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COMPREENSÃO DIAGNÓSTICA EM GESTALT- TERAPIA Ênio Brito Pinto 2012

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COMPREENSÃO COMPREENSÃO 
DIAGNÓSTICA EM GESTALTDIAGNÓSTICA EM GESTALT--
TERAPIATERAPIA
Ênio Brito Pinto
2012
A compreensão A compreensão 
diagnóstica aqui proposta diagnóstica aqui proposta 
se caracteriza pelo uso do se caracteriza pelo uso do 
pensamento diagnóstico pensamento diagnóstico 
processual como fundo processual como fundo 
para uma tipologia para uma tipologia 
gestáltica em diálogo com gestáltica em diálogo com 
o DSMo DSM--IVIV--TR.TR.
A compreensão diagnósticaA compreensão diagnóstica
•• é um valioso instrumento terapêutico;é um valioso instrumento terapêutico;
•• é um diagnóstico psíquico, não apenas é um diagnóstico psíquico, não apenas 
psicopatológico;psicopatológico;
•• leva em conta todo o campo; leva em conta todo o campo; 
•• é baseada muito mais na intuição e na é baseada muito mais na intuição e na 
intersubjetividade que na semiologia;intersubjetividade que na semiologia;
•• é fundamentada no olhar fenomenológico e é fundamentada no olhar fenomenológico e 
holístico característico da abordagem holístico característico da abordagem 
gestáltica; gestáltica; 
•• dá suporte para a postura humanizada do dá suporte para a postura humanizada do 
gestaltgestalt --terapeuta em sua prática clínica.terapeuta em sua prática clínica.
As linhas mestras de uma compreensão diagnóstica em Gestalt-
terapia:
O diagnóstico em GestaltO diagnóstico em Gestalt --terapia não terapia não 
pode ser apenas um diagnóstico do pode ser apenas um diagnóstico do 
cliente: ele precisa envolver, além da cliente: ele precisa envolver, além da 
intersubjetividade terapeutaintersubjetividade terapeuta --cliente:cliente:
•• o diagnóstico da situação terapêutica, o diagnóstico da situação terapêutica, 
•• o diagnóstico da situação de vida do o diagnóstico da situação de vida do 
cliente como um todo ecliente como um todo e
•• o diagnóstico das disposições do o diagnóstico das disposições do 
terapeuta ante aquele trabalho clínico. terapeuta ante aquele trabalho clínico. 
As linhas mestras de uma compreensão diagnóstica em Gestalt-terapia:
•• O diagnóstico deve levar em conta O diagnóstico deve levar em conta 
tanto os aspectos intrapsíquicos tanto os aspectos intrapsíquicos 
quanto os relacionais, com ênfase nos quanto os relacionais, com ênfase nos 
aspectos relacionais. aspectos relacionais. 
•• O que mais importa para a O que mais importa para a 
compreensão diagnóstica é o compreensão diagnóstica é o 
vivido pelo cliente.vivido pelo cliente.
•• O diagnóstico é um indicador de O diagnóstico é um indicador de 
caminhos, um mapa caminhos, um mapa 
indispensável. indispensável. 
As linhas mestras de uma compreensão diagnóstica em Gestalt-terapia:
•• O diagnóstico não pode se esgotar no O diagnóstico não pode se esgotar no 
sintoma.sintoma.
•• Precisa abarcar o estilo de ser (o estilo de Precisa abarcar o estilo de ser (o estilo de 
personalidade) do cliente. personalidade) do cliente. 
•• Ou seja: a compreensão do sintoma deve ser Ou seja: a compreensão do sintoma deve ser 
estreitamente relacionada à compreensão da estreitamente relacionada à compreensão da 
personalidade do paciente. personalidade do paciente. 
•• Por exemplo: uma disfunção erétil de uma Por exemplo: uma disfunção erétil de uma 
pessoa de estilo egotista (narcisista) é pessoa de estilo egotista (narcisista) é 
diferente (e é vivida diferentemente) da diferente (e é vivida diferentemente) da 
disfunção erétil de uma pessoa de estilo disfunção erétil de uma pessoa de estilo 
confluente (dependente).confluente (dependente).
As linhas mestras de uma compreensão diagnóstica em Gestalt-terapia de Curta 
Duração:
Quatro pontos fundamentais, além da Quatro pontos fundamentais, além da 
intersubjetividade: intersubjetividade: 
•• a) a figura trazida pelo cliente, sua dor, o que a) a figura trazida pelo cliente, sua dor, o que 
inclui um cuidadoso olhar para o seu ponto inclui um cuidadoso olhar para o seu ponto 
de interrupção mais importante no ciclo do de interrupção mais importante no ciclo do 
contato neste momento; contato neste momento; 
•• b) o fundo, o estilo de personalidade que dá b) o fundo, o estilo de personalidade que dá 
sustentação à queixa, ao sintoma;sustentação à queixa, ao sintoma;
•• c) a situação terapêutica, a cada sessão; c) a situação terapêutica, a cada sessão; 
•• d) o campo existencial do cliente. d) o campo existencial do cliente. 
Perls:
“a Gestalt-terapia é uma 
abordagem existencial, o que 
significa que não nos 
ocupamos somente em lidar 
com os sintomas ou estrutura 
de estilo de personalidade, 
mas com a existência total da 
pessoa.” 
A saúde para a GT
Critérios mais básicos:Critérios mais básicos:
Como Como lida com as relações;lida com as relações;
ComoComo lida com o tempolida com o tempo ;;
ComoComo lida com o espaçolida com o espaço ;;
ComoComo lida com a corporeidade;lida com a corporeidade;
ComoComo lida com a consciência;lida com a consciência;
ComoComo lida com a vida afetiva.lida com a vida afetiva.
A saúde para a GT
Critérios mais básicos:Critérios mais básicos:
Lembrar sempre que Lembrar sempre que 
“a subjetividade é intersubjetividade e “a subjetividade é intersubjetividade e 
culturalidade (cultura vivida).”culturalidade (cultura vivida).”
“meu mundo é sempre assim ‘nosso’ “meu mundo é sempre assim ‘nosso’ 
mundo, um mundo intersubjetivo, um mundo, um mundo intersubjetivo, um 
mundo comum.” mundo comum.” TatossianTatossian
Atenção ao mundo da vida cotidiana Atenção ao mundo da vida cotidiana ––
LebensweltLebenswelt ..
A saúde para a GT
•• ““ possibilidade de viver um fluxo possibilidade de viver um fluxo 
ritmado e energizado de ritmado e energizado de awarenessawareness
e de formação figural através do e de formação figural através do 
qual possa interagir criativamente qual possa interagir criativamente 
consigo e com seu meioconsigo e com seu meio , , 
•• utilizarutilizar --se ao máximo dos recursos se ao máximo dos recursos 
internos e dos recursos do internos e dos recursos do 
ambiente para lidar criativa e ambiente para lidar criativa e 
apropriadamente com o mundo.”apropriadamente com o mundo.” (Ciornai)(Ciornai)
A saúde para a GT
•• ““ discriminar os contatos discriminar os contatos 
mutuamente enriquecedores e mutuamente enriquecedores e 
satisfatórios daqueles que são satisfatórios daqueles que são 
tóxicos e prejudiciais.” tóxicos e prejudiciais.” (Ciornai)(Ciornai)
•• PHG: a pessoa sadia é aquela que se PHG: a pessoa sadia é aquela que se 
apossa plenamente do “direito de apossa plenamente do “direito de 
sentirsentir --se em casa no mundo”, com a se em casa no mundo”, com a 
responsabilidade que é a contraparte responsabilidade que é a contraparte 
desse direito.desse direito.
Saúde é também:
•• Compreender o ser humano como Compreender o ser humano como 
animobiopsicocultural (ou seja: para além animobiopsicocultural (ou seja: para além 
do biológico);do biológico);
•• Agir efetivamente no sentido de cuidar do Agir efetivamente no sentido de cuidar do 
corpo, da mente e da alma;corpo, da mente e da alma;
•• Agir efetivamente no sentido de cuidar do Agir efetivamente no sentido de cuidar do 
ambiente;ambiente;
•• Aceitar a vida como graça.Aceitar a vida como graça.
