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INTRODUÇÃO Artrópodes Os artrópodes são um filo de invertebrados que inclui insetos, aracnídeos e crustáceos. Em termos epidemiológicos, alguns artrópodes podem transmitir doenças, como carrapatos que transmitem a doença de Lyme. O filo dos artrópodes é o maior dos seres vivos, tanto em número de espécies como na quantidade de indivíduos. Habitam praticamente todas as regiões da terra e são encontrados em todos os ambientes. Todos os artrópodes compartilham várias características em comum, como a presença de um sistema digestivo completo, sistema circulatório e sistema nervoso. Eles também possuem órgãos especiais para respiração e excreção de resíduos. MORFOLOGIA Apresentam simetria bilateral, o corpo é segmentado, as suas extremidades são articuladas, além de contarem com um exoesqueleto quitinoso e resistente, que lhes confere proteção. Esses animais estão classificados em cinco grupos: insetos, crustáceos, aracnídeos, diplópodes e quilópodes. Classe Insecta: os insetos são os mais numerosos e diversificados de todos os artrópodos, com cerca de 850 000 espécies conhecidas e descritas. Possuem o corpo dividido em três segmentos: cabeça, tórax e abdome. Apresentam, na cabeça, um par de antenas e, no tórax, três pares de patas. Em muitas das ordens de insetos, há representantes dotados de asas. Exemplos: baratas, besouros, moscas, cigarras, mariposas, etc. Classe Crustacea: são habitualmente aquáticos (marinhos ou de água doce), embora existam espécies terrestres, como o tatuzinho-de-jardim. Seu corpo é dividido em duas partes (cefalotórax e abdome), têm dois pares de antenas e um número variável de pares de patas, geralmente superior a quatro. Exemplos: siris, caranguejos, lagostas, camarões, etc. Classe Arachnida: são artrópodos dotados de quatro pares de patas, desprovidos de antenas e com o corpo dividido em dois segmentos (cefalotórax e abdome). Na extremidade anterior do cefalotórax, possuem um par de quelíceras, que atuam como presas. Exemplos: aranhas, escorpiões, ácaros, carrapatos, etc. Classe Chilopoda: quilópodos são animais com o corpo alongado e dividido em dezenas de segmentos. Em cada segmento, encontram-se um par de patas. Na cabeça, apresentam um par de antenas. Exemplos: centopéias e lacraias. Classe Diplopoda: assim como os quilópodos, os diplópodos possuem um par de antenas e o corpo alonzado, mas com dois pares de patas em cada segmento. Exemplo: centopéia. CICLO EVOLUTIVO O ciclo evolutivo varia entre as diferentes espécies, sendo importante para compreender a transmissão de patógenos. A maioria dos artrópodes se reproduzem sexualmente, com machos e fêmeas produzindo gametas. Caso ocorra a fertilização, os ovos se transformam em filhotes. Após a eclosão dos ovos, a maioria dos artrópodes passa por uma ou mais fases larvais antes de atingir a idade adulta. As larvas podem ter aparência muito diferente dos adultos e passam por uma metamorfose, processo em que o artrópode é chamado de pupa. Durante a metamorfose, o artrópode pode ou não ficar dentro de um recipiente especial chamado de casulo. A metamorfose e as distintas fases de vida são altamente adaptativas, permitindo a divisão de funções específicas entre diferentes estágios de vida, sem afetar as adaptações dos outros estágios. Um exemplo conhecido da metamorfose de um artrópode é a transformação da lagarta (larva) em borboleta (adulto). Alguns artrópodes recém-nascidos parecem miniaturas dos adultos e, por isso, não passam por estágios larvais. Eles apenas crescem até atingirem o tamanho adulto. Esse tipo de ciclo de vida é chamado de metamorfose incompleta. FORMA DE TRANSMISSÃO Alguns artrópodes são vetores que transmitem doenças a seres humanos e outros animais através de suas picadas ou contato. Alguns exemplos desses insetos são mosquitos, carrapatos e pulgas. Esses insetos podem carregar vírus, bactérias ou outros patógenos em seu corpo ou saliva e transmiti-los quando picam ou mordem. Um exemplo de inseto vetor é o mosquito Aedes aegypti, que transmite dengue, zika e chikungunya. Já o carrapato é responsável pela transmissão de doenças como a febre maculosa. Além disso, pulgas podem transmitir a peste bubônica. Outro exemplo de inseto vetor é o barbeiro, também conhecido como percevejo. Ele pertence à ordem Hemiptera e é conhecido por ser o transmissor da doença de Chagas. Essa doença é causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, que é transmitido quando o inseto pica uma pessoa infectada e depois pica outra pessoa. O barbeiro é encontrado principalmente