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Análises de Fluidos Biológicos

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Análises de Fluidos Biológicos
Principais Doenças do Sistema Urinário
Existem várias doenças que acometem o sistema urinário tanto do homem quanto da mulher. Algumas são mais comuns e merecem destaque especial, veja o quadro a seguir.
Quadro 1 – Doenças do sistema urinário
	Doença
	Informações
	Nefrolitíase
	A formação de cálculo no trato urinário possui alta prevalência, o que a torna uma das principais doenças na urologia.
	Incontinência Urinária
	É a perda involuntária da urina pela uretra. Distúrbio mais frequente no sexo feminino, pode manifestar-se tanto após a menopausa, quanto em mulheres mais jovens.
	Cistite
	Forma mais comum de infecção urinária (que ocorre na bexiga), produzindo muito desconforto ao urinar, aumento da frequência miccional e, às vezes, até sangue na urina.
	Pielonefrite
	Infecção do trato urinário superior, que acomete os rins. Manifesta-se por dor lombar, febre, náusea e vômitos. Causa muito mal-estar ao paciente, que muitas vezes necessita de internação hospitalar para tratamento e investigação.
	Glomerulonefrite
	É um distúrbio de glomérulos caracterizado por presença de edema, hipertensão arterial e aparecimento de glóbulos vermelhos na urina. Pode ser causada por vários distúrbios, como infecções, um distúrbio genético hereditário ou distúrbios autoimunes. Pode ser aguda ou crônica.
	Insuficiência renal aguda (IRA)
	É a perda súbita da capacidade dos rins filtrarem resíduos, sais e líquidos do sangue. Quando isso acontece, os resíduos podem chegar a níveis perigosos e afetar a composição química do sangue, mudando o pH. Pode desenvolver-se rapidamente ao longo de algumas horas, ou mais lentamente, durante alguns dias. Pessoas que estão gravemente doentes e necessitam de cuidados intensivos estão em maior risco de desenvolver IRA.
	Doença renal crônica (DRC)
	A doença renal crônica é uma diminuição lenta e progressiva (durante meses ou anos) da capacidade dos rins de filtrarem os resíduos metabólicos do sangue. As causas principais são diabetes e pressão arterial alta.
Saiba Mais
Qual a diferença entre Síndrome Nefrítica e Síndrome Nefrótica? 
Síndrome Nefrítica x Síndrome Nefrótica 
Clique no botão para conferir o conteúdo.
ACESSE
Para compreender melhor as doenças renais, é importante relembrar a Fisiologia do sistema Renal.
Fisiologia Renal | Colunistas
Clique no botão para conferir o conteúdo.
ACESSE
Testes Laboratoriais para Avaliação do Sistema Urinário
Antes de estudarmos sobre os testes laboratoriais para avaliação do sistema urinários, vamos relembrar o processo de formação da urina.
A urina é um importante líquido corporal que, por ser ultrafiltrado do plasma, possui características semelhantes às do plasma sanguíneo e, para que ocorra a sua formação e, consequentemente, a sua excreção, é necessário passar pelos seguintes processos renais no néfron (Figura 1): filtração, secreção e reabsorção.
A filtração ocorre de modo que o plasma filtrado nos capilares glomerulares é conduzido para o interior da cápsula de Bowman. A barreira imposta pelas fenestrações presentes nas fendas glomerulares e pela membrana basal glomerular, bem como a presença dos podócitos, permite que ocorra a filtração.
Importante!
Quando o indivíduo apresenta alguma lesão glomerular, isso afeta a seletividade da barreira de filtração glomerular. Dependendo da lesão, pode aumentar o tamanho dos poros, ocasionando presença de fendas na membrana basal, e, com isso, ocasionar o aparecimento de proteínas na urina. O termo utilizado para definir presença de proteína na urina é: proteinúria.
Posteriormente à filtração, ocorre o processo de reabsorção tubular. O ultrafiltrado originado da filtração glomerular composto por água, cloreto de sódio, bicarbonato, potássio, cálcio, aminoácidos, fosfato, proteína, glicose e outras substâncias segue pelos túbulos renais e é reabsorvido (quase) completamente a fim de retornar para a corrente sanguínea. 