Saúde é também:
•• assumir as precariedades típicas da condição assumir as precariedades típicas da condição 
humana como forma de escapar da soberba;humana como forma de escapar da soberba;
•• não ter o corpo como ídolo;não ter o corpo como ídolo;
•• “processo de criação constante do mundo e de “processo de criação constante do mundo e de 
sisi , , o que integra também o conceito de doença: o que integra também o conceito de doença: 
saúde e doença não representam opostos, são saúde e doença não representam opostos, são 
etapas de um mesmo processo.” etapas de um mesmo processo.” (Augras, 1981)(Augras, 1981)
•• aprender a lidar com as frustrações do diaaprender a lidar com as frustrações do dia --aa--
dia.dia.
Saúde é ainda lidarcom a morte Saúde é ainda lidar com a morte 
e o morrer.e o morrer.
•• ““ Saúde é também uma adaptação Saúde é também uma adaptação 
equilibrada e habilidosa ao sofrimento, equilibrada e habilidosa ao sofrimento, 
deficiência, doença, envelhecimento e deficiência, doença, envelhecimento e 
morte, que atinge a vida de todos.” morte, que atinge a vida de todos.” 
•• “Saúde plena é a entrega apaixonada ao “Saúde plena é a entrega apaixonada ao 
jogo da vida. Entregarjogo da vida. Entregar --se sem apego às se sem apego às 
perdas.”perdas.” ((EymardEymard Mourão VasconcelosMourão Vasconcelos ))
Nas reflexões que seguem, Nas reflexões que seguem, 
vou dar ênfase à vou dar ênfase à 
compreensão diagnóstica compreensão diagnóstica 
do estilo de personalidade, do estilo de personalidade, 
ou seja, o fundo do qual se ou seja, o fundo do qual se 
sobressai a queixa trazida sobressai a queixa trazida 
pelo cliente.pelo cliente.
A compreensão diagnóstica: singularidades e 
pluralidades
• “o diagnóstico procurará dizer 
em que ponto de sua 
existência o indivíduo se 
encontra e que feixes de 
significados ele constrói em si 
e no mundo. Desta maneira, 
‘cada homem será a medida 
de sua própria normalidade’.”
(Augras)
A compreensão diagnóstica: singularidades e 
pluralidades
Para que a compreensão Para que a compreensão 
diagnóstica não se torne diagnóstica não se torne 
iatrogênicaiatrogênica , é preciso , é preciso 
que ele não reduza a que ele não reduza a 
singularidade existencial singularidade existencial 
e a história do cliente a e a história do cliente a 
um rótuloum rótulo .
A compreensão diagnóstica: singularidades e 
pluralidades
• É preciso que o terapeuta valorize em 
seu cliente a pessoa singularsingular que ele 
é, de modo que o diagnóstico possa 
alcançar a descrição e a compreensão 
de cada pessoa em sua singularidadesingularidade . 
• Um terapeuta chega a uma 
compreensão melhor da singularidadesingularidade
de seu cliente se não se prende apenas apenas 
aoao singularsingular que seu cliente é. 
A compreensão diagnóstica: singularidades e 
pluralidades
"todo homem é, sob certos aspectos, "todo homem é, sob certos aspectos, 
•• a) como todo homem; a) como todo homem; 
•• b) como certos homens; b) como certos homens; 
•• c) como nenhum outro homem".c) como nenhum outro homem". (Kluckhohn 
e Murray)
A compreensão diagnóstica: singularidades e pluralidad es
• A identidade, no sentido de consciência 
da persistência da própria personalidade, 
se fundamenta na assemelhação e na 
diferenciação com as outras pessoas.
• Cada pessoa é uma combinação nova e combinação nova e 
únicaúnica de elementos somatopsíquicos, 
sendo que, por sua vez cada um desses 
elementos não é novo e único, mas 
pertencente ao que há de comum entre os 
seres humanos. 
A compreensão diagnóstica: singularidades e pluralidad es
A compreensão diagnóstica ajuda a encontrar 
melhor a singularidade em meio ao genérico. 
Destaca melhor o que é único e destaca 
melhor o que há de ‘positivo’, de potencial a 
ser desenvolvido. 
Compreensão diagnóstica não é massificação, 
antes pelo contrário. 
cuidado para que não se use a compreensão 
diagnóstica como uma cama de Procusto. 
A compreensão diagnóstica: singularidades e pluralidad es
A compreensão diagnóstica é uma 
teoria sobre a pessoa que procura a 
terapia, é uma hipótese, um mapa, 
é um “como se”. 
A compreensão diagnóstica se 
fundamenta num construto
Esta condição ‘como se’ não deve 
nunca ser perdida de vista. 
A compreensão diagnóstica: alguns aspectos 
• Pensando em termos de psicologia 
fenomenológica, o importante em uma 
compreensão diagnóstica é a atitude que 
possibilite o aparecimento do fenômeno em 
sua originalidade. 
• Isso implica que, no correr da situação 
terapêutica, o imediato não seja interpretado 
somente à luz de referenciais anteriores, 
mas à luz que busca o sentido da 
experiência para o cliente naquele momento. 
A compreensão diagnóstica: alguns aspectos
“para isso, o terapeuta necessita estar 
constantemente em um movimento pendular 
entre deixar-se envolver existencialmente, 
deixando brotar sentimentos e sensações que 
propiciem uma compreensão intuitiva, pré-
reflexiva dessa experiência, para, em seguida, 
estabelecer certo distanciamento que lhe permita 
uma reflexão em que procurará nomear aquela 
vivência de forma que se aproxime o mais 
possível do próprio vivido. Ou seja, o terapeuta 
flui do ‘nada além que processo’, do vivido na 
relação, para momento de reflexão sobre esse 
vivido.” (Ciornai)
A compreensão diagnóstica: alguns aspectos
A compreensão diagnóstica visa 
principalmente orientar o terapeuta 
sobre como se postar e como lidar 
com o cliente, e não tem a finalidade 
de enquadrar o cliente para lhe 
propor mudanças a partir de um 
esquema anterior e estreitamente 
delimitado sobre saúde. 
A compreensão diagnóstica: alguns aspectos
“diagnosticar é detectar a 
configuração específica com que se 
articulam as partes em cada 
situação concreta. É um processo e 
o começo do vislumbre de uma 
possível re-configuração do campo. 
É vislumbrar a possibilidade de 
mudança. Estamos longe do 
diagnóstico como rotulação.” (Tellegen)
A compreensão diagnóstica: alguns aspectos
• a compreensão diagnóstica “é, primeiramente, 
um ato descritivo que organiza o que está 
sendo percebido no momento. 
• Tem também um significado para além do 
presente, encerrando tanto um padrão como 
também uma predição, ainda que mínima. 
• é uma tentativa de ampliar o quadro, de mover 
do que é agora observável ao que é habitual, 
de costume.” (Melnick e Nevis)
A compreensão diagnóstica: alguns aspectos
• Ao diagnosticar, o terapeuta está 
procurando compreender o significado 
do sofrimento de seu cliente, levando 
em consideração sua história e seu 
momento existencial. 
• Ao diagnosticar, o terapeuta tem o 
intuito de compreender como essa 
pessoa age, sente, pensa, como ela se 
movimenta, enfim, pelos caminhos da 
vida. 
A compreensão diagnóstica: alguns aspectos
Ao fazer a compreensão diagnóstica, o 
terapeuta busca uma relação entre o aqui-e-
agora do cliente e o lá-e-então de sua 
história, com o propósito de alcançar a 
compreensão da queixa do cliente, 
isso não quer dizer que haja aí um raciocínio 
baseado em alguma crença de causa e 
efeito direto – o ser humano é complexo 
demais para que se possa compreendê-lo 
baseado numa premissa dessa ordem. 
A compreensão diagnóstica: pensamento diagnóstico pro cessual
Como hipótese, a compreensão Como hipótese, a compreensão 
diagnóstica em psicoterapia nunca diagnóstica em psicoterapia nunca 
pode ser estática: ela é um processo pode ser estática: ela é um processo 
derivado do que Frazão chama de derivado do que Frazão chama de 
pensamento diagnóstico processual.pensamento diagnóstico processual.
A compreensão diagnóstica tem que A compreensão diagnóstica tem que 
ser cotidianamente refeita e ser cotidianamente refeita e 
repensada, obrigando o terapeuta a repensada, obrigando o terapeuta a 
permanecer atento a cada nova permanecer atento a cada nova 
configuração que o cliente fizer em configuração que o cliente fizer em 
sua vida. sua vida. 
A compreensão diagnóstica: pensamento diagnóstico pro cessual
•• A compreensão diagnóstica nunca está A compreensão diagnóstica nunca está 
pronta. pronta. 