em áreas rurais e em casas mal higienizadas. ASPECTOS CLINICOS E COMPLICAÇÕES Os aspectos clínicos de doenças relacionadas a artrópodes variam amplamente, desde reações cutâneas até complicações sistêmicas. Complicações podem surgir, especialmente se a doença não for tratada adequadamente. O tratamento depende da doença específica e pode incluir antibióticos, antiparasitários ou outros medicamentos. Prevenção e controle envolvem medidas como o uso de repelentes, controle de vetores e educação pública sobre práticas seguras. Os insetos hematófagos em geral transmitem os agentes infecciosos por inoculação através da pele, durante a alimentação, diretamente no sangue, como ocorre com os mosquitos (malária, febre amarela, dengue, filariose, encefalite japonesa e febre do Nilo Ocidental), com os flebotomíneos (leishmaniose cutânea e visceral) e com a mosca tsé-tsé (doença do sono). Os triatomíneos (Doença de Chagas), contudo, transmitem o agente infeccioso quando defecam após a alimentação e a inoculação ocorre por contaminação de mucosas e de área de pele lesada com os resíduos fecais através do ato de coçar. Algumas espécies de besouros não transmite agentes infecciosos, mas podem causar doenças. Estas espécies de artrópodes não são hematófagas, mas produzem substâncias vesicantes (pederina, cantaridina) que causam lesões cutâneas (dermatite bolhosa) em seres humanos. DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO O diagnóstico e tratamento de doenças relacionadas a artrópodes dependem do tipo específico de condição. Algumas doenças, como a doença de Lyme transmitida por carrapatos, podem ser diagnosticadas por sintomas clínicos e exames de sangue. O tratamento geralmente envolve antibióticos. Para outras condições, como picadas de insetos que causam reações alérgicas, os sintomas podem ser controlados com medicamentos antialérgicos. Em casos mais graves, pode ser necessário tratamento médico de emergência. PREVENÇÃO E CONTROLE A prevenção de doenças relacionadas a artrópodes envolve medidas como o uso de repelentes, telas em janelas e eliminação de criadouros de insetos. O controle inclui o uso de inseticidas e práticas que reduzam a reprodução desses artrópodes. O monitoramento constante de surtos locais, a implementação de estratégias de controle integrado de vetores e a pesquisa contínua para desenvolver métodos mais eficazes são componentes-chave na gestão abrangente de doenças relacionadas a artrópodes. A colaboração entre comunidades, autoridades de saúde e especialistas é essencial para enfrentar esses desafios de forma eficiente. Além das medidas mencionadas, é fundamental realizar inspeções periódicas em casa, eliminando possíveis focos de água parada, que podem ser criadouros de mosquitos transmissores de doenças como dengue e Zika. Educar a comunidade sobre práticas de prevenção também desempenha um papel crucial na gestão de doenças relacionadas a artrópodes. Para prevenir doenças transmitidas por artrópodes, evite locais propícios à proliferação de insetos, use roupas protetoras e vacine-se quando possível. Além disso, é importante promover o controle ambiental e o saneamento básico para reduzir os habitats favoráveis aos artrópodes vetores de doenças. ASPECTOS NUTRICIONAIS Doenças transmitidas por artrópodes, como malária, dengue e doença de Lyme, muitas vezes demandam atenção nutricional. Em alguns casos, a desnutrição pode agravar essas doenças, a perda de apetite e desnutrição são os principais sintomas. Em casos de febres prolongadas, éessencial monitorar a ingestão de nutrientes para garantir a recuperação adequada. A nutrição desempenha um papel interligado na prevenção e manejo dessas doenças, trabalhando em conjunto com estratégias médicas e de saúde pública. Recomenda-se: · Dieta equilibrada para fortalecer o sistema imunológico; · Incluir diariamente alimentos ricos em vitaminas e minerais; · Implementação de programas de suplementação alimentar para melhorar a resistência da população. · A hidratação adequada é crucial, especialmente em regiões propensas a doenças como a dengue, onde a prevenção da desidratação é fundamental. A deficiência de certos nutrientes, como ferro e vitamina A, pode aumentar a suscetibilidade a infecções REFERÊNCIAS https://cives.ufrj.br/informacao/viagem/protecao/dtic-iv.html https://monografias.brasilescola.uol.com.br/biologia/artropodes.htm http://www.biologia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=1069&evento=4 https://antigo.uab.ufsc.br/biologia//files/2020/08/Parasitologia.pdf http://lineu.icb.usp.br/~farmacia/ppt/artro_2.pdf