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Nicolau Maquiavel

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Nicolau Maquiavel foi um filósofo político e
historiador italiano, viveu durante o
período renascentista que foi marcado
pelo desenvolvimento cultural artístico
científico e político.
As principais obras de Maquiavel são "o
príncipe" escrito em 1513 e publicado em
1531, A Arte da Guerra escrito por volta
de 1520 e publicada em 1521 e a
mandrágora uma peça de teatro escrita
por volta de 1518.
A obra mais famosa de Maquiavel é o
príncipe e para compreendê-la é preciso
entender o contexto histórico em que ela
foi escrita, a Itália nos tempos de
Maquiavel não era um país Unificado mas
sim um conjunto de cidades estados
Independentes entre si que
compartilhavam da mesma língua e
cultura. Essas cidades-estados viviam
envolvidas em constantes conflitos umas
com as outras fazendo com que a Itália
em sua totalidade se tornasse uma região
altamente fragilizada e presa fácil de
interesses estrangeiros que desejavam
suas riquezas, principalmente espanha e
frança, durante muito tempo a república
de Florença foi dominada pela família
Médici, uma importante família burguesa
de banqueiros que financiavam grandes
artistas renascentistas, até 1492 Florença
vinha vindo de um período de relativa
estabilidade política devido à autoridade
que detinha o governante Lourenço de
Médici "O Magnífico", com a sua morte
em 1492 a França invade a Itália e os
Médici são expulsos de Florença, foi
durante esse período que Maquiavel
iniciou sua carreira política em 1498 com
apenas 29 anos, assume o cargo de
secretário da segunda chancelaria de
Florença, nesse cargo Maquiavel
desempenhou diversas missões
diplomáticas por vários lugares da
Europa, observando de perto os grandes
governantes da época. Maquiavel
também ficava responsável por assuntos
militares. Em 1512 a família Médici
retorna ao poder e afasta todos aqueles
que estavam ligados ao governo anterior,
Maquiavel é afastado de seu cargo e além
disso é acusado de conspirar contra um
dos membros da família Médici fazendo
com que ele seja preso e torturado.
Maquiavel então se exila em uma cidade
próxima de Florença, foi nesse período de
reclusão que Maquiavel dedicou-se à
escrita dando início a obra "O Príncipe" e
a outras obras. O Príncipe é um manual
de política ou de como governar
ensinando que os líderes políticos ou
governantes devem fazer para conquistar
e manter o poder, essa obra foi dedicada
a Lourenço segundo de Médici que havia
assumido o poder de Florença em 1513
ele era Neto de Lourenço O Magnífico, os
motivos que levaram Maquiavel a
escrever essa obra podem ser
interpretados da seguinte forma:
- Como foi dedicada a Lourenço
isso segundo poderia ser uma
forma de se aproximar da família
Médici e desmentirá a acusação
de ter conspirado Contra Eles para
assim conseguir algum cargo na
política.
- Maquiavel talvez vissem Lourenço
segundo um governante capaz de
unificar a Itália e a obra O Príncipe
iria ajudá-lo nesse processo .
- Maquiavel poderia estar chamando
a atenção do povo para os perigos
da tirania ao mostrar a realidade
da política e dos governantes, pois
mais do que dar conselhos a um
governante Maquiavel também
mostrava como funcionavam os
mecanismos do poder.
Maquiavel era um realista político, ele
analisava a política como ela realmente
era e não como ela deveria ser, ele
abandonou as discussões sobre Estados
e governantes ideais e busca
compreender como os políticos governam
e governaram de fato. Portanto, ele
mostra como as coisas funcionam na
prática, pouco se dedicando a temas
especulativos ou metafísicos. Ele se
concentrou em investigar o modo como a
política efetivamente acontece, isto é, o
jogo de forças e interesses no contexto
em que vivia no livro O Príncipe.
Maquiavel explica que o governante deve
fazer o que for preciso para se manter no
poder, para isso ser possível o governante
deveria deixar de lado a moral Cristã, que
era que prevalecia naquela época, e
seguir a moral da política em sua vida
particular, o governante poderá seguir
valores morais típicos do cristianismo
como ser bondoso, caridoso, verdadeiro,
piedoso, justo etc, mas na vida pública, ou
seja, na política esses valores nem
sempre serão os melhores para se manter
no poder e talvez segui-los a todo custo
levará o fracasso do governo.
Para manter o poder em certas ocasiões o
governante deverá mentir, em outras
precisará ser leal e sincero, em certos
momentos será necessário ceder à
vontade dos outros, em outros momentos
não, algumas circunstâncias exigiram a
violência e até mesmo a crueldade, outras
exigiram a flexibilidade e a compaixão.
