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PRINCÍPIOS DO DTO TRIBUTÁRIO E DTO SOCIAL

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Unidade 4
Princípios do Direito Tributário e 
Direitos Sociais 
Noções de Direito
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria 
CAMILA COELHO MOREIRA
AUTORIA
Camila Coelho Moreira
Sou formada, pós-graduada e mestre em Direito, com experiência 
técnico-profissional na área. Atualmente sou diretora da área de 
contencioso civil de um escritório de advocacia no qual eu sou sócia na 
cidade de Vitória/ES. Sou apaixonada pelo que faço e adoro transmitir 
minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. 
Por isso fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de 
autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase 
de muito estudo e trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
OBJETIVO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Noções de Direito Tributário ..................................................................12
Conceito de Direito Tributário ............................................................................................... 12
Princípios do Direito Tributário ............................................................................................. 13
Princípio da legalidade tributária (art. 150, I CF; 97 CTN) ................ 13
Princípio da anterioridade tributária (art. 150, III, b da CF) .............. 13
Princípio da irretroatividade tributária (art. 150, III, a da CF) .......... 14
Princípio da isonomia ou igualdade (art. 150, II da CF) ..................... 15
Princípio da capacidade contributiva (art. 145 §1 da CF) ................. 15
Princípio da pecúnia non olet ..............................................................................16
Princípio da vedação do confisco (art. 150, IV da CF) ........................ 17
Imunidade tributária ......................................................................................................................18
Sistema tributário nacional ....................................................................21
Tributos ................................................................................................................................................... 21
Espécies de tributo ........................................................................................................................23
Imposto ................................................................................................................................23
Taxas ......................................................................................................................................24
Contribuição de melhoria ......................................................................................25
Empréstimos compulsórios ..................................................................................26
Contribuições especiais ..........................................................................................26
A relação jurídico-tributária ................................................................... 30
Surgimento do crédito tributário ....................................................................................... 30
Hipótese de incidência ........................................................................................... 31
Fato gerador ..................................................................................................................... 31
Obrigação tributária ....................................................................................................32
Crédito tributário ...........................................................................................................35
Direitos Sociais ............................................................................................ 40
Direitos sociais na Constituição ........................................................................................... 40
A família, a criança, o adolescente e o idoso na Constituição ..................... 46
Família ................................................................................................................................ 46
Criança, adolescente e jovem ............................................................................47
Idoso ..................................................................................................................................... 48
9
UNIDADE
04
Noções de Direito
10
INTRODUÇÃO
Nessa unidade, voltaremos nossos estudos à ciência do Direito 
Tributário, que consiste em um ramo do Direito Público formado pelo 
conjunto de leis que regulam a arrecadação de receita para o Estado por 
meio dos tributos, além de regular toda a sistemática de fiscalização e a 
relação entre o ente tributário e o contribuinte. Esse ramo do Direito é de 
extrema relevância para o seu processo de aprendizagem, pois em muitos 
momentos ele tem relação direta com outras áreas do conhecimento, 
como a Contabilidade, Administração e Economia, por exemplo. Tenho 
certeza que os conhecimentos que compartilharemos nessa unidade 
serão essenciais para a construção de um profissional bem informado 
e com capacidade técnica no assunto, qualidades que certamente irão 
alavancar sua carreira no mercado de trabalho. Preparado para mais essa 
aventura? Tenho certeza que você adorará desbravar essa jornada junto 
comigo, quando, ao longo desta unidade letiva você irá mergulhar neste 
universo! Bom, chega de perder tempo... vamos nessa!
Noções de Direito
11
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vinda (o). Nosso propósito é auxiliar você no 
desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o término 
desta etapa de estudos:
1. Explicar mais a fundo algumas noções básicas de Direito Tributário. 
2. Interpretar o funcionamento do sistema tributário nacional. 
3. Desbravar a relação jurídico-tributária brasileira. 
4. Identificar os direitos sociais presentes na Constituição de 1988. 
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? 
Ao trabalho! 
Noções de Direito
12
Noções de Direito Tributário 
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de entender 
algumas noções básicas sobre o Direito Tributário, 
envolvendo o conceito e principais princípios que norteiam 
essa área do Direito. E então? Motivado para desenvolver 
esta competência? Então vamos lá. Avante!
Conceito de Direito Tributário 
O Direito Tributário é um ramo do Direito Público Interno que regula 
a relação obrigacional composta pelo sujeito passivo, denominado de 
contribuinte, que podem ser as pessoas físicas e jurídicas integrantes da 
sociedade e o sujeito ativo, composto pelas pessoas jurídicas de direito 
público internas, como a União, Estados, Distrito Federal e Municípios. 
Tal relação jurídicaé capaz de criar o cenário que a doutrina chama 
de afetação patrimonial, que consiste na tomada do patrimônio em prol 
de um bem comum. Essa tomada de patrimônio resta configurada quando 
o fisco (credor) avança em direção ao patrimônio do devedor (contribuinte) 
de maneira compulsória, com o fim de se apropriar de valores, que são os 
chamados tributos. 
Figura 1 – Afetação patrimonial 
Fonte: Pixabay
Noções de Direito
13
A apropriação patrimonial é permitida pelo direito brasileiro, desde 
que respeitadas as normas jurídicas definidas para tal, configurando-
se como ilícito todo tributo que se encontre fora dos padrões previstos 
na Constituição. Tais padrões são denominados como limites ao poder 
de tributar e tais limites são derivados dos princípios e das imunidades 
constitucionais previstas nos artigos 150, 151 e 152 da Constituição. 
O exercício do poder de tributar, portanto, não é absoluto, de modo 
que a Constituição Federal impõe restrições às entidades que possuem 
esse poder, de forma que o tributo cumpra sua função precípua, que é 
a arrecadação patrimonial com o fim de prover recursos financeiros para 
o Estado. 
Às limitações ao poder de tributar dos entes tributantes encontram-
se nos princípios constitucionais tributários disciplinados pelos artigos 
150, 151 e 152 da Constituição Federal, os quais analisaremos a seguir, 
vamos nessa?
Princípios do Direito Tributário 
Princípio da legalidade tributária (art. 150, I CF; 97 CTN)
Pelo princípio da ilegalidade entende-se que os entes tributantes 
(União, Estados, Distrito Federal e Municípios) só podem criar tributos ou 
aumentar os tributos por meio de lei. 
Esse princípio constitucional tributário é derivado do princípio 
constitucional geral previsto no artigo 5º, II da CF. Em regra, a lei apta a 
instituir o tributo é a lei ordinária e em regra não cabe ao poder executivo 
criar os tributos, devendo tal atribuição ser de competência dos poderes 
legislativos.
Princípio da anterioridade tributária (art. 150, III, b da CF)
Pelo princípio da anterioridade tributária é vedado aos entes 
tributantes instituir tributos no mesmo exercício financeiro em que haja 
sido publicada lei que os instituiu ou aumentou. Tal princípio determina 
Noções de Direito
14
que em regra os entes tributantes não podem cobrar tributos no mesmo 
exercício financeiro em que foram instituídos ou majorados. 
