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RESUMO - crimes contra a incolumidade publica

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RESUMO - CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA
1. Introdução
a. Colocam em risca a segurança da coletividade
TÍTULO VIII
DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA
CAPÍTULO I
DOS CRIMES DE PERIGO COMUM
1. INCÊNDIO
Incêndio
Art. 250 - Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o
patrimônio de outrem:
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.
a. Classificação doutrinária
i. Crime de perigo comum e concreto
1. Sua conduta consiste em provocar combustão que cause perigo à vida, integridade
física ou patrimônio de outras pessoas a um número INDETERMINADO de
pessoas. Sendo assim, a provocação de incêndio em uma casa de campo afastada
não coloca em risco a coletividade e, assim, caracteriza-se apenas como crime de
dano qualificado (art. 163, parágrafo único, II).
ii. Crime comum para o sujeito ativo e para sujeito o passivo
1. O sujeito passivo é a coletividade e, depois, as pessoas que foram expostas ou
tiveram seu patrimônio exposto a risco.
iii. Doloso e culposo
iv. Comissivo (podendo haver omissão imprópria)
v. Instantâneo
vi. Plurissubsistente
b. Bem jurídico é a incolumidade pública
c. A tentativa é possível
d. É crime de ação pública incondicionada
e. Competência do Juizado Especial Criminal
f. Fatos importantes
i. Se a intenção do agente era matar alguém, responde por crime de homicídio consumado
ou tentado, conforme o resultado) qualificado pelo emprego de fogo, em concurso formal
com o crime de incêndio
ii. Por outro lado, a caracterização do crime de incêndio absorve o crime de dano
qualificado pelo uso de substância inflamável (art. 163, parágrafo único, II, do CP)
g. Causas de aumento de pena - majorante
i. Intuito de obter vantagem econômica
§ 1º - As penas aumentam-se de um terço:
I - se o crime é cometido com intuito de obter vantagem pecuniária em proveito próprio
ou alheio;
1. Não é necessária ocorrer a efetiva obtenção
a. Se a intenção do agente é a de obter o valor de seguro, fica absorvido o
crime de estelionato, respondendo o agente pelo crime de incêndio com a
pena majorada pela intenção de obtenção de vantagem pecuniária, que
tem pena consideravelmente maior
ii. Em virtude do local
1. O texto é taxativo e não admite ampliação das hipóteses por analogia
II - se o incêndio é:
a) em casa habitada ou destinada a habitação;
b) em edifício público ou destinado a uso público ou a obra de assistência social ou de
cultura;
c) em embarcação, aeronave, comboio ou veículo de transporte coletivo;
d) em estação ferroviária ou aeródromo;
e) em estaleiro, fábrica ou oficina;
f) em depósito de explosivo, combustível ou inflamável;
g) em poço petrolífero ou galeria de mineração;
h) em lavoura, pastagem, mata ou floresta.
h. Forma culposa
i. As formas majoradas apresentadas não se aplicam à forma culposa do delito de incêndio
Incêndio culposo
§ 2º - Se culposo o incêndio, é pena de detenção, de seis meses a dois anos.
2. EXPLOSÃO
Art. 251 - Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem,
mediante explosão, arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de
substância de efeitos análogos:
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.
a. Classificação doutrinária
i. Crime comum para o sujeito ativo e para o sujeito passivo
1. O sujeito passivo é o Estado e as pessoas expostas a risco em relação à sua
integridade ou patrimônio
ii. Doloso e culposo
iii. Comissivo (admite o crime omissivo impróprio)
iv. De perigo comum e concreto
v. Instantâneo
vi. Plurissubsistente
b. Condutas
i. Provocar explosão
ii. Arremessar explosivo
iii. Colocação de explosivos
c. Fatos importantes
i. Se a intenção do agente é provocar a morte de alguém com uma grande explosão,
responde pelo homicídio qualificado pelo emprego de explosivo (art. 121, § 2º, III, do
CP), em concurso formal como o delito de explosão
ii. A configuração do crime de explosão absorve o crime de dano qualificado pelo uso de
substância explosiva (art. 163, parágrafo único, II, do CP).
