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Antifungicos (Parte 01) - 3 Ciclo

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RLVS – BETA T2 
 
ANTIBIOTICOTERAPIA (TERAPIA ANTIMICROBIANA) – 3° Ciclo 
AULA 1 (11/05) 
Prof.ª: Andrea 
 
ANTIFÚNGICOS (Parte 01) 
FUNGOS 
• São microrganismos eucariotos (núcleo com membrana nuclear), assim como os seres humanos. 
o Uma das grandes dificuldades de desenvolver antifúngicos é a tentativa de estabelecer uma 
toxicidade seletiva, porque os nossos mecanismos de síntese de proteínas, energia, são 
muitos parecidos com os dos fungos (o que interfere nos fungos pode interferir no organismo 
humano também). 
• A membrana celular dos fungos é composta por esteróis, assim como a membrana dos humanos. 
Todavia, enquanto a MP das células humanas apresenta como principal constituinte o colesterol 
(compondo uma bicamada fosfolipídica com proteínas encrustadas), o principal constituinte das MP 
dos fungos é o ERGOSTEROL. 
• Uma diferença entre os seres humanos e os fungos é que eles apresentam PAREDE CELULAR, 
enquanto os humanos não. 
• Eles têm esporos como forma de reprodução, que pode ser sexuada ou assexuada. 
• O metabolismo também é muito parecido com o nosso – são heterotróficos (não sintetizam a própria 
energia, que deve ser obtida externamente). Os fungos podem ser anaeróbios ou aeróbios. 
• Habitats naturais: solo, água, ar, vegetais, animais, homem e em detritos em geral. 
o Ou seja, estão amplamente distribuídos pelo mundo. 
• São imóveis, enquanto os demais eucariotos são móveis (ex. animais), mas eles podem se difundir 
na forma de esporos, pelo ar, pela água, sendo veiculados de diversas formas. 
 
Considerando que os fungos apresentam parede celular e os humanos não, buscou-se atuar diretamente na 
parede celular fúngica a fim de ter uma toxicidade mais seletiva. Nesse sentido, surgiu um grupo novo de 
antifúngicos – as Equinocandinas – que atuam inibindo a parede celular dos fungos (como se fosse as 
penicilinas). Uma vez que apenas o fungo apresenta a parede celular, a toxicidade do antifúngico é 
direcionado p/ o microrganismo. 
Todavia, apesar da menor toxicidade p/ os seres humanos (menos reações adversas), os representantes das 
equinocandinas não são tão usados na prática médica, pois o espectro de ação é um pouco mais restrito, 
não tem um espectro tão amplo igual a outros antifúngicos. 
RLVS – BETA T2 
 
 
• Importância dos fungos: 
o Existe mais de 80.000 espécies de fungos. 
o Função: realizam a degradação/reciclagem de matéria orgânica. Produção de alimentos 
(como queijo), bebidas alcoólicas (cerveja), medicamentos (penicilina, ciclosporina). 
o Há fungos que são patógenos – causam doenças nos animais, plantas, no homem. 
▪ Existem em torno de 400 espécies de fungos que são de importância médica e cerca 
de 50 espécies que estão relacionadas com mais de 90% das infecções fúngicas em 
humanos e animais. 
 
As infecções fúngicas são denominadas de micoses e elas podem ser subdivididas em CLÁSSICAS e 
OPORTUNISTAS. 
 
➤ MICOSES CLÁSSICAS: 
❖ São também denominadas primárias, causadas por patógenos primários capazes de infectar/invadir 
de um organismo que está saudável. 
➤ MICOSES OPORTUNISTAS: 
❖ Os fungos oportunistas, em tese são aqueles comensais que normalmente não causam doença, mas 
no caso de diminuição da imunidade, se proliferam e realizam invasão tecidual. 
RLVS – BETA T2 
 
 
 
 
❖ Os mais comuns são: ptiríase versicolor e tinea negra. 
 
 
 
RLVS – BETA T2 
 
➢ Fungos patogênicos: podem ser subdivididos em PRIMÁRIOS e OPORTUNISTAS. 
 
*Primário – depende de atingir uma dose que seja infectante. 
*Oportunistas – invadem tecidos de imunocomprometidos ou quando há alterações na barreira ou defeitos 
na imunidade celular. 
 
