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enfermagem na UTI e seus cuidados

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0 
 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ 
 
JOSEPH DIMAS DE OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE DOS ELEMENTOS QUALIFICADORES DO PROCESSO DE CUIDADO 
DA ENFERMEIRA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORTALEZA-CE 
2011 
1 
 
JOSEPH DIMAS DE OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE DOS ELEMENTOS QUALIFICADORES DO PROCESSO DE CUIDADO 
DA ENFERMEIRA EM UNIDADE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL 
 
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado 
Acadêmico em Cuidados Clínicos em Saúde 
(CMACCLIS), com área de concentração em 
Cuidados Clínicos em Enfermagem do Centro de 
Ciências da Saúde, da Universidade Estadual do 
Ceara (UECE), como requisito parcial para a 
obtenção do grau de Mestre. 
 
Linha de Pesquisa: Processo de cuidar em saúde e 
enfermagem. 
 
Área Temática: Produção de tecnologia de cuidados 
em enfermagem na saúde da criança e adolescente 
 
Orientação: Profª. Drª. Maria Veraci Oliveira 
Queiroz 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORTALEZA 
2011 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação 
Universidade Estadual do Ceará 
Biblioteca Central Prof. Antônio Martins Filho 
 
 
 
 
 
O48a Oliveira, Joseph Dimas de 
Análise dos elementos qualificadores do processo de cuidado da 
enfermeira em unidade de terapia intensiva neonatal / Joseph Dimas de 
Oliveira. – 2011. 
83 f. : il. color., enc. ; 30 cm. 
 
Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual do Ceará, Centro 
de Ciências da Saúde, Curso de Mestrado Acadêmico em Cuidados 
Clínicos em Saúde, Fortaleza, 2011. 
Área de Concentração: Cuidados Clínicos em Enfermagem. 
Orientação: Profa. Dra. Maria Veraci Oliveira Queiroz. 
 
1. Enfermagem neonatal. 2. Profissional de enfermagem. 3. 
Cuidados de enfermagem. 4. Criança hospitalizada. I. Título. 
 
CDD: 610.7362 
3 
 
JOSEPH DIMAS DE OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
ANÁLISE DOS ELEMENTOS QUALIFICADORES DO PROCESSO DE CUIDADO 
DA ENFERMEIRA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL 
 
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado 
Acadêmico em Cuidados Clínicos em Saúde 
(CMACCLIS), da Universidade Estadual do Ceará 
(UECE), como requisito parcial para a obtenção do 
grau de Mestre em Cuidados Clínicos em Saúde 
(Enfermagem) 
 
 
Aprovada em ____/____/____. 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
____________________________________________________ 
Profª. Drª. Maria Veraci Oliveira Queiroz (Orientadora) 
Universidade Estadual do Ceará-UECE 
 
 
____________________________________________________ 
Profª. Drª. Ivone Evangelista Cabral 
Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN) 
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) 
 
 
__________________________________________________ 
Profª. Drª. Thereza Maria Magalhães Moreira 
Universidade Estadual do Ceará-UECE 
 
 
__________________________________________________ 
Profª. Drª. Ilvana Lima Verde Gomes 
Universidade Estadual do Ceará-UFC 
 
 
 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho: 
 
Aos meus pais pelo apoio, incentivo, compreensão, 
confiança e cumplicidade; 
 
Aos meus amigos, por serem, realmente, a outra 
família que escolhi; 
 
Às enfermeiras da UTIN, pela confiança e 
disponibilidade que tornaram possível a 
concretização desse estudo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
PROGRAMA DE COOPERAÇÃO ACADÊMICA (PROCAD) 
 
O Programa Nacional de Cooperação Acadêmica – Ação Novas Fronteiras da Capes (Procad-
NF), promovido pelo Ministério da Educação (MEC), tem por objetivo apoiar projetos 
conjuntos de ensino e pesquisa, em instituições distintas, que estimulem a formação pós-
graduada, a mobilidade docente e discente e a fixação de pesquisadores doutores nas Regiões 
Norte, Nordeste e Centro-Oeste. O PROCAD oficializa a parceria entre duas instituições 
com programas de mestrado e/ou doutorado, onde um programa de pós-graduação já 
consolidado, nacionalmente, auxilia outro no processo de fortalecimento, consolidação e 
aprimoramento. 
O Curso de Mestrado em Enfermagem da Universidade Estadual do Ceará (UECE), após 
submeter projeto de cooperação, junto ao MEC, em 2008, teve sua proposta aprovada e, desde 
então, mantém parceria com a Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN), da Universidade 
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). 
O acordo prevê o intercâmbio (mestrado-sanduíche) de um aluno de cada turma do mestrado 
da UECE na EEAN/UFRJ, a cada ano, onde recebe orientação de docente dessa escola, 
participa dos eventos promovidos pela escola e demais faculdades e programas de pós-
graduação do Rio de Janeiro, cumpre disciplinas, participa de grupos de pesquisa e, no caso 
específico da EEAN, das reuniões dos Núcleos de Pesquisa e recebe orientações para a 
construção de artigo, fruto da dissertação, a ser submetido em periódico científico. 
Assim, o PROCAD reforça o a troca de experiências entre docente-discente, os discentes das 
duas instituições e os programas de pós-graduação, promovendo o amadurecimento pessoal e 
profissional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
À Coordenação do Mestrado Acadêmico em Cuidados Clínicos em Saúde com área de 
concentração em Cuidados Clínicos em Enfermagem, da Universidade Estadual do Ceará 
(UECE), pelo acolhimento, receptividade, ensinamentos e por contribuir, significativamente, 
para o meu amadurecimento enquanto pessoa e profissional; 
 
À Profª. Drª. Maria Veraci de Oliveira Queiroz pelas orientações, pela disponibilidade, pela 
paciência, pela compreensão, por ser uma pessoa acessível, o que contribuiu, sobremaneira, 
para a construção de uma relação de confiança e respeito; 
 
Às Prof
as
. Dr
as
. Thereza Maria Magalhães Moreira e Maria Vera pelas contribuições durante o 
exame de qualificação que foram primordiais para a melhora do nosso estudo; 
 
À Profª. Drª. Ivone Evangelista Cabral pela consideração, atenção e disponibilidade em me 
receber no seu grupo de pesquisa, na Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN), da 
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), além de ter contribuído na construção desse 
estudo de forma primordial; 
 
Às demais professoras e professores do Curso de Mestrado Acadêmico em Cuidados Clínicos 
em Saúde, da Universidade Estadual do Ceará, por me tornar um enfermeiro mais consciente 
dos rumos da minha profissão e do lugar que posso ocupar, a partir de agora, na construção de 
futuro cada vez mais ético, promissor e inovador para nossa categoria; 
 
Às Prof
as
. Dr
as
. Elisa da Conceição Rodrigues e Isabel Cristina dos Santos Oliveira, do Núcleo 
de Pesquisa de Enfermagem em Saúde da Criança (NUPESC), da EEAN/UFRJ, pelas 
contribuições diretas e indiretas ao meu estudo recebidas durante as reuniões do período do 
intercâmbio; 
 
Às Prof
as
. Dr
as
 Consuelo Helena Aires de Freitas (UECE) e Márcia Lisboa (UFRJ), pela 
disponibilidade, orientações e presteza durante todo o período do intercâmbio; 
 
7 
 
Aos colegas de turma no Mestrado de Cuidados Clínicos em Saúde, pelo companheirismo, 
respeito, amizade, troca de experiências e opiniões, pelo suporte durante o mestrado, 
tornando-o um período de aprendizado dentro e fora da sala de aula, particularmente aos/às 
colegas Ana Paula Dias, Gemma Galgani, Emiliana Bezerra, Alcivan e Rachel Franklin. 
Tenho por todos/as profundo respeito e admiração e sinto que as suas conquistas também 
serão as minhas; 
 
A meu amigo Glauberto da Silva Quirino pela amizade, apoio, companheirismo, 
disponibilidade, paciência e orientações e ajuda sobre programas de organização dos dados; 
 
À minha amiga Alda Venúsia Alves de Oliveira que sempre esteve por perto acompanhando, 
estimulando e dando suporte, como fazem, sempre, os bons e verdadeiros amigos; 
 
Às grandes amigas Álissan Karine Lima Martins e Adriana Nogueira que me acolheram tão 
prestativamente em Fortaleza, proporcionandonão apenas um local pra morar, mas também 
um local agradável de se viver, estudar e compartilhar momentos especiais; 
 
Aos meus colegas do NUPESC, da EEAN/UFRJ, particularmente, Dani, Suzy, Fernando, 
Liliane e Bruna (mestranda da UNIRIO), por me acolherem tão prontamente no seu círculo 
prévio de amizade, de forma que construímos um vínculo, do qual já sinto muita falta, embora 
saiba que é para a vida toda; 
 
À Chefia de Enfermagem da Unidade Neonatal por terem me recebido, tão gentilmente, no 
seu local de trabalho e facilitado, de todas as formas meu processo de coleta de dados; 
 
Às secretarias Luciana E celma, e ao secretário Leandro, do CMACCLIS, pela disposição em 
ajudar nos trâmites do mestrado e da universidade; 
 
À Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e a Pesquisa (FUNCAP) pelo 
apoio financeiro. 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Vejo a estrela curiosa que me espia 
Ninguém brilha como ela 
Pela fresta da janela 
Visto assim, o céu 
Não é azul nem pleno 
 
A gente pode ser um mundo inteiro 
A gente pode ser alguém por um dia 
A gente pode ser mais forte 
Que a tristeza e a alegria 
 
A gente pode ser ...” 
 
