Buscar

Livro Digital - TÓPICOS ESPECIAIS EM GESTÃO capitulo 3

Prévia do material em texto

01/03/2024, 09:20 Livro Digital - TÓPICOS ESPECIAIS EM GESTÃO
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/topicos_especiais_em_gestao/conteudo.html?capitulo=3 1/28
COMÉRCIO EXTERIOR
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Apresentar os principais aspectos operacionais do ingresso de uma empresa
no comércio exterior;
Conhecer as etapas formais do registro e habilitação da empresa no Radar da
Receita Federal;
Aprender a acessar e entender a plataforma do Siscomex e do Siscoserv;
Conhecer as etapas do processo de importação de produtos;
Acompanhar os trâmites do despacho aduaneiro;
Conhecer as etapas do processo de exportação;
Entender como funciona a licença de exportação e quais os casos aplicados;
Apresentar os principais documentos utilizados nas importações e
exportações de mercadorias;
Identi�car cada etapa do processo compra e venda no comércio exterior e os
documentos correspondentes;
Apresentar as principais formas de pagamentos dos importadores.
INTRODUÇÃO
Os avanços tecnológicos e a expansão dos mercados globalizados, a partir de
meados da década de 80, permitiram a inserção de mais países no mercado
internacional e a maior participação do comércio exterior no crescimento
econômico mundial, logo, foram criadas diversas oportunidades de negócios para
Capítulo 3 
01/03/2024, 09:20 Livro Digital - TÓPICOS ESPECIAIS EM GESTÃO
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/topicos_especiais_em_gestao/conteudo.html?capitulo=3 2/28
diferentes segmentos empresariais, resultantes da maior internacionalização das
empresas, do aumento dos �uxos de capitais e das transnacionais, além da maior
integração entre as economias dos países (BAUMANN, Gonçalves, 2015).
O cenário de crescimento do comércio internacional não é algo estático e
nem linear, mas sim dinâmico e �utuante, oscilando à medida que os
movimentos econômicos globais se alteram, sendo então afetados em
determinados períodos por crises internacionais como as ocorridas em 2001,
2009 e mais recentemente, em 2020, com a da pandemia da Covid-19. 
Ressalta-se que o cenário econômico tem relação direta com o comércio
exterior, porém, este não é o foco da presente disciplina, que tem como
objetivo estudar os trâmites operacionais do comércio exterior.
Com este cenário, muitos pro�ssionais do mercado passaram a se quali�car para
atuarem em empresas do comércio exterior. Para tanto, é importante que este
pro�ssional estude muito e conheça as especi�cidades de cada mercado, pois
existem peculiaridades legais e técnicas que diferenciam procedimentos, tributos e
custos que serão aplicados em cada tipo de produto.
Ainda assim, é possível conhecer os procedimentos e requisitos gerais para operar
no mercado externo, a partir do entendimento das etapas que de�nem os
processos de importação e exportação. São estas etapas que orientam a prática
das operações do comércio exterior, podendo ser aplicadas para o mercado de
bens ou serviços. Por isso, a presente disciplina está organizada em 05 unidades
que descrevem e indicam os itens essenciais para que qualquer empresa possa
operar no comércio exterior.
Porém, destacamos que antes de operar no mercado exterior é fundamental que a
empresa já tenha seu planejamento de�nido sobre a gestão dos resultados,
juntamente com a metodologia de otimização dos projetos e as ferramentas
tecnológicas de apoio, desenvolvido conforme pesquisas de mercado e análises do
cenário econômico internacional.
Portanto, nesta disciplina estão organizados os conteúdos essenciais para aquele
que deseja ingressar no comércio exterior, seja como pro�ssional ou até mesmo
como empresário, conhecendo os trâmites indispensáveis para operar com
exportação e importação de produtos. São conteúdos técnicos e que indicam a
prática dos procedimentos junto aos órgãos de controle do comércio exterior,
Capítulo 3 
01/03/2024, 09:20 Livro Digital - TÓPICOS ESPECIAIS EM GESTÃO
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/topicos_especiais_em_gestao/conteudo.html?capitulo=3 3/28
essencialmente a Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) e a Secretaria da Receita
Federal do Brasil (SRF) (MAIA, 2020; RECEITA FEDERAL, 2020).
PRÉ-REQUISITOS PARA A EMPRESA ATUAR NO MERCADO EXTERNO
Para que uma empresa possa operar no mercado externo, ela terá que atender
aos seguintes requisitos formais, segundo a Instrução Normativa nº1.984 RFB
nº1984, de 27 de outubro de 2020, sobre a habilitação para operar no comércio
exterior (RECEITA FEDERAL DO BRASIL, RFB, 2020): 
1º) Estar devidamente legalizada no país: toda empresa para operar no mercado
deve estar devidamente constituída junto aos órgãos �scalizadores, conforme suas
atividades que são categorizadas em comércio, serviços ou indústria, atendendo as
exigências legais de modo a receber a autorização formal para atuar no mercado
(Contrato Social ou Estatuto Social, registro na Junta Comercial ou Cartório de
Registro de Pessoas Jurídicas, Comprovante de Situação Cadastral (CPF) e Cadastro
Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) ativos, Alvará de Funcionamento, entre outras
licenças especiais);
2º) Habilitar-se junto ao Radar da Receita Federal/Siscomex (senha no Radar da
Receita Federal): o Radar da Receita Federal é uma plataforma de registro das
empresas, pessoas físicas e despachantes que terão acesso ao Sistema Integrado
de Comércio Exterior (Siscomex), uni�cando assim informações aduaneiras, �scais
e contábeis dos exportadores e importadores. Seu acesso é feito pelo Portal Único
do Siscomex, na opção “Habilitar Empresa”, por meio do “Certi�cado Digital”
(versões eletrônicas do CPF denominado e-CPF), devendo selecionar a
empresa/pessoa jurídica e um responsável legal da empresa perante o Siscomex,
conforme Instrução Normativa nº 1.984/2020 (RFB-NORMAS, 2020). 
Relembrando que Siscomex é o sistema informatizado de registro de todas as
operações realizadas pelos exportadores e importadores, o que permite
acompanhar e controlar o �uxo de informações das operações do comércio
exterior. Com ele é possível veri�car as etapas da exportação ou importação,
incluindo o deslocamento e despacho da operação. Sem este registro a empresa
poderá ser acusada de fraude e sonegação de impostos pelos auditores da Receita
Federal, gerando multas e até mesmo processos criminais. Por isso, a formalização
da empresa que opera no comércio exterior é essencial para seu bom e regular
funcionamento no mercado (RECEITA FEDERAL, 2020).
