Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
0 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ JOSEPH DIMAS DE OLIVEIRA ANÁLISE DOS ELEMENTOS QUALIFICADORES DO PROCESSO DE CUIDADO DA ENFERMEIRA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL FORTALEZA-CE 2011 1 JOSEPH DIMAS DE OLIVEIRA ANÁLISE DOS ELEMENTOS QUALIFICADORES DO PROCESSO DE CUIDADO DA ENFERMEIRA EM UNIDADE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado Acadêmico em Cuidados Clínicos em Saúde (CMACCLIS), com área de concentração em Cuidados Clínicos em Enfermagem do Centro de Ciências da Saúde, da Universidade Estadual do Ceara (UECE), como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre. Linha de Pesquisa: Processo de cuidar em saúde e enfermagem. Área Temática: Produção de tecnologia de cuidados em enfermagem na saúde da criança e adolescente Orientação: Profª. Drª. Maria Veraci Oliveira Queiroz FORTALEZA 2011 2 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Universidade Estadual do Ceará Biblioteca Central Prof. Antônio Martins Filho O48a Oliveira, Joseph Dimas de Análise dos elementos qualificadores do processo de cuidado da enfermeira em unidade de terapia intensiva neonatal / Joseph Dimas de Oliveira. – 2011. 83 f. : il. color., enc. ; 30 cm. Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual do Ceará, Centro de Ciências da Saúde, Curso de Mestrado Acadêmico em Cuidados Clínicos em Saúde, Fortaleza, 2011. Área de Concentração: Cuidados Clínicos em Enfermagem. Orientação: Profa. Dra. Maria Veraci Oliveira Queiroz. 1. Enfermagem neonatal. 2. Profissional de enfermagem. 3. Cuidados de enfermagem. 4. Criança hospitalizada. I. Título. CDD: 610.7362 3 JOSEPH DIMAS DE OLIVEIRA ANÁLISE DOS ELEMENTOS QUALIFICADORES DO PROCESSO DE CUIDADO DA ENFERMEIRA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado Acadêmico em Cuidados Clínicos em Saúde (CMACCLIS), da Universidade Estadual do Ceará (UECE), como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Cuidados Clínicos em Saúde (Enfermagem) Aprovada em ____/____/____. BANCA EXAMINADORA ____________________________________________________ Profª. Drª. Maria Veraci Oliveira Queiroz (Orientadora) Universidade Estadual do Ceará-UECE ____________________________________________________ Profª. Drª. Ivone Evangelista Cabral Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN) Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) __________________________________________________ Profª. Drª. Thereza Maria Magalhães Moreira Universidade Estadual do Ceará-UECE __________________________________________________ Profª. Drª. Ilvana Lima Verde Gomes Universidade Estadual do Ceará-UFC 4 Dedico este trabalho: Aos meus pais pelo apoio, incentivo, compreensão, confiança e cumplicidade; Aos meus amigos, por serem, realmente, a outra família que escolhi; Às enfermeiras da UTIN, pela confiança e disponibilidade que tornaram possível a concretização desse estudo. 5 PROGRAMA DE COOPERAÇÃO ACADÊMICA (PROCAD) O Programa Nacional de Cooperação Acadêmica – Ação Novas Fronteiras da Capes (Procad- NF), promovido pelo Ministério da Educação (MEC), tem por objetivo apoiar projetos conjuntos de ensino e pesquisa, em instituições distintas, que estimulem a formação pós- graduada, a mobilidade docente e discente e a fixação de pesquisadores doutores nas Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. O PROCAD oficializa a parceria entre duas instituições com programas de mestrado e/ou doutorado, onde um programa de pós-graduação já consolidado, nacionalmente, auxilia outro no processo de fortalecimento, consolidação e aprimoramento. O Curso de Mestrado em Enfermagem da Universidade Estadual do Ceará (UECE), após submeter projeto de cooperação, junto ao MEC, em 2008, teve sua proposta aprovada e, desde então, mantém parceria com a Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O acordo prevê o intercâmbio (mestrado-sanduíche) de um aluno de cada turma do mestrado da UECE na EEAN/UFRJ, a cada ano, onde recebe orientação de docente dessa escola, participa dos eventos promovidos pela escola e demais faculdades e programas de pós- graduação do Rio de Janeiro, cumpre disciplinas, participa de grupos de pesquisa e, no caso específico da EEAN, das reuniões dos Núcleos de Pesquisa e recebe orientações para a construção de artigo, fruto da dissertação, a ser submetido em periódico científico. Assim, o PROCAD reforça o a troca de experiências entre docente-discente, os discentes das duas instituições e os programas de pós-graduação, promovendo o amadurecimento pessoal e profissional. 6 AGRADECIMENTOS À Coordenação do Mestrado Acadêmico em Cuidados Clínicos em Saúde com área de concentração em Cuidados Clínicos em Enfermagem, da Universidade Estadual do Ceará (UECE), pelo acolhimento, receptividade, ensinamentos e por contribuir, significativamente, para o meu amadurecimento enquanto pessoa e profissional; À Profª. Drª. Maria Veraci de Oliveira Queiroz pelas orientações, pela disponibilidade, pela paciência, pela compreensão, por ser uma pessoa acessível, o que contribuiu, sobremaneira, para a construção de uma relação de confiança e respeito; Às Prof as . Dr as . Thereza Maria Magalhães Moreira e Maria Vera pelas contribuições durante o exame de qualificação que foram primordiais para a melhora do nosso estudo; À Profª. Drª. Ivone Evangelista Cabral pela consideração, atenção e disponibilidade em me receber no seu grupo de pesquisa, na Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), além de ter contribuído na construção desse estudo de forma primordial; Às demais professoras e professores do Curso de Mestrado Acadêmico em Cuidados Clínicos em Saúde, da Universidade Estadual do Ceará, por me tornar um enfermeiro mais consciente dos rumos da minha profissão e do lugar que posso ocupar, a partir de agora, na construção de futuro cada vez mais ético, promissor e inovador para nossa categoria; Às Prof as . Dr as . Elisa da Conceição Rodrigues e Isabel Cristina dos Santos Oliveira, do Núcleo de Pesquisa de Enfermagem em Saúde da Criança (NUPESC), da EEAN/UFRJ, pelas contribuições diretas e indiretas ao meu estudo recebidas durante as reuniões do período do intercâmbio; Às Prof as . Dr as Consuelo Helena Aires de Freitas (UECE) e Márcia Lisboa (UFRJ), pela disponibilidade, orientações e presteza durante todo o período do intercâmbio; 7 Aos colegas de turma no Mestrado de Cuidados Clínicos em Saúde, pelo companheirismo, respeito, amizade, troca de experiências e opiniões, pelo suporte durante o mestrado, tornando-o um período de aprendizado dentro e fora da sala de aula, particularmente aos/às colegas Ana Paula Dias, Gemma Galgani, Emiliana Bezerra, Alcivan e Rachel Franklin. Tenho por todos/as profundo respeito e admiração e sinto que as suas conquistas também serão as minhas; A meu amigo Glauberto da Silva Quirino pela amizade, apoio, companheirismo, disponibilidade, paciência e orientações e ajuda sobre programas de organização dos dados; À minha amiga Alda Venúsia Alves de Oliveira que sempre esteve por perto acompanhando, estimulando e dando suporte, como fazem, sempre, os bons e verdadeiros amigos; Às grandes amigas Álissan Karine Lima Martins e Adriana Nogueira que me acolheram tão prestativamente em Fortaleza, proporcionandonão apenas um local pra morar, mas também um local agradável de se viver, estudar e compartilhar momentos especiais; Aos meus colegas do NUPESC, da EEAN/UFRJ, particularmente, Dani, Suzy, Fernando, Liliane e Bruna (mestranda da UNIRIO), por me acolherem tão prontamente no seu círculo prévio de amizade, de forma que construímos um vínculo, do qual já sinto muita falta, embora saiba que é para a vida toda; À Chefia de Enfermagem da Unidade Neonatal por terem me recebido, tão gentilmente, no seu local de trabalho e facilitado, de todas as formas meu processo de coleta de dados; Às secretarias Luciana E celma, e ao secretário Leandro, do CMACCLIS, pela disposição em ajudar nos trâmites do mestrado e da universidade; À Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e a Pesquisa (FUNCAP) pelo apoio financeiro. 8 “Vejo a estrela curiosa que me espia Ninguém brilha como ela Pela fresta da janela Visto assim, o céu Não é azul nem pleno A gente pode ser um mundo inteiro A gente pode ser alguém por um dia A gente pode ser mais forte Que a tristeza e a alegria A gente pode ser ...” “Aquilo que precisa”/Olivia 9 RESUMO A enfermagem tem se preocupado em delimitar seu campo específico de conhecimento e, conseqüentemente, de atuação, como forma de construir sua maneira particular de cuidado, a partir de um corpo de conhecimento distinto na área de saúde. Objetivou-se descrever o processo de cuidado do enfermeiro em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). Estudo descritivo, de abordagem quantitativa baseada na aplicação de um formulário tipo check list adaptado e na aplicação de um questionário junto a doze enfermeiras de uma UTIN em um hospital público estadual do Ceará, durante 392 horas de observação sistemática. Em relação à caracterização das enfermeiras observou-se que as doze enfermeiras pesquisadas eram do sexo feminino (100%), com média de idade de 35,25 anos, tempo médio de formação de 10,92 anos, 11 possuíam titulo de pós-graduação lato sensu, em nível de especialização (91,7%), predominantemente em Enfermagem em Neonatologia (25%) e Administração Hospitalar (16,7%), média de atuação em ambiente hospitalar de 9,67 anos, atuantes em Enfermagem em Neonatologia há, em média, 9,17 anos, sete (58,3%) não possuíam qualificação para a Inserção do Cateter Central de Inserção Periférica (CCIP) e, verificou-se, ainda, baixa participação em eventos científicos da área, nos últimos 12 meses. Quanto a distribuição da freqüência de atividades realizadas na UTIN, segundo o relato das enfermeiras, observou-se que as atividades assistenciais receberam escores maiores do que as atividades administrativas e de educação. Os dados da observação sistemática evidenciaram um total de 1323 atividades (100%), das quais 596 assistenciais (45,05%), 529 administrativas (39,99%) e 198 educativas (14,97%). O processo de trabalho das enfermeiras foca-se nas atividades assistenciais e, principalmente, em torno de cuidados relativos à manutenção e monitoramento das funções corporais dos recém-nascidos. As atividades educativas estavam presentes, porém, em menor proporção, desfavorecendo o papel da enfermeira como educadora em ambiente intensivo neonatal. Acredita-se que a reorganização do processo de cuidar do enfermeiro em UTIN contemplando atividades assistenciais, (re)distribuindo ações administrativas ou que não são de sua competência para outros profissionais, poder-se-ia abrir espaços para o envolvimento do enfermeiro em atividades educativas, que favorecem o cuidado clínico e interdisciplinar. Descritores: Enfermagem neonatal. Papel do profissional de enfermagem. Cuidados de enfermagem. Criança hospitalizada. 