“Aquilo que precisa”/Olivia 
 
 
9 
 
RESUMO 
 
A enfermagem tem se preocupado em delimitar seu campo específico de conhecimento e, 
conseqüentemente, de atuação, como forma de construir sua maneira particular de cuidado, a 
partir de um corpo de conhecimento distinto na área de saúde. Objetivou-se descrever o 
processo de cuidado do enfermeiro em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). 
Estudo descritivo, de abordagem quantitativa baseada na aplicação de um formulário tipo 
check list adaptado e na aplicação de um questionário junto a doze enfermeiras de uma UTIN 
em um hospital público estadual do Ceará, durante 392 horas de observação sistemática. Em 
relação à caracterização das enfermeiras observou-se que as doze enfermeiras pesquisadas 
eram do sexo feminino (100%), com média de idade de 35,25 anos, tempo médio de formação 
de 10,92 anos, 11 possuíam titulo de pós-graduação lato sensu, em nível de especialização 
(91,7%), predominantemente em Enfermagem em Neonatologia (25%) e Administração 
Hospitalar (16,7%), média de atuação em ambiente hospitalar de 9,67 anos, atuantes em 
Enfermagem em Neonatologia há, em média, 9,17 anos, sete (58,3%) não possuíam 
qualificação para a Inserção do Cateter Central de Inserção Periférica (CCIP) e, verificou-se, 
ainda, baixa participação em eventos científicos da área, nos últimos 12 meses. Quanto a 
distribuição da freqüência de atividades realizadas na UTIN, segundo o relato das 
enfermeiras, observou-se que as atividades assistenciais receberam escores maiores do que as 
atividades administrativas e de educação. Os dados da observação sistemática evidenciaram 
um total de 1323 atividades (100%), das quais 596 assistenciais (45,05%), 529 
administrativas (39,99%) e 198 educativas (14,97%). O processo de trabalho das enfermeiras 
foca-se nas atividades assistenciais e, principalmente, em torno de cuidados relativos à 
manutenção e monitoramento das funções corporais dos recém-nascidos. As atividades 
educativas estavam presentes, porém, em menor proporção, desfavorecendo o papel da 
enfermeira como educadora em ambiente intensivo neonatal. Acredita-se que a reorganização 
do processo de cuidar do enfermeiro em UTIN contemplando atividades assistenciais, 
(re)distribuindo ações administrativas ou que não são de sua competência para outros 
profissionais, poder-se-ia abrir espaços para o envolvimento do enfermeiro em atividades 
educativas, que favorecem o cuidado clínico e interdisciplinar. 
Descritores: Enfermagem neonatal. Papel do profissional de enfermagem. Cuidados de 
enfermagem. Criança hospitalizada. 
 
 
 
 
10 
 
ABSTRACT 
 
Nursing has been concerned in defining their specific field of knowledge and, consequently, 
of action in order to build its own private way of care, based on a distinct body of knowledge 
in the health area. The objective was to describe the process of nursing care in NICU. 
Descriptive study of quantitative approach based on the application of an adapted check list 
form and a questionnaire to 12 nurses in a NICU in a public state hospital of Ceará during 392 
hours of systematic observation. Regarding the nurses' characterization it was observed that 
the 12 nurses surveyed were female (100%) with mean age of 35.25 years, mean 10.92 years 
of education, 11 had lato sensu post-graduate title, at the level of specialization (91.7%), 
mainly in Neonatal Nursing (25%) and Hospital Administration (16.7%), average 
performance in the hospital was 9.67 years, working in Neonatal Nursing in an average of 
9.17 years, seven (58.3%) didn't had qualification for the Insertion of Peripherally Inserted 
Central Catheter (PICC), and it was also verified low participation in scientific events in the 
area in last 12 months. As the data concerning the questionnaire, which means the distribution 
of frequency of activities in NICU, according to nurses' report, it was observed that the 
assistance activities received higher scores than the administrative and education activities. 
The data of systematic observations showed that a total of 1,323 activities (100%), of which 
596 care (45.05%), 529 administrative (39.99%) and 198 educational (14.97%). Data revealed 
that the process of nursing work has focused on assistance activities, and especially around 
care related to the maintenance and monitoring of body functions of newborns, once the 
educational activities were present but in a smaller proportion disadvantaging the nurse's role 
as educator in neonatal intensive environment. It is believed that the reorganization of nursing 
care process in NICU care including activities, (re) distributing actions administrative or not 
of their competence to other professionals, could open spaces for the involvement of nurses in 
educational activities that encourage integral and interdisciplinary care. 
Keywords: Neonatal Nursing. Nurse's Role. Nursing Care. Child, Hospitalized. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
RESUMEN 
 
La enfermería se ha referido a la definición de su campo específico de conocimiento y, en 
consecuencia, de actuación como forma de construir su manera privada de atención, a partir 
de un cuerpo distinto en el área de salud. El objetivo fue describir el proceso de atención de 
enfermería en la UTIN. Estudio descriptivo, de enfoque cuantitativo, basado en la aplicación 
de una encuesta tipo check list adoptado y de un cuestionario a 12 enfermeras de una UTIN 
de un hospital público de Ceará durante 392horas de observación sistemática. Mientras a la 
caracterización de las enfermeras, todas las 12 investigadas eran mujeres (100%) con edad media de 
35,25 años, tiempo medio de formación de 10,92 años, 11 tenían título de postgrado lato sensu, a 
nivel de especialización (91,7%), predominantemente en enfermería neonatal (25%) y 
Administración Hospitalaria (16,7%), el rendimiento promedio en el hospital fue de 9.67 años, 
actuantes en Enfermería Neonatal hay 9.17 años, siete (58,3%) no presentaron clasificación para la 
el Catéter Central de Inserción Periférica (CCIP), y también hubo baja participación en eventos 
científicos en el área en los últimos 12 meses. Cuanto a los datos sobre el cuestionario, es decir, la 
distribución de frecuencia de las actividades en la UTIN, según las enfermeras, se observó que las 
actividades asistenciales recibieron puntuaciones mayores de que las actividades de administración y 
de educación. Los datos de la observación sistemática señalaron que un total de 1.323 actividades 
(100%), de los cuales 596 eran asistenciales (45,05%), 529 administrativos (39.99%) y 
198educación (14,97%). Los datos revelaron que el proceso de trabajo de las enfermerasse ha 
centrado en actividades asistenciales, y especialmente alrededor de la atención para el mantenimiento 
y la supervisión de las funciones del cuerpo de los recién nacidos, ya que las actividades educativas 
estuvieron presentes pero en menor medida no favoreciendo el papel de la enfermera como 
educadora en el entorno intensivo neonatal. Se cree que la reorganización del proceso de atención de 
enfermería en la UTIN, que incluye actividades asistenciales, (re) distribuyendo acciones 
administrativas que no son de competencia a otros profesionales, podría abrir espacios para la 
participación de las enfermeras en las actividades educativas que favoreciesen la atención integral e 
interdisciplinaria. 
Descriptores: Enfermería Neonatal. Rol de la Enfermera. Atención de Enfermería. Niño 
Hospitalizado. 
 
 
 
 
 
12 
 
LISTA DE TABELAS 
 
 
Tabela 1 - Tabela 1. Idade das enfermeiras de uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. 
Fortaleza, 2010.......................................................................................................38 
 
Tabela 2. Tempo de formação de enfermeiras de Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. 
Fortaleza, 2010. (em anos). ...................................................................................38 
 
Tabela 3. Titulação de enfermeiras de Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Fortaleza, 
2010........................................................................................................................39 
 
Tabela 4. Tipo de Especialização de enfermeiras de Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. 
Fortaleza, 2010. .....................................................................................................39 
 
Tabela 5. Tempo de atuação em ambiente hospitalar de enfermeiras de Unidade de Terapia 
Intensiva Neonatal. Fortaleza, 2010.......................................................................39 
 
Tabela 6. Tempo de atuação de enfermeiras de Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. 
Fortaleza, 2010....................................................................................................40 
 
Tabela 7. Qualificação em Cateter Central de Inserção Periférica (PICC) entre enfermeiras de 
Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Fortaleza, 2010......................................40 
 
Tabela 8. Distribuição das enfermeiras quanto à participação em eventos científicos sobre 
Neonatologia. Fortaleza, 2010...............................................................................40 
 
Tabela 9. Freqüência das atividades assistenciais desempenhadas pelas enfermeiras 
assistenciais na UTI Neonatal (UTIN) de um hospital público estadual do Ceará. 
Fortaleza-CE, 2010. .......................................................................................42 
 
Tabela 10. Freqüência das atividades administrativas desempenhadas pelas enfermeiras 
assistenciais na UTI Neonatal (UTIN) de um hospital público estadual do Ceará. 
Fortaleza-CE, 2010. .......................................................................................44 
 
Tabela 11. Freqüência das atividades de educação desempenhadas pelas enfermeiras 
assistenciais na UTI Neonatal (UTIN) de um hospital público estadual do Ceará. 
Fortaleza-CE, 2010. 
................................................................................................................................45 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
LISTAS DE QUADROS 
 
 
Quadro 1. Freqüência (em percentual) de atividades assistenciais, relatadas pelas enfermeiras. 
Fortaleza-CE, 2011................................................................................................47 
 
Quadro 2. Freqüência (em percentual) de atividades administrativas, relatadas pelas 
enfermeiras. Fortaleza-CE, 2011............................................................................49 
 
Quadro 3. Freqüência (em percentual) de atividades de educação, relatadas pelas enfermeiras. 
Fortaleza-CE, 2011................................................................................................50 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
 