•• Um gestaltUm gestalt--terapeuta, agindo terapeuta, agindo 
fenomenologicamente, não está fenomenologicamente, não está 
impedido de fazer uma compreensão impedido de fazer uma compreensão 
diagnóstica de seu cliente (antes pelo diagnóstica de seu cliente (antes pelo 
contrário), mas está definitivamente contrário), mas está definitivamente 
proibido de fechar esse diagnóstico. proibido de fechar esse diagnóstico. 
•• A situação clínica sempre impera sobre A situação clínica sempre impera sobre 
o diagnóstico. o diagnóstico. 
funções da compreensão diagnóstica
Melnick e Nevis: 
1. é uma bússola que ajuda a organizar a 
informaçãoe prover uma direção de navegação 
através dos dados coletados. 
2. o processo de diagnosticar possibilita ao 
terapeuta um controle da sua própria ansiedade, o 
que, por sua vez, lhe possibilita esperar com mais 
calma, sem precipitação, que a figura emerja a 
cada situação clínica. 
funções da compreensão diagnóstica
3) possibilita ao terapeuta fazer predições sem 
ter que esperar que os dados emerjam da 
experiência imediata. 
4) o terapeuta precisa estar fundamentado em 
uma ampla perspectiva que inclui o futuro e, 
particularmente, o passado do cliente, 
embora a exploração que faz do passado do 
cliente seja fenomenológica, uma tentativa 
de compreensão sem presumir que o 
passado causa o presente.
funções da compreensão diagnóstica
Yontef:
“não podemos evitar diagnosticar. A 
nossa opção é: fazê-lo de maneira 
superficial ou não deliberada, ou, ao 
contrário, de maneira bem-ponderada e 
com awareness completa.” 
Se a compreensão diagnóstica é feita 
sem awareness, aumenta o risco de se 
impor ao cliente uma crença ou um 
sistema de valores, o que seria 
antiterapêutico. 
A compreensão diagnóstica: como fazer?
Há um campo comum para a formulação diagnóstica 
em Gestalt-terapia, o qual inclui, dentre outros 
aspectos, 
a) a concepção da compreensão diagnóstica “como 
uma produção humana na relação intencional com 
o outro”; 
b) a colocação da compreensão diagnóstica junto da 
psicoterapia, não como algo alheio a ela ou 
separado dela; 
c) o conceito de compreensão diagnóstica como uma 
ação processual realizada ao longo do processo 
terapêutico. (Pimentel)
A compreensão diagnóstica: como fazer?
As proposições fenomenológicas do psicodiagnóstico:
• “na valorização e apreensão do 
fenômeno tal como ele acontece, no 
estabelecimento do diálogo, na 
valorização do saber do cliente, na 
suspensão do julgamento clínico, na 
busca da compreensão possível da 
totalidade do cliente como ser humano 
inserto em um contexto 
socioeconômico-histórico-cultural.”
(Pimentel)
A compreensão diagnóstica, o 
estilo de personalidade e o eixo 
II do DSM-IV
• O QUE É 
PERSONALIDADE?
Psicologia da personalidade
Fatores imprescindíveis ao se estudar a 
personalidade humana:
• Genética , ou seja, corpo;
• Crescimento e desenvolvimento , i.e., 
mudanças no decorrer do tempo;
• Relações familiares , i.e., hereditariedade e 
apresentação do mundo; 
• Cultura , geografia e época , i.e., campo;
• Classe social , ou seja, oportunidades.
Definições de personalidadeDefinições de personalidade
• “A personalidade é a 
organização dinâmica no 
indivíduo de sistemas 
psicofísicos que 
determinam as suas 
adaptações singulares ao 
próprio meio.” (Allport)
Definições de personalidadeDefinições de personalidade
• “a personalidade é a 
configuração única 
assumida no decurso da 
história de um indivíduo 
pelo conjunto de sistemas 
responsáveis por seu 
comportamento.” (Filloux)
Definições de personalidadeDefinições de personalidade
• “um específico e relativamente estável modo 
de organizar os componentes cognitivos , 
emotivos e comportamentais da própria 
experiência. O significadosignificado (cognitivo) que 
uma pessoa atribui aos eventoseventos (de 
comportamento) e os sentimentossentimentos
(emocional) que acompanham esses eventos 
permanecem relativamente estáveis ao longo 
do tempo e proporcionam um senso 
individual de identidade. Personalidade é 
esse senso de identidade e o impacto que 
ele provoca nas outras pessoas.” (Delisle)
Definições de personalidadeDefinições de personalidade
• “Padrões persistentes de perceber, 
relacionar-se e pensar sobre o ambiente e 
sobre si mesmo. Os traços de personalidade
são aspectos proeminentes da 
personalidade, exibidos em uma ampla faixa 
de contextos sociais e pessoais importantes. 
Apenas quando são inflexíveis, mal 
adaptativos e causam prejuízo funcional 
significativo ou sofrimento subjetivo, os 
traços de personalidade constituem um 
Transtorno de Personalidade.” (DSM-IV-TR, 2002)
Psicologia da personalidade
• Personalidade é estrutura e 
processo,
• Personalidade é um 
sistema. 
Psicologia da personalidade
• Estrutura é o que se repete, são 
os padrões reincidentes.
• Estrutura são “as semelhanças reincidentes 
e consistências do comportamento ao longo 
do tempo e através das situações.” 
Psicologia da personalidade
• Processo é o que se inova 
e se renova, é o criativo, 
momentâneo e 
circunstancial. 
• É o inesperado.
A estrutura possibilita uma certa 
previsibilidade e o auto-
conhecimento. 
• O processo traz a possibilidade da 
surpresa, da inovação, da aventura e 
pode provocar mudanças em partes pode provocar mudanças em partes 
da estruturada estrutura.
Psicologia da personalidade
Sistema é o 
complexo 
relacionamento 
entre estrutura e 
processo.
Tipologia da personalidade
• “O conceito de tipo [ou estilo de 
personalidade] refere-se ao 
aglomerado de vários traços 
diferentes.” 
Traços são categorias para a descrição e o estudo ordenados 
do comportamentos de pessoas.
O conceito de tipo [ou estilo de 
personalidade] estuda principalmente 
as estruturas da personalidade.
Ao lado do que podemos chamar de estruturas 
naturais da personalidade humana, há o que Laura 
Perls chama de “uma segunda natureza”, o estilo 
de personalidade, o qual se constrói a partir da 
combinação da natureza dada com a existência 
vivida, especialmente nos primeiros anos de vida, 
compondo um jeito de ser, que não é 
necessariamente patológico, e que se mantém 
relativamente inalterado em seus fundamentos ao 
longo da vida. 
Esses padrões de comportamento que compõe o 
estilo de personalidade são, via de regra, 
egossintônicos. 
O estilo de personalidade é estrutura desenvolvida ao 
longo da vida e através de defesas que permitem 
lidar melhor com os estímulos internos e externos 
vividos pela pessoa. 
A estrutura tipológica, a qual se desenha a partir das 
múltiplas relações ao longo do desenvolvimento 
pessoal, especialmente nos primeiros anos da vida, 
tem como função facilitar a lida com a realidade, 
através de uma certa forma relativamente 
padronizada de ser e agir que pode, sob 
circunstâncias ameaçadoras em demasia, 
cristalizar-se, gerando vivências psicopatológicas. 
• Só idealmente podemos conceber uma 
pessoa tão flexível que não tivesse um estilo 
de personalidade. 
• Na lida cotidiana dos processos 
psicoterapêuticos, o que encontramos são 
pessoas que precisam conhecer, aceitar e 
flexibilizar seu estilo de personalidade. Ajudá-
las nessa tarefa é, no meu modo de ver, o 
limite da psicoterapia. 
• Penso que não é possível a um trabalho 
psicoterapêutico ajudar uma pessoa a alterar seu 
estilo de personalidade – o limite da psicoterapia, 
qualquer que seja a abordagem utilizada, é auxiliar a 
pessoa a conhecer, aceitar e flexibilizar seu estilo de 
personalidade. 
• A dissolução de um estilo de personalidade, a volta a 
uma natureza primordial não é, nem pode ser, o 
propósito da psicoterapia, pois está para além das 
possibilidades desse tipo de trabalho. 
• A fronteira última da psicoterapia é a facilitação da 
conscientização, da aceitação e da flexibilização do 
estilo de personalidade do cliente.
Conhecer e integrar o próprio estilo de 
personalidade significa experimentar limites e 
possibilidades de maneira a que a pessoa 
possa se tornar confiante nas previsões que 
faz de si, ao mesmo tempo em que se mantém 
aberta a se surpreender consigo mesma. 
