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Unidade 4 Princípios do Direito Tributário e Direitos Sociais Noções de Direito Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Gerente Editorial CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA Projeto Gráfico TIAGO DA ROCHA Autoria CAMILA COELHO MOREIRA AUTORIA Camila Coelho Moreira Sou formada, pós-graduada e mestre em Direito, com experiência técnico-profissional na área. Atualmente sou diretora da área de contencioso civil de um escritório de advocacia no qual eu sou sócia na cidade de Vitória/ES. Sou apaixonada pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! ICONOGRÁFICOS Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: OBJETIVO: para o início do desenvolvimento de uma nova compe- tência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofundamen- to do seu conheci- mento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou dis- cutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últi- mas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma atividade de au- toaprendizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; SUMÁRIO Noções de Direito Tributário ..................................................................12 Conceito de Direito Tributário ............................................................................................... 12 Princípios do Direito Tributário ............................................................................................. 13 Princípio da legalidade tributária (art. 150, I CF; 97 CTN) ................ 13 Princípio da anterioridade tributária (art. 150, III, b da CF) .............. 13 Princípio da irretroatividade tributária (art. 150, III, a da CF) .......... 14 Princípio da isonomia ou igualdade (art. 150, II da CF) ..................... 15 Princípio da capacidade contributiva (art. 145 §1 da CF) ................. 15 Princípio da pecúnia non olet ..............................................................................16 Princípio da vedação do confisco (art. 150, IV da CF) ........................ 17 Imunidade tributária ......................................................................................................................18 Sistema tributário nacional ....................................................................21 Tributos ................................................................................................................................................... 21 Espécies de tributo ........................................................................................................................23 Imposto ................................................................................................................................23 Taxas ......................................................................................................................................24 Contribuição de melhoria ......................................................................................25 Empréstimos compulsórios ..................................................................................26 Contribuições especiais ..........................................................................................26 A relação jurídico-tributária ................................................................... 30 Surgimento do crédito tributário ....................................................................................... 30 Hipótese de incidência ........................................................................................... 31 Fato gerador ..................................................................................................................... 31 Obrigação tributária ....................................................................................................32 Crédito tributário ...........................................................................................................35 Direitos Sociais ............................................................................................ 40 Direitos sociais na Constituição ........................................................................................... 40 A família, a criança, o adolescente e o idoso na Constituição ..................... 46 Família ................................................................................................................................ 46 Criança, adolescente e jovem ............................................................................47 Idoso ..................................................................................................................................... 48 9 UNIDADE 04 Noções de Direito 10 INTRODUÇÃO Nessa unidade, voltaremos nossos estudos à ciência do Direito Tributário, que consiste em um ramo do Direito Público formado pelo conjunto de leis que regulam a arrecadação de receita para o Estado por meio dos tributos, além de regular toda a sistemática de fiscalização e a relação entre o ente tributário e o contribuinte. Esse ramo do Direito é de extrema relevância para o seu processo de aprendizagem, pois em muitos momentos ele tem relação direta com outras áreas do conhecimento, como a Contabilidade, Administração e Economia, por exemplo. Tenho certeza que os conhecimentos que compartilharemos nessa unidade serão essenciais para a construção de um profissional bem informado e com capacidade técnica no assunto, qualidades que certamente irão alavancar sua carreira no mercado de trabalho. Preparado para mais essa aventura? Tenho certeza que você adorará desbravar essa jornada junto comigo, quando, ao longo desta unidade letiva você irá mergulhar neste universo! Bom, chega de perder tempo... vamos nessa! Noções de Direito 11 OBJETIVOS Olá. Seja muito bem-vinda (o). Nosso propósito é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o término desta etapa de estudos: 1. Explicar mais a fundo algumas noções básicas de Direito Tributário. 2. Interpretar o funcionamento do sistema tributário nacional. 3. Desbravar a relação jurídico-tributária brasileira. 4. Identificar os direitos sociais presentes na Constituição de 1988. Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! Noções de Direito 12 Noções de Direito Tributário OBJETIVO: Ao término deste capítulo, você será capaz de entender algumas noções básicas sobre o Direito Tributário, envolvendo o conceito e principais princípios que norteiam essa área do Direito. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Conceito de Direito Tributário O Direito Tributário é um ramo do Direito Público Interno que regula a relação obrigacional composta pelo sujeito passivo, denominado de contribuinte, que podem ser as pessoas físicas e jurídicas integrantes da sociedade e o sujeito ativo, composto pelas pessoas jurídicas de direito público internas, como a União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Tal relação jurídicaé capaz de criar o cenário que a doutrina chama de afetação patrimonial, que consiste na tomada do patrimônio em prol de um bem comum. Essa tomada de patrimônio resta configurada quando o fisco (credor) avança em direção ao patrimônio do devedor (contribuinte) de maneira compulsória, com o fim de se apropriar de valores, que são os chamados tributos. Figura 1 – Afetação patrimonial Fonte: Pixabay Noções de Direito 13 A apropriação patrimonial é permitida pelo direito brasileiro, desde que respeitadas as normas jurídicas definidas para tal, configurando- se como ilícito todo tributo que se encontre fora dos padrões previstos na Constituição. Tais padrões são denominados como limites ao poder de tributar e tais limites são derivados dos princípios e das imunidades constitucionais previstas nos artigos 150, 151 e 152 da Constituição. O exercício do poder de tributar, portanto, não é absoluto, de modo que a Constituição Federal impõe restrições às entidades que possuem esse poder, de forma que o tributo cumpra sua função precípua, que é a arrecadação patrimonial com o fim de prover recursos financeiros para o Estado. Às limitações ao poder de tributar dos entes tributantes encontram- se nos princípios constitucionais tributários disciplinados pelos artigos 150, 151 e 152 da Constituição Federal, os quais analisaremos a seguir, vamos nessa? Princípios do Direito Tributário Princípio da legalidade tributária (art. 150, I CF; 97 CTN) Pelo princípio da ilegalidade entende-se que os entes tributantes (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) só podem criar tributos ou aumentar os tributos por meio de lei. Esse princípio constitucional tributário é derivado do princípio constitucional geral previsto no artigo 5º, II da CF. Em regra, a lei apta a instituir o tributo é a lei ordinária e em regra não cabe ao poder executivo criar os tributos, devendo tal atribuição ser de competência dos poderes legislativos. Princípio da anterioridade tributária (art. 150, III, b da CF) Pelo princípio da anterioridade tributária é vedado aos entes tributantes instituir tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada lei que os instituiu ou aumentou. Tal princípio determina Noções de Direito 14 que em regra os entes tributantes não podem cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que foram instituídos ou majorados. Você deve estar se perguntando nesse momento: mas o que é exercício financeiro? O exercício financeiro é sinônimo de ano fiscal, que coincidentemente representa o ano civil, período de tempo entre primeiro de janeiro e trinta e um de dezembro. SAIBA MAIS: Para aprender um pouco mais sobre o que consiste o exercício financeiro, sugerimos a leitura do seguinte material: “Exercício Financeiro”, disponível aqui. O princípio da anterioridade tributária tem como objetivo evitar que os contribuintes sejam surpreendidos pelo fisco, de modo que busca permitir que o contribuinte se prepare financeiramente para arcar com o pagamento do respectivo tributo. Em resumo, o princípio visa preservar a segurança jurídica, de modo a manter o equilíbrio entre as partes. Vocês repararam que eu utilizei a expressão em regra para tratar da anterioridade tributária? Tal utilização não foi em vão, pois esse princípio aceita duas exceções. A primeira dela refere-se aos tributos que a Constituição permite que sejam cobrados imediatamente (art. 150 §1º) e a outra foi a alteração trazida pela Emenda Constitucional 42/2003, que excepcionou o prazo de 90 (noventa) dias para a entrada em vigor de um tributo, a denominada anterioridade nonagesimal. Princípio da irretroatividade tributária (art. 150, III, a da CF) Por esse princípio é vedado aos entes tributários cobrarem tributos em relação a fatos anteriores às leis que os instituíram ou aumentaram, de modo que os fatos que ocorrerem antes de uma nova lei que instituiu e majorou um tributo não estarão sob efeitos da nova legislação. Noções de Direito https://bit.ly/3bHya4K 15 A irretroatividade neste caso busca garantir a segurança jurídica, um dos pilares do Estado Democrático de Direito e será aplicada somente nos casos em que for benéfica ao contribuinte. Princípio da isonomia ou igualdade (art. 150, II da CF) Por tal princípio entende-se que todos são iguais perante à lei, sem distinção de qualquer natureza, de modo que é vedado o tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, sendo proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função exercida, independente de denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos (BRASIL, 1998). O artigo supramencionado permite estabelecer diferenças entre pessoas com capacidade tributária diferentes, devendo a legislação, baseada na capacidade contributiva do contribuinte, diferenciar quem possui o maior poder para pagar tributos daqueles que são hipossuficientes economicamente. EXEMPLO: Ana possui rendimentos mensais de R$ 10.000,00 e Gabriela possui um rendimento mensal de um salário mínimo. Ambas devem pagar o imposto de renda, mas baseado na diferença econômica entre ambas, Ana terá que pagar uma alíquota, enquanto Gabriela estará isenta. O referido artigo deve ser interpretado no sentido de que não sendo uma hipótese de imunidade tributária (o que veremos a seguir), não é permitida pela Constituição qualquer privilégio, vedando o tratamento desigual entre os contribuintes que se encontrem em uma situação de equivalência econômica e jurídica. Princípio da capacidade contributiva (art. 145 §1 da CF) Pelo princípio da capacidade contributiva, entende-se que sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e deverão ser cobrados de acordo com a capacidade econômica do contribuinte. Noções de Direito 16 O princípio da capacidade contributiva deve ser aplicado somente aos impostos, não devendo ser aplicado às demais espécies tributárias. Além disso, a capacidade tributária não abarca todos os tipos de impostos, mas somente aqueles que tenham estrutura para verificar a capacidade econômica do contribuinte. Figura 2 – Princípio da capacidade contributiva Fonte: Pixabay O princípio da capacidade contributiva está diretamente ligado ao princípio da igualdade, configurando-se como um princípio objetivo, que leva em conta as manifestações de riqueza de cada contribuinte. Isso significa dizer que a lei não vai levar em conta se o contribuinte é rico ou pobre, mas sim o valor de seus bens e aplicar o tributo (SABBAG, 2015). EXEMPLO: Lucélia encontra-se desempregada, mas é dona de um apartamento luxuoso no balneário de sua cidade. Lucélia deverá pagar o valor do IPTU do imóvel baseado no valor venal do imóvel, independentemente de sua situação financeira. Princípio da pecúnia non olet Traduzido do latim como dinheiro não tem cheiro, esse princípio teve origem histórica a partir de um diálogo entre o Imperador Vespasiano e seu filho, Tito, que, ao indagar seu pai o porquê da tributação dos banheiros e mictórios públicos da Roma Antiga, foi ensinado pelo Imperador que, ao Noções de Direito 17 contrário da sujeira e mal cheiro dos locais de origem, o dinheiro não tinha cheiro e, portanto, não se deve levar em conta aspectos extrínsecos do fato gerador. Figura 3 – Vespasiano Fonte: Wikimedia Por esse motivo, todos aqueles que realizarem o fato gerador deverão em regra arcar com o tributo, não sendo objeto de análise do Direito Tributário a