d. Bem jurídico é a incolumidade pública
e. A tentativa é possível
f. É crime de ação pública incondicionada
g. Competência do Juizado Especial Criminal
h. Outras formas
§ 1º - Se a substância utilizada não é dinamite ou explosivo de efeitos análogos:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
i. Causas de aumento de pena - majorantes
Aumento de pena
§ 2º - As penas aumentam de um terço, se ocorre qualquer das hipóteses previstas no §
1º, I, do artigo anterior, ou é visada ou atingida qualquer das coisas enumeradas no nº II
do mesmo parágrafo.
j. Modalidade culposa
Modalidade culposa
§ 3º - No caso de culpa, se a explosão é de dinamite ou substância de efeitos análogos, a
pena é de detenção, de seis meses a dois anos; nos demais casos, é de detenção, de três
meses a um ano
3. USO DE GÁS TÓXICO OU ASFIXIANTE
★ O tóxico é o gás venenoso, ainda que não mortal. Asfixiante é aquele que causa sufocação.
★ O lançamento de resíduos que provocam poluição é outro delito disposto na Lei de Proteção ao Meio
Ambiente
Art. 252 - Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, usando
de gás tóxico ou asfixiante:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
a. Classificação doutrinária
i. Crime comum para o sujeito ativo e para o sujeito passivo
1. Lembre-se do NÚMERO INDETERMINADO DE PESSOAS
ii. Doloso e culposo
iii. Comissivo (podendo haver omissão imprópria)
iv. De perigo comum e concreto
v. Instantâneo
vi. Plurissubsistente
b. Lembre-se do art. 258 - causa de aumento de pena preterdolosas
Formas qualificadas de crime de perigo comum
Art. 258 - Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal de natureza
grave, a pena privativa de liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, é aplicada
em dobro. No caso de culpa, se do fato resulta lesão corporal, a pena aumenta-se de
metade; se resulta morte, aplica-se a pena cominada ao homicídio culposo, aumentada
de um terço.
i. Essas hipóteses são exclusivamente preterdolosas, ou seja, pressupõem dolo na conduta
inicial (crime de perigo comum) e culpa no resultado agravador (lesão corporal grave ou
morte).
c. Modalidade culposa
Modalidade Culposa
Parágrafo único - Se o crime é culposo:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
4. FABRICO, FORNECIMENTO, AQUISIÇÃO POSSE OU TRANSPORTE DE EXPLOSIVOS
OU GÁS TÓXICO, OU ASFIXIANTE
Art. 253 - Fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou transportar, sem licença da autoridade,
substância ou engenho explosivo, gás tóxico ou asfixiante, ou material destinado à sua
fabricação:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
a. Classificação doutrinária
i. Crime comum para o sujeito ativo e para o sujeito passivo
ii. Doloso
iii. De perigo abstrato
iv. Comissivo (podendo haver omissão imprópria)
v. Instantâneo e Permanente (para possuir e transportar)
vi. Plurissubsistente
b. Não há modalidade culposa
c. Ação penal pública incondicionada
d. Competência do JECRIM
5. INUNDAÇÃO
Art. 254 - Causar inundação, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o
patrimônio de outrem:
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa, no caso de dolo, ou detenção, de seis meses
a dois anos, no caso de culpa.
a. Classificação doutrinária
i. Comissivo ou omissivo
ii. Crime comum para o sujeito ativo e próprio para o sujeito passivo
iii. Doloso
iv. De perigo comum e concreto
v. Instantâneo
vi. Plurissubsistente
b. Fatos importantes
i. Por ser crime mais grave, o delito de inundação absorve o crime de usurpação ou desvio
de águas (art. 161, § 1º, do CP).
ii. Se a intenção do agente é provocar a morte de alguém, responde por homicídio
qualificado (art. 121, § 2º, III, do CP), em concurso formal com o crime de inundação.
c. As causas de aumento de pena encontram-se no art. 258
6. PERIGO DE INUNDAÇÃO
a. Esse crime se caracteriza pela não ocorrência da inundação, uma vez que a existência desta
tipifica o crime previsto no artigo anterior.