Requer a busca de um autoconhecimento tal 
que permita ter uma ideia suficientemente 
apurada das repetições às quais se propende, 
de modo a poder, a partir desse conhecimento, 
transformá-las em escolhas.
Aceitação do próprio estilo de personalidade, não é 
passividade ou conformismo, pois não há o que fazer. 
Longe disso! 
Aceitar o próprio estilo de personalidade significa 
aceitar que há lutas que se apresentarão por toda a 
vida, exigindo cuidados especiais e atenção crítica 
para que o infinito processode auto-atualização seja 
sempre o mais pleno possível, para que as mudanças 
alcançadas sejam frutíferas e duradouras, para que 
os obstáculos inerentes ao estilo de personalidade 
sejam enfrentados e as sabedorias inerentes ao estilo 
de personalidade sejam desenvolvidas e colocadas a 
serviço da vida.
Tipologia [tipologia ] da 
personalidade
Uma tipologia eficaz ajuda a Uma tipologia eficaz ajuda a 
compreender as pessoas compreender as pessoas 
com base em certos com base em certos 
padrões universais a partir padrões universais a partir 
dos quais se organiza a dos quais se organiza a 
singularidade de cada singularidade de cada 
pessoa. pessoa. 
o diagnóstico do estilo de personalidade
Na compreensão do fundo, quer dizer, do estilo de 
personalidade que dá sustentação ao sintoma, uma 
tipologia auxilia sobremaneira o terapeuta. 
O desenvolvimento de uma tipologia:
1. fornece elementos para diagnóstico, 
2. favorece uma compreensão relacional, 
3. favorece consideração e respeito para com o 
cliente, 
4. favorece aceitar as diferenças sem julgamento, 
5. possibilita ajudar ao outro como ele necessita ser 
ajudado, e não segundo um padrão estereotipado 
de ajuda. 
o diagnóstico do estilo de personalidade
• Uma tipologia ajuda a estar atento às 
probabilidades psicopatológicas a que cada cliente 
possa propender, sempre lembrando que não não 
existem tipos purosexistem tipos puros – uma tipologia consiste de 
elementos referenciais para um diagnóstico. 
• Uma tipologia eficaz ajuda a compreender as 
pessoas a partir de certos padrões universais a 
partir dos quais se organiza a singularidade de 
cada pessoa. 
• Uma tipologia, ao auxiliar um diagnóstico, é uma 
redução, mas não pode ser um reducionismo.
A compreensão da A compreensão da 
personalidade aqui proposta personalidade aqui proposta 
se caracteriza pelo uso de se caracteriza pelo uso de 
uma tipologia gestáltica em uma tipologia gestáltica em 
diálogo com o DSMdiálogo com o DSM --IVIV-- TR, TR, 
eixo II.eixo II.
o diagnóstico do estilo de personalidade 
O conceito de estilo de personalidade:
• facilita compreender meu cliente, seu jeito 
de ser e sua experiência, 
• facilita compreender como o cliente se 
relaciona consigo mesmo e com o meio, 
• permite apressar a compreensão de suas 
faltas e de suas necessidades, de suas 
sabedorias e de suas potencialidades.
o diagnóstico do estilo de personalidade
ilumina para o terapeuta o caminho entre a 
percepção e compreensão da originalidade de meu 
cliente e a percepção e compreensão do que ele 
tem de comum com outros seres humanos, trajeto 
básico para um diagnóstico bem feito.
• Como todo instrumento psicológico, também uma 
tipologia não permite esgotar a compreensão do 
cliente, o que obriga a constantemente refazer o 
diagnóstico.
• a experiência do cliente é sempre maior que 
qualquer diagnóstico que se possa fazer dele. 
o diagnóstico do estilo de personalidade
• O estudo do estilo de personalidade não pode ser 
visto como uma camisa de força ou uma gaveta 
onde se deva encaixar cada pessoa em nome de 
uma suposta uniformidade, mas deve ser visto, da 
maneira como o uso em psicoterapia, como um 
instrumento auxiliar para o terapeuta em seu 
trabalho de compreensão e acolhimento de seu 
cliente. 
• Esse uso da tipologia não ameaça ou substitui a 
originalidade de cada cliente. Antes pelo contrário, 
realça-a no encontro terapêutico. 
o diagnóstico do estilo de personalidade
Quando faço um diagnóstico e me utilizo da 
tipologia, busco compreender o fundamento, 
a estrutura e o processo em que se apóia o 
sofrimento denunciado pelo cliente. 
No diálogo com o DSM-IV-TR, ao diagnosticar, 
trabalho com o que o DSM-IV-TR denomina 
transtornos de personalidade não somente 
no sentido de transtorno ou de patologia, 
mas num sentido de estilo de personalidade, 
um modo de se relacionar e de estar no 
mundo. 
o diagnóstico do estilo de personalidade
• No DSM-IV-TR, a diferença entre a pessoa 
que desenvolve um transtorno de 
personalidade e a que não desenvolve é 
apenas de flexibilidade; na tipologia 
gestáltica o patológico é a cristalização e a 
falta de flexibilidade que permita à pessoa 
ser conduzida pela situação.
• DSM-IV-TR: todos nós temos a possibilidade 
de desenvolver um transtorno de 
personalidade em algum momento de nossa 
vida, e o transtorno que desenvolveremos, 
se for o caso, será baseado em nosso estilo 
de personalidade. 
o diagnóstico do estilo de personalidade
• DSM-IV-TR: o transtorno é o estilo que se 
cristalizou e, por isso, causa sofrimento; 
Gestalt-terapia: o estilo de personalidade 
causa sofrimento quando cristalizado, rígido.
• os transtornos [e os estilos de personalidade] 
não são, por si sós, doenças ou 
características ontológicas, são construtos 
que descrevem estilos de ser desenvolvidos 
ao longo da vida e que podem, sob 
determinadas circunstâncias, levar a 
problemas que geram angústias e mal-
estares. 
o diagnóstico do estilo de personalidade
• Ao fazer essa análise da personalidade do cliente, 
não estou particularmente interessado na 
determinação da presença ou da ausência de uma 
enfermidade, 
mas 
• em compreender um jeito de ser, um estilo de lidar 
com as relações, de lidar com a vida e com os 
problemas existenciais. 
• Procuro antes olhar para a saúde que para a 
doença, para o que o cliente traz de criativo mais 
do que para o que o cliente traz de problemático, 
visando, assim, ampliar o sentido de cooperação 
necessário no processo terapêutico. 
o diagnóstico do estilo de personalidade
• Quando priorizo o aspecto saudável e criativo do 
cliente, não me coloco (e nem o convido para se 
colocar) em luta contra algum aspecto de si que 
deva ser eliminado ou modificado, mas me coloco 
(e o convido para se colocar) em aliança com 
aquilo que nele ainda não pôde se desenvolver 
suficientemente e precisa ser desenvolvido. 
• Agindo assim, estou mais atento ao sentido do 
sofrimento denunciado que às suas causas.
o diagnóstico do estilo de personalidade
• Assim como o terapeuta tem um 
estilo básico, também os 
clientes o tem; 
• assim como o terapeuta aprende 
seletivamente, baseado em 
quem ele é, assim também os 
clientes. 
o diagnóstico do estilo de personalidade
• O que precisa ser modificado é o que 
porventura haja de cristalizado, e não o estilo 
de personalidade de cada pessoa. 
• O estilo de personalidade deve ser melhor 
conhecido, como maneira de o cliente se 
descobrir mais, se compreender melhor e 
desenvolver mais adequadamente seus 
potenciais. 
• Diferentes estilos de personalidade 
responderão a diferentes agentes 
catalisadores como indutores de mudança.
O ciclo de contato aqui será tomado com oito etapas:
1. a sensação, ou percepção corporal de alguma necessidade;
2.a conscientização dessa necessidade; 
3.a mobilização para atender essa necessidade; 
4.a ação proveniente dessa mobilização; 
5.a interação que essa ação provoca; 
6. o contato final movido pela necessidade; 
7. o fechamento proveniente desse contato final e, fechando o 
ciclo, 
8.a retirada, para que novo ciclo se inicie, num processo sem fim 
por toda a vida. 
Em termos de compreensão diagnóstica, além de 
compreendermos, a partir desse modelo de ciclo de contato, 
como se dá o contato, podemos compreender também como se 
dão as descontinuações desse contato, também chamados de 
bloqueios de contato ou de resistências. 
