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POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR ESCOLA DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO OPERACIONAL DE POLÍCIA OSTENSIVA (CFO) REFLEXÃO SOBRE O POLICIAMENTO COMUNITÁRIO EM MINAS GERAIS: DESAFIOS PARA EFETIVAÇÃO CLEVER VICTOR DE ARAÚJO EDER PERES SUDANO ELISCLEIDES DOS SANTOS ORIENTADOR: CAP PM ROBSON ROMIE LOPES PEREIRA Belo Horizonte 2016 1 REFLEXÃO SOBRE O POLICIAMENTO COMUNITÁRIO EM MINAS GERAIS: DESAFIOS PARA EFETIVAÇÃO Clever Victor de Araújo1 Eder Peres Sudano2 Eliscleides dos Santos3 RESUMO O presente trabalho tem por finalidade apresentar aspectos relacionados aos desafios acerca da implantação do policiamento comunitário na Polícia Militar do Estado de Minas Gerais. Para isso, o artigo foi desenvolvido em tópicos, sendo apresentada uma introdução sobre o tema, que é o primeiro tópico, o desenvolvimento, com a indicação dos desafios, tanto no âmbito interno, quanto externo. Ademais, foram realizadas entrevistas com dois militares, por meio de um questionário semiestruturado, que será apresentado no discorrer do trabalho. Ao final, é apresentada uma análise dessas respostas, com a conclusão do artigo como último tópico. Palavras Chave: Policiamento comunitário; implantação; desafios; interno; externo. 1 Graduado em Direito pela Faculdade de Minas Gerais (FAMIG) e pós-graduado em Segurança Pública e Justiça Criminal pela Fundação João Pinheiro. 2 Graduado em Direito pela Universidade José do Rosário Vellano (UNIFENAS). 3 Graduado em Direito na Faculdade Anhanguera de Negócios de Belo Horizonte. 2 1 INTRODUÇÃO A filosofia e estratégia de policiamento adotado pela Polícia Militar de Minas Gerais desde o final da década de 80 demonstra a preocupação institucional com a mudança paradigmática de prevenção do fenômeno social crime ao propor gestão comunitária de problemas de segurança pública. Vez que, “nos idos anteriores, caracterizado pelo modelo tradicional de policiamento, homenageavam-se o caráter repressivo, o mero cumprimento da lei e a prisão do infrator”, afirmam Beato et al (2008). Para Bordin (2009) “a polícia militar possuía características fortes de burocracia excessivamente centralizadora, hierarquia baseada no medo de punições e um modelo de combate ao crime”. Já com a redemocratização do país, a Constituição Federal de 1988 evidencia os preceitos dos Direitos Humanos e o Policiamento Comunitário perfeitamente encaixam-se na novel conjuntura sócio política e jurídica do Brasil. Em linhas gerais, o cerne deste policiamento é caracterizado pela prevenção, desiderato constitucional previsto no artigo 144 da Carta Magna de 88, ademais o foco passa a ser o cidadão de bem e a garantia dos direitos sociais, conforme se extrai de Brasil (2007). Doravante, almeja-se de forma conjunta e sinérgica o envolvimento entre polícia, comunidade e órgãos públicos e privados na busca de respostas efetivas aos conflitos sociais existentes e pontuais, não restringindo apenas à prevenção do delito. Mas, outrossim, do medo e das desordens físicas e morais que podem ser identificados como problemas que afetam a qualidade de vida, conforme já acima exposto, aludem Skolnick e Bayley (2002). Nessa seara, a aproximação da comunidade é fator primordial, pois se resgata o prestígio e respeito institucional, desenvolve sinergia e confiança da comunidade nas instituições democráticas, cria na comunidade o senso crítico e de pertencimento aos espaços públicos por vezes abandonados, potencializa o capital social, gera mobilização, cidadania, responsabilidades compartilhadas, amizades, desburocratização, empoderamento, dentre outros, asseveram Adorno (2002) e Bohn (2014). Ao revés, o modelo tradicional de policiamento reflete alguns questionamentos de ineficiência, conforme afirma Bohn (2014) apud Skolnick e 3 Bayley (2002): O aumento do número de policias não reduz as taxas de criminalidade, nem aumenta a proporção dos crimes resolvido. O patrulhamento ao acaso, motorizado, nem reduz o crime nem melhora as chances de prender os criminosos. As rondas a pé regulares, ao contrário, demonstram reduzir o medo do crime do cidadão, embora talvez não reduzam as taxas de criminalidade. Embora o patrulhamento mais intenso de fato reduza a criminalidade, ele consegue deslocar o crime para outras áreas menos patrulhadas. O legendário “cerco perfeito” tão raro de acontecer, que é quando a patrulha pega o criminoso no exato momento do flagrante. O tempo de resposta da polícia também não interessa muito, pois se passar apenas um minuto que seja do acontecimento do crime, a chance de a polícia prender o criminoso será menos que dez por cento. Por fim, as investigações criminais não são muito eficazes na resolução dos crimes se não houver uma participação dos moradores das comunidades. Daí emerge o problema central desse trabalho, vez que esses pesquisadores acreditam e tentam demonstrar, sem a pretensão de exaurimento do assunto, que o desenvolvimento do policiamento comunitário encontra desafios endógenos e exógenos que precisam ser superados para o alcance da efetividade e