Art. 255 - Remover, destruir ou inutilizar, em prédio próprio ou alheio, expondo a
perigo a vida, a integridade física ou o patrimôniode outrem, obstáculo natural ou obra
destinada a impedir inundação:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
b. Classificação doutrinária
i. Crime comum para o sujeito ativo e próprio para o sujeito passivo
ii. Doloso
iii. De perigo comum e concreto
iv. Comissivo (podendo haver omissão imprópria)
v. Instantâneo
vi. Plurissubsistente
7. DESABAMENTO OU DESMORONAMENTO
Art. 256 - Causar desabamento ou desmoronamento, expondo a perigo a vida, a
integridade física ou o patrimônio de outrem:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
a. Distinção entre
b. Classificação doutrinária
i. Crime comum para o sujeito ativo e próprio para o sujeito passivo
1. O sujeito ativo pode ser dono do imóvel atingido
2. O sujeito passivo é a coletividade, representada pelo Estado, e as pessoas exposta
a risco - número indeterminado de pessoas
ii. Doloso ou culposo
iii. De perigo comum e concreto
iv. Comissivo (podendo haver omissão imprópria)
v. Instantâneo
vi. Plurissubsistente
c. As causas de aumento de pena encontra-se disposta no artigo 258
d. Ação penal pública incondicionada
e. Competência do JECRIM
f. Modalidade culposa
Parágrafo único - Se o crime é culposo:
Pena - detenção, de seis meses a um ano.
8. SUBTRAÇÃO, OCULTAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DE MATERIAL DE SALVAMENTO
Art. 257 - Subtrair, ocultar ou inutilizar, por ocasião de incêndio, inundação, naufrágio,
ou outro desastre ou calamidade, aparelho, material ou qualquer meio destinado a
serviço de combate ao perigo, de socorro ou salvamento; ou impedir ou dificultar
serviço de tal natureza:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
a. O artigo possui duas partes
i. Primeira parte: o agente subtrai (tira o bem do local), oculta (esconde) ou inutiliza
(destrói ou torná de outra forma imprestável) objeto destinado a salvamento
1. Perigo comum e concreto
2. Pode ser efetivado por omissão
3. Instantâneo e permanente (para a modalidade ocultar)
4. Crime comum para o sujeito ativo e próprio para o sujeito passivo
5. Doloso ou culposo
6. Plurissubsistente
ii. Segunda parte: Impedir ou dificultar serviço de tal natureza
1. Perigo abstrato
ATENÇÃO: Se foi o próprio agente que provocou o perigo e depois dificultou o socorro, responde pelos
dois crimes em concurso material.
b. As causas de aumento de pena encontra-se disposta no artigo 258
9. DIFUSÃO DE DOENÇA OU PRAGA
Art. 259 - Difundir doença ou praga que possa causar dano a floresta, plantação ou
animais de utilidade econômica:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
Modalidade culposa
Parágrafo único - No caso de culpa, a pena é de detenção, de um a seis meses, ou
multa.