A maior parte da reabsorção ocorre no túbulo contorcido proximal, sendo principalmente de água, íons e nutrientes orgânicos; já na alça de Henle, no ramo descendente, ocorre reabsorção de água e no ramo ascendente ocorre reabsorção predominante de íons sódio e cloro. No túbulo contorcido distal pode ocorrer, ainda, reabsorção variável de água, sódio e cálcio, mas sob controle hormonal. 
Já a secreção consiste no processo em que são secretados, a partir do sangue para o filtrado tubular, os elementos que não foram filtrados no glomérulo e que são direcionados aos túbulos por meio dos capilares peritubulares para a excreção. Trata-se, então, de produtos residuais como medicamentos, toxinas, além de íons de hidrogênio e outros íons que devem ser eliminados a fim de promover a manutenção do equilíbrio eletrolítico. A secreção tubular é importante para as seguintes funções: 
· bullet
Secretar substâncias ligadas a proteínas plasmáticas e que não são livremente filtradas;
· bullet
Excretar substâncias indesejáveis ou produtos que foram reabsorvidos por processos passivos, como ureia e ácido úrico;
· bullet
Eliminar do organismo o excesso de íons de potássio;
· bullet
Controlar o pH urinário.
E por fim, a excreção, trata-se da soma dos processos de filtração e secreção, menos o que é reabsorvido. Como produto, há a formação da urina, a qual é constituída principalmente por água, ureia, ácido úrico, creatinina, sódio, potássio, cloreto, cálcio, magnésio, fosfatos, sulfatos e amônia. 
Importante!
Quando o indivíduo apresenta alguma alteração nas suas funções metabólicas, pode haver também corpos cetônicos, proteínas, glicose, porfirinas e bilirrubina em quantidades variáveis, além da presença de células epiteliais, hemácias, leucócitos, cristais e cilindros visíveis na análise microscópica (estudaremos a respeito mais adiante). Tais substâncias, quando presentes, podem representar distúrbios a nível renal e os metabólicos devem ser investigados.
Figura 1 – Estrutura do Néfron
Fonte: SILVERTHORN, 2017, p. 593
Avaliação Laboratorial da Filtração Glomerular
Os testes de Taxa de Filtração Glomerular (TFG) e a estimativa de TFG são importantes para avaliação de presença de doenças renais e para acompanhamento da progressão da doença renal, além de avaliar o efeito da dosagem de fármacos e início de diálise na presença de insuficiência renal.
O teste da TFG é um exame importante para avaliar a função renal, pois representa o volume de filtrado do sangue formado por unidade de tempo e que varia conforme o tamanho corporal. Lembrando da fisiologia, a formação do filtrado é dependente das forças de Starling, as quais são envolvidas de modo proporcional na permeabilidade dos capilares glomerulares e na pressão hidrostática e da pressão oncótica. Considerando esses aspectos, a fórmula para a TGF considera os seguintes aspectos: 
TGF = (porosidade capilar × área de superfície) × (PCG* – PCB** – πP***)
 *PCG = pressão hidrostática no capilar glomerular;
**PEB = pressão hidrostática na cápsula de Bowman;
***πP = pressão osmótica plasmática no capilar glomerular
Na clínica do paciente, a TGF representa a soma das taxas de filtração de cada um dos néfrons funcionantes. Para isso, utiliza-se uma substância marcadora, a qual (1) deverá ser filtrada livremente pelos glomérulos; (2) não poderá ser reabsorvida, secretada ou metabolizada pelos rins; (3) deverá ser produzida constantemente; (4) não poderá estar ligada a proteínas; e (5) não interfira na função renal. Assim, a fórmula clínica para a TGF é:
TFG = Concentração urinária de A* x Volume minuto** 
Concentração plasmática de A*
*A = substância que atende aos critérios de marcador ideal;
**Volume minuto = volume de urina produzido por minuto (por exemplo: utilizando-se urina de 24 horas, divide-se o volume urinário produzido nesse período por 1.440 – número de minutos em 24 horas).