eficiência. Urge então compreender o processo histórico evolutivo da necessidade de adoção do policiamento comunitário para a Instituição Polícia Militar de Minas Gerais, bem como os principais conceitos que envolvem a temática e sua importância para o cenário político e social conforme a realidade hodierna. É sabido que a implantação do policiamento comunitário enfrenta diversos desafios de natureza interna e externa, alude Brasil (2007). Nesta perspectiva, internamente, pode-se citar o enraizamento do modelo tradicional de policiamento, a rotatividade do efetivo, a porcentagem de efetivo empregado no policiamento comunitário que ainda é muito reduzido, a capacitação dos militares ao levar-se em conta o reduzido tempo de emprego dessa filosofia de policiamento pela PMMG, a centralização de alguns comandantes, a falta de recurso e utilização do modelo de policiamento preventivo como marketing institucional. Externamente pode-se referenciar a falta de participação e de mobilização da comunidade, bem como a falta de apoio e gestão coordenada dos outros órgãos públicos, afirma Bohn (2014). Notoriamente o policiamento comunitário exige ampliação da percepção 4 e de entendimento no que se refere à prestação de segurança pública, pois objetiva-se não apenas reduzir os índices criminais, mas alcançar o cerne e a gênese do problema e, nessa ótica, a solução dos diversos problemas sociais perpassa a necessidade de efetiva participação da comunidade e de outros órgãos públicos, conforme salientam os pesquisadores Muniz et al (1997, p. 201): Vale lembrar que o policiamento comunitário tem como objetivo a resolução de problemas e que a noção de ‘’problema’’ se amplia consideravelmente quando são levados em conta, além de crimes e delitos, outros sintomas de desordem numa comunidade, ou quando se passa de uma atuação meramente reativa e repressiva a outra que enfatiza a prevenção de distúrbios e a negociação de conflitos. Logo, os propósitos desse policiamento necessariamente ultrapassam o estoque de recursos das instituições policiais, por melhor equipadas e eficientes que elas possam ser. Para incrementar a ‘’qualidade de vida’’ e para prevenir o crime num ambiente de médio ou longo prazo, quase sempre requer-se a mobilização de serviços externos à polícia, devendo-se presumir que os órgãos responsáveis não se recusarão a fornecê-los. Para tanto déficits identificáveis na comunidade como a ausência de infraestrutura básica, a ausência de escolas de ensino médio, ausências no ensino infantil, precariedade nos serviços prestados, transporte público extremamentedefasado, falta de políticas públicas, em suma, ausência do poder público. Dentre outros, esses se tornam um grande impasse para o sucesso da consolidação de um programa de policiamento comunitário, pois a precariedade com que os serviços públicos são oferecidos à comunidade, acaba por minar seu grande potencial de atuação, juntamente com o Estado, na garantia da segurança pública, alude Maia (2014). A pesquisa será desenvolvida através de análise qualitativa e com base em explorações bibliográficas e documentais aliada ao emprego de questionário semiestruturado aos especialistas que labutam diretamente no serviço de Base Comunitária na PMMG. 2 DESAFIOS INTERNOS E EXTERNOS À CONSOLIDAÇÃO DO POLICIAMENTO COMUNITÁRIO O policiamento comunitário é uma filosofia de policiamento que ganhou 5 força nas décadas de 70 e 80, quando as organizações policiais em diversos países da América do Norte e da Europa Ocidental começaram a promover uma série de inovações na sua estrutura e funcionamento e na forma de lidar com o problema da criminalidade. Quatro inovações são consideradas essenciais para o desenvolvimento do policiamento comunitário segundo Neto (2004) apud Skolnick e Bayley (2002, p.15-39): - Organização da prevenção do crime tendo como base a comunidade; - Reorientação das atividades de policiamento para enfatizar os serviços não emergenciais e para organizar e mobilizar a comunidade para participar da prevenção do crime; - Descentralização do comando da polícia por áreas; - Participação de pessoas civis, não-policiais, no planejamento, execução, monitoramento e/ou avaliação das atividades de policiamento. Destacam-se também os estudos de Bayley e Skolnick (2002), que corroboram com o que já foi demonstrado inicialmente, no que tange as principais dificuldades para implementação/consolidação do policiamento comunitário, conforme destaca-se: Limitação institucional de recursos humanos disponíveis para se dedicar ao atendimento de ocorrências; a incapacidade das próprias organizações policiais de acompanhar e avaliar o trabalho e fazer escolhas entre diferentes modos de policiamento, levando em consideração sua eficácia e legitimidade; a própria cultura organizacional da polícia, centrada na pronta resposta diante do crime e da desordem e no uso da força para manter a lei e a ordem; a dificuldade de descentralizar a autoridade para a ponta, causada pela ausência de sistemas de medição de desempenho que permitam monitorar e avaliar o trabalho preventivo das unidades e seus respectivos policiais e os