A figura principal desse dispositivo encontra-se revogada, tacitamente, pelo art. 61 da Lei de Proteção ao
Meio Ambiente (Lei n. 9.605/98), que pune com reclusão, de um a quatro anos, e multa quem “disseminar
doença ou praga ou espécies que possam causar dano à agricultura, à pecuária, à fauna, à flora ou aos
ecossistemas”.
a. Classificação doutrinária
i. Crime comum para o sujeito ativo e próprio para o sujeito passivo
ii. Doloso ou culposo
iii. De perigo comum e concreto
iv. Comissivo (podendo haver omissão imprópria)
v. Instantâneo
vi. Plurissubsistente
Importante
1. Perigo abstrato: não depende da comprovação do perigo, uma vez que este é presumido
a. Fabrico, fornecimento, aquisição, posse ou transporte de explosivo, gás tóxico ou asfixiante;
b. Subtração, ocultação ou inutilização de material de salvamento.
2. Perigo concreto: depende da comprovação de sua ocorrência
a. Incêndio;
b. Explosão;
c. Uso de gás tóxico ou asfixiante;
d. Inundação;
e. Perigo de inundação;
f. Desabamento ou desmoronamento.
CAPÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA A
SEGURANÇA DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO
E TRANSPORTE E OUTROS SERVIÇOS PÚBLICOS
1. PERIGO DE DESASTRE FERROVIÁRIO
Art. 260 - Impedir ou perturbar serviço de estrada de ferro:
I - destruindo, danificando ou desarranjando, total ou parcialmente, linha férrea,
material rodante ou de tração, obra-de-arte ou instalação;
II - colocando obstáculo na linha;
III - transmitindo falso aviso acerca do movimento dos veículos ou interrompendo ou
embaraçando o funcionamento de telégrafo, telefone ou radiotelegrafia;
IV - praticando outro ato de que possa resultar desastre:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
Desastre ferroviário
§ 1º - Se do fato resulta desastre:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos e multa.
§ 2º - No caso de culpa, ocorrendo desastre:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
§ 3º - Para os efeitos deste artigo, entende-se por estrada de ferro qualquer via de
comunicação em que circulam veículos de tração mecânica, em trilhos ou por meio de
cabo aéreo.
A premissa do crime simples descrito no caput é que a conduta do agente não cause o desastre, mas apenas
perigo de sua ocorrência. Caso este se concretize em razão de uma das condutas descritas no caput, estará
configurado o delito de desastre ferroviário, cuja pena é consideravelmente maior.
a. Classificação doutrinária
i. Crime comum para o sujeito ativo e para sujeito o passivo
ii. Doloso
1. No caput, há apenas a modalidade dolosa. No § 2º, existe a modalidade culposa,
mas não há relação com o caput do artigo - basta que alguém, por qualquer tipo
de imprudência, negligência ou imperícia, dê causa a um acidente ferroviário.
iii. Comissivo (podendo haver omissão imprópria)
iv. De perigo comum e concreto
v. Instantâneo
vi. Plurissubsistente
b. Causa qualificada → § 1º
c. Causa majorada → art. 263 combinado com o art. 285
Art. 263 - Se de qualquer dos crimes previstos nos arts. 260 a 262, no caso de
desastre ou sinistro, resulta lesão corporal ou morte, aplica-se o disposto no art. 258.
Art. 258 - Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal de natureza
grave, a pena privativa de liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, é
aplicada em dobro. No caso de culpa, se do fato resulta lesão corporal, a pena
aumenta-se de metade; se resulta morte, aplica-se a pena cominada ao homicídio
culposo, aumentada de um terço.
2. ATENTADO CONTRA A SEGURANÇA DE TRANSPORTE MARÍTIMO, FLUVIAL OU
AÉREO
Art. 261 - Expor a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia, ou praticar
qualquer ato tendente a impedir ou dificultar navegação marítima, fluvial ou aérea:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos.
§ 1º - Se do fato resulta naufrágio, submersão ou encalhe de embarcação ou a queda ou
destruição de aeronave:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
Prática do crime com o fim de lucro
§ 2º - Aplica-se, também, a pena de multa, se o agente pratica o crime com intuito de
obter vantagem econômica, para si ou para outrem.
