamente em relação às outras imagens. 
A composição é bastante nítida, feita com o propósito de valorizar a Virgem. Posicionada no centro, 
ela tem quase todos os olhares dos personagens que a cercam voltados para si. Para o observador, é 
inevitável ter o olhar dirigido fortemente para o rosto dela.
Figura 7 ‑ Duccio di Boninsegna ‑ La Maestà. (1308 ‑ 1311) 
Pintura sobre madeira. Museu da Catedral, Siena, Itália
 Lembrete
A simplificação da representação do corpo humano na La Maestà 
também está presente nos mosaicos bizantinos que representavam figuras 
humanas: a imagem da religião devia se sobrepor à da carne.
2.3 Retorno aos valores clássicos
2.3.1 Renascimento: a razão e a arte
A palavra renascença significa nascer de novo ou ressurgir. Para os italianos, e principalmente os 
artistas florentinos do século XIV, a arte que estava sendo produzida era considerada de qualidade 
porque recuperava aquela do período do Império Romano. Foi na cidade de Florença que esse sentimento 
se manifestou de modo mais intenso. Foi também nesse momento que um grupo de artistas se dispôs 
deliberadamente a criar uma nova arte e a romper com as ideias do passado recente, tendo como líder 
Filippo Brunelleschi, que ficou encarregado da conclusão da cúpula da catedral de Florença. Sua proposta 
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era de que as formas da arquitetura clássica (colunas, frontões, proporções, etc.) fossem livremente 
usadas para criar novos modos de harmonia e beleza. Para os grandes mestres da Renascença, os novos 
recursos e descobertas da arte nunca foram um fim em si. Os artistas sempre os utilizaram com o 
propósito de aproximar ainda mais do nosso espírito, o significado de seus temas.
É desse período a invenção de uma forma de representação que dominou, durante alguns séculos, 
a criação de imagens que reproduzem o mundo real: a perspectiva. Atribui‑sea Filippo Brunelleschi sua 
invenção, e apesar do surgimento de outras formas de representação, a perspectiva é usada até hoje, 
inclusive no mundo virtual da informática.
A perspectiva, com seu método de representação quase científico, e de certa forma, matemático, 
também se inseria na visão dos mestres florentinos do século XV, que se voltaram para o uso da 
racionalidade como forma de explicar o mundo. Essa técnica, associada aos conhecimentos que os 
artistas possuíam sobre a anatomia humana, (provenientes de seus estudos em cadáveres), geravam 
imagens com uma exatidão que impressionava a todos os observadores da época.
O quadro a seguir gerou grande espanto devido à ilusão criada (pela disposição e proporção dos corpos), 
que fazia com que os fiéis imaginassem ali a extensão de outra capela, tal a realidade elaborada pelo uso 
da perspectiva. Na imagem à direita, as linhas que estruturam o afresco convergem para o ponto de fuga, 
que se encontra na altura dos olhos do observador, “convidando‑o” a participar da composição.
Figura 8 ‑ Masaccio (Tommaso de San Giovanni Valdano ou Tommaso de San Giovanni di 
Simone Guidi) ‑ A Santíssima Trindade (1401‑1428) Afresco, Santa Maria Novella, Florença, Itália
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Enquanto na Itália os florentinos buscavam a exatidão da representação por meio da perspectiva com ponto 
de fuga (perspectiva cônica) e com um profundo conhecimento da anatomia humana, no norte da Europa, 
Jan van Eyck, um artista flamenco, da região onde hoje se encontram os Países Baixos, buscava essa mesma 
exatidão, porém de outra maneira. A solução por ele adotada foi materializar a ilusão do mundo real por meio 
da cuidadosa e paciente composição de uma imagem pela somatória de detalhes precisos, reproduzindo, da 
maneira mais completa possível, o que os olhos viam no universo real. Apesar de van Eyck também se utilizar 
de uma característica da perspectiva (a de criar a ilusão de profundidade por meio da redução do tamanho dos 
objetos à medida que se afastam do plano do observador), são os detalhes que convencem o espectador de que 
aquelas imagens são um espelho do mundo real. Para conseguir a exatidão, ele aperfeiçoou significativamente 
sua capacidade de pintar, inventando a pintura a óleo, que permite uma grande riqueza de detalhes.
Uma das principais contribuições dos artistas, tanto na Itália (sul da Europa) quanto em Flandres 
(norte da Europa), foi a demonstração de que a arte podia ser usada não só para contar a história 
sagrada de uma forma comovente (uma das principais preocupações da Igreja católica), mas para refletir 
também um fragmento do mundo real.
