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9_BARROCO_Arquitetura Civil

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO 
ESCOLA DE MINAS 
DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO 
DISCIPLINA: ARQ 102 TEORIA E HISTÓRIA DA ARQUITETURA E DO URBANISMO II 
PROFª: PATRÍCIA JUNQUEIRA 
 
BARROCO 
Arquitetura Civil 
 
Na arquitetura civil barroca não houve o mesmo tipo de modificação ocorrido na 
arquitetura religiosa, mantendo-se contida e severa. Pode-se falar em barroco na 
arquitetura civil, porém as fachadas dos palácios obedecem a outras leis que não as 
aplicadas à arquitetura religiosa. 
Exterior frio e severo X Interior exuberante 
A alvenaria rústica não é mais utilizada nem mesmo no térreo. 
As largas janelas da Renascença se tornam mais esguias e mais elegantes. 
Predileção pela fachada ampla, larga. O corpo da edificação não é mas dividido 
horizontalmente. 
Na Renascença, os andares se tornavam progressivamente mais leves. No Barroco, 
um andar domina e os outros ficam subordinados. Mais tarde, abandona-se essa 
proposta e os andares voltam a ter o mesmo valor. 
O modelo de palácio barroco da alta sociedade é a casa de Antonio da Sangallo, em 
Roma, atual Palazzo Sacchetti. Sem muitas divisões na fachada, como no Palazzo 
Sacchetti e no palazzo Ruspoli. 
No Barroco Tardio, volta-se a aplicar colunas à fachada, como pode-se ver no Palazzo 
Odescalchi, de Bernini, que se tornou modelo para construções posteriores. 
Os térreos podem aparecer completamente fechados, sem nenhuma divisão, como no 
Palazzo della Sapienza, em Roma. 
Giacomo della Porta define tanto a arquitetura religiosa quanto a civil, ao introduzir no 
palácio algumas características do barroco, como a plenitude maciça e o movimento 
da composição. 
Os edifícios públicos, entre eles os palácios papais, não seguem as mesmas regras 
que os palazzi. A liberdade e o fausto não se restringem ao interior, aparecendo 
também no exterior. 
O Palazzo Baberini foi projetado, inicialmente, por Maderno, então arquiteto do papa, 
mas durante sua construção contou com a colaboração de Borromini, seu braço 
direito, e Bernini, o preferido de Maffeo Barberini, Papa Urbano VIII. O Palazzo foi 
concluído por Bernini após a morte de Maderno. 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO 
ESCOLA DE MINAS 
DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO 
DISCIPLINA: ARQ 102 TEORIA E HISTÓRIA DA ARQUITETURA E DO URBANISMO II 
PROFª: PATRÍCIA JUNQUEIRA 
 
A planta proposta por Maderno é muito diferente dos austeros palácios romanos e 
florentinos, como o Palazzo Farnese. Apresenta duas alas laterais curtas, 
característica até então utilizada apenas nas villas suburbanas, com centro aberto em 
loggias. A escadaria principal do palácio é projeto de Bernini, ampla e aberta. 
Enquanto a segunda escada, projetada por Borromini, se apresenta em formato oval. 
O Palazzo Pamphili, na Piazza Navona, atual embaixada do Brasil na Itália, foi 
projetado por Rainaldi para a família de Giambattista Pamphili, o papa Inocêncio X. 
Borromini foi chamado para desenhar a sala grande, a galeria, o aposento mais 
impressionante do palácio. 
Guarino Guarini, projetou as fachadas dos palácios, frequentemente, com um desenho 
curvilineo semelhante às fachadas das igrejas de Borromini. O Palazzo Carignano, em 
Turim, possui fachada em que a parte central ondula em movimento de curva 
côncava-convexa-côncava. 
 