No item seguinte vamos conhecer as Modalidades de Habilitação na qual a
empresa pretende operar no comércio exterior.
MODALIDADE DE HABILITAÇÃO NO COMÉRCIO EXTERIOR 
Capítulo 3 
01/03/2024, 09:20 Livro Digital - TÓPICOS ESPECIAIS EM GESTÃO
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/topicos_especiais_em_gestao/conteudo.html?capitulo=3 4/28
Modalidade expressa: utilizada por empresas de sociedades anônimas, com
ações negociadas em bolsas ou balcão e suas subsidiárias, além de empresas
públicas ou empresas de economia mista, que pretendam exportar sem
limite de valores, e que esperam importar no limite de até US$ 50.000,00
(cinquenta mil dólares) semestrais. O prazo estipulado na legislação para
análise da solicitação é de dois dias úteis;
Modalidade limitada: utilizada por empresas que operam no limite semestral
de US$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil dólares) de importações, sem limite
para exportações. Neste caso, o prazo legal de análise da habilitação é de dez
dias úteis;
Modalidade ilimitada: utilizada por empresas que não possuem restrições de
valores em suas operações no comércio exterior, conforme análise da
capacidade �nanceira da empresa pela Receita Federal. E o prazo formal para
análise deste tipo de solicitação é de 10 dias úteis.
Em relação à pessoa jurídica, existem 03 modalidades de habilitação para atuar no
mercado externo: 
Quando a empresa escolhe a modalidade de habilitação expressa ou limitada no
processo de cadastramento do Siscomex, a Receita Federal realiza uma análise da
capacidade �nanceirada empresa, para só então aprovar, ou não, o
enquadramento da modalidade. Este cálculo é baseado na soma dos
recolhimentos de tributos e contribuições (IRPJ, CSLL, PIS, COFINS e Contribuição
Previdenciária dos funcionários), realizado pela empresa nos cinco anos anteriores
ao requerimento da habilitação. No caso de empresas iniciantes ou que
retomaram suas atividades depois de um período de inatividade, então será
observado o período inferior aos cinco anos (RECEITA FEDERAL, 2020).
Agora observe alguns detalhes importantes sobre a habilitação da
empresa no Radar da Receita Federal/Siscomex, começando com a obtenção
do Certi�cado Digital “e-CPF”. Neste caso, o responsável pela empresa deverá
solicitar este serviço no Portal Único do Siscomex, escolhendo uma das
Autoridades Certi�cadoras habilitadas pela Receita Federal no link:
https://cutt.ly/clTbWim
Depois de entregar a documentação solicitada pela Autoridade
Certi�cadora, e de posse do Certi�cado Digital, o responsável pela empresa
deverá solicitar a sua Habilitação no Portal Único Siscomex, no link:
Capítulo 3 
https://cutt.ly/clTbWim
01/03/2024, 09:20 Livro Digital - TÓPICOS ESPECIAIS EM GESTÃO
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/topicos_especiais_em_gestao/conteudo.html?capitulo=3 5/28
https://cutt.ly/UlTbYFG
Veja a página inicial do Portal Único Siscomex e a opção de “Habilitar
Empresa” (Figura 1):
Figura 1 – Portal Único Siscomex – Habil itar
Fonte: Receita Federal (2020).
Dentro do Portal Único do Siscomex, o caminho para solicitar a habilitação
da empresa é:   
Habilitar empresa > Cadastro de Intervenientes > Habilitação > Requerer
Habilitação
Ao solicitar a habilitação, a empresa deverá indicar também a modalidade,
conforme explicado anteriormente no item 1.2 (expressa, limitada ou
ilimitada). Feito isso, é só aguardar o retorno da avaliação da Receita Federal
que poderá demorar de dois a dez dias, dependendo da modalidade (na
prática estes prazos poderão ser estendidos).
Capítulo 3 
https://cutt.ly/UlTbYFG
01/03/2024, 09:20 Livro Digital - TÓPICOS ESPECIAIS EM GESTÃO
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/topicos_especiais_em_gestao/conteudo.html?capitulo=3 6/28
Depois da habilitação do responsável legal, é ainda possível registrar no
Siscomex outras pessoas que poderão atuar como representantes da
empresa nas operações de despacho aduaneiro, também no Portal Único
Siscomex (Módulo Cadastro de Representante Legal do Siscomex).
E atenção. Para as empresas que foram habilitadas, mas não realizam
operações frequentes no comércio exterior dentro do prazo de seis meses, a
habilitação será cancelada automaticamente. Este novo prazo passou a
vigorar em junho de 2019, com a publicação da Instrução Normativa
1.893/2019 (Revogada pela Instrução Normativa RFB nº 1.984/2020), que
alterou a validade da Habilitação do Siscomex. Anteriormente, este prazo era
de dezoito meses (RFB-NORMAS, 2019). Agora, a cada nova operação
registrada no Siscomex, o prazo da habilitação é renovado por mais seis
meses. Esta mudança buscou aperfeiçoar o gerenciamento de risco de
médio prazo das empresas habilitadas, alinhando a base de dados com os
�uxos do comércio exterior.
Para �nalizar este Box, �ca registrada mais uma informação importante:
(i) existem operações que estão dispensadas do registro no Siscomex,
estas são comumente representadas pelas importações/exportações via
correio, ou seja, realizadas pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos
(ECT) ou por empresas de transporte Expresso Internacional. Con�ra as
informações no link:
https://cutt.ly/nlIYNvq
Na seção de Perguntas e Respostas sobre o Siscomex da Receita Federal,
é possível conferir várias informações interessantes que auxiliam na
orientação de detalhes como prazos de validade, autorizações, entre outras
dúvidas muito comuns no comércio exterior, que podem ser esclarecidas de
forma rápida e prática.  Con�ra esta dica no link:
https://cutt.ly/dlIUykR
Capítulo 3 
https://cutt.ly/nlIYNvq
https://cutt.ly/dlIUykR
01/03/2024, 09:20 Livro Digital - TÓPICOS ESPECIAIS EM GESTÃO
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/topicos_especiais_em_gestao/conteudo.html?capitulo=3 7/28
Fique atento também ao chamado “Portal Único do Comércio Exterior”
(Pucomex), que deverá substituir o Portal Único do Siscomex.  O Pucomex é
um projeto desenvolvido pelo Serpro (Serviço Federal de Processamento de
Dados), que foi lançado em março de 2017, e que tem como objetivo
reformular o atual portal único, de modo a tornar os processos do comércio
exterior mais simpli�cado, integrando as operações de registro e controle
das importações, exportações e trânsito aduaneiro. Já está sendo
implantado. Veja o link:
https://cutt.ly/ilIUkbl
Para os estudantes e pro�ssionais do comércio exterior, o “MDIC” foi um
ministério bem conhecido e comumente acessado para acompanhamento
dos dados, estatísticas e notícias sobre o comércio exterior brasileiro. Porém,
este Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC),
em operação desde 1999, foi extinto em 2019 e substituído pela Secretária
Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais (SECINT), sendo esta
secretaria incorporado ao Ministério da Economia (Medida Provisória n˚ 870,
de 01/01/2019 – Art.570, regulamentada pela Lei nº 13.844/2019) (BRASIL,
2019).