Giovanni Arnolfini era um negociante italiano, que se estabeleceu em Bruges com sua esposa. O 
casal foi representado por van Eyck no interior de uma residência, que reflete o seu cotidiano. Isso é 
possível perceber devido ao alto grau de detalhamento realista que foi utilizado para mostrar elementos 
domésticos como o cãozinho (na parte inferior do quadro), as frutas (na mesa) e o espelho, na parede 
ao fundo. Esse espelho se converte em um interessante elemento no quadro, pois em uma observação 
mais detalhada, é possível perceber nele a presença de outros personagens na cena.
Apesar da aparente naturalidade e simplicidade da cena, são vários os elementos simbólicos que remetem ao 
matrimônio, representado de forma discreta pelo autor da pintura, como era hábito entre os artistas da época.
Figura 9 ‑ Jan van Eyck ‑ O casal Arnolfini (1434) 
National Gallery, Londres, Inglaterra
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Nesse ambiente, os artistas passaram a organizar‑se em corporações bastante fechadas, que 
correspondiam aos sindicatos de hoje. A transmissão do conhecimento também era restrita: não havia 
escolas e os interessados em aprender algo tinham que começar bem cedo, como jovem aprendiz de 
algum mestre habilitado. É nesse ambiente, no século XVI, que se formaram algumas gerações de 
artistas e arquitetos mais importantes da Itália e que se tornariam referência para o mundo ocidental 
nos séculos seguintes, criando algumas das obras mais significativas da arte na Europa. Mas, ao 
contrário de outros períodos na História, os artistas que hoje reconhecemos como grandes mestres, 
já eram reconhecidos como tal naquele período. O artista era tratado como indivíduo criativo, autor 
único de talento incomparável, quando reconhecido como tal por seus pares. A ideia do artista, e 
também do arquiteto, como ser criador, único ou principal, responsável pelas qualidades de sua 
obra, se consolida nessa época. É daí que provêm nomes da Península Itálica como Leonardo da 
Vinci, Rafael, Michelangelo, Fra Angelico e Ticiano, e do norte da Europa, como Albrecht Dürer e 
Hans Holbein e vários outros mestres famosos. Não é por acaso que durante a Renascença o artista 
consolida‑se como mestre dotado de autonomia, não podendo alcançar fama e glória sem explorar 
os mistérios da natureza e sondar as leis secretas do universo. Para isso os artistas, principalmente 
depois de Alberti, deveriam ser completos: intelectuais, músicos, estudiosos da natureza em seus 
vários aspectos, letrados, filósofos. Essa situação é muito diferente do que acontecia antes, como já 
foi dito na apresentação deste texto. Até então, o artista se confundia com o artesão, profissional 
que produzia desde objetos do cotidiano, como sapatos e roupas até pinturas e grandes esculturas, 
mediante encomendas específicas. A ascensão dos grandes mestres, em face de um preconceito que 
existia contra pintores e escultores, se deve em parte à necessidade que os nobres e ricos mercadores, 
desejosos de ascender socialmente, tinham de construir belos edifícios, fazer túmulos suntuosos, ou 
oferecer uma pintura para o altar‑mor de alguma igreja famosa.
Foi na arquitetura que essa mudança ocorreu de forma mais acentuada. Os mestres eruditos 
do século XV, conhecedores do passado clássico por meio dos escritos de Vitrúvio (construtor 
e escritor que viveu no império romano), desejavam realizar obras usando como referência a 
arquitetura de Roma e Grécia antigas. O arquiteto renascentista buscava projetar e construir um 
edifício no qual pudesse aplicar todo o seu conhecimento de proporção, simetria e regularidade, 
características daquela arquitetura. Donato Bramante teve essa oportunidade e realizou o 
Tempietto (pequeno templo), no início do século XVI. Essa escolha também estava carregada do 
desejo de utilizar a razão, incrustada na matemática e na geometria, para criar formas perfeitas, 
segundo aqueles construtores.
 Lembrete
As artes clássicas grega e romana foram, durante muitos séculos, 
referência para inúmeros arquitetos, escultores e pintores, que buscavam 
no passado uma beleza idealizada, como foi mostrado anteriormente.
Leonardo da Vinci (1452‑1519) foi aprendiz em uma importante oficina de Florença, e destacou‑
se como uma das mais capazes e ricas personalidades de todos os tempos. Estudou, ampliou os 
conhecimentos, criou e imaginou artefatos que somente viriam a se tornar realidade séculos depois. 
