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Escravidão no Brasil História e detalhes da abolição da escravatura

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Escravidão no Brasil – História e detalhes da abolição da
escravatura
No Brasil, a escravidão foi algo que de certa forma sempre existiu, desde o período do descobrimento,
quando o homem branco resolveu tentar escravizar os índios. Esses, por sua vez, estavam em sua
casa, conseguiam fugir e encontrar esconderijos. Eram volumosos, e isso dificultava a prática de
escravidão, por isso os portugueses tentavam fazer uma troca, oferecendo bugigangas em contrapartida
ao trabalho indígena. Mas quando o Brasil começou a produzir açúcar, por volta da metade do século
XVI, os portugueses se viram na necessidade de obter mão-de-obra forte e barata, e nessas
circunstâncias decidiram optar pelos negros africanos, que eram sequestrados de suas colônias na
África e trazidos ao Brasil para fazer um trabalho forçado, sendo tratado de forma desumana, pior que
um animal.
Os escravos eram tratados de forma desumana.
Veja na imagem uma ilustração de um deles
sendo açoitado. | Imagem: Reprodução
Os negros no Brasil
Quando os negros chegavam ao Brasil, eles eram vendidos em feiras livres, como se fossem uma
mercadoria. Os comerciantes avaliavam a força e davam o valor que achava merecido a cada um, os
mais fortes chegavam a custar o dobro do preço dos mais fracos, e em sua maioria eles eram
comprados por donos de engenhos, para servir de mão-de-obra escrava no Nordeste. Além disso, a
Coroa Portuguesa viu no tráfico de escravos um negócio muito lucrativo, uma vez que haviam sido
impedidos de tentar escravizar os índios, uma ordem direta da igreja, que tentava expandir o catolicismo
na América catequizando aquele povo, que muitos ainda tinham como selvagens.
Os negros eram impedidos de praticar sua religião ou qualquer forma de cultura de sua origem africana,
porém, muitos deles davam um jeito de fazer de forma escondia. A capoeira, dança de origem africana,
que se tornou uma espécie de luta, era abominada pelos brancos, e sua prática era tida como um crime.
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As mulheres também eram escravizadas, e em maioria exerciam funções domésticas. As crianças
começavam a trabalhar quando completavam cerca de 8 anos.
A busca pela liberdade
Mesmo vivendo sobre um regime de total escravidão, os negros nunca perderam seu sonho de
liberdade, isso fez com que muitos deles fugissem e formassem colônias, chamadas de Quilombos.
Nesses locais eles podiam viver sua cultura de maneira livre, mesmo que escondidos. Eram em sua
maioria locais de difícil acesso.
Muitos outros passavam anos juntando seus míseros trocados com o intuito de comprar a própria
liberdade. No século XVIII, quando aconteceu o Ciclo do Ouro, muitos escravos conseguiram esse feito,
adquirindo assim a tão sonhada carta de alforria, porém, logo viam o sonho se tornar pesadelo, pois a
sociedade não via o negro com bons olhos, e fechava todas as portas para eles, forçando-os a vender
seu trabalho por um valor abaixo da média, se tornando praticamente escravo de novo.
A campanha abolicionista no Brasil
Quando aconteceu a independência do Brasil, os grandes proprietários de terras mantinham seu
interesse pelos negros escravizados, era importante para eles que esse sistema continuasse a existir, já
que era uma forma prática e barata de lhe dar lucro. Porém, logo estaria surgindo vários movimentos em
favor da abolição, o que significaria que esses homens poderosos iriam sofrer uma dor onde eles mais
se resguardavam, no bolso, já que escravizar era uma forma de lucro para eles.
Com o abolicionismo crescendo na Europa, a Inglaterra ampliou seu desejo de ter o mercado
consumidor brasileiro consigo, e a partir da metade do século XIX passou a contestar a escravidão em
todo o mundo, principalmente no Brasil. Para dar ênfase a este desejo, o Parlamento Inglês aprovou a
Lei Bill Aberdeen, no ano de 1845, que proibia o tráfico de escravos e dava o poder aos ingleses de
abordarem e aprisionarem todo e qualquer navio que descumprisse a lei e insistisse em fazer esta
prática, seja de que país fosse.
Agora o Brasil não tinha mais como conseguir os negros africanos, já que os navios, que vinham
superlotados de negros em condições desumanas, não poderiam mais atravessar o oceano. Em 1850,
cedendo ao ingleses, O Brasil aprovou a Lei Eusébio de Queiróz, acabando com o tráfico negreiro.
Um outro passo foi a aprovação da Lei do Ventre Livre, que determinava que a partir daquele momento
os filhos dos negros que nascessem a partir daquela data estavam libertos. E em 1885 a Lei dos
sexagenários, que garantia a liberdade a todos aqueles que com mais de 50 anos de idade.
A abolição da escravatura
Porém, essas leis não impediam que os negros que continuavam escravos obtivessem uma melhor
condição de vida, e a luta por uma abolição concreta continuava a existir. Não bastava libertar os
sexagenários, até porquê, nesta idade, um escravo já havia sofrido tanto que não tinha mais nem o que
fazer da vida, além do que, essas pessoas também não possuíam força suficiente para trabalhar e se
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manter. E as crianças, cresciam vendo seus pais sendo escravos, acabavam que trabalhavam na
mesma coisa que eles pra ajudarem, e consequentemente, eram praticamente escravos do mesmo jeito.
No dia 13 de maio de 1888, a Princesa Isabel promulgou a Lei Áurea, abolindo de vez a escravidão
das terras brasileiras. Agora o negro vivia uma nova fase, onde se via liberto, porém acorrentados pelo
preconceito da sociedade que ainda o via como um escravo.
Os negros foram jogados na sociedade sem moradia, nenhuma condição econômica de se manter, sem
colaboração do estado e ainda vítimas da discriminação racial.

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