Você deve estar se perguntando nesse momento: mas o que é 
exercício financeiro? O exercício financeiro é sinônimo de ano fiscal, que 
coincidentemente representa o ano civil, período de tempo entre primeiro 
de janeiro e trinta e um de dezembro. 
SAIBA MAIS:
Para aprender um pouco mais sobre o que consiste o 
exercício financeiro, sugerimos a leitura do seguinte 
material: “Exercício Financeiro”, disponível aqui. 
O princípio da anterioridade tributária tem como objetivo evitar que 
os contribuintes sejam surpreendidos pelo fisco, de modo que busca 
permitir que o contribuinte se prepare financeiramente para arcar com o 
pagamento do respectivo tributo. Em resumo, o princípio visa preservar a 
segurança jurídica, de modo a manter o equilíbrio entre as partes. 
Vocês repararam que eu utilizei a expressão em regra para tratar da 
anterioridade tributária? Tal utilização não foi em vão, pois esse princípio 
aceita duas exceções. 
A primeira dela refere-se aos tributos que a Constituição permite 
que sejam cobrados imediatamente (art. 150 §1º) e a outra foi a alteração 
trazida pela Emenda Constitucional 42/2003, que excepcionou o prazo 
de 90 (noventa) dias para a entrada em vigor de um tributo, a denominada 
anterioridade nonagesimal.
Princípio da irretroatividade tributária (art. 150, III, a da CF)
Por esse princípio é vedado aos entes tributários cobrarem tributos 
em relação a fatos anteriores às leis que os instituíram ou aumentaram, de 
modo que os fatos que ocorrerem antes de uma nova lei que instituiu e 
majorou um tributo não estarão sob efeitos da nova legislação. 
Noções de Direito
https://bit.ly/3bHya4K
15
A irretroatividade neste caso busca garantir a segurança jurídica, um 
dos pilares do Estado Democrático de Direito e será aplicada somente 
nos casos em que for benéfica ao contribuinte.
Princípio da isonomia ou igualdade (art. 150, II da CF)
Por tal princípio entende-se que todos são iguais perante à lei, sem 
distinção de qualquer natureza, de modo que é vedado o tratamento 
desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, 
sendo proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou 
função exercida, independente de denominação jurídica dos rendimentos, 
títulos ou direitos (BRASIL, 1998). 
O artigo supramencionado permite estabelecer diferenças entre 
pessoas com capacidade tributária diferentes, devendo a legislação, 
baseada na capacidade contributiva do contribuinte, diferenciar quem 
possui o maior poder para pagar tributos daqueles que são hipossuficientes 
economicamente. 
EXEMPLO: 
Ana possui rendimentos mensais de R$ 10.000,00 e Gabriela possui 
um rendimento mensal de um salário mínimo. Ambas devem 
pagar o imposto de renda, mas baseado na diferença econômica 
entre ambas, Ana terá que pagar uma alíquota, enquanto Gabriela 
estará isenta.
O referido artigo deve ser interpretado no sentido de que não sendo 
uma hipótese de imunidade tributária (o que veremos a seguir), não é 
permitida pela Constituição qualquer privilégio, vedando o tratamento 
desigual entre os contribuintes que se encontrem em uma situação de 
equivalência econômica e jurídica.
Princípio da capacidade contributiva (art. 145 §1 da CF)
Pelo princípio da capacidade contributiva, entende-se que sempre 
que possível, os impostos terão caráter pessoal e deverão ser cobrados 
de acordo com a capacidade econômica do contribuinte. 
Noções de Direito
16
O princípio da capacidade contributiva deve ser aplicado somente 
aos impostos, não devendo ser aplicado às demais espécies tributárias. 
Além disso, a capacidade tributária não abarca todos os tipos de impostos, 
mas somente aqueles que tenham estrutura para verificar a capacidade 
econômica do contribuinte. 
Figura 2 – Princípio da capacidade contributiva 
Fonte: Pixabay 
O princípio da capacidade contributiva está diretamente ligado ao 
princípio da igualdade, configurando-se como um princípio objetivo, que 
leva em conta as manifestações de riqueza de cada contribuinte. Isso 
significa dizer que a lei não vai levar em conta se o contribuinte é rico ou 
pobre, mas sim o valor de seus bens e aplicar o tributo (SABBAG, 2015). 
EXEMPLO: 
Lucélia encontra-se desempregada, mas é dona de um 
apartamento luxuoso no balneário de sua cidade. Lucélia deverá 
pagar o valor do IPTU do imóvel baseado no valor venal do imóvel, 
independentemente de sua situação financeira.
Princípio da pecúnia non olet 
Traduzido do latim como dinheiro não tem cheiro, esse princípio teve 
origem histórica a partir de um diálogo entre o Imperador Vespasiano e seu 
filho, Tito, que, ao indagar seu pai o porquê da tributação dos banheiros e 
mictórios públicos da Roma Antiga, foi ensinado pelo Imperador que, ao 
Noções de Direito
17
contrário da sujeira e mal cheiro dos locais de origem, o dinheiro não tinha 
cheiro e, portanto, não se deve levar em conta aspectos extrínsecos do 
fato gerador. 
Figura 3 – Vespasiano 
 
Fonte: Wikimedia
Por esse motivo, todos aqueles que realizarem o fato gerador 
deverão em regra arcar com o tributo, não sendo objeto de análise do 
Direito Tributário a origem do dinheiro, sua licitude, a capacidade civil do 
contribuinte ou a nulidade ou anulabilidade do ato jurídico, bastando para 
a cobrança a configuração do fato gerador. 
Princípio da vedação do confisco (art. 150, IV da CF)
Esse princípio consiste em um instrumento de proteção ao 
contribuinte, pois impede que o Estado institua uma quantidade de 
tributos capazes de expropriá-lo deseu patrimônio. Ao vedar o confisco, 
a Constituição impede que os entes tributários cobrem do contribuinte 
tributos que ultrapassem a capacidade contributiva do cidadão, aplicada 
com intenção predatória. 
Tal princípio deriva do princípio da capacidade contributiva, também 
estudada nessa unidade, pois a capacidade tributária está relacionada 
Noções de Direito
18
com o quanto o contribuinte encontra-se apto a suportar a carga tributária 
sem que isso prejudique seu sustento e sua existência. 
Imunidade tributária
A imunidade tributária refere-se a uma delimitação na cobrança de 
um determinado tributo e consiste em uma dispensa constitucional ao 
pagamento de tributo. 
As principais imunidades presentes na Constituição referem-se 
aos impostos, e serão elas que iremos estudar neste capítulo. Presentes 
no artigo 150, inciso VI, alíneas ‘a’, ‘b’, ‘c’, ‘d’ e ‘e’, é vedado à União, aos 
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir impostos sobre: a) 
patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; b) templos de qualquer 
culto; c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas 
fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições 
de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os 
requisitos da lei; d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua 
impressão; e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no 
Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros 
e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os 
suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa 
de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.
Note que o referido dispositivo afasta a incidência tão somente de 
impostos, sem prejuízos da cobrança de outros tributos, como taxas ou 
contribuições de melhoria. 
EXEMPLO: 
Uma igreja não precisa arcar com o IPTU, entretanto está sujeita ao 
pagamento da taxa de coleta de lixo.