Modalidade culposa
§ 3º - No caso de culpa, se ocorre o sinistro:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
a. O tipo penal expõe duas condutas
i. Expor a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia
1. Para a configuração do delito, é necessário que sejam destinadas ao transporte
público, mesmo que realizados por particulares
ii. Praticar qualquer ato tendente a impedir ou dificultar navegação marítima, fluvial ou
aérea
b. Classificação doutrinária
i. Crime comum para o sujeito ativo e para o sujeito passivo
ii. Doloso e culposo
iii. Comissivo (podendo haver omissão imprópria)
iv. De perigo comum e concreto
v. Instantâneo
vi. Plurissubsistente
c. Causa majorada → art. 263 combinado com o art. 285
3. ATENTADO CONTRA A SEGURANÇA DE OUTROMEIO DE TRANSPORTE
Art. 262 - Expor a perigo outro meio de transporte público, impedir-lhe ou dificultar-lhe
o funcionamento:
Pena - detenção, de um a dois anos.
§ 1º - Se do fato resulta desastre, a pena é de reclusão, de dois a cinco anos.
§ 2º - No caso de culpa, se ocorre desastre:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
As condutas típicas são as mesmas dos arts. 260 e 261, isto é, impedir ou dificultar o funcionamento de um
meio de transporte, gerando perigo concreto à incolumidade pública. A diferença é que, naqueles
dispositivos, que têm pena maior, o risco é gerado em estrada de ferro, embarcação ou aeronave, enquanto,
no delitoora em análise, é causado em outro meio qualquer de transporte público (ônibus, táxis, lotações
etc.). Abrange também a exposição a perigo de embarcação lacustre, já que o dispositivo anterior só
menciona as marítimas e as fluviais.
a. Classificação doutrinária
i. Crime comum para o sujeito ativo e para o sujeito passivo
ii. Doloso ou culposo
iii. De perigo comum e concreto
iv. Comissivo (podendo haver omissão imprópria)
v. Instantâneo
vi. Plurissubsistente
b. Causa qualificada → § 1º
c. Causa majorada → art. 263 combinado com o art. 285
d. A modalidade culposa somente é punida quando dela decorre desastre
i. Não há crime em, culposamente, expor a perigo os meios de transporte acima referidos.
4. ARREMESSO DE PROJÉTIL
Art. 264 - Arremessar projétil contra veículo, em movimento, destinado ao transporte
público por terra, por água ou pelo ar:
Pena - detenção, de um a seis meses.
Parágrafo único - Se do fato resulta lesão corporal, a pena é de detenção, de seis meses
a dois anos; se resulta morte, a pena é a do art. 121, § 3º, aumentada de um terço.
Para que exista crime, é necessário que o projétil seja lançado contra veículo em movimento por terra, mar ou
ar. Exige-se também que o veículo seja destinado a transporte coletivo (ônibus, navios, aviões etc.). Assim, o
arremesso de projétil contra veículo de uso particular ou de transporte público que esteja parado pode
caracterizar apenas outro crime (lesões corporais, dano etc.).
a. Classificação doutrinária
i. Crime comum para o sujeito ativo e para o sujeito passivo
ii. Doloso
1. Não há modalidade culposa
iii. De perigo comum e abstrato
iv. Comissivo (podendo haver omissão imprópria)
v. Instantâneo
vi. Plurissubsistente
b. A consumação ocorre com o arremesso de projétil, não sendo necessário atingir o alvo
c. O parágrafo único do artigo é uma forma qualificada preterdolosa
5. ATENTADO CONTRA A SEGURANÇA DE SERVIÇO DE UTILIDADE PÚBLICA
Art. 265 - Atentar contra a segurança ou o funcionamento de serviço de água, luz, força
ou calor, ou qualquer outro de utilidade pública:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Parágrafo único - Aumentar-se-á a pena de 1/3 (um terço) até a metade, se o dano
ocorrer em virtude de subtração de material essencial ao funcionamento dos serviços.