Por isso, ainda encontraremos muitas postagens e conteúdos sobre o
comércio exterior brasileiro como MDIC, porém, agora deveremos saber que
ele não está mais em operação. Note que na prática nunca existiu no Brasil
um ministério exclusivo do comércio exterior, mesmo sendo este um setor
relevante para a economia do país. O Brasil apresenta um forte potencial
exportador, mas ainda participa com somente 1% do total das exportações
mundiais, com valores anuais de exportação na ordem dos US$240 bilhões.
ETAPAS DO PROCESSO DE IMPORTAÇÃO
A importação é uma operação do comércio internacional que visa obter bens e
serviços de outros países, como uma oportunidade de comprar mais barato no
exterior, caso no mercado interno o produto esteja mais caro ou sua qualidade
seja inferior, ou ainda, a importação pode ser a alternativa de obter produtos que
não estão disponíveis no mercado interno (MAIA, 2020).
Capítulo 3 
https://cutt.ly/ilIUkbl
01/03/2024, 09:20 Livro Digital - TÓPICOS ESPECIAIS EM GESTÃO
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/topicos_especiais_em_gestao/conteudo.html?capitulo=3 8/28
Decidido o que será importado, depois do processo de negociação e fechamento
da compra, a empresa habilitada no Siscomex deverá seguir os procedimentos
exigidos para o despacho da importação, sendo eles: registro da Declaração de
Importação (DI), parametrização (canal), entrega de documentos, conferência
aduaneira, desembaraço aduaneiro e a entrega da mercadoria.
A seguir são descritos cada um destes itens, conforme a legislação vigente e as
exigências de �scalização da Receita Federal (2020).
REGISTRO DA DECLARAÇÃO DE IMPORTAÇÃO
O importador deverá realizar o registro da Declaração de Importação (DI) ou
Declaração Simpli�cada de Importação (DSI) no portal do Siscomex Importação,
recebendo uma numeração única e automática. Esta declaração deverá conter os
dados comerciais, �scais e cambiais da operação de importação. A lista de bens
que se enquadra na DSI está normatizada pela Instrução Normativa nº 611/2006
da SRF (RFB-NORMAS, 2006).
Quanto aos prazos, a DI deverá ser registrada em até 90 (noventa) dias da
descarga do produto, caso este �que depositado em recinto da zona primária
alfandegária (área interna dos portos, aeroportos, alfandegas e fronteiras). Se a
carga permanecer em recinto da zona secundária alfandegária (restante do espaço
alfandegário), o prazo será de 45 (quanta e cinco) dias após esgotado o prazo de
permanência neste recinto. Ou até 90 (noventa) dias após o aviso de recebimento
no caso de remessa postal.
Zonas secundárias podem ser os espaços aéreos, as águas territoriais,além da parte externa das alfândegas, inspetorias ou delegacias da receita
federal, conforme Decreto nº 6.759/2009 (BRASIL, 2009).
PARAMETRIZAÇÃO
Após o registro da DI ou DSI, o próximo procedimento do despacho aduaneiro é a
parametrização. Este é um procedimento de análise �scal e de seleção, realizado
eletronicamente no Siscomex, utilizando critérios como: regularidade e hábitos do
importador; valor e quantidade do produto importado; origem e destinação da
mercadoria; tributação; e capacidade �nanceira do importador.
A partir destes critérios, o produto importado é classi�cado em parâmetros de
cores, que iniciam com o verde e �nalizam com o cinza, indicando um aumento do
Capítulo 3 
01/03/2024, 09:20 Livro Digital - TÓPICOS ESPECIAIS EM GESTÃO
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/topicos_especiais_em_gestao/conteudo.html?capitulo=3 9/28
Verde: é registrado o desembaraço automático da mercadoria, com a
dispensa do exame de documentos e da veri�cação física da mercadoria;
Amarelo: neste caso é realizado a veri�cação dos documentos e dispensada a
conferência física da mercadoria, caso não seja constatado nenhuma
irregularidade na DI;
Vermelho: a mercadoria somente é despachada depois do exame dos
documentos e veri�cação física do produto;
Cinza: deve ser realizado exame documental e físico da mercadoria, além de
procedimentos especiais de controle aduaneiro, devido ao risco de fraude
veri�cados.
rigor da �scalização do despacho (também ver a Figura 2):
Quanto ao tempo para o procedimento da parametrização, este não é
determinado, pois pode variar de acordo com a estrutura do local de despacho,
das condições da carga, da disponibilidade dos auditores-�scais da Receita Federal.
ENTREGA DE DOCUMENTOS
Para o despacho da importação, ainda poderá ser exigida a apresentação de
documentos que deverão ser anexados no Portal Único, como a fatura comercial,
romaneio de carga, conhecimento de embarque, certi�cado de origem entre
outros documentos (na sessão 5 será apresentado o conteúdo sobre os
documentos do comércio exterior).
CONFERÊNCIA ADUANEIRA
Ainda no processo de conferência, outras informações poderão ser necessárias
para validar dados de identi�cação do importador e da mercadoria, como a
classi�cação �scal, quanti�cação e valor da mercadoria.
DESEMBARAÇO ADUANEIRO
Com a conclusão da conferência de todas as etapas anteriores, a mercadoria
importada deverá ser “desembaraçada”, ou seja, liberada para a entrega.
A ENTREGA DA MERCADORIA
O importador poderá retirar a mercadoria após a DI ou a DSI estiverem
autorizadas pela Receita Federal, porém, existem casos em que por meio de
mandado judicial ou decisão administrativa, a entrega do produto poderá ser
antecipada, ou seja, liberada antes mesmo do desembaraço (art. 47, §3º da
Instrução Normativa nº 680/2006 da SRF (RFB–NORMAS, 2006).
Capítulo 3 
01/03/2024, 09:20 Livro Digital - TÓPICOS ESPECIAIS EM GESTÃO
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/topicos_especiais_em_gestao/conteudo.html?capitulo=3 10/28
Na Figura 2 é apresentado um �uxograma com a sistematização das etapas aqui
apresentadas, conforme os procedimentos do despacho de importação.
Figura 2 - Fluxograma Despacho Importação
Fonte: Receita Federal (2020).