Além disso, pode-se utilizar a normalização dos valores, comparando-se à superfície corporal padrão de 1,73 m2, e, para isso, são necessários os dados do peso e da altura do paciente (o que permitirá conhecer a sua superfície corporalpadrão). Nesses casos, tem-se a aplicação da seguinte fórmula:
TFG corrigida = TFG X Superfície corporal do paciente 1,73m2
Dentre os marcadores que podem ser utilizados como substância que atenda aos critérios de marcador ideal, temos: 
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Creatinina endógena: marcador mais comum, porém, é também adicionada à urina via secreção pelo transportador de cátion orgânico no túbulo proximal. Assim, a depuração de creatinina é superior em 10 a 20% à TGF. Para controle, pode ser administrada cimetidina, que promove o bloqueio competitivamente da secreção de creatinina pela célula tubular. Apesar de útil, o método de depuração da creatinina é impreciso, sendo necessário realizar o ajuste pela superfície corpórea de 1,73m2;
· bullet
Creatinina plasmática: em razão da imprecisão da creatinina endógena, pode ser solicitada a creatinina plasmática pela correlação inversa entre a sua concentração e a TGF;
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Inulina: é a que melhor atende à análise da TGF, no entanto, em razão da necessidade de infusão intravenosa em uma taxa que permita a manutenção constante da sua concentração plasmática no período de formação e coleta da urina, e considerando seu custo elevado, não é empregada;
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Iotalamato: radioisótopo com capacidade semelhante à da inulina; fornece uma estimativa precisa da TGF e de elevado custo na prática clínica;
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Ureia: é um metabólito nitrogenado derivado da degradação proteica que é filtrado livremente pelos glomérulos, não sendo reabsorvida nem secretada ativamente. Contudo, entre 50 e 70% retornam ao plasma nos túbulos, além de sofrer com interferentes tais como dieta, desidratação, infecções e uso de diuréticos ou outros medicamentos.
Já a estimativa da taxa de filtração glomerular é decorrente da concentração sérica de creatinina, da idade, do sexo e da etnia do paciente, e consiste em uma das formas de avaliação da função renal. Existem várias equações para se obter a estimativa de TFG:
· bullet
Equação de Cockcroft-Gault: [(140-idade) x peso/ (72 x creatinina) x 0,85 (se mulher)], em sua publicação original, no ano de 1973, foi amplamente utilizada para estimar a depuração da creatinina sérica. Não foi padronizada para uma área de superfície corporal de 1,73 m2 e por isso foi criado o fator de correção 0,85 para mulheres e o seu resultado é expresso em mL/min. É uma equação que superestima a TFG porque não considera a secreção tubular da creatinina, o aumento do peso em pessoas obesas e a sobrecarga de fluidos;
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MDRD: para estimativa da taxa de filtração glomerular (TFG) foi originalmente desenvolvida com base nos dados do estudo Modification of Diet in Renal Disease (MDRD) em pacientes com DRC e não incluiu indivíduos saudáveis. O desenvolvimento da equação MDRD foi baseado no clearance de iotalamato-I125, considerado padrão ouro, portanto, ela estima a TFG (em mL/min/1,73m2) e não a depuração de creatinina;
· bullet
CKD/EPI: A equação CKD-EPI é expressa como uma equação simples: TFG = 141 X min (SCR/k, 1) a X max (SCR/k, 1) -1,209 X 0,993 Idade X 1,018 [se mulher] X 1,159 [negro]. Onde SCR corresponde à creatinina sérica (mg/dL), k é de 0,7 e 0,9 para mulheres e homens respectivamente, a é -0,329 e -0,411 para mulheres e homens respectivamente, min indica o mínimo de SCR/k ou 1, e max indica o máximo de SCR/k ou 1.
A estimativa da TFG tem a mesma função da TGF e o Ministério da Saúde recomenda que todos os laboratórios clínicos reportem a estimativa da TFG em todos os resultados de creatinina sérica. Com essa implementação, estima-se que se tenham resultados mais representativos dos indivíduos, considerando as variáveis que estão relacionadas a esses resultados.