UTIN – Unidade de Terapia Intensiva 
 
EUA - Estados Unidos da América 
 
CIPE - Classificação Internacional da Prática de Enfermagem 
 
NANDA - North American Nursing Diagnosis Association 
 
NIC - Nursing Intervention Classification 
 
NOC - Nursing Outcomes Classification 
 
CIPESC - Classificação Internacional da Prática de Enfermagem em Saúde Coletiva 
 
BDENF - Base de Dados de Enfermagem 
 
BIREME - Biblioteca Virtual em Saúde 
 
CEPEn - Centro de Estudos e Pesquisas em Enfermagem 
 
ABEn - Associação Brasileira de Enfermagem 
 
RN - Recém-nascido 
 
AAP - American Academy of Pediatrics 
 
HGF - Hospital Geral de Fortaleza 
 
PAD - Programa de Assistência Domiciliar 
 
AVC - Acidente Vascular Cerebral 
 
ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente 
 
SESA - Secretaria Estadual de Saúde 
 
COOPEN - Cooperativa de Enfermagem 
 
SAE - Sistematização da Assistência de Enfermagem 
 
TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 
 
EEAN - Escola de Enfermagem Anna Nery 
 
UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro 
 
EEAAC - Escola de Enfermagem Aurora Afonso Costa 
15 
 
UFF - Universidade Federal Fluminense 
FENF - Faculdade de Enfermagem 
UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro 
SOBEP - Sociedade Brasileira de Enfermeiros Pediatras 
CIE – Conselho Internacional de Enfermeiras 
PICC - Cateter Central de Inserção Periférica 
COFEN - Conselho Federal de Enfermagem 
CBEn - Congresso Brasileiro em Enfermagem 
USP - Universidade de São Paulo 
NPUAP – National Pressure Ulcer Advisory Panel 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
LISTA DE SÍMBOLOS 
 
 
 
% - Por cento 
 
N – Número 
 
I – Valores internos à própria categoria 
 
E- Valores externos à categoria 
 
fi - Frequência 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................................19 
 
2 OBJETIVOS..........................................................................................................................26 
 
3 BASES TEÓRICAS DO ESTUDO.......................................................................................27 
3.1 Cuidado Neonatal e Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) ..............................27 
3.2 Processo de Cuidado do Enfermeiro em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal.............31 
 
4 MATERIAL E MÉTODOS..................................................................................................33 
4. 1 Tipo de Estudo...................................................................................................................33 
4. 2 Local do Estudo.................................................................................................................34 
4.3. Período do Estudo..............................................................................................................35 
4. 4 População/ amostra...........................................................................................................35 
4. 5 Coleta de dados ................................................................................................................35 
4. 6 Análise dos dados..............................................................................................................36 
4. 7 Aspectos Éticos.................................................................................................................37 
 
5. RESULTADOS............................................................................................................385. 1 Características dos Profissionais - Enfermeiras da UTI Neonatal...................................38 
5. 2 Análise dos elementos qualificadores do processo de cuidado da enfermeira em Unidade 
de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN).....................................................................................41 
5. 3 Descrição das atividades da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), relatadas 
pelas enfermeiras.......................................................................................................................46 
 
6. DISCUSSÃO........................................................................................................................51 
6. 1 Características dos Profissionais - Enfermeiras da UTI Neonatal...................................51 
6. 2 Análise dos elementos qualificadores do processo de cuidado da enfermeira em Unidade 
de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN).....................................................................................56 
6. 3 Descrição das atividades da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), relatadas 
pelas enfermeiras.......................................................................................................................59 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................................63 
18 
 
 
REFERÊNCIAS........................................................................................................................65 
APÊNDICES.............................................................................................................................75 
APÊNDICE A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido...............................................76 
 
APÊNDICE B - Questionário para caracterização das profissionais (enfermeiras).................77 
 
APÊNDICE C – Questionário referente às atividades profissionais na UTI Neonatal...........78 
 
APENDICE D- Roteiro de observação das atividades profissionais na UTI NEONATAL.....82 
 
 
19 
 
1 INTRODUÇÃO 
A enfermagem tem se preocupado em delimitar seu campo específico de 
conhecimento e, conseqüentemente, de atuação, como forma de construir sua maneira 
particular de cuidado, a partir de um corpo de conhecimento distinto na área de saúde. 
Com isso, procura-se identificar uma forma, ou mesmo, várias formas de 
disponibilizar um cuidado efetivo, individualizado e resolutivo para as demandas trazidas 
pelos indivíduos que dependem de um cuidado, que mesmo sendo realizado em equipe, 
existem as especificidades de responsabilidade do enfermeiro. 
Partindo destas intenções, inúmeras enfermeiras, especialmente, nos Estados Unidos 
da América (EUA), a partir da década de 1950, vêm dedicando-se ao desenvolvimento de 
teorias sobre o objeto de estudo da profissão de forma a criar um arcabouço teórico para a 
prática desenvolvida pelos enfermeiros ao redor do mundo (WALDOW, 2008). 
Apesar da diversidade e finalidades das teorias, pode-se observar que todas mantêm 
o objetivo de tornar a enfermagem uma profissão indispensável à manutenção da saúde e da 
vida dos indivíduos num contexto mais amplo de uma sociedade dinâmica e desigual. Desta 
forma, a profissão vem se organizando para melhorar o seu processo de trabalho, a fim de 
atender as necessidades da população. 
Em um estudo sobre as concepções de cuidado, presentes em teses pertencentes a um 
programa brasileiro de pós-graduação em enfermagem observou-se que os enfermeiros 
utilizam diferentes concepções, ancorando-se em sua visão de mundo, seu referencial de vida 
e sua prática profissional (BACKES et al, 2006). 
Apesar da diversidade de conceitos sobre o cuidado, a enfermagem tem adotado o 
conceito próximo dos ideais humanísticos, uma vez que, compreende-o como um esforço em 
envidar esforços transpessoais de um ser humano para outro visando protegê-lo, promover e 
preservar sua humanidade, ou seja, colocando-se em seu lugar (SOUZA et al, 2005). 
Ao assumir o cuidado como foco da prática e essência da profissão a enfermagem 
ambiciona profissionalizar a capacidade humana de cuidar, através da aquisição e aplicação 
dos conhecimentos, de atitudes e habilidades apropriadas aos papeis prescritos à enfermagem. 
Para tanto, a enfermagem optou obter status de ciência e, com isso, dedicar-se a cientificizar o 
cuidado humano, muito embora, existam questionamentos sobre a legitimidade dessa 
pretensão (WALDOW, 2007). 
A opção pelo método científico levou à necessidade de criar-se uma linguagem 
universal dos termos e conceitos próprios da profissão de forma a superar a invisibilidade da 
profissão. Com isso, surgiram diversos sistema de sistemas de classificação como a 
20 
 
Classificação Internacional da Prática de Enfermagem (CIPE), o Sistema de Classificação de 
Diagnósticos de Enfermagem, da North American Nursing Diagnosis Association (NANDA), 
o Sistema de Classificação das Intervenções de Enfermagem-NIC (Nursing Intervention 
Classification), o Sistema dos Resultados de Enfermagem-NOC (Nursing Outcomes 
Classification) e a Classificação Internacional da Prática de Enfermagem em Saúde Coletiva 
(CIPESC)® (CIPE, 2007; NÓBREGA e SILVA, 2009; SILVA et al., 2009). 
Apesar das críticas, os enfermeiros têm investido no desenvolvimento de pesquisas 
utilizando o método científico como forma de conceber seu objeto de estudo e de prática, 
delineando suas diversas dimensões e definindo o que seja aplicável à profissão em sua 
amplitude. Desta forma, definindo competências e habilidades, tanto no campo da 
enfermagem geral, quanto nas especialidades. 
Cianciarullo (2005), refletindo sobre o futuro da profissão, aponta que haverá a 
superação da invisibilidade da enfermagem no contexto das práticas de saúde, associada à 
aquisição e desenvolvimento de novos saberes e ao papel preponderante do enfermeiro 
especialista em enfermagem, como, por exemplo, o enfermeiro neonatologista ou/ou 
intensivista neonatal. Com isso, espera-se maior produção de conhecimento gerado pelos 
enfermeiros generalistas e especialistas sobre sua prática nos diversos ambientes de trabalho, 
dentre eles, a Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). 
Na literatura internacional, encontrou-se um estudo italiano que investigou o risco 
desses profissionais estarem envolvidos em infecções cruzadas causadas por fungos 
(LUPETTI et al, 2002), um norte-americano sobre o uso da musicoterapia em ambiente 
crítico neonatal (STOUFFER, SHIRK e POLOMANO, 2007), um estudo inglês sobre os 
sentimentos dos pais que consentem que seus filhos hospitalizados sejam incluídos em 
pesquisas (JOLLYE, 2009), um tailandês que demonstrou que as necessidades e a satisfação 
das mães com crianças em UTIN não responde a um padrão de comportamento exigindo 
intervenções de enfermagem individualizadas (PUNTHMATHARITH, BUDDHARAT e 
KAMLANGDEE, 2007) demonstrando a diversidade de temas abordados. 
Outras pesquisas têm sido desenvolvidas ao redor do mundo abordando o 
desempenho dos enfermeiros no cuidado a bebês prematuros (AUDREY e YOXALL, 2001), 
a vivência de mães com dificuldades no aleitamento materno (WEIMERS, et al, 2006), o uso 
do contato pele-a-pele bebês e mães após procedimentos dolorosos (LUDINGTON-HOE e 
ROSSEINE, 2005), capacitação de profissionais de uma UTIN sobre suporte ventilatório 
(WRIGHT, WAKE, ANDERSON e GRAHAM, 2009), o impacto das ações do enfermeiro 
(UNRUTH, 2003; HUGONNET et al, 2006), a importância da higienização das mãos dos 
21 
 