A imunidade recíproca (art. 150, VI, a) consiste em uma espécie 
de imunidade tributária que impede que os entes tributantes instituam 
impostos uns dos outros, em respeito ao pacto federativo. A imunidade 
recíproca estende-se às autarquias e fundações públicas, porém não se 
aplicam às empresas públicas e às sociedades de economia mista.
Noções de Direito
19
EXEMPLO: 
Não deve incidir IPTU sobre um prédio de propriedade da União, 
do mesmo modo que não deve incidir IPVA sobre um veículo de 
propriedade da prefeitura.
A imunidade para templos de qualquer culto (art. 150 VI, b) busca 
preservar a liberdade religiosa bem como a neutralidade do Estado para 
com qualquer religião. A laicidade do Estado é um dos fundamentos do 
Estado Democrático de Direito, que distancia a administração pública da 
religião. Deste modo, havendo privilégio, todos os templos devem de ele 
usufruir, independentemente de qual for o culto. 
Deste modo, não deve incidir qualquer imposto sobre o patrimônio, 
a renda e sobre os serviços relacionados com as finalidades essenciais 
das entidades, não se aplicando tal imunidade a questões desassociadas 
da função dos templos. 
A imunidade para partidos políticos, entidades sindicais de 
trabalhadores, instituições de educação e entidades de assistência 
social (art. 150 VI, c) visa garantir as liberdades a elas associadas, como 
a liberdade política e liberdade de filiação partidária, bem como de 
incentivar a difusão da educação e do ensino e a difusão da assistência 
social. 
Por fim, a imunidade para livros, jornais, periódicos e o papel 
destinado à sua impressão tem o condão de assegurar a liberdade de 
expressão, a difusão da cultura e a utilidade social. 
Quanto à imunidade dos livros, escapam aqueles que não veiculam 
ideias, como livros de ponto, livros de bordo, por exemplo. Incluem 
no conceito de livros para fins de imunidade os manuais técnicos e as 
apostilas. 
Em relação aos jornais, a imunidade é plena, mesmo relacionados 
com propagandas, devendo estarem impressas no corpo do jornal. Quando 
aos periódicos, estes consistem em revistas editadas com periodicidade, 
sendo empregada imunidade inclusive a revistas pornográficas e álbuns 
de figurinha. 
Noções de Direito
20
O papel, único insumo passível de imunidade, é entendido como 
todo e qualquer material que venha a ser utilizado para a produção de 
livros, jornais e periódicos que guarde correspondência na materialidade 
e natureza com o papel.
Quanto à imunidade musical, essa foi fruto da Emenda Constitucional 
75, também chamada de PEC da Música, que acrescentou a alínea ‘e’ ao 
inciso VI do art. 150 e passou a garantir a imunidade tributária a obras 
artísticas de produção de som e de imagem e som, de modo que essa 
produção passou a ficar protegida de tributação. 
SAIBA MAIS:
Quer se aprofundar neste tema? A seguir um excelente 
exemplo sobre o que aprendemos neste capítulo: Artigo: 
“Competência Tributária”. Acessível por este link. 
RESUMINDO:
Iniciamos essa unidade trabalhando o conceito de Direito 
Tributário, esse ramo do Direito público interno objeto de 
estudo ao longo dos próximos capítulos. Aprendemos 
sobre a relação jurídica tributária, os entes tributantes e a 
figura do contribuinte, sujeito passivo da relação tributária. 
Juntos, vimos quais são os princípios que norteiam o Direito 
Tributário, entre eles o da legalidade, da anterioridade 
tributária, da irretroatividade tributária, da isonomia, da 
capacidade contributiva, da pecunia non olet e da vedação 
do confisco. Por fim, tivemos a oportunidade de aprender 
em que consiste a imunidade tributária e quais são as 
espécies de imunidade previstas na Constituição Federal, 
como a imunidade recíproca, a imunidade para templos 
de qualquer culto, a imunidade para partidos políticos, 
entidades sindicais de trabalhadores, instituições de 
educação e entidades de assistência social e a imunidade 
para livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua 
impressão.
Noções de Direito
https://bit.ly/39AdnPc
21
Sistema tributário nacional 
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de conhecer 
como funciona o sistema tributário brasileiro, quais os 
tributos integram o sistema tributário nacional e de que 
forma eles são aplicados na prática. E então? Motivado para 
desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!
Tributos
Quando falamos de tributos, normalmente os relacionamos aos 
impostos, tendo em vista sua popularidade e aplicabilidade no dia a 
dia. Ocorre que, além dos impostos, constituem espécies de tributos 
os impostos, as taxas, as contribuições de melhoria, as contribuições 
especiais e os empréstimos compulsórios.
O conceito de tributo encontra-se tipificado no artigo 3º do CTN 
como “prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela 
se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em 
lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada” 
(BRASIL, 1966). 
O tributo é prestação pecuniária, pois trata-se de uma obrigação de 
prestar dinheiro ao Estado. Note que, ao adotar tal previsão, o legislador 
buscou evitar o recebimento pelo pagamento dos tributos por meio de 
bens ou pela prestação de serviços. 
Noções de Direito
22
Figura 4 – Tributo 
Fonte: Pixabay 
O tributo também é compulsório, ou seja, não dá brecha para 
discussão nem se sujeita à vontade do contribuinte. Alguns doutrinadores 
classificam o tributo como uma receita derivada do poder de império do 
Estado na obtenção de recursos (SABBAG, 2015).
Além disso, o tributo não é uma sanção, de modo que multa não 
é tributo e tributo não é multa. A multa é uma penalidade, enquanto o 
tributo é derivado de um fato gerador, que consiste em uma ação do 
contribuinte que enseja o pagamento. 
Note que o artigo que define o tributo também traz a previsão 
expressa de que todo e qualquer tributo deve ser instituído por lei (lembra 
do princípioda legalidade?). Por esse motivo, o tributo nasce a partir da 
realização do fato gerador e a vontade das partes é irrelevante. 
Por fim, o artigo prevê que o tributo deve ser cobrado por 
lançamento e isso significa dizer que a obrigação tributária é consumada 
em um documento de cobrança que se dispõe a quantificar e qualificar a 
obrigação existente. Não se admite hoje no direito brasileiro o lançamento 
verbal, ou seja, a comunicação oral de pagamento do tributo. 
Agora que você já aprendeu o que é o tributo, preparado para 
conhecer as espécies de tributo existentes no Brasil? Vem comigo!
Noções de Direito
23
Espécies de tributo
Existem no Brasil, hoje, cinco espécies de tributos, os impostos, as 
taxas, as contribuições de melhoria, os empréstimos compulsórios e as 
contribuições parafiscais, as quais estudaremos detalhadamente a seguir. 
Imposto
O imposto possui definição na própria Constituição e consiste 
em “tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação 
independentemente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao 
contribuinte” (BRASIL, 1966, online). 
Conforme se extrai da inteligência do artigo, o imposto não consiste 
em uma contraprestação do Estado, de modo que deve o imposto incidir 
automaticamente sobre certas situações da vida cotidiana do contribuinte, 
de sua atividade e seu patrimônio, de modo que fez, pagou. O ato de fazer 
é denominado de fato gerador. 
