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cdn.evg.gov.br Módulo 3 - Planejamento de licitações com a participação das micros e pequenas empresas - Unidade 2 9–13 minutos ᏸᏹᏺ Objetivo de aprendizagem Ao final desta unidade, você será capaz de reconhecer as previsões do Decreto nº 10.024/19 (pregão eletrônico) para a contratação de MPES. 1. As determinações do Decreto nº 10.024/19 para licitações em modalidade de pregão eletrônico e sua aplicabilidade à realidade das MPEs Entre as legislações de referência para a participação das MPEs nas compras governamentais, destaca-se o Decreto nº 10.024/19 (BRASIL, 2019), conhecido como Decreto do Pregão eletrônico, que será nosso objeto de estudos nesta unidade. Esse decreto regulamenta a licitação que ocorre na modalidade de pregão eletrônico e se aplica para aquisições de bens e serviços comuns, inclusive os de engenharia. No entanto, não se aplica à contratação de obras, locações imobiliárias e bens e serviços especiais (Artigo 4º). É obrigatório utilizar pregão eletrônico ou dispensa eletrônica para “aquisição de bens e contratação de serviços comuns pelos entes federativos com a utilização de recursos da União decorrentes de transferências voluntárias”, como convênios e contratos de repasse (Artigo 1º, parágrafo 3º do Decreto 10.024/19). Além disso, a Instrução Normativa nº 206/2019 (BRASIL, 2019b) indica os prazos específicos para que os órgãos utilizem obrigatoriamente a modalidade de pregão eletrônico ou dispensa eletrônica para a execução de recursos da União oriundos de transferências voluntárias para aquisição de bens e serviços comuns. Observe: I - a partir da data de entrada em vigor desta Instrução Normativa, para os Estados, Distrito Federal e entidades da respectiva administração indireta; II - a partir de 3 de fevereiro de 2020, para os Municípios acima de 50.000 (cinquenta mil) habitantes e entidades da respectiva administração indireta; III - a partir de 6 de abril de 2020, para os Municípios entre 15.000 (quinze mil) e 50.000 (cinquenta mil) habitantes e entidades da respectiva administração indireta; e IV - a partir de 1º de junho de 2020, para os Municípios com menos de 15.000 (quinze mil) habitantes e entidades da respectiva administração indireta. Este decreto foi publicado ao final de 2019 e representou um ganho importante para os gestores públicos por promover maior transparência e economicidade nas compras governamentais. Sabe-se que a modalidade eletrônica é uma tendência incontornável e, por isso, essa norma é um marco para as compras realizadas por órgãos da administração pública federal direta, autárquica e fundacional, para os quais seu uso é obrigatório. O Decreto nº 10.024/2019 estabelece a obrigatoriedade de uso do pregão eletrônico para as contratações. No entanto, o gestor ainda poderá realizar o pregão presencial tradicional caso justifique “a inviabilidade técnica ou a desvantagem para a administração na realização da forma eletrônica” (BRASIL, 2019, Artigo 1º, parágrafo 4º). Assim, é importante saber que esta opção ainda se mantém disponível para o gestor público. É uma opção útil, por exemplo, para pequenos municípios que tenha dificuldades em estabelecer conexão online (BRASIL, 2019). Outra obrigatoriedade do Decreto nº 10.024/19 é a realização das compras públicas por meio do portal ou em outras ferramentas que utilizem os mesmos regramentos legais do Decreto. Para participar de compras no portal, os concorrentes a fornecedor devem necessariamente ser previamente credenciados no SICAF. Além de definir o sistema obrigatório para a realização dos pregões, o Decreto nº 10.024/19 também estabelece (BRASIL, 2019): bullet Os procedimentos a serem adotados para os pregões. bullet As regras para condução do processo. bullet As orientações para estabelecer o planejamento da contratação. bullet As regras para publicação de aviso de edital. bullet As orientações para apresentação da proposta e dos documentos de habilitação dos licitantes. bullet Procedimentos para realizar abertura da sessão pública e para recebimento de lances dos licitantes. bullet Critérios e normas para julgamento e habilitação dos licitantes. bullet Orientações para recursos, adjudicação e homologação. bullet Como formalizar a contratação e estabelecer sanções, quando necessário. 