origem do dinheiro, sua licitude, a capacidade civil do contribuinte ou a nulidade ou anulabilidade do ato jurídico, bastando para a cobrança a configuração do fato gerador. Princípio da vedação do confisco (art. 150, IV da CF) Esse princípio consiste em um instrumento de proteção ao contribuinte, pois impede que o Estado institua uma quantidade de tributos capazes de expropriá-lo deseu patrimônio. Ao vedar o confisco, a Constituição impede que os entes tributários cobrem do contribuinte tributos que ultrapassem a capacidade contributiva do cidadão, aplicada com intenção predatória. Tal princípio deriva do princípio da capacidade contributiva, também estudada nessa unidade, pois a capacidade tributária está relacionada Noções de Direito 18 com o quanto o contribuinte encontra-se apto a suportar a carga tributária sem que isso prejudique seu sustento e sua existência. Imunidade tributária A imunidade tributária refere-se a uma delimitação na cobrança de um determinado tributo e consiste em uma dispensa constitucional ao pagamento de tributo. As principais imunidades presentes na Constituição referem-se aos impostos, e serão elas que iremos estudar neste capítulo. Presentes no artigo 150, inciso VI, alíneas ‘a’, ‘b’, ‘c’, ‘d’ e ‘e’, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; b) templos de qualquer culto; c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão; e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser. Note que o referido dispositivo afasta a incidência tão somente de impostos, sem prejuízos da cobrança de outros tributos, como taxas ou contribuições de melhoria. EXEMPLO: Uma igreja não precisa arcar com o IPTU, entretanto está sujeita ao pagamento da taxa de coleta de lixo. A imunidade recíproca (art. 150, VI, a) consiste em uma espécie de imunidade tributária que impede que os entes tributantes instituam impostos uns dos outros, em respeito ao pacto federativo. A imunidade recíproca estende-se às autarquias e fundações públicas, porém não se aplicam às empresas públicas e às sociedades de economia mista. Noções de Direito 19 EXEMPLO: Não deve incidir IPTU sobre um prédio de propriedade da União, do mesmo modo que não deve incidir IPVA sobre um veículo de propriedade da prefeitura. A imunidade para templos de qualquer culto (art. 150 VI, b) busca preservar a liberdade religiosa bem como a neutralidade do Estado para com qualquer religião. A laicidade do Estado é um dos fundamentos do Estado Democrático de Direito, que distancia a administração pública da religião. Deste modo, havendo privilégio, todos os templos devem de ele usufruir, independentemente de qual for o culto. Deste modo, não deve incidir qualquer imposto sobre o patrimônio, a renda e sobre os serviços relacionados com as finalidades essenciais das entidades, não se aplicando tal imunidade a questões desassociadas da função dos templos. A imunidade para partidos políticos, entidades sindicais de trabalhadores, instituições de educação e entidades de assistência social (art. 150 VI, c) visa garantir as liberdades a elas associadas, como a liberdade política e liberdade de filiação partidária, bem como de incentivar a difusão da educação e do ensino e a difusão da assistência social. Por fim, a imunidade para livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão tem o condão de assegurar a liberdade de expressão, a difusão da cultura e a utilidade social. Quanto à imunidade dos livros, escapam aqueles que não veiculam ideias, como livros de ponto, livros de bordo, por exemplo. Incluem no conceito de livros para fins de imunidade os manuais técnicos e as apostilas. Em relação aos jornais, a imunidade é plena, mesmo relacionados com propagandas, devendo estarem impressas no corpo do jornal. Quando aos periódicos, estes consistem em revistas editadas com periodicidade, sendo empregada imunidade inclusive a revistas pornográficas e álbuns de figurinha. Noções de Direito 20 O papel, único insumo passível de imunidade, é entendido como todo e qualquer material que venha a ser utilizado para a produção de livros, jornais e periódicos que guarde correspondência na materialidade e natureza com o papel. Quanto à imunidade musical, essa foi fruto da Emenda Constitucional 75, também chamada de PEC da Música, que acrescentou a alínea ‘e’ ao inciso VI do art. 150 e passou a garantir a imunidade tributária a obras artísticas de produção de som e de imagem e som, de modo que essa produção passou a ficar protegida de tributação. SAIBA MAIS: Quer se aprofundar neste tema? A seguir um excelente exemplo sobre o que aprendemos neste capítulo: Artigo: “Competência Tributária”. Acessível por este link. RESUMINDO: Iniciamos essa unidade trabalhando o conceito de Direito Tributário, esse ramo do Direito público interno objeto de estudo ao longo dos próximos capítulos. Aprendemos sobre a relação jurídica tributária, os entes tributantes e a figura do contribuinte, sujeito passivo da relação tributária. Juntos, vimos quais são os princípios que norteiam o Direito Tributário, entre eles o da legalidade, da anterioridade tributária, da irretroatividade tributária, da isonomia, da capacidade contributiva, da pecunia non olet e da vedação do confisco. Por fim, tivemos a oportunidade de aprender em que consiste a imunidade tributária e quais são as espécies de imunidade previstas na Constituição Federal, como a imunidade recíproca, a imunidade para templos de qualquer culto, a imunidade para partidos políticos, entidades sindicais de trabalhadores, instituições de educação e entidades de assistência social e a imunidade para livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão. Noções de Direito https://bit.ly/39AdnPc 21 Sistema tributário nacional OBJETIVO: Ao término deste capítulo, você será capaz de conhecer como funciona o sistema tributário brasileiro, quais os tributos integram o sistema tributário nacional e de que forma eles são aplicados na prática. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Tributos Quando falamos de tributos, normalmente os relacionamos aos impostos, tendo em vista sua popularidade e aplicabilidade no dia a dia. Ocorre que, além dos impostos, constituem espécies de tributos os impostos, as taxas, as contribuições de melhoria, as contribuições especiais e os empréstimos compulsórios. O conceito de tributo encontra-se tipificado no artigo 3º do CTN como “prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada” (BRASIL, 1966). O tributo é prestação pecuniária, pois trata-se de uma obrigação de prestar dinheiro ao Estado. Note que, ao adotar tal previsão, o legislador buscou evitar o recebimento pelo pagamento dos tributos por meio de bens ou pela prestação de serviços. Noções de Direito 22 Figura 4 – Tributo Fonte: Pixabay O tributo também é compulsório, ou seja, não dá brecha para discussão nem se sujeita à vontade do contribuinte. Alguns doutrinadores classificam o tributo como uma receita derivada do poder de império do Estado na obtenção de recursos (SABBAG, 2015). Além disso, o tributo não é uma sanção, de modo que multa não é tributo e tributo não é multa. A multa é uma penalidade, enquanto o tributo é derivado de um fato