MICOSES 
Podem ser classificadas em: 
➢ PRIMÁRIAS 
o Superficial 
o Cutânea 
o Subcutânea 
o Sistêmica 
➢ OPORTUNÍSTICAS 
 
O fungo é OPORTUNISTA. A micose é OPORTUNÍSTICA. 
MICOSES PRIMÁRIAS 
☞ Superficial 
• Atingem a camada córnea da pele (camada mais superficial) ou a cutícula do pelo. 
• Causam uma mancha pigmentar na pele ou nódulo nos pelos. 
o A mancha pode ser até mais hipocrômica (mais esbranquiçada que a cor da pele). 
• Resposta celular do hospedeiro diante da invasão fúngica é MÍNIMA, por isso é comum que o 
paciente seja ASSINTOMÁTICO (não tenha sintoma algum). Ou seja, o fungo tem um baixo poder de 
destruição. 
• Importância cosmética – ocorre alteração de cor nas lesões ou formação de nódulos, sem prurido, e 
por isso muita das vezes, a depender da qt. de lesões, o paciente não terá incômodo algum. 
o Isso é um dos fatores que faz essas infecções serem crônicas, porque muitas das vezes o 
paciente nem se incomoda. 
• Exemplos: 
o piedra negra 
RLVS – BETA T2 
 
o piedra branca 
o pitiríase versicolor (pano branco) 
o tinha negra 
➥ Pitiríase versicolor: 
• Agente causador: fungo Malassezia. 
o Malassezia spp. é uma levedura, membro da microbiota normal da pele (está presente no 
nosso organismo). Porém, em algumas condições, há uma proliferação exagerada que vai 
desencadear a doença ptiríase versicolor. 
• Os sintomas ocorrem em condições que permitam a pseudofilamentação da levedura. 
o Condições: peles muito oleosas, oclusão, pacientes c/ imunodeficiências, pacientes 
diabéticos. 
• Infecção crônica da camada córnea, assintomática na maioria das vezes. 
o Raramente o paciente apresenta alguma queixa, como prurido. 
• Mais prevalente em países tropicais e subtropicais – países mais quentes (pois a doença também está 
relacionada ao suor, oleosidade). 
• Mais frequente em adultos jovens. 
• Condições que favorecem o rompimento do equilíbrio Malassezia-hospedeiro: oleosidade, má 
nutrição (pacientes desnutridos), gravidez, doença de Cushing, anticoncepcional oral, 
imunodeficiência, hábitos sócio-comportamentais (ex.: paciente que fica com a roupa suada da 
academia durante o dia todo – o suor, a roupa sintética favorecem a proliferação do fungo), suor, 
oclusão. 
• A mancha não necessariamente será hipocrômica (esbranquiçada); também pode ser mais 
escurecida. 
o Máculas hipocrômicas (ou algumas vezes acastanhadas, hipercrômicas ou até mesmo 
eritematosas), com sinal de Zileri. 
• Diagnóstico – clínico, c/ sinal de Zileri. 
o Sinal de Zileri – ao se esticar, puxar a pele do paciente, a mancha se torna mais evidente, pois 
a pele fica mais descamativa. É positivo quando há descamação ao esticar a mancha. 
▪ O sinal de Zileri positivo (a presença de descamação fina na superfície das lesões após 
distensão da pele) é bem característico da ptiríase versicolor 
• Tratamento: derivados imidazólicos (como o cetoconazol). 
o Tópico: 2 a 4 semanas. 
o Sistêmico (lesões extensas): 2 semanas. 
RLVS – BETA T2 
 
 
➥ Tinea nigra: 
• Mancha hipercrômica na palma da mão é a lesão mais comum. 
• Tratamento: tópico. 
o Derivados imidazólicos (2 a 4 semanas). 
 
Para tratar uma micose superficial usa-se um imidazólico (azol) tópico, anfotericina B (poliênico) por via 
tópica, todavia se for uma micose profunda, utiliza-se antifúngico via endovenosa. 
RESUMO DO TRATAMENTO ANTIFÚNGICO: AZÓIS, ANFOTERICINA B E NISTATINA (POLIÊNICOS). Mesmo 
havendo as equinocandinas, que apresentam uma toxicidade menor, muitas das vezes o preço delas não é 
acessível, e também são menos utilizadas devido ao espectro de ação. 
 