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HISTÓRIA DA ARTE
Atuou nas áreas de medicina, anatomia, engenharia militar, ótica, arquitetura, pintura, geometria, entre 
outros campos. Em uma das suas mais conhecidas obras, a Mona Lisa, Leonardo consegue superar os 
mestres anteriores, usando uma técnica de pintura denominada sfumato, que possibilitou criar uma 
ilusão de vivacidade nunca antes conseguida na pintura de uma figura humana.
Figura 10 ‑ Leonardo da Vinci ‑ Mona Lisa, ou La Gioconda 
(1503‑1507) Óleo sobre madeira. Museu do Louvre, Paris, França
Neste detalhe do rosto da Mona Lisa se pode perceber o uso da técnica do sfumato: as pinceladas 
aparentes de uma pintura são retiradas usando verniz de madeira, que corrói a tinta, deixando um 
gradiente perfeito no local. Como consequência da técnica, é quase impossível perceber pinceladas 
nesta e em outras obras de Leonardo da Vinci.
 Observação
Sfumato é uma palavra italiana, usada por Leonardo da Vinci para 
descrever uma técnica que resultava em uma pintura sem linhas ou limites, 
semelhante à fumaça. Para obter esse efeito, a transição entre uma cor e 
outra é feita por meio de um gradiente, ou seja, a sobreposição de vários 
níveis intermediários de tonalidades ou matizes, indo suavemente de uma 
cor para outra. O objetivo é reduzir o contraste, ou seja, suavizar a diferença 
abrupta de uma área da pintura para outra. Leonardo foi um dos artistas 
que mais contribuiu para o aprimoramento dessa técnica, a qual alguns 
pesquisadores consideram que foi ele, o próprio criador dela.
Hoje, o sfumato faz parte do conhecimento básico transmitido a todos os 
estudantes de artes em geral, consequência de sua popularização, iniciada 
no Renascimento. Certamente, o mais famoso exemplo da aplicação dessa 
técnica seja o rosto de Mona Lisa, principalmente seu sorriso, adjetivado 
popularmente de “enigmático”.
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Unidade I
Principais características do Renascimento:
• os artistas e intelectuais se voltam para o estudo do passado clássico, e utilizam esse conhecimento 
para produzirem e criarem arquitetura e arte;
• o uso da razão como forma de explicar e de intervir no mundo, contrapondo‑se ao teocentrismo 
(a religião no centro do universo);
• o uso da matemática e da geometria para elaborar formas arquitetônicas e representações 
pictóricas, inclusive por meio da perspectiva;
• a busca da representação mais semelhante à realidade visível.
2.3.2 Maneirismo: clássico e anticlássico
Outro grande florentino cuja obra tornou tão famosa a arte italiana do século XVI, foi Michelangelo 
Buonarrotti (1475‑1564). Em sua longa vida, foi testemunha de uma completa mudança na posição 
do artista dentro da sociedade. A sua capacidade de representar o corpo humano em qualquer posição 
ficou logo conhecida, e nisso superou todos os antigos mestres. Essa habilidade foi desenvolvida a partir 
do estudo da anatomia humana feita diretamente em cadáveres, como Leonardo da Vinci e outros 
artistas já haviam feito.
Em uma de suas obras, a pintura do teto da Capela Sistina, pode‑se admirar toda a habilidade e 
imaginação de Michelangelo em manipular a anatomia do corpo humano. Até hoje, aquelas imagens 
nos seduzem e são reproduzidas pelo mundo inteiro, resultado de um árduo trabalho de quatro anos de 
extrema dedicação.
Porém, Michelangelo não pode ser considerado um artista exclusivamente renascentista. Apesar 
de seu trabalho estar carregado de premissas semelhantes às de outros artistas da época, que 
acreditavam na razão como meio de intervir, conhecer o mundo e criar obras perfeitas, Michelangelo 
não se limitou a esse ideal. A partir de suas obras arquitetônicas (o vestíbulo com a escada da 
Biblioteca Laurenciana), urbanas (Piazza del Campidoglio, ou Praça do Capitólio, Roma, Itália, feita 
entre 1536 e 1546) e até mesmo de pintura (o teto da Capela Sistina), ele começou a criar uma 
posição anticlássica, que iniciava uma contraposição a certa rigidez clássica característica de obras 
mais antigas de outros artistas. Essa situação anticlássica pode ser percebida nas suas obras por 
meio de um elo em comum entre elas: a utilização de formas clássicas de uma forma diferente, sem 
uma organização exclusivamente lógica e geométrica, buscando elaborar composições plásticas 
inovadoras por meio de novas maneiras de criar espaços, esculturas, pinturas, representações 
humanas, e até mesmo espaços urbanos.