10 ABSTRACT Nursing has been concerned in defining their specific field of knowledge and, consequently, of action in order to build its own private way of care, based on a distinct body of knowledge in the health area. The objective was to describe the process of nursing care in NICU. Descriptive study of quantitative approach based on the application of an adapted check list form and a questionnaire to 12 nurses in a NICU in a public state hospital of Ceará during 392 hours of systematic observation. Regarding the nurses' characterization it was observed that the 12 nurses surveyed were female (100%) with mean age of 35.25 years, mean 10.92 years of education, 11 had lato sensu post-graduate title, at the level of specialization (91.7%), mainly in Neonatal Nursing (25%) and Hospital Administration (16.7%), average performance in the hospital was 9.67 years, working in Neonatal Nursing in an average of 9.17 years, seven (58.3%) didn't had qualification for the Insertion of Peripherally Inserted Central Catheter (PICC), and it was also verified low participation in scientific events in the area in last 12 months. As the data concerning the questionnaire, which means the distribution of frequency of activities in NICU, according to nurses' report, it was observed that the assistance activities received higher scores than the administrative and education activities. The data of systematic observations showed that a total of 1,323 activities (100%), of which 596 care (45.05%), 529 administrative (39.99%) and 198 educational (14.97%). Data revealed that the process of nursing work has focused on assistance activities, and especially around care related to the maintenance and monitoring of body functions of newborns, once the educational activities were present but in a smaller proportion disadvantaging the nurse's role as educator in neonatal intensive environment. It is believed that the reorganization of nursing care process in NICU care including activities, (re) distributing actions administrative or not of their competence to other professionals, could open spaces for the involvement of nurses in educational activities that encourage integral and interdisciplinary care. Keywords: Neonatal Nursing. Nurse's Role. Nursing Care. Child, Hospitalized. 11 RESUMEN La enfermería se ha referido a la definición de su campo específico de conocimiento y, en consecuencia, de actuación como forma de construir su manera privada de atención, a partir de un cuerpo distinto en el área de salud. El objetivo fue describir el proceso de atención de enfermería en la UTIN. Estudio descriptivo, de enfoque cuantitativo, basado en la aplicación de una encuesta tipo check list adoptado y de un cuestionario a 12 enfermeras de una UTIN de un hospital público de Ceará durante 392horas de observación sistemática. Mientras a la caracterización de las enfermeras, todas las 12 investigadas eran mujeres (100%) con edad media de 35,25 años, tiempo medio de formación de 10,92 años, 11 tenían título de postgrado lato sensu, a nivel de especialización (91,7%), predominantemente en enfermería neonatal (25%) y Administración Hospitalaria (16,7%), el rendimiento promedio en el hospital fue de 9.67 años, actuantes en Enfermería Neonatal hay 9.17 años, siete (58,3%) no presentaron clasificación para la el Catéter Central de Inserción Periférica (CCIP), y también hubo baja participación en eventos científicos en el área en los últimos 12 meses. Cuanto a los datos sobre el cuestionario, es decir, la distribución de frecuencia de las actividades en la UTIN, según las enfermeras, se observó que las actividades asistenciales recibieron puntuaciones mayores de que las actividades de administración y de educación. Los datos de la observación sistemática señalaron que un total de 1.323 actividades (100%), de los cuales 596 eran asistenciales (45,05%), 529 administrativos (39.99%) y 198educación (14,97%). Los datos revelaron que el proceso de trabajo de las enfermerasse ha centrado en actividades asistenciales, y especialmente alrededor de la atención para el mantenimiento y la supervisión de las funciones del cuerpo de los recién nacidos, ya que las actividades educativas estuvieron presentes pero en menor medida no favoreciendo el papel de la enfermera como educadora en el entorno intensivo neonatal. Se cree que la reorganización del proceso de atención de enfermería en la UTIN, que incluye actividades asistenciales, (re) distribuyendo acciones administrativas que no son de competencia a otros profesionales, podría abrir espacios para la participación de las enfermeras en las actividades educativas que favoreciesen la atención integral e interdisciplinaria. Descriptores: Enfermería Neonatal. Rol de la Enfermera. Atención de Enfermería. Niño Hospitalizado. 12 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Tabela 1. Idade das enfermeiras de uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Fortaleza, 2010.......................................................................................................38 Tabela 2. Tempo de formação de enfermeiras de Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Fortaleza, 2010. (em anos). ...................................................................................38 Tabela 3. Titulação de enfermeiras de Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Fortaleza, 2010........................................................................................................................39 Tabela 4. Tipo de Especialização de enfermeiras de Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Fortaleza, 2010. .....................................................................................................39 Tabela 5. Tempo de atuação em ambiente hospitalar de enfermeiras de Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Fortaleza, 2010.......................................................................39 Tabela 6. Tempo de atuação de enfermeiras de Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Fortaleza, 2010....................................................................................................40 Tabela 7. Qualificação em Cateter Central de Inserção Periférica (PICC) entre enfermeiras de Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Fortaleza, 2010......................................40 Tabela 8. Distribuição das enfermeiras quanto à participação em eventos científicos sobre Neonatologia. Fortaleza, 2010...............................................................................40 Tabela 9. Freqüência das atividades assistenciais desempenhadas pelas enfermeiras assistenciais na UTI Neonatal (UTIN) de um hospital público estadual do Ceará. Fortaleza-CE, 2010. .......................................................................................42 Tabela 10. Freqüência das atividades administrativas desempenhadas pelas enfermeiras assistenciais na UTI Neonatal (UTIN) de um hospital público estadual do Ceará. Fortaleza-CE, 2010. .......................................................................................44 Tabela 11. Freqüência das atividades de educação desempenhadas pelas enfermeiras assistenciais na UTI Neonatal (UTIN) de um hospital público estadual do Ceará. Fortaleza-CE, 2010. ................................................................................................................................45 13 LISTAS DE QUADROS Quadro 1. Freqüência (em percentual) de atividades assistenciais, relatadas pelas enfermeiras. Fortaleza-CE, 2011................................................................................................47 Quadro 2. Freqüência (em percentual) de atividades administrativas, relatadas pelas enfermeiras. Fortaleza-CE, 2011............................................................................49 Quadro 3. Freqüência (em percentual) de atividades de educação, relatadas pelas enfermeiras. Fortaleza-CE, 2011................................................................................................50 14 LISTA DE SIGLAS UTIN – Unidade de Terapia Intensiva EUA - Estados Unidos da América CIPE - Classificação Internacional da Prática de Enfermagem NANDA - North American Nursing Diagnosis Association NIC - Nursing Intervention Classification NOC - Nursing Outcomes