a. O tipo penal possui duas condutas
i. Primeira conduta: atentar contra a segurança dos serviços
ii. Segunda conduta: atentar contra o funcionamento dos serviços
É indiferente que o serviço seja prestado por entidade pública ou particular (concessionárias de serviço
público, sociedades de economia mista etc.)
b. Classificação doutrinária
i. Crime comum para o sujeito ativo e para o sujeito passivo
ii. Doloso - não há modalidade culposa
iii. De perigo comum e abstrato
iv. Comissivo (podendo haver omissão imprópria)
v. Instantâneo
vi. Plurissubsistente
6. INTERRUPÇÃO OU PERTURBAÇÃO DE SERVIÇO TELEGRÁFICO, TELEFÔNICO,
INFORMÁTICO, TELEMÁTICO OU DE INFORMAÇÃO DE UTILIDADE PÚBLICA
Art. 266 - Interromper ou perturbar serviço telegráfico, radiotelegráfico ou telefônico,
impedir ou dificultar-lhe o restabelecimento:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
§ 1o Incorre na mesma pena quem interrompe serviço telemático ou de informação de
utilidade pública, ou impede ou dificulta-lhe o restabelecimento.
§ 2o Aplicam-se as penas em dobro se o crime é cometido por ocasião de calamidade
pública.
Para a configuração do crime, não basta prejudicar o funcionamento de um aparelho telefônico ou
telegráfico, já que o tipo penal tutela o interesse coletivo na manutenção do serviço. É preciso que a conduta
afete o serviço de uma região considerável, prejudicando número indeterminado de pessoas.
O impedimento de contato telefônico entre duas pessoas determinadas configura o crime do art. 151, § 1º, III,
do Código Penal.
a. Classificação doutrinária
i. Crime comum para o sujeito ativo e para o sujeito passivo
ii. Doloso
iii. De perigo comum e abstrato
iv. Comissivo (podendo haver omissão imprópria)
v. Instantâneo
vi. Plurissubsistente
Importante
1. Perigo abstrato: não depende da comprovação do perigo, uma vez que este é presumido
a. Arremesso de projétil;
b. Atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública;
c. Interrupção ou perturbação de serviço telegráfico ou telefônico.
2. Perigo concreto: depende da comprovação de sua ocorrência
a. Perigo de desastre ferroviário;
b. Atentado contra a segurança de transporte marítimo fluvial ou aéreo;
c. Atentado contra outro meio de transporte.
QUESTÕES
1. (CESPE/ABIN/OFICIAL/2018) Situação hipotética: No intuito de provocar explosão de grandes
proporções, João adquiriu substância explosiva sem licença da autoridade competente. O material
acabou sendo apreendido antes que fosse montado o dispositivo explosivo. Assertiva: Nessa situação, a
conduta de João é atípica
2. (CESPE/ABIN/AGENTE DE INTELIGÊNCIA/2018) Em se tratando dos crimes de incêndio e
desabamento, admite-se a modalidade culposa.
3. (VUNESP/SAEG/ADVOGADO/2015) Humberto e Cristina, casados há 3 anos, já não vivem aquela
felicidade dos tempos de namoro. Muitos problemas financeiros e o ciúme incontrolável do marido
fizeram com que Cristina decidisse separar-se de Humberto, que não concorda e não quer se separar de
sua mulher. Certo dia, Cristina fez as malas e foi embora, morar com sua mãe. Humberto, enfurecido e
inconformado, decidiu atear fogo à casa da mãe de Cristina. Arremessou uma mecha acesa pela janela
da casa, que, no momento, estava vazia. O fogo alastrou pelo sofá, mas foi apagado pelos vizinhos antes
de tomar conta de toda a casa. Com base na narrativa, pode-se afirmar que Humberto responderá por
a. Incêndio doloso consumado.
b. Incêndio culposo, com causa de aumento de pena.
c. Tentativa de incêndio doloso.
d. Tentativa de incêndio culposo.
e. Incêndio doloso qualificado.