Como forma alternativa, a cistatina C é uma forma de avaliar a disfunção renal. Trata-se de uma proteína básica não glicosilada que faz parte da superfamília de cisteínas inibidoras de proteases. Tem um baixo peso molecular e é produzida por todas as células nucleadas a uma velocidade estável. Foi descoberta pela primeira vez em 1985, como um marcador endógeno promissor para avaliar a TFG. É livremente filtrada no glomérulo e, em seguida, é reabsorvida e metabolizada sem sofrer secreção no túbulo proximal. A cistatina C é considerada um potencial substituto da creatinina sérica como marcador de filtração glomerular.
Avaliação da Função Tubular
Assim como se avalia o processo de filtração glomerular, também se pode realizar a avaliação da função em nível tubular. Pode-se avaliar a função tubular por meio da análise na urina em relação à glicose, ao pH e à presença de proteínas de baixo peso molecular.
· bullet
Glicose: A reabsorção de glicose é completa no túbulo contorcido proximal. Contudo, considerando um indivíduo que não apresenta um quadro de hiperglicemia, a ocorrência de glicosúria (ou seja, glicose na urina) pode ser um indicativo de dano no túbulo proximal;
· bullet
pH: O pH da urina normalmente é ácido. Caso se observe a permanência de pH neutro ou alcalino por tempo prolongado, isso pode representar uma perda da capacidade de acidificação da urina, consistindo em um defeito tubular;
· bullet
Proteínas de baixo peso molecular: A presença de proteínas de baixo peso molecular pode ser um indicativo de dano no túbulo proximal. Essas proteínas conseguem ultrapassar a barreira glomerular e são reabsorvidas, sendo uma pequena quantidade excretada na urina. Dentre elas, podemos citar como marcador: Proteína transportadora de retinol (RBP) e Beta-2-microglobulina.
Exercício  
· 1
1
Identifique as estruturas da Figura a seguir e aponte onde ocorrem os processos de filtração, absorção, secreção e excreção;
Figura 2
Fonte: Wikimedia Commons
· 2
2
Qual a diferença entre síndrome nefrítica e síndrome nefrótica?
· 3
3
Como podemos avaliar a função tubular e função glomerular através de testes laboratoriais? Descreva-as.
Triagem Urinária para Doenças Metabólicas
Há muitos anos a urina vem sendo utilizada na triagem de doenças metabólicas, em particular daquelas que resultam de uma predisposição genética.
 A primeira descrição sobre os Erros Inatos do Metabolismo (EIM) ocorreu há um século, desde então, houve grandes avanços na ciência e tecnologia, contribuindo para o desenvolvimento do conhecimento sobre a patogênese das doenças metabólicas hereditárias, o que contribuiu também para o diagnóstico, tratamento e aconselhamento genético para essas patologias.
Glossário
EIM caracteriza um grupo de doenças hereditárias resultantes da deficiência ou total ausência das reações enzimáticas que ocorrem no metabolismo devido às alterações que ocorrem na estabilidade e atividade das enzimas.
Foram identificados inúmeros erros inatos do metabolismo de modo que aqui citaremos apenas os principais, bem como o respectivo método de triagem.
Quadro 2 – EIM e método de triagem
	EIM
	Definição
	Método de triagem
	Fenilcetonúria
	Distúrbio de herança autossômica recessiva, em que há ausência da enzima fenilalanina hidroxilase.
	As tiras reativas Phenistix contêm sulfato férrico de amônio, sulfato de magnésio e ácido ciclo-hexilsulfâmico. Trinta segundos após a imersão na urina, a cor da área de teste é comparada com as cores da cartela fornecida pelo fabricante. O resultado do teste é positivo quando a cor observada varia entre cinza e cinza-esverdeado.
O método do HPLC com coluna de troca iônica tem-se mostrado conveniente como teste quantitativo confirmatório de amostras anormais.
	Alcaptonúria
	Nesta doença, há deficiência da enzima ácido homogentísico oxidase, e o ácido homogentísico é excretado pela urina em grande concentração. A urina adquire uma cor marrom-negra característica quando deixada em repouso ou em pH alcalino.