Essa posição de Michelangelo deu origem ao período chamado de Maneirismo, que significa 
à maneira de, ou seja, de acordo com a vontade do artista. Tem início um momento na história 
da arte europeia – que se contraporia ao Renascimento – que privilegiou os desejos pessoais e o 
talento individual dos artistas e arquitetos em criarem arte segundo seus princípios individuais, ao 
contrário de perseguir regras matemáticas, geométricas, ou, como já foi dito, clássicas. O momento 
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anticlássico então se inicia e se manifesta de forma mais intensa no período seguinte, o Barroco, 
ficando este a serviço dos interesses de uma das mais fortes instituições que havia na Europa 
naquele momento, a Igreja católica.
Figura 11 ‑ Michelangelo Buonarroti ‑ vista geral do interior do teto da Capela Sistina
Figura 12 ‑ Michelangelo Buonarroti ‑ Maria e Jesus, 
detalhe do Juízo Final. (1534‑1541)8 Capela Sistina, Roma, Itália
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Unidade I
Quando Michelangelo foi contratado para realizar o teto da Capela Sistina, ele já era um escultor 
e artista consagrado. Suas esculturas, com uma anatomia manipulada de forma magistral graças aos 
seus conhecimentos do corpo humano, já o definiam como um dos grandes artistas da transição entre o 
Renascimento e o Barroco. Ao ser chamado para realizar um grande trabalho de afresco, Michelangelo 
já havia realizado trabalhos de pintura, mas não desse porte. A escolha do artista foi inovadora: a sua 
pintura não seguiu os cânones renascentistas, optando por realizar a transposição de formas escultóricas 
e tridimensionais para um trabalho bidimensional. Daí a percepção de que as imagens no famoso teto da 
capela são representações de esculturas de caráter masculino, o que realça a plasticidade do conjunto 
que consumiu parte da vida e da saúde de Michelangelo.
 Observação
Gradiente
É a transição de uma área de uma pintura com uma determinada cor, 
matiz, luz ou sombra para outra. Essa transição pode ser feita de maneira 
suave, com pouco ou nenhum contraste (como o sfumato renascentista), 
ou realizada de maneira mais intensa, com mais contraste entre as diversas 
cores utilizadas para fazer o salto entre uma área e outra da pintura.
Principais características do Maneirismo:
• período de transição entre o Barroco e o Renascimento;• o desejo e a capacidade pessoal do artista se sobrepõem às regras clássicas;
• manipulação de formas antigas de uma nova maneira;
• invenção de novas formas plásticas, mas com alguma influência ainda das artes greco‑romanas.
2.3.3 Barroco: invenção do movimento
Na história da arte, o momento que sucede ao Renascimento e Maneirismo, é chamado de Barroco. 
Originalmente, esse nome fora dado a algumas obras como um meio de caracterizá‑las como grosseiras e 
absurdas, ou seja, dando um sentido pejorativo. Essa denominação foi atribuída à arquitetura e às obras de 
arte produzidas durante o século XVII, por homens que insistiam em que as formas das construções clássicas 
jamais deveriam ser usadas ou combinadas senão da maneira adotada na Antiguidade por gregos e romanos.
Na foto abaixo, está reproduzido o conjunto de estátuas feito em mármore que forma o centro da 
capela Cornaro, na qual a estrutura arquitetônica, as esculturas e os elementos decorativos formam 
um todo unitário, ou seja, um cenário completo. A representação do drama se materializa de maneira 
cenográfica no centro da capela. Em ambos os lados, abrem‑se duas cavidades, como se fossem palcos, 
nas quais se debruçam estátuas que representam a família Cornaro.
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HISTÓRIA DA ARTE
A santa, arrebatada de amor divino, se junta a seu esposo místico. A materialização desse 
ato espiritual tem uma explicação formal, na qual estão presentes aspectos puramente carnais 
e eróticos. Essa ambiguidade, marcada pela convivência, na mesma obra, de referenciais do 
cristianismo e do paganismo, constitui uma característica do período barroco, intencionalmente 
utilizada pelo autor da escultura.
Figura 13 ‑ Gian Lorenzo Bernini ‑ Êxtase de Santa Teresa. (1645‑1652) 
Santa Maria della Vittoria, Roma, Itália
 Observação
Desde a formação da Igreja católica até meados do século XX, era muito 
comum que igrejas e capelas fossem utilizadas como túmulos. Muitas delas 
eram construídas especificamente para serem utilizadas como jazigos 
de famílias inteiras ou de personalidades poderosas, como reis e papas. 