gerador, que consiste em uma ação do contribuinte que enseja o pagamento. Note que o artigo que define o tributo também traz a previsão expressa de que todo e qualquer tributo deve ser instituído por lei (lembra do princípioda legalidade?). Por esse motivo, o tributo nasce a partir da realização do fato gerador e a vontade das partes é irrelevante. Por fim, o artigo prevê que o tributo deve ser cobrado por lançamento e isso significa dizer que a obrigação tributária é consumada em um documento de cobrança que se dispõe a quantificar e qualificar a obrigação existente. Não se admite hoje no direito brasileiro o lançamento verbal, ou seja, a comunicação oral de pagamento do tributo. Agora que você já aprendeu o que é o tributo, preparado para conhecer as espécies de tributo existentes no Brasil? Vem comigo! Noções de Direito 23 Espécies de tributo Existem no Brasil, hoje, cinco espécies de tributos, os impostos, as taxas, as contribuições de melhoria, os empréstimos compulsórios e as contribuições parafiscais, as quais estudaremos detalhadamente a seguir. Imposto O imposto possui definição na própria Constituição e consiste em “tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independentemente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte” (BRASIL, 1966, online). Conforme se extrai da inteligência do artigo, o imposto não consiste em uma contraprestação do Estado, de modo que deve o imposto incidir automaticamente sobre certas situações da vida cotidiana do contribuinte, de sua atividade e seu patrimônio, de modo que fez, pagou. O ato de fazer é denominado de fato gerador. Figura 5 – Imposto Fonte: Pixabay Os impostos foram instituídos com o fim de financiar as atividades gerais do Estado. É por meio dessa arrecadação que o Estado irá manter sua organização e executar suas finalidades. Três elementos são obrigatórios na classificação de um tributo como imposto: Noções de Direito 24 1. A obrigatoriedade do pagamento. 2. A ausência de qualquer relação de correspondência entre a exigência tributária e a compensação do estado ao contribuinte. 3. A impossibilidade de reembolso, o que lhe concede o atributo de definitivo. A Constituição prevê de modo taxativo quais serão os impostos de competência de cada ente federativo, senão vejamos: Quadro 1 – Impostos Brasileiros Fonte: Elaborado pela autora (2021). Taxas As taxas são uma espécie de tributo que diferentemente dos impostos, sua incidência ou fato gerador são vinculadas a uma atividade Noções de Direito 25 específica do Estado. Elas serão exigidas em duas situações: em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização de serviços públicos específicos e divisíveis. Ao contrário do que muitos pensam, a taxa de polícia não tem relação com a atividade cotidiana dos policiais, mas sim com atos de regularização e fiscalização da administração pública. São exemplos de taxas de polícia as taxas cobradas para emissão de alvarás, de controle de fiscalização ambiental e de serviços de cartório, por exemplo. As taxas de serviço, por sua vez, são aquelas que decorrem da prestação de um serviço público específico e divisível. É um exemplo de taxa de serviço a taxa de limpeza pública. Deverá contribuir com a taxa a pessoa que provocar a atuação do Estado – no caso do poder de polícia – ou a pessoa que utilizar de algum serviço público do Estado. SAIBA MAIS: Você sabe a diferença entre taxa e tarifa? Sugerimos o acesso desse material para aprimorar seus conhecimentos. “Taxa versus Preço Público” disponível aqui. Contribuição de melhoria A contribuição de melhoria é classificada como um tributo democrático e participativo e consiste em um tributo derivado da valorização de imóveis causada por uma obra pública. É importante que você saiba que não basta a execução da obra pública, mas que dessa obra o valor venal do imóvel seja aumentado. Você encontra a definição legal da contribuição de melhoria no art. 145, III da Constituição Federal (BRASIL, 1988). A contribuição de melhoria não se confunde com imposto, pois a contribuição de melhoria depende de uma atuação específica do Estado (a execução da obra pública), enquanto o imposto, conforme já vimos, é independente de qualquer ato do Estado. Noções de Direito https://www.youtube.com/watch?v=wI-ezHK66vk 26 A contribuição de melhoria também não se confunde com a taxa, pois, enquanto a taxa é vinculada ao exercício regular do poder de polícia ou a um serviço público, a contribuição de melhoria está vinculada à realização de obra pública e à valorização do valor venal do imóvel. Empréstimos compulsórios Os empréstimos compulsórios estão previstos no art. 148 da Constituição (BRASIL, 1988) e têm por objetivo custear as despesas extraordinárias decorrentes de calamidades públicas, da iminência ou situação de guerra ou ainda em caso de investimento extraordinário que possua relevante interesse nacional. Somente a União poderá instituir essa espécie de tributo, por meio de lei complementar específica. É importante destacar que, nessa modalidade de tributo, por se tratar de um empréstimo, o Estado deverá restituir aos contribuintes os recursos captados e a aplicação do dinheiro arrecadado deverá estar vinculada à despesa que o originou. O empréstimo compulsório não se baseia em um acordo de vontades entre o contribuinte e o fisco e é considerado um fenômeno obrigatório. Contribuições especiais As contribuições especiais, também chamadas de contribuições parafiscais, são aquelas destinadas ao financiamento de gastos específicos de intervenção do Estado no campo social e econômico e dividem-se em: sociais, de intervenção no domínio econômico e do interesse de categorias profissionais ou econômicas. Figura 6 – Contribuição Especial Fonte: Pixabay Noções de Direito 27 As contribuições especiais sociais encontram-se disciplinadas nos arts. 149 e 195 da Constituição Federal e têm função de custear o orçamento da seguridade social. São exemplos: Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (COFINS); Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL); PIS/PASEP; CPMF, FGTS, Salário Educação etc. O ente responsável pela instituição das contribuições especiais é a União, porém caberá ao INSS a fiscalização e arrecadação deste tributo. A contribuição de intervenção no domínio econômico (CIDE) é um instrumento de intervenção na economia e tem função de corrigir distorções em setores da atividade econômica. Um exemplo é a CIDE dos combustíveis, cujos recursos arrecadados são destinados ao financiamento de projetos ambientais, programa de infraestrutura de transporte e subsídios para os preços do combustível. Por sua vez, as contribuições profissionais ou corporativas são aquelas destinadas à manutenção das entidades associativas, com o fim de fomentar os serviços prestados nessas entidades. São exemplos de contribuições profissionais o Sistema S, OAB, CRM e CRF, entre outros. Configura contribuição especial a contribuição para o custeio de iluminação pública, criada pela Emenda Constitucional nº 39 de 2002 (BRASIL, 2002, online). Essa contribuição é fruto de um apelo dos poderes executivos municipais ao STF após a extinção da taxa de iluminação