4. (PC-SP/PC-SP/ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL) São crimes contra a Incolumidade Pública,
exceto:
a. Incêndio.
b. Explosão.
c. Formação de quadrilha.
d. Inundação.
e. Desabamento.
5. (FCC/TRT-8/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA/2010) Mário, revoltado com os
sucessivos defeitos de seu velho carro, levou-o até um lugar ermo e desabitado e ateou fogo no veículo,
destruindo-o. Mário:
a. Cometeu o crime de incêndio culposo.
b. Cometeu o crime de incêndio, em seu tipo fundamental.
c. Cometeu o crime de incêndio, em seu tipo qualificado.
d. Não cometeu crime de incêndio, porque era o proprietário da coisa incendiada.
e. Não cometeu crime de incêndio, porque tratando-se de local ermo e desabitado, o fato não
ocasionou perigo comum e concreto.
6. (VUNESP/CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS-SP/ANALISTA
LEGISLATIVO/2014) O crime de incêndio, do caput do art. 250 do CP, tem expressa previsão de
aumento de pena de um terço se o incêndio:
a. Ocorre durante o repouso noturno.
b. Causa interrupção dos serviços públicos de água, luz, gás ou telefonia.
c. É praticado por vingança ou com o fim de receber indenização securitária.
d. Resulta em comoção social, como grande número de feridos ou desalojados.
e. É em edifício público ou destinado a uso público ou a obra de assistência social ou de cultura.
7. (CESPE/TJ-PB/JUIZ SUBSTITUTO/2015) Constitui causa de aumento de pena o fato de o crime de
incêndio ser praticado:
a. Mediante utilização de explosivos.
b. Em situação de violência doméstica ou familiar contra a mulher
c. Em estaleiro, fábrica ou oficina.
d. Em canteiro de obras em área de grande densidade demográfica e populacional.
e. Por motivo fútil ou torpe.
8. (FCC/TJ-AP/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/2011) Pedro ateou fogo
em sua loja de tecidos, com a finalidade de obter o respectivo seguro, colocando em risco os imóveis
vizinhos. Em razão dessa conduta, Pedro responderá por crime de:
a. Perigo para a vida ou saúde de outrem.
b. Incêndio culposo.
c. Estelionato qualificado pela fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro.
d. Incêndio doloso qualificado pelo intuito de obter vantagem econômica em proveito próprio.
e. Estelionato simples.
9.(CESPE/MPE-SE/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2010) Assinale a opção correta acerca dos crimes de
perigo comum.
a. Tratando-se de crime de explosão, se a substância utilizada não for dinamite ou explosivo de
efeitos análogos, o agente será menos severamente punido.
b. No que concerne a crime de incêndio, a intenção de obter vantagem pecuniária com a conduta
constitui fato não punível, pois pertence à fase de cogitação do crime e não pode, assim, ser
punida.
c. Não se pune o incêndio culposo, a menos que o sujeito ativo possua o dever legal de evitar o
perigo.
d. Para que o crime de incêndio se consume, é necessário que haja ao menos lesão corporal leve em
uma das vítimas.
e. O crime de inundação é punido mesmo que a vida, a integridade física ou o patrimônio de
outrem não sejam expostos a perigo.
10. (TJ-SC/TJ-SC/ANALISTA JURÍDICO/2011) Assinale a alternativa correta:
a. A rixa é um crime contra a honra.
b. A difamação é um crime contra a fé pública.
c. A ocultação de cadáver é um crime contra a pessoa.
d. O incêndio é um crime contra a incolumidade pública.
e. O sequestro é um crime contra o patrimônio.
1 - E 6 - E
2 - C 7 - E
3 - C 8 - D
4 - C 9 - A
5 - E 10 - D