	Testes com cloreto férrico e nitrato de prata. Observa-se o aparecimento de uma coloração azul-escura quando 2 gotas de uma solução de cloreto férrico a 10% são adicionadas a 2 mL de urina com ácido homogentísico. O teste com nitrato de prata envolve a adição de 4 mL de nitrato de prata a 3% a 0,5 mL de urina, a homogeneização e, em seguida, a adição de várias gotas de NH4OH a 10%. O ácidohomogentísico irá causar o aparecimento de uma cor negra. 
Os métodos confirmatórios incluem cromatografia em papel ou e eletroforese capilar.
	Tirosinúria
	A tirosinemia com tirosinúria ocorre diante do metabolismo anormal da tirosina proveniente da dieta ou da fenilalanina. Essa condição pode ser parte de um distúrbio de aminoácidos generalizado, associado à doença hepática, ou pode representar um dos vários distúrbios genéticos que envolvem o metabolismo da tirosina. Os cristais de tirosina podem aparecer na urina sob a forma de cristais finos e sedosos, dispersos ou agregados, que formam feixes. Apresentam cor que varia do marrom ao negro, precipitam em pH ácido e são solúveis em álcali.
	O teste do nitrosonaftol para tirosina é um método de triagem inespecífico e deve ser confirmado por cromatografia ou ensaio sorológico quantitativo para esse aminoácido. A tirosina e a tiramina formam complexos vermelhos solúveis com o nitrosonafto.
	Doença da urina em xarope de bordo (MSUD)
	Faz parte de um grupo de doenças associadas ao metabolismo anormal dos aminoácidos de cadeia ramificada. Entre elas, estão a hipervalinemia, a acidemia isovalérica causadora do odor de “pés suados” e outras doenças raras. É marcada por vômitos neonatais severos, ataques convulsivos, estupor, respirações irregulares e, por vezes, hipoglicemia. Se não for tratada, os pacientes rapidamente entram em coma e morrem. A urina dos pacientes com MSUD apresenta odor semelhante ao xarope de bordo, açúcar caramelizado ou caril (curry), cuja fonte é incerta. A presença dos cetoácidos na urina pode ser demonstrada na primeira semana de vida.
	O teste de triagem com dinitrofenil-hidrazina indica a presença de α-cetoácidos na urina. As hidrazonas insolúveis formam-se a partir da reação dos grupos carbonila com a dinitrofenil-hidrazina. O resultado é positivo em casos de MSUD e possivelmente na fenilcetonúria (ácido fenilpirúvico), na histidinemia (ácido pirúvico imidazol) e na má absorção de metionina (oasthouse syndrome). 
O teste é positivo na cetonúria decorrente de outras doenças hereditárias e causas diversas.
	Cistinúria
	Trata-se de um distúrbio de aminoácidos comum que afeta igualmente indivíduos de ambos os sexos, com uma incidência estimada em cerca de 1:10.000. O transporte defeituoso da cistina pelas células epiteliais dos túbulos renais e do intestino é transmitido como caráter autossômico recessivo. O defeito básico permanece desconhecido.
	A primeira urina da manhã deve ser examinada quanto à 
presença de cristais hexagonais incolores de cistina. Esse aminoácido nem sempre sofre cristalização na urina concentrada, ainda que ocorra em grande concentração.
Fonte: Adapatado de MCPHERSON, 2012
Importante!
O teste do pezinho expandido e diagnóstico molecular atualmente são de grande importância para o diagnóstico precoce de IEM.
Saiba Mais
Leia o artigo sobre EIM. Veja as imagens de testes urinários positivos para diversos EIM.
 Clique no botão para conferir conteúdo.
ACESSE
Avaliação Laboratorial e Aplicação Clínica dos Nitrogenados não Proteicos – NNP
Nitrogenados não proteicos (NNP) são compostos que não são aminoácidos reunidos por vínculos peptídicos e compreendem compostos de purinas e pirimidinas, ureia, biureto, ácido úrico, glicosídeos nitrogenados, alcaloides, sais de amônio e nitratos. Veremos os principais NNP de aplicação clínica a seguir.
Dosagem de Ureia
A ureia é o principal metabólito gerado a partir da degradação de proteínas pelo fígado. Ela é gerada a partir da amônia, sendo majoritariamente (90%) excretada pelo rim após o processo de filtração glomerular. Sua dosagem é indicada para avaliar o funcionamento dos rins. Quando os rins não funcionam bem, ela não é eliminada e se acumula no sangue.