2. As peculiaridades quanto à comprovação de regularidade fiscal a serem adotadas para as MPEs em pregões eletrônicos Sobre a participação das MPEs, há um ponto, em especial, que deve ser observado pelo gestor que promove pregões eletrônicos. Trata-se de uma especificidade sobre os procedimentos de verificação para fins de habilitação dos fornecedores participantes no pregão. Art. 43. A habilitação dos licitantes será verificada por meio do Sicaf, nos documentos por ele abrangidos, quando os procedimentos licitatórios forem realizados por órgãos ou entidades integrantes do Sisg ou por aqueles que aderirem ao Sicaf. Na verdade, este mesmo Decreto nº 10.024/19 nos indica que: Art. 43. § 7º A comprovação de regularidade fiscal e trabalhista das microempresas e das empresas de pequeno porte será exigida nos termos do disposto no art. 4º do Decreto nº 8.538, de 6 de outubro de 2015. Agora, sim! No Decreto nº 8.538/15 (BRASIL, 2015), a informação completa para o gestor: Art. 4º A comprovação de regularidade fiscal das microempresas e empresas de pequeno porte somente será exigida para efeito de contratação, e não como condição para participação na licitação. Como norma geral, deve-se verificar a regularidade fiscal dos licitantes no Sistema de Cadastro de Fornecedores (Sicaf). No entanto, se houver MPEs entre as empresas licitantes, esta verificação só deve ocorrer para efeito de contratação e não como condicionante à sua participação. Além disso, este mesmo Decreto nº 8.538/15 (BRASIL, 2015) também estabelece que: bullet Caso haja alguma restrição na regularidade da MPE, deve-se conceder “prazo de cinco dias úteis, prorrogável por igual período, para a regularização da documentação, a realização do pagamento ou parcelamento do débito e a emissão de eventuais certidões negativas ou positivas com efeito de certidão negativa” (Artigo 4º, parágrafo 1º). bullet Este prazo, por sinal, só será contado após a divulgação do resultado da fase de habilitação, em caso de pregão. Caso a MPE não consiga regularizar sua documentação no prazo admitido pelo Decreto nº 8.538/15, ela perderá o direito à contratação e o gestor público poderá convocar os licitantes remanescentes ou, então, revogar a licitação. A Portaria nº 306/01 (BRASIL, 2001) obriga o uso de um sistema de Cotação Eletrônica nas aquisições de bens de pequeno valor realizadas por órgãos que compõem o Sistema de Serviços Gerais - SISG. Esse modelo de contratação, que atualmente utiliza o Comprasnet - SIASG, permite que haja alguma concorrência mesmo não seguindo os ritos tradicionais de uma licitação. Além disso, a Cotação Eletrônica permite a participação de qualquer empresa, inclusive MEIs, e, em alguns casos, até de pessoas físicas. Os interessados em participar da seleção devem estar cadastrados no Sicaf, no nível I de credenciamento. Como as contratações feitas por esse sistema têm um valor reduzido, os critérios para a contratação também podem ser simplificados, inclusive as exigências de capacidade técnica, o que possibilita que o gestor prestigie a participação de pequenos negócios sediados localmente fomentando da economia local, conforme estabelece o parágrafo 3º do Artigo 48 da LC nº 123/06 (BRASIL, 2006). O procedimento se assemelha ao de um pregão eletrônico, em que, depois de avaliadas as propostas iniciais, os participantes poderão dar lances abaixo da sua oferta inicial. BRASIL. Decreto n° 10.024, de 20 de setembro de 2019. Regulamenta a licitação, na modalidade pregão, na forma eletrônica, para a aquisição de bens e a contratação de serviços comuns, incluídos os serviços comuns de engenharia,e dispõe sobre o uso da dispensa eletrônica, no âmbito da administração pública federal. Disponível em: http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/decreto/ D10024.htm. Acesso em: 12 de maio de 2020. BRASIL. Decreto n° 8.538, de 6 de outubro de 2015. Regulamenta o tratamento favorecido, diferenciado e simplificado para microempresas, empresas de pequeno porte, agricultores familiares, produtores rurais pessoa física, microempreendedores individuais e sociedades cooperativas nas contratações públicas de bens, serviços e obras no âmbito da administração pública federal. Disponível em: http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Decreto/ D8538.htm. Acesso em: 12 de maio de 2020. BRASIL(b). Instrução normativa n° 206, de 18 de outubro de 2019. Estabelece os prazos para que órgãos e entidades da administração pública estadual, distrital ou municipal, direta ou indireta, utilizem obrigatoriamente a modalidade de pregão, na forma eletrônica, ou a dispensa eletrônica, quando executarem recursos da União decorrentes de transferências voluntárias, tais como convênios e contratos de repasse, para a aquisição de bens e a contratação de serviços comuns. Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/instrucao-normativa-n-206- de-18-de-outubro-de-2019-222816417. Acesso em: 28 de set.de 2020. BRASIL. Portaria n° 306, de 13 de dezembro de 2001. Disponível em: http://www.comprasnet.gov.br/legislacao/ portarias/p306_01.htm. Acesso em: 28 de set. de 2020. BRASIL. Lei complementar n° 123, de dezembro de 2006. Regulamenta o tratamento favorecido, diferenciado e simplificado para microempresas, empresas de pequeno porte, Brasília, DF. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ leis/lcp/lcp123.htm. Acesso em: 19 abr.. 2020. 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