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1 Isadora Silva Antibioticoterapia Profa. Andréa Tratamento de infecções bacterianas de pele e partes moles A pele é composta por derme e epiderme, enquanto as partes moles são compostas por: gordura, músculos, fáscia, tendões. A pele tem alguns microrganismos que convivem bem na microbiota, mas que em alguns casos, pode passar a ser invasivos (a depender de um fator que a favoreça- ferida, pele úmida, contusão mais profunda- perda de integridade na pele, contiguidade). PRINCIPAIS IPTM/ LOCALIZAÇÃO Se na dúvida de celulite ou erisipela, tratamos como se fosse celulite! AGENTES ETIOLÓGICOS: mais comuns (S. pyogenes e S. aureus- que vamos visar tto para eles, que são GRAM +). 1- Celulite: S. aureus; S. pyogenes 2- Erisipela: S. pyogenes 3- Abscesso: S. aureus -Se tiver mau cheiro, tem anaeróbios no meio! CUIDADOS GERAIS TRATAMENTO TÓPICO: quadros leves a moderados. Impetigo localizado ou foliculite: com a clínica se persistente após algumas semanas, mais de uma área acometida (área extensa) e região de barba- 2 Isadora Silva ATB de escolha- Mupirocina 2%, 2X ao dia de 5 a 7 dias. Outras opções são: ácido fusídico 2% 2X ao dia até melhora ou até 14 dias. Neomicina+ bacitracina (nebacetim) 2X ao dia, 5 a 7 dias. ANTIBIOTICOTERAPIA SISTÊMICA: lesões numerosas e/ou em mais de 1 região topográfica; se acometimento de estruturas mais profundas. Se estiver com sintomas sistêmicos (febre, calafrios, mal estar). 1- AMBULATORIAL: MSSA: S. aureus meticilina sensível MRSA: S. aureus meticilina resistente Se a pessoa for sensível a meticilina podemos usar esse esquema abaixo (cefalosporina 1ªG- cefalexina). Quem é resistente a meticilina também é a oxacilina. -S. aureus é hoje resistente a penicilina! -Se paciente alérgico para penicilina, também não vamos usar cefalosporinas (evitamos usar). E pacientes MRSA usamos também os medicamentos abaixo: 2- HOSPITALAR: RESUMINDO... 3 Isadora Silva β-LACTÂMICOS (CEFALOSPORINAS E PENICILINAS) São medicações que tem por mecanismo inibir a síntese de parede celular. A parede celular dá proteção a bactéria, que se afetada consegue impedir a replicação bacteriana (se houver resistência, tem alteração do sítio de ligação no receptor de penicilina, por ex). Quem tem alergia a penicilina, geralmente tem alergia também a B-lactâmicos (cefalosporinas). PENICILINAS: foi o primeiro antibiótico a ser descoberto e é uma das classes de ATB mais utilizadas. Hoje em dia houve diminuição do seu espectro de ação (bactérias se tornaram mais resistentes). Abrange todos os medicamentos falados adiante. -Penicilina G cristalina (benzilpenicilina cristalina): é rapidamente eliminada do organismo em 4 horas e adm IV. Tem suas formas de ação prolongada: Penicilina G procaína, com adm IM (24h) e penicilina G benzatina (benzetacil), com adm IM profundo- ventro glútea ou dorso glútea (7 a 28d). Deve ser feito o ajuste de dose na IRC. São medicações tempo dependentes!! Bacilos Gram- (BGN) e estafilococos são resistentes a penicilina, e não compensa darmos essa medicações nesses casos. A oxacilina por sua vez, é um tipo de penicilina e que cobre estafilococos (mas lembrar!! Não cobre MRSA). Hoje em dia a penicilina foi muito substituída pela amoxicilina (um tipo de penicilina de 2ª geração), que é dada VO. Algumas bactérias contém a enzima B- lactamase, que faz a “quebra” B-lactâmicos, ou seja, as penicilinas não poderiam agir de forma eficaz diante dessas bactérias. Com isso, passou-se a usar a amoxicilina com o clavulanato, um inibidor de B-lactamase, que agiria nessa enzima de modo a bloqueá-la, permitindo que a amoxicilina agisse. Isso aumenta o espectro de ação do medicamento amoxicilina! Benzilpenicilinas: Cristalina: diluir