pública (Súmula 670 do STF). Quando se trata de contribuições, é importante mencionarmos a Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira, a famosa CPMF. A CPMF consiste em uma contribuição social, de competência tributária da União, instituída por meio da Emenda Constitucional 12/1996 que na data que entrou em vigor. Seu prazo de vigência seria de 24 (vinte e quatro) meses. A receita arrecadada com tal contribuição era destinada ao Fundo Nacional de Saúde. Ao longo do tempo, a CPMF foi sendo prorrogada e teve suas alíquotas e bases de cálculo modificadas de modo que seu procedimento é bastante conhecido por estudiosos dessa ciência por envolver, ao longo Noções de Direito 28 desses processos, diversas declarações de inconstitucionalidade pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A CPMF, desde seu surgimento e ao longode toda sua história, foi um tributo cuja constitucionalidade foi duvidosa, tendo em vista sua instituição temporária e o caráter permanente que fora adquirindo ao longo dos anos. A CPMF vigorou no Brasil até o ano de 2007, até que o Plenário do Senado Federal rejeitou uma nova proposta de prorrogação do referido tributo, de modo que a não cobrança da referida taxa ensejou em uma perda para os cofres públicos de aproximadamente R$ 40 milhões e um ganho para o contribuinte, que não mais precisou de pagá-la. Existe um projeto do governo federal que pretende recriar a contribuição sobre o mesmo fato gerador nos moldes da CPMF, com o fim de devolver aos cofres públicos tal desfalque causado pela suspensão da cobrança do referido tributo. SAIBA MAIS: Quer se aprofundar neste tema? A seguir, um excelente vídeo da Advocacia Geral da União (AGU) sobre o que aprendemos neste capítulo: Vídeo: “AGU Explica - Imposto e tributo”. Acessível aqui. Noções de Direito 29 RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Iniciamos a unidade aprendendo sobre o sistema tributário nacional, estabelecendo um conceito para tributo e conhecendo as espécies de tributos existentes no Brasil. Nesse interim você aprendeu que tributo é a prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada e a diferença entre tributo e sanção. Também trabalhamos juntos as cinco espécies de tributos, os impostos, as taxas, as contribuições de melhoria, os empréstimos compulsórios e as contribuições parafiscais. Quanto aos impostos, aprendemos sobre os impostos em espécie, a diferença entre taxa de polícia e taxa de serviço bem como a polêmica CMPF. Noções de Direito 30 A relação jurídico-tributária OBJETIVO: Ao término deste capítulo, você será capaz de conhecer como funciona o sistema tributário brasileiro, quem são os componentes dessa relação jurídica e de forma ela se constitui e desenvolve. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! A relação jurídico-tributária consiste na relação que se inicia com a hipótese de incidência do tributo até a constituição do crédito tributário. São as etapas que englobam desde o surgimento do tributo até a cobrança ao contribuinte. Surgimento do crédito tributário Aqui, como forma de trazer essa explicação de uma maneira mais didática, adotaremos o esquema de linha do tempo e explicaremos cada uma dessas etapas mais detalhadamente (SABBAG, 2015). Dessa forma, um tributo hoje para ser cobrado no Brasil deve respeitar as seguintes etapas: Figura 7 – Esquema da constituição de crédito tributário Hipótese de incidência Fato gerador Obrigação Tributária Crédito Tributário Fonte: Elaborada pela autora (2021). Noções de Direito 31 Hipótese de incidência A hipótese de incidência consiste em algo abstrato, previsto na lei, que é capaz de configurar a relação jurídica-tributária. A hipótese de incidência é a abstração legal de um fato, ou seja, é situação descrita na lei cuja previsão é abstrata, portanto uma “hipótese”, que poderá vir a ocorrer no mundo dos fatos, e que, ao ser realizada, se constituirá como um fato gerador. O professor Sabbag (2015, p. 672) define: “hipótese de incidência é a situação descrita em lei, recortada pelo legislador entre inúmeros fatos do mundo fenomênico, a qual, uma vez concretizada no fato gerador, enseja o surgimento da obrigação principal”. Uma vez caracterizada a hipótese de incidência, podemos dizer que há o nascimento da relação tributária. EXEMPLO: Constitui hipótese de incidência a previsão pela legislação tributária que caso determinada pessoa X venha a infringir a lei X, sofrerá a sanção descrita nessa lei em comento. Fato gerador O fato gerador, por sua vez, consiste na materialização da hipótese de incidência perante uma situação concreta. Uma vez realizada a hipótese de incidência, podemos dizer que houve o fato gerador do tributo. Conforme se extrai da inteligência do artigo 118 do CTN, pouco importa para o fato gerador a natureza do objeto dos atos praticados ou os efeitos de tais atos, podendo ser tributados atos nulos e ilícitos bem como objetos ilícitos, conforme aprendemos pelo princípio da pecúnia non olet. Noções de Direito 32 Figura 8 – Fato gerador Fonte: Pixabay EXEMPLO: Existe imposto sobre a renda de um traficante de drogas, de um imóvel em nome de um recém-nascido ou até mesmo sob uma carga de produtos falsificados, bastando como o fato gerador a renda (IR), o imóvel (IPTU) e o transporte de carga (ICMS). Obrigação tributária A obrigação tributária é composta por quatro elementos: sujeito ativo, sujeito passivo, objeto e causa. O sujeito ativo da relação tributária é a pessoa jurídica de direito público titular da competência para exigir o cumprimento da obrigação (art. 119 CTN). Os sujeitos ativos podem ser diretos, entendidos por aqueles que têm o poder de instituir e cobrar o tributo ou indiretas, que são aquelas que possuem poderes somente de arrecadação e fiscalização do tributo, como exemplo o CREA, CRC etc. Noções de Direito 33 Figura 9 – Sujeito ativo tributário é aquele que exige o cumprimento da obrigação Fonte: Freepik O sujeito passivo da relação tributária é composto pelo devedor da obrigação, representado pelos entes destinatários da invasão patrimonial ocasionada pela retirada compulsória de valores a título de pagamento dos tributos (SABBAG, 2015). Os sujeitos passivos podem ser direitos, constituídos pelos contribuintes, pessoas com relação direta com o fato gerador ou podem ser indiretos, formado pelas pessoas que são escolhidas pela lei para pagar o tributo, mesmo que não realizem o fato gerador. Figura 10 – Sujeito passivo é o contribuinte Fonte: Freepik Noções de Direito 34 O objeto da obrigação tributária consiste na prestação que deve ser adimplida pelo sujeito passivo (contribuinte) ou seu responsável. Tal prestação pode ser pecuniária ou não pecuniária. Note que aqui não estamos tratando do objeto de tributo, mas sim da obrigação tributária, lembrando que o tributo admite somente pagamento em pecúnia. Figura 11 – Objeto tributário Fonte: Freepik A obrigação principal consiste na prestação de pagar (obrigação de dar) o tributo ou multa com viés de patrimonialidade. A obrigação é principal ocorre quando o contribuinte deve realizar o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária (multa em dinheiro). A obrigação