conflitos existentes entre os policiais da direção e os policiais de linha de frente. Já no âmbito externo: a expectativa e consecutiva pressão exercida pela sociedade por uma pronta resposta diante do crime e da desordem; bem como a mobilização social. Uma pesquisa realizada por Neto (2004, p. 7-8), com dez coronéis das polícias militares da cidade de São Paulo, revela a percepção dos oficiais superiores no que tange essas dificuldades, conforme destacado a seguir: A falta de apoio por parte de setores do governo, da sociedade e mesmo da polícia, muitas vezes atribuído ao 6 desconhecimento das características do policiamento comunitário, e especialmente à ideia de que o policiamento comunitário implica o favorecimento ou tratamento especial dos setores da comunidade que colaboram com a polícia e/ou de que o policiamento comunitário reduz a capacidade de ação repressiva da polícia. Incluem também a resistência de oficiais e/ou praças da Polícia Militar, e também dos policiais civis, decorrentes da cultura tradicional da polícia, e da crença de que o policiamento comunitário é um fenômeno passageiro. Estes fatores contribuiriam para a insuficiência dos recursos humanos e materiais direcionados para o policiamento comunitário. Os coronéis apontam ainda dificuldades de gestão, incluindo planejamento, execução, monitoramento e avaliação do processo de implantação do policiamento comunitário, que deixam o processo de implantação, em grande parte, na dependência das ideias e interesses dos responsáveis por cada unidade policial e, assim, aumentam o risco de desvios na implantação deste tipo de policiamento. Um problema específico nesta área, citado por dois coronéis, é a rotatividade dos policiais e a dificuldade de fixar os policiais em uma função ou área, em todos os níveis da organização. Outro problema é a pressa na implantação do policiamento comunitário, devido a razões políticas, sendo que, na visão de quase todos a implantação do policiamento comunitário é um processo lento e de longo prazo. Outra dificuldade mencionada ainda é a diversidade de situações locais e as particularidades de cada comunidade, que exigem estilos diferentes e estratégias diferentes de implantação do policiamento comunitário. Na esfera local, uma dificuldade seria a adequada compreensão das necessidades da comunidade em matéria de segurança pública, por parte da polícia e da comunidade, a partir da troca de informações, do conhecimento dos fatos, para definição consensual, não unilateral, dos procedimentos a serem adotados pela polícia e pela comunidade para prevenção do crime. Já em Belo Horizonte/MG, Beato (2002, p. 6) identificou problemas similares aos apontados: Despreparo dos policiais; resistência dos policiais no policiamento comunitário; resistência ao controle externo; rodízio dos policiais; ausência de unanimidade do comando quanto a importância do policiamento comunitário; ausência de indicadores de avaliação; isolamento do programa de polícia comunitária dentro da organização; resistência da população em participar do programa; dificuldades mobilização comunitária; crença na eficácia do modelo de reativo de polícia no controle da criminalidade. Conforme se verifica, a consolidação do policiamento comunitário perpassa por diversos fatores, sendo que em alguns casos são encontrados 7 óbices para sua aceitação e, inclusive, junto aos próprios militares, por questões diversas, conforme será explanado a seguir. Destarte, a pesquisa limitar-se-á a análise dos problemas referentes aos âmbitos interno e externo, por considerar que buscar-se-á abarcar aqueles que são mais substanciais para a consolidação do policiamento comunitário. Convém salientar que a cultura tradicional dos policiais em atuar de forma mais repressiva, com vistas a combater o crime e a criminalidade é uma questão histórica. A atuação da polícia buscava resolver os problemas criminais, a partir de uma demanda específica, em que o crime ocorria e a sociedade solicitava a intervenção policial. Nesse aspecto não havia uma maior preocupação com os problemas sociais de uma forma mais ampla, se restringindo a incidência criminal. Alude Souza (2010, p. 42) que: Naquela época, a atuação da PMMG, para cumprir a missão de manutenção da ordem pública, baseava-se no modelo tradicional, em que, as ações policiais eram essencialmente repressivas. A finalidade do policiamento era tão somente atuar de maneira repressiva e restaurar a ordem pública, diferente de uma atuação mais individualizada e personalizada. Verifica-se que o policial buscava agir visando à manutenção da ordem pública, por meio do estrito cumprimento as normas vigentes. A atividade policial se restringia ao executar o que estivesse previsto, à medida que as demandas surgissem, notadamente voltado ao controle da criminalidade por meio da repressão. Nesse diapasão, alude Espírito Santo e Meireles (2003) apud Souza (2010, p. 42-43) que o policiamento se restringia a: a) Executar o policiamento ostensivo, fardado e planejado pelas autoridades policiais, com o fim de assegurar o cumprimento da lei, a manutenção da ordem e o exercício dos