Para esse serviço, contratavam‑se grandes artistas, que nelas realizavam 
obras que, muitas vezes, extrapolavam sua mera utilização como sepulcro. 
Michelangelo Buonarroti e Lorenzo Bernini são alguns desses artistas. Em 
muitas dessas construções, encontram‑se algumas das mais belas obras de 
arte do mundo ocidental.
Esse rigor na utilização e na reprodução de formas provenientes da Grécia e da Roma antigas 
foi o critério utilizado pelos críticos para denominar as obras de arte que não seguiam os cânones 
clássicos de barroco (esse era um termo comumente usado para denominar uma pérola imperfeita, com 
deformações). O que os arquitetos e artistas barrocos faziam era, aos olhos de seus críticos, modificar 
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Unidade I
as regras clássicas e organizar suas obras segundo uma lógica e um raciocínio próprios, reinventando a 
maneira de usar as formas tradicionais e até mesmo criando outras.
Já no Maneirismo, na Igreja Il Gesù, de Giacomo della Porta (1538? – 1602), o uso das formas 
clássicas (frontões, colunas, capitéis) foi feito de uma maneira inovadora. Além disso, della Porta 
empregou formas como a voluta (posicionada na parte superior da fachada), que sequer existia no 
passado clássico. No entanto é preciso ressaltar que, essas composições aparentemente anticlássicas, 
não são meros caprichos, e estão, na verdade, a serviço da composição formal do edifício, e de uma 
melhor organização da estrutura da edificação. Isso significa que aqueles artistas e arquitetos do 
período não faziam essas invenções e modificações arbitrariamente. Eles reconheceram e exploraram 
a capacidade de invenção que se transformaria mais tarde, com as devidas diferenças conceituais, em 
uma das buscas mais intensas nas artes plásticas e na arquitetura a partir do início do século XX: a 
obsessão pela novidade.
A fachada da Igreja Il Gesù (cerca de 1564), feita por Giacomo della Porta é representativa da 
utilização dos elementos clássicos de maneira anticlássica, característica maneirista. Nota‑se o frontão 
e o entablamento com reentrâncias e saliências e as pilastras duplas na parte superior. Na parte inferior, 
percebem‑se os plintos e pilastras duplas, com portal com colunas e pilastras e frontão sob um arco. A 
maneira de compor todos esses elementos abre as possibilidades de busca do movimento desenvolvido 
e aprimorado no Barroco. As volutas e as imagens em nichos quebram a bidimensionalidade do plano da 
fachada. Mas, o mais importante, é que a planta da igreja passa a ter nova forma, isto é, planta em nave 
única, que será adotada em todo o período Barroco. Por isso, Il Gesù, obra maneirista, é a precursora das 
inovações barrocas.
Figura 14 ‑ Foto da fachada da Igreja Il Gesù em Roma, Itália
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Na pintura, assim como na arquitetura, os artistas também tiveram que recorrer a novos 
métodos de trabalho que se aprofundaram no século XVII: a ênfase sobre a luz e a cor; o desprezo 
pelo equilíbrio simples e a preferência por composições mais complicadas. Começa, também no 
século XVI, um costume na sociedade, que até então não havia anteriormente. Iniciava‑se a prática 
do debate sobre a arte e os seus movimentos, inclusive com questões sobre hierarquia (qual obra 
era a melhor dentre outras).
A representação naturalista escolhida por Caravaggio adota como modelo a realidade mais fiel 
possível à cena, e utiliza uma luz artificial, que ilumina de forma conceitual o espaço da composição 
de maior importância para o tema do quadro. Por isso, a luz incide de fora sobre a figura de São 
Pedro, captando com nitidez sua atitude diante do martírio de ser crucificado. A luz, dessa forma, 
auxilia Caravaggio a transmitir sua mensagem com veracidade. O santo tem uma expressão, entre 
temerosa e surpresa, que está muito distante da exaltação mística dos santos barrocos. Neste quadro, 
o personagem foi introduzido ao seu drama, e sua instabilidade emocional é a melhor prova de que 
se trata de um homem real.
Figura 15 ‑ Michelangelo Merisi (Caravaggio) ‑ Crucifixão de 
São Pedro (1601) Igreja de Santa Maria Del Poppolo, Roma, Itália
É possível apreciar as qualidades de uma composição de uma obra de arte mesmo que não se 
conheça a história ou tema representado. Basta observar como os elementos que compõem a pintura, 
escultura, alto ou baixo relevo, desenho, ou qualquer outro suporte, estão organizados e direcionam o 
olhar do observador.