Figura 5 – Imposto 
Fonte: Pixabay 
Os impostos foram instituídos com o fim de financiar as atividades 
gerais do Estado. É por meio dessa arrecadação que o Estado irá 
manter sua organização e executar suas finalidades. Três elementos são 
obrigatórios na classificação de um tributo como imposto: 
Noções de Direito
24
1. A obrigatoriedade do pagamento.
2. A ausência de qualquer relação de correspondência entre a 
exigência tributária e a compensação do estado ao contribuinte. 
3. A impossibilidade de reembolso, o que lhe concede o atributo de 
definitivo.
A Constituição prevê de modo taxativo quais serão os impostos de 
competência de cada ente federativo, senão vejamos: 
Quadro 1 – Impostos Brasileiros
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
Taxas
As taxas são uma espécie de tributo que diferentemente dos 
impostos, sua incidência ou fato gerador são vinculadas a uma atividade 
Noções de Direito
25
específica do Estado. Elas serão exigidas em duas situações: em razão 
do exercício do poder de polícia ou pela utilização de serviços públicos 
específicos e divisíveis.
Ao contrário do que muitos pensam, a taxa de polícia não tem 
relação com a atividade cotidiana dos policiais, mas sim com atos de 
regularização e fiscalização da administração pública. São exemplos de 
taxas de polícia as taxas cobradas para emissão de alvarás, de controle de 
fiscalização ambiental e de serviços de cartório, por exemplo. 
As taxas de serviço, por sua vez, são aquelas que decorrem da 
prestação de um serviço público específico e divisível. É um exemplo de 
taxa de serviço a taxa de limpeza pública. 
Deverá contribuir com a taxa a pessoa que provocar a atuação do 
Estado – no caso do poder de polícia – ou a pessoa que utilizar de algum 
serviço público do Estado. 
SAIBA MAIS:
Você sabe a diferença entre taxa e tarifa? Sugerimos o 
acesso desse material para aprimorar seus conhecimentos. 
“Taxa versus Preço Público” disponível aqui. 
Contribuição de melhoria
A contribuição de melhoria é classificada como um tributo 
democrático e participativo e consiste em um tributo derivado da 
valorização de imóveis causada por uma obra pública. É importante que 
você saiba que não basta a execução da obra pública, mas que dessa 
obra o valor venal do imóvel seja aumentado. Você encontra a definição 
legal da contribuição de melhoria no art. 145, III da Constituição Federal 
(BRASIL, 1988).
A contribuição de melhoria não se confunde com imposto, pois a 
contribuição de melhoria depende de uma atuação específica do Estado 
(a execução da obra pública), enquanto o imposto, conforme já vimos, é 
independente de qualquer ato do Estado. 
Noções de Direito
https://www.youtube.com/watch?v=wI-ezHK66vk
26
A contribuição de melhoria também não se confunde com a taxa, 
pois, enquanto a taxa é vinculada ao exercício regular do poder de polícia 
ou a um serviço público, a contribuição de melhoria está vinculada à 
realização de obra pública e à valorização do valor venal do imóvel.
Empréstimos compulsórios
Os empréstimos compulsórios estão previstos no art. 148 da 
Constituição (BRASIL, 1988) e têm por objetivo custear as despesas 
extraordinárias decorrentes de calamidades públicas, da iminência ou 
situação de guerra ou ainda em caso de investimento extraordinário que 
possua relevante interesse nacional. Somente a União poderá instituir 
essa espécie de tributo, por meio de lei complementar específica.
É importante destacar que, nessa modalidade de tributo, por se 
tratar de um empréstimo, o Estado deverá restituir aos contribuintes os 
recursos captados e a aplicação do dinheiro arrecadado deverá estar 
vinculada à despesa que o originou. O empréstimo compulsório não 
se baseia em um acordo de vontades entre o contribuinte e o fisco e é 
considerado um fenômeno obrigatório. 
Contribuições especiais
As contribuições especiais, também chamadas de contribuições 
parafiscais, são aquelas destinadas ao financiamento de gastos específicos 
de intervenção do Estado no campo social e econômico e dividem-se 
em: sociais, de intervenção no domínio econômico e do interesse de 
categorias profissionais ou econômicas.
Figura 6 – Contribuição Especial 
Fonte: Pixabay 
Noções de Direito
27
As contribuições especiais sociais encontram-se disciplinadas 
nos arts. 149 e 195 da Constituição Federal e têm função de custear o 
orçamento da seguridade social. São exemplos: Contribuição para 
Financiamento da Seguridade Social (COFINS); Contribuição Social Sobre 
o Lucro Líquido (CSLL); PIS/PASEP; CPMF, FGTS, Salário Educação etc. O 
ente responsável pela instituição das contribuições especiais é a União, 
porém caberá ao INSS a fiscalização e arrecadação deste tributo.
A contribuição de intervenção no domínio econômico (CIDE) é 
um instrumento de intervenção na economia e tem função de corrigir 
distorções em setores da atividade econômica. Um exemplo é a CIDE 
dos combustíveis, cujos recursos arrecadados são destinados ao 
financiamento de projetos ambientais, programa de infraestrutura de 
transporte e subsídios para os preços do combustível. 
Por sua vez, as contribuições profissionais ou corporativas são 
aquelas destinadas à manutenção das entidades associativas, com o fim 
de fomentar os serviços prestados nessas entidades. São exemplos de 
contribuições profissionais o Sistema S, OAB, CRM e CRF, entre outros.
Configura contribuição especial a contribuição para o custeio de 
iluminação pública, criada pela Emenda Constitucional nº 39 de 2002 
(BRASIL, 2002, online). Essa contribuição é fruto de um apelo dos poderes 
executivos municipais ao STF após a extinção da taxa de iluminação 
pública (Súmula 670 do STF). 
Quando se trata de contribuições, é importante mencionarmos a 
Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira, a famosa CPMF. 
A CPMF consiste em uma contribuição social, de competência tributária 
da União, instituída por meio da Emenda Constitucional 12/1996 que 
na data que entrou em vigor. Seu prazo de vigência seria de 24 (vinte e 
quatro) meses. A receita arrecadada com tal contribuição era destinada ao 
Fundo Nacional de Saúde. 
Ao longo do tempo, a CPMF foi sendo prorrogada e teve suas 
alíquotas e bases de cálculo modificadas de modo que seu procedimento 
é bastante conhecido por estudiosos dessa ciência por envolver, ao longo 
Noções de Direito
28
desses processos, diversas declarações de inconstitucionalidade pelo 
Supremo Tribunal Federal (STF). 
A CPMF, desde seu surgimento e ao longode toda sua história, 
foi um tributo cuja constitucionalidade foi duvidosa, tendo em vista sua 
instituição temporária e o caráter permanente que fora adquirindo ao 
longo dos anos. 
A CPMF vigorou no Brasil até o ano de 2007, até que o Plenário do 
Senado Federal rejeitou uma nova proposta de prorrogação do referido 
tributo, de modo que a não cobrança da referida taxa ensejou em uma 
perda para os cofres públicos de aproximadamente R$ 40 milhões e um 
ganho para o contribuinte, que não mais precisou de pagá-la. 