poderes constituídos; b) Atuar de maneira preventiva em locais onde se presuma a possível perturbação da ordem; c) Atuar de maneira repressiva,em caso de perturbação da ordem; d) Atender à convocação do Governo Federal para prevenir ou reprimir grave perturbação da ordem ou ameaça de sua irrupção. O policiamento tradicional era entendido como o único capaz de resolver os problemas da criminalidade, sem se preocupar com os fatores que 8 corroboram para a ocorrência do delito. Nesse contexto, Calais (2012, p. 47) afirma que “permeia no público interno a percepção que as práticas do policiamento tradicional são, realmente, as típicas do serviço policial e as únicas efetivas para a redução da criminalidade. Este fato torna-se uma barreira importante a ser superada”. No mesmo sentido, Bayley e Skolnick (2002) apud Simões (2012, p. 38) afirmam que: Existem alguns obstáculos na implantação da Polícia Comunitária. A cultura tradicional dos policiais, a imaturidade dos jovens policiais, o embate ideológico entre os policiais operacionais com os da administração e a limitação de recursos como desculpa para a não realização de certas atividades são alguns deles. Tais dificuldades são corriqueiras, todavia deve haver um esforço interno por vencer tais barreiras. Nesse sentido denota-se um afastamento do policial em relação ao cidadão. Aquele se preocupava em atender as demandas da sociedade diante de uma situação de conflito, sem se preocupar com os problemas do cidadão. Soares (2005, p. 12) aponta que: Em consequência disso, as polícias desenvolveram um senso de antagonismo entre policiais-militares e cidadão, este apelidado de “paisano”, que dificultou e ainda constitui um dos maiores óbices para a consolidação do policiamento comunitário. Por esta razão, tanto os policiais quanto a própria sociedade encontram sérias dificuldades para interagirem-se. De um lado, está o policial ainda preconceituoso e desconfiado em relação ao cidadão não-policial. Do outro encontra-se uma sociedade inerte, que não participa na busca pela solução de seus próprios problemas, e que simplesmente aguarda providências das autoridades legalmente constituídas. Esse afastamento do policial cria uma barreira para o correto entendimento dos problemas que afetam a comunidade local. Ademais, deixa de se estabelecer um processo de confiança entre o cidadão de bem e o policial, o que é primordial para a identificação dos problemas sociais e a implantação das medidas necessárias para a solução desses problemas. A fim de que sejam vencidos esses obstáculos, é necessário que seja realizada uma mobilização interna e externa, o que não é considerado fácil, conforme afirma Souza (2010, p. 100), a partir de entrevistas realizadas: 9 Mobilizar pessoas é uma coisa muito difícil, você gerar unidade, coesão mobilizar pessoas para solucionar problemas é muito difícil. Você tem problemas de transformação cultural de mudança na Instituição, de treinamento e de preparação daquelas pessoas de ter uma formatação adequada aí do protocolo do modelo que é o serviço. Porque algumas Instituições, algumas polícias não escolhe ser Polícia Comunitária? Porque é muito difícil fazer isso. Não é fácil. (Coronel, CPC) Para que possa ocorrer essa interação é preciso estreitar os laços entre o policial e a comunidade. Destarte, a comunidade passará a confiar no policial, sendo que este permanecerá junto aos cidadãos, de forma contínua, buscando identificar os problemas que tanto assolam a comunidade local. Trata-se do estabelecimento de uma confiança mútua, que propiciará uma maior interação entre ambos. Câmara (2008, p. 67) alude que: Para a implantação desta filosofia há necessidade de mudar a visão dos policiais, no que se refere à confiança estabelecida entre os policias e a comunidade. Pelo que observa Bondaruk e Souza (2003) para que um policiamento comunitário consiga alcançar seu objetivo é necessário certo grau de confiança e aceitação nas pessoas que policiam. Sabe-se que essas mudanças envolvem toda a Instituição e acabam por gerar entraves junto ao público interno e, por isso, devem ocorrer de forma paulatina, afirma Cerqueira (2001, p. 68): Mudanças organizacionais dessa magnitude exigirão paciência, perseverança e compromisso total. Por estas razões, a implementação organizacional pode não ser viável para órgãos nos quais os métodos de policiamento tradicionais estão profundamente enraizados. A implementação eficaz requererá tempo para treinar o pessoal, estabelecer vínculos com a comunidade e criar sistemas de suporte apropriados. O tempo necessário para isso, dependerá da administração atual da organização, do relacionamento existente com a comunidade e dos recursos disponíveis. Outro aspecto que gera resistência junto ao público interno refere-se ao reconhecimento dos trabalhos realizados pelo policiamento comunitário. Nota- se certa dificuldade em se medir o desempenho dos trabalhos desse policial, aduz Skolnick e Bayley (2006) apud Reis (2013, p. 26): 10 [...] as organizações policiais têm encontrado dificuldades para avaliar o desempenho de um policial comunitário. Para eles, enquanto