☞ Cutânea 
• Atingem tecidos queratinizados da pele, do pelo e da unha. 
RLVS – BETA T2 
 
• Há destruição tecidual extensa e reação imune do hospedeiro acentuada – por isso o paciente irá 
apresentar sinais e sintomas. 
o Haverá prurido; descamação; lesões arredondadas na pele, de crescimento centrífugo 
(geralmente o centro da lesão vai estar com pele normal); unhas espessadas e opacas. 
• Tratamento tópico ou sistêmico (azóis, poliênicos). 
o O TTO sistêmico é utilizado nos casos em que as lesões estão mais extensas (quadros mais 
graves). 
• Exemplos: 
o Dermatofitose 
o Candidose (não tem diferença para candidíase) 
➥ Dermatofitoses: 
 
➞ Tinha (tinea)do couro cabeludo (tinea capitis) 
• Associada a pobreza e hábitos de higiene (baixo nível socioeconômico e condições de higiene). 
• Comum em crianças. 
• 2 tipos principais: 
o Microspórica. 
o Tricofítica. 
Microspórica: 
• Lesão única, fungo geofíico ou zoofílico. 
o Evolui c/ lesão em placa de alopécia, única. 
• Causada pelo M. canis (Microsporum canis) – fungo que geralmente habita animais domésticos. 
• Assim, crianças que apresentam a doença possuem histórico de contato com animal doméstico 
contaminado. 
• Em alguns casos, existe uma reação inflamatória bem exuberante, c/ crosta, secreção purulenta – 
reação inflamatória de Kerion celsi. 
RLVS – BETA T2 
 
o Os casos que apresentam essa reação evoluem p/ cicatriz – paciente perde cabelo e não 
recupera. Ou seja, essa reação evolui p/ alopecia permanente. 
Tricofítica: 
• Geralmente são múltiplas lesões (várias placas), dermatófitos antropofílicos. 
• Causada pelo T. tonsurans (Tricophyton tonsurans). 
• Transmitida por fômites – contato c/ pentes contaminados, boné, etc. 
ATENÇÃO: Tinea do couro cabeludo tem indicação p/ TTO SISTÊMICO. 
• Não adianta tratar os pacientes somente c/ medicamento tópico. 
 
*Paciente apresenta placas de alopecia, que costumam ser descamativas. É frequente a presença de pelos 
tonsurados (pelos quebradiços na placa). 
*Tinea microspórica = geralmente são lesões únicas. 
*Tinea tricofítica = geralmente são lesões múltiplas. 
*Diagnóstico diferencial: alopecia areata (distúrbio autoimune que ocorre em adultos jovens e crianças). 
*Diferença entre tinea capitis e alopecia areata: alopecia areata não causa descamação, não tem reação 
inflamatória, a pele fica lisa. 
 
➞ Tinha do corpo (corpórea)/ barba/ inguinocrural/pedis 
• Pode acometer qualquer região do corpo. 
o Tinea do corpo. 
o Tinea da barba. 
o Tinea inguinocrural. 
o Tinea pedis. 
• São causadas por: T. rubrum, M. canis, T. mentagrophyton. 
• Existe também a onicomicose (micose da unha) – as dermatofitoses são as principais etiologias da 
onicomicose. 
• Apresentação: lesão c/ bordas elevadas, eritematosas, anulares ou circulares, c/ crescimento 
centrífugo (geralmente o centro está poupado, ou tem uma leve descamação e a borda é ativa), 
cura central. 
RLVS – BETA T2 
 
 
*Diagnóstico diferencial: forma tuberculoide da hanseníase. 
➞ Onicomicoses 
• Geralmente, as unhas do paciente estão extremamente grossas – hiperceratose ungueal (parece que 
tem uma massa por debaixo). 
o A micose não acomete somente a unha, e sim o leito ungueal. 
o No passado, nesses casos, retirava-se a unha. 
o Atualmente, faz-se uma avulsão química da unha (não adianta passar esmalte na unha 
grossa, porque não irá atingir o leito ungueal) ou desbastamento físico (lixa em consultório 
ou faz creme de ureia 20% em casa). Diminuindo a espessura da unha, faz com que o esmalte 
tenha uma melhor penetração. 
o Inclusive, pode-se orientar o paciente a lixar a unha por cima (afinando-a), p/ facilitar a 
penetração do esmalte. 
 