No �uxograma é possível observar a sequência das etapas do despacho de
importação, no qual após o registro do DI pelo importador, é realizada a seleção
para conferência aduaneira no próprio Siscomex, sendo liberadas as importações
parametrizadas na cor verde.
Para todas as outras cores, as DIs serão recepcionadas pelos Auditores-Fiscais e
Analistas-Tributários que farão o despacho para distribuição do supervisor e
conferência dos demais auditores-�scais, até o desembaraço total do depositário
(operador portuário), que �cará responsável pela entrega ao importador (zona
alfandegária onde se encontra a mercadoria).
Conforme tratado no tópico sobre a Declaração de Importação, o
importador deverá registrar a declaração no Portal Único Siscomex, na
opção Importador, lembrando que a empresa importadora já deverá estar
registrada no Radar da Receita e ter o certi�cado digital ativo (ver Figura 3).
Capítulo 3 
01/03/2024, 09:20 Livro Digital - TÓPICOS ESPECIAIS EM GESTÃO
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/topicos_especiais_em_gestao/conteudo.html?capitulo=3 11/28
Figura 3 – Portal Único Siscomex - Importação
Fonte: Receita Federal (2020).
Ainda sobre a declaração de importação, vamos conferir a lista de bens
aceitos na Declaração Simpli�cada de Importação (DSI), a maioria são
importações de pessoas físicas, mas também tem casos para pessoa jurídica.
Veja no link:
https://cutt.ly/slZeWHY
E atenção. Quanto ao pagamento dos impostos incidentes nas operações
de importação, estes devem ser recolhidos no ato do registro da DI, por
meio do Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf eletrônico),
com débito em conta corrente nas agências bancárias habilitadas, sem a
obrigatoriedade de que a conta bancária esteja no nome do importador (Art.
11 da Instrução Normativa nº 680/2006 da SRF) (RFB-NORMAS, 2006).
Mas também é importante destacar que é de responsabilidade do
importador conferir e acompanhar o devido pagamento do Darf, caso
contrário poderá sofrer penalidades pela falta cometida no ato do registro
Capítulo 3 
https://cutt.ly/slZeWHY
01/03/2024, 09:20 Livro Digital - TÓPICOS ESPECIAIS EM GESTÃO
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/topicos_especiais_em_gestao/conteudo.html?capitulo=3 12/28
do DI (§ 6º do Art. 11 da Instrução Normativa nº 680/2006 e Instrução
Normativa nº 1.759/2017 da SRF) (RFB-NORMAS, 2017).
Fique informado, acompanhe o processo de atualização do Pucomex, pois
este também inclui a substituição do DI e DSI pelo DUIMP, que é a
Declaração Única de Importação. Este é um documento eletrônico que
uni�ca o controle das informações aduaneiras, administrativas, comerciais,
�nanceiras, tributárias e �scais das operações de importação. Com o DUIMP,
o registro da mercadoria será mais rápido e o processo mais simples, com
menos etapas para o registro e o licenciamento. Com este sistema, espera-se
maior transparência nas informações, mesmo com a manutenção do atual
sistema de parametrização.
E mais uma dica, normalmente a importação não exige licença especial,
mas em alguns casos a legislação determina a obrigatoriedade da emissão
de Licença de Importação (vinculada a uma Declaração de Origem),
conforme legislação especí�ca, podendo ser automática ou não automática
(Art. 550 do Regulamento Aduaneiro e Portaria Secex nº 23/2011). O pedido
de licença de importação deverá ser registrado no Siscomex pelo importador
ou representante legal (Art. 18 da Portaria Secex nº 23/2011) (MDIC, 2011).
Con�ra no link:
https://cutt.ly/mlIOMgR
ETAPAS DO PROCESSO DE EXPORTAÇÃO
Para muitas empresas o setor exportador se apresenta como um importante meio
de expansão dos seus mercados consumidores, visto que nem sempre o mercado
interno é su�ciente para gerar as oportunidades de negócios esperados.
Firmar contratos e integrar a empresa ao exterior, permite ampliar mercados e
negócios, mas ao mesmo tempo demanda maior aperfeiçoamento da mão-de-
obra, além de uma gestão e governança mais so�sticada no ambiente empresarial.
Sendo assim, para as empresas que querem exportar será necessária a
quali�cação dos gestores e funcionários para torná-los habilitados para o comércio
exterior.
Capítulo 3 
https://cutt.ly/mlIOMgR
01/03/2024, 09:20 Livro Digital - TÓPICOS ESPECIAIS EM GESTÃO
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/topicos_especiais_em_gestao/conteudo.html?capitulo=3 13/28
exportação própria: situação em que o declarante também é o exportador na
DU-E (física ou jurídica). Lembrando que quando a empresa tem �liais, a DU-E
por conta própria poderá ser constituída de várias notas �scais, referentes a
cada uma das �liais desta empresa;
exportação por conta e ordem de terceiro: situação em que o declaranteda
DU-E é uma pessoa jurídica contratada como o operador logístico, ou seja, a
declarante e o exportador são pessoas diferentes. Lembrando que o
despachante aduaneiro nunca poderá ser o declarante da DU-E, pois, ele
atua somente como representante do exportador;
exportação por operador de remessa expressa ou postal: situação em que o
declarante da DU-E deve ser a empresa de transporte expresso internacional
ou então os Correios. Portanto, o exportador é uma empresa diferente do
declarante.
Nesta disciplina, vamos conhecer as etapas e procedimentos de uma exportação,
assim como foi feito na unidade 2 com as importações.
As principais etapas do despacho da exportação, já considerando que a empresa
fechou contrato com um comprador no exterior (de�nindo condições de
pagamento, fretas e cargas), são basicamente as seguintes: registro da declaração
de exportação, licença de exportação, recepção do depositário, conferência da
carga, desembaraço da carga, registro da carga e do embarque, averbação da
carga (SEGRE et.al., 2018; RECEITA FEDERAL, 2020).
REGISTRO DA DECLARAÇÃO DE EXPORTAÇÃO
Atualmente, o registro de exportação junto à Receita Federal é realizado por meio
da Declaração Única de Exportação (DU-E), registrada também no Portal Único
Siscomex. 
A DU-E registra uma ou mais notas �scais da operação de exportação. Assim como
no caso da importação, a empresa ou seu representante deve estar habilitado
para operar no comércio exterior.