Classification CIPESC - Classificação Internacional da Prática de Enfermagem em Saúde Coletiva BDENF - Base de Dados de Enfermagem BIREME - Biblioteca Virtual em Saúde CEPEn - Centro de Estudos e Pesquisas em Enfermagem ABEn - Associação Brasileira de Enfermagem RN - Recém-nascido AAP - American Academy of Pediatrics HGF - Hospital Geral de Fortaleza PAD - Programa de Assistência Domiciliar AVC - Acidente Vascular Cerebral ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente SESA - Secretaria Estadual de Saúde COOPEN - Cooperativa de Enfermagem SAE - Sistematização da Assistência de Enfermagem TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido EEAN - Escola de Enfermagem Anna Nery UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro EEAAC - Escola de Enfermagem Aurora Afonso Costa 15 UFF - Universidade Federal Fluminense FENF - Faculdade de Enfermagem UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro SOBEP - Sociedade Brasileira de Enfermeiros Pediatras CIE – Conselho Internacional de Enfermeiras PICC - Cateter Central de Inserção Periférica COFEN - Conselho Federal de Enfermagem CBEn - Congresso Brasileiro em Enfermagem USP - Universidade de São Paulo NPUAP – National Pressure Ulcer Advisory Panel 16 LISTA DE SÍMBOLOS % - Por cento N – Número I – Valores internos à própria categoria E- Valores externos à categoria fi - Frequência 17 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................................19 2 OBJETIVOS..........................................................................................................................26 3 BASES TEÓRICAS DO ESTUDO.......................................................................................27 3.1 Cuidado Neonatal e Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) ..............................27 3.2 Processo de Cuidado do Enfermeiro em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal.............31 4 MATERIAL E MÉTODOS..................................................................................................33 4. 1 Tipo de Estudo...................................................................................................................33 4. 2 Local do Estudo.................................................................................................................34 4.3. Período do Estudo..............................................................................................................35 4. 4 População/ amostra...........................................................................................................35 4. 5 Coleta de dados ................................................................................................................35 4. 6 Análise dos dados..............................................................................................................36 4. 7 Aspectos Éticos.................................................................................................................37 5. RESULTADOS............................................................................................................385. 1 Características dos Profissionais - Enfermeiras da UTI Neonatal...................................38 5. 2 Análise dos elementos qualificadores do processo de cuidado da enfermeira em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN).....................................................................................41 5. 3 Descrição das atividades da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), relatadas pelas enfermeiras.......................................................................................................................46 6. DISCUSSÃO........................................................................................................................51 6. 1 Características dos Profissionais - Enfermeiras da UTI Neonatal...................................51 6. 2 Análise dos elementos qualificadores do processo de cuidado da enfermeira em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN).....................................................................................56 6. 3 Descrição das atividades da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), relatadas pelas enfermeiras.......................................................................................................................59 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................................63 18 REFERÊNCIAS........................................................................................................................65 APÊNDICES.............................................................................................................................75 APÊNDICE A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido...............................................76 APÊNDICE B - Questionário para caracterização das profissionais (enfermeiras).................77 APÊNDICE C – Questionário referente às atividades profissionais na UTI Neonatal...........78 APENDICE D- Roteiro de observação das atividades profissionais na UTI NEONATAL.....82 19 1 INTRODUÇÃO A enfermagem tem se preocupado em delimitar seu campo específico de conhecimento e, conseqüentemente, de atuação, como forma de construir sua maneira particular de cuidado, a partir de um corpo de conhecimento distinto na área de saúde. Com isso, procura-se identificar uma forma, ou mesmo, várias formas de disponibilizar um cuidado efetivo, individualizado e resolutivo para as demandas trazidas pelos indivíduos que dependem de um cuidado, que mesmo sendo realizado em equipe, existem as especificidades de responsabilidade do enfermeiro. Partindo destas intenções, inúmeras enfermeiras, especialmente, nos Estados Unidos da América (EUA), a partir da década de 1950, vêm dedicando-se ao desenvolvimento de teorias sobre o objeto de estudo da profissão de forma a criar um arcabouço teórico para a prática desenvolvida pelos enfermeiros ao redor do mundo (WALDOW, 2008). Apesar da diversidade e finalidades das teorias, pode-se observar que todas mantêm o objetivo de tornar a enfermagem uma profissão indispensável à manutenção da saúde e da vida dos indivíduos num contexto mais amplo de uma sociedade dinâmica e desigual. Desta forma, a profissão vem se organizando para melhorar o seu processo de trabalho, a fim de atender as necessidades da população. Em um estudo sobre as concepções de cuidado, presentes em teses pertencentes a um programa brasileiro de pós-graduação em enfermagem observou-se que os enfermeiros utilizam diferentes concepções, ancorando-se em sua visão de mundo, seu referencial de vida e sua prática profissional (BACKES et al, 2006). Apesar da diversidade de conceitos sobre o cuidado, a enfermagem tem adotado o conceito próximo dos ideais humanísticos, uma vez que, compreende-o como um esforço em envidar esforços transpessoais de um ser humano para outro visando protegê-lo, promover e preservar sua humanidade, ou seja, colocando-se em seu lugar (SOUZA et al, 2005). Ao assumir o cuidado como foco da prática e essência da profissão a enfermagem ambiciona profissionalizar a capacidade humana de cuidar, através da aquisição e aplicação dos conhecimentos, de atitudes e habilidades apropriadas aos papeis prescritos à enfermagem. Para tanto, a enfermagem optou obter status de ciência e, com isso, dedicar-se a cientificizar o cuidado humano, muito embora, existam questionamentos sobre a legitimidade dessa pretensão (WALDOW, 2007). A opção pelo método científico levou à necessidade de criar-se uma linguagem universal dos termos e conceitos próprios da profissão de forma a superar a invisibilidade da profissão. Com isso, surgiram diversos sistema de sistemas de classificação como a 20 Classificação Internacional da Prática de Enfermagem (CIPE), o Sistema de Classificação de Diagnósticos de Enfermagem, da North American Nursing Diagnosis Association (NANDA), o Sistema de Classificação das Intervenções de Enfermagem-NIC (Nursing Intervention Classification), o Sistema dos Resultados de Enfermagem-NOC (Nursing Outcomes Classification) e a Classificação Internacional da Prática de Enfermagem em Saúde Coletiva (CIPESC)® (CIPE, 2007; NÓBREGA e SILVA, 2009; SILVA et al., 2009). Apesar das críticas, os enfermeiros têm investido no desenvolvimento de pesquisas utilizando o método científico como forma de conceber seu objeto de estudo e de prática, delineando suas diversas dimensões e definindo o que seja aplicável à profissão em sua amplitude. Desta forma, definindo competências e habilidades, tanto no campo da enfermagem geral, quanto nas especialidades. Cianciarullo (2005), refletindo sobre o futuro da profissão, aponta que haverá a superação da invisibilidade da enfermagem no contexto das práticas de saúde, associada à aquisição e desenvolvimento de novos saberes e ao papel preponderante do enfermeiro especialista em enfermagem, como, por exemplo, o enfermeiro neonatologista ou/ou intensivista neonatal. Com isso, espera-se maior produção de conhecimento gerado pelos enfermeiros generalistas e especialistas sobre sua prática nos diversos ambientes de trabalho, dentre eles, a Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). Na literatura internacional, encontrou-se um estudo italiano que investigou o risco desses profissionais estarem envolvidos em infecções cruzadas causadas por fungos (LUPETTI et al, 2002), um norte-americano sobre o uso da musicoterapia em ambiente crítico neonatal (STOUFFER, SHIRK e POLOMANO, 2007), um estudo inglês sobre os sentimentos dos pais que consentem que seus