 
Tinea pedis (“frieira”) Onicomicose 
Tinea cruris (inguinocrural) – 
acomete a virilha e é transmissível 
durante o ato sexual. 
RLVS – BETA T2 
 
 
 
 
➥ Candidíase: 
 
 
Manifestações clínicas: 
• Em boca: placas esbranquiçadas. Frequente na língua, na comissura labial. 
• Em região interpruriginosa: é frequente a maceração, c/ placa esbranquiçada. 
• Em região inferior de seio: placas eritematosas. 
o Ocorre em mulheres c/ os seios muito volumosos, que sua muito ou às vezes toma banho e 
não seca muito bem a área. 
• Sinal bem característico da candidíase – pápulas ou pústulas satélites. Assim, tem-se a mácula 
eritematosa, geralmente úmida, c/ fissuras, e ao redor há várias pápulas ou pústulas satélites. 
• Paroníquia – consiste na inflamação da cutícula, que fica edemaciada, dolorosa. 
o Muito frequente em pacientes que molham muito as mãos (dona de casa). 
o Pode ter acometimento da lâmina ungueal. 
As dermatofitoses incluem as infecções de pele, cabelo e unhas (onicomicose). São mais comumente 
causadas por Trichophyton, Microsporum ou Epidermophyton, dando origem a vários tipos de “tinhas” (não 
confundir com as infecções helmínticas genuínas) ou tineas. A Tinea capitis afeta o couro cabeludo; a Tinea 
cruris, a virilha (“prurido na virilha”); a Tinea pedis, os pés (“pé de atleta”); e a Tinea corporis, o corpo. 
Na candidíase superficial, o organismo semelhante à levedura pode infectar as membranas mucosas da 
boca (“sapinho”) ou da vagina, ou, ainda, a pele. As infecções bacterianas secundárias podem complicar a 
evolução e o tratamento dessas manifestações. 
 
Tinea corporis – pode ser uma lesão única, vai depender do tamanho e do grau da infecção, mas 
pode espalhar e ficar com uma lesão mais extensa no paciente. Diagnóstico diferencial c/ 
hanseníase por ex. 
Candidíase - Candida consegue ser um fungo primário, mas também é oportunista. 
RLVS – BETA T2 
 
☞ Subcutânea 
• Invasão de tecidos cutâneos e subcutâneos, por meio de implante traumático. 
• Invasibilidade limitada → pode levar anos para desenvolver doença aparente, pois haverá um 
período de ambientação, de adaptação no tecido. 
• Disseminação sistêmica é rara (os fungos dificilmente se disseminam pelo organismo). 
• Se caracterizam por abscessos e úlceras que não cicatrizam. 
• Destruição tecidual variável. 
• Tratamento sistêmico (anfotericina B, azóis). 
• Exemplos: 
o Esporotricose 
o Micetoma 
➥ Esporotricose: 
 
❖ A esporotricose é uma micose causada pelo fungo da espécie Sporothrix schenckii, que habita a 
natureza e está presente no solo, palha, vegetais, espinhos, madeira (materiais em decomposição). 
❖ Infecções linfocutâneas são as mais comuns. Podem ocorrer em qualquer órgão do corpo, mas 
caracteristicamente envolvem mão e braço, embora lesões primárias possam ocorrer em superfícies 
expostas dos pés ou da face. 
❖ Uma lesão primária pode aparecer como uma pápula pequena e não sensível ou, ocasionalmente, 
como um nódulo subcutâneo que eventualmente se torna necrótico e algumas vezes ulcera. 
Tipicamente, alguns dias ou semanas mais tarde, uma cadeia de linfonodos que drena a área 
afetada começa a aumentar de tamanho de forma vagarosa e progressiva, formando nódulos 
subcutâneos móveis. Se não tratada, a pele se torna avermelhada e pode, mais tarde, necrosar, 
ocasionando, algumas vezes, abscesso, ulceração e infecção secundária bacteriana. 
➥ Micetoma: 
❖ Micetoma é uma infecção que acomete o tecido subcutâneo após a inoculação de microrganismos 
na pele em locais de pequenos traumas. Caracteriza-se pela ocorrência de tumoração, associada à 
formação de fistulas e à drenagem de grãos. Entretanto, outros tecidos, como ossos e articulações, 
também podem ser secundariamente comprometidos. 
❖ No Brasil, os eumicetomas são causados mais frequentemente por três espécies de 
fungos: Madurella grisea, Madurella mycetomatis e Exophiala jeanselmei, nessa ordem de 
frequência. 
RLVS – BETA T2 
 
 
Obs.: lembrar sempre de fazer diagnóstico diferencial, colhe cultura e pede teste antifúngico se tiver dúvida. 
 