· bullet
Preparo do paciente e obtenção de amostras biológicas para análise: A dosagem de ureia pode ser avaliada tanto no soro (ideal 3 horas de jejum) quanto na urina;
· bullet
Métodos, fundamentos, interpretação e significado clínico: A ureia é muito útil para detectar quedas bruscas de TFG quando avaliada junto com a creatinina, calculando-se a razão entre as duas, que normalmente se encontra na faixa de 30 mg/dL. Valores acima de 40-50 mg/dL indicam um aumento desproporcional de ureia sobre a creatinina. A detecção desse metabólito pode ser feita por meio de ensaios enzimáticos colorimétricos, e a concentração recomendada pela maioria dos laboratórios fica na faixa entre 20 e 40mg/dL.
Dosagem de Creatinina
A creatinina é um metabólito proveniente da degradação da creatina e da fosfocreatina que estão presentes no músculo esquelético e que podem ser obtidas a partir de dietas ricas em carne. É livremente filtrada pelo glomérulo e secretada pelos túbulos (25% de toda creatinina urinária) renais sem sofrer reabsorção, sendo eliminada pela urina.
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Preparo do paciente e obtenção de amostras biológicas para análise: A dosagem de creatinina pode ser avaliada tanto no soro (ideal 3 horas de jejum) quanto na urina;
· bullet
Métodos, fundamentos, interpretação e significado clínico: De forma geral, a creatinina é mensurada em laboratório através do método de Jaffé. Esse método é baseado na reação da creatinina com o ácido pícrico em meio alcalino, formando um complexo laranja-avermelhado. 
A concentração de creatinina varia conforme a quantidade de massa muscular, tipo de dieta, uso de medicamentos, sexo e idade, mas, em geral, apresenta concentração sérica entre 0,6 e 1,3 mg/dL. 
O problema das dosagens séricas ou plasmáticas de creatinina é que as alterações de concentração são detectadas quando mais da metade da TFG está prejudicada (50–60%), tornando o diagnóstico e o tratamento tardios. 
Pode-se observar valores aumentados de creatinina sérica em casos de Insuficiência Renal Aguda e Doença Renal Crônica, Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC), necrose tubular aguda, choque, glomerulonefrite, doença renal policística, desidratação e hipertireoidismo, enquanto valores diminuídos são encontrados em anemias, leucemia, distrofia muscular e paralisia.
Depuração da Creatinina Endógena
A depuração da creatinina endógena (DCE), também conhecida como cle-arance da creatinina, é um tipo de avaliação complementar à dosagem sérica de creatinina que apresenta resultados mais confiáveis. O termo “depuração” se refere a quanto uma substância que está sendo removida do plasma é excretada pela urina, expressando seus valores em volume/tempo (mL/min).
Para a obtenção da taxa de DCE são necessárias as coletas de sangue total (avaliação da concentração de creatinina plasmática) e de urina de 24h. É importante que se colete a urina de 24h para fazer uma média da excreção de creatinina, tendo em vista que, durante um dia, ocorrem muitas variações na eliminação desse metabólito, e uma amostra aleatória de urina poderia não fornecer resultados fidedignos.
A DCE pode ser calculada pela seguinte fórmula:
DCE = (Ucr × V)/Pcr
onde:
· bullet
Ucr = concentrações urinárias de creatinina (mg-dL);
· bullet
V = volume de urina colhido (mL/min);
· bullet
Pcr = concentrações plasmáticas de creatinina (mg/dL).
O resultado obtido pode ser corrigido de acordo com a superfície corporal do paciente (DCE corrigida), que relaciona altura e peso corporais, calculada por meio da seguinte equação:
A = P 0,425 x H0,725 x 0,007184
onde:
· bullet
A = superfície corporal (m2);
· bullet
P = peso (kg);
· bullet
H = altura (cm).
Quando obtidos os valores de DCE e de superfície corporal, executa-se a correção, multiplicando-se o valor de DCE por 1,73 e dividindo o resultado pelo valor de superfície corporal.