filhos hospitalizados sejam incluídos em pesquisas (JOLLYE, 2009), um tailandês que demonstrou que as necessidades e a satisfação das mães com crianças em UTIN não responde a um padrão de comportamento exigindo intervenções de enfermagem individualizadas (PUNTHMATHARITH, BUDDHARAT e KAMLANGDEE, 2007) demonstrando a diversidade de temas abordados. Outras pesquisas têm sido desenvolvidas ao redor do mundo abordando o desempenho dos enfermeiros no cuidado a bebês prematuros (AUDREY e YOXALL, 2001), a vivência de mães com dificuldades no aleitamento materno (WEIMERS, et al, 2006), o uso do contato pele-a-pele bebês e mães após procedimentos dolorosos (LUDINGTON-HOE e ROSSEINE, 2005), capacitação de profissionais de uma UTIN sobre suporte ventilatório (WRIGHT, WAKE, ANDERSON e GRAHAM, 2009), o impacto das ações do enfermeiro (UNRUTH, 2003; HUGONNET et al, 2006), a importância da higienização das mãos dos 21 enfermeiros como forma de prevenção de infecção bacteriana uma vez que eles tocam repetidas vezes diferentes para executarem seus cuidados (ZWET et al, 2000; CIMIOTTI et al, 2004). Alguns estudos enfocaram a importância do enfermeiro na implantação e utilização do Método Canguru em UTIN (NIRMALA, REKHA e WASHINGTON, 2006; LUDINGTON-HOE, LEWIS e CONG, 2006; McCAIN et al, 2005; CHIA, SELLICK e GAN, 2006), outrostrabalhos estudaram as intervenções de enfermagem com vistas à redução do estresse de mães e pais com filhos em uma UTIN (TURAN, BAŞBAKKAL e ÖZBEK, 2008), enquanto outros propuseram uma nova metodologia de organização do processo de cuidado de enfermeiros em UTIN (SPENCE et al, 2006) e a motivação de enfermeiras de UTIN durante implantação de um modelo de cuidado centrado na família (SPENCE e LAU, 2006). Na literatura nacional de enfermagem, um levantamento recente sobre a produção cientifica da enfermagem pediátrica, especificamente, na área de cuidado em unidades de terapia de intensiva neonatal, identificou-se que os estudos voltam-se para a aplicação de teorias de enfermagem, na identificação das percepções, vivências e experiências de enfermeiros e dos pais no ambiente de cuidado às crianças criticamente doentes, estes são temas comuns (OLIVEIRA e QUEIROZ, 2009). Foram encontrados dois estudos que enfatizam o cuidado do egresso de terapia intensiva neonatal evidenciando que há um (re)ajuste das dinâmicas pessoal e familiar e a incorporação do discurso dos profissionais e de procedimentos do ambiente hospitalar no ambiente domiciliar na realização de cuidados à essas crianças (Moraes e Cabral, 2004; Cabral, Moraes e Santos, 2003). Sobre o cuidado à criança em unidade de internação pediátrica, Sigaud e Veríssimo (1996), assinalam que existem três metodologias de o enfermeiro executar o cuidado as crianças, em ambiente hospitalar. Na primeira, o foco do cuidado recairia sobre a doença, ao passo que, na segunda, o foco seria a criança em si e, por fim, na terceira modalidade, o foco seria a criança e sua família. Com isso, têm-se três visões sendo uma influenciada pelo modelo biomédico, outra com uma compreensão mais abrangente da realidade ao incorporar o papel central da criança no processo cuidativo e, por ultimo, uma abordagem que inclui o contexto sóciofamiliar tornando mais efetivo o projeto terapêutico e a recuperação da saúde. Assim, pode-se atentar que, apesar do processo de cuidado de enfermagem na UTIN centrar-se em aspectos técnicos e especializados do cuidado, existe a possibilidade de torná-lo humanizado orientando-se para 22 a integralidade, utilizando-se, para isso, de estratégias como a inclusão dos pais e/ou familiares no cuidado (TAVARES, QUEIROZ E JORGE, 2006). Estudos demonstraram que os enfermeiros em ambiente hospitalar ocupam-se na maior parte do tempo entre atividades assistenciais e administrativas e por minimamente em ações voltadas a comunicação entre a equipe e atividades educativas (COSTA e SHIMIZU, 2005; COSTA e SHIMIZU, 2006). Tal fato evidencia a distorção entre o processo de formação e o processo de trabalho cotidiano do enfermeiro, especialmente no âmbito hospitalar uma vez que a academia enfatiza a capacitação técnico-cientifica do cuidado, ao passo que no cotidiano das instituições há alta freqüência de ações de cunho administrativo. É enfatizado que os enfermeiros em seu processo de formação aprendem a valorizar o cuidado individualizado, com base em conhecimentos científicos como sendo a principal atividade da profissão. Contudo, ao se inserirem na organização dos serviços profissionais, deparam-se com a necessidade de assumir diversas tarefas e funções administrativas e/ou burocráticas. Na realidade, tem-se verificado que o enfermeiro assume a posição de gerente do serviço de enfermagem e, até certo ponto, da organização institucional, segundo a lógica do controle técnico e social (FERRAZ, 1995 apud COSTA e SHIMIZU, 2005). Observa-se que em ambientes fechados da unidade hospitalar, como o Centro Cirúrgico e as Unidades de Terapia Intensivas (neonatal, pediátrica ou adulto) os aspectos técnico-científicos da profissão apóiam-se no uso de tecnologias duras já que os equipamentos são primordiais na recuperação e manutenção da vida, portanto, imprescindíveis na execução das atividades do enfermeiro e demais membros da equipe de saúde. As características destas unidades têm sido motivos para se pensar na necessidade de aperfeiçoamento técnico- científico para subsidiar o cuidado direto, para que o enfermeiro se aproxime cada vez mais da habilidade de cuidar. No entanto, na prática há grandes descompassos que recaem na própria organização do processo de trabalho. A busca na literatura científica nacional de enfermagem sobre Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), na base de dados BDENF, no período dos últimos 10 anos, através da Biblioteca Virtual em Saúde (Bireme), utilizando-se os descritores “unidade de terapia intensiva” e “prematuro”, identificou que a produção de conhecimento é recente, totalizando 21 pesquisas, versando sobre aspectos técnicos da atuação do enfermeiro (Neves, Tipple, Souza et al, 2006; Rolim e Cardoso, 2006; Serra e Scocchi, 2004; Arruda e Marcon, 2007; Alburquerque, Nóbrega e Garcia, 2006; Aguiar, Veloso, Pinheiro, Ximenes, 2006; Barbosa, Campos e Chaves, 2006; Lourenço e Kakehashi, 2003), vivência/experiência de pais 23 de prematuros em UTIN (Tronchin e Tsunericho, 2006; Gaíva e Scochi, 2004; Scochi, Kokuday, Riul et al, 2003; Neves, Orlandi, Sekine e Skalinski, 2006; Costa e Monticelli, 2005; Kamada e Rocha, 2006; Ramalhão e Dupas, 2003) e sobre o processod e trabalho do enfermeiro em UTIN (Rolim e Cardoso, 2006;Oliveira, Lopes, Vieira e Collet, 2006; Rolim, Pagliuca e Cardoso, 2005; Oliveira, Almeida, Gonçalves e Galvão, 2005; Lentz, Costenaro, Gonçalves et al, 2000). Mesmo assim considera-se que há pouca produção científica sobre esta temática que se dilui em diversos aspectos do saber e do fazer enfermagem em terapia intensiva neonatal e, portanto,existem lacunas no que se refere ao processo de cuidado da profissão em UTIN. A clientela de unidades neonatais críticas tem características peculiares como, por exemplo, a imaturidade fisiológica, alterações drásticas do funcionamento e/ou da estrutura corpérea e ausência da linguagem verbal, requerendo assistência direta do enfermeiro e de sua equipe. Assim, o aspecto biológico e, especificamente, o patológico, se sobressaem, exigindo ações voltadas a essa área, quando se enfoca unicamente a criança criticamente doente. A conseqüência disto para o cotidiano do enfermeiro pode ser percebido pela exigência de domínio na manipulação de equipamentos ou técnicas de cuidado especializadas e que visam tornar viável a vida do neonato. Oliveira, Lopes e Collet (2006), salientam que o processo de trabalho tem como constituintes o objeto, o instrumento, a finalidade e o produto final e, no caso da enfermagem em UTIN corre-se o risco desse processo tornar-se mecânico, tecnicista e, conseqüentemente, desumano e impessoal. Para evitar tal abordagem de trabalho, os profissionais devem empenhar-se em realizar ações que englobem o trabalho em equipe, integral, individualizado e centrado na família. Consideram ainda sobre o fato de que, na sociedade capitalista, impera a divisão social do trabalho gerando a sua fragmentação, onde cada membro da equipe atua desvinculado dos demais perdendo, assim, a noção do todo. No caso da enfermagem sobrepõem-se a essa dinâmica social a falta de clareza quanto ao objeto de trabalho, onde ora predomina o individuo, ora o cuidado resultando em uma profunda ausência de identidade e o subjugo as regras da divisão social do trabalho e a outras categorias profissionais. Com isso, há uma desarticulação entre o objeto (e a ausência dele), os instrumentos, a finalidade e o produto final produzido pela enfermagem no ambiente da UTIN levando a um processo de fragilidade da categoria e a desconsideração da família como parte e foco da ação profissional (Oliveira, Lopes e Collet, 2006). 