INTERIOR DOS PALÁCIOS 
No interior do palácio almeja-se, sobretudo, a maior amplidão possível, peças com 
dimensões grandiosas, teto geralmente plano, de madeira e ricamente ornamentado. 
Utilização parcimoniosa das cores: vermelho, azul e um pouco de dourado. 
Os primeiros exemplos são os de Peruzzi, como o Palazzo Massimi alle Colonne, 
depois de Sangallo no Palazzo Farnese e da Sala Régia no Vaticano. Mas o exemplo 
máximo de decoração de interior de palácio no período barroco se encontra na Sala 
Régia do Quirinal, de Maderno. 
No primeiro período do Barroco, a decoração mural mais frequente é a utlizada na 
Sala Régia do Quirinal: 
embaixo, as paredes são revestidas de grandes tapeçarias, segue-se 
um friso vazio, e a decoração dessa parte conclui com cimásio bem 
sublinhado. Ela não ocupa muito mais do que a metade da altura da 
parede. O espaço restante até o teto é recoberto por afrescos 
contínuos. (Wölfflin, 2000:150) 
 
 
 
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PROFª: PATRÍCIA JUNQUEIRA 
 
VILLAS 
Desde o início da Renascença existiam na Itália dois tipos de villa: 
- Villa no campo: grande edifício com instalações pervistas para permanências 
prolongadas. 
- Villa suburbana: menor do que a villa campestre, localizada nos arredores da 
cidade. Servia como residência por períodos mais curtos. Sua função era 
permitir um maior contato com a natureza longe das restrições da cidade. 
Contraste entre fachada frontal e dos fundos, na frente maior seriedade, nos fundos 
exuberância e descontração. 
Arquitetura leve e alegre, amplas salas abertas, planta articulada sem preocupação 
com a simetria, cômodos claros e amplos. 
Necessidade de maior número de cômodos para acolher a comitiva do dono da casa. 
A elaboração da vida social torna necessário pesado aparato. 
O interior das villas se assemelha ao dos palácios urbanos, amplas salas decoradas 
com apuro. 
A villa suburbana mantém-se oculta, a entrada não leva diretamente à casa. 
Na Renascença, o arquiteto se submetia ao terreno. O Barroco não se sujeita ao 
existente, impondo sua vontade. O que pode ser percebido nos arranjos simétricos e 
racionais dos jardins das villas tanto suburbanas quanto no campo. 
O modelo mais perfeito de uma villa urbana renascentista é a Villa Farnesina, em 
Roma. 
O primeiro modelo importante de villa suburbana é a Villa Medici, de Nanni Lippi, final 
do século XVI. Fachada lisa, como do palácio urbano, andar principal com mezanino, 
sem colunas, janelas sem ornamentos. Oposição entre fachada da rua e dos fundos. 
Villa Borghese: construção tipicamente barroca, concluída por volta de 1630. Seu 
desenho inicial foi realizado Flaminio Ponzio, que faleceu no início das obras, ficando 
a construção a cargo de Giovanni Vasanzio, que projetou a fachada com terraço em 
forma de U. 
Villa Doria Pamphili, obra de Alessandro Algardi, pertence ao segundo período do 
barroco, sendo construída em meados do século XVII. 
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Villa Campestre: no fim da Renascença, essa arquitetura apresentava inúmeras 
variações no tamanho e também na execução. 
Villa Lante, perto de Viterbo, é pequena e se assemelha a um pavilhão. Atribuída a 
Vignola ainda apresenta características renascentistas. 
Villa Farnese ou Villa Caprarola é um pentágono imponente, semelhante a um castelo. 
Construído, em meados do século XVI, por Vignola para o Cardeal Alessandro 
Farnese. 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
BAETA, Rodrigo Espina. O Barroco, a Arquitetura e a cidade nos séculos XVII e 
XVIII. Salvador: EDUFBA, 2012. 
PEVSNER, Nikolaus. Panorama da arquitetura ocidental. São Paulo: Martins 
Fontes, 2002. 
SEVCENKO, Nicolau. O Renascimento. São Paulo: Atual, 1994. 
WÖLFFLIN, Heinrich. Renascença e barroco: estudo sobre a essência do estilo 
barroco e sua origem na Itália. São Paulo: Perspectiva, 2000.

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