Prefiro o termo descontinuação porque me parece que ele 
descreve melhor o que acontece na experiência das pessoas, 
uma vez que o contato não deixa de existir, portanto, não fica 
bloqueado, mas fica descontinuado, com seu ritmo quebrado e 
sua plenitude reduzida. 
Não gosto do termo ‘mecanismo’ (em ‘mecanismo de defesa’) 
porque entendo que ele se fundamenta numa visão muito 
cartesiana, a qual utiliza a máquina como metáfora para 
entender o homem, desrespeitando, portanto, a enorme 
complexidade que somos.
Para cada etapa do contatohá uma maneira de se o descontinuar. 
a descontinuação para a sensação é a dessensibilização; 
a descontinuação para a conscientização é a deflexão; 
a descontinuação para a mobilização é a introjeção; 
a descontinuação para a ação proveniente da mobilização é a projeção; 
a descontinuação para a interação é a proflexão; 
a descontinuação para o contato final é a retroflexão; 
a descontinuação para o fechamento proveniente desse contato final é o 
egotismo; 
finalmente, a descontinuação para a retirada é a confluência.
Mobilização
Introjeção: 
esquiva 
Consciência 
Deflexão: 
histriônico
Sensação
Dessensibilização: 
esquizóide e 
esquizotípico
Abertura 
para a 
vivência
Retirada
Confluência:dependente
Fechamento
Egotismo: narcisista e 
antissocial.
Contato final
Retroflexão: obsessivo-
compulsivo
Interação
Proflexão: 
borderline 
Ação
Projeção: 
paranóide
Entendo que cada descontinuação 
pode aparecer em, basicamente, 
três formas, não necessariamente 
excludentes. A descontinuação 
pode ser um atoato , um estadoestado ou 
um estilo de personalidadeestilo de personalidade . Nas 
três formas ela pode ser saudável, 
ou não, a depender das 
circunstâncias. 
Uma descontinuação é um ato quando 
episódica, esporádica, apenas um 
momento, não uma repetição: é o 
caso, por exemplo, de quando, em 
determinada situação, retrofletimos 
para evitar uma discussão improdutiva 
com um superior hierárquico. 
Nesses casos, em que não há 
repetições, não há a necessidade de 
intervenções psicoterapêuticas.
Uma descontinuação constitui um estado quando a pessoa se apóia na 
descontinuação em função de exigência situacional, quer dizer, em determinada 
situação, por um determinado tempo, a pessoa se vale de sua capacidade de 
flexibilizar seu estilo de personalidade e vive aquela situação praticamente como se 
tivesse um outro estilo de personalidade. 
Essa vivência é possível apenas por um determinado período e em determinada 
situação, e logo a pessoa precisará voltar a se apoiar em seu estilo de personalidade 
de base. 
Quando esse movimento é saudável, essa porta de passagem entre o estilo de 
personalidade e a descontinuação como estado permanece aberta e disponível para 
novas incursões quando a situação vivida exigir. Quando essa porta fica truncada, o 
apoio em um estilo de personalidade secundário pode se repetir de maneira 
cristalizada, constituindo uma situação patológica. 
Por exemplo, em determinadas depressões uma pessoa pode ter a introjeção como 
defesa, repetidamente. Nesses casos, uma intervenção terapêutica pode ajudar a 
pessoa a desenvolver outras maneiras de lidar com o mundo, abandonando essa 
postura introjetiva repetida e deixando de reagir depressivamente às situações.
Uma descontinuação constitui um 
estilo de personalidade quando se 
configura como estrutura da 
personalidade, modo peculiar e 
habitual de estar no mundo.
A maioria do gestalt-terapeutas que teorizaram sobre o ciclo de contato 
toma cada descontinuação do contato como um estado, portanto, um
processo, algo que pode ter um fim, o que me parece correto. 
Este tipo de uso do ciclo de contato já está consagrado na abordagem 
gestáltica. Ele se assemelha ao eixo I do DSM-IV. O que proponho aqui é 
um avanço para além disso, uma nova compreensão desse conceito 
clareador para a compreensão do ser humano, um uso que se assemelha 
ao Eixo II do DSM-IV. 
Estou me referindo à possibilidade de se perceber cada descontinuação 
descrita no ciclo de contato como uma base para um tipo de estilo de 
personalidade, sem deixar de considerar cada um desses pontos como 
possivelmente também um estado ou um ato, como expliquei acima e 
reafirmo aqui: cada ponto do ciclo de contato pode caracterizar um ato, 
momentâneo; um estado, quer dizer, uma resposta situacional que pode 
se cristalizar; uma estrutura, ou estilo de personalidade, ou seja, uma 
forma de organização e de ação, um jeito de estar no mundo. Como
estado, ele pode ser dissolvido e ultrapassado; como estrutura, ele precisa 
ser conhecido, compreendido, flexibilizado e aceitado.
Quanto mais saudável é uma pessoa, menos previsível 
comportamentalmente ela é, mas alguma previsibilidade é 
necessária, minimamente que seja para garantir que há uma 
continuidade, que há uma história. 
Desse modo, quanto mais saudável é uma pessoa, mais difícil é 
identificar-se qual é seu estilo preponderante, mas, 
seguramente, sempre há um estilo que se impõe no cotidiano. 
Dizendo de outra maneira: quanto mais neurotizada está uma 
pessoa, menos flexibilidade ela tem, mais previsível ela se 
torna, menos ela explora os outros modos de ser existentes nela 
mas não predominantes, mais ela tem dificuldades de responder 
à situação presente, mais ela se estereotipa. 
Quanto mais atualizada está uma pessoa, mais ela 
pode responder à situação que se apresenta com o 
estilo requerido naquele momento, embora mantenha 
uma inclinação por um determinado padrão e saiba 
que, ao se apoiar no estilo que não é o seu de origem, 
está como visitante, de maneira temporária, ainda que 
confortável. 
Assim é que, por exemplo, uma pessoa de estilo 
egotista estará pronto para a ação e para novos 
contatos mesmo depois de ministrar por três dias um 
curso de tempo integral para um grupo, ao passo que 
uma pessoa de estilo retrofletor, depois de ministrar o 
mesmo curso, necessitará de um tempo de 
recolhimento para que se abra plenamente a novos 
contatos.
Assim, a pessoa saudável é aquela que vive com 
ampla aceitação o estilo que lhe exige a situação, mas 
que fica confortável mesmo é quando a situação exige 
o estilo que é predominante. 
Mesmo sendo de um estilo confluente, uma pessoa 
pode tornar-se suficientemente autônoma, mas, de 
tempos em tempos, necessitará que alguém em quem 
confie lhe diga que ela é, sim, capaz de sustentar sua 
autonomia. 
Da mesma maneira, uma pessoa defletora saberá 
colocar-se na coxia quando isso for conveniente, mas 
pisará o palco tão logo tenha uma oportunidade para 
isso.
Cada um de nós tem um jeito de ser que se 
repete, com maior ou menor plasticidade, desde 
a mais tenra existência até a morte. Isso é o que 
caracterizo como estrutura (ou estilo) da 
personalidade, ou estilo de personalidade. 
Essa estrutura não é necessariamente 
patológica, antes pelo contrário, embora possa 
estar adoecida, quer dizer, rígida, cristalizada, 
de maneira que, em vez de servir de suporte 
para mudanças, serve de barreira e estagnação.
O diálogo que tento estabelecer, através 
do ciclo de contato, entre a Gestalt-terapia 
e o DSM-IV, eixo II, como referências de 
estilos de personalidade encontra sentido 
em meu trabalho a partir de algumas 
reflexões, das quais quero destacar o 
cunho descritivo do DSM-IV, o que facilita 
um olhar fenomenológico para ele e 
permite que ele seja uma referência para a 
visão gestáltica sobre a psicoterapia. 