24 Em relação às dissertações e teses produzidas por enfermeiros em Programas de Pós- Graduação em Enfermagem no Brasil e cadastradas no Centro de Estudos e Pesquisas em Enfermagem(CEPEn) 1 , da Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn), identificaram-se estudos sobre a vivencia da enfermeira em UTIN (CONZ, 2008; MONTANHOLI, 2008) e sobre a prevalência de lesões de pele em recém-nascidos críticos (FONTENELE, 2008). Assim, observa-se uma produção cientifica brasileira reduzida sobre a temática em estudo nos cursos de pós-graduação em enfermagem. Considerando um aumento da oferta em todo o país de cursos dessa natureza, mesmo que desigual entre as regiões, entende-se que ampliaram os estudos nas diversas áreas da Enfermagem, incluindo a área neonatal. A partir da vivência como docente em um curso de Enfermagem de uma Universidade Pública Estadual do Ceará pude observar, empiricamente, durante o estagio curricular, que o enfermeiro em unidades fechadas, realiza cuidados diretos de forma mais significativa, voltando-se essencialmente para atividades assistenciais em detrimento de setores abertos. Acrescido a isto, deparamo-nos com inúmeros questionamentos dos alunos sobre ações e atividades do enfermeiro nos diversos cenários da prática, seu papel, atribuições, responsabilidades, autonomia e especificidade no contexto das diversas praticas de saúde, assim como, a observação empírica da dinâmica de do cuidado realizado por enfermeiros em UTIN, podemos identificar que, devido a instabilidade orgânica dos RN’s, o cuidado de enfermagem concentra-se em ações voltadas à manutenção das funções vitais, em detrimento de ações voltadas ao suporte junto aos pais, por exemplo. Por fim, o aprofundamento sobre as questões éticas, políticas, filosóficas e teóricas que embasam o cuidado de enfermagem foi uma oportunidade na realização das disciplinas do mestrado, o que nos levou a uma compreensão mais ampla do contexto da enfermagem. Por ter interesse na prática de cuidados em UTIN, optei em desenvolver a pesquisa sobre o processo de cuidado nesta área pelos motivos já expostos. Assim, entendendo-se o cuidado do enfermeiro como um processo dinâmico, relacional, técnico, científico e integral, pautando-se em ações que busquem a superação do modelo biomédico, focado na doença, e contemplando atitudes e comportamentos voltados à atenção à saúde do indivíduo, família e comunidade, vislumbra-se aliar formas já consolidadas de cuidar com abordagens inovadoras. 1 Utilizou-se a versão referente ao ano 2009, por ser a mais atualizada, do site da Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn-Nacional), disponível gratuitamente (www.abennacional.org.br). 25 Ainda, entende-se por elementos qualificadores do processo de cuidado do enfermeiro, aquelas atividades que caracterizam seu fazer, nos locais onde atua, e que englobam as atividades que lhe dizem respeito como, ensino (isto é, o aspecto educacional/educativo), assistência (cuidados diretos aos pacientes) e gerência (cuidados indiretos). Assim, considera-se que a presente pesquisa tem sua relevância e contribuição por ter validado um instrumento adaptado ao processo de cuidado do enfermeiro em UTIN e que pode ser utilizado (e refinado) em futuras pesquisas com objetivos semelhantes. No campo da assistência, pode servir como base para repensar o dimensionamento de pessoal e temas para atividades de educação permanente em saúde. Em relação ao ensino, esse estudo pode contribuir fornecendo dados para embasarem discussões no espaço acadêmico sobre as dimensões cuidado do enfermeiro em UTIN. Diante desse contexto, a pesquisa pretendeu responder aos seguintes questionamentos: como ocorre o processo de cuidado do enfermeiro em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN)? quais as atividades desenvolvidas pelos enfermeiros em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), os quais configuram-se no processo de cuidado? 26 2 OBJETIVOS Analisar os elementos qualificadores do processo de cuidado do enfermeiro em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN); Realizar a caracterização das enfermeiras de uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) de um hospital público estadual do Ceará; Identificar as atividades desempenhadas pela enfermeira em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN); Descrever as atividades da enfermeira na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), na visão das enfermeiras. 27 3 BASES TEÓRICAS DO ESTUDO 3.1. CUIDADO NEONATAL E UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL (UTIN) A American Academy of Pediatrics-AAP (2004), propõe a divisão do cuidado neonatal em três níveis: I, II (IIA e IIB) e III. Para cada nível recomenda-se um padrão próprio de cuidado e uma organização diferenciada, de forma a organizar esse tipo de atendimento de forma regionalizada e integrada. Nível I: berçário responsável por prover nível básico de cuidado a recém- nascidos e crianças de baixo risco, realizar manobras de ressuscitação neonatal, estabilizar e cuidar de recém-nascidos a termo fisiologicamente estáveis, assim como, estabilizar crianças com mais de 35 semanas de gestação ou doentes ate que sejam transferidos para níveis especializados de cuidado; Nível II: berçários de cuidado especial capazes de prover cuidados a crianças que estão moderadamente doentes com problemas a serem resolvidos rapidamente. Destinam- se as crianças com mais de 32 semanas de gestação e peso maior que 1500 gramas ao nascimento ou que estão recuperando-se de sérios problemas de saúde previamente tratados em serviços de Nível III. Podem ser classificadas em 2 tipos: IIA e IIB, onde o primeiro não tem capacidade de prover ventilação assistida e o segundo sim; Nível III: Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) é definida como tendo pessoal disponível continuamente (neonatologistas, enfermeiros neonatologistas, fisioterapeutas) e equipamentos de suporte de vida suficientes e, portanto, destinam-se aos recém-nascidos de risco e de alta complexidade como aqueles com mais de 1000gramas e com mais de 28 semanas de gestação. Podem ser divididas em três níveis: IIIA, IIIB e IIIC, onde quanto maior a complexidade e a necessidade de procedimentos invasivos das crianças mais bem aparelhado tecnologicamente será a unidade e mais especializados os profissionais. No nível IIIA realizam-se pequenos procedimentos cirúrgicos como implantação de cateter venoso central, ao passo que, no Nível IIIB, realizam-se cirurgias pediátricas e/ou neonatais, exames especializados e suporte ventilatório e, no Nível IIIC, localizadas em hospitais da criança, referencias regionais, também realizam cirurgias cardíacas e são. Johnson (2008), destaca que os avanços nos cuidados médicos de prematuros e crianças criticamente doentes durante os últimos 20 anos tem resultado em um aumento na ênfase de um desenvolvimento neonatal melhorado, onde, de um lado o cuidado de 28 enfermagem foca-se nas intervenções e, de outro lado, a participação da mãe torna o cuidado mais humano no ambiente neonatal critico. Wright et al (2009), destaca que o cuidado intensivo neonatal é uma área recente na medicina e na Enfermagem e comenta, ainda que a origem da Cochrane Library iniciou-se devido a necessidade dessa área e que, em relação outras áreas ainda necessita de inovação no uso de tecnologias e abordagens mais integrais já que muito desse cuidado tem sido centrado no uso do suporte ventilatório. Devido a situação de doença e ao ambiente excessivamente estimulante da UTIN os pais podem apresentar fortes sinais de estresse alem do que eles tendem a ser ignorados ou, mesmo, ignorados pelo equipe de saúde uma vez que não são efetiva e ativamente incluídos no processo de trabalho (BOARD, 2004). Joseph et al (2007), ao investigarem o nível de estresse de pais com filhos em UTIN e utilizando a escala “The Parent StressScale: Infant Hospitalization”, identificaram que as principais alterações foram nos domínios de “Papel paternal alterado” e “Aparência e comportamento infantil”, ao passo que o domínio intitulado “Sinais e Sons” não foi apontado, denotando que atenção deve ser dispensadas aos pais durante a estadia do filho em UTIN. Wong (1999), assinala que as UTIN são reservadas para os recém-nascidos criticamente doentes e que requerem assistência complexa e especializada pelo fato de apresentarem altas taxas de mortalidade. Gibbins et al. (2008), comentando acerca de uma novo modelo de cuidado ao neonato, denominado Universo do Cuidado Desenvolvimental (The universal of developmental care, em inglês), alerta para o fato de que os profissionais da UTIN devem atentar para o fato de que há uma ligação muito forte entre o meio ambiente externo e o cérebro do RN, e que essa ligação deve ser levado em conta. Souza et al (2004), assinala que as primeiras unidades de terapia intensiva pediátrica (UTIP’s) surgiram na década de 1950, na Escandinávia, em decorrência da epidemia de poliomielite, e chegaram ao Brasil ainda na década de 1970, no Estado de São Paulo. Kamada, Rocha e Barbeira (2003), apontam que ao longo do século XX, os berçários tornaram-se unidades de terapia intensiva pediátrica e neonatais como forma de responder a uma demanda de cuidados críticos e que requisitavam alta complexidade de ações assistenciais de saúde, como a ressuscitação, termorregulação, nutrição parenteral, suporte ventilatório e cirurgias complexas. Tamez e Silva (2006), observam que para um hospital possuir uma UTIN deve ter serviços técnicos e humanos de forma ininterrupta, como, por exemplo, laboratório, serviço 29 social, ecocardiograma, gasometria, banco de sangue alem de equipe multidisciplinar. Comenta, ainda, que os leitos da unidade podem ser divididos em intensivos (pacientes graves e que requerem equipamentos complexos tecnologicamente), semi-intensivos (pacientes estáveis porem que necessitam de monitorização continua), pré-alta (pacientes estáveis que necessitam de observação e de preparação para alta) e isolamento (pacientes com infecção confirmada). Deve-se ter em mente a distribuição espacial dos leitos de forma que se obedeça a distancia mínima de 1,5 metro entre os semi-intensivos e 2 metros entre os intensivos. Há que se ter em mente os cuidados