Dosagem de Ácido Úrico
O ácido úrico está entre as substâncias naturalmente produzidas pelo organismo. Ele surge como resultado da quebra das moléculas de purina – proteína contida em muitos alimentos – por ação de uma enzima chamada xantina oxidase. Depois de utilizadas, as purinas são degradadas e transformadas em ácido úrico. Parte dele permanece no sangue e o restante é eliminado pelos rins.
A dosagem de ácido úrico pode ser avaliadatanto no soro (ideal 8 horas de jejum) quanto na urina.
Pode elevar-se na doença renal, mas é mais específico para diagnóstico de artrite gotosa (gota).
Saiba Mais
Leia mais sobre hiperuricemia.
Clique no botão para conferir conteúdo
ACESSE
Exercício 
Elabore uma tabela contendo as principais informações acerca da dosagem de: ureia, creatinina, ácido úrico e DCE.
Marcadores Proteicos da Função Renal
Cistatina C
A cistatina C é um inibidor de proteinase de baixo peso molecular. É livremente filtrada pelo glomérulo, metabolizada e reabsorvida pelos túbulos renais. É produzida pelas células nucleadas e suas concentrações são independentes da quantidade de massa muscular esquelética, não sendo alteradas na presença de dieta hiperproteica, infecções e doenças malignas. Por esses motivos, a cistina C vem recebendo muita atenção nos últimos anos. É considerada mais sensível e específica do que a ureia e a creatinina, pois sua eliminação depende, praticamente, apenas da TFG, consistindo em um biomarcador muito promissor.
Sua dosagem pode ser feita por nefelometria, e os valores normais permanecem entre 0,54 e 1,55mg/L em adultos. Ainda, é um método eficaz para a avaliação do curso da doença renal em crianças, pois a concentração desse marcador vai diminuindo até o primeiro ano de vida, e logo se estabelece em concentrações encontradas em adultos.
Trocando Ideias...
Quando fazer exame de Cistatina C?
Quando há suspeita de haver diminuição da função renal, em especial quando se tem resultados normais de creatinina e da taxa de filtração glomerular estimada. Pode ser solicitada em intervalos regulares para monitorar disfunção renal.
Beta2-microglobulina
A beta2-microglobulina é uma proteína encontrada na superfície de quase todas as células do organismo. Está presente na maioria dos líquidos corporais e aumentada no sangue de indivíduos com mieloma múltiplo, leucemia e linfoma, e também em processos inflamatórios.
A dosagem pode ser feita em sangue, urina e, raramente, no líquido cefalorraquiano (LCR). Nos rins, a beta2-microglobulina passa pelos glomérulos, para serem reabsorvida pelos túbulos renais. Normalmente, pequenas quantidades desta proteína estão presentes na urina, mas quando os túbulos renais estão danificados suas concentrações aumentam em razão da menor reabsorção. Nos indivíduos com doença renal que estejam fazendo diálise, a beta2-microglobulina pode formar longas cadeias proteicas que se depositam em articulações e tecidos e causam rigidez e dor. Esse quadro é denominado amiloidose por beta2-microglobulina associada à diálise
Você Sabia?
Os níveis de beta2-microglobulina podem aumentar no LCR de pacientes com leucemia e linfoma, mas também em alguns distúrbios crônicos como esclerose múltipla e infecções virais como por HIV.
A dosagem de beta2-microglobulina pode ser avaliada tanto no sangue quanto em urina.  Em raras situações, o médico solicita a coleta do LCR do espaço intervertebral lombar por meio de procedimento denominado punção lombar.
Albumina
A albumina é uma proteína que é sintetizada no fígado e está presente no plasma do sangue. As suas funções no organismo são: a manutenção da pressão osmótica, o controle do pH, o transporte de hormônios tireoidianos, dos hormônios lipossolúveis, dos ácidos graxos livres e da bilirrubina não conjugada.
A dosagem de albumina é usada em muitas situações para ajudar no diagnóstico ou para acompanhar a evolução e o tratamento de doenças. Pode ser usada também como triagem na avaliação do estado nutricional. É pedida como parte do hepatograma, para avaliar a função hepática, com as dosagens de ureia e de creatinina, para avaliar a função renal, e com a dosagem de pré-albumina, para avaliar o estado nutricional.