Existe um projeto do governo federal que pretende recriar a 
contribuição sobre o mesmo fato gerador nos moldes da CPMF, com o fim 
de devolver aos cofres públicos tal desfalque causado pela suspensão da 
cobrança do referido tributo. 
SAIBA MAIS:
Quer se aprofundar neste tema? A seguir, um excelente 
vídeo da Advocacia Geral da União (AGU) sobre o que 
aprendemos neste capítulo: Vídeo: “AGU Explica - Imposto 
e tributo”. Acessível aqui. 
Noções de Direito
29
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de 
que você realmente entendeu o tema de estudo deste 
capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Iniciamos a 
unidade aprendendo sobre o sistema tributário nacional, 
estabelecendo um conceito para tributo e conhecendo as 
espécies de tributos existentes no Brasil. Nesse interim você 
aprendeu que tributo é a prestação pecuniária compulsória, 
em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não 
constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada 
mediante atividade administrativa plenamente vinculada e 
a diferença entre tributo e sanção. Também trabalhamos 
juntos as cinco espécies de tributos, os impostos, as 
taxas, as contribuições de melhoria, os empréstimos 
compulsórios e as contribuições parafiscais. Quanto aos 
impostos, aprendemos sobre os impostos em espécie, a 
diferença entre taxa de polícia e taxa de serviço bem como 
a polêmica CMPF.
Noções de Direito
30
A relação jurídico-tributária
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de conhecer 
como funciona o sistema tributário brasileiro, quem são 
os componentes dessa relação jurídica e de forma ela se 
constitui e desenvolve. E então? Motivado para desenvolver 
esta competência? Então vamos lá. Avante!
A relação jurídico-tributária consiste na relação que se inicia com a 
hipótese de incidência do tributo até a constituição do crédito tributário. 
São as etapas que englobam desde o surgimento do tributo até a 
cobrança ao contribuinte. 
Surgimento do crédito tributário 
Aqui, como forma de trazer essa explicação de uma maneira mais 
didática, adotaremos o esquema de linha do tempo e explicaremos cada 
uma dessas etapas mais detalhadamente (SABBAG, 2015). Dessa forma, 
um tributo hoje para ser cobrado no Brasil deve respeitar as seguintes 
etapas: 
Figura 7 – Esquema da constituição de crédito tributário
Hipótese de 
incidência
Fato gerador
Obrigação 
Tributária
Crédito Tributário 
Fonte: Elaborada pela autora (2021).
Noções de Direito
31
Hipótese de incidência 
A hipótese de incidência consiste em algo abstrato, previsto na 
lei, que é capaz de configurar a relação jurídica-tributária. A hipótese de 
incidência é a abstração legal de um fato, ou seja, é situação descrita 
na lei cuja previsão é abstrata, portanto uma “hipótese”, que poderá vir a 
ocorrer no mundo dos fatos, e que, ao ser realizada, se constituirá como 
um fato gerador. O professor Sabbag (2015, p. 672) define: “hipótese de 
incidência é a situação descrita em lei, recortada pelo legislador entre 
inúmeros fatos do mundo fenomênico, a qual, uma vez concretizada no 
fato gerador, enseja o surgimento da obrigação principal”.
Uma vez caracterizada a hipótese de incidência, podemos dizer 
que há o nascimento da relação tributária. 
EXEMPLO: 
Constitui hipótese de incidência a previsão pela legislação tributária 
que caso determinada pessoa X venha a infringir a lei X, sofrerá a 
sanção descrita nessa lei em comento.
Fato gerador
O fato gerador, por sua vez, consiste na materialização da hipótese 
de incidência perante uma situação concreta. Uma vez realizada a hipótese 
de incidência, podemos dizer que houve o fato gerador do tributo. 
Conforme se extrai da inteligência do artigo 118 do CTN, pouco 
importa para o fato gerador a natureza do objeto dos atos praticados ou 
os efeitos de tais atos, podendo ser tributados atos nulos e ilícitos bem 
como objetos ilícitos, conforme aprendemos pelo princípio da pecúnia 
non olet. 
Noções de Direito
32
Figura 8 – Fato gerador
Fonte: Pixabay
EXEMPLO: 
Existe imposto sobre a renda de um traficante de drogas, de um 
imóvel em nome de um recém-nascido ou até mesmo sob uma carga de 
produtos falsificados, bastando como o fato gerador a renda (IR), o imóvel 
(IPTU) e o transporte de carga (ICMS).
Obrigação tributária
A obrigação tributária é composta por quatro elementos: sujeito 
ativo, sujeito passivo, objeto e causa. 
O sujeito ativo da relação tributária é a pessoa jurídica de direito 
público titular da competência para exigir o cumprimento da obrigação 
(art. 119 CTN). Os sujeitos ativos podem ser diretos, entendidos por aqueles 
que têm o poder de instituir e cobrar o tributo ou indiretas, que são aquelas 
que possuem poderes somente de arrecadação e fiscalização do tributo, 
como exemplo o CREA, CRC etc. 
Noções de Direito
33
Figura 9 – Sujeito ativo tributário é aquele que exige o cumprimento da obrigação
Fonte: Freepik 
O sujeito passivo da relação tributária é composto pelo devedor da 
obrigação, representado pelos entes destinatários da invasão patrimonial 
ocasionada pela retirada compulsória de valores a título de pagamento 
dos tributos (SABBAG, 2015). Os sujeitos passivos podem ser direitos, 
constituídos pelos contribuintes, pessoas com relação direta com o 
fato gerador ou podem ser indiretos, formado pelas pessoas que são 
escolhidas pela lei para pagar o tributo, mesmo que não realizem o fato 
gerador. 
Figura 10 – Sujeito passivo é o contribuinte 
Fonte: Freepik 
Noções de Direito
34
O objeto da obrigação tributária consiste na prestação que deve 
ser adimplida pelo sujeito passivo (contribuinte) ou seu responsável. Tal 
prestação pode ser pecuniária ou não pecuniária. Note que aqui não 
estamos tratando do objeto de tributo, mas sim da obrigação tributária, 
lembrando que o tributo admite somente pagamento em pecúnia. 
Figura 11 – Objeto tributário
Fonte: Freepik 
A obrigação principal consiste na prestação de pagar (obrigação 
de dar) o tributo ou multa com viés de patrimonialidade. A obrigação é 
principal ocorre quando o contribuinte deve realizar o pagamento de 
tributo ou penalidade pecuniária (multa em dinheiro). A obrigação tributária 
irá surgir sempre que ocorrer um fato gerador e será extinta junto com o 
crédito tributário que a ela deu origem decorrente (artigo 113, § 1, do CTN). 
A obrigação principal somente se extinguirá com o pagamento 
(recolhimento) do valor integral devido. Se for recolhido parcialmente, via 
de regra não se considera extinto.
A obrigação acessória, por sua vez, consiste em atos de fazer 
ou não fazer procedimentos derivados da própria obrigação tributária, 
classificados como deveres instrumentais do contribuinte. 
A obrigação é acessória quando, por força de lei, tem por objeto 
as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da 
Noções de Direito
35
arrecadação ou da fiscalização dos tributos. (Artigo 113, § 2, do CTN) 
(BRASIL, 1966).