as instituições não aprenderem a recompensar a atuação e o desempenho dos policiais comunitários, elas encontrarão dificuldades em encorajá-los a se dedicarem e realizarem esse tipo de policiamento. Destaca-se a necessidade de se implementar formas de reconhecimento dessa modalidade de policiamento, a fim de motivar o público interno. Nesse diapasão, após realizar entrevistas, Reis (2013, p. 78) apontou que: De acordo com o comandante da Base Comunitária (BC), um dos grandes entraves do serviço preventivo está no reconhecimento, no que se refere à concessão de recompensas. Segundo o militar, a instituição prega a filosofia de policiamento preventivo, mas não propicia os mecanismos necessários para que os militares que desenvolvem bem esse serviço sejam recompensados. O entrevistado apontou que conseguir formular um pedido de recompensa para o serviço preventivo é extremamente complicado. Citou como exemplo as diversas situações de ocorrências da época em que servia em uma Companhia Tático Móvel (Cia TM) e que era constantemente recompensado pelo serviço repressivo que prestava. Para ele, atualmente, sua carga de serviço é bem maior que a anterior, o envolvimento, o tempo dispensado à realização do serviço preventivo é muito maior do que o dispensado ao repressivo. Nota-se que o aspecto repressivo ainda é mais reconhecido que o preventivo, sendo este um dos objetivos do policiamento comunitário. Nesse diapasão, complementa Reis (2013, p. 79) que: O comandante da BC reforçou também a questão da cultura repressiva muito arraigada na instituição e a necessidade de mudança deste contexto. Citou outro exemplo, o de que a prisão de um autor de furto para a vítima é muito importante, mas por outro lado, a atuação de um policial que através de ofícios, de contatos com os órgãos competentes, consegue a limpeza de um terreno sujo, com o mato alto, para aquela comunidade local é algo extremamente interessante, mas isso não tem o reconhecimento da corporação. Para os graduados a falta de reconhecimento da corporação compromete o serviço, pois são prejudicados nas promoções, afirmou o comandante da BC. Urge destacar que os policiais devem estar motivados para desempenhar suas funções, sendo que o não reconhecimento do trabalho 11 policial realizado pode interferir sobremaneira na qualidade dos serviços prestados. Daí a importância em se criar tais mecanismos para recompensá- los. Verifica-se que a Diretriz para a Produção de Serviços de Segurança Pública nº 3.01.06/2011 – CG, que regula a aplicação da filosofia de Polícia Comunitária pela Polícia Militar de Minas Gerais, traz indicadores de desempenho para o policiamento comunitário, na PMMG. Esses indicadores poderão contribuir para uma análise qualitativa das ações dos policiais militares, com o fito de promover oreconhecimento do trabalho destes. Destaca-se de Minas Gerais (2011, p. 44) que: O uso de indicadores é algo inovador no policiamento comunitário, portanto serão descritos somente “indicadores de desempenho”, por serem de fácil compreensão. Em momento oportuno o Comando-Geral da PMMG poderá apresentar outros indicadores de desempenho, indicadores de suporte e indicadores de qualidade – propriamente ditos. A partir da análise desses indicadores, do cumprimento de metas, é possível avaliar os serviços prestados, de forma quantitativa e qualitativamente, com o fito de reconhecer o trabalho dos policiais militares que realizam o policiamento comunitário, de forma a manter a motivação destes. Assim como no policiamento tradicional, aquele policial comunitário deve ser reconhecido junto à Instituição. A despeito dos problemas de âmbito interno abarcados anteriormente as dificuldades e desafios externos interferem diretamente na consecução dos objetivos institucionais no que tange a promoção de segurança pública. Nesse aspecto, em seara externa, pode-se citar: ausência de apoio dos outros órgãos, incapacidade de mecanismos de mobilização social (questão educacional, cultural), falta de articulação entre os órgãos de defesa social, alude Beato (2002). Bem como, a ausência de política pública de segurança de âmbito nacional, estadual e municipal são desafios à efetividade do policiamento comunitário haja vista a necessidade de enfrentar o problema de forma sinérgica e com o envolvimento dos órgãos públicos, privados e com a participação da comunidade, afirmam Skolnick e Bayley (2002). Salienta-se que o sentimento de insegurança das pessoas para ocupar 12 os espaços públicos e, por conseguinte, a ausência da vigilância natural, onde informalmente os espaços devem ser vigiados e as relações sociais estabelecidas trazem prejuízos à noção de comunidade e, diante disso, ao policiamento comunitário. A esse respeito, Durante (2010, p. 15) assevera que: A visão tradicional da cidade como um conjunto de comunidades perdeu espaço, assim como a própria vida em comunidade existente dentro da cidade. As ruas passaram a pertencer a todo mundo sem serem vigiadas por ninguém, exceto por um oficial de polícia ocasional que não sabe de qualquer modo a quem pertence aquele espaço. Deste modo, as ruas passaram