Delisle:
“ com exceção dos transtornos mentais orgânicos, nenhum dos 
transtornos mentais descritos no DSM tem uma etiologia 
estabelecida. Pode até ser difícil de acreditar, mas as causas do 
transtorno histriônico ou da agorafobia são desconhecidas. É 
óbvio, os clínicos disputarão a validade de diversas hipóteses 
explicativas. Aprendizagem social, desequilíbrio hormonal, 
dinâmica edípica ou relações objetais são todas especulações 
inteligentes que nunca puderam ser adequadamente verificadas 
em bases científicas. É por isso que as categorias clínicas do 
DSM, com exceção das desordens nas quais alguma lesão do 
sistema nervoso central ocupa papel significante, estão 
baseadas mais em um critério descritivo que em inferências, 
sem qualquer referência implícita a causas e etiologia.” 
o diagnóstico do estilo de personalidade
O DSM-IV descreve os 
seguintes dez tipos de 
transtorno de 
personalidade, os quais 
entenderei, como já 
expliquei, como estilos de 
personalidade: 
• esquizóide; 
• paranóide; 
• esquizotípica; 
• anti-social;• borderline; 
• histriônica; 
• narcisista; 
• esquiva; 
• dependente; 
• obsessivo-compulsiva.
o diagnóstico do estilo de personalidade
Os Transtornos da 
Personalidade 
são reunidos em 
três 
agrupamentos, 
com base em 
similaridades 
descritivas. 
• Agrupamento A 
(parecem "esquisitos"):
• Paranóide; 
• Esquizóide; 
• Esquizotípica.
o diagnóstico do estilo de personalidade
• Agrupamento B 
(parecem dramáticos, 
emotivos, erráticos): 
• Anti-Social; 
• Borderline; 
• Histriônica; 
• Narcisista. 
• Agrupamento C 
(parecem ansiosos ou 
medrosos.): 
• Esquiva; 
• Dependente; 
• Obsessivo-
Compulsiva. 
o que defendo é que podemos 
compreender, sob o ponto de vista 
gestáltico, cada um desses estilos de 
personalidade do DSM-IV, cada um 
desses estilos de personalidade, como 
apoiado preferencialmente em uma 
descontinuação do contato, o que 
caracteriza o estilo de personalidade 
na linguagem gestáltica. 
personalidade paranóide � estilo de personalidade projetivo; 
personalidades esquizóides e esquizotípicas � pessoas 
dessensibilizadas; 
personalidade borderline � estilo de personalidade proflexivo; 
personalidade histriônica � estilo de personalidade deflexivo; 
personalidade narcísica e a personalidade antissocial � estilo 
de personalidade egotista; 
a personalidade esquiva � um estilo de personalidade 
introjetivo; 
personalidade dependente �estilo de personalidade confluente; 
personalidade obsessivo-compulsiva � estilo de personalidade 
retrofletor. 
Embora o DSM-IV-TR aponte diferenças 
entre os estilos esquizóide e esquizotípico 
da personalidade, penso que entre eles há 
mais semelhanças que diferenças, ambos 
apoiados especialmente na 
dessensibilização, por isso os reúno em 
um único estilo de personalidade. 
No caso do narcisismo, penso, com 
Lowen, que o estilo antissocial é o 
narcisista muito adoecido, por isso os 
reúno aqui no estilo de personalidade 
egotista.
Cada um desses tipos ilumina, dentre outros 
aspectos, um propósito amplo para o processo 
terapêutico, o que, por sua vez, orienta o 
terapeuta em seu trabalho. 
Além desse propósito amplo, cada um desses 
estilos de personalidade exigirá do terapeuta um 
cuidado específico no que diz respeito à 
comunicação (verbal e não-verbal), ao tato, ao 
acolhimento e à confrontação, dentre outros 
aspectos. 
No que diz respeito ao propósito amplo da psicoterapia para 
cada tipo de estilo de personalidade, isso quer dizer que cada 
um deles tenderá a demandar um tipo de mudança, uma rota no 
caminho da flexibilização, um norte. 
o norte para as pessoas dessensibilizadas passa por uma 
reapropriação corporal; 
para o estilo de personalidade projetivo, busca-se a 
possibilidade de um maior distanciamento entre os aspectos 
emocionais e os cognitivos, de modo a ampliar a crítica ao 
vivido e o tempo de reação a cada emoção percebida;
para o estilo de personalidade proflexivo, o norte é a ampliação
do autoconhecimento como forma de se diferenciar do outro e 
de buscar guiar-se mais por si; 
para o estilo de personalidade egotista, o norte é a ampliação da 
capacidade de empatia e de humildade; 
para o estilo de personalidade defletor, a possibilidade de se 
aprofundar mais; 
para o estilo de personalidade confluente, o norte é a 
possibilidade de ampliação da autonomia; 
para o retrofletor, a liberdade e a soltura; 
para o introjetivo, a ampliação da capacidade crítica e da 
agressividade. 
Embora cada um desses nortes servem para todas as pessoas; 
o que afirmo aqui é que há, para cada estilo de personalidade, 
um sobressair dessas finalidades apontadas acima.
Quando digo que para cada tipo de personalidade há um trajeto já esboçado 
(e apenas esboçado), isso obriga a prestar ainda mais atenção nas 
diferenças individuais. 
O apontar de caminhos que se pode depreender do estilo de personalidade 
de cada cliente é feito grosso modo, devendo ser especificado cuidadosa e 
continuamente para cada cliente em cada momento do processo terapêutico. 
Cabe ainda ressalvar que não existe alguém que possa ser enquadrado em 
um estilo “puro” de personalidade, mas que sempre há um estilo que 
prevalece no cotidiano da pessoa. 
De uma maneira geral, tenho observado que o mais comum é poder-se 
compreender cada cliente como tendo um estilo prevalente e, ao menos, um 
outro que se pode denominar de “auxiliar”, os dois demandando especial 
atenção por parte do psicoterapeuta ao fazer o diagnóstico de fundo. 
Além disso, é importante lembrar que, como em qualquer outra tipologia, 
cada pessoa tem a possibilidade de lidar com algumas situações em 
qualquer um dos estilos existentes.
o diagnóstico do estilo de personalidade
• O apontar de caminhos que se 
pode depreender do estilo de 
personalidade de cada cliente é 
feito grosso modo, devendo ser 
especificado cuidadosa e 
continuamente para cada cliente 
em cada momento do processo 
terapêutico. 
o diagnóstico do estilo de personalidade
• Não existe alguém que possa ser enquadrado em 
um estilo “puro” de personalidadeestilo “puro” de personalidade , mas sempre 
há um estilo que prevalece no cotidiano da pessoa. 
• Pode-se compreender cada cliente como tendo um 
estilo prevalente e, ao menos, um outro que se 
pode denominar de estilo “auxiliar”estilo “auxiliar” , os dois 
demandando atenção por parte do psicoterapeuta 
ao fazer o diagnóstico de fundo. 
• Cada pessoa tem a possibilidade de lidar com 
algumas situações em qualquer um dos estilos 
existentes, pois, como já afirmou Terêncio, “nada nada 
do que é humano me é estranhodo que é humano me é estranho ”. 
o diagnóstico e a queixao diagnóstico e a queixa
• Ao estudar a queixa do cliente há que se olhar para 
a sua situação de vida e para a sua situação 
clínica, isto é, se ele tem alguma manifestação de 
algum transtorno psíquico que possa exigir outros 
tipos de intervenção.
• O diagnóstico psicológico se dá principalmente 
através da compreensão da queixa e de seu 
sentido, além da compreensão da maneira como 
essa pessoa lida consigo mesma, com sua 
existência, com seu ambiente e como vive sua 
queixa. 
o diagnóstico e a queixa
• A queixa apresentada pelo cliente denuncia 
uma atitude existencial que se tornou 
insatisfatória, uma configuração cristalizada. 
• É um repetir, um pedir de novo, e de novo, e 
de novo, e de novo, enfim, é uma interrupção 
que atrapalha ou impede o processo de 
desenvolvimento da pessoa. 
• Trata-se de uma gestalt incompleta que 
busca, por sua repetição, um fechamento.
o diagnóstico e a queixa
• O importante é compreender o significado 
desta queixa, o sentido deste sintoma, bem 
como a maneira com que o cliente o 
experiencia. 
• O que o sintoma aponta?
• Que falta ele denuncia?
• Que perspectivas existenciais ele abre? 
o diagnóstico e a queixa
• O sintoma representa a melhor forma 
possível de viver nas condições atuais 
daquela pessoa. 
• O sintoma faz parte de uma história, é um 
elo de uma extensa corrente de tentativas 
que o cliente fez para atualizar seu potencial 
e continuar seu crescimento. 
o diagnóstico e a queixa
• O sintoma é também uma maneira de 
continuar a crescer, ele é um ato criativo em 
prol da vida: não houvesse a possibilidade 
de a pessoa se desenvolver melhor do que 
tem conseguido, não haveria dor que a 
impulsionasse em direção à busca de 
mudança. 