enfermeiros como forma de prevenção de infecção bacteriana uma vez que eles tocam 
repetidas vezes diferentes para executarem seus cuidados (ZWET et al, 2000; CIMIOTTI et 
al, 2004). 
Alguns estudos enfocaram a importância do enfermeiro na implantação e utilização 
do Método Canguru em UTIN (NIRMALA, REKHA e WASHINGTON, 2006; 
LUDINGTON-HOE, LEWIS e CONG, 2006; McCAIN et al, 2005; CHIA, SELLICK e 
GAN, 2006), outrostrabalhos estudaram as intervenções de enfermagem com vistas à redução 
do estresse de mães e pais com filhos em uma UTIN (TURAN, BAŞBAKKAL e ÖZBEK, 
2008), enquanto outros propuseram uma nova metodologia de organização do processo de 
cuidado de enfermeiros em UTIN (SPENCE et al, 2006) e a motivação de enfermeiras de 
UTIN durante implantação de um modelo de cuidado centrado na família (SPENCE e LAU, 
2006). 
Na literatura nacional de enfermagem, um levantamento recente sobre a produção 
cientifica da enfermagem pediátrica, especificamente, na área de cuidado em unidades de 
terapia de intensiva neonatal, identificou-se que os estudos voltam-se para a aplicação de 
teorias de enfermagem, na identificação das percepções, vivências e experiências de 
enfermeiros e dos pais no ambiente de cuidado às crianças criticamente doentes, estes são 
temas comuns (OLIVEIRA e QUEIROZ, 2009). 
Foram encontrados dois estudos que enfatizam o cuidado do egresso de terapia 
intensiva neonatal evidenciando que há um (re)ajuste das dinâmicas pessoal e familiar e a 
incorporação do discurso dos profissionais e de procedimentos do ambiente hospitalar no 
ambiente domiciliar na realização de cuidados à essas crianças (Moraes e Cabral, 2004; 
Cabral, Moraes e Santos, 2003). 
Sobre o cuidado à criança em unidade de internação pediátrica, Sigaud e Veríssimo 
(1996), assinalam que existem três metodologias de o enfermeiro executar o cuidado as 
crianças, em ambiente hospitalar. Na primeira, o foco do cuidado recairia sobre a doença, ao 
passo que, na segunda, o foco seria a criança em si e, por fim, na terceira modalidade, o foco 
seria a criança e sua família. 
Com isso, têm-se três visões sendo uma influenciada pelo modelo biomédico, outra 
com uma compreensão mais abrangente da realidade ao incorporar o papel central da criança 
no processo cuidativo e, por ultimo, uma abordagem que inclui o contexto sóciofamiliar 
tornando mais efetivo o projeto terapêutico e a recuperação da saúde. Assim, pode-se atentar 
que, apesar do processo de cuidado de enfermagem na UTIN centrar-se em aspectos técnicos 
e especializados do cuidado, existe a possibilidade de torná-lo humanizado orientando-se para 
22 
 
a integralidade, utilizando-se, para isso, de estratégias como a inclusão dos pais e/ou 
familiares no cuidado (TAVARES, QUEIROZ E JORGE, 2006). 
Estudos demonstraram que os enfermeiros em ambiente hospitalar ocupam-se na 
maior parte do tempo entre atividades assistenciais e administrativas e por minimamente em 
ações voltadas a comunicação entre a equipe e atividades educativas (COSTA e SHIMIZU, 
2005; COSTA e SHIMIZU, 2006). 
Tal fato evidencia a distorção entre o processo de formação e o processo de trabalho 
cotidiano do enfermeiro, especialmente no âmbito hospitalar uma vez que a academia enfatiza 
a capacitação técnico-cientifica do cuidado, ao passo que no cotidiano das instituições há alta 
freqüência de ações de cunho administrativo. 
É enfatizado que os enfermeiros em seu processo de formação aprendem a valorizar 
o cuidado individualizado, com base em conhecimentos científicos como sendo a principal 
atividade da profissão. Contudo, ao se inserirem na organização dos serviços profissionais, 
deparam-se com a necessidade de assumir diversas tarefas e funções administrativas e/ou 
burocráticas. Na realidade, tem-se verificado que o enfermeiro assume a posição de gerente 
do serviço de enfermagem e, até certo ponto, da organização institucional, segundo a lógica 
do controle técnico e social (FERRAZ, 1995 apud COSTA e SHIMIZU, 2005). 
Observa-se que em ambientes fechados da unidade hospitalar, como o Centro 
Cirúrgico e as Unidades de Terapia Intensivas (neonatal, pediátrica ou adulto) os aspectos 
técnico-científicos da profissão apóiam-se no uso de tecnologias duras já que os equipamentos 
são primordiais na recuperação e manutenção da vida, portanto, imprescindíveis na execução 
das atividades do enfermeiro e demais membros da equipe de saúde. As características destas 
unidades têm sido motivos para se pensar na necessidade de aperfeiçoamento técnico-
científico para subsidiar o cuidado direto, para que o enfermeiro se aproxime cada vez mais 
da habilidade de cuidar. No entanto, na prática há grandes descompassos que recaem na 
própria organização do processo de trabalho. 
A busca na literatura científica nacional de enfermagem sobre Unidade de Terapia 
Intensiva Neonatal (UTIN), na base de dados BDENF, no período dos últimos 10 anos, 
através da Biblioteca Virtual em Saúde (Bireme), utilizando-se os descritores “unidade de 
terapia intensiva” e “prematuro”, identificou que a produção de conhecimento é recente, 
totalizando 21 pesquisas, versando sobre aspectos técnicos da atuação do enfermeiro (Neves, 
Tipple, Souza et al, 2006; Rolim e Cardoso, 2006; Serra e Scocchi, 2004; Arruda e Marcon, 
2007; Alburquerque, Nóbrega e Garcia, 2006; Aguiar, Veloso, Pinheiro, Ximenes, 2006; 
Barbosa, Campos e Chaves, 2006; Lourenço e Kakehashi, 2003), vivência/experiência de pais 
23 
 
de prematuros em UTIN (Tronchin e Tsunericho, 2006; Gaíva e Scochi, 2004; Scochi, 
Kokuday, Riul et al, 2003; Neves, Orlandi, Sekine e Skalinski, 2006; Costa e Monticelli, 
2005; Kamada e Rocha, 2006; Ramalhão e Dupas, 2003) e sobre o processod e trabalho do 
enfermeiro em UTIN (Rolim e Cardoso, 2006;Oliveira, Lopes, Vieira e Collet, 2006; Rolim, 
Pagliuca e Cardoso, 2005; Oliveira, Almeida, Gonçalves e Galvão, 2005; Lentz, Costenaro, 
Gonçalves et al, 2000). 
Mesmo assim considera-se que há pouca produção científica sobre esta temática que 
se dilui em diversos aspectos do saber e do fazer enfermagem em terapia intensiva neonatal e, 
portanto,existem lacunas no que se refere ao processo de cuidado da profissão em UTIN. A 
clientela de unidades neonatais críticas tem características peculiares como, por exemplo, a 
imaturidade fisiológica, alterações drásticas do funcionamento e/ou da estrutura corpérea e 
ausência da linguagem verbal, requerendo assistência direta do enfermeiro e de sua equipe. 
Assim, o aspecto biológico e, especificamente, o patológico, se sobressaem, exigindo 
ações voltadas a essa área, quando se enfoca unicamente a criança criticamente doente. A 
conseqüência disto para o cotidiano do enfermeiro pode ser percebido pela exigência de 
domínio na manipulação de equipamentos ou técnicas de cuidado especializadas e que visam 
tornar viável a vida do neonato. 
Oliveira, Lopes e Collet (2006), salientam que o processo de trabalho tem como 
constituintes o objeto, o instrumento, a finalidade e o produto final e, no caso da enfermagem 
em UTIN corre-se o risco desse processo tornar-se mecânico, tecnicista e, conseqüentemente, 
desumano e impessoal. 
 Para evitar tal abordagem de trabalho, os profissionais devem empenhar-se em 
realizar ações que englobem o trabalho em equipe, integral, individualizado e centrado na 
família. Consideram ainda sobre o fato de que, na sociedade capitalista, impera a divisão 
social do trabalho gerando a sua fragmentação, onde cada membro da equipe atua 
desvinculado dos demais perdendo, assim, a noção do todo. 
No caso da enfermagem sobrepõem-se a essa dinâmica social a falta de clareza 
quanto ao objeto de trabalho, onde ora predomina o individuo, ora o cuidado resultando em 
uma profunda ausência de identidade e o subjugo as regras da divisão social do trabalho e a 
outras categorias profissionais. Com isso, há uma desarticulação entre o objeto (e a ausência 
dele), os instrumentos, a finalidade e o produto final produzido pela enfermagem no ambiente 
da UTIN levando a um processo de fragilidade da categoria e a desconsideração da família 
como parte e foco da ação profissional (Oliveira, Lopes e Collet, 2006). 
24 
 
Em relação às dissertações e teses produzidas por enfermeiros em Programas de Pós-
Graduação em Enfermagem no Brasil e cadastradas no Centro de Estudos e Pesquisas em 
Enfermagem(CEPEn)
1
, da Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn), identificaram-se 
estudos sobre a vivencia da enfermeira em UTIN (CONZ, 2008; MONTANHOLI, 2008) e 
sobre a prevalência de lesões de pele em recém-nascidos críticos (FONTENELE, 2008). 
Assim, observa-se uma produção cientifica brasileira reduzida sobre a temática em 
estudo nos cursos de pós-graduação em enfermagem. Considerando um aumento da oferta em 
todo o país de cursos dessa natureza, mesmo que desigual entre as regiões, entende-se que 
ampliaram os estudos nas diversas áreas da Enfermagem, incluindo a área neonatal. 
A partir da vivência como docente em um curso de Enfermagem de uma 
Universidade Pública Estadual do Ceará pude observar, empiricamente, durante o estagio 
curricular, que o enfermeiro em unidades fechadas, realiza cuidados diretos de forma mais 
significativa, voltando-se essencialmente para atividades assistenciais em detrimento de 
setores abertos. 
Acrescido a isto, deparamo-nos com inúmeros questionamentos dos alunos sobre 
ações e atividades do enfermeiro nos diversos cenários da prática, seu papel, atribuições, 
responsabilidades, autonomia e especificidade no contexto das diversas praticas de saúde, 
assim como, a observação empírica da dinâmica de do cuidado realizado por enfermeiros em 
UTIN, podemos identificar que, devido a instabilidade orgânica dos RN’s, o cuidado de 
enfermagem concentra-se em ações voltadas à manutenção das funções vitais, em detrimento 
de ações voltadas ao suporte junto aos pais, por exemplo. 
Por fim, o aprofundamento sobre as questões éticas, políticas, filosóficas e teóricas 
que embasam o cuidado de enfermagem foi uma oportunidade na realização das disciplinas do 
mestrado, o que nos levou a uma compreensão mais ampla do contexto da enfermagem. Por 
ter interesse na prática de cuidados em UTIN, optei em desenvolver a pesquisa sobre o 
processo de cuidado nesta área pelos motivos já expostos. 
Assim, entendendo-se o cuidado do enfermeiro como um processo dinâmico, 
relacional, técnico, científico e integral, pautando-se em ações que busquem a superação do 
modelo biomédico, focado na doença, e contemplando atitudes e comportamentos voltados à 
atenção à saúde do indivíduo, família e comunidade, vislumbra-se aliar formas já 
consolidadas de cuidar com abordagens inovadoras. 
 