☞ Sistêmicas ou endêmicas 
• Apresentam grande poder de invasão – são mais GRAVES. 
• Distribuição geográfica restrita → endemias (micoses endêmicas). 
o Algumas regiões do planeta possuem fungos específicos que acometem mais a população 
local. 
• Causadas por fungos dimórficos térmicos – modificam sua forma de acordo com a temperatura 
(forma filamentosa ou forma de levedura). 
o Dentro do nosso organismo eles também modificam sua forma – apresentam determinada 
forma na temperatura ambiente e na temperatura de 37 graus do organismo, mudam p/ 
outra forma. 
• Inoculação é feita através de inalação do fungo (por meio do ar, de fezes de animais). 
• Infecção primária: pulmão → órgãos e tecidos → ÓBITO. 
o O foco primário da infecção é o pulmão (pneumonia por ex.), porém ocorre disseminação p/ 
outros órgãos e tecidos,podendo levar o paciente a óbito. 
• Tratamento sistêmico (anfotericina B, azóis). 
• Exemplos: 
o Paracoccidioidomicose 
o Histoplasmose 
o Blastomicose 
o Coccidioidomicose 
*Doenças fúngicas sistêmicas (ou “disseminadas”) são muito mais graves do que as infecções superficiais. A 
mais comum é a candidíase. Outras situações graves são a meningite criptocócica, a endocardite, a 
aspergilose pulmonar e a mucormicose rinocerebral. Atualmente, a aspergilose pulmonar invasiva é uma 
causa importante de morte entre os receptores de transplante de medula óssea ou indivíduos com 
neutropenia. 
Estas são frequentemente infecções primárias, ou seja, 
não são secundárias à redução da função imunológica ou 
à alteração dos microrganismos comensais. 
 
RLVS – BETA T2 
 
 
As infecções fúngicas chamadas de endêmicas ou sistêmicas apresentam como foco da infecção uma lesão 
pulmonar (paciente aspira o fungo e haverá uma lesão inicialmente no pulmão, que pode disseminar para 
outros órgãos). O paciente irá tratar a infecção por 6 meses, 1 ano com antifúngico (isso se ele não morrer). 
É necessária muita atenção nesses casos pois as micoses primarias são capazes de infectar indivíduos 
saudáveis e, quando acometem indivíduos imunocomprometidos, as infecções são mais graves ainda (não 
é incomum paciente com HIV morrer de pneumonia fúngica – é rara e mais letal). 
 
MICOSES OPORTUNÍSTICAS 
• Causadas por fungos comensais humanos ou ambientais que invadem tecidos de: 
o indivíduos imunocomprometidos; 
o debilitados; 
o portadores de aparelhos protéticos implantados ou cateteres vasculares. 
• Principais agentes: Candida spp., Cryptococcus neoformans, Aspergillus spp., Pneumocystis 
jirovecii. 
o Candida e Aspergillus são os principais, os mais comuns. 
• Podem ser: superficiais ou invasivas. 
• Tratamento: tópico ou sistêmico. 
Fatores de risco das micoses oportunísticas invasivas (principal. por Candida): 
• Permanência > 4 dias em UTI 
• Antibioticoterapia de largo espectro (modifica a microbiota comensal, tornando o ambiente mais 
favorável ao fungo; não havendo competição, o fungo irá se proliferar) 
• Cirurgia abdominal 
• Cateterização venosa central 
• Nutrição parenteral total 
• Imunodepressão 
• Ventilação mecânica > 48h 
• Neutropenia 
• Quimioterapia citotóxica 
• Desnutrição, 
• Obesidade, 
• Diabetes, gravidez, etc. (qualquer alteração hormonal que possa alterar a microbiota normal) 
RLVS – BETA T2 
 
 
ANTIFÚNGICOS 
HISTÓRICO 
• China: bolores para tratar tumores e feridas infeccionadas. 
• Pérsia: vasos de cobre e prata para armazenar água e alimentos (preservação). 
• Egito: cobre como antisséptico em cirurgias. 
• 1.500 d.C. (indianos e maias): ingestão de mofo de pão para o tratamento de disenterias, feridas, 
úlceras e infecções intestinais. 
• 1903: Iodeto de potássio. 
 