com as recomendações e padronizações específicas com relação ao cuidado com os equipamentos como o piso (áreas restritas ao paciente, áreas semi-restritas e áreas não-restritas), as paredes (áreas restritas ao paciente, áreas semi-restritas e áreas não- restritas), as janelas (de vidro claro, com cortina e de fácil limpeza), visores (localizados pelo unidade e com cortinas laváveis), armários e bancadas de apoio (laváveis e de fórmica), pias e lavabos (inox, com 40cm de profundidade e com torneira com água quente e fria), tomadas (individuais para cada leito, com saídas de 110V e 220V), iluminação (lâmpadas fluorescentes, e interruptores com reguladores de luminosidade), ventilação, temperatura e umidade (sistema de ar condicionado com troca periódica dos filtros), oxigênio, ar comprimido e vácuo central (saídas individuais por leito), material e equipamentos, que incluem material médico-hospitalar, de consumo/escritório, estoque de medicamentos e indumentária (TAMEZ e SILVA, 2006). As autoras salientam que, em relação aos recursos humanos de enfermagem e pessoal auxiliar, deva-se existir um enfermeiro gerencial, um enfermeiro assistência e um auxiliar e/ou técnico de enfermagem em cada turno. Acrescentam, ainda que, na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) deve contar com uma equipe mínima de enfermagem, a saber: um enfermeiro gerente, um enfermeiro assistencial por turno e para cada 10 leitos, técnico de enfermagem (de um a 4 dependendo do tipo de leito, se intensivo, semi-intensivo ou pré-alta). Braithwaite (2008), destaca que os efeitos do estresse e do burnout presentes o cotidiano da enfermeira de UTIN resultam a altos níveis de absenteísmo, baixa moral e fadiga e exaustão mental o que pode repercutir no desempenho profissional. A autora conceitua burnout como sendo uma resposta ao estresse no trabalho resultado de exaustão mental, despersonalização e diminuição do senso de realização. O burnout pode ser prevenido quando há satisfação no trabalho, suporte emocional e autocuidado. Em relação à satisfação no trabalho, a autora destaca ser este um dos mais importantes aspectos na diminuição da rotatividade de enfermeiros nos serviços. 30 Archibald (2006), desenvolveu um trabalho no qual se propôs a entender a satisfação no trabalho de enfermeiras que trabalhavam há 11 anos em UTIN, nos EUA, e descobriu que mesmo após um período de tempo prolongado nesse tipo de unidade, as enfermeiras conseguiam encontrar e identificar situações que as impeliam a continuar trabalhando em UTIN, como, os sentimentos de compensação, espírito de equipe, suporte dos médicos, por exemplo. Woodroffe (2006), alerta para o fato de que os pais de crianças em UTIN vivenciam uma experiência de múltiplas tristezas já que acumulam inúmeras perdas como a perda de semanas da gestação, a perda do sonho do nascimento perfeito, a perda do controle do processo de nascimento, a perda de oportunidade de tocar a criança e, ainda, a possibilidade de perder a oportunidade de não poder amamentar, levando ao desenvolvimento de sentimentos e comportamentos tão complexos e confusos para os pais resultando em uma dificuldade tanto de entender-se como de comunicar-se com o mundo a sua volta. O mesmo salienta, ainda que, esses sentimentos podem ocorrer mesmo sem a morte real da criança e, para contorná-lo, sugere que os enfermeiros coloquem a disposição dos pais uma caixa com objetos da criança, (objetos transitórios) e o aconselhamento. Filho (2003), cita que os profissionais mais presentes em UTIN’s são os enfermeiros, os médicos, auxiliares de enfermagem, fisioterapeuta, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogo, assistentes sociais, psicólogos alem do pessoal de apoio. Moreira et al (2003), destacam que a UTIN, comumente, estressa os pais e os bebês devido o barulho, quantidade excessiva de pessoal e de equipamentos funcionando. Os autores sugerem que, quando possível, aos pais visitem previamente a UTIN como forma de se familiarizarem-se com a dinâmica desse tipo de unidade. Brito e Oliveira (2005), salientam que nos últimos anos os avanços na área obstétrica relativas a gravidez e ao parto somados aos avanços científicos e tecnológicos presentes nas UTIN, tem possibilitado a esses neonatos resistirem em um ambiente para o qual não estão ainda desenvolvidos adequadamente. No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), de forma geral, assegura os direitos da criança resguardando-lhe o exercício de sua cidadania e, de forma específica para a área de saúde, há o artigo 12 que prevê para cada criança hospitalizada a presença de um acompanhante, obrigatoriamente, devendo os estabelecimentos de saúde promoverem condições para a efetivação desse direito. Além do ECA a Carta da Criança Hospitalizada – formulada na Europa - e a Resolução 41/95, brasileira, focam-se especificamente nos direitos 31 da criança hospitalizada reforçando a importância do acompanhamento por adultos, preferencialmente os pais e/ou responsáveis legais (Gomes, Caetano e Jorge, 2008). 3.2 PROCESSO DE CUIDADO DO ENFERMEIRO EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL Kimura, Bueno e Belli (2009), citam cuidados do enfermeiroao RN de risco o manejo e uso da incubadora e berço aquecido, com a pele, higiene, sondas, nutrição, fototerapia, exsangüineotransfusão, suporte respiratório, cuidados transoperatórios, com dispositivos intravasculares periféricos e centrais, a administração de medicamentos e com o balanço hídrico dos RN’s.Para Tomez e Silva (2006), apontam como cuidados de enfermagem em UTIN a ressuscitação neonatal, a admissão do RN de risco à unidade, cuidados especiais com a pele do RN, durante o transporte inter-hospitalar, o controle térmico, a administração de medicamentos, o controle da dor e da sedução, executar o cuidado centrado na família, atuar frente a perda neonatal, manejar o impacto do ambiente da UTIN sobre o desenvolvimento neonatal, executar os cuidados no período transoperatório, distúrbios respiratórios, cardíacos, neurológicos, hidroeletrolíticos e metabólicos, gastrointestinais e hematológicos, alem de, atuar nas ações da nutrição enteral e parenteral, na prevenção da infecção neonatal e na promoção do aleitamento materno. Filho (2003), salienta como papéis preponderantes da enfermeira na UTIN as funções administrativo-burocráticas e mais voltadas a organização da unidade em si alem da participação e execução de procedimentos mais invasivos e de maior complexidade técnico- cientifica. Em relação às atividades administrativas do enfermeiro gerente da UTIN caberia participar da equipe de planejamento e implantação da UTIN, coordenar e supervisionar a equipe de enfermagem, programar e avaliar o desenvolvimento das atividades de enfermagem, elaborar a escala mensal e de férias, controlar a assiduidade, pontualidade e disciplina da equipe de enfermagem, distribuir a equipe de enfermagem quanti e qualitativamente, presidir reuniões periódicas com a equipe de enfermagem, desenvolver e coordenar atividades de pesquisa, participar das reuniões periódicas da equipe médica, manter comunicação com os demais departamentos e setores do hospital através de reuniões periódicas, manter o estoque de material e equipamentos atualizados, supervisionar o emprego e funcionamento adequado do material e equipamentos, supervisionar a limpeza e ordem do setor, participar da passagem de plantão da equipe de enfermagem, bem como participar das 32 visitas medicas, participar do planejamento da lata do paciente juntamente com a equipe médica e equipe de enfermagem, providenciando o treinamento, material e equipamentos necessários para o cuidado domiciliar após a alta, colaborar na supervisão do lactário, organizar e administrar o treinamento e educação continuada da equipe de enfermagem e, por fim, cumprir e fazer cumprir o regulamento do hospital, o regimento do departamento de enfermagem, regulamentos, rotinas e procedimentos da UTIN (TAMEZ e SILVA, 2006). Em relação ao enfermeiro assistencial, suas atribuições constariam de distribuir as tarefas diárias da equipe, receber o plantão juntamente com a equipe, tomar conhecimento das ocorrências como o estado geral dos pacientes, exames laboratoriais e radiológicos (realizados e por realizar), cuidados específicos, medicações, nutrição, sinais vitais, participação dos pais, alem de, planejar e prescrever os cuidados de enfermagem para os pacientes, colaborar com a equipe de atendimento dos pacientes mais graves, supervisionar e coordenar a transferência dentro da unidade, supervisionar os funcionários na assistência de enfermagem, preparar e administrar fluídos e medicamentos, supervisionar a instalação de equipamentos como ventiladores mecânicos, colaborar com a equipe de enfermagem e médica em procedimentos complexos, coordenar a equipe de enfermagem, colocar os horários nas prescrições médicas, proceder a cateterização oro ou nasogástrica e vesical, quando necessário, assim como, assistir a equipe de enfermagens na execução da aspiração do tubo endotraqueal e das vias aéreas superiores, executar punções venosas, colaborar com a enfermeira gerente e com a diretoria do setor e do hospital, manter comunicação aberta com os pais, participar dos transportes intra-hospitalares, participar no atendimento ao RN nos partos de alto risco, manter controle rigoroso dos entorpecentes e narcóticos ao receber e passar o plantão, cumprir e fazer cumprir as normas da instituição e manter bom relacionamento com os demais setores do hospital. Quanto aos auxiliares e/ou técnicos de enfermagem da UTIN, competem-lhes receber e passar o plantão segundo roteiro tipo “cardex”, executar os cuidados gerais de enfermagem, como higiene e alimentação, fazer anotações de enfermagem relativas ao estado e alterações dos pacientes, incluindo sinais vitais e controle hídrico, por exemplo, alem de comunicar alterações à enfermeira de plantão, administrar e checar os medicamentos e tratamentos prescritos segundo a rotina, controlar os cateteres, drenos e tubos, prestar cuidados ao paciente intubado, auxiliar na aspiração do tubo endotraqueal e das vias aéreas superiores, assistir a equipe medica, quando necessário, acompanhar pacientes em transportes e transferências, envolver os pais no cuidado ao paciente, colaborar na manutenção da ordem, disciplina e limpeza da unidade, fazer o controle do estoque individual do paciente e proceder a cobrança do material utilizado, cumprir o regulamento e normas do hospital. 