1
 Utilizou-se a versão referente ao ano 2009, por ser a mais atualizada, do site da Associação Brasileira de 
Enfermagem (ABEn-Nacional), disponível gratuitamente (www.abennacional.org.br). 
25 
 
Ainda, entende-se por elementos qualificadores do processo de cuidado do 
enfermeiro, aquelas atividades que caracterizam seu fazer, nos locais onde atua, e que 
englobam as atividades que lhe dizem respeito como, ensino (isto é, o aspecto 
educacional/educativo), assistência (cuidados diretos aos pacientes) e gerência (cuidados 
indiretos). 
Assim, considera-se que a presente pesquisa tem sua relevância e contribuição por ter 
validado um instrumento adaptado ao processo de cuidado do enfermeiro em UTIN e que 
pode ser utilizado (e refinado) em futuras pesquisas com objetivos semelhantes. No campo da 
assistência, pode servir como base para repensar o dimensionamento de pessoal e temas para 
atividades de educação permanente em saúde. Em relação ao ensino, esse estudo pode 
contribuir fornecendo dados para embasarem discussões no espaço acadêmico sobre as 
dimensões cuidado do enfermeiro em UTIN. 
Diante desse contexto, a pesquisa pretendeu responder aos seguintes 
questionamentos: como ocorre o processo de cuidado do enfermeiro em Unidade de Terapia 
Intensiva Neonatal (UTIN)? quais as atividades desenvolvidas pelos enfermeiros em Unidade 
de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), os quais configuram-se no processo de cuidado? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
2 OBJETIVOS 
 
 Analisar os elementos qualificadores do processo de cuidado do enfermeiro em 
Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN); 
 
 Realizar a caracterização das enfermeiras de uma Unidade de Terapia Intensiva 
Neonatal (UTIN) de um hospital público estadual do Ceará; 
 
 Identificar as atividades desempenhadas pela enfermeira em Unidade de Terapia 
Intensiva Neonatal (UTIN); 
 
 Descrever as atividades da enfermeira na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal 
(UTIN), na visão das enfermeiras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
3 BASES TEÓRICAS DO ESTUDO 
 
 
3.1. CUIDADO NEONATAL E UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL 
(UTIN) 
 
A American Academy of Pediatrics-AAP (2004), propõe a divisão do cuidado 
neonatal em três níveis: I, II (IIA e IIB) e III. Para cada nível recomenda-se um padrão 
próprio de cuidado e uma organização diferenciada, de forma a organizar esse tipo de 
atendimento de forma regionalizada e integrada. 
 Nível I: berçário responsável por prover nível básico de cuidado a recém-
nascidos e crianças de baixo risco, realizar manobras de ressuscitação neonatal, estabilizar e 
cuidar de recém-nascidos a termo fisiologicamente estáveis, assim como, estabilizar crianças 
com mais de 35 semanas de gestação ou doentes ate que sejam transferidos para níveis 
especializados de cuidado; 
 Nível II: berçários de cuidado especial capazes de prover cuidados a crianças 
que estão moderadamente doentes com problemas a serem resolvidos rapidamente. Destinam-
se as crianças com mais de 32 semanas de gestação e peso maior que 1500 gramas ao 
nascimento ou que estão recuperando-se de sérios problemas de saúde previamente tratados 
em serviços de Nível III. Podem ser classificadas em 2 tipos: IIA e IIB, onde o primeiro não 
tem capacidade de prover ventilação assistida e o segundo sim; 
 Nível III: Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) é definida como 
tendo pessoal disponível continuamente (neonatologistas, enfermeiros neonatologistas, 
fisioterapeutas) e equipamentos de suporte de vida suficientes e, portanto, destinam-se aos 
recém-nascidos de risco e de alta complexidade como aqueles com mais de 1000gramas e 
com mais de 28 semanas de gestação. Podem ser divididas em três níveis: IIIA, IIIB e IIIC, 
onde quanto maior a complexidade e a necessidade de procedimentos invasivos das crianças 
mais bem aparelhado tecnologicamente será a unidade e mais especializados os profissionais. 
No nível IIIA realizam-se pequenos procedimentos cirúrgicos como implantação de 
cateter venoso central, ao passo que, no Nível IIIB, realizam-se cirurgias pediátricas e/ou 
neonatais, exames especializados e suporte ventilatório e, no Nível IIIC, localizadas em 
hospitais da criança, referencias regionais, também realizam cirurgias cardíacas e são. 
Johnson (2008), destaca que os avanços nos cuidados médicos de prematuros e 
crianças criticamente doentes durante os últimos 20 anos tem resultado em um aumento na 
ênfase de um desenvolvimento neonatal melhorado, onde, de um lado o cuidado de 
28 
 
enfermagem foca-se nas intervenções e, de outro lado, a participação da mãe torna o cuidado 
mais humano no ambiente neonatal critico. 
Wright et al (2009), destaca que o cuidado intensivo neonatal é uma área recente na 
medicina e na Enfermagem e comenta, ainda que a origem da Cochrane Library iniciou-se 
devido a necessidade dessa área e que, em relação outras áreas ainda necessita de inovação no 
uso de tecnologias e abordagens mais integrais já que muito desse cuidado tem sido centrado 
no uso do suporte ventilatório. 
Devido a situação de doença e ao ambiente excessivamente estimulante da UTIN os 
pais podem apresentar fortes sinais de estresse alem do que eles tendem a ser ignorados ou, 
mesmo, ignorados pelo equipe de saúde uma vez que não são efetiva e ativamente incluídos 
no processo de trabalho (BOARD, 2004). 
Joseph et al (2007), ao investigarem o nível de estresse de pais com filhos em UTIN 
e utilizando a escala “The Parent StressScale: Infant Hospitalization”, identificaram que as 
principais alterações foram nos domínios de “Papel paternal alterado” e “Aparência e 
comportamento infantil”, ao passo que o domínio intitulado “Sinais e Sons” não foi apontado, 
denotando que atenção deve ser dispensadas aos pais durante a estadia do filho em UTIN. 
Wong (1999), assinala que as UTIN são reservadas para os recém-nascidos 
criticamente doentes e que requerem assistência complexa e especializada pelo fato de 
apresentarem altas taxas de mortalidade. 
Gibbins et al. (2008), comentando acerca de uma novo modelo de cuidado ao 
neonato, denominado Universo do Cuidado Desenvolvimental (The universal of 
developmental care, em inglês), alerta para o fato de que os profissionais da UTIN devem 
atentar para o fato de que há uma ligação muito forte entre o meio ambiente externo e o 
cérebro do RN, e que essa ligação deve ser levado em conta. 
Souza et al (2004), assinala que as primeiras unidades de terapia intensiva pediátrica 
(UTIP’s) surgiram na década de 1950, na Escandinávia, em decorrência da epidemia de 
poliomielite, e chegaram ao Brasil ainda na década de 1970, no Estado de São Paulo. 
Kamada, Rocha e Barbeira (2003), apontam que ao longo do século XX, os berçários 
tornaram-se unidades de terapia intensiva pediátrica e neonatais como forma de responder a 
uma demanda de cuidados críticos e que requisitavam alta complexidade de ações 
assistenciais de saúde, como a ressuscitação, termorregulação, nutrição parenteral, suporte 
ventilatório e cirurgias complexas. 
Tamez e Silva (2006), observam que para um hospital possuir uma UTIN deve ter 
serviços técnicos e humanos de forma ininterrupta, como, por exemplo, laboratório, serviço 
29 
 
social, ecocardiograma, gasometria, banco de sangue alem de equipe multidisciplinar. 
Comenta, ainda, que os leitos da unidade podem ser divididos em intensivos (pacientes graves 
e que requerem equipamentos complexos tecnologicamente), semi-intensivos (pacientes 
estáveis porem que necessitam de monitorização continua), pré-alta (pacientes estáveis que 
necessitam de observação e de preparação para alta) e isolamento (pacientes com infecção 
confirmada). 
Deve-se ter em mente a distribuição espacial dos leitos de forma que se obedeça a 
distancia mínima de 1,5 metro entre os semi-intensivos e 2 metros entre os intensivos. Há que 
se ter em mente os cuidados com as recomendações e padronizações específicas com relação 
ao cuidado com os equipamentos como o piso (áreas restritas ao paciente, áreas semi-restritas 
e áreas não-restritas), as paredes (áreas restritas ao paciente, áreas semi-restritas e áreas não-
restritas), as janelas (de vidro claro, com cortina e de fácil limpeza), visores (localizados pelo 
unidade e com cortinas laváveis), armários e bancadas de apoio (laváveis e de fórmica), pias e 
lavabos (inox, com 40cm de profundidade e com torneira com água quente e fria), tomadas 
(individuais para cada leito, com saídas de 110V e 220V), iluminação (lâmpadas 
fluorescentes, e interruptores com reguladores de luminosidade), ventilação, temperatura e 
umidade (sistema de ar condicionado com troca periódica dos filtros), oxigênio, ar 
comprimido e vácuo central (saídas individuais por leito), material e equipamentos, que 
incluem material médico-hospitalar, de consumo/escritório, estoque de medicamentos e 
indumentária (TAMEZ e SILVA, 2006). 
As autoras salientam que, em relação aos recursos humanos de enfermagem e pessoal 
auxiliar, deva-se existir um enfermeiro gerencial, um enfermeiro assistência e um auxiliar 
e/ou técnico de enfermagem em cada turno. Acrescentam, ainda que, na Unidade de Terapia 
Intensiva Neonatal (UTIN) deve contar com uma equipe mínima de enfermagem, a saber: um 
enfermeiro gerente, um enfermeiro assistencial por turno e para cada 10 leitos, técnico de 
enfermagem (de um a 4 dependendo do tipo de leito, se intensivo, semi-intensivo ou pré-alta). 
Braithwaite (2008), destaca que os efeitos do estresse e do burnout presentes o 
cotidiano da enfermeira de UTIN resultam a altos níveis de absenteísmo, baixa moral e fadiga 
e exaustão mental o que pode repercutir no desempenho profissional. A autora conceitua 
burnout como sendo uma resposta ao estresse no trabalho resultado de exaustão mental, 
despersonalização e diminuição do senso de realização. O burnout pode ser prevenido quando 
há satisfação no trabalho, suporte emocional e autocuidado. Em relação à satisfação no 
trabalho, a autora destaca ser este um dos mais importantes aspectos na diminuição da 
rotatividade de enfermeiros nos serviços. 
30 
 