• O que dói é um potencial que não encontrou 
ainda como se desenvolver suficientemente 
bem. 
o diagnóstico e a queixa
• Deve-se buscar a relação que 
existe entre a figura (o sintoma) e o 
fundo, pois é o fundo que dá 
sentido à figura. 
• Nesse caso, o fundo é, além do 
estilo de personalidade do cliente, 
seu momento existencial, o qual 
inclui sua situação ambiental, sua 
história, suas possibilidades.
o diagnóstico e a queixa
• O que estará impedindo o fechamento desta gestalt?
• Certamente, falta alguma condição, ou algumas condições 
para que essa gestalt se feche, e é por isso que o cliente 
pede ajuda:ele percebe que sozinho não pode superar os 
empecilhos que bloqueiam a continuação de seu 
crescimento. 
• É função do terapeuta procurar a maneira como esta gestalt 
pode se completar para que o indivíduo possa retomar a 
possibilidade de crescimento e de desenvolvimento. 
• Interessa demais ao gestalt-terapeuta compreender como 
seu cliente interrompe seu ritmo de contato, em que ponto 
do ciclo de contato há mais dificuldades para ele caminhar. 
o diagnóstico e a queixa
• Num certo sentido, o sintoma é a tentativa de 
resolução de coisas inacabadas; 
• tentativa de auto-atualização. 
• Na medida que muita energia é investida em 
dar conta de situações inacabadas, sobra 
pouca energia para lidar com situações 
novas e interrompe-se o processo de 
crescimento. 
o diagnóstico e a queixa
• “Toda experiência fica suspensa até que a pessoa 
a conclui. A maioria dos indivíduos tem uma grande 
capacidade para situações inacabadas -
felizmente, porque no curso da vida estamos 
condenados a ficar com muitas delas. 
• Não obstante, (...) estes movimentos não 
completados buscam um completamento e, quando 
se tornam suficientemente poderosos, o indivíduo é 
envolvido por preocupações, comportamentos 
compulsivos, cuidados, energia opressiva e muitas 
atividades auto-frustrantes.” (Polsters)
o diagnóstico e a queixa
• É preciso cuidado para que não se pretenda 
explicar o todo do cliente a partir do sintoma, pois 
isso seria uma perigosa inversão. 
• O sintoma é um estado, um processo , não algo 
estático e sem perspectiva de transformação. 
• Há um processo saudável sustentando o sintoma 
que o cliente traz
• “a doença precisa ser vista como abertura para 
novas possibilidades existenciais a partir do 
confronto com determinados impedimentos.” (Rehfeld) 
o diagnóstico e a queixa
• O diagnóstico deve, ainda, apoiar-se nos 
aspectos relacionais, quer seja na maneira 
como eles aparecem em terapia, quer seja 
no dia-a-dia do cliente. 
• Deve, finalmente, ter claro que “a 
complexidade individual nunca se encerra 
dentro de um diagnóstico.” (Augras)
o diagnóstico do terapeuta
• Para finalizar o diagnóstico, o terapeuta deve fazer, 
com cada cliente e a cada situação terapêutica, um 
diagnóstico de si mesmo. 
• É preciso que o terapeuta tenha o mais claro 
possível o que o motiva a trabalhar com aquela 
pessoa, que sensações, que sentimentos, que 
reflexões, aquela pessoa provoca. 
• O diagnóstico que o terapeuta faz de si próprio 
ante aquele cliente é a melhor medida que ele tem 
sobre sua competência, ou não, sobre sua 
disponibilidade, ou não, no processo e a cada 
sessão, para dispor-se a viver aquela aventura, 
para entrar naquela relação.
o diagnóstico do terapeuta
• “a condição pessoal do conselheiro no 
começo do processo é, obviamente, 
importante também: se ele está 'esvaziado' 
para escutar o cliente ou se ele precisa um 
pouco mais tempo para 'chegar', se há 
incertezas em relação ao contrato ou se há 
uma gestalt aberta da sessão anterior.” (Fuhr) 
• Somente após esse ‘auto-diagnóstico’ o 
terapeuta estará suficientemente esclarecido 
para viver aquilo que é o ponto fulcral de um 
processo gestalt-terapêutico, a relação. 
o diagnóstico do terapeuta
• No meu modo de ver, a postura fundamental do 
psicoterapeuta ao fazer o seu diagnóstico é aquela 
que Paulo Barros traduz da seguinte maneira:
• “para mim, ser terapeuta supõe um interesse 
humano muito grande, um interesse pela pessoa 
que está diante de você. Supõe um interesse pelas 
coisas humanas e uma disponibilidade para 
perceber o que está acontecendo com a pessoa, 
uma curiosidade especial e específica a respeito da 
pessoa em questão. (...) É fundamental um 
interesse genuíno em relação às coisas humanas.” 
o diagnóstico do terapeuta
• O processo de diagnóstico 
fundamenta-se na 
intersubjetividade, o que 
obriga o terapeuta a observar 
sua própria subjetividade e 
transformá-la em ferramenta 
para a compreensão do outro. 
o diagnóstico do terapeuta
Torna-se imprescindível ao psicólogo 
dois caminhos concomitantes de 
aperfeiçoamento: 
• aprimorar-se no domínio das técnicas 
específicas a sua profissão e 
• aprimorar-se no conhecimento de si 
próprio, inclusive como treino para o 
conhecimento do cliente. 
A saúde para a GT
Critérios mais básicos:Critérios mais básicos:
Como Como lida com as relações;lida com as relações;
ComoComo lida com o tempolida com o tempo ;;
ComoComo lida com o espaçolida com o espaço ;;
ComoComo lida com a corporeidade;lida com a corporeidade;
ComoComo lida com a consciência;lida com a consciência;
ComoComo lida com a vida afetiva.lida com a vida afetiva.
A saúde para a GT
Critérios mais básicos:Critérios mais básicos:
Lembrar sempre que Lembrar sempre que 
“a subjetividade é intersubjetividade e “a subjetividade é intersubjetividade e 
culturalidade (cultura vivida).”culturalidade (cultura vivida).”
“meu mundo é sempre assim ‘nosso’ “meu mundo é sempre assim ‘nosso’ 
mundo, um mundo intersubjetivo, um mundo, um mundo intersubjetivo, um 
mundo comum.” mundo comum.” TatossianTatossian
Atenção ao mundo da vida cotidiana Atenção ao mundo da vida cotidiana ––
LebensweltLebenswelt ..
A compreensão diagnóstica e o eixo I do DSM -IV
Psicopatologias mais fundamentais:Psicopatologias mais fundamentais:
(Cuidado: são construtos complexos)(Cuidado: são construtos complexos)
esquizofrenia e outros esquizofrenia e outros 
transtornos psictranstornos psic óóticos;ticos;
transtornos de humor;transtornos de humor;
transtornos de ansiedade.transtornos de ansiedade.
A compreensão diagnóstica e o eixo I do DSM -IV
Psicopatologias mais fundamentais:Psicopatologias mais fundamentais:
esquizofrenia e outros transtornos psicesquizofrenia e outros transtornos psic óóticos:ticos:
“conceitualmente definido como uma perda dos limites do ego ou u“conceitualmente definido como uma perda dos limites do ego ou u m m 
amplo prejuízo no teste de realidade. Os diferentes tran stornos amplo prejuízo no teste de realidade. Os diferentes tran stornos 
nesta seção salientam diferentes aspectos das várias definições nesta seção salientam diferentes aspectos das várias definições de de 
psicótico. Na Esquizofrenia, no Transtorno psicótico. Na Esquizofrenia, no Transtorno EsquizofreniformeEsquizofreniforme e no e no 
Transtorno Psicótico Breve, o termo psicótico refereTranstorno Psicótico Breve, o termo psicótico refere --se a delírios, se a delírios, 
quaisquer alucinações proeminentes, discurso desorgani zado ou quaisquer alucinações proeminentes, discurso desorgani zado ou 
comportamento desorganizado ou catatônico. No Transtorn o comportamento desorganizado ou catatônico. No Transtorn o 
Psicótico Devido a uma Condição Médica Geral e no Tran storno Psicótico Devido a uma Condição Médica Geral e no Tran storno 
Psicótico Induzido por Substância, psicótico referePsicótico Induzido por Substância, psicótico refere --se a delírios ou se a delírios ou 
apenas àquelas alucinações que não são acompanhadas de apenas àquelas alucinações que não são acompanhadas de 
insight. Finalmente, no Transtorno Delirante e no Trans torno insight. Finalmente, no Transtorno Delirante e no Trans torno 
Psicótico Compartilhado, psicótico equivale a delir ante.”Psicótico Compartilhado, psicótico equivale a delir ante.”