em 50ml (SF 0,9%)- 15 a 30min para diminuição da dor e 4 Isadora Silva irritação. Usada em neurosífilis. Mais ideal para infecções agudas. Benzatina: injeção IM profunda preferencialmente na região ventro- glútea (se não der, fazer na região dorso-glútea). CI em prótese em quem tem prótese de silicone. RA: IM- dor local intensa, endurecimento, abscesso estéril. IV- flebite e dor local. Hipersensibilidade, diarreia, nefrite, neurotoxidade, toxicidade hematológica. PENICILINA PENICILINASE RESISTENTES: são resistentes as penicilinases estafilocócicas. Meticilina: não existe mais, mas bom lembrar que: quem é resistente a meticilina também é resistente a oxaciclina. Oxacilina: Tem espectro de ação em cocos e bacilos Gram + aeróbios e anaeróbios. É inativa em enterococos e pseudômonas e pouco ativa em cocos Gram – (neissérias). Atravessa BHE somente em casos de meningite. Indicações: aqui para nós é usado em casos graves de pele e partes moles sensível a meticilina (MSSA). Posologia: 100/200mg/Kg/dia fracionados de 6/6h. RA: IM- intensa dor no local/ IV: flebite. Reações alérgicas são cruzadas com outras penicilinas. Derivados da oxacilina (cloxacilina, dicloxacilina, flucloxacilina). Brasil: Oxacilina- 500mg (Staficilin-N) - parenteral. Tem resistência cruzada com meticilina: MRSA ou ORSA. AMINOPENICILINAS: Tem amplo espectro, mas é mais eficazes contra Gram –. Geralmente são bem toleradas. Tem alto índice de resistência hoje em dia. RA: N&V, dor abdominal, diarreia, urticária, febre, reação anafilática, convulsão, leucopenia e aumento transitório das transaminases. Tem uso seguro na gravidez e lactação. Pode diminuir o efeito de ACO. Ampicilina: poucas indicações atuais devido resistência e uso de drogas com melhor perfil PK/PD. É alternativa à penicilina G, mas hoje foi substituida também pela amoxicilina + clavulanato. Tem espectro de ação em: streptococos, enterococos, neisseria, e pouco ativa em anaeróbios. Amoxicilina: penicilina simissintética derivada da ampicilina, com melhor absorção oral e comodidade posológica. Cápsula de 500mg e em comprimidos de 500mg, 875mg, 1000mg. 5 Isadora Silva Indicações: muito comum para infecções das vias aéreas superiores e inferiores. Erisipela estreptocócica. Tem excreção renal e deve ser feito ajuste de dose na IRC e reposição de dose pós diálise. Provoca cristalúria em doses elevadas. Amoxicilina + Ácido Clavulânico: o ácido clavulânico é inibidor de β-lactamases. Associação neutraliza a resistência bacteriana e amplia o espectro de ação. Indicações: infecções de vias aéreas. IPTM: erisipela, celulite e abscesso. OBS: não gastar “munição” desnecessariamente. CEFALOSPORINAS: Originadas do fungo Cephalosporium acremonium. Tem o mecanismo de ação de inibição da síntese de parede celular. CI: reação alérgica à penicilina. Evitamos uso se história de reação de hipersensibilidade grave às penicilinas. EA: tromboflebite; hipersensibilidade; neutropenia; trombocitopenia; elevação de transaminases; nefrotoxicidade; hepatotoxicidade. 1ª GERAÇÃO: Cefalexina: (500-1000mg 6/6hrs por 10d). Cefadroxil: 30mg/kg/dia: 12/12hrs Parenterais (IM ou IV): Cefalotina: 50-100mg/kg/dia: 4/4hrs Cefazolina: 30-50mg/kg/dia fracionados de 6/6hrs ou 8/8hrs 2ª GERAÇÃO: Alguma estabilidade frente as B- lactamases. Aquelas de amplo espectro cobrem estafilo, estrepto, pneumococo, hemófilo, enterobacterias. Geralmente são as drogas de reserva e não as de primeira escolha. Cefuroxima: indicada em pneumonias, broncopneumonias, sepses, ITU, colescistites, peritonites, osteomielites Axetilcefuroxima: usados em infecções das vias aéreas, ITU, IPTM por estafilo e estrepto. Cefaclor: indicada em infecções de vias aéreas, ITU comunitária por E. Coli, IPTM por estrepto e estafilo. 