Archibald (2006), desenvolveu um trabalho no qual se propôs a entender a satisfação 
no trabalho de enfermeiras que trabalhavam há 11 anos em UTIN, nos EUA, e descobriu que 
mesmo após um período de tempo prolongado nesse tipo de unidade, as enfermeiras 
conseguiam encontrar e identificar situações que as impeliam a continuar trabalhando em 
UTIN, como, os sentimentos de compensação, espírito de equipe, suporte dos médicos, por 
exemplo. 
Woodroffe (2006), alerta para o fato de que os pais de crianças em UTIN vivenciam 
uma experiência de múltiplas tristezas já que acumulam inúmeras perdas como a perda de 
semanas da gestação, a perda do sonho do nascimento perfeito, a perda do controle do 
processo de nascimento, a perda de oportunidade de tocar a criança e, ainda, a possibilidade 
de perder a oportunidade de não poder amamentar, levando ao desenvolvimento de 
sentimentos e comportamentos tão complexos e confusos para os pais resultando em uma 
dificuldade tanto de entender-se como de comunicar-se com o mundo a sua volta. 
O mesmo salienta, ainda que, esses sentimentos podem ocorrer mesmo sem a morte 
real da criança e, para contorná-lo, sugere que os enfermeiros coloquem a disposição dos pais 
uma caixa com objetos da criança, (objetos transitórios) e o aconselhamento. 
Filho (2003), cita que os profissionais mais presentes em UTIN’s são os enfermeiros, 
os médicos, auxiliares de enfermagem, fisioterapeuta, terapeutas ocupacionais, 
fonoaudiólogo, assistentes sociais, psicólogos alem do pessoal de apoio. 
Moreira et al (2003), destacam que a UTIN, comumente, estressa os pais e os bebês 
devido o barulho, quantidade excessiva de pessoal e de equipamentos funcionando. Os 
autores sugerem que, quando possível, aos pais visitem previamente a UTIN como forma de 
se familiarizarem-se com a dinâmica desse tipo de unidade. 
Brito e Oliveira (2005), salientam que nos últimos anos os avanços na área obstétrica 
relativas a gravidez e ao parto somados aos avanços científicos e tecnológicos presentes nas 
UTIN, tem possibilitado a esses neonatos resistirem em um ambiente para o qual não estão 
ainda desenvolvidos adequadamente. 
No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), de forma geral, assegura 
os direitos da criança resguardando-lhe o exercício de sua cidadania e, de forma específica 
para a área de saúde, há o artigo 12 que prevê para cada criança hospitalizada a presença de 
um acompanhante, obrigatoriamente, devendo os estabelecimentos de saúde promoverem 
condições para a efetivação desse direito. Além do ECA a Carta da Criança Hospitalizada –
formulada na Europa - e a Resolução 41/95, brasileira, focam-se especificamente nos direitos 
31 
 
da criança hospitalizada reforçando a importância do acompanhamento por adultos, 
preferencialmente os pais e/ou responsáveis legais (Gomes, Caetano e Jorge, 2008). 
 
3.2 PROCESSO DE CUIDADO DO ENFERMEIRO EM UNIDADE DE TERAPIA 
INTENSIVA NEONATAL 
 
Kimura, Bueno e Belli (2009), citam cuidados do enfermeiroao RN de risco o 
manejo e uso da incubadora e berço aquecido, com a pele, higiene, sondas, nutrição, 
fototerapia, exsangüineotransfusão, suporte respiratório, cuidados transoperatórios, com 
dispositivos intravasculares periféricos e centrais, a administração de medicamentos e com o 
balanço hídrico dos RN’s.Para Tomez e Silva (2006), apontam como cuidados de enfermagem em UTIN a 
ressuscitação neonatal, a admissão do RN de risco à unidade, cuidados especiais com a pele 
do RN, durante o transporte inter-hospitalar, o controle térmico, a administração de 
medicamentos, o controle da dor e da sedução, executar o cuidado centrado na família, atuar 
frente a perda neonatal, manejar o impacto do ambiente da UTIN sobre o desenvolvimento 
neonatal, executar os cuidados no período transoperatório, distúrbios respiratórios, cardíacos, 
neurológicos, hidroeletrolíticos e metabólicos, gastrointestinais e hematológicos, alem de, 
atuar nas ações da nutrição enteral e parenteral, na prevenção da infecção neonatal e na 
promoção do aleitamento materno. 
Filho (2003), salienta como papéis preponderantes da enfermeira na UTIN as 
funções administrativo-burocráticas e mais voltadas a organização da unidade em si alem da 
participação e execução de procedimentos mais invasivos e de maior complexidade técnico-
cientifica. 
Em relação às atividades administrativas do enfermeiro gerente da UTIN caberia 
participar da equipe de planejamento e implantação da UTIN, coordenar e supervisionar a 
equipe de enfermagem, programar e avaliar o desenvolvimento das atividades de 
enfermagem, elaborar a escala mensal e de férias, controlar a assiduidade, pontualidade e 
disciplina da equipe de enfermagem, distribuir a equipe de enfermagem quanti e 
qualitativamente, presidir reuniões periódicas com a equipe de enfermagem, desenvolver e 
coordenar atividades de pesquisa, participar das reuniões periódicas da equipe médica, manter 
comunicação com os demais departamentos e setores do hospital através de reuniões 
periódicas, manter o estoque de material e equipamentos atualizados, supervisionar o emprego 
e funcionamento adequado do material e equipamentos, supervisionar a limpeza e ordem do 
setor, participar da passagem de plantão da equipe de enfermagem, bem como participar das 
32 
 
visitas medicas, participar do planejamento da lata do paciente juntamente com a equipe 
médica e equipe de enfermagem, providenciando o treinamento, material e equipamentos 
necessários para o cuidado domiciliar após a alta, colaborar na supervisão do lactário, 
organizar e administrar o treinamento e educação continuada da equipe de enfermagem e, por 
fim, cumprir e fazer cumprir o regulamento do hospital, o regimento do departamento de 
enfermagem, regulamentos, rotinas e procedimentos da UTIN (TAMEZ e SILVA, 2006). 
Em relação ao enfermeiro assistencial, suas atribuições constariam de distribuir as 
tarefas diárias da equipe, receber o plantão juntamente com a equipe, tomar conhecimento das 
ocorrências como o estado geral dos pacientes, exames laboratoriais e radiológicos (realizados 
e por realizar), cuidados específicos, medicações, nutrição, sinais vitais, participação dos pais, 
alem de, planejar e prescrever os cuidados de enfermagem para os pacientes, colaborar com a 
equipe de atendimento dos pacientes mais graves, supervisionar e coordenar a transferência 
dentro da unidade, supervisionar os funcionários na assistência de enfermagem, preparar e 
administrar fluídos e medicamentos, supervisionar a instalação de equipamentos como 
ventiladores mecânicos, colaborar com a equipe de enfermagem e médica em procedimentos 
complexos, coordenar a equipe de enfermagem, colocar os horários nas prescrições médicas, 
proceder a cateterização oro ou nasogástrica e vesical, quando necessário, assim como, assistir 
a equipe de enfermagens na execução da aspiração do tubo endotraqueal e das vias aéreas 
superiores, executar punções venosas, colaborar com a enfermeira gerente e com a diretoria 
do setor e do hospital, manter comunicação aberta com os pais, participar dos transportes 
intra-hospitalares, participar no atendimento ao RN nos partos de alto risco, manter controle 
rigoroso dos entorpecentes e narcóticos ao receber e passar o plantão, cumprir e fazer cumprir 
as normas da instituição e manter bom relacionamento com os demais setores do hospital. 
Quanto aos auxiliares e/ou técnicos de enfermagem da UTIN, competem-lhes receber 
e passar o plantão segundo roteiro tipo “cardex”, executar os cuidados gerais de enfermagem, 
como higiene e alimentação, fazer anotações de enfermagem relativas ao estado e alterações 
dos pacientes, incluindo sinais vitais e controle hídrico, por exemplo, alem de comunicar 
alterações à enfermeira de plantão, administrar e checar os medicamentos e tratamentos 
prescritos segundo a rotina, controlar os cateteres, drenos e tubos, prestar cuidados ao 
paciente intubado, auxiliar na aspiração do tubo endotraqueal e das vias aéreas superiores, 
assistir a equipe medica, quando necessário, acompanhar pacientes em transportes e 
transferências, envolver os pais no cuidado ao paciente, colaborar na manutenção da ordem, 
disciplina e limpeza da unidade, fazer o controle do estoque individual do paciente e proceder 
a cobrança do material utilizado, cumprir o regulamento e normas do hospital. 
33 
 
4 MATERIAL E MÉTODOS 
 
4. 1. Tipo de Estudo 
Tratou-se de um estudo descritivo de abordagem quantitativa com a intenção de 
identificar e analisar os elementos qualificadores do processo de cuidado do enfermeiro em 
UTIN. O estudo descritivo tem como objetivo observar, descrever e documentar os aspectos 
de uma situação, assim como, exploram as distribuições de doenças e características de saúde 
em uma população (POLIT, BECK e HUNGLER, 2004; HULLEY et al, 2006). 
 A abordagem quantitativa tem como características gerais descrever 
significados que são considerados como inerentes aos objetos e atos, por isso é definida como 
objetiva, possui abordagem focalizada e pontual e estruturada, utilizando-se de dados 
quantitativos. Nesse tipo de abordagem, a coleta de dados quantitativos se realiza através da 
obtenção de respostas estruturadas e as técnicas de análise são dedutivas (isto é, partem do 
geral para o particular) gerando, assim, resultados generalizáveis população (POLIT, BECK e 
HUNGLER, 2004; HULLEY et al, 2006). 
 