a ser local de exposição das vítimas ao risco, pois existe cada vez menos espaço para o processo de vigilância informal característico da vida em comunidade. Potencializa e clareia essa percepção de situações que podem gerar insegurança, desvios e perdas nas relações sociais, Stark (1987) apud Durante (2010), com a Teoria dos Locais Desviantes: Existem cinco aspectos que caracterizam as áreas urbanas como lugares desviantes: densidade demográfica, pobreza, mistura do tipo de utilização da área urbana, variação na composição da vizinhança e a degradação da área urbana. A conjugação destes cinco fatores leva à quatro processos sociais diferentes: (1) cinismo moral entre os residentes de uma mesma área; (2) aumento nas oportunidades de crime; (3) aumento na motivação para a ação desviante; (4) diminuição no controle social. Esta teoria propõe uma forma de analisar como a conjugação destes quatro processos irá resultar num aumento da atração de pessoas e atividades desviantes para uma região e num aumento da intensidade do grau de desvio destas atividades. Em que pese a atual conjuntura ser caracterizada pela dinâmica urbana decorrente de diversos fatores como globalização, êxodo rural, processo migratório interno e externo, informação tecnológica, bem como ausência e incapacidade de conversão de interesses individuais pode ser consideravelmente importante causa a ser perquirida e analisada, nessa esteira cita-se Skolnick e Bayley (2002, p. 90): A reciprocidade polícia-comunidade só pode ser conseguida onde, por um lado, há um vínculo genuíno de interesses entre a polícia e os cidadãos que ela serve e, por outro, entre os diferentes setores identificáveis do público. Isso parece estar se tornado cada vez mais difícil de se obter em áreas urbanas 13 demograficamente complexas, com crescente diversidade étnica. Nogueira (2010), em estudo realizado na cidade de Contagem demonstrou pouca participação da sociedade no planejamento do policiamento na área do 39º BPM o qual aduz com base em documentos e pelas entrevistas realizadas, que todo o planejamento da atividade preventiva era feito exclusivamente pela administração e comando da Unidade. Já Durante (2010) afirma que não basta qualificação no âmbito da gestão científica e na análise de dados e de investimentos vultosos em estruturas de tecnologia da informação, o principal desafio está na construção de um novo modelo de ordem social, onde a sociedade assuma de forma plena seus direitos e responsabilidades como ator parceiro na realização das ações e políticas públicas. Questionário semiestruturado: Como forma de subsidiar a pesquisa e associar aos fatores que constituem desafios para ao policiamento comunitário, optou-se por um questionário semiestruturado, para que os pesquisadores expusessem suas ideias a respeito do tema. Segundo, Lakatos e Marconi (2010), o questionário se trata de um instrumento para recolher informação. É uma técnica de investigação composta por questões apresentadas por escrito a pessoas. O presente trabalho contou com a participação de dois entrevistados. O primeiro, que é oficial da Polícia Militar de Minas Gerais, é graduado em Ciências Militares, com ênfase em Defesa Social, pela Academia de Polícia Militar de Minas Gerais (2006). Atualmente é Supervisor de Ensino da Escola de Formação e Aperfeiçoamento de Sargentos, da Academia da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais. Ademais, tem experiência na área de Sociologia, com ênfase em Polícia Comunitária. Já o segundo entrevistado, que também é oficial da Polícia Militar de Minas Gerais, é graduado em Ciências Sociais, especialista em Criminalidade em Segurança Pública, pelo Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública (CRISP), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), especialista em Segurança Pública e Justiça Criminal pela Fundação João 14 Pinheiro (FJP), especialista em Gestão de Direitos Humanos, pelo Centro Universitário Euroamericano (UNIEURO), de Brasília/DF. Ademais, é professor da Academia da Polícia Militar de Minas Gerais. Foi feito o seguinte questionamento aos entrevistados: Quais os principais fatores no ambiente interno (PMMG) e externo (comunidade/outros órgãos) que prejudicam a implantação/consolidação do policiamento comunitário? Os entrevistados fizeram os seguintes apontamentos: Primeiro ponto a ser destacado é que para utilização da filosofia de polícia comunitária, deve-se ter em mente do que significa e no que compreende o policiamento comunitário. Muitos a confundem dizendo que é uma política permissiva, não compromissada com o combate do crime e que preocupa apenas em ajudar os necessitados dos aglomerados. No entanto, o policiamento comunitário vai além desses pré-conceitos estabelecidos, buscando a parceria da comunidade para a resolução de problemas, que muitas vezes se potencializa, transformando-se em crimes mais graves. Nessa linha, afirma o entrevistado. Contudo, percebe-se que há ainda um equívoco no entendimento correto do que se trata de fato a estratégia de polícia comunitária, ainda hoje, se confunde polícia comunitária com ações