EXEMPLO: 
São exemplos de obrigações acessórias os atos de emitir notas 
fiscais, escriturar livros fiscais (artigo 200 do CTN).
A causa, tipificada entre os artigos 114 e 115 do CTN, consiste no elo 
que liga o sujeito ativo ao sujeito passivo. A causa tributária, pelo princípio 
da legalidade, surge somente por meio de lei tributária. 
Créditotributário
O crédito tributário consiste no momento da linha do tempo em que 
o tributo passa a ser exigido na relação jurídico-tributária. Dizemos que o 
crédito tributário surge com o lançamento tributário (142 CTN). 
O lançamento tributário é o ato formal de cobrança por meio da 
emissão de um documento que dá vida à cobrança do tributo através da 
prática do fato gerador. 
Dizemos que o fato gerador cria obrigações ex nunc, ou seja, 
obrigações daquele momento em diante, de forma que a partir do 
momento em que se concretiza o fato gerador, o tributo encontra-se 
pronto para ser cobrado. 
A legislação brasileira admite que o lançamento de um tributo seja 
realizado de três formas: direto, misto ou por homologação. 
O lançamento direto é aquele em que o fisco, uma vez com 
acesso a dados do contribuinte, realiza o lançamento do tributo sem 
que haja necessidade de auxílio do contribuinte. É o que acontece nos 
casos de cobrança de IPTU, taxas e contribuições de melhoria, em que os 
próprios dados do objeto da obrigação são suficientes para o lançamento 
do tributo. 
O lançamento misto ou por declaração é aquele em que o Fisco 
depende do auxílio parcial do contribuinte, pois não dispõe de todos 
os dados para a realização do lançamento. É o caso dos impostos 
Noções de Direito
36
de importação e importação, em que o contribuinte precisa prestar 
informações para que o fisco realize a cobrança devida. 
Já o lançamento por homologação, também chamado de 
auto lançamento, é aquele que ocorre quando o contribuinte contribui 
efetivamente com a atividade de lançamento do tributo cabendo ao 
fisco somente a homologação, ou seja, a conferência do lançamento. 
Um grande exemplo é o lançamento do Imposto de Renda e nos demais 
tributos que possuem um maior volume de arrecadação. 
Figura 12 – Lançamento por homologação 
Fonte: Freepik
Extinção do crédito tributário 
A extinção do crédito tributário consiste no marco final da relação 
jurídico-tributária, que pode ser dar por várias maneiras, conforme 
previsão expressa do artigo 156 do CTN, senão vejamos: 
Art. 156. Extinguem o crédito tributário:
I - o pagamento;
II - a compensação;
III - a transação;
IV - remissão;
V - a prescrição e a decadência;
VI - a conversão de depósito em renda;
Noções de Direito
37
VII - o pagamento antecipado e a homologação do 
lançamento nos termos do disposto no artigo 150 e seus 
§§ 1º e 4º;
VIII - a consignação em pagamento, nos termos do 
disposto no § 2º do artigo 164;
IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida 
a definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser 
objeto de ação anulatória;
X - a decisão judicial passada em julgado.
XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma 
e condições estabelecidas em lei. (BRASIL, 1966, art. 156)
O pagamento consiste na hipótese mais comum de extinção do 
crédito tributário, disciplinada nos artigos 157 a 169 do CTN. A dação 
em pagamento consiste em uma forma indireta de extinção e uma 
modalidade de pagamento. Enquanto o pagamento consiste na prestação 
pecuniária, a dação ocorre em casos previstos pela lei em que se admite a 
entrega do bem em substituição da dívida. 
Figura 13 – Pagamento 
Fonte: Freepik 
A compensação tributária encontra-se prevista nos artigos 170 e 
170-A do CTN e consiste em uma modalidade indireta de pagamento em 
que o contribuinte compensa um crédito que, porventura, possua com a 
Fazenda Pública com o pagamento de tributos. 
A transação, por sua vez, consiste em uma forma de extinção do 
crédito tributário prevista no artigo 171 do CTN em que as partes, por meio 
de um acordo, põem fim ao litígio, utilizando-se de concessões, vantagens 
Noções de Direito
38
e ônus recíprocos. Um exemplo de concessão recíproca é o desconto no 
pagamento em parcela única do IPTU. 
A remissão trata-se de uma hipótese de extinção do crédito prevista 
no artigo 172 CTN em que o fisco, por meio de uma liberação graciosa, 
perdoa a dívida do contribuinte. É preciso, para que haja a remissão, que 
ocorra algumas das hipóteses previstas no artigo. 
A prescrição e decadência ocorrem quando o fisco deixa de 
realizar o lançamento do crédito tributário dentro do prazo previsto na lei. 
Ao contrário das hipóteses acima elencadas, não se trata de uma forma 
indireta de pagamento, mas sim da perda da possibilidade de cobrar o 
tributo. 
A conversão do depósito em renda trata-se da hipótese de 
extinção do crédito tributário que ocorre nos casos em que o contribuinte 
realiza o pagamento do tributo, porém o contesta administrativamente e, 
no fim, possui decisão favorável a si, de modo que esse valor depositado 
se converte em renda. 
O pagamento antecipado e a homologação do lançamento são 
uma hipótese de extinção do crédito tributário exclusiva dos tributos cujo 
lançamento seja por homologação, pois o pagamento se dá com base 
na apuração feita pelo próprio contribuinte. Após o prazo de 5 (cinco) 
anos, caso o fisco não se manifesta acerca da irregularidade, haverá a 
homologação tácita e, portanto, haverá a perda do direito de lançá-lo. 
A consignação em pagamento é a forma de extinção do tributo que 
ocorre no seguinte caso: o contribuinte não concorda com o lançamento 
do tributo e requer questioná-lo judicialmente. Dessa forma, terá que 
fazer o depósito do pagamento em juízo, a consignação em pagamento 
e, ao final, se julgada procedente a ação, tal valor converte-se em renda 
ao contribuinte. 
A decisão administrativa irreformável é aquela favorável ao 
contribuinte que extingue a cobrança do crédito, podendo ser objetivo de 
discussão judicial. A decisão passada em julgado, por sua vez, consiste no 
último pronunciamento de autoridade julgadora, de modo que nem a lei 
poderá prejudica-la.
Noções de Direito
39
SAIBA MAIS:
Quer se aprofundar neste tema? A seguir um excelente 
exemplo sobre o que aprendemos neste capítulo. Veja 
este artigo: “TJ-SP isenta atleta de tiro de pagar ICMS em 
importação de munição”. Acessível por este link. 
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos 
resumir tudo o que vimos. Nesse capítulo aprendemos 
sobre a relação jurídico tributária, aquela estabelecida 
entre o ente tributante (Fisco) e o contribuinte. Trabalhamos 
conceitos que envolvem desde o surgimento do crédito 
tributário até sua extinção. Em relação ao surgimento 
do crédito tributário, aprendemos o que é a hipótese de 
incidência, o fato gerador, a obrigação tributária (composta 
pelo sujeito ativo, sujeito passivo, objeto e causa) e o 
crédito tributário, aquele que surge a partir do lançamento 
tributário, documento que materializa a cobrança do tributo. 