A história do descobrimento de novas substancias para o tratamento de infecções se consolidou somente no 
século XIX com o desenvolvimento da alquimia, de técnicas de isolamento para a produção de substancias 
químicas. Nesse momento, surgiu o conceito das origens infecciosas das doenças, pois até então as doenças 
eram consideradas problemas divinos, história de maus espíritos ou teoria dos humores. A partir disso 
começou a produção de drogas antimicrobianas. O 1° antifúngico que se tem relato é o iodeto de potássio, 
c/ o surgimento em 1903. 
RLVS – BETA T2 
 
 
*Linha do tempo dos antifúngicos. 
❖ Antifúngicos poliênicos – nistatina e anfotericina B. 
❖ Fluorocitosina – não está mais disponível no BR, devido à alta toxicidade (interfere na síntese de 
DNA). 
❖ Azóis 
❖ Equinocandinas (interferem na síntese de parede celular). 
IMPORTANTE: 
• Um problema é que há poucos fármacos disponíveis no mercado (além do preço alto). 
• Principal dificuldade: Toxicidade seletiva de drogas (que os fármacos atinjam somente o fungo e não 
sejam prejudiciais ao organismo humano). 
o Fungos possuem os mesmos mecanismos de síntese de proteínas e ácidos nucleicos que 
animais superiores. Assim, há poucos alvos potenciais de ação dos antifúngicos que não 
sejam compartilhados entre fungos e outros animais (incluindo os seres humanos). 
 
CARACTERÍSTICAS: 
➢ FUNGICIDAS 
o Matam o fungo. 
➢ FUNGISTÁTICOS 
o Não matam o fungo. 
o Controlam a reprodução do fungo (diminuem a produção de esporos, não deixam que os 
esporos germinem, de modo que a reprodução não aconteça). 
▪ Antiesporulantes. 
✓ Inibem a produção de esporos 
✓ Inibem a germinação de esporos por determinado tempo 
MECANISMO DE AÇÃO: CAI NA PROVA! 
RLVS – BETA T2 
 
• Inibição da síntese de proteínas e síntese de DNA e RNA (interfere na síntese de ácidos nucleicos – 
piramidinas). 
o 5-flucitosina (não tem no BR). 
 
• Inibição da síntese de parede celular. 
o Equinocandinas. 
 
• Causam danos na membrana celular – formam um complexo com o ergosterol e criam um poro que 
permite a saída de substancias daquela célula, levando à uma lise osmótica. 
o Poliênicos (anfotericina B e nistatina). 
 
• Inibição da síntese do ergosterol pelo bloqueio da esqualeno epoxidase. 
o Terbinafina (bloqueia uma enzima que é essencial para essa síntese). 
 
• Inibição da síntese do ergosterol. 
o Azóis. 
*Os mais usados são os azóis e os poliênicos. 
 
RLVS – BETA T2 
 
 
❖ Célula fúngica, c/ parede celular (tem proteínas, glicanos, quitina) e c/ membrana celular (bicamada 
lipídica rica em ergosterol). 
❖ A Flucitosina interfere na síntese de DNA e RNA. 
❖ Anfotericina B e a Nistatina formam um complexo que leva à formação de um poro na membrana 
celular acarretando expulsão do conteúdo de dentro da célula. 
❖ Equinocandinas interferem na síntese de parede celular. 
❖ Terbianafina interfere na transformação de esqualeno para o epóxido de esqualeno através da 
inibição da enzima que faz essa conversão. O esqualeno é transformado em Lanosterol e este se 
transforma em ergosterol. São etapas enzimáticas da síntese do ergosterol (compõe a membrana 
lipídica). 
❖ Os azóis interferem em algumas etapas da síntese do colesterol. 
 
*Os antifúngicos que interferem na síntese de ácidos nucleicos são menos utilizados. 
Nistatina 
RLVS – BETA T2 
 
 
 
FÁRMACOS DE AÇÃO SISTÊMICA: 
• Antibióticos Poliênicos 
o Anfotericina B 
• Antibiótico não poliênico 
o Griseofulvina 
• Equinocandinas 
o Caspofungina 
o Micafungina 
o Anidulafungina 
• Azóis 
RLVS – BETA T2 
 
o Imidazol: cetoconazol 
o Triazóis: Fluconazol, Itraconazol; Voriconazol, Posaconazol; Isavuconazol 
• Outros: 
o 5-Flucitosina (não disponível no Brasil) 
o Terbinafina 
o Iodetos (potássio e sódio) 
 
 
 