tributária irá surgir sempre que ocorrer um fato gerador e será extinta junto com o crédito tributário que a ela deu origem decorrente (artigo 113, § 1, do CTN). A obrigação principal somente se extinguirá com o pagamento (recolhimento) do valor integral devido. Se for recolhido parcialmente, via de regra não se considera extinto. A obrigação acessória, por sua vez, consiste em atos de fazer ou não fazer procedimentos derivados da própria obrigação tributária, classificados como deveres instrumentais do contribuinte. A obrigação é acessória quando, por força de lei, tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da Noções de Direito 35 arrecadação ou da fiscalização dos tributos. (Artigo 113, § 2, do CTN) (BRASIL, 1966). EXEMPLO: São exemplos de obrigações acessórias os atos de emitir notas fiscais, escriturar livros fiscais (artigo 200 do CTN). A causa, tipificada entre os artigos 114 e 115 do CTN, consiste no elo que liga o sujeito ativo ao sujeito passivo. A causa tributária, pelo princípio da legalidade, surge somente por meio de lei tributária. Créditotributário O crédito tributário consiste no momento da linha do tempo em que o tributo passa a ser exigido na relação jurídico-tributária. Dizemos que o crédito tributário surge com o lançamento tributário (142 CTN). O lançamento tributário é o ato formal de cobrança por meio da emissão de um documento que dá vida à cobrança do tributo através da prática do fato gerador. Dizemos que o fato gerador cria obrigações ex nunc, ou seja, obrigações daquele momento em diante, de forma que a partir do momento em que se concretiza o fato gerador, o tributo encontra-se pronto para ser cobrado. A legislação brasileira admite que o lançamento de um tributo seja realizado de três formas: direto, misto ou por homologação. O lançamento direto é aquele em que o fisco, uma vez com acesso a dados do contribuinte, realiza o lançamento do tributo sem que haja necessidade de auxílio do contribuinte. É o que acontece nos casos de cobrança de IPTU, taxas e contribuições de melhoria, em que os próprios dados do objeto da obrigação são suficientes para o lançamento do tributo. O lançamento misto ou por declaração é aquele em que o Fisco depende do auxílio parcial do contribuinte, pois não dispõe de todos os dados para a realização do lançamento. É o caso dos impostos Noções de Direito 36 de importação e importação, em que o contribuinte precisa prestar informações para que o fisco realize a cobrança devida. Já o lançamento por homologação, também chamado de auto lançamento, é aquele que ocorre quando o contribuinte contribui efetivamente com a atividade de lançamento do tributo cabendo ao fisco somente a homologação, ou seja, a conferência do lançamento. Um grande exemplo é o lançamento do Imposto de Renda e nos demais tributos que possuem um maior volume de arrecadação. Figura 12 – Lançamento por homologação Fonte: Freepik Extinção do crédito tributário A extinção do crédito tributário consiste no marco final da relação jurídico-tributária, que pode ser dar por várias maneiras, conforme previsão expressa do artigo 156 do CTN, senão vejamos: Art. 156. Extinguem o crédito tributário: I - o pagamento; II - a compensação; III - a transação; IV - remissão; V - a prescrição e a decadência; VI - a conversão de depósito em renda; Noções de Direito 37 VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º; VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164; IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória; X - a decisão judicial passada em julgado. XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei. (BRASIL, 1966, art. 156) O pagamento consiste na hipótese mais comum de extinção do crédito tributário, disciplinada nos artigos 157 a 169 do CTN. A dação em pagamento consiste em uma forma indireta de extinção e uma modalidade de pagamento. Enquanto o pagamento consiste na prestação pecuniária, a dação ocorre em casos previstos pela lei em que se admite a entrega do bem em substituição da dívida. Figura 13 – Pagamento Fonte: Freepik A compensação tributária encontra-se prevista nos artigos 170 e 170-A do CTN e consiste em uma modalidade indireta de pagamento em que o contribuinte compensa um crédito que, porventura, possua com a Fazenda Pública com o pagamento de tributos. A transação, por sua vez, consiste em uma forma de extinção do crédito tributário prevista no artigo 171 do CTN em que as partes, por meio de um acordo, põem fim ao litígio, utilizando-se de concessões, vantagens Noções de Direito 38 e ônus recíprocos. Um exemplo de concessão recíproca é o desconto no pagamento em parcela única do IPTU. A remissão trata-se de uma hipótese de extinção do crédito prevista no artigo 172 CTN em que o fisco, por meio de uma liberação graciosa, perdoa a dívida do contribuinte. É preciso, para que haja a remissão, que ocorra algumas das hipóteses previstas no artigo. A prescrição e decadência ocorrem quando o fisco deixa de realizar o lançamento do crédito tributário dentro do prazo previsto na lei. Ao contrário das hipóteses acima elencadas, não se trata de uma forma indireta de pagamento, mas sim da perda da possibilidade de cobrar o tributo. A conversão do depósito em renda trata-se da hipótese de extinção do crédito tributário que ocorre nos casos em que o contribuinte realiza o pagamento do tributo, porém o contesta administrativamente e, no fim, possui decisão favorável a si, de modo que esse valor depositado se converte em renda. O pagamento antecipado e a homologação do lançamento são uma hipótese de extinção do crédito tributário exclusiva dos tributos cujo lançamento seja por homologação, pois o pagamento se dá com base na apuração feita pelo próprio contribuinte. Após o prazo de 5 (cinco) anos, caso o fisco não se manifesta acerca da irregularidade, haverá a homologação tácita e, portanto, haverá a perda do direito de lançá-lo. A consignação em pagamento é a forma de extinção do tributo que ocorre no seguinte caso: o contribuinte não concorda com o lançamento do tributo e requer questioná-lo judicialmente. Dessa forma, terá que fazer o depósito do pagamento em juízo, a consignação em pagamento e, ao final, se julgada procedente a ação, tal valor converte-se em renda ao contribuinte. A decisão administrativa irreformável é aquela favorável ao contribuinte que extingue a cobrança do crédito, podendo ser objetivo de discussão judicial. A decisão passada em julgado, por sua vez, consiste no último pronunciamento de autoridade julgadora, de modo que nem a lei poderá prejudica-la. Noções de Direito 39 SAIBA MAIS: Quer se aprofundar neste tema? A seguir um excelente exemplo sobre o que aprendemos neste capítulo. Veja este artigo: “TJ-SP isenta atleta de tiro de pagar ICMS em importação de munição”. Acessível por este link. RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Nesse capítulo aprendemos sobre a relação jurídico tributária, aquela estabelecida entre o ente tributante (Fisco) e o contribuinte. Trabalhamos conceitos que envolvem desde o surgimento do crédito tributário até sua extinção. Em relação ao surgimento do crédito tributário, aprendemos o que é a hipótese de incidência, o fato gerador, a obrigação tributária (composta pelo sujeito ativo, sujeito passivo, objeto e causa) e o crédito tributário, aquele que surge a partir do lançamento tributário, documento que materializa a cobrança do tributo. Aprendemos também as hipóteses de extinção do crédito tributário: pagamento, compensação, transação, remissão, prescrição e decadência, entre outras. Noções de Direito https://bit.ly/2w6htky 40 Direitos Sociais OBJETIVO: Ao término deste capítulo, você será capaz de conhecer os direitos sociais presentes na Constituição de 1988, suas garantias e previsões bem como seus desdobramentos. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Direitos sociais na Constituição Os direitos sociais encontram-se previstos no artigo 6º da Constituição Federal, sendo eles “educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados” (BRASIL, 1988). Tais garantias previstas no artigo 6º são consideradas um desdobramento do Estado Social de Direito, derivado do Estado Democrático de Direito. Segundo lições de José Afonso da Silva, os direitos sociais “disciplinam situações subjetivas pessoais ou grupais de caráter concreto”, de modo que buscam melhores e adequadas condições de vidaaos cidadãos, fazendo parte dos próprios fundamentos da República (SILVA, 2019). A seguir, trataremos de forma pormenorizada de cada um desses direitos, vamos aprender mais um pouco? O direito à educação consiste em um direito de todos e um dever que deve ser prestado pelo Estado e pela família. Conforme os ditames constitucionais, a educação deve ser promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, de modo a promover o pleno desenvolvimento do indivíduo e prepará-lo para o exercício da cidadania e para o mercado de trabalho. Noções de Direito 41 Figura 14 – Direito à educação Fonte: Freepik O direito à saúde, por sua vez, deve ser garantido pelo Estado por meio de políticas sociais e econômicas que visem a redução de risco de doenças e outros problemas de ordem da saúde de forma universal, além de promover a fiscalização e controle de doenças (SILVA, 2019). O Sistema Único de Saúde (SUS) existente no Brasil é um dos exemplos da prestação do direito à saúde, que apesar de muito criticado devido à falta de orçamento, é o responsável por manter vivo inúmeros brasileiros, bem como por prevenir doenças por meio do oferecimento de vacinas, preservativos e tratamentos gratuitos, por exemplo. Figura 15 – Direito à saúde e ao SUS Fonte: Wikimedia Noções de Direito 42 VOCÊ SABIA? Segundo um levantamento do The New York Times, em 2012 o custo mediano de ambulância por viagem de paciente nos EUA estava entre US$ 224 (R$ 1.030,00) e US$ 2.204 (R$ 10.138,40). No Brasil, o serviço é oferecido de maneira gratuita pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), criado em 2004. O Direito à alimentação foi reconhecido como um direito fundamental em 1993 pela Comissão de Direitos Humanos da ONU. O direito à alimentação foi introduzido como um direito social no ordenamento jurídico brasileiro em 2010, por meio da Emenda Constitucional 64/2010, mas já havia previsão desde 2006, com a criação do sistema de segurança alimentar e nutricional, o SISAN (SILVA, 2019). A garantia do direito à alimentação refere-se a uma alimentação adequada e nutritiva, devendo o poder público não medir esforços e adotar medidas e ações para que promovam e garantam a segurança alimentar e nutricional da população brasileira. SAIBA MAIS: O programa Fome Zero (2003) e o Programa Comunidade Solidária (1995) foram programas criados com o fim de combater a fome no Brasil. No ano de 2003 estimava-se que havia no Brasil cerca de 44 (quarenta e quatro) milhões de pessoas ameaçadas de passar fome e hoje esse número, segundo dados do IBGE, chega a 5 milhões. Além disso, você encontra mais informações sobre esse direito no portal do governo federal sobre a política nacional de alimentação, disponível por meio do endereço disponível aqui. O direito ao trabalho, também classificado como um direito social, é um instrumento importante na implementação de condições dignas de trabalho dentro do território brasileiro. O Estado, por meio desta garantia, deve incentivar políticas públicas que valorizem o trabalho humano e Noções de Direito https://bit.ly/2JwaeVW 43 incentivem a livre iniciativa, de modo a evitar políticas recessivas que prejudiquem empregos plenos. Figura 16 – A proteção dos direitos do trabalhador é um direito social Fonte: Wikipedia VOCÊ SABIA? No Brasil, segundo dados de 2018, fiscais do Ministério do Trabalho identificaram 1,7 mil pessoas que trabalhavam em condições análogas à escravidão, dá pra acreditar? O direito à moradia consiste em uma importante ferramenta de assistência social, que entrou em vigor no direito brasileiro somente no ano 2000. Apesar de sua entrada tardia na Constituição como direito social expresso, já havia previsão no artigo 23, IX de que todos os entes federativos possuíam competência administrativa para “promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico” (BRASIL, 1998). EXEMPLO: São exemplos políticas públicas que fomentam o direito à moradia a criação de programas nacionais para habitação, como o Minha Casa Minha Vida, ações organizadas e cuidadosas voltadas ao resgate de moradores de rua, à erradicação de favelas e de habitações em áreas de risco. Noções de Direito 44 Figura 17 – Direito à moradia – Programa Minha Casa, Minha Vida Fonte: Wikipedia O direito ao transporte está diretamente ligado ao direito de ir e vir das pessoas e consiste em um direito-meio para vários outros direitos sociais, como o transporte realizado por algum cidadão para ir a um hospital, à escola, ao trabalho e até mesmo para sua casa. O transporte público, portanto, ocupa uma função social e, por muitas vezes, é o único meio que o cidadão dispõe para se locomover. Mesmo sendo o único meio encontrado por muitas pessoas, em muitas cidades do Brasil é comum que o transporte público seja extremamente escasso e mal equipado, de forma que idosos, crianças e pessoas com deficiência tenham que se sujeitar a situações extremas para ter acesso aos demais serviços públicos. O direito ao lazer possui natureza social e está diretamente relacionado com a qualidade de vida do cidadão, devendo o Estado proporcionar ao cidadão locais tranquilos, adequados, seguros para que o cidadão possa manter bem sua saúde mental, ter uma relação com o meio ambiente de modo a proporcionar um estado de bem-estar à população. O direito à previdência social é um conjunto de direitos relacionados com a seguridade social, ou seja, um seguro em que o trabalhador participa por meio de contribuições mensais. O benefício dessas contribuições mensais é a garantia de renda quando o trabalhador Noções de Direito 45 não puder mais trabalhar, de modo que ele ainda terá um meio de sobrevivência. Figura 18 – Previdência Social Fonte: Wikimedia Além de proteger o trabalhador por meio da aposentadoria, a previdência social também protege os trabalhadores mediante a ocorrência de outras situações, como doença, invalidez e gravidez, por exemplo. Importante salientar que a seguridade social não fornece