33 4 MATERIAL E MÉTODOS 4. 1. Tipo de Estudo Tratou-se de um estudo descritivo de abordagem quantitativa com a intenção de identificar e analisar os elementos qualificadores do processo de cuidado do enfermeiro em UTIN. O estudo descritivo tem como objetivo observar, descrever e documentar os aspectos de uma situação, assim como, exploram as distribuições de doenças e características de saúde em uma população (POLIT, BECK e HUNGLER, 2004; HULLEY et al, 2006). A abordagem quantitativa tem como características gerais descrever significados que são considerados como inerentes aos objetos e atos, por isso é definida como objetiva, possui abordagem focalizada e pontual e estruturada, utilizando-se de dados quantitativos. Nesse tipo de abordagem, a coleta de dados quantitativos se realiza através da obtenção de respostas estruturadas e as técnicas de análise são dedutivas (isto é, partem do geral para o particular) gerando, assim, resultados generalizáveis população (POLIT, BECK e HUNGLER, 2004; HULLEY et al, 2006). 4. 2. Local do Estudo O estudo realizou-se na Unidade Neonatal do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), hospital público estadual de referência no âmbito terciário situado em Fortaleza (Ceará). Por tratar-se de um hospital de alta complexidade, conta com unidade neonatal, além de diversas especialidades como, clínica médica e cirúrgica (adulta, pediátrica), emergência, ginecologia e obstetrícia, neurologia (adulta e pediátrica), unidade de nefrologia, unidades de transplante renal e hepático, unidade de acidente vascular cerebral, dentre outras clínicas especializadas. Trata-se de unidade hospitalar de ensino, credenciada pela Portaria interministerial (Ministério da Saúde e Ministério da Educação), portanto, atuando como campo de ensino para universidades públicas e privadas, desenvolvimento de pesquisas de graduação e pós- graduação latu sensu (especialização e residência) e strictu sensu (mestrado e doutorado) nas diferentes profissões de saúde, administração e outras áreas afins. Recebe verbas federais e estaduais, conta com profissionais da saúde em todas as áreas com vínculo e sem vínculo empregatício, estas assumem o serviço na modalidade de serviços prestados e por cooperativas. O hospital conta com outros programas e serviços de suporte como a Comissão de Curativos e Tratamento de Feridas, que avalia, especificamente, os pacientes com feridas ambulatoro, assim como nas unidades, caso haja solicitação da equipe. Por sua vez, o 34 Programa de Assistência Domiciliar (PAD) realiza acompanhamento de pacientes egressos do hospital em domicílio, onde atualmente, são acompanhados pelo PAD do HGF 36 pacientes, dos quais, a maioria tem seqüelas de Acidente Vascular Encefálico (AVE) ou outras doenças neurológicas, tem câncer ou complicações de diabetes. Por sua vez, a Comissão de Prevençãoaos Maus Tratos contra a Criança e Adolescente e, ainda, Comissão Multidisciplinar de Terapia Nutricional, que padroniza as ações de Terapia Nutricional Enteral e Parenteral. A Unidade Neonatal dispõe, atualmente, de 32 leitos divididos em unidades de médio e alto risco (UTIN), com 16 leitos, cada. Contudo, a previsão, para os próximos anos, deverão estar em funcionamento 44 leitos. Na Unidade de Médio Risco admitem-se RN’s estáveis, sem uso de fototerapia, porém utilizando oxigenioterapia, sob monitoramente de exames laboratoriais. A segunda destina-se a RN’s gravemente enfermos, em uso de pressão positiva continua em vias aéreas, ventilação mecânica, dentre outros procedimentos de alta complexidade. Em relação à estrutura física, a UTIN conta com ambiente climatizado, iluminação por luzes fluorescentes, com vidraças, cortinas impermeáveis, sistema de tubulação de gases nobres (oxigênio, ar comprimido), respiradores, Oxi-Hood, oxímetros de pulso, monitores cardíacos, umidificadores, aquecedores, incubadoras, berços aquecidos, carro de medicamentos, carro de urgência e balanças. Quanto ao fluxo de pacientes, priorizam-se os bebês oriundos do Centro Obstétrico do próprio serviço, muito embora, RN´s de outras instituições possam ser admitidos, de acordo com a necessidade e avaliação prévia da equipe médica e de enfermagem . Em relação ao fluxo de parentes, não há restrição quanto ao horário de visitas aos pais, pois seguem as orientações do Estatuto da Criança e do Adolescente-ECA, em seu artigo 12, que admite e resguarda o direito do acompanhante quando da hospitalização da criança (BRASIL, 1991), ao passo que, as visita de avós ou outros parentes são permitidas em horários pré-estabelecidos. Os pais contam, ainda, com uma sala de espera onde desenvolvem trabalhos manuais, sob orientação de uma Terapeuta Ocupacional. Também é disponibilizada uma sala de amamentação onde ocorrem ações de apoio e orientação e ordenha do leite materno, quando necessário. Na Unidade Neonatal existe um total de 50 enfermeiras, sendo 22 vinculadas à Secretaria Estadual de Saúde (SESA), 27 vinculadas à Cooperativa de Enfermagem (COOPEN) e uma vinculada ao Ministério da Saúde, que atua de forma ininterrupta nas 24 horas e desenvolvem seu processo de trabalho pautado na Sistematização da Assistência de 35 Enfermagem (SAE). Além destes, existe a equipe de técnicos (auxiliares e técnicos de enfermagem), além de outros trabalhadores de apoio ao serviço de enfermagem. As enfermeiras distribuem-se em cada turno de trabalho de forma a permanecer, em média, duas enfermeiras na unidade de médio risco e três enfermeiras na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). 4. 3. Período de Coleta de Dados A coleta de dados realizou-se no período de maio a julho de 2010, durante 56 dias, totalizando 56 turnos (28 no horário da manhã, 28 no horário da tarde), perfazendo 392 horas de observação. Freqüentou-se a unidade para a coleta de informações nos turnos da manhã e tarde de forma a registrar adequadamente as atividades desempenhadas pelas enfermeiras. 4.4. População/amostra Considerou-se como população todos os enfermeiros atuantes na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), do Hospital Geral de Fortaleza (HGF) que, atualmente, perfaz um total de 41 enfermeiras. Como critérios de inclusão definiram-se: enfermeiras lotadas na unidade e que desenvolviam atividades de cuidado aos RNs e família (ou seja, enfermeiras assistenciais) atuando no referido hospital há, pelo menos, seis meses, por julgar-se um período de adaptação à dinâmica do cuidado do RN, às rotinas e normas da unidade. Como critérios de exclusão, utilizou-se: enfermeiras que atuavam como gerentes da unidade ou cedidas para outros setores do hospital, embora lotadas na unidade neonatal. De certo modo, este período demonstrou as experiências de cada sujeito no desenvolvimento de seu processo de trabalho. As enfermeiras iniciam suas atividades na unidade, após período de capacitação teórico-prática de 360 horas, distribuídos em três meses, onde 320 horas realizam-se na própria unidade, sob supervisão das enfermeiras e as demais 40 horas são destinadas a um curso teórico, no qual se abordam temas relativos ao cuidado intensivo neonatal. Assim, compuseram a amostra, 12 enfermeiras que atenderam aos critérios pré- estabelecidos presentes na unidade no período da coleta, excluindo-se naturalmente, aquelas que estiverem de férias ou licença no período de coleta de dados. 4. 5. Coleta de dados Na coleta de dados utilizou-se a técnica da observação sistemática utilizando um roteiro para check-list, elaborado Costa e Shimizu (2005), sobre as atividades dos 36 enfermeiros, as quais estão divididas em: assistenciais, administrativas, educativas e relativas ao sistema de informação (APÊNDICE A). Ao utilizar esse instrumento, o mesmo foi reorganizado de forma a conter apenas três tipos de atividades: assistenciais, administrativas e educativas, sendo, assim excluído o item sobre sistema de informação, enquanto, as atividades deste item foram incorporadas a um dos elementos qualificadores do processo de cuidado conforme sua pertinência. Cada observação ocorreu em um turno de trabalho da enfermeira, que, na unidade, equivale a 7 horas. Os instrumentos de check-list (ou lista de checagem) caracterizam-se por serem elaboradas antecipadamente de forma a permitir ao pesquisador registrar dados da realidade, sob o prisma do observador, de forma sistemática, onde as ações à medida que elas se processam (HULLEY et al, 2003). A observação sistemática ou estruturada caracteriza-se pela “especificidade de comportamentos selecionados para a observação, a organização previa de formulários e aos tipos de atividades em que o observador se engaja”. O questionário e um instrumento que se adéqua à intenção do pesquisador, o qual, sabe, previamente, quais informações desejam ser conhecidas e, com isso podem estruturar antecipadamente as questões a serem indagadas e que serão respondidas pelos próprios entrevistados por escrito e, devolvidos pessoalmente ou via correio tanto por escrito quanto por meio eletrônico (POLIT, BECK e HUNGLER, 2004). Ao final da observação sistemática, como complemento das informações, aplicou-se um questionário estruturado às enfermeiras, composto por dados relativos à caracterização das profissionais e, ainda, a relação das atividades, porém sem a identificação da qualificação do processo de cuidado (assistenciais, administrativas e educativas), objetivando não induzir as respostas. No questionário, constavam opções a serem assinaladas relativas à freqüência de cada atividade e, em parênteses, uma legenda exemplificando-a, de forma a tornar evidente a cada enfermeira o parâmetro adotado, nessa pesquisa, de cada um dos conceitos. Assim a opção “freqüência alta” continha a descrição de “realizo todos os dias várias vezes”; “freqüência moderada” equivaleria a “realizo, mas não todos os dias”, “freqüência baixa” seria “realizo poucas vezes durante a semana” e, ainda, a opção “não realizo”. 