 
*Obs.: A nistatina também é um antifúngico poliênico porém NÃO É DE AÇÃO SISTÊMICA (mesmo na forma 
de suspensão, sua ação continua sendo tópica, não sendo absorvida pela via oral). 
FÁRMACOS DE AÇÃO TÓPICA: 
• Poliênico tópico 
o Nistatina 
• Azóis tópicos 
o Cetoconazol 
o Miconazol 
o Clotrimazol 
o Tioconazol 
TRATAMENTO 
 
Fármacos de primeira escolha na terapia antifúngica: 
• Anfotericina B 
• Azóis 
 
RLVS – BETA T2 
 
 
 
 
RLVS – BETA T2 
 
ANTIFÚNGICOS POLIÊNICOS 
• Produzidos por bactérias do solo (Streptomyces). 
• São fungicidas e protozoaricidas. 
• Efeitos tóxicos limitam o uso sistêmico desses fármacos. 
• Principais fármacos: 
o Nistatina (ação tópica). 
o Anfotericina B (ação sistêmica). 
• Obs.: Formulações lipídicas da Anfotericina B – criadas visando a: 
o Redução de RAM durante a administração; 
o Redução da nefrotoxicidade. 
Em 1957, foi criada a anfotericina B na forma de deoxicolato, que é extemamente tóxica para o organismo 
humano. Em 1990, a indústria farmacêutica evoluiu e desenvolveu formas lipídicas com a finalidade de 
diminuir essas reações adversas e diminuir a principal toxicidade da anfotericina B que é a nefrotoxicidade. 
As reações infusionais decorrem da própria infusão, da própria substância. 
• MECANISMODE AÇÃO: 
o A anfotericina B faz ligação ao ergosterol presente na membrana celular, ocorrendo a 
formação de um complexo. 
o Esse complexo altera a conformação da membrana celular fúngica e forma-se um poro 
(buraco) na membrana, o que irá permitir a saída/extravasamento de potássio e de outras 
moléculas (perda de conteúdo interno da célula fúngica). 
o Acarreta uma lise osmótica e que levará à morte do fungo. 
 
 
➥ Nistatina (Fungicidina) 
• Antibiótico pouco solúvel em água. 
o Por isso não é absorvida por VO, mesmo quando ingerida (somente atua de forma local). 
RLVS – BETA T2 
 
o Possui elevada toxicidade nas vias IM e IV (hemólise, necrose, abscessos frios no local da 
injeção) e por isso é usada de FORMA TÓPICA. 
• Amplo espectro contra leveduras. 
• Indicações: candidíase superficial. 
o Pele 
o Unhas 
o Mucosas (inclusive esofágica, intestinal e vaginal) 
• Formas de uso na Candidíase: 
o Vaginal: óvulos, cremes vaginais – 1 ou 2x dia. 
▪ Prefere-se o óvulo do que o creme, porém não se usa tanto atualmente. 
o Cutânea e periungueal, ceratite por Candida: cremes, loções, pomadas – 3x dia. 
o Oral/esofagiana: suspensão 500.000U – 4x dia. 
▪ O paciente deve permanecer com o medicamento na boca e bochechar por 2 – 5 min, 
seguido de sua deglutição. 
• RAM: ocasionalmente dermatite atópica ou diarreia e vômitos. 
É medicamento de escolha para candidíase SUPERFICIAL. Se for uma candidíase profunda (sistêmica), não 
como utilizar a nistatina. 
 
➥ Anfotericina B 
• Fungicida de amplo espectro. Não é usada somente nas infecções fúngicas, mas também p/ 
infecções por protozoários (ação protozoaricida). 
• Uso clínico limitado: efeitos adversos e necessidade de aplicação IV lenta (devido aos EA 
decorrentes da infusão IV, da nefrotoxicidade e cardiotoxicidade). 
o Nefrotoxicidade é o principal EA; ocorre também reações infusionais. 
• Indicações: 
o Infecções fúngicas invasivas em imunossuprimidos; 
o Doença disseminada em imunocompetentes; 
o Situações especiais: neuromicoses; 
o Protozoaricida: leishmaniose, malária. 
• Contraindicação: insuficiência renal. 
• Não possui forma de administração oral: 
o Não é absorvida no TGI. 
o Inativação no pH ácido estomacal (não resiste à acidez gástrica). 
• Uso: IV. 
o Obrigatoriamente: infusão lenta (> 2h), devido ao risco de NEFROTOXICIDADE letal quase 
imediata. 
o Forma convencional: infusão por 3 – 6h (pode inclusive necessitar mais tempo). 
o Lipossomal: no mínimo 2h. 
• Incompatibilidades: sais de sódio, potássio ou cálcio (cloreto de sódio – soro fisiológico – inativa a 
anfotericina B). 
o Usar SG (soro glicosado) 5% para fazer a diluição. 
o Concentração ideal de diluição: 10mg/100mL de SG. 
• Formas básicas: 
o Desoxicolato/deoxicolato (forma convencional) – muito nefrotóxica. 
o Formas lipídicas. 
RLVS – BETA T2 
 