A compreensão diagnóstica e o eixo I do DSM -IV
Psicopatologias mais fundamentais:Psicopatologias mais fundamentais:
transtornos de humor; transtornos de humor; 
“A perturbação fundamental é uma alteração do humor ou do afeto,“A perturbação fundamental é uma alteração do humor ou do afeto,
quer seja no sentido de uma depressão (com ou sem ans iedade quer seja no sentido de uma depressão (com ou sem ans iedade 
associada), quer seja no de uma associada), quer seja no de uma elaçãoelação . . 
A alteração do humor em geral se acompanha de uma mod ificação A alteração do humor em geral se acompanha de uma mod ificação 
do nível global de atividade, e a maioriados outros sintomas sãdo nível global de atividade, e a maioria dos outros sintomas sã o o 
quer secundários a estas alterações do humor e da ativi dade, quer secundários a estas alterações do humor e da ativi dade, 
quer facilmente compreensíveis no contexto destas alt erações. quer facilmente compreensíveis no contexto destas alt erações. 
A maioria destes transtornos tendem a ser recorrentes e a A maioria destes transtornos tendem a ser recorrentes e a 
ocorrência dos episódios individuais pode freqüenteme nte estar ocorrência dos episódios individuais pode freqüenteme nte estar 
relacionada com situações ou fatos estressantes.”relacionada com situações ou fatos estressantes.”
A compreensão diagnóstica e o eixo I do DSM -IV
Psicopatologias mais fundamentais:Psicopatologias mais fundamentais:
transtornos de ansiedade:transtornos de ansiedade:
várias formas de ansiedade patológica, medos e fobias que podem várias formas de ansiedade patológica, medos e fobias que podem 
surgir rapidamente ou lentamente, durante um período de muitos surgir rapidamente ou lentamente, durante um período de muitos 
anos, e que interferem na rotina diária do indivíduo.anos, e que interferem na rotina diária do indivíduo.
Os transtornos de ansiedade mais comuns são:Os transtornos de ansiedade mais comuns são:
Síndrome do PânicoSíndrome do Pânico
FobiasFobias
Transtorno obsessivoTranstorno obsessivo --compulsivo (TOC) compulsivo (TOC) 
Estresse pósEstresse pós --traumáticotraumático
Transtorno de ansiedade generalizada (TAG)Transtorno de ansiedade generalizada (TAG)
Agorafobia e outras fobiasAgorafobia e outras fobias
A compreensão diagnóstica e o eixo I do DSM -IV
Esquizofrenia e outros transtornos psicóticos:Esquizofrenia e outros transtornos psicóticos:
Critérios mais básicos:Critérios mais básicos:
Como lida com as relações:Como lida com as relações: pobreza de pobreza de 
relacionamentos; muita dificuldade para relacionamentos; muita dificuldade para 
realmente perceber o outro; dificuldade com o realmente perceber o outro; dificuldade com o 
mundo compartilhado mundo compartilhado –– perda do senso comum.perda do senso comum.
Como lida com o tempo: Como lida com o tempo: nega o tempo nega o tempo 
compartilhado; vazio de tempo, um tempo compartilhado; vazio de tempo, um tempo 
paralisado que é diferente do tempo vazio (tédio).paralisado que é diferente do tempo vazio (tédio).
Como lida com o espaçoComo lida com o espaço : : desajeitadamentedesajeitadamente ; sem ; sem 
destreza; sem graça; destreza; sem graça; rígidamenterígidamente contido.contido.
A compreensão diagnóstica e o eixo I do DSM -IV
Esquizofrenia e outros transtornos psicóticos:Esquizofrenia e outros transtornos psicóticos:
Critérios mais básicos:Critérios mais básicos:
Como lida com a corporeidadeComo lida com a corporeidade : corpo : corpo 
negado, não apossado, não negado, não apossado, não 
biografado;grande prevalência do corpobiografado;grande prevalência do corpo --
objeto sobre o corpoobjeto sobre o corpo --sujeito. sujeito. 
Como lida com a consciênciaComo lida com a consciência : dificuldade : dificuldade 
com a realidade compartilhada; dificuldade com a realidade compartilhada; dificuldade 
ou impossibilidade de autopercepção; ou impossibilidade de autopercepção; 
presunçoso.presunçoso.
Como lida com a vida afetivaComo lida com a vida afetiva : distante dos : distante dos 
afetos; frio; afetos; frio; 
A compreensão diagnóstica e o eixo I do DSM -IV
Transtornos de humor.Transtornos de humor.
Critérios mais básicos:Critérios mais básicos:
Como lida com as relaçõesComo lida com as relações : “: “ serser --parapara --oo--outrooutro e e 
serser --umum --comcom --oo--outrooutro ”” (Tellenbach)(Tellenbach) ; limites ; limites 
autoimpostosautoimpostos ; dificuldade de comunicação; ; dificuldade de comunicação; 
Como lida com o tempoComo lida com o tempo : : lentificaçãolentificação ou ou 
aceleração do tempo; aprisionamento no aceleração do tempo; aprisionamento no 
passado (culpa e nostalgia improdutiva); falta passado (culpa e nostalgia improdutiva); falta 
de horizontes (de futuro).de horizontes (de futuro).
Como lida com o espaçoComo lida com o espaço : falta de elasticidade; : falta de elasticidade; 
falta de luz; pouca ocupação de espaço; não se falta de luz; pouca ocupação de espaço; não se 
sente em casa no mundo.sente em casa no mundo.
A compreensão diagnóstica e o eixo I do DSM -IV
Transtornos de humor.Transtornos de humor.
Critérios mais básicos:Critérios mais básicos:
Como lida com a corporeidadeComo lida com a corporeidade : : lentificaçãolentificação ou ou 
aceleração aceleração psicomotorapsicomotora ; amortecimento do ; amortecimento do 
corpo; sensação de vazio visceral. corpo; sensação de vazio visceral. 
Como lida com a consciênciaComo lida com a consciência : excesso de : excesso de 
deverias; impotência; dificuldade de deverias; impotência; dificuldade de 
autoaceitação; awareness pobre; sensação de autoaceitação; awareness pobre; sensação de 
vazio.vazio.
Como lida com a vida afetivaComo lida com a vida afetiva : “tristeza : “tristeza vitalvital ” ou ” ou 
euforia; distanciamento dos sentimentos; euforia; distanciamento dos sentimentos; 
“anestesia afetiva”; “anestesia afetiva”; 
A compreensão diagnóstica e o eixo I do DSM -IV
Transtornos de ansiedade:Transtornos de ansiedade:
Critérios mais básicos:Critérios mais básicos:
Como lida com as relaçõesComo lida com as relações : falta de confiança; insegurança; : falta de confiança; insegurança; 
controle; tensão.controle; tensão.
Como lida com o tempoComo lida com o tempo : dificuldade de estar no presente; : dificuldade de estar no presente; 
oscila entre passado e futuro, com preferência pelo futuro oscila entre passado e futuro, com preferência pelo futuro 
(geralmente temido); expectativas; “tensão entre o agora (geralmente temido); expectativas; “tensão entre o agora 
e o depois” e o depois” (Perls)(Perls) . . 
Como lida com o espaçoComo lida com o espaço : com medo, especialmente dos : com medo, especialmente dos 
novos espaços; muita atenção.novos espaços; muita atenção.
A compreensão diagnóstica e o eixo I do DSM -IV
Transtornos de ansiedadeTranstornos de ansiedade ::
Critérios mais básicos:Critérios mais básicos:
Como lida com a corporeidadeComo lida com a corporeidade : “resistência : “resistência 
muscular” muscular” (Perls)(Perls) ; corpo sob controle, com ; corpo sob controle, com 
dificuldade de relaxamento e de descarregar a dificuldade de relaxamento e de descarregar a 
excitação.excitação.
Como lida com a consciênciaComo lida com a consciência : mais atento às : mais atento às 
possibilidades catastróficas; perfeccionismo; possibilidades catastróficas; perfeccionismo; 
medo de humilhação ou de rejeição; medo de medo de humilhação ou de rejeição; medo de 
palco; “interrupção da excitação do crescimento palco; “interrupção da excitação do crescimento 
criativo” criativo” (Perls)(Perls) ..
Como lida com a vida afetivaComo lida com a vida afetiva : desconfiado, não se : desconfiado, não se 
entrega; percebe os afetos, mas não confia neles.entrega; percebe os afetos, mas não confia neles.

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