TIPOS DE EXPORTAÇÃO POR MEIO DA DU-E
De acordo com a Instrução Normativa n°1.702/2017 da SRF, o exportador pode
realizar o envio do produto de três formas (RFB, 2017):
CLASSIFICAÇÃO DO PRODUTO EXPORTADO
Outra condição para formalizar a exportação pela DU-E é identi�car o tipo do
produto exportado, segundo o código no Sistema de Harmonização (SH) e a
Capítulo 3 
01/03/2024, 09:20 Livro Digital - TÓPICOS ESPECIAIS EM GESTÃO
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/topicos_especiais_em_gestao/conteudo.html?capitulo=3 14/28
Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), para o caso de exportações para países
parceiros do Mercosul.
Portanto, de acordo com o SH, o código do produto será numerado em 06 (seis)
dígitos e ao se enquadrar na NCM (exportação entre países do Mercosul), este
código terá mais 02 (dois) dígitos na sequência, referentes ao sétimo e oitavo
número. Veja o modelo na Figura 4. 
Figura 4 – Composição da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM)
Fonte: Invest&ExportBrasil (2020).
Identi�car corretamente este código é essencial para a padronização dos registros
�scais da operação, o que poderá implicar em multas e custos maiores se o
exportador não realizar adequadamente esta classi�cação.
 LICENÇA DE EXPORTAÇÃO
Caso o produto exportado exija licença de exportação, conforme sua classi�cação
no SH/NCM,  esta licença deverá ser obtida antes ou depois do registro da DU-E,
porém, é importante �car atento aos  prazos, pois os pedidos de “Licenças,
Permissões, Certi�cados e Outros Documentos” (LPCO) no Portal Único Siscomex,
podem levar até 30 dias para serem analisados. O próprio exportador é que
deverá acompanhar no Siscomex o andamento do processo.
 RECEPÇÃO DO DEPOSITÁRIO
Com base na nota �scal registrada pela DU-E, o despacho do transporte até o
depositário é realizado. O depositário recepciona a carga do produto que será
exportado e faz seu registro e controle no Módulo CCT do Siscomex (Controle de
Carga e Trânsito).
CONFERÊNCIA DA CARGA
Depois da carga recepcionada ela é despachada para o canal de conferência
aduaneira, com a �nalidade de veri�car as condições da mercadoria, os dados do
exportador, a classi�cação �scal, a quantidade e preço, além de outras obrigações
�cais que possam existir.
Capítulo 3 
01/03/2024, 09:20 Livro Digital - TÓPICOS ESPECIAIS EM GESTÃO
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/topicos_especiais_em_gestao/conteudo.html?capitulo=3 15/28
DESEMBARAÇO DA CARGA
Feito o desembaraço da carga esta é entregue ao transportador, sendo registrado
pelo depositário no CCT/Siscomex as informações sobre a DU-E (se contêiner ou
carga solta, quantidade, volume, embalagem e tipo).
REGISTRO DA CARGA E DO EMBARQUE
Recebida a carga o transportador deverá fazer o registro da chamada
“manifestação dos dados de embarque” no CCT/Siscomex, também pelo Portal
Único (se o transportador for o próprio exportador, esta manifestação se dará na
própria DU-E).
AVERBAÇÃO DA CARGA/AVERBAÇÃO DE EMBARQUE
Depois da manifestação de todos os itens da carga e não havendo nenhuma
pendência na DU-E, a carga do transporte é averbada automaticamente no
Siscomex e registrada em Controle de Carga como “Carga Completamente
Exportada” (CCE), con�rmando assim o embarque da mercadoria, conforme
Instrução Normativa nº 1.702/2017. E caso ocorra alguma inconsistência, a
averbação será con�rmada pela �scalização aduaneira.
Com a averbação se conclui a exportação, atendendo assim o rito comercial, �scal
e cambial previsto no despacho aduaneiro de exportação processado pela DU-E
(RECEITA FEDERAL, 2020). 
Na Figura seguinte, podemos veri�car uma sistematização das etapas do despacho
de exportação descritas anteriormente. Veja que a DU-E é o centro das operações
de exportação e a partir do seu registro, juntamente com o pedido de LPCO
(quando necessário), mais a recepção da nota �scal no CCT, é que os trâmites do
despacho são iniciados.
Figura 5 - Fluxograma Despacho Exportação
Capítulo 3 
01/03/2024, 09:20 Livro Digital - TÓPICOS ESPECIAIS EM GESTÃO
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/topicos_especiais_em_gestao/conteudo.html?capitulo=3 16/28
Fonte: Receita Federal (2020).
Conforme mencionado no tópico de classi�cação do produto exportado, a
classi�cação �scal de mercadorias, segundo o Sistema de Harmonização dos
produtos e serviços, é representada por um sequência numérica de 06 (seis)
até 08 (oito) dígitos, que determinará o tipo de produto, os impostos e
alíquotas como: ICMS, IPI, PIS e Co�ns. Esta classi�cação é uma exigência
legal e formal da Receita Federal, e que não podem deixar de ser aplicada. É
importante que a empresa classi�que seus produtos de modo adequado,
pois erros de classi�cação podem acarretar custos adicionais, além de
multas por parte dos órgãos �scalizadores, o que acaba comprometendo a
gestão dos custos e dos preços no mercado.
Garantir a correta classi�cação depende de um bom controle e cadastro
de estoques dos produtos, o que implica em entender como o produto é
feito, quais insumos e materiais que são utilizados, para que assim a
empresa consiga enquadrar o produto na nomenclatura correta, visto que a
listagem é muito vasta e detalhada. Veja na �gura 6 um exemplo dos códigos
Capítulo 3 
01/03/2024, 09:20 Livro Digital - TÓPICOS ESPECIAIS EM GESTÃO
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/topicos_especiais_em_gestao/conteudo.html?capitulo=3 17/28
de produtos no SH e na �gura 7 é apresentado um exemplo de classi�cação
de serviços. E acesse o link com relação completa dos códigos:
https://cutt.ly/wlISy7D 
Figura 6 - Codif icação de produtos
Fonte: Invest&Export Brasil (2020).
Figura 7 - Codif icação de serviços
Capítulo 3 
https://cutt.ly/wlISy7D
01/03/2024, 09:20 Livro Digital - TÓPICOS ESPECIAIS EM GESTÃO
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/topicos_especiais_em_gestao/conteudo.html?capitulo=3 18/28
Fonte: Invest&Export Brasil (2020).
Segue uma indicação de leitura do Ministério das Relações Exteriores com
um Manual de Exportação para quem deseja se aprofundar nos conceitos,
nomenclaturas e procedimentos da atividade exportadora.
https://cutt.ly/blTnyGs
Con�ra no link com a explicação de como ocorrem exportações especiais,
como no caso de movimentação de pedras preciosas, ouro e papel moeda.
https://cutt.ly/AlTnpx6
Capítulo 3 
https://cutt.ly/blTnyGs
https://cutt.ly/AlTnpx6
01/03/2024, 09:20 Livro Digital - TÓPICOS ESPECIAIS EM GESTÃO
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/topicos_especiais_em_gestao/conteudo.html?capitulo=319/28
Contrato de compra e venda internacional;
Fatura Invoice ou Fatura Proforma;
Fatura Comercial ou Commercial Invoice;
Contrato de Câmbio ou Contrato de Câmbio Simpli�cado;
Nota Fiscal e Câmbio.