4. 2. Local do Estudo 
O estudo realizou-se na Unidade Neonatal do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), 
hospital público estadual de referência no âmbito terciário situado em Fortaleza (Ceará). Por 
tratar-se de um hospital de alta complexidade, conta com unidade neonatal, além de diversas 
especialidades como, clínica médica e cirúrgica (adulta, pediátrica), emergência, ginecologia 
e obstetrícia, neurologia (adulta e pediátrica), unidade de nefrologia, unidades de transplante 
renal e hepático, unidade de acidente vascular cerebral, dentre outras clínicas especializadas. 
Trata-se de unidade hospitalar de ensino, credenciada pela Portaria interministerial 
(Ministério da Saúde e Ministério da Educação), portanto, atuando como campo de ensino 
para universidades públicas e privadas, desenvolvimento de pesquisas de graduação e pós-
graduação latu sensu (especialização e residência) e strictu sensu (mestrado e doutorado) nas 
diferentes profissões de saúde, administração e outras áreas afins. Recebe verbas federais e 
estaduais, conta com profissionais da saúde em todas as áreas com vínculo e sem vínculo 
empregatício, estas assumem o serviço na modalidade de serviços prestados e por 
cooperativas. 
O hospital conta com outros programas e serviços de suporte como a Comissão de 
Curativos e Tratamento de Feridas, que avalia, especificamente, os pacientes com feridas 
ambulatoro, assim como nas unidades, caso haja solicitação da equipe. Por sua vez, o 
34 
 
Programa de Assistência Domiciliar (PAD) realiza acompanhamento de pacientes egressos do 
hospital em domicílio, onde atualmente, são acompanhados pelo PAD do HGF 36 pacientes, 
dos quais, a maioria tem seqüelas de Acidente Vascular Encefálico (AVE) ou outras doenças 
neurológicas, tem câncer ou complicações de diabetes. Por sua vez, a Comissão de Prevençãoaos Maus Tratos contra a Criança e Adolescente e, ainda, Comissão Multidisciplinar de 
Terapia Nutricional, que padroniza as ações de Terapia Nutricional Enteral e Parenteral. 
A Unidade Neonatal dispõe, atualmente, de 32 leitos divididos em unidades de 
médio e alto risco (UTIN), com 16 leitos, cada. Contudo, a previsão, para os próximos anos, 
deverão estar em funcionamento 44 leitos. Na Unidade de Médio Risco admitem-se RN’s 
estáveis, sem uso de fototerapia, porém utilizando oxigenioterapia, sob monitoramente de 
exames laboratoriais. A segunda destina-se a RN’s gravemente enfermos, em uso de pressão 
positiva continua em vias aéreas, ventilação mecânica, dentre outros procedimentos de alta 
complexidade. 
Em relação à estrutura física, a UTIN conta com ambiente climatizado, iluminação 
por luzes fluorescentes, com vidraças, cortinas impermeáveis, sistema de tubulação de gases 
nobres (oxigênio, ar comprimido), respiradores, Oxi-Hood, oxímetros de pulso, monitores 
cardíacos, umidificadores, aquecedores, incubadoras, berços aquecidos, carro de 
medicamentos, carro de urgência e balanças. 
Quanto ao fluxo de pacientes, priorizam-se os bebês oriundos do Centro Obstétrico 
do próprio serviço, muito embora, RN´s de outras instituições possam ser admitidos, de 
acordo com a necessidade e avaliação prévia da equipe médica e de enfermagem . 
Em relação ao fluxo de parentes, não há restrição quanto ao horário de visitas aos 
pais, pois seguem as orientações do Estatuto da Criança e do Adolescente-ECA, em seu artigo 
12, que admite e resguarda o direito do acompanhante quando da hospitalização da criança 
(BRASIL, 1991), ao passo que, as visita de avós ou outros parentes são permitidas em 
horários pré-estabelecidos. 
Os pais contam, ainda, com uma sala de espera onde desenvolvem trabalhos 
manuais, sob orientação de uma Terapeuta Ocupacional. Também é disponibilizada uma sala 
de amamentação onde ocorrem ações de apoio e orientação e ordenha do leite materno, 
quando necessário. 
Na Unidade Neonatal existe um total de 50 enfermeiras, sendo 22 vinculadas à 
Secretaria Estadual de Saúde (SESA), 27 vinculadas à Cooperativa de Enfermagem 
(COOPEN) e uma vinculada ao Ministério da Saúde, que atua de forma ininterrupta nas 24 
horas e desenvolvem seu processo de trabalho pautado na Sistematização da Assistência de 
35 
 
Enfermagem (SAE). Além destes, existe a equipe de técnicos (auxiliares e técnicos de 
enfermagem), além de outros trabalhadores de apoio ao serviço de enfermagem. 
As enfermeiras distribuem-se em cada turno de trabalho de forma a permanecer, em 
média, duas enfermeiras na unidade de médio risco e três enfermeiras na Unidade de Terapia 
Intensiva Neonatal (UTIN). 
 
4. 3. Período de Coleta de Dados 
A coleta de dados realizou-se no período de maio a julho de 2010, durante 56 dias, 
totalizando 56 turnos (28 no horário da manhã, 28 no horário da tarde), perfazendo 392 horas 
de observação. Freqüentou-se a unidade para a coleta de informações nos turnos da manhã e 
tarde de forma a registrar adequadamente as atividades desempenhadas pelas enfermeiras. 
 
4.4. População/amostra 
Considerou-se como população todos os enfermeiros atuantes na Unidade de Terapia 
Intensiva Neonatal (UTIN), do Hospital Geral de Fortaleza (HGF) que, atualmente, perfaz um 
total de 41 enfermeiras. Como critérios de inclusão definiram-se: enfermeiras lotadas na 
unidade e que desenvolviam atividades de cuidado aos RNs e família (ou seja, enfermeiras 
assistenciais) atuando no referido hospital há, pelo menos, seis meses, por julgar-se um 
período de adaptação à dinâmica do cuidado do RN, às rotinas e normas da unidade. Como 
critérios de exclusão, utilizou-se: enfermeiras que atuavam como gerentes da unidade ou 
cedidas para outros setores do hospital, embora lotadas na unidade neonatal. 
De certo modo, este período demonstrou as experiências de cada sujeito no 
desenvolvimento de seu processo de trabalho. As enfermeiras iniciam suas atividades na 
unidade, após período de capacitação teórico-prática de 360 horas, distribuídos em três meses, 
onde 320 horas realizam-se na própria unidade, sob supervisão das enfermeiras e as demais 40 
horas são destinadas a um curso teórico, no qual se abordam temas relativos ao cuidado 
intensivo neonatal. 
Assim, compuseram a amostra, 12 enfermeiras que atenderam aos critérios pré-
estabelecidos presentes na unidade no período da coleta, excluindo-se naturalmente, aquelas 
que estiverem de férias ou licença no período de coleta de dados. 
 
4. 5. Coleta de dados 
Na coleta de dados utilizou-se a técnica da observação sistemática utilizando um 
roteiro para check-list, elaborado Costa e Shimizu (2005), sobre as atividades dos 
36 
 
enfermeiros, as quais estão divididas em: assistenciais, administrativas, educativas e relativas 
ao sistema de informação (APÊNDICE A). Ao utilizar esse instrumento, o mesmo foi 
reorganizado de forma a conter apenas três tipos de atividades: assistenciais, administrativas e 
educativas, sendo, assim excluído o item sobre sistema de informação, enquanto, as atividades 
deste item foram incorporadas a um dos elementos qualificadores do processo de cuidado 
conforme sua pertinência. Cada observação ocorreu em um turno de trabalho da enfermeira, 
que, na unidade, equivale a 7 horas. 
Os instrumentos de check-list (ou lista de checagem) caracterizam-se por serem 
elaboradas antecipadamente de forma a permitir ao pesquisador registrar dados da realidade, 
sob o prisma do observador, de forma sistemática, onde as ações à medida que elas se 
processam (HULLEY et al, 2003). 
A observação sistemática ou estruturada caracteriza-se pela “especificidade de 
comportamentos selecionados para a observação, a organização previa de formulários e aos 
tipos de atividades em que o observador se engaja”. 
O questionário e um instrumento que se adéqua à intenção do pesquisador, o qual, 
sabe, previamente, quais informações desejam ser conhecidas e, com isso podem estruturar 
antecipadamente as questões a serem indagadas e que serão respondidas pelos próprios 
entrevistados por escrito e, devolvidos pessoalmente ou via correio tanto por escrito quanto 
por meio eletrônico (POLIT, BECK e HUNGLER, 2004). 
Ao final da observação sistemática, como complemento das informações, aplicou-se 
um questionário estruturado às enfermeiras, composto por dados relativos à caracterização das 
profissionais e, ainda, a relação das atividades, porém sem a identificação da qualificação do 
processo de cuidado (assistenciais, administrativas e educativas), objetivando não induzir as 
respostas. No questionário, constavam opções a serem assinaladas relativas à freqüência de 
cada atividade e, em parênteses, uma legenda exemplificando-a, de forma a tornar evidente a 
cada enfermeira o parâmetro adotado, nessa pesquisa, de cada um dos conceitos. Assim a 
opção “freqüência alta” continha a descrição de “realizo todos os dias várias vezes”; 
“freqüência moderada” equivaleria a “realizo, mas não todos os dias”, “freqüência baixa” 
seria “realizo poucas vezes durante a semana” e, ainda, a opção “não realizo”. 
 