Aprendemos também as hipóteses de extinção do crédito 
tributário: pagamento, compensação, transação, remissão, 
prescrição e decadência, entre outras.
Noções de Direito
https://bit.ly/2w6htky
40
Direitos Sociais 
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de conhecer 
os direitos sociais presentes na Constituição de 1988, suas 
garantias e previsões bem como seus desdobramentos. 
E então? Motivado para desenvolver esta competência? 
Então vamos lá. Avante!
Direitos sociais na Constituição
Os direitos sociais encontram-se previstos no artigo 6º da 
Constituição Federal, sendo eles “educação, a saúde, a alimentação, o 
trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, 
a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados” 
(BRASIL, 1988). 
Tais garantias previstas no artigo 6º são consideradas um 
desdobramento do Estado Social de Direito, derivado do Estado 
Democrático de Direito. Segundo lições de José Afonso da Silva, os direitos 
sociais “disciplinam situações subjetivas pessoais ou grupais de caráter 
concreto”, de modo que buscam melhores e adequadas condições de 
vidaaos cidadãos, fazendo parte dos próprios fundamentos da República 
(SILVA, 2019). 
A seguir, trataremos de forma pormenorizada de cada um desses 
direitos, vamos aprender mais um pouco?
O direito à educação consiste em um direito de todos e um dever 
que deve ser prestado pelo Estado e pela família. Conforme os ditames 
constitucionais, a educação deve ser promovida e incentivada com a 
colaboração da sociedade, de modo a promover o pleno desenvolvimento 
do indivíduo e prepará-lo para o exercício da cidadania e para o mercado 
de trabalho. 
Noções de Direito
41
Figura 14 – Direito à educação 
Fonte: Freepik 
O direito à saúde, por sua vez, deve ser garantido pelo Estado por 
meio de políticas sociais e econômicas que visem a redução de risco de 
doenças e outros problemas de ordem da saúde de forma universal, além 
de promover a fiscalização e controle de doenças (SILVA, 2019). 
O Sistema Único de Saúde (SUS) existente no Brasil é um dos 
exemplos da prestação do direito à saúde, que apesar de muito criticado 
devido à falta de orçamento, é o responsável por manter vivo inúmeros 
brasileiros, bem como por prevenir doenças por meio do oferecimento de 
vacinas, preservativos e tratamentos gratuitos, por exemplo. 
Figura 15 – Direito à saúde e ao SUS
Fonte: Wikimedia 
Noções de Direito
42
VOCÊ SABIA?
Segundo um levantamento do The New York Times, em 2012 
o custo mediano de ambulância por viagem de paciente 
nos EUA estava entre US$ 224 (R$ 1.030,00) e US$ 2.204 
(R$ 10.138,40). No Brasil, o serviço é oferecido de maneira 
gratuita pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência 
(SAMU), criado em 2004.
O Direito à alimentação foi reconhecido como um direito 
fundamental em 1993 pela Comissão de Direitos Humanos da ONU. O 
direito à alimentação foi introduzido como um direito social no ordenamento 
jurídico brasileiro em 2010, por meio da Emenda Constitucional 64/2010, 
mas já havia previsão desde 2006, com a criação do sistema de segurança 
alimentar e nutricional, o SISAN (SILVA, 2019). 
A garantia do direito à alimentação refere-se a uma alimentação 
adequada e nutritiva, devendo o poder público não medir esforços e 
adotar medidas e ações para que promovam e garantam a segurança 
alimentar e nutricional da população brasileira. 
SAIBA MAIS:
O programa Fome Zero (2003) e o Programa Comunidade 
Solidária (1995) foram programas criados com o fim de 
combater a fome no Brasil. No ano de 2003 estimava-se que 
havia no Brasil cerca de 44 (quarenta e quatro) milhões de 
pessoas ameaçadas de passar fome e hoje esse número, 
segundo dados do IBGE, chega a 5 milhões. Além disso, 
você encontra mais informações sobre esse direito no portal 
do governo federal sobre a política nacional de alimentação, 
disponível por meio do endereço disponível aqui. 
O direito ao trabalho, também classificado como um direito social, 
é um instrumento importante na implementação de condições dignas de 
trabalho dentro do território brasileiro. O Estado, por meio desta garantia, 
deve incentivar políticas públicas que valorizem o trabalho humano e 
Noções de Direito
https://bit.ly/2JwaeVW
43
incentivem a livre iniciativa, de modo a evitar políticas recessivas que 
prejudiquem empregos plenos. 
Figura 16 – A proteção dos direitos do trabalhador é um direito social 
Fonte: Wikipedia 
VOCÊ SABIA?
No Brasil, segundo dados de 2018, fiscais do Ministério do 
Trabalho identificaram 1,7 mil pessoas que trabalhavam em 
condições análogas à escravidão, dá pra acreditar?
O direito à moradia consiste em uma importante ferramenta de 
assistência social, que entrou em vigor no direito brasileiro somente no 
ano 2000. Apesar de sua entrada tardia na Constituição como direito 
social expresso, já havia previsão no artigo 23, IX de que todos os entes 
federativos possuíam competência administrativa para “promover 
programas de construção de moradias e a melhoria das condições 
habitacionais e de saneamento básico” (BRASIL, 1998). 
EXEMPLO: 
São exemplos políticas públicas que fomentam o direito à moradia a 
criação de programas nacionais para habitação, como o Minha Casa 
Minha Vida, ações organizadas e cuidadosas voltadas ao resgate 
de moradores de rua, à erradicação de favelas e de habitações em 
áreas de risco.
Noções de Direito
44
Figura 17 – Direito à moradia – Programa Minha Casa, Minha Vida 
Fonte: Wikipedia 
O direito ao transporte está diretamente ligado ao direito de ir e 
vir das pessoas e consiste em um direito-meio para vários outros direitos 
sociais, como o transporte realizado por algum cidadão para ir a um 
hospital, à escola, ao trabalho e até mesmo para sua casa. 
O transporte público, portanto, ocupa uma função social e, por 
muitas vezes, é o único meio que o cidadão dispõe para se locomover. 
Mesmo sendo o único meio encontrado por muitas pessoas, em muitas 
cidades do Brasil é comum que o transporte público seja extremamente 
escasso e mal equipado, de forma que idosos, crianças e pessoas com 
deficiência tenham que se sujeitar a situações extremas para ter acesso 
aos demais serviços públicos.
O direito ao lazer possui natureza social e está diretamente 
relacionado com a qualidade de vida do cidadão, devendo o Estado 
proporcionar ao cidadão locais tranquilos, adequados, seguros para que o 
cidadão possa manter bem sua saúde mental, ter uma relação com o meio 
ambiente de modo a proporcionar um estado de bem-estar à população. 
O direito à previdência social é um conjunto de direitos 
relacionados com a seguridade social, ou seja, um seguro em que o 
trabalhador participa por meio de contribuições mensais. O benefício 
dessas contribuições mensais é a garantia de renda quando o trabalhador 
Noções de Direito
45
não puder mais trabalhar, de modo que ele ainda terá um meio de 
sobrevivência. 
Figura 18 – Previdência Social 
Fonte: Wikimedia 
Além de proteger o trabalhador por meio da aposentadoria, 
a previdência social também protege os trabalhadores mediante a 
ocorrência de outras situações, como doença, invalidez e gravidez, 
por exemplo. Importante salientar que a seguridade social não fornece 
somente aposentadorias, mas também auxílios, salários e pensões. 