Assim como na exportação e importação de produtos, as operações de
serviços no comércio exterior também exigem registro e controle dos órgãos
�scalizadores. Os trâmites realizados com produtos são parecidos com o de
serviços, mas por se tratar de transações comerciais com bens intangíveis,
não existem as operações de transporte, pois são serviços.  O registro de
exportação e importação de serviços é feito no chamado Siscoserv (Sistema
Integrado Comércio Exterior de Serviços) (MDIC, 2017). Lembrando que
fretes e seguros (do comércio de produtos) são serviços e por isso,
registrados no Siscoserv (Figura 8).
Os principais documentos utilizados no comércio exterior de serviços são:
Veja o link de acesso do Guia Básico para a Exportação de Serviços:
https://cutt.ly/OlTnggD
E con�ra o link de acesso do Siscoserv:
https://cutt.ly/XlISLlV
Figura 8 – O Siscoserv
Capítulo 3 
https://cutt.ly/OlTnggD
https://cutt.ly/XlISLlV
01/03/2024, 09:20 Livro Digital - TÓPICOS ESPECIAIS EM GESTÃO
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/topicos_especiais_em_gestao/conteudo.html?capitulo=3 20/28
Fonte: Receita Federal (2019).
DOCUMENTOS DO COMÉRCIO EXTERIOR
Todo o trâmite de registro e controle da movimentação de produtos e serviços no
comércio exterior deve ser documentado para sua formalização, por isso, vamos
nesta unidade conhecer os principais documentos exigidos na exportação e
importação, o que está diretamente relacionado aos procedimentos que
estudamos nos tópicos anteriores.
Vale sempre ressaltar a importância de se conhecer as especi�cidades de cada
segmento de operação, como órgãos anuentes, certi�cações, licenças, prazos,
tributos entre outras barreiras, tanto no país de origem quanto no país de
destino. 
Os principais documentos da importação são: certi�cado de origem; packing
list/romaneio de carga; fatura proforma/ proforma Invoice; fatura
comercial/commercial invoice; conhecimento de embarque; licenciamento de
importação; declaração de importação. E os principais documentos da exportação
no comércio exterior são: fatura comercial/comercial invoice; packing list/romaneio
de carga; conhecimento de embarque; apólice de seguro de transporte; certi�cado
de origem; carta de crédito e a declaração de exportação (SEGRE et.al., 2018;
KEEDI, 2017).
Vamos conhecer cada um deles. Note que os documentos do exportador sobre a
remessa do produto são os mesmo para os importadores.
DOCUMENTOS DA IMPORTAÇÃO
Capítulo 3 
01/03/2024, 09:20 Livro Digital - TÓPICOS ESPECIAIS EM GESTÃO
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/topicos_especiais_em_gestao/conteudo.html?capitulo=3 21/28
CERTIFICADO DE ORIGEM (CO)
O chamado Certi�cado de Origem (CO) é um documento solicitado pelo
exportador, junto às entidades como associações e federações do comércio,
indústria e agricultura), que comprovam a origem de determinados produtos
(segundo o Regime de Origem).  Com os acordos internacionais entre os países, os
certi�cados de origem geram benefícios tributários que bene�ciam os
compradores e vendedores. Por exemplo, no Brasil, é comum o uso do Certi�cado
de Origem Mercosul e o Certi�cado de Origem Aladi (Associação Latino Americana
de Integração), mas existem outros também. Para cada nova importação, deverá
ser emitido um novo certi�cado (cada fatura deve ter seu próprio CO). Atualmente,
o Certi�cado de Origem Digital (COD) está sendo utilizado em vários casos, como
por exemplo, nos acordos comerciais entre o Brasil, Argentina e Uruguai. Com o
certi�cado digital o trâmite da exportação e da importação se torna mais ágil e
segura.
PACKING LIST OU ROMANEIO DE CARGA
O romaneio de carga (packing list) é o documento de embarque que detalha todos
os produtos embarcados na exportação e que interessam ao importador quando
da chegada do produto no país de destino. O romaneio é essencial para a
identi�cação do produto e conferência pela �scalização no momento do embarque
e no desembarque.
PROFORMA INVOICE OU FATURA PROFORMA
A fatura proforma (proforma invoice) é uma nota de venda preliminar enviada aos
compradores/importadores, antes da remessa das mercadorias. Funciona como
uma nota de orçamento que antecede o processo de faturamento �nal da
venda/exportação. Com este documento o importador terá acesso às informações
como os itens comprados, os valores, peso, volume e taxas de transporte. A fatura
proforma utiliza na redação o idioma do país de destino ou o inglês.
COMMERCIAL INVOICE OU FATURA COMERCIAL
A fatura comercial (comercial invoice) é documento contratual de compra e venda,
emitido pelo exportador ao importador. Tem validade internacional e equivale a
uma nota �scal, como a utilizada no mercado nacional brasileiro. A fatura
comercial é um documento essencial para os agentes alfandegários liberarem as
mercadorias para embarque e desembarque, e deve ser escrita no idioma do país
de destino ou em inglês. As condições de pagamento do frete, ponto de entrega e
pagamento do seguro são descritas na fatura comercial e devem seguir as normas
de padronização dos Termos Internacionais de Comércio (INCOTERMS).
CONHECIMENTO DE EMBARQUE
Capítulo 3 
01/03/2024, 09:20 Livro Digital - TÓPICOS ESPECIAIS EM GESTÃO
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/topicos_especiais_em_gestao/conteudo.html?capitulo=3 22/28
O conhecimento de embarque é o documento emitido pela transportadora,
informando os dados sobre as condições do transporte, o recebimento da carga,
assim como dados da entrega e destino (se modal rodoviário, marítimo, aéreo,
ferroviário ou multimodal). Equivale a um título de crédito, pois representa a posse
da mercadoria pela transportador e deve conter informações em conformidade
com a fatura comercial.