4. 6. Análise dos Dados 
Para análise dos dados do perfil profissional das enfermeiras utilizou-se o programa 
EPI-INFO para calcular a distribuição das freqüências mensuradas em valores relativos e 
absolutos. Os valores absolutos foram expressos pela sigla “f”, referente à freqüência das 
37 
 
atividades (tanto na observação direta quanto nos dados relativos ao relato das enfermeiras 
provenientes do questionário). Utilizou-se ainda a sigla “I” para representar a porcentagem de 
cada atividade observada em relação à sua própria categoria - como, por exemplo, o quanto 
representou a atividade de “lavagem das mãos” dentro das atividades assistenciais. A sigla 
“E” representou a proporção de cada atividade em relação à todas as atividades registradas, 
isto é, assistenciais, administrativase educativas. Os dados da observação sistemática e os 
dados do relato das enfermeiras sobre suas atividades na UTIN foram organizados e 
apresentados em percentuais. 
 
4. 7. Aspectos Éticos 
Inicialmente, o projeto de pesquisa foi encaminhado ao Comitê de Ética em Pesquisa 
(CEP), do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), e recebeu parecer de aprovação com protocolo 
nº 110308/10. Também houve anuência formal da chefia de enfermagem da unidade neonatal 
antes de iniciar a coleta de dados. Após a autorização para realizar a pesquisa, apresentou-se 
aos enfermeiros, individualmente, a síntese do projeto constando o objeto a ser pesquisado, os 
objetivos, forma de participação e apresentação do Termo de Consentimento Livre e 
Esclarecido (TCLE). Uma vez, ocorrendo a explicação sobre o estudo, retirou-se as duvidas 
das enfermeiras e em seguida houve a concordância em participar do estudo com a assinatura 
do TCLE. Portanto, houve a anuência em participar da pesquisa por parte de todas e somente 
depois deste ato realizou-se a observação sistemática e a entrega dos questionários às 
enfermeiras. 
Desse modo, o projeto respeitou em todas as suas etapas as recomendações e os 
princípios da beneficência, autonomia, não maleficência, justiça e equidade, constantes na 
Resolução 196/96, do Conselho Nacional de Saúde, que versa sobre os aspectos éticos de 
pesquisa envolvendo seres humanos (BRASIL, 1996). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
5. RESULTADOS 
 
5. 1. Características dos Profissionais - Enfermeiras da UTI Neonatal 
 
Dos dados levantados sobre as características das enfermeiras participantes da 
pesquisa observou-se que todas são mulheres. Em relação à idade, tem-se, na Tabela 1, a 
variação entre 23 a 53 anos, com média de 35,25 anos. 
 
Tabela 1. Idade das enfermeiras de uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Fortaleza, 
2010. 
Idade Freqüência Porcentagem 
23-27 3 25,00 
28-32 3 25,00 
33-37 --- --- 
38-42 3 25,00 
43-47 1 8,4* 
48-52 1 8,3 
53-54 1 8,3 
Total 12 100,0% 
Média: 35,25 anos 
Desvio-padrão: 9,56 anos 
Variação de idade: 23 a 53 anos 
 
Em relação ao tempo de formação das enfermeiras, pode-se observar, na Tabela 2, 
que variou entre menos de um ano a 28 anos, com média de 10,92 anos, porém, há períodos 
extremos, já que, existe uma enfermeira formada há menos de um ano e outra formada há 28 
anos. 
 
Tabela 2. Tempo de formação de enfermeiras de Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. 
Fortaleza, 2010. (em anos). 
Tempo de Formação Freqüência Porcentagem 
0 1 8,3% 
2 2 16,7% 
5 1 8,3% 
6 2 16,7% 
13 1 8,3% 
14 1 8,3% 
15 1 8,3% 
18 1 8,3% 
22 1 8,3% 
28 1 8,3% 
Total 12 100,0% 
39 
 
Em relação à titulação, identificou-se que a maioria das enfermeiras (91,7%) possuía 
pós-graduação lato sensu, ou seja, especialização e apenas uma (8,3%) possuía apenas a 
graduação, conforme observado na Tabela 3. 
 
Tabela 3. Titulação de enfermeiras de Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Fortaleza, 
2010. 
Titulação Freqüência Porcentagem 
Especialização 11 91,7% 
Graduação 1 8,3% 
Total 12 100,0% 
 
Na Tabela 4, observa-se que as especializações mais procuradas foram a de 
Enfermagem em Neonatologia (25%) e, em seguida, Administração Hospitalar e Unidade de 
Terapia Intensiva Neonatal, ambas com 16,7%. 
 
Tabela 4. Tipo de Especialização de enfermeiras de Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. 
Fortaleza, 2010. 
 Especialização Freqüência Porcentagem 
Administração Hospitalar 2 16,7% 
Enfermagem em Neonatologia 3 25,0% 
Enfermagem Pediátrica e Neonatal 1 8,3% 
Gestão em Serviços e Sistemas de Saúde e Neonatologia 1 8,3% 
Materno-Infantil 1 8,3% 
Médico-Cirúrgico 1 8,3% 
Nenhuma 1 8,3% 
UTI Neonatal 2 16,7% 
Total 12 100,0% 
 
 
No tocante ao tempo de atuação em ambiente hospitalar e enfermagem neonatal, 
observou-se variação entre menos de um ano a 22 anos, com média de 9,67 anos, conforme 
observado na Tabela 5. 
 
Tabela 5. Tempo de atuação de enfermeiras em ambiente hospitalar e enfermagem neonatal. 
Fortaleza, 2010. 
Tempo de atuação em ambiente hospitalar Freqüência Porcentagem 
0-10 6 50 
11-22 6 50 
 
Tempo de atuação em Enfermagem em Neonatologia Freqüência Porcentagem 
0-10 7 58,33 
11-22 5 41,67* 
Total 12 100,0% 
 
40 
 
No tocante a atuação em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, houve variedades 
tempo de atuação, uma vez que, duas enfermeiras trabalham na área há menos de um ano e 
uma enfermeira referiu trabalhar na área entre 17 a 20 anos, conforme visto na Tabela 6. 
 
Tabela 6. Tempo de atuação de enfermeiras de Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. 
Fortaleza, 2010. 
Tempo de atuação em UTI Neonatal Freqüência Porcentagem 
6 meses a 1 ano 2 16,7% 
2 a 5 anos 4 33,3% 
6 a 10 anos 2 16,7% 
11 a 16 anos 3 25,0% 
17 a 20 anos 1 8,3% 
Total 12 100,0% 
 
Em relação à qualificação para inserção do Cateter Central de Inserção Periférica 
(PICC), tem-se que sete a possuíam (58,3%) e cinco não (41,7%), conforme visualizado na 
Tabela 7. 
 
Tabela 7. Qualificação em Cateter Central de Inserção Periférica (PICC) entre enfermeiras de 
Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Fortaleza, 2010. 
Qualificação em Cateter Central de Inserção Periférica Freqüência Porcentagem 
Não 7 58,3% 
Sim 5 41,7% 
Total 12 100,0% 
 
Em relação à participação em eventos científicos, identificou-se que há pouca 
participação das enfermeiras em eventos voltados aos profissionais da área de Saúde como um 
todo, da Enfermagem e da Enfermagem Neonatal, conforme observado na Tabela 8. 
 
Tabela 8. Distribuição das enfermeiras quanto à participação em eventos científicos sobre 
Neonatologia. Fortaleza, 2010. 
Eventos Área de 
Saúde 
% Enfermagem % Enfermagem 
Neonatal 
% 
Sim 9 75,00 1 8,33 2 16,70 
Não 3 25,00 11 91,67 10 83,33 
Total 12 
 
 
 
41 
 
5. 2 Análise dos elementos qualificadores do processo de cuidado da enfermeira em 
Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) 
Para proceder à análise sobre as atividades desenvolvidas por enfermeiras em uma 
UTIN, de um hospital público estadual do Ceará, os dados foram dispostos em tabelas de 
forma a facilitar a visualização e a comparação entre eles. Conforme observado na Figura 1, 
das 1323 atividades observadas (100%), 45,05% equivaleram às atividades assistenciais, 
39,99% às administrativas e 14,97% às atividades de educação. 
 
Figura 1. Distribuição das atividades realizadas pelas enfermeiras em uma Unidade de Terapia 
Intensiva Neonatal (UTIN) de um hospital público estadual do Ceará. Fortaleza-CE, 2010. 
 
 
 
 
Observando a Tabela 9, das 596 atividades assistenciais identificadas (100%), a mais 
recorrente foi a lavagem das mãos antes e após a realização de procedimentos (RCI), 
representando 29,53%, do total das atividades identificadas, seguida da execução de cuidados 
respiratórios (ECR), equivalendo a 16,77%, da coleta de material para exames (RCE), que 
representou 12,24% do total, dos cuidados físico-corporais, como mudança de decúbito e 
higiene corporal do bebê (CAF) representando 7,55% das atividades e, por fim, de atividades 
de cuidado cutâneo e de fâneros (RCF) correspondendo a 6,04% das atividades assistenciais 
desenvolvidas. 
 
42 
 
Tabela 9 Freqüência das atividades assistenciais desempenhadas pelas enfermeiras 
assistenciais na UTI Neonatal (UTIN) de um hospital público estadual do Ceará. Fortaleza-
CE, 2010. 
Atividades Assistenciais Diurno 
f I E 
RCI Realiza lavagem das mãos antes e após a 
realização de procedimentos 
176 
29,53 13,30 
ECR Executa cuidados respiratórios 100 16,77 7,55 
RCE Realiza coleta de material para exames 73 12,24 5,51 
CAF Realiza cuidados físico-corporais (decúbito 
higiene) 
45 
7,55 3,40 
RDF Realiza cuidado cutâneo e de fâneros 36 6,04 2,74 
AMF Administra medicamentos e fluidos 21 3,52 1,58 
RIC Realiza ou auxilia na inserção de PICC 17 2,85 1,28 
CAE Realiza cuidado afetivo à criança e 
familiares

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