6 Isadora Silva 3ª GERAÇÃO: redução do espectro para S. aureus. Tem potência elevada contra Gram-,e as resistentes às cefalosporinas de 1ª e 2ª geração. Tem uso EV ou IM Ceftriaxona (Rocefin): tem meia vida prolongada e melhor farmacocinética por isso, também com ampla distribuição pelos tecidos e líquidos orgânicos (até BHE se meningite). Não precisa de ajuste em IRC (insuficiência renal crônica). É usado em: meningoencefalite, sífilis e neurosífilis, infecções sistêmicas graves, gonorreia (1ª escolha). Cefotaxima Ceftazidima LINCOSAMIDAS/LINCOMICINAS Aqui já é outra classe. Atua em Gram+ e anaeróbicos estritos, promovendo inibição da síntese proteica (50S). Clindamicina: uso oral e IV, tendo como mecanismo de ação inibição da síntese proteica dependente de RNA. Indicado em infecções por anaeróbios. Tem ampla penetração tecidual. Se o paciente tiver insuficiência hepática pode causar acúmulo da droga. É usado em casos de alergia aos B-lactâmicos, ou seja, usados em casos leves de MRSA, e também infecção por anaeróbio (infecção com odor fétido). EA: alteração nas enzimas hepáticas, diarreia, colite pseudomembranosa, náuseas, leucopenia, desgeusia, rash, gosto metálico, anorexia, tromboflebite. Macrilídeos: Eritromicina, claritomicina, azitromicina. Podem ter reação cruzada com as lincosamidas e não devem ser usadas em junção, por ter a mesma ação, na inibição de síntese proteica (50S). ANTIBIOGRAMA: Eritromicina R Clindamicina S R: quer dizer que o antibiograma pode ter dado falso positivo e, por isso usamos o TESTE D, que se for positivo, não usaremos a clindamicina, porque é resistente também. --------------------------------------------------- SULFONAMIDAS: é o representante usado para IPTM. Cotrimoxazol (sulfametoxazol + trimetoprima): Realiza inibição de 2 duas etapas sequenciais na síntese do ácido tetra-hidrofólico. Tem uso em ITU, infecções de próstata, infecções respiratórias (IVAS), infecções de pele e partes moles, infecções do TGI (shigella e Salmonella), doenças oportunistas em portadores de AIDS, listeriose. Sulfametoxazol: inibe a incorporação do PABA nos precursores de ácido di-hidrofólico. 7 Isadora Silva Trimetroprima: previne a redução do di- hidrofolato a tetra-hidrofolato. Cotrimoxazol: age com efeito bactericida. EA: náusea, vômito, urticária, toxicidade hematológica. TETRACICLINAS: são inibidores da síntese proteica, sendo bacteriostáticos. Tem atividade contra anaeróbios Gram+, Gram- e espécies atípicas. Tem indicações em casos de: riquetsioses, cólera, pneumonia por micoplasma e clamídia, uretrite não gonocócica, brucelose, febre maculosa, acne... Tem tendência a atravessar a placenta e acumular no feto, diminuem o efeito dos anticoncepcionais. Em contrapartida, potencializam efeitos de anticoagulantes orais e hipoglicemiantes orais, devendo ter acompanhamento. EA: reações alérgicas, dor, eritema e enduração, diarreia, náusea, esofagite, superinfecções intestinais, candidíase vaginal, coloração acinzentada, malformação, nefrotoxicidade e hepatotoxicidade, depósito do fármaco em ossos e dentes, vertigem. Tetraciclina Doxaciclina: é um dos esquemas alternativos à penicilina em caso de sífilis e usado também em caso de IPTM no caso de alergia às cefalosporinas ou MRSA. É o fármaco que tem menor ocorrência de EA, tem o melhor perfil farmacocinético e não sofre interferência de alimentos. É contraindicado para gestantes e crianças. Minociclina RESUMINDO.... Ex: cefalexina S Ampicilina S Vancomicina S Amoxicilina + Clavulanato S Oxacilina S Aqui todas são sensíveis, mas preferivelmente aqui, para pele e partes moles vamos optar por cefalexina, já que as outras seriam muita “munição” desnecessariamente.
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