4. 6. Análise dos Dados Para análise dos dados do perfil profissional das enfermeiras utilizou-se o programa EPI-INFO para calcular a distribuição das freqüências mensuradas em valores relativos e absolutos. Os valores absolutos foram expressos pela sigla “f”, referente à freqüência das 37 atividades (tanto na observação direta quanto nos dados relativos ao relato das enfermeiras provenientes do questionário). Utilizou-se ainda a sigla “I” para representar a porcentagem de cada atividade observada em relação à sua própria categoria - como, por exemplo, o quanto representou a atividade de “lavagem das mãos” dentro das atividades assistenciais. A sigla “E” representou a proporção de cada atividade em relação à todas as atividades registradas, isto é, assistenciais, administrativase educativas. Os dados da observação sistemática e os dados do relato das enfermeiras sobre suas atividades na UTIN foram organizados e apresentados em percentuais. 4. 7. Aspectos Éticos Inicialmente, o projeto de pesquisa foi encaminhado ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), e recebeu parecer de aprovação com protocolo nº 110308/10. Também houve anuência formal da chefia de enfermagem da unidade neonatal antes de iniciar a coleta de dados. Após a autorização para realizar a pesquisa, apresentou-se aos enfermeiros, individualmente, a síntese do projeto constando o objeto a ser pesquisado, os objetivos, forma de participação e apresentação do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Uma vez, ocorrendo a explicação sobre o estudo, retirou-se as duvidas das enfermeiras e em seguida houve a concordância em participar do estudo com a assinatura do TCLE. Portanto, houve a anuência em participar da pesquisa por parte de todas e somente depois deste ato realizou-se a observação sistemática e a entrega dos questionários às enfermeiras. Desse modo, o projeto respeitou em todas as suas etapas as recomendações e os princípios da beneficência, autonomia, não maleficência, justiça e equidade, constantes na Resolução 196/96, do Conselho Nacional de Saúde, que versa sobre os aspectos éticos de pesquisa envolvendo seres humanos (BRASIL, 1996). 38 5. RESULTADOS 5. 1. Características dos Profissionais - Enfermeiras da UTI Neonatal Dos dados levantados sobre as características das enfermeiras participantes da pesquisa observou-se que todas são mulheres. Em relação à idade, tem-se, na Tabela 1, a variação entre 23 a 53 anos, com média de 35,25 anos. Tabela 1. Idade das enfermeiras de uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Fortaleza, 2010. Idade Freqüência Porcentagem 23-27 3 25,00 28-32 3 25,00 33-37 --- --- 38-42 3 25,00 43-47 1 8,4* 48-52 1 8,3 53-54 1 8,3 Total 12 100,0% Média: 35,25 anos Desvio-padrão: 9,56 anos Variação de idade: 23 a 53 anos Em relação ao tempo de formação das enfermeiras, pode-se observar, na Tabela 2, que variou entre menos de um ano a 28 anos, com média de 10,92 anos, porém, há períodos extremos, já que, existe uma enfermeira formada há menos de um ano e outra formada há 28 anos. Tabela 2. Tempo de formação de enfermeiras de Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Fortaleza, 2010. (em anos). Tempo de Formação Freqüência Porcentagem 0 1 8,3% 2 2 16,7% 5 1 8,3% 6 2 16,7% 13 1 8,3% 14 1 8,3% 15 1 8,3% 18 1 8,3% 22 1 8,3% 28 1 8,3% Total 12 100,0% 39 Em relação à titulação, identificou-se que a maioria das enfermeiras (91,7%) possuía pós-graduação lato sensu, ou seja, especialização e apenas uma (8,3%) possuía apenas a graduação, conforme observado na Tabela 3. Tabela 3. Titulação de enfermeiras de Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Fortaleza, 2010. Titulação Freqüência Porcentagem Especialização 11 91,7% Graduação 1 8,3% Total 12 100,0% Na Tabela 4, observa-se que as especializações mais procuradas foram a de Enfermagem em Neonatologia (25%) e, em seguida, Administração Hospitalar e Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, ambas com 16,7%. Tabela 4. Tipo de Especialização de enfermeiras de Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Fortaleza, 2010. Especialização Freqüência Porcentagem Administração Hospitalar 2 16,7% Enfermagem em Neonatologia 3 25,0% Enfermagem Pediátrica e Neonatal 1 8,3% Gestão em Serviços e Sistemas de Saúde e Neonatologia 1 8,3% Materno-Infantil 1 8,3% Médico-Cirúrgico 1 8,3% Nenhuma 1 8,3% UTI Neonatal 2 16,7% Total 12 100,0% No tocante ao tempo de atuação em ambiente hospitalar e enfermagem neonatal, observou-se variação entre menos de um ano a 22 anos, com média de 9,67 anos, conforme observado na Tabela 5. Tabela 5. Tempo de atuação de enfermeiras em ambiente hospitalar e enfermagem neonatal. Fortaleza, 2010. Tempo de atuação em ambiente hospitalar Freqüência Porcentagem 0-10 6 50 11-22 6 50 Tempo de atuação em Enfermagem em Neonatologia Freqüência Porcentagem 0-10 7 58,33 11-22 5 41,67* Total 12 100,0% 40 No tocante a atuação em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, houve variedades tempo de atuação, uma vez que, duas enfermeiras trabalham na área há menos de um ano e uma enfermeira referiu trabalhar na área entre 17 a 20 anos, conforme visto na Tabela 6. Tabela 6. Tempo de atuação de enfermeiras de Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Fortaleza, 2010. Tempo de atuação em UTI Neonatal Freqüência Porcentagem 6 meses a 1 ano 2 16,7% 2 a 5 anos 4 33,3% 6 a 10 anos 2 16,7% 11 a 16 anos 3 25,0% 17 a 20 anos 1 8,3% Total 12 100,0% Em relação à qualificação para inserção do Cateter Central de Inserção Periférica (PICC), tem-se que sete a possuíam (58,3%) e cinco não (41,7%), conforme visualizado na Tabela 7. Tabela 7. Qualificação em Cateter Central de Inserção Periférica (PICC) entre enfermeiras de Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Fortaleza, 2010. Qualificação em Cateter Central de Inserção Periférica Freqüência Porcentagem Não 7 58,3% Sim 5 41,7% Total 12 100,0% Em relação à participação em eventos científicos, identificou-se que há pouca participação das enfermeiras em eventos voltados aos profissionais da área de Saúde como um todo, da Enfermagem e da Enfermagem Neonatal, conforme observado na Tabela 8. Tabela 8. Distribuição das enfermeiras quanto à participação em eventos científicos sobre Neonatologia. Fortaleza, 2010. Eventos Área de Saúde % Enfermagem % Enfermagem Neonatal % Sim 9 75,00 1 8,33 2 16,70 Não 3 25,00 11 91,67 10 83,33 Total 12 41 5. 2 Análise dos elementos qualificadores do processo de cuidado da enfermeira em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) Para proceder à análise sobre as atividades desenvolvidas por enfermeiras em uma UTIN, de um hospital público estadual do Ceará, os dados foram dispostos em tabelas de forma a facilitar a visualização e a comparação entre eles. Conforme observado na Figura 1, das 1323 atividades observadas (100%), 45,05% equivaleram às atividades assistenciais, 39,99% às administrativas e 14,97% às atividades de educação. Figura 1. Distribuição das atividades realizadas pelas enfermeiras em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) de um hospital público estadual do Ceará. Fortaleza-CE, 2010. Observando a Tabela 9, das 596 atividades assistenciais identificadas (100%), a mais recorrente foi a lavagem das mãos antes e após a realização de procedimentos (RCI), representando 29,53%, do total das atividades identificadas, seguida da execução de cuidados respiratórios (ECR), equivalendo a 16,77%, da coleta de material para exames (RCE), que representou 12,24% do total, dos cuidados físico-corporais, como mudança de decúbito e higiene corporal do bebê (CAF) representando 7,55% das atividades e, por fim, de atividades de cuidado cutâneo e de fâneros (RCF) correspondendo a 6,04% das atividades assistenciais desenvolvidas. 42 Tabela 9 Freqüência das atividades assistenciais desempenhadas pelas enfermeiras assistenciais na UTI Neonatal (UTIN) de um hospital público estadual do Ceará. Fortaleza- CE, 2010. Atividades Assistenciais Diurno f I E RCI Realiza lavagem das mãos antes e após a realização de procedimentos 176 29,53 13,30 ECR Executa cuidados respiratórios 100 16,77 7,55 RCE Realiza coleta de material para exames 73 12,24 5,51 CAF Realiza cuidados físico-corporais (decúbito higiene) 45 7,55 3,40 RDF Realiza cuidado cutâneo e de fâneros 36 6,04 2,74 AMF Administra medicamentos e fluidos 21 3,52 1,58 RIC Realiza ou auxilia na inserção de PICC 17 2,85 1,28 CAE Realiza cuidado afetivo à criança e familiares
Compartilhar