As contribuições prestadas pelos trabalhadores ativos servem como 
subsídio para o custeio das aposentadorias dos trabalhadores inativos. 
Considerando que o número de beneficiários totais – RGPS e benefícios 
assistenciais – saltou de 18,8 milhões em 1999 para 35,1 milhões em 
2018, foram realizadas alterações nas regras da previdência social, com o 
condão de assegurar a proteção efetiva a todos os cidadãos. 
A assistência dos desamparados consiste em direito social que 
será prestado a quem necessitar, independentemente de contribuição à 
seguridade social. 
Além de estabelecer que todos os necessitados deverão ser 
amparados pelo Estado, tal direito também determina que devem ser 
adotadas ações governamentais na área da assistência social financiadas 
por recursos provenientes do orçamento da seguridade social. 
Noções de Direito
46
A família, a criança, o adolescente e o 
idoso na Constituição
Neste tópico, trataremos dos grupos tratados com prioridade pela 
Constituição, tendo em vista suas vulnerabilidades e especificidades. 
Família 
A família, conforme determinação Constitucional, é a base da 
sociedade e terá proteção do Estado (art. 226 da CF). O conceito de família 
foi ampliado pela Constituição de 1988, passando a ser reconhecida 
como entidade familiar a união estável bem como reconhecendo como 
legítimos os filhos havidos fora do casamento. 
Além disso, a Constituição Federal de 1988 também passou a 
reconhecer como entidade familiar a família monoparental, que é aquela 
formada por qualquer um dos pais e seus descendentes. 
Figura 19 – Família monoparental 
Fonte: Freepik 
Outro reconhecimento importante trazido pela evolução legislativa 
relativa às famílias é a família socioafetiva, que é aquelaformada por laços 
de afeto, podendo ser composta por pessoas da mesma família (tia com 
sobrinhos, irmãos...) ou não. 
Noções de Direito
47
Não podemos deixar de ressaltar, no que concerne à família, 
o reconhecimento das uniões homo afetivas no Brasil, que passou a 
considerar os integrantes da união como uma entidade familiar, em 
analogia à União estável. 
As proteções constitucionais relativas a família estão presentes 
na legislação esparsa, utilizada como instrumento para a efetivação da 
determinação constitucional. Tais proteções encontram-se presentes 
na Lei Maria da Penha, no Código Civil, no Código de Processo Civil, no 
Estatuto da Criança e do Adolescente, entre outros. 
Criança, adolescente e jovem
A Constituição de 1988 trouxe grandes avanços relacionados com 
a proteção da criança e do adolescente ao fixar uma gama de direitos e 
garantias fundamentais. 
Após a promulgação da Constituição de 1988 sentiu-se uma grande 
necessidade de considerar como vulnerável o grupo de pessoas que se 
encaixavam na classificação de jovens, tendo em vista o tamanho desse 
grupo populacional e as vulnerabilidades relacionadas com a transição 
para a fase adulta. 
Por esse motivo, foi promulgada a Emenda Constitucional 65/2010, 
que passou incentivar ações em relação à proteção específica dos 
jovens na transição da adolescência para a vida adulta, fase marcada por 
dificuldades e incertezas.
Figura 20 – Jovens 
Fonte: Freepik
Noções de Direito
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A proteção das crianças e dos adolescentes, por sua vez, já se 
encontrava prevista na Constituição de 1988 desde sua promulgação, 
reforçada pela Convenção sobre os Direitos da Criança realizada pela 
ONU e o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8069/90). Conforme 
determinação constitucional: 
Art. 227 É dever da família, da sociedade e do Estado 
assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com 
absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, 
à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à 
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar 
e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma 
de negligência, discriminação, exploração, violência, 
crueldade e opressão. (BRASIL, 1988, art. 227)
Além do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8069/90), 
existem previsões na legislação ordinária que possuem o condão de 
efetivar as políticas públicas de proteção à criança e ao adolescente, 
como, por exemplo, a Lei de Alienação Parental (Lei 12.318/2010), a Lei 
Nacional de Adoção (Lei 12.010/2009), entre outras. 
Idoso
Ainda sobre o viés protecionista e baseado nos princípios da 
solidariedade e da proteção, é dever da família e do Estado promover 
a proteção e o amparo de pessoas idosas, de modo a permitir sua 
participação na sociedade bem como assegurar seu bem-estar, sua 
dignidade e sua vida (art. 230 CF). 
Figura 21 – Idoso
Fonte: Freepik
Noções de Direito
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A Lei 8.842/94 (Política Nacional do Idoso) e o Estatuto do Idoso 
(Lei 10.741/2003) constituem importantes mecanismos de proteção às 
pessoas idosas. É considerado idosa toda pessoa maior de 60 (sessenta) 
anos, sendo assegurada prioridade especial aos maiores de 80 (oitenta) 
anos. 
SAIBA MAIS:
Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos o 
acesso à seguinte fonte de consulta e aprofundamento: 
Vídeo: “Sistema de saúde no Brasil | Coluna #43” 
acessível por este link. 
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos resumir tudo o que vimos. Encerramos nosso quarto 
e último capítulo tratando dos direitos sociais presentes na 
constituição, mais precisamente os presentes no artigo 6o, 
sendo eles o direito à educação, à saúde, à alimentação, ao 
trabalho, à moradia, ao transporte, ao lazer, à segurança, à 
previdência social, à proteção à maternidade e à infância, à 
assistência aos desamparados. Ao longo do detalhamento 
desses direitos, pudemos ver exemplos práticos de 
políticas públicas já implementadas no Brasil que buscam 
sua efetivação. Por fim, tratamos dos grupos tratados 
com prioridade pela Constituição, tendo em vista suas 
vulnerabilidades e especificidades, que são a família, a 
criança, o adolescente e o idoso.
Noções de Direito
https://bit.ly/3dOgQx9
50
REFERÊNCIAS
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República 
Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, 
[1988]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/ 
Constituiçao.htm. Acesso em: 03 mar. 2020.
 BRASIL. Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. Institui o Código 
Tributário Nacional. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, 
Brasília, 27 out. 1966. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br>. Acesso 
em: 03 mar. 2020.
SABBAG, E. Manual de direito tributário. São Paulo: Saraiva, 2015. 
SILVA, J.A. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: 
Malheiros, 2019.
 
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	Noções de Direito Tributário 
	Conceito de Direito Tributário 
	Princípios do Direito Tributário 
	Princípio da legalidade tributária (art. 150, I CF; 97 CTN)
	Princípio da anterioridade tributária (art. 150, III, b da CF)
	Princípio da irretroatividade tributária (art. 150, III, a da CF)
	Princípio da isonomia ou igualdade (art. 150, II da CF)
	Princípio da capacidade contributiva (art. 145 §1 da CF)
	Princípio da pecúnia non olet 
	Princípio da vedação do confisco (art. 150, IV da CF)
	Imunidade tributária
	Sistema tributário nacional 
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	Direitos sociais na Constituição
	A família, a criança, o adolescente e o idoso na Constituição
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