somente aposentadorias, mas também auxílios, salários e pensões. As contribuições prestadas pelos trabalhadores ativos servem como subsídio para o custeio das aposentadorias dos trabalhadores inativos. Considerando que o número de beneficiários totais – RGPS e benefícios assistenciais – saltou de 18,8 milhões em 1999 para 35,1 milhões em 2018, foram realizadas alterações nas regras da previdência social, com o condão de assegurar a proteção efetiva a todos os cidadãos. A assistência dos desamparados consiste em direito social que será prestado a quem necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social. Além de estabelecer que todos os necessitados deverão ser amparados pelo Estado, tal direito também determina que devem ser adotadas ações governamentais na área da assistência social financiadas por recursos provenientes do orçamento da seguridade social. Noções de Direito 46 A família, a criança, o adolescente e o idoso na Constituição Neste tópico, trataremos dos grupos tratados com prioridade pela Constituição, tendo em vista suas vulnerabilidades e especificidades. Família A família, conforme determinação Constitucional, é a base da sociedade e terá proteção do Estado (art. 226 da CF). O conceito de família foi ampliado pela Constituição de 1988, passando a ser reconhecida como entidade familiar a união estável bem como reconhecendo como legítimos os filhos havidos fora do casamento. Além disso, a Constituição Federal de 1988 também passou a reconhecer como entidade familiar a família monoparental, que é aquela formada por qualquer um dos pais e seus descendentes. Figura 19 – Família monoparental Fonte: Freepik Outro reconhecimento importante trazido pela evolução legislativa relativa às famílias é a família socioafetiva, que é aquelaformada por laços de afeto, podendo ser composta por pessoas da mesma família (tia com sobrinhos, irmãos...) ou não. Noções de Direito 47 Não podemos deixar de ressaltar, no que concerne à família, o reconhecimento das uniões homo afetivas no Brasil, que passou a considerar os integrantes da união como uma entidade familiar, em analogia à União estável. As proteções constitucionais relativas a família estão presentes na legislação esparsa, utilizada como instrumento para a efetivação da determinação constitucional. Tais proteções encontram-se presentes na Lei Maria da Penha, no Código Civil, no Código de Processo Civil, no Estatuto da Criança e do Adolescente, entre outros. Criança, adolescente e jovem A Constituição de 1988 trouxe grandes avanços relacionados com a proteção da criança e do adolescente ao fixar uma gama de direitos e garantias fundamentais. Após a promulgação da Constituição de 1988 sentiu-se uma grande necessidade de considerar como vulnerável o grupo de pessoas que se encaixavam na classificação de jovens, tendo em vista o tamanho desse grupo populacional e as vulnerabilidades relacionadas com a transição para a fase adulta. Por esse motivo, foi promulgada a Emenda Constitucional 65/2010, que passou incentivar ações em relação à proteção específica dos jovens na transição da adolescência para a vida adulta, fase marcada por dificuldades e incertezas. Figura 20 – Jovens Fonte: Freepik Noções de Direito 48 A proteção das crianças e dos adolescentes, por sua vez, já se encontrava prevista na Constituição de 1988 desde sua promulgação, reforçada pela Convenção sobre os Direitos da Criança realizada pela ONU e o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8069/90). Conforme determinação constitucional: Art. 227 É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (BRASIL, 1988, art. 227) Além do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8069/90), existem previsões na legislação ordinária que possuem o condão de efetivar as políticas públicas de proteção à criança e ao adolescente, como, por exemplo, a Lei de Alienação Parental (Lei 12.318/2010), a Lei Nacional de Adoção (Lei 12.010/2009), entre outras. Idoso Ainda sobre o viés protecionista e baseado nos princípios da solidariedade e da proteção, é dever da família e do Estado promover a proteção e o amparo de pessoas idosas, de modo a permitir sua participação na sociedade bem como assegurar seu bem-estar, sua dignidade e sua vida (art. 230 CF). Figura 21 – Idoso Fonte: Freepik Noções de Direito 49 A Lei 8.842/94 (Política Nacional do Idoso) e o Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003) constituem importantes mecanismos de proteção às pessoas idosas. É considerado idosa toda pessoa maior de 60 (sessenta) anos, sendo assegurada prioridade especial aos maiores de 80 (oitenta) anos. SAIBA MAIS: Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos o acesso à seguinte fonte de consulta e aprofundamento: Vídeo: “Sistema de saúde no Brasil | Coluna #43” acessível por este link. RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Encerramos nosso quarto e último capítulo tratando dos direitos sociais presentes na constituição, mais precisamente os presentes no artigo 6o, sendo eles o direito à educação, à saúde, à alimentação, ao trabalho, à moradia, ao transporte, ao lazer, à segurança, à previdência social, à proteção à maternidade e à infância, à assistência aos desamparados. Ao longo do detalhamento desses direitos, pudemos ver exemplos práticos de políticas públicas já implementadas no Brasil que buscam sua efetivação. Por fim, tratamos dos grupos tratados com prioridade pela Constituição, tendo em vista suas vulnerabilidades e especificidades, que são a família, a criança, o adolescente e o idoso. Noções de Direito https://bit.ly/3dOgQx9 50 REFERÊNCIAS BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [1988]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/ Constituiçao.htm. Acesso em: 03 mar. 2020. BRASIL. Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. Institui o Código Tributário Nacional. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 27 out. 1966. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br>. Acesso em: 03 mar. 2020. SABBAG, E. Manual de direito tributário. São Paulo: Saraiva, 2015. SILVA, J.A. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Malheiros, 2019. Noções de Direito Noções de Direito Tributário Conceito de Direito Tributário Princípios do Direito Tributário Princípio da legalidade tributária (art. 150, I CF; 97 CTN) Princípio da anterioridade tributária (art. 150, III, b da CF) Princípio da irretroatividade tributária (art. 150, III, a da CF) Princípio da isonomia ou igualdade (art. 150, II da CF) Princípio da capacidade contributiva (art. 145 §1 da CF) Princípio da pecúnia non olet Princípio da vedação do confisco (art. 150, IV da CF) Imunidade tributária Sistema tributário nacional Tributos Espécies de tributo Imposto Taxas Contribuição de melhoria Empréstimos compulsórios Contribuições especiais A relação jurídico-tributária Surgimento do crédito tributário Hipótese de incidência Fato gerador Obrigação tributária Crédito tributário Direitos Sociais Direitos sociais na Constituição A família, a criança, o adolescente e o idoso na Constituição Família Criança, adolescente e jovem Idoso
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