▪ A lipossomal é a melhor forma (menor toxicidade infusional e menor nefrotoxicidade). 
 
 
*A dispersão coloidal atualmente não é mais comercializada no BR. 
São alterações que foram feitas na forma farmacêutica da anfotericina a fim de tentar amenizar tanto a 
toxicidade infusional quando a nefrotoxicidade. 
• Depósitos: fígado, pulmões, baço, rins. 
• Degradação lenta. 
• Excreção: urina e bile. 
o Como é excretada via renal, foram elaboradas as composições lipídicas a fim de amenizar a 
nefrotoxicidade (retarda a chegada da anfotericina nos rins visando diminuir a formação de 
depósitos nos rins, de modo que seja menos nefrotóxica). A forma lipídica não se mistura com 
a urina (pois a urina apresenta grande qt. de água). 
 
*A forma convencional é a que mais apresenta toxicidade na infusão e maior nefrotoxicidade. As formas 
lipídicas da anfotericina surgiram com o objetivo de reduzir a toxicidade. Dispersão coloidal deixou de ser 
comercializada no BR por ter uma alta toxicidade infusional. A lipossomal é a melhor forma de anfotericina 
B. 
• Toxicidade infusional: calafrios, febre, tremores. 
o Amenizada pela administração prévia (antes da infusão) de: 
▪ Anti-histamínicos / corticoides 
▪ AINEs 
▪ Antitérmicos 
• Reações relacionadas à infusão: 
RLVS – BETA T2 
 
 
*A infusão de anfotericina B causa essas reações porque promove liberação de IL-1 e TNF-alfa levando a uma 
reação inflamatória muito intensa e por isso o paciente deve ser medicado previamente c/ anti-inflamatório, 
analgésico e antitérmico. 
*Não tem administração IM ou VO, apenas IV. 
• Reações adversas: 
o Irritação endotelial vascular: flebite. 
o Infusionais: mal-estar, calafrios, cefaleia, febre. 
o Irritação do TGI. 
o NEFROTOXICIDADE (principal): lesões vasculares, glomerulares e tubulares (lesões nos rins) 
→ ↑ureia e creatinina, ↓K, acidose tubular, proteinúria, alcalinização da urina. 
o Neurotoxicidade: perda auditiva, convulsões. 
o Cardiotoxicidade: hipotensão arterial, arritmias, miocardite tóxica. 
▪ Infusão IV rápida: morte por parada cardíaca. 
o Hepatotoxicidade: insuficiência hepática aguda, elevação de transaminases. 
o Hematotoxicidade: anemia (hemólise; ↓eritropoetina). 
 
*Muito tóxica p/ o organismo de maneira geral, mas em algumas situações só tem a anfotericina B 
disponível p/ uso. 
POR ISSO É IMPORTANTE MONITORAR O PACIENTE DURANTE A INFUSÃO LENTA. 
Apesar das múltiplas toxicidades da anfotericina B, ela ainda é muito usada devido ao seu amplo espectro 
de ação (as equinocandinas são menos tóxicas, mais seletivas c/ relação a toxicidade, mas apresentam um 
espectro de ação bem menor que a anfotericina B) – é considerada o melhor antifúngico (usada na maioria 
dos casos). 
RLVS – BETA T2 
 
 
*A melhor apresentação da anfotericina B (lipossomal) é de ALTO CUSTO. O ideal é usar a lipossomal, mas 
nem sempre o paciente tem acesso a ela. 
*O SUS fornece anfotericina B lipossomal no caso de TTO hospitalar de micoses invasivas de pacientes HIV 
positivos (imunossuprimidos) e nos casos de leishmaniose. 
*O TTO de micoses invasivas leva de semanas a meses (isso se o paciente não for a óbito).

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