Portanto a moral política, a moral do bom
governante é flexível, não há um conjunto
de normas, o seu único objetivo é a
preservação do governo, ou seja, o
governante se manter no poder, não
importando o que seja feito para alcançar
isso, se manter no poder significa manter
a ordem e o estado, em ordem significa o
bem coletivo, por exemplo se for preciso
tirar a vida de uma pessoa para salvar de
milhares assim deve fazer o governante.
Segundo Maquiavel é útil para o
governante parecer ser bom, é útil parecer
piedoso, fiel, humanitário, íntegro,
religioso e não apenas parecer mas ser
de fato tudo isso, mas deve-se estar
sempre preparado para agir de forma
contrária quando for necessário, uma
famoso frase que é atribuída a Maquiavel
que diz o seguinte "os fins justificam os
meios" a qual sugerem que qualquer
iniciativa é válida quando o objetivo é
conquistar algo importante, essa frase
não foi dita por Maquiavel, mas resume
bem a sua ideia de que os governantes
devem estar acima da ética dominante
para manter ou aumentar o seu poder.
Para Maquiavel, o ideal era que o
governante fosse ao mesmo tempo
amado e temido por seu súditos, mas
como isso é muito difícil de ocorrer é
preferível ser temido do que ser amado,
mas jamais odiado.
Segundo Maquiavel, as pessoas são más,
perversas, cruéis, gananciosas e falsas,
uma relação mantida pelo amor é
inconstante geralmente é rompida quando
não é mais útil, pois as pessoas amam
por conveniência, descarta a relação
quando não conseguem mais obter
vantagens, já uma relação baseada no
temor é mantida pelo medo do castigo e
esse não desaparece tão facilmente.
Segundo Maquiavel, O governante pode
ser cruel com seu súditos quando tiver
que ser, mas é importante sempre dar
algo de positivo para eles, sempre
agradá-los de alguma forma nem que seja
com o mínimo para que não fiquem com
ódio do governante, exemplo disso foi o
Rei da França Luís XVI, ele e sua corte
vive uma vida luxuosa enquanto boa parte
da população vivia na pobreza, a
consequência disso foi que o ódio tomou
conta da população e o rei foi executado
na guilhotina em 1793.
Na obra O Príncipe Maquiavel explica
duas expressões que define o jogo
político, virtude e Fortuna.
Virtúl significa virtude, mas não se refere
às virtudes cristãs como a bondade,
Justiça, Piedade etc. A virtude representa
aquilo que está sob o controle do
governante.
A capacidade do governante se adaptar
diante das circunstâncias para se manter
no poder, essa circunstância Maquiavel
chama de Fortuna. A fortuna é a sorte ou
acaso são as coisas que não estão sob o
controle do governante. Portanto, o
governante deve ter a virtude para
aproveitar as boas oportunidades e
também saber lidar com as ocasiões
desfavoráveis.
Segundo Maquiavel, há duas virtudes que
são essenciais para o bom governante a
força de um leão e a astúcia ou a
esperteza de uma raposa, é preciso que o
governante saiba ser um leão para
amedrontar os lobos, mas também saiba
ser uma raposa para enganar os lobos e
no final das contas Maquiavel era
realmente maquiavélico apesar do termo
maquiavélico ter sido associado a astúcia,
falsidade e má-fé o que Maquiavel tratou
em sua obra era voltado apenas para o
contexto da prática política daquela
época. Portanto, o significado atual de
maquiavélico de certa forma
descontextualiza a proposta original de
Maquiavel.
Outro questionamento que podemos fazer
sobre Maquiavel é se ele era defensor da
tirania no livro O Príncipe, Maquiavel
apresenta a necessidadedo Poder
concentrado e forte nas mãos do
governante defendendo ações eficazes
que possibilitem a ordem do estado.
No contexto da obra essa ordem significa
a unificação da Itália assim o Príncipe é
um manual de como o governante faz
para alcançar o poder, manter-se nele e
fortalecer o estado.
Na obra discurso sobre a primeira década
de título Livio podemos notar um
Maquiavel que entende que o verdadeiro
e legítimo detentor do poder é o povo
temos agora o Maquiavel Republicano
apesar da aparente contradição podemos
entender que o que o Maquiavel quis
mostrar é que o governante deverá
governar de forma rigorosa e flexível até
que a ordem seja estabelecida isso,
significa dizer que o poder absoluto só se
justifica até o momento em que a
unificação da Itália aconteça e uma vez
alcançado tal objetivo, esse poder deve
passar às mãos do povo fundando então
um poder Republicano.

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