assistencialistas, marketing institucional, relações públicas, " estar bem com a comunidade", ações que não visam propriamente um trabalho conjunto entre a Polícia Comunidade envolvendo outros órgãos públicos e privados que tenha como objetivo a resolução de um problema local. Enquanto não houver um entendimento único de que polícia comunitária é uma estratégia parase otimizar uma resposta das instituições policiais face as demandas da sociedade moderna, que a polícia isoladamente não consegue fazer frente a todas as demandas da sociedade, que o trabalho conjunto é vital e muito mais eficiente, que ter a comunidade participando é uma forma de legitimação, compartilhar responsabilidade e orientadora das ações que a comunidade deseja, teremos dificuldade em consolidar o policiamento comunitário. (Entrevistado 1) Interno: mesmo com mais de 15 anos de um investimento institucional profundo na implantação da filosofia, ainda existem policiais que não compreendem que são Comunitários na sua essência. Somos treinados a realizar excelentes técnicas de abordagem policial, mas há pouca prática de treinar os policiais em lidar com conflitos e resolver problemas comunitários, mas 15 não podemos deixar de dizer que avançamos muito. (Entrevistado 2). Importante destacar que, quando se fala em dificuldade em âmbito interno, ambos os entrevistados apontam como dificultador da implantação da filosofia de polícia comunitária a falta de incentivo aos profissionais que atuam na área. À medida que a cultura avança no sentido da implantação da filosofia comunitária, torna-se necessária incrementar estímulos para que aquele profissional evolua no campo do comprometimento. Em razão de tudo citado temos ainda dificuldade de estabelecer indicadores de avaliação e construir mecanismos de reconhecimento daqueles que se destacam no campo da Polícia Comunitária. Nossos indicadores de avaliação de qualidade ainda tem como referencial uma Polícia Tradicional, nos preocupa a redução da criminalidade, tempo de resposta as chamadas, quantidade de pessoas presas, armas apreendidas, pessoas abordadas etc. Se analisarmos as recompensas veremos que grande parte, principalmente da tropa operacional são em razão de prisões e apreensões. Obviamente, que isso gera reflexo na conduta do policial na ponta da linha, se as recompensas é um mecanismo de avaliação de mérito que influencia inclusive na promoção e se valoriza muito as ações tradicionais, fica difícil mudar a cultura e ações operacionais para as ações de Polícia Comunitária. (Entrevistado 1) Não estamos dizendo em comprar o comprometimento do profissional, no entanto é preciso premiar aquele profissional que se empenha na atividade, diferentemente do profissional não engajado no propósito institucional. Sabe- se que a motivação é um dos fatores que mantém um profissional em uma organização. Outro fator é que há pouca recompensa aos policiais que fazem prevenção e não deixam o crime ocorrer, como também há pouco diálogo entre o Comandante de Companhia e a Tropa a fim de melhor consciência do trabalho preventivo. (Entrevistado 2) Pedroso Filho (1998, p. 24), afirma que: Os policiais comunitários de maior sucesso são os que tendem a ser auto-motivados e auto-disciplinados derivando suas satisfações da consciência de que estão fazendo o melhor para realizar alguma coisa. Isto não quer dizer, entretanto, que não queiram e não precisem de um “tapinha nas costas” por um 16 trabalho bem feito. Provavelmente a mais importante recompensa que o policial possa receber consiste de coisas intangíveis, tais como elogios dos moradores e status na ronda. Os Oficiais e Sargentos podem também recompensar o bom desempenho: Elogiando os policiais, em particular ou em frente de seus pares; Indicando policiais para as premiações da companhia; Policial do mês. (Se a resolução comunitária de problemas não contar pontos para o programa de premiação em vigor, devem- se envidar esforços junto aos superiores para mudar as regras neste ponto.); Demonstrando confiança e apoio, através da flexibilidade. Outro ponto que merece destaque quando se analisa a resposta dos entrevistados tem a ver com a dificuldade de mobilização da sociedade e dos outros órgãos fator preponderante quando se trata de policiamento comunitário. Nesse sentido, Muniz et al (1997, p. 201) afirmam que: Vale lembrar que o policiamento comunitário tem como objetivo a resolução de problemas e que a noção de ‘’problema’’ se amplia consideravelmente quando são levados em conta, além de crimes e delitos, outros sintomas de desordem numa comunidade, ou quando se passa de uma atuação meramente reativa e repressiva a outra que enfatiza a prevenção de distúrbios e a negociação de conflitos. Logo, os propósitos desse policiamento necessariamente ultrapassam o estoque de recursos das instituições policiais, por melhor equipadas e eficientes que elas possam ser. Para incrementar a ‘’qualidade de vida’’ e para prevenir o crime num ambiente de médio ou longo prazo, quase sempre requer-se a mobilização de serviços externos à polícia, devendo-se presumir que os órgãos responsáveis não se recusarão