LICENÇA DE IMPORTAÇÃO (LI)
A LI é um documento eletrônico registrado pelo importador no Portal Único do
Siscomex, que contém informações sobre a mercadoria e a operação de
importação (dados do importador, exportador, país de origem, procedência e
aquisição, regime tributário, cobertura cambial entre outras). Como mencionado
anteriormente, nem todos os produtos importados necessitam de licença. E
produtos que exigem certi�cação, como no caso da Anvisa Agência Nacional de
Vigilância Sanitária) ou INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e
Tecnologia), estes estarão quali�cados em modalidade especí�ca. Lembrando que
a LI foi substituída no Portal do Siscomex pela LPCO, que emite licença de
importação e de exportação.
DECLARAÇÃO DE IMPORTAÇÃO (DI)
Como estudado anteriormente, o procedimento inicial da importação é o registro
da DI no Portal Único do Siscomex. É na DI que as informações para o despacho da
importação são registradas, permitindo a comparação entre o que foi declarado e
a mercadoria recebida. Lembramos que a atualização do Portal Único do Comércio
Exterior, em substituição ao Portal Único do Siscomex, deverá uni�car a DI com a
DSI para gerar a DUIMP (Declaração Única de Importação). Esta se encontra em
fase de implantação desde 2018 e sua transição deverá ser completada em 2020,
apesar de que o prazo ainda poderá se estender.  
DOCUMENTOS DA EXPORTAÇÃO
COMMERCIAL INVOICE OU FATURA COMERCIAL
A fatura comercial é o documento internacional equivalente à nota �scal que
conhecemos no mercado nacional. Deve ser emitida pelo exportador e nele são
registradas todas as informações sobre a operação de venda/exportação.
PACKING LIST OU ROMANEIO DE CARGA
O Romaneio de carga é o documento necessário para a operação de embarque da
mercadoria no modal de transporte escolhido. Também é emitido pelo exportador
e apresenta a descrição de todos os itens contidos na fatura comercial e que
deverão ser embarcados.
Capítulo 3 
01/03/2024, 09:20 Livro Digital - TÓPICOS ESPECIAIS EM GESTÃO
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/topicos_especiais_em_gestao/conteudo.html?capitulo=323/28
CONHECIMENTO DE EMBARQUE
O conhecimento de embarque é o documento emitido pela transportadora,
informando dados do exportador e sobre as condições do transporte, o
recebimento da carga, assim como dados da entrega e destino (se modal
rodoviário, marítimo, aéreo, ferroviário ou multimodal). Como um documento da
exportação e da importação, equivale a um título de crédito, pois representa a
posse da mercadoria pela transportador e deve conter informações em
conformidade com a fatura comercial emitida pelo exportador.
APÓLICE DE SEGURO DE TRANSPORTE
Documento que acompanha o embarque da mercadoria e representa um contrato
de seguro para eventuais contingências que ocorram durante o transporte da
carga até o importador. A apólice de seguro, quando exigida, pode ser de
responsabilidade do exportador ou do importador, conforme condições
negociadas e de�nidas no padrão Incoterms.  
CERTIFICADO DE ORIGEM
Cabe ao exportador providenciar o certi�cado de origem junto aos órgãos
competentes, seguindo as normas estabelecidas nos acordos entre os países,
permitindo a entrada do produto no destino do importador e, também gerando
um tratamento tarifário diferenciado. O CO atesta a procedência do produto
exportado, quanto sua origem de produção ou fabricação, garantindo maior
segurança e qualidade da mercadoria. Como mencionado anteriormente, hoje
podemos utilizar em muitos casos o certi�cado de origem digital.
CARTA DE CRÉDITO
A carta de crédito é o documento que comprova o acordo de pagamento entre as
partes envolvidas na transação de compra e venda do produto, incluindo as
condições de pagamento, prazos, datas e a cobertura cambial (pagamento em
divisas estrangeiras), que no caso da carta de crédito é realizada após o embarque.
Outras formas de pagamento ainda serão descritas na presente disciplina.
DECLARAÇÃO DE EXPORTAÇÃO
Como visto anteriormente, a Declaração Única de Exportação (DU-E) é um
documento muito importante, pois é a partir dele que se inicia o processo de
despacho da exportação. Lembrando que o exportador deve fazer o registro desta
declaração no Portal Único do Siscomex, contendo as informações sobre a
operação exportadora.
Capítulo 3 
01/03/2024, 09:20 Livro Digital - TÓPICOS ESPECIAIS EM GESTÃO
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/topicos_especiais_em_gestao/conteudo.html?capitulo=3 24/28
Con�ra a relação atualizada das entidades autorizadas a emitir o
Certi�cado de Origem, de acordo com a Portaria Secex nº 39/2019
(MINISTÉRIO DA ECONOMIA, 2019), no link:
https://cutt.ly/ClIFmj8
É possível observar a tendência do uso de documentos na forma digital
pelo comércio exterior, ainda que seja recomendado a guarda e registro dos
documentos por pelo menos 05 (cinco) anos, conforme padrões da Receita
Federal. Con�ra no link o seguinte como o importador/exportador pode
anexar os documentos no Portal Único do Siscomex. Com a postagem na
forma digital são economizados papel e tempo de deslocamento, além de
facilitar a consulta documental por parte de diferentes órgãos
intervenientes.
https://cutt.ly/ClIFFgU
O uso de simuladores do comércio exterior são ferramentas interessantes
para auxiliar os pro�ssionais na preparação dos trâmites administrativos e
�scais da exportação e importação. Con�ra no link seguinte três tipos de
Simuladores do Siscomex sobre tratamento administrativo e tributário.
https://cutt.ly/LlZtz45
A DU-E substituiu e uni�cou a Declaração de Exportação (DE) e a Declaração
Simpli�cada de Exportação (DSE), no atual processo de atualização do sistema
informatizado do comércio exterior no Brasil.
PAGAMENTOS
Capítulo 3 
https://cutt.ly/ClIFmj8
https://cutt.ly/ClIFFgU
https://cutt.ly/LlZtz45
01/03/2024, 09:20 Livro Digital - TÓPICOS ESPECIAIS EM GESTÃO
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/topicos_especiais_em_gestao/conteudo.html?capitulo=3 25/28
Os pagamentos e recebimentos realizados nas operações do comércio
internacional são consideradas mais complexas pois, além das questões tributárias
e operacionais que estão inseridas nas transações do mercado externo, temos os
efeitos da variação da taxa de câmbio, o que afeta os preços �nais dos produtos.
Portanto, conhecer bem os custos, os impostos e o funcionamento do mercado
cambial no fechamento dos contratos de exportação e importação, são essenciais
para gerar resultados positivos para a empresa.
As formas de pagamento mais comuns no comércio exterior são: pagamento
antecipado, remessa sem saque, carta de crédito e cobrança documentária. Nos
tópicos seguintes cada uma destas formas será explicada (MINISTÉRIO DA
ECONOMIA, 2020; KEEDI, 2017).