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Unidade I
Principaiscaracterísticas do Barroco:
• na pintura, há uma valorização dos contrastes intensos, para aumentar a dramaticidade das cenas;
• na arquitetura, a manipulação das formas clássicas não utiliza referências rígidas, havendo até 
mesmo a criação de novas formas, que não existiam no passado clássico. A composição plástica 
do edifício é mais importante do que o uso de regras antigas;
• a Igreja católica, para se recuperar do enfrentamento com o Protestantismo, utiliza a arte e a 
arquitetura para difundir suas ideias.
2.4 Arte na era das Revoluções
O período compreendido entre os anos de 1776 e 1848 foi marcado, tanto na Europa como na 
América, por importantes movimentos que conduziram à transformação da sociedade ocidental. Esses 
movimentos foram: a Primeira Revolução Industrial, ocorrida inicialmente na Inglaterra a partir de 1750, 
e que modificou o modo de produção econômico e as próprias relações sociais na Europa; a Revolução 
Americana (1776), da qual resultaram a independência dos Estados Unidos e o início da derrocada do 
antigo sistema colonial no continente americano; a Revolução Francesa (1789), que pôs fim ao sistema 
feudal na França; e as diversas revoluções que eclodiram em diferentes regiões da Europa no ano 1848, 
com base em ideais como o liberalismo, o socialismo e o nacionalismo, princípios novos que conduziram 
à derrubada das relações políticas, econômicas e sociais que predominavam no continente desde a Idade 
Média. A produção artística desse período de intensas transformações também sofreu modificações 
importantes, como será observado a seguir.
2.4.1 Laicização da arte e Revolução Francesa
A Revolução Francesa constituiu um dos mais importantes momentos da história da civilização 
ocidental, sendo responsável pelo estabelecimento dos princípios humanistas da igualdade, da 
liberdade e da fraternidade, que se contrapunham ao sistema de privilégios do Antigo Regime. 
Fundada nos ideais da racionalidade iluminista, a Revolução Francesa abriu as portas para 
uma nova forma de arte, que não mais expressaria a vontade divina, mas os anseios, dramas e 
práticas cotidianas dos próprios seres humanos. Foi neste sentido que a arte ocidental caminhou, 
a partir de então, na direção de sua constante laicização: os temas bíblicos foram substituídos, 
na pintura e na escultura, por temas mitológicos e do cotidiano burguês. Ademais, os artistas 
passaram a servir não mais à Igreja, doravante decadente como centro de irradiação do poder 
político, mas aos novos líderes políticos, em especial Napoleão Bonaparte, tornado imperador 
francês em 1799, e que pretendeu estender a toda a Europa os ideais da Revolução Francesa e 
suplantar a sua principal rival, a Inglaterra, no campo econômico, como principal fornecedora 
de produtos industrializados para o velho continente e para o Novo Mundo. Em diferentes obras, 
a representação de temas da mitologia greco‑romana servia ao propósito de simbolização do 
caráter eterno do poder, encarnado na figura de Napoleão. Particularmente, no que se refere à 
pintura, predominava o denominado academicismo, pois os artistas seguiam modelos e regras 
que eram aprendidas nas escolas de Belas Artes. Entre os pintores do período, cabe destacar a 
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atuação de Jacques‑Louis David, artista oficial do Império napoleônico, cujas obras representam 
momentos históricos, cenas mitológicas, paisagens, além de retratos e nus, em geral carregados 
de realismo e emoção.
A pintura a seguir, chamada A morte de Marat ou Marat assassinado, retrata o revolucionário francês 
Jean‑Paul Marat em sua casa, após ter sido assassinado por Charlotte Corday em 13 de julho. Note que, 
na caixa de madeira cuja forma se assemelha à uma pedra tumular, há uma inscrição, tratando‑se de 
uma homenagem a Marat, quem o pintor conhecia em vida e supostamente teria visto um dia antes de 
sua morte.
Figura 16 ‑ Jacques‑Louis David ‑ A morte de Marat ou Marat assassinado (Marat assassiné) (1793)1 
Óleo sobre tela. Musées royaux des Beaux‑Arts de Belgique, Bruxelas, Bélgica
2.4.2 Arte e Revolução Industrial
2.4.2.1 Realismo
A pintura Realista desenvolveu‑se principalmente na França, na segunda metade do século XIX, 
paralelamente ao contínuo processo de transformação promovido, sobretudo nas cidades, pela Revolução 
Industrial. O Realismo consistiu numa nova estética, a qual se fundava no propósito de aplicar, no campo 
artístico, o mesmo rigor de interpretação e domínio da natureza conquistado no campo científico. Neste 
sentido, a arte preconizava o abandono da subjetividade e da emoção, caracterizando‑se pela busca da 
objetividade, de modo racional.