a fornecê-los. Ainda a respeito da mobilização social, um dos pilares do policiamento comunitário, elenca o nosso entrevistado. Por parte do ambiente externo, temos como principal desafio a mobilização social para as causas comuns da comunidade, desenvolver uma consciência coletiva se sobrepondo as individuais. Via de regra percebe-se que quando o indivíduo é diretamente envolvido por algum problema ele se faz presente nas reuniões e participa, quando o problema não atinge o indivíduo diretamente a contar com a participação dele é muito difícil. Temos que desenvolver um mecanismo de participação permanente e sustentável, onde, a comunidade se mantenha mobilizada de forma permanente independe se o problema atinja individualmente ou não para que a estratégia se mantenha forte e eficiente. Aliado a esta mobilização da comunidade de forma permanente e sustentável, temos que 17 manter uma rede de instituições públicas e privadas ativas e participativa da mesma forma. (Entrevistado 1) Sendo assim, essa desconfiança nas instituições policiais, devido à situação de crise que o país enfrenta, dificulta essa interação da comunidade e polícia, pressuposto do policiamento comunitário. Vejamos: No lado externo, as participações comunitárias ainda são concentradas em pessoas específicas como presidentes de associação, empresários e comerciantes. Percebemos pouca interação comunitária com grupos vulneráveis, minorias e ONGs, mas deve-se salientar que há realidades diferentes em comunidades diferentes, mas percebe-se um padrão. Ainda há também uma plena participação comunitária. Sempre é a PM que tem que motivar a comunidade a se movimentar, com algumas exceções. (Entrevistado 2). 3 CONCLUSÃO Mesmo com a implantação da filosofia de polícia comunitária em Minas Gerais, a sociedade e mesmo membros da própria instituição, trabalham de forma tímida, pois enfrentam problemas endógenos por parte dos militares e exógenos por parte da sociedade e da ausência de participação de outros órgãos públicos. A estratégia da polícia comunitária requer uma parceria com a comunidade, de modo que os problemas sejam antecipados. Contudo essa participação comunitária não é tarefa fácil, pois requer confiança na instituição, envolvimento dos policiais e o resultado desse trabalho levará anos a se perceber. Além da mobilização da comunidade, é essencial a mobilização dos outros órgãos, pois o envolvimento de todos é pressuposto do sucesso de implantação do programa de polícia comunitária. Verifica-se também que o policiamento comunitário traz uma mudança na perspectiva do policial perante a sociedade, reforçando a ideia de que a comunidade deve ser coautora das ações. Essa mudança de perspectiva passa pela capacitação dos profissionais, pelo menos no que tange a importância da mobilização dos outros órgãos, o que não os livra de enfrentar a burocracia estatal, logísticas institucionais diferentes e competições e barreiras políticas. 18 O estudo evidenciou que é preciso buscar novas formas de avaliação do profissionallevando em conta os efeitos preventivos de cada estratégia desenvolvida. Sem uma ferramenta capaz de mensurar os resultados, faz com que ações de polícia comunitárias fiquem imperceptíveis ocasionando um desestímulo do policial que muitas vezes não é reconhecido pelo trabalho que faz. Enfim, este breve artigo tem o objetivo de apresentar a complexidade do processo de implantação e consolidação do policiamento comunitário, bem como a diversidade de pontos de vistas existente dentro da Polícia Militar em relação a este processo. Destaca-se também que as dificuldades de implementação e consolidação derivam de fatores externos e internos, mas que o fator significativo para essa mudança passa pela capacitação dos profissionais, através de reciclagem, multiplicação e implementação no currículo dos cursos de formação, ou seja, nada mais que a disseminação por toda tropa que lida diretamente com a sociedade. 19 REFLECTION ON COMMUNITY POLICING IN MINAS GERAIS: CHALLENGES FOR EFFECTIVE ABSTRACT This study aims to present issues related to the challenges regarding the implementation of community policing in the State Military Police of Minas Gerais. For this, the product was developed in topics being presented an introduction on the topic, which is the first topic, the development, indicating the challenges, both internally, and externally. In addition, interviews were conducted with two military through a semi-structured questionnaire, which will be presented in the discourse of the work. At the end, it presents an analysis of these responses, with the conclusion of the article as a last topic. Keywords: Community policing; implantation; challenges; internal; external 20 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ADORNO, Sérgio. O monopólio estatal da violência na sociedade brasileira contemporânea. Rev.: Ciência Social Brasileira 1970-2002. Volume IV. Organizado por Sérgio Miceli. São Paulo, 2002. Disponível em: < http://www.nevusp.org/downloads/down078.pdf>. Acesso em: 30 mar. 2016. BEATO, Claudio Beato. 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