A dosagem de albumina poder ser feita tanto no soro quanto na urina. 
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O que significa este exame?
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Níveis baixos de albumina são vistos em doenças hepáticas, em doenças renais e quando há desnutrição;
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Nas doenças renais em que há perda de albumina na urina, também pode ser medida a quantidade de proteínas nela;
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Desnutrição ocorre em doenças com inflamação intestinal e distúrbio da absorção de alimentos, como doença de Crohn, colite ulcerativa, doença celíaca, ou quando se perdem grandes volumes de proteínas a partir do intestino;
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Concentrações baixas de albumina também podem ser vistas quando há inflamação generalizada e em algumas formas de choque;
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Níveis altos de albumina são observados na desidratação, mas o exame não costuma ser usado nesse caso.
Albuminúria e Microalbuminúria 
As moléculas “grandes”, como a albumina ou as proteínas, normalmente não são eliminadas na urina, exceto quando os glomérulos estão danificados. Se a função renal está comprometida, ocorre passagem de albumina do sangue para a urina e tem-se um quadro de “albuminúria”.
Numa primeiro momento, quando há um dano renal, pequenas quantidades da proteína podem ser eliminadas na urina, a qual referimos como “microalbuminúria”, com o avanço da doença renal, as perdas de albumina na urina aumentam e tem-se “macroalbuminúria”. A presença de albumina na urina é sinal de alerta para lesão renal!
A principal causa de Albuminúria é a glomerulonefrite ou nefrite, no entanto, o diabetes, a hipertensão, a doença cardiovascular, idade avançada, excesso de peso etc., são fatores de risco para o desenvolvimento de lesão renal. Ainda, existem situações que podem originar Albuminúria temporária, tais como: exercício físico intenso, febre e infeção urinária.
A albuminúria pode surgir sem sinais e sintomas para o paciente. No entanto, o sinal mais comum é a urina com espuma (Figura 3). Se a albuminúria persiste, pode causar uma diminuição das proteínas no sangue, o que faz com que os líquidos passem pelas paredes dos vasos sanguíneos para os tecidos moles do organismo e provoquem edema.
Figura 3 – Urina com espuma, característica de albuminúria
Fonte: Reprodução
A detecção da albuminúria é feita através do exame de urina, utilizando preferencialmente a coleta de urina 24h, embora sua detecção também possa ser realizada com a coleta da primeira urina da manhã.
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Microalbuminúria no Diabetes:
A presença de microalbuminúria é um fator importante para o diagnóstico e prognóstico da nefropatia diabética por indicar lesão potencialmente reversível. Nos casos de pacientes com diabetes tipo 1, que apresentam mais de 5 anos de diagnóstico, e pacientes com diabetes tipo 2, é recomendando que se faça a avaliação de microalbuminúria todos os anos. Como ocorre variação na eliminação da albumina pela urina, a recomendação é que se faça de 2 a 3 avaliações de microalbuminúria de 3 a 6 meses para monitorar a presença de nefropatia diabética.
A presença de microalbuminúria tem grande importância no diagnóstico e na evolução da nefropatia diabética por indicar lesão potencialmente reversível. O manejo da microalbuminúria pode ser feito com um tratamento clínico rigoroso, que consiste no controle da pressão arterial, da glicemia e da ingestão de proteínas, que podem retardar o aparecimento e a progressão da microalbuminúria.
Exercício
Agora é a hora de pôr em prática tudo o que você aprendeu nesta unidade! Elabore uma tabela contendo os principais tipos de doenças renais e testes laboratoriais. Considere as leituras básicas e complementares realizadas.
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📄 Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
  Leitura  
Compreendendo os Rins
O equilíbrio da química interna de nossos corpos se deve em grande parte ao trabalho dos rins. Nossa sobrevivência depende do funcionamento normal destes órgãos vitais.
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Taxa de Filtração Glomerular Estimada em Adultos: Características e limitações das equações utilizadas
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Microalbuminúria e a Elevada Mortalidade Cardiovascular e Renal
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  Site 
Sociedade Brasileira de Nefrologia
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