PAGAMENTO ANTECIPADO
Esta modalidade de pagamento corresponde ao pagamento realizado pelo
importador, antes do embarque do produto. Neste caso, o contrato de câmbio é
de responsabilidade do exportador, que deverá providenciar a operação cambial
junto à instituição �nanceira autorizada, com base na taxa de câmbio do dia. Esta
então fará o pagamento ao exportador quando receber do importador.
Considerando os riscos da operação, como o exportador recebe primeiro, o risco
maior de não receber o produto �ca com o importador. Porém, se o exportador
tiver compromisso com sua reputação e o importador con�ar no seu vendedor, os
riscos podem ser reduzidos.
REMESSA SEM SAQUE
Neste caso de pagamento, o importador recebe diretamente do exportador os
documentos de embarque, sem ter feito o pagamento. Com a documentação
recebida, o importador realiza o desembaraço no recinto alfandegário e depois, faz
a remessa do pagamento ao exportador. Na remessa sem saque o risco maior �ca
com o exportador, visto que ele envia primeiro o produto e só depois recebe o
pagamento. Porém, se exportador con�ar na relação que construiu, ou que
pretende construir com seu comprador, e o importador espera poder realizar
compras futuras, então os riscos desta modalidade de pagamento reduzem.
CARTA DE CRÉDITO
A carta de crédito é uma modalidade de pagamento muito utilizada no comércio
exterior, devido as suas garantias e menores riscos envolvidos. O pagamento por
parte do importador e o recebimento por parte do exportador acontecem por
meio do intermédio de uma instituição �nanceira, que emite uma “ordem de
pagamento condicionada”, ou seja, o pagamento da exportação somente será
Capítulo 3 
01/03/2024, 09:20 Livro Digital - TÓPICOS ESPECIAIS EM GESTÃO
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/topicos_especiais_em_gestao/conteudo.html?capitulo=3 26/28
realizado se as condições contratuais forem cumpridas, e o importador somente
receberá o produto se cumprir suas obrigações como comprador.
COBRANÇA DOCUMENTÁRIA
Esta modalidade de pagamento é considerada a mais burocrática entre as
mencionadas anteriormente, pois neste caso o pagamento da exportação somente
será concretizado depois da conferência documental do banco na praça do
exportador e da conferência dos documentos por parte do banco na praça do
importador. Ou seja, existem ao menos dois bancos que intermediam o
pagamento do exportador e o recebimento da carga pelo importador. Ao mesmo
tempo que é a modalidade mais complexa, também é a modalidade mais segura.
Sobre os contratos de câmbio nas operações de exportação e importação,
é o Banco Central do Brasil (BCB) que regulamenta seu funcionamento no
mercado cambial. Então con�ra a Circular n° 3.545/2011 sobre este assunto.
Também consulte o conversor cambial, com base nas taxas de câmbio do
mercado:
https://cutt.ly/dlZyypd
https://cutt.ly/BlZyaD3
E con�ra o simulador de preço de exportação. Como bem sabemos, a
de�nição do preço do produto que o exportador irá negociar no mercado é
essencial para a viabilidade �nanceira do seu negócio. Veja o simulador do
MDIC no link:
https://cutt.ly/FlZyhKv
E por �m, �ca a dica para aqueles que são microempresários e que
desejam ingressar no comércio exterior. Seguem os links com orientações
para o Empreendedor Individual e o Microempreendedor Individual (MEI)exportarem e importarem, além de informações sobre a exportação por
remessa expressa:
https://cutt.ly/KlZyTO0
Capítulo 3 
https://cutt.ly/dlZyypd
https://cutt.ly/BlZyaD3
https://cutt.ly/FlZyhKv
https://cutt.ly/KlZyTO0
01/03/2024, 09:20 Livro Digital - TÓPICOS ESPECIAIS EM GESTÃO
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/topicos_especiais_em_gestao/conteudo.html?capitulo=3 27/28
https://cutt.ly/NlZyGd7
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
A presente disciplina de Comércio Exterior buscou com as cinco unidades
estudadas, apresentar os aspectos operacionais mais importantes do ingresso de
uma empresa no comércio exterior, iniciando com os trâmites formais do registro
e habilitação da empresa no Radar da Receita Federal, que é a plataforma no qual
o Siscomex e o Siscoserv estão disponibilizados.
Por meio destes sistemas é que todas as operações de exportação e importação
de produtos e serviços são registradas e formalizadas, segundo a legislação
vigente que regulamente as operações do comércio exterior brasileiro e que
permitem aos órgãos �scalizadores, acompanharem as transações no seu âmbito
comercial, �scal, �nanceiro e logístico.
A partir da habilitação da empresa no Siscomex pelo Portal Único da Receita
Federal, várias etapas de registro e controle do despacho de importação e
exportação são realizadas, destacando aqui as Declarações de Importação e de
Exportação.
Atualmente, o sistema do comércio exterior brasileiro está em processo de
atualização, conforme projeto “Pucomex” (Portal Único do Comércio Exterior)
iniciado em 2017 pelo Serpro, buscando padrões de uni�cação de informações e
processos que permitam a simpli�cação do comércio exterior. Sendo assim, a
Declaração Única de Exportação, a DU-E, já se encontra em operação. Já a
Declaração Única de Importação, DUIMP, ainda está sendo implantada. Portanto, o
uso da DI (Declaração de Importação) e da DSI (Declaração Simpli�cada de
Importação) estão mantidas até a completa transição para a DUIMP.
Na disciplina também estudamos as etapas do processo de importação, que a
partir do registro da DI se encaminham para as seguintes ações: registro da DI;
parametrização; entrega de documentos; conferência aduaneira; desembaraço
aduaneiro; e a entrega da mercadoria.
Já as etapas do processo de exportação, a partir do registro da DU-E acontecem
com: o registro da declaração de exportação; licença de exportação; recepção do
depositário; conferência da carga; desembaraço da carga; registro da carga e do
embarque; e averbação da carga.
Estudamos também os principais documentos da importação e da exportação, que
são gerados conforme as etapas do processo compra e venda no comércio
exterior acontece. Sendo assim, os documentos da exportação, como fatura
Capítulo 3 
https://cutt.ly/NlZyGd7
01/03/2024, 09:20 Livro Digital - TÓPICOS ESPECIAIS EM GESTÃO
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/topicos_especiais_em_gestao/conteudo.html?capitulo=3 28/28
Capítulo 2 
Conteúdo escrito por:
comercial, romaneio de carga e conhecimento de embarque, são os mesmos da
importação.
Todos os direitos reservados © 2020
Julio Cezar Moraes De Caldas
Welington Soares
Viviam Ester de Souza
Capítulo 3 

Continue navegando