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Unidade I
Principais características da arte realista:
• a pintura apresenta cunho cientificista, pois visa representar o real com o mesmo grau de 
objetividade com que os cientistas analisam fenômenos naturais. A pintura realista apresentava 
portanto, caráter documental;
• os artistas realistas não idealizam a natureza, nem buscam melhorá‑la ao representá‑la em 
suas obras. O belo está na própria realidade do modo como ela é, cumprindo apenas ao artista 
reproduzi‑la em sua verdade;
• as pinturas são marcadas pela sua sobriedade e pela minuciosidade da representação, revelando 
os aspectos próprios da realidade;
• em decorrência da ênfase na objetividade e na minúcia, as obras de arte realistas caracterizam‑se 
por expressarem o mais fielmente possível a realidade em detalhes, adquirindo um caráter descritivo;
• a obra de arte constitui veículo de denúncia das injustiças sociais, protestando, de forma politizada, 
em favor dos oprimidos e desfavorecidos, revelando a desigualdade existente entre a pobreza do 
proletariado e a riqueza dos burgueses. Alçados a heróis da sociedade industrial, os operários 
e miseráveis constituem temas privilegiados das pinturas realistas, em substituição aos heróis 
idealizados da pintura da época do Romantismo.
O principal representante do Realismo, na pintura, é Gustave Courbet (1819‑1877), que retratou em 
suas obras, principalmente, cenas da vida cotidiana das classes trabalhadoras. Courbet era declaradamente 
socialista. Outro artista importante ligado ao Realismo é Jean‑François Millet, homem muito religioso, 
amante da natureza e que trabalhara desde jovem no campo. Sua pintura representa, sobretudo, os 
vínculos entre o homem e a terra.
Figura 17 ‑ Gustave Courbet ‑ Moças Peneirando o Trigo (1854) Museu de Belas Artes, Nantes, França
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Além da obra pictórica de Courbet e Millet, cabe fazer referência, no Realismo, à produção do escultor 
Auguste Rodin, que se afastou dos princípios idealistas e procurou criar estátuas que representavam a 
realidade no modo como ela é, dando preferência a temáticas contemporâneas e à busca de registrar o 
momento específico de uma atitude, como na sua obra O Beijo.
Na esculturaO Beijo, de Rodin, é possível observar as principais características da obra deste que foi 
o mais importante escultor realista. Sua importância reside, entre outros fatores, na sua ruptura com os 
padrões clássicos das esculturas, buscando novas proporções e ensaiando torções e movimentos com 
forte inspiração em Michelangelo.
Figura 18 ‑ Auguste Rodin ‑ O Beijo (Le Baiser) (década de 1890) 
Escultura em mármore. Museu Rodin, Paris, França
2.4.2.2 Naturalismo
A partir de 1830, surge uma nova forma de representação da realidade com as inovações que a 
máquina permitia: a fotografia. Os artistas perceberam o limite das possibilidades da arte na mimese do 
real. Abandonando um pouco as questões ideológicas (crítica social) do Realismo, os artistas naturalistas 
empreenderam uma caminhada em busca da reprodução fiel das paisagens urbanas ou não, sem o 
caráter idealizado do Realismo. Sua prática ocorria ao ar livre, característica adotada posteriormente 
também pelos impressionistas para garantir o contato direto com o real.
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Unidade I
Entre os principais artistas naturalistas estão Theodore Rousseau (1812‑1867) e Camille Corot 
(1796‑1875).
Em sua fase italiana, Corot, no início do século XIX, privilegiava as paisagens elaboradas com 
volumes, cuja luz construía as formas a partir do contraste com as sombras. As tonalidades das cores 
complementam a construção minuciosa da paisagem.
Figura 19 ‑ Jean Baptiste Camille Corot ‑ Forum visto do Jardim 
Farnese (1826) Papel montado sobre tela. Museu do Louvre, Paris, França
2.4.2.3 Romantismo
No Romantismo, os artistas afastaram‑se da representação do real. O interesse era o de representar 
valores sociais simbolizados nas próprias pinturas por figuras humanas, seus trajes, seus gestos e mesmo 
os objetos que portavam.
A pintura adquire um caráter eminentemente retórico, tornando‑se um discurso sobre o real, 
representando as mudanças sociais e políticas decorrentes da ascensão da burguesia ao poder. Por esse 
motivo, as cenas do cotidiano, do povo e seus costumes são os preferidos pelos artistas.
Um dos artistas mais representativos desse período foi Eugène Delacroix (1798‑1863), autor do 
primeiro quadro político da História da Arte, A Liberdade guiando o povo (1830). A ideia de liberdade 
estava impregnada de valores nacionalistas e de independência da pátria. 
Delacroix sintetiza nesta obra os principais elementos da pintura romântica: a sua forte carga 
emocional e o apelo a símbolos da nacionalidade e liberdade, que representavam a ideia de mobilização 
das camadas populares no caminho da libertação dos grilhões do Antigo Regime.
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HISTÓRIA DA ARTE
Figura 20 ‑ Eugène Delacroix ‑ A Liberdade guiando o povo (28 de julho 1830) 
Óleo sobre tela (260 x 325 cm). Museu do Louvre, Paris, França
 Resumo
A definição de arte é mutável, e depende muito do momento 
histórico. Além disso, o uso desse conceito nem sempre existiu. Portanto, 
o conceito de arte usado hoje serve para descrever uma qualidade 
pertencente a algo criado para ser visto como uma obra de arte, mas 
que, para alcançar esse patamar, necessita ter algum valor reconhecido 
por um público.
Um desses valores, que caracteriza intensamente a noção de arte, é a 
capacidade de um objeto, edifício, texto, imagem, som ou qualquer outro 
suporte físico, de estimular nossos sentidos, físicos e intelectuais, não 
dependendo de qualquer relação com uma finalidade prática, ou função. 
Mas lembre‑se: esse conceito pode e certamente se modificará ao longo 
do tempo. Um exemplo dessa mutabilidade da arte é o reconhecimento de 
que os valores artísticos são móveis e podem ser encontrados em objetos 
ou locais nunca antes imaginados, como numa revista em quadrinhos ou 
numa página da internet.
Inicialmente, o conceito de arte encontra‑se ligado a objetos que tinham 
uma finalidade, seja glorificar algum aspecto religioso ou personalidades 
importantes da época, seja como formar de retratar uma imagem com 
conteúdo importante, como o quadro de um casal. Por sua vez, cada 
período possui um conjunto de características de destaque.
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Unidade I
No Classicismo greco‑romano foi privilegiada a representação física 
com uma intenção de ser fiel ao mundo real, mas com grande dose de 
idealismo das formas humanas. Isso significa que nessa época se criou 
um padrão de beleza ideal a partir de uma interpretação do mundo 
real. As obras desse período tiveram enorme influência na formação do 
mundo ocidental.
Na pintura bizantina, os artistas criaram formas humanas para 
representar apenas o ser, e não o aspecto físico das pessoas. Essa arte 
serviu como ornamento das enormes e lisas paredes dos templos religiosos 
construídos com a estrutura maciça da época.
A arte medieval muda os princípios adotados no período anterior e 
começa a valorizar mais a forma humana. Seu foco é a capacidade de 
criar narrativas sobre temas religiosos. A religião é o principal tema da 
época e aparece vinculada profundamente à quase toda manifestação 
artística de qualidade.
No Renascimento, os artistas e intelectuais se voltam para o estudo 
do passado clássico e utilizam esse conhecimento para produzir e criar 
arquitetura e arte, aplicando a matemática e a geometria para elaborar 
formas arquitetônicas e representações pictóricas, inclusive por meio 
da perspectiva.
O Maneirismo é o período de transição entre o Barroco e o Renascimento. 
Nele o desejo e a capacidade pessoal do artista se sobrepõem às regras 
clássicas, manipulando as formas antigas de uma nova maneira.
No Barroco, que é uma espécie de extensão do Maneirismo há, na pintura, 
a valorização dos contrastes intensos, para aumentar a dramaticidade das 
cenas; e, na arquitetura, a manipulação das formas clássicas não utiliza 
referências rígidas, havendo, até mesmo, a criação de novas formas, que 
não existiam no passado clássico.
Já na pintura realista, os artistas não idealizam a natureza, nem buscam 
melhorá‑la ao representá‑la em suas obras. Elas são marcadas pela sua 
sobriedade e pelo profundo detalhamento da representação. Nessa época, 
a obra de arte foi usada como veículo de denúncia das injustiças sociais, 
protestando, de forma politizada, em favor dos oprimidos e desfavorecidos, 
revelando a desigualdade existente entre a pobreza do proletariado e a 
riqueza dos burgueses.
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HISTÓRIA DA ARTE
 Exercícios
Questão 1. Leia o texto a seguir de Jorge Coli.
